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#ÍNDICE
REVISTA LADO A #70 Ago. Set. de 2017
ÍNDICE eDITORIAL eNTREVISTA MODA COLUNA SOCIAL ATRAQUE DRAG ENSAIO PAPO RÁPIDO COMPORTAMENTO GUIA GLS CURITIBA
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04 05 06 09 18 19 28 34 36 38
COLABORADORES E COLUNISTAS Allan Johan, Bruno de Abreu Rangel, Arthur Virmond de Lacerda Neto, Leandro Allegretti e Wladi. Tiragem 5 mil CONTATO REDAÇÃO contato@revistaladoa.com.br CORRESPONDÊNCIAS CP 10321 CEP 80730-970 Curitiba - PR As matérias assinadas não expressam a opinião editorial da Revista Lado A. Proibida a reprodução total ou parcial de conteúdo sem autorização prévia.
CAPA Modelo: Valéria Houston Foto: Rodrigo Bragaglia
desde 2006
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#EDITORIAL
Macho ou Fêmea? Para muitos gays, ser passivo no sexo ainda é um problema sério, mesmo quando sem trejeitos, é como se ser passivo trouxesse a feminilidade à força para alguns. Nem todos conseguem relaxar e sentir prazer, a maioria por conta da neura de estar em uma posição perturbadora para eles. A passividade, vista como posição sexual feminina, receptora, é uma forma de humilhação para muitos e diminuidora de sua masculinidade. O culto ao falo, a possessividade e reprodução do modelo machista de relacionamento (onde o macho dominador não pode ser questionado pela “fêmea” submissa) ainda fazem parte do cotidiano de muitos casais gays. A cultura do estupro, do sexo violento, da violência doméstica, entre outras mimetizações do padrão mental aprendido em casa completam o que muitos tem como ideal de relacionamento entre pessoas.
são ultrapassadas apenas no meio LGBT mas também na sociedade em geral, onde quase metade dos lares é sustentado por mulheres ou ainda quando a mulher já deixou de ser, e sem prejuízo, extensão de seus homens. Combater o machismo é um dever de todos, principalmente das maiores vítimas desse sistema de poder e privilégios milenar. Descontruir o binarismo perverso da sociedade não significa partir das referências impostas e sim se livrar delas de tal modo que a vivência, sem preconceitos, torna-se “pura”.
As pessoas trans muitas vezes, por exemplo, reproduzem o conceito do que é ser homem ou mulher em nossa sociedade. Se reafirmam com padrões machistas do que Nesta questão, a desconstrução do modelo é ser homem ou mulher. macho-fêmea instalado na nossa sociedade pode contribuir para relações menos Héteros e gays fazem isso a todo momenviolentas tanto para homossexuais quan- to, como se os dois grupos e suas sexualito para heterossexuais. Antes de sermos dades fossem antagônicas, como água e acusados de querer ideologizar o mundo, óleo que não se misturam. Há muito além é preciso discutir e aplicar modelos na das cores do arco-íris. Dizemos seis cores, própria comunidade. Há quem diga que mas há uma infinidade de tons. Às vezes, desconstruir essas percepções é prejudicial só percebemos o que vemos ou o que estaao modelo construído ao longo da história mos condicionados e queremos ver. da humanidade mas essas percepções não 5
#ENTREVISTA
Bruna de Freitas Pastora e Trans
Aso enquanto pastora Bruna Ribeiro de Freitas realiza seu trabalho religiomulher transgênero. Sua atuação é voluntária, le6
vando a palavra de Deus aos que mais precisam, sem se importar com gênero, classe ou orientação sexual. Em entrevista para a Lado A, a pastora Bruna demonstra toda a sua dedicação e força em quebrar barreiras e vencer obstáculos para estar mais perto de sua vocação divina.
Como se dá seu trabalho dentro da igreja enquanto mulher transexual? Meu trabalho é único, voluntário e de coração, pois vivo numa sociedade onde é nos imposto um padrão de vida, social, cultural e religioso. E com tudo isso me levanto como uma voz no deserto para desconstruir todo esse misticismo nos apresentado, mostrando que é possível sim uma transexual ter uma fé e exercer o cristianismo com todo fervor, como uma pessoal normal. E venho como pastora e trans , quebrar barreiras e mostrar a verdadeira essência do amor. Quando começou sua transição? Minha sexualidade se aflorou aos 15 anos de idade, naquele período em que ainda estamos nos descobrindo e conhecendo nosso próprio corpo. Então veio aquela divisão de pensamentos, pois eu ainda me portava, me vestia e vivia uma vida de menino, mas sentia uma sensação estranha dentro de mim. Na mesma hora em que eu gostava, eu já tinha vergonha de mim. Também tinha a aceitação familiar que não foi fácil pra mim e para minha família, pois eu era o único filho menino da família. Meu pai me erguia como troféu para a todos, pois foi quem deu o primeiro herdeiro homem. Mas com o passar do tempo tudo mudou, pois eu fui me descobrindo e minha transexualidade fui se desenvolvendo. Os conflitos familiares, principalmente com o meu pai, se iniciaram porque ele já aceitou um filho gay, e quando eu iniciei minha transexualidade foi a gota d’água. Então ele se revoltou e me expulsou de casa, isso aos meus 18 anos de idade. Foi aí que minha transição se iniciou. Já sem lugar para morar, fui obrigada a me prostituir, uma realidade normal para nós mulheres trans. Aos poucos fui me hor-
monizando e fazendo toda a mudança que para mim era um sentimento de liberdade. Mesmo estando à margem, no submundo, eu me sentia realizada, pois eu andava e vivia como realmente sou: uma mulher. Como foi a reação no âmbito familiar e social? Como venho de uma família tradicional e conservadora, seria melhor me ver longe da família, como se eu não existisse do que no meio deles sendo a aberração como eles sempre diziam pra mim. Exceto minha mãe e algumas tias, que sempre me aceitaram, mas minha inspiração sempre foi minha mãe pois ela em momento nenhum me desamparou mesmo na vida da prostituição e das drogas. Ela estava do meu lado, me apoiando em tudo. Já na vida social foi super tranquilo. Se eu disser que sofri algum tipo de transfobia estou mentindo pois sempre fui de boa. Em qual momento de sua vida você começou a seguir sua religião? Na verdade sempre tive religião, pois minha família era uma parte evangélica e outra católica, então sempre tive essa fé. Mas foi na evangélica na qual me identifiquei e aos 15 anos entrei para a religião se tornando uma frequentadora assídua. Mas sempre houve divergências com minha sexualidade, pois na mente deles eu estava possuída e precisava de libertação. Mesmo assim tentei reverter isso participando de encontros, seminários e congressos de libertação, mas nada mudou pois os desejos continuavam os mesmos. Você nasceu dentro da igreja ou de uma família cristã? Como foi o desenvolvimento de sua fé nesse contexto? Nasci dentro de uma família cristã, que possuía costumes e tradições cristãs muito fortes. Então não tive desenvolvimento
pois eu era aprisionada a mostrar a todos os padrões másculos dos meus anfitriões, mas sempre havendo divergência e conflitos relacionados à minha pessoa. Na saída de casa, busquei outras religiões a quais me aceitavam, como o espiritismo, a umbanda. Foi no candomblé, a qual fui praticante por alguns anos, que me firmei. Mesmo nessa religião que me aceitava como eu era, sentia um vazio, uma angústia, pois o soprar do espírito santo sempre me tocava e me constrangia. Em que momento você decidiu ser pastora? Na verdade a gente não escolhe ministério, mas sim ele escolhe a gente. O pastorado é propósito de Deus em minha vida pois sempre aceitei o chamado. E quando eu descobri com fundamentos bíblicos que eu podia ser uma cristã e transexual, me entreguei de corpo e alma para Cristo e o aceitei, hoje exerço essa missão. Qual é a sua igreja? Onde fica e como são os cultos ou demais celebrações? Hoje frequento a Igreja Aliança, que fica situada na Sete de Setembro, 2440, na qual o bispo Roberto me acolheu com grande êxito. Seus cultos são aos domingos, às 19 horas, e todos são convidados independente da sua classe, raça ou religião, pois Deus não faz acepção de pessoas (Atos 10:34).
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Em geral, a transfobia no Brasil tem fundamentos religiosos. Como você concilia sua vida religiosa com a condição de mulher transexual? Em um sistema heteronormativo, o qual nós vivemos hoje, conciliar as duas coisas não é nada fácil. Tenho que matar um leão por dia, pois na cabeça de dinossauro não entra sabedoria e muito menos informação. Mas levo isso na esportiva e com muita in-
tegridade, mostrando a todos a essência do amor, da humildade e integridade no que faço, pois tenho um Deus que me sustenta e me da força para lutar. Qual a importância de seu trabalho cristão para as pessoas da comunidade LGBT? É importante porque na grande onda de conservadorismo que vivenciamos, só vamos poder dialogar, isto é, se eles sabem o que é diálogo, vivendo com eles e fazendo o trabalho deles. É com isso que a comunidade LGBT perde, pois não adianta ter uma militância forte e árdua se não tem fundamento, o qual eles debatem com propósito bíblico, mas aos poucos vamos avançando e vencendo. Qual a mensagem que você tem com relação à discriminação que acontece em virtude de religião dentro e fora das igrejas? Seja qual for o tamanho da pedra que você leve e o ferimento nunca cicatrizar, lembrese: uma vida morreu por você e suas dores foram maiores que as suas para mostrar que o amor pode curar qualquer trauma e fechar qualquer ferida. Vença com amor!
#MODA
Vem então
Verão!
Calvin Klein
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Gucci
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Prada
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Versace
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Calvin Klein
#COLUNA_SOCIAL
Bwayne
Fotos: Amanda Queiroz
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Lado λ
Lado λ
#JOGO
Recorte as cartas e jogue com os amigos! Regras: Você divide a quantidade de cartas, um dos jogadores começa perguntando sobre um dos ítens do perfil da carta de cima do seu bolo (ex: bate-cabelo).
Ano de início: 1998 Bate Cabelo: 2000 Glamour/Figurino: 4000 Versatilidade/Make Up: 5000 Humor/Diversão: 3000
BETTY BOO
AS DEENDJERS
Ano de início: 2008 Bate Cabelo: 2000 x2 Glamour/Figurino: 5000 x2 Versatilidade/Make Up: 4000 x2 Humor/Diversão: 3000 x2
ATRAQUE DRAG
ATRAQUE DRAG
ATRAQUE DRAG
Aquele que tiver o maior valor, leva a carta do oponente e coloca as duas no final no monte. Quem ganhou a rodada continua perguntando e escolhendo o que perguntar. Se empatar, fazse uma nova pergunta com a mesma carta. Ganha quem conseguir acabar com as cartas do oponente.
ATRAQUE DRAG
TINNA SIMPSOM
Ano de início: 1996 Bate Cabelo: 2000 Glamour/Figurino: 3000 Versatilidade/Make Up: 3000 Humor/Diversão: 5000
WAN GREGA
Ano de início: 1991 Bate Cabelo: 2000 Glamour/Figurino: 3000 Versatilidade/Make Up: 4000 Humor/Diversão: 5000
Lado λ
Lado λ
#COLUNA_SOCIAL
Verdant
Fotos: Amanda Queiroz
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#COLUNA_SOCIAL
Armazen Urbano Fotos: Mirian Bittencourt 26
Armazen Urbano
Seu lugar é aqui! coquetéis, finger food & música ao vivo
rua dr. manoel pedro 673 . cabral . tel: 41 99124 4010
#ENSAIO
Ave.ValĂŠria Por Rodrigo Bragaglia
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A Hora de Valéria Houston! Com mais de 20 anos de carreira, a cantora gaúcha trans começa a despontar no cenário nacional com shows quinzenais no Rio de Janeiro e cantando ao lado de nomes de peso da MPB, como Maria Gadú e Cidade Negra. Vencedora de prêmios como o do Festival da Canção Francesa, da Aliança Francesa, e o Troféu Mulher Cidadã, a maior honraria dada a mulheres no Rio Grande do Sul. Participou do filme “Meu Preço”, atuará em uma peça e está lançando seu 1º CD de inéditas, o “Sexo Frágil?”, onde registra sua qualidade vocal impecável com canções de nomes como Cláudio Lins e a participação internacional de Bibi McGill, guitarrista da Beyoncé. Ninguém segura Valéria! 29
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PAPO RÁPIDO: ANA RAGGIO
À frente da Divisão de Políticas LGBT, do Departa-
mento de Direitos Humanos e Cidadania (DEDIHC) da Secretaria de Justiça, Trabalho e Cidadania do Estado do Paraná, a advogada Ana Raggio, 28, luta enquanto mulher e bissexual para o desenvolvimento de políticas em prol da comunidade LGBTI. Em meio aos números cada vez mais crescentes de violência, discriminação e mortes em virtude de LGBTfobia, é urgente a discussão e elaboração de proteções por parte do estado.
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Dentro da DEDIHC, Quais demandas LGBT atendidas? A Divisão de Políticas para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, do Departamento de Direitos Humanos e Cidadania, da Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, tem como função primordial a articulação de políticas setoriais para população LGBT. Assim, trabalha junto às demais Secretarias Estaduais para assegurar direitos de LGBT em áreas como saúde, educação, segurança pública, dentre outras. Como uma pessoa que faz parte da comunidade LGBTI, como mulher bissexual, para você qual a importância da intervenção do poder público nessas questões? Como mulher bissexual, mas, especialmente, como defensora de direitos humanos, compreendo que o Estado, a partir das demandas da sociedade civil organizada, desempenha papel estratégico na mudança da realidade de violência e discriminação contra LGBT. Para tanto, destaca-se a criação de normativas que possam dar instrumentos para garantia de direitos e, acima de tudo, a formação continuada de profissionais, de forma a difundir o respeito. Entretanto, entendo que o fortalecimento das políticas públicas para LGBT encontra grande resistência no tecido social, trazendo grandes desafios para sua concretização.
um trabalho coordenado. Assim, são convidadas a integrar a Rede, nesse primeiro momento, instituições do sistema de justiça e órgãos responsáveis pela coordenação e execução de políticas de saúde, educação e assistência social. Cabe ressaltar que a demanda pela criação da rede vem, não somente do trabalho desenvolvido pela Divisão de Políticas para LGBT no atendimento de casos do Disque 100, como também da gestão de políticas da diversidade sexual e de gênero da Prefeitura de Curitiba. Gostaria que descrevesse um pouco de sua trajetória profissional como projetos, estudos, pesquisas. Comecei a atuar com Direitos Humanos ainda quando era estudante de Direito, no Centro Universitário Curitiba, estagiando no Centro de Referência de Direitos Humanos do IDDEHA e no Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos do Ministério Público do Paraná. A vida universitária ainda possibilitou a dedicação ao movimento estudantil, aumentando a experiência com movimentos sociais e política.
Depois de formada, tive a oportunidade de continuar o trabalho no Ministério Público e, após, pude trabalhar como residente técnica no DEDIHC. Com o fim da residência, comecei a trabalhar junto ao Grupo Dignidade, até que fui convidada a voltar No que consiste a Rede de Proteção à à SEJU. violência contra LGBTIs? Quais as parcerias e objetivos para esse projeto? Graduada em Direito, tenho especialização A Rede tem como objetivo a articulação em Direito Constitucional, com trabalho de dos órgãos competentes pela solução de conclusão voltado ao debate da laicidade, casos de violência contra LGBT e pela aten- e em Gestão Pública, com trabalho de conção a vítimas, para desenvolvimento de clusão sobre participação popular. 35
A vida é um dark room com imagens projetadas? T emos uma imagem nossa, que criamos de nós mesmos, mas mostramos outra melhorada para o mundo, principalmente nas redes sociais. Muita gente é elogiada por ter “naturalidade” frente às câmeras, ou por ser simpática, mas são elas mesmo ali ou o alter ego que criaram para se mostrar ao mundo? Conhecemos pouco uns aos outros, falamos poucos dos nossos sentimentos. Não conhecemos o outro e muitas vezes nem a nós mesmos.
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Nesta busca desenfreada pelo eu, acabamos sendo egoístas. Ou o Eu virou assunto para quando não temos mais nada para falar ou postar. Viver virou compartilhar aquilo que vale a pena ser mostrado e questões existen-
ciais são coisa de gente deprimida. Fazemos tudo para os outros, mas ao mesmo tempo para nós, mas não para o nosso crescimento pessoal em si mas para o crescimento da nossa popularidade ou para auto afirmação da imagem que criamos. Fugimos ou perdemos o foco com facilidade naquilo que supostamente nos é importante.
E nos relacionamentos, pouco conhecemos o outro. A carapaça dura e a cultura que se criou em torno do “agora e já” diz que não podemos falar do passado, não devemos planejar o futuro com o outro, não devemos mostrar nossos sentimentos. Não devemos demonstrar a nossa ansiedade e outras fraquezas. Devemos criar e reforçar a ilusão, para o outro
e para nós mesmos de que somos o que ele vê e que se quiser ok, senão tem mais gente querendo, o que nem sempre é verdade. Devemos mostrar felicidade e sucesso. Compromissos, segundo essa teoria, somente entramos nos que nos beneficiam de imediato. Chega uma hora porém que tudo vale a pena, pois era o que tinha para hoje... E se não deu certo, é porque não era para ser. O fato de nem ter havido qualquer esforço não conta, você estava tempo demais ocupado cuidando das suas redes sociais. Diz o filósofo polonês: “O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos... Estamos todos numa solidão e numa multidão ao mesmo tempo”. E somos definidos pela quantidade de seguidores, de bens, de amigos, pelo nosso carro, pelas nossas roupas, festas e viagens... mas quem de fato somos? Somos produto de nossas próprias ilusões reafirmadas por imagens captadas pelo nosso celular de última geração? A certeza que temos é que nascemos livres e nos prendemos, nos prendem, enfim, estamos amarrados a expectativas próprias e alheias. Quem ousa dizer a verdade ou o que pensa corre o risco de ser rotulado de intolerante ou invejoso. “As inimigas” nem sempre são inimigas, elas podem ser um alerta. O medo de não pertencer, o medo da solidão, o medo de ficar sozinho no quarto escuro é tanto que as pessoas preferem colocar tudo em risco ou mesmo viverem o hoje como se o amanhã não pudesse ser mudado. As pessoas não se unem mais para o
bem, elas seguem a corrente e se unem principalmente quando os interesses são comuns, muitas vezes atingidos de forma não ideal, e precisam de reforço, ou para dividir um peso. Ou seja, querem repartir a culpa ou a conta. O interesse comum nunca é um terceiro para muitas pessoas. E quando tentamos fazer diferente, o sistema nos manda um recado claro no trabalho, no amor, na família. Nos iludimos com pessoas que nos machucam e mostram que pode ser que somos antiquados demais par ao mundo de hoje ou pertencemos a uma raça em extinção. A gente se martiriza e se chama de burro, por ter acreditado que desta vez seria diferente e poderia confiar no outro. Talvez não seja inocência ou masoquismo, talvez seja um pouco de esperança que nos move a nos arriscar, talvez não seja o sistema, talvez vivamos mesmo em uma sala escura e podemos apenas ver as imagens projetadas. Não se molde, seja você. O Mito da Caverna, de Platão, texto muito usado nas faculdades de comunicação social, fala sobre isso. Um grupo de prisioneiros acorrentados desde o nascimento em uma caverna tem como noção de mundo as imagens das sombras projetadas por uma fogueira. Um deles ao sair poderia votar e descrever o mundo lá fora que ele seria motivo de piada entre os colegas. Condicionados com as sombras, eles não conseguiriam ver o mundo real e a cores que o outro amigo experimentou. E assim somos nós em nossos grupos e vidas. Temos as nossas sombras internas e as externas. O real e o imaginário, virtual e natural, se confundem. E tudo isso é tão complexo que podemos nos tornar avatares de nós mesmos com muita facilidade.
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#Guia.GLS CURITIBA BAR Armazen Urbano- R. Dr. Manoel Pedro, 673 Barbarala - Al. Cabral, 353 Bar do Simão - Av. Manoel Ribas, 640 Cwb Bar e Balada - R. Saldanha Marinho, 206 Route 69 - Al. Cabral, 597 Spot Bear - Al. Princesa Isabel, 704 Vu Bar - Av. Manoel Ribas,146 Vitto Bar - R. Trajano Reis, 326 CLUB Bwayne - R. Almirante Barroso, 357 Cat´s Club - Al. Dr. Muricy, 949 CWBears - R. Kellers, 39 James - Al. Carlos de Carvalho, 680 Soviet - R. Bispo Dom José ,2277 Verdant - R. Dr. Claudino dos Santos, 126 SAUNA 520 - R. Souza Naves, 520 Caracala - R. Alferes Poli, 1039 Club 773 - R. Ubald. do Amaral, 1664 Opinião - R. Amintas de Barros, 749 Batel - R. Teixeira Coelho, 54 Sauna Master - R. Saldanha Marinho, 214 PEGAÇÃO Dragon Vídeo - R. Vol. da Pátria 475 / 708
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