Edição 62 Abril/Maio de 2016
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REVISTA LADO A #62 Abril/Maio 2016 EDITOR CHEFE Allan Johan COLABORADORES E COLUNISTAS Bruno de Abreu Rangel, Paulo Cogo, Arthur Virmond de Lacerda Neto, Leandro Allegretti, Lucas Panek e Wladi. Tiragem 5 mil JORNALISTA RESPONSÁVEL Allan J. Santin DRT PR 8019 PROJETO GRÁFICO Lado A CONTATO REDAÇÃO contato@revistaladoa.com.br PARA ANUNCIAR contato@revistaladoa.com.br CORRESPONDÊNCIAS CP 10321 CEP 80730-970 Curitiba - PR As matérias assinadas não expressam a opinião editorial da Revista Lado A. Proibida a reprodução total ou parcial de conteúdo sem autorização prévia.
CAPA Montagem Ken Lado A
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Editorial Tudo o que você quer ser Com este slogan “libertário”, a Barbie se tornou de advogada a médica, de dona de casa a fada. Mas impôs um padrão de beleza exageradamente magro, machista, branco, heterossexual... E o Ken, seu suposto namorado? Bem, em nossa capa ele também virou fada. E ele pode ser o que ele quiser, assim como a Barbie, ou você. As amarras da nossa sociedade estão longe de nos deixar entender o conceito de liberdade. Clarice Lispector, sim ela mesma, a mais citada da internet, disse certa vez: “Liberdade para mim é pouco, o que eu quero ainda não tem nome”. Talvez haja, a utopia. Vivemos se sonhos, de conceitos inalcançáveis, sonhamos o futuro e deixamos de viver o hoje. Esta capa foi um teste. Alguns com certeza temeram levar para casa talvez a capa mais “gay” que tivemos em todos em todos estes 10 anos. Outros podem ter torcido o nariz... mas foi apenas para lembrar que podemos ser tudo o que quisermos, hoje, e não apenas nos nossos devaneios e desejos secretos.
Allan Johan
Editor Chefe
C ÍNDI
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06 Entrevista wagnah Jones 09 MODA THE WINTER IS COMING 20
coluna social
24 SAÚDE ARMÁRIO E SAÚDE 28 GENTE OS MODELOS DO SUL QUE ENCANTAM pelo MUNDO 33
Guia GLS Sul
38 PASTEL E SEUS AMIGOS LIlLY 5
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Nascida dentro do teatro, a drag queen Wagnah Jones ganhou notoriedade em toda a capital paranaense quando passou a integrar o programa Boa da Pan, da Jovem Pan. Com um humor sincero e escrachado, a personagem ajuda, da sua forma, a dar maior visibilidade à comunidade. Conheça melhor os bastidores do trabalho do ator Wagner Jovanaci como Wagnah Jones:
conselho, cativa as pessoas. E deu muito certo, já são 6 anos na rádio, no Programa Boa da Pan. Como surgiu o convite para trabalhar na rádio? Em novembro de 2009 nós começamos o programa, mas a Wagnah só entrou porque um amigo que também fazia o programa viu a peça em 2005 e ficou com aquela ideia na cabeça. Quando eles estavam planejando o projeto, o diretor falou que queria um personagem daquele jeito. Ele lembrou da Wagnah e fez a sugestão. E eu entrei. Eu sabia que ela não ia morrer naquela peça de teatro, mas jamais imaginei que faria rádio.
Como surgiu a Wagnah, sua personalidade e o nome? Em 2005 fui convidado para fazer uma peça onde eu e os outros atores fomos desafiados a criar um personagem que fosse difícil e Quais são os seus principais deque trouxesse uma sátira em cima safios lá? de si próprio e da sociedade. Quando eu fui pra rádio, tive muita dificuldade para mudar o perfil Daí eu, com o meu perfil, decidi dela, porque ficou muito agressivo por um personagem que fosse no ar. Cerca de quatro anos depois, uma trava, uma drag, chamada eu senti essa dificuldade de adapWagnah Jones. Wagnah veio de tação, uma vez que eu estava no ar Wagner mesmo, só que na peça ao vivo e precisava de uma persoela era bem agressiva, uma trave- nalidade cativante. Agora, ela não cona do mal que passava por cima passa a agressividade em momende todo mundo pra fazer sucesso. to algum. Ou seja, foi um desafio passar do mal para o bem. A Wagnah, agora, é do bem, dá
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Você se monta para gravar os programas? Para o programa que vai ao ar ao vivo, não. Mas para shows da rádio, programas de TV ou gravações com câmera, eu vou toda produzida. Mas no dia a dia, é só a voz. A Wagnah surgiu em uma peça de teatro mas logo se consolidou no cenário drag da capital paranaense. Ela faz outros trabalhos além da rádio? Sim, ela já se apresentou em casa noturna, com auxílio de DJs, em shows e eventos particulares, e até festas de aniversário. Uma vez ela foi em uma festa de aniversário de uma mulher mais de idade que era muito fã dela, levou um bouquet de flores, quase matou a senhora do coração.
Então, quando eu estava criando a Wagnah para o teatro, que eu não tinha noção nenhuma do meio, eu comecei a frequentar a noite curitibana, onde iam as travas e as drags. Uma noite, eu escutei uma dizendo: “vaza daqui, piá. Aqui é meu, tá meu bem? Não mexe ein?”. Deu um estalo e peguei. Foi ali, também, que tive noção de trejeitos e modo de agir. Mas o “Tá meu bem?” da Wagnah veio também de um amigo meu que morou na Espanha e ele fala “tá mi bien?”. Só depois que eu fui perceber que era um bordão bastante usado, assim como já ouvi gente falar que usa inspirado na minha drag. Então, não, esse bordão não é dela, é geral. Acho que o único genuíno dela é o “Mexe com ela”.
Você tem alguns bordões, como o “tá meu bem”, que também é usado pela Silvety Montilla. Eles fazem referência ou são inspirados em alguém?
Você é a musa dos taxistas. Como vai ficar com a vinda do Uber para Curitiba? (risos) Quem ouve a Wagnah imagina diversas imagens dela: uma loira,
“Eu sabia que ela não ia morrer naquela peça de teatro, mas jamais imaginei que faria rádio”.
outra morena, uma velha e outra assanhada. Ela é o fetiche das pessoas, dos taxistas, dos pedreiros, dos motoristas. Sobre a vinda do Uber, eu diria que não tem problemas porque aqui tem pra todo mundo. Quais os principais desafios de ser uma drag comediante? Eu não tenho texto. A personagem é tão forte, que ela entra no palco e fala em si, ela abre a boca e se
torna cômica, através da sua vida, suas aspirações, e a forma que aplica isso. Diferentemente de algumas drag queens, ela não se vê como uma que quer ser ou parecer mulher. Ela é a drag pacote, ela é peluda, tentou fazer a depilação asa delta e quase morreu, nunca mais tentou. A comédia dela vem da sua naturalidade e verdade. “Eu sou mulher, caralho”, diz ela, mesmo sabendo que não é aquilo mesmo.
Por fim, qual você acredita ser a contribuição da Wagnah na visibilidade da comunidade LGBT? A Wagnah não é uma personagem que foca em um público, ela é conhecida por públicos distintos e isso ajuda a quebrar os parâmetros do preconceito. O seu jeito é muito acolhido, e é isso que representa, pra mim, essa quebra do estigma, que era um medo que eu tinha antes de ir pra rádio. A visibilidade vem do modo que ela trata o assunto, naturalmente, sem erguer bandeira. O perfil, a seriedade e a comédia fazem com que a personagem seja um sucesso e aumente a consciência das pessoas ao ressaltar a importância de ser quem você é, principalmente na questão do caráter.
Entrevista: Lucas Panek Fotos: James Marçal
MODA
the WINTER is COMING
CALVIN KLEIN
VERSACE
JIL SANDER
FENDI
VERSACE
ERMENEGILDO ZEGNA
DOLCE & GABBANA
ERMENEGILDO ZEGNA
JIL SANDER
GIORGIO ARMANI
DOLCE & GABBANA
MARNI
DSQUARED
PRADA
FOTOS: TEMPORADA INVERNO 2017 MILÃO AGENCIA FOTOSITE
GIORGIO ARMANI
EMPORIO ARMANI
DICAS PARA ESTE INVERNO
TWEED . DOURADO . OFF WHITE . SEDA . TON SUR TON . ESTAMPAS E TEXTURAS . BORDADOS . RETRÔ . CRIATIVO . LONGO E LEVE . ESTAMPA ORIENTAL e VELUDO CORES:
Cats Club
Black Box
COLUNA SOCIAL
18
FOTO CATS: DIVULGAÇÃO PROMISCUOS CATS
Warung Day Festival
Verdant
COLUNA SOCIAL
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SAÚDE
Pesquisas relacionam sair do armário com felicidade e boa saúde Por Lucas Panek
O estigma construído em cima da homossexualidade durante séculos criou um peso histórico e social em sobre possuir essa sexualidade. Como contar aos pais, famílias, amigos e colegas que você não gosta da mesmo que eles, ou que você foge das regras normativas? É normalmente, um processo doloroso para muitos gays, mas não ape-
nas para eles, também o é para lésbicas, transexuais, bissexuais e travestis. Consequentemente, estar no armário é viver momentos de estresse, comumente ligado à depressão e ao uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas. Uma pesquisa do Hospital Louis H. Lafontaine, ligado à Universidade de Mon-
“Estar no armário é viver momentos de estresse, comumente ligado à depressão e ao uso de drogas e consumo de bebidas alcoólicas” “Gays assumidos são mais felizes do que heterossexuais, uma vez que seu nível de cortisol é mais baixo”
treal, no Canadá, traz dados interessantes sobre o assunto. Ao estudar os níveis de cortisol, um dos hormônios do estresse, em homossexuais assumidos, homossexuais enrustidos, bissexuais e heterossexuais, o trabalho apresentou que gays não assumidos têm um nível bem mais elevado, o que está vinculado às preocupações com sua sexualidade.
Outra conclusão tirada pela pesquisa é que gays assumidos são mais felizes do que heterossexuais, uma vez que seu nível de cortisol é mais baixo, também. Os testes foram realizados em 87 pessoas, homens e mulheres com cerca de 25 anos. “Sair do armário não é mais um assunto de debate popular, mas uma questão de 23
namentos mais saudáveis, sem problemas de ficar se escondendo e, também, mais estáveis. Especialistas e psicólogos do mundo todo apontam que esse fator é primordial para evitar problemas de bipolaridade e depressão, que podem vir acompanhados da obesidade, todas consideradas as Outro ponto é que pessoas doenças do século. assumidas vivem relaciosaúde pública. Internacionalmente, as sociedades devem se esforçar para facilitar essa autoaceitação, promovendo a tolerância, o avanço da política e a dissipação do estigma de todas as minorias”, opina Robert -Paul Juster, um dos autores do estudo.
Os Gays mais felizes do mundo O site de relacionamentos Planet Romeo entrevistou mais de 100 mil homens homossexuais usuários do portal para avaliar a felicidade e satisfação dos gays ao redor do mundo. Três pontos foram analisados: como eles se sentem com a opinião da sociedade sobre sua sexualidade, como eles são tratados por causa disso e qual o nível de satisfação com o modo que leva a própria vida. 24
É lógico que países que contam com políticas de defesa e direitos aos homossexuais aparecem no topo do ranking, enquanto países que criminalizam a homoafetividade estão no fim da lista. Países europeus, como Islândia, Noruega, Dinamarca e Suécia são as melhores, seguidos por Uruguai e Canadá. A Islândia é um exemplo de país em questão de Opinião Pública, lá 87% dos entrevistados se afir-
maram estar felizes com a forma em que a sociedade enxerga a homossexualidade. O tratamento público e a satisfação pessoal são pontos fortes no Uruguai, e em outros países que se destacam no topo da lista. Os piores são exatamente aqueles que criminalizam, prendem e matam gays: Iraque, Cazaquistão, Etiópia, Sudão e Uganda. Uma das perguntas do formulário era: “Quem da sua família sabe da sua atração sexual por homens?”. Entre o TOP 20 Melhores, uma média de 76% afirma que sua família
sabe sobre sua orientação sexual. Enquanto entre o TOP 20 Piores, apenas 30% sabe. O Brasil assume o 39º lugar desse ranking. Quase a metade dos entrevistados afirma que as políticas e a situação melhorou no país, 47%, enquanto apenas 10% acredita que tudo piorou. Em parâmetros da tabela, a nação verde amarela está estatisticamente similar à Colômbia e Itália, um dos países mais conservadores do mundo e sede da Igreja Católica.
O mapa abaixo mostra os resultados da pesquisa, quanto mais verde, mais feliz; E quanto mais vermelho, mais difícil é a situação enfrentada:
GENTE
Os modelos do SUL que encantam pelo MUNDO
Marlon Teixeira Origem: Balneário Camboriú, Santa Catarina Idade: 24 anos 26
Henrique Hansmann Origem: Rio Grande, RS Idade: 23 anos.
Francisco Lachowski Origem: Curitiba, Paranรก. Idade: 24 anos.
Foto: Towel Series 51- Francisco Lachowski. Por Mario Testino
Diego Miguel Origem: Joinville, Santa Catarina Idade: 32 anos.
Rafael Verga Origem: Florianópolis, SC Idade: 34 anos
André Ziehe Origem: Nasceu em Niterói mas cresceu em Joinville, SC Idade: 31 anos
30
SANTA CATARINA
GUIA GLS SC
FLORIPA
BALN. CAMBORIÚ
BAR Bar do Deca Praia Mole (Último) Blues Velvet (F) R. Pedro Ivo, 147 Jonas 570 R. Francisco Tolentino, 750 Jivago Social Club R. Dep. Roberto Leal ,4
BAR Duo Lounge R 300, 120 Sublime Café R Alvin Bauer, 555 Check-In Pub Rua 2100, 99, Sl 02.
CHAPECÓ
CLUB D.LED Quarta Avenida 136
BAR Yes! Banana R. Marcílio Dias, 92
PEGAÇÃO Hunter Video Club R. Pe. Roma, 47 SAUNA Thermas Oceano R. Luiz Delfino, 231 CLUB Concorde Club Av. Rio Branco, 729
SAUNA Sauna Master R 2450, 86 Sauna Bianca R Jamaica 700 Thermas Club R 2800, 422
SÃO JOSÉ CLUB Deny’s Bar R .João Grumiche, Trav. 437
JOINVILLE
JARAGUÁ DO SUL
CLUB BAR NotreClub Bar Pixel R. do Príncipe, 765 R. Min Calógeras, 178 D’Joy Av. Getúlio Vargas, 743 Tongas e Milongas R. São Paulo, 1447 Nosso Cantinho R. Pres. Campos Sales, 217
BAR Cantinho Lounge R. João Francisco de Paulo, 627
SAUNA Thermas Joinville R. Independência, 721
BLUMENAU SAUNA Sauna Bruno R. Presidente Vargas, 173 31
PARANÁ CURITIBA
BAR Bar do Simão Av. Manoel Ribas, 640/656 DejaVu Saldanha Marinho, 206 Lucci Club Al. Dr. Carlos de Carvalho, 949 Side Caffe Al. Cabral, 597 Spot Bear Al. Princesa Isabel, 704 Vu Bar (F) Av. Manoel Ribas,146 Zeigest R.Jaime Reis, 310
LONDRINA BAR Valentino Av. Pres Faria Lima, 486
CLUB NY Lounge R. Rio Grande do Norte, 750 Narciso Club R. Pref Faria Lima, 765
GUIA GLS PR
CLUB Cat´s Club Al. Dr. Muricy, 949 CWBears R. Kellers, 39 Black Box R. Mateus Leme, 585 James R. Vicente Machado, 894 Soviet R. Bispo Dom José ,2277 Verdant R. Dr. Claudino dos Santos, 126
SAUNA 520 R. Souza Naves, 520 Caracala R.Alferes Poli, 1039 Club 773 R. Ubald. do Amaral, 1664 Opinião R. Amintas de Barros, 749 Batel R. Teixeira Coelho, 54 Thermas Saldanha R.Saldanha Marinho, 214 PEGAÇÃO Dragon Vídeo R. Vol. da Pátria 475 / 708
CASCAVEL BAR Biblioteca Pub R. Maranhão, 483 Taboo Av. Paraná, 3355
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MARINGÁ
PONTA GROSSA 33
GUIA GLS RS RIO GRANDE DO SUL PORTO ALEGRE BAR Venezianos Pub Café R Joaquim Nabuco 397 Casa do Lado R. da República, 546 Laika R. Aureliano de Fig. Pinto, 984 Cabaret Av.Padre Tomé, 200 Beco 203 Av. Independência, 936 Mixx Bar R. Conde de Porto Alegre, 232 After Bar R. Com. Coruja, 189
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CANOAS
BAR Mix Pub Av. Santos Ferreira, 922
CAXIAS CLUB NOX R. Darcy Zapparolli, 111 Studio 54 R. Visconde de Pelotas, 87
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