Festa de Iemanjá

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SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 3/2/2014

SALVADOR REGIÃO METROPOLITANA

Editor-coordenador Luiz Lasserre

LAURO DE FREITAS Incêndio destrói galpão de loja de eletrodomésticos www.atarde.com.br

salvador@grupoatarde.com.br

Raul Spinassé / Ag. A TARDE

TRADIÇÃO Seguidores de várias crenças prestaram homenagens à rainha das águas. Festa reuniu cerca de 700 mil pessoas

DIFERENTES RELIGIÕES SAUDAM IEMANJÁ

População compareceu desde as primeiras horas do dia à praia do Rio Vermelho para participar das festividades, orações e para levar diversas oferendas à Rainha do Mar Lúcio Távora/ Ag. A TARDE

PRISCILA MACHADO E LARA PERL

A festa do dia 2 de fevereiro reuniu pessoas de diversas crenças na homenagem à RainhadaÁguas.Religiososdocandomblé,espiritismo,daumbanda e evangélicos passaram o dia em frente à colônia de pescadores Z1 – Rio Vermelho – entregando oferendas e esperando pela saída do presente principal que foi ao mar às 16h. Integrantes do Terreiro Mãe Lurdes de Iemanjá chegaram ao bairro antes do dia clarear e permaneceram na areia, ao longo do dia, com ritos com dança e música. Pelo terceiro ano consecutivo, o grupo saiu do município de Castro Alves (a 190 km da capital), por volta de 1h da madrugada. “Não poderia deixar de reverenciar a minha mãe”, disse mãe Lurdes. A espírita Jailda Amorim, 64 anos, trouxe flores e pedidos dos frequentadores do Centro Espírita Senhor do Bonfim, em Feira de Santana (a 108 km da capital). “Pedimos paz, luz e prosperidade”, disse. A católica Maria de Lourdes Cruz, 65 anos, levou rosas para a festa pelo terceiro ano. "Creio na doutrina do catolicismo, mas tenho muita fé em Iemanjá. Ela sempre atende os meus pedidos, por isso venho agradecer", disse. Com uma tenda na rua da Paciência, Ludmila Costa, 30 anos, é da Escola de Missão da

Cerveja

A escultura da tartaruga confeccionada pelo artista plástico Rui Santana foi ao mar no cortejo iniciado às 16 horas

CORTEJO PERCUSSIVO Brown e o grupo de percussionistas Zárabes também participaram da entrega do presente de Oxum – no início da madrugada no Dique do Tororó– e retornaram ao Rio Vermelho, às 17h

congregação Batista. “Aqui damos dicas de saúde e distribuímos água. Somos evangélicos, mas contrários à intolerância religiosa”, contou. A variedade de seguidores de diversas religiões chamou a atenção do fotógrafo alemão Daniel Hinz, 47 anos. “Adoro os festejos do país. Essa mistura de cultura é única

Público contou com atrações gratuitas e festas particulares Antes mesmo do encerramento da celebração, que se deu por volta de 18h, uma multidão se entregou ao lado profano da festa. Manifestações diversas desfilaram pelas ruas da Paciência e Guedes Cabral, em direção ao largo da Mariquita. Pessoas seguiam grupos de percussão, fanfarra e assistiam a várias rodas de capoeira. Um grupo afro uruguaio embalava o público com um ritmo diferente, mas de nome familiar, o candombé. Outro usou a música como forma de protesto. “Vinhe-

uma tartaruga morta na praia do Rio Vermelho. Ela mandou avisar”, comentou o artista. Para a mãe Aíce Santos, à frente das obrigações religiosas da festa há 22 anos, o presente é especial. “Foi um pedido de Iemanjá. A escultura representa o seu filho Xangô, que está regendo este ano junto com Iansã”, explicou. O presente dos pescadores chegou ao Rio Vermelho por volta das 4h30 anunciado com a alvorada de fogos e a passagem de Carlinhos Brown com os Zárabes. A fila para depositar os presentes nos balaios que seguem junto com o presente principal alcançava a praia da Paciência, a 300 metros.

mos mostrar que o Bairro da Paz também tem manifestações artísticas. Ao mesmo tempo protestamos contra a carência da região por saúde, educação e infraestrutura”, afirmou Sidney Argolo, organizador do coral da Paz Etnia, grupo formado por 40 crianças do bairro.

Culinária

Hotéis, bares e boates foram o destino ideal para quem buscava por conforto e apreciação da culinária local. No Botequim São Jorge, a argentina Maria Charo, 52,

caiu no samba da banda Samba de Momento, antes de entregar a oferenda. “Minha mãe não caminha direito. Aqui é aconchegante e tem uma boa comida”, disse. Boa música e feijoada também eram encontrados na festa Iemanjá Black, no Sunshine Bar, promovida pelo ator Jorge Washington – do Bando de Teatro Olodum – e pela estilista Madá (Negrif). A banda 'Na Veia da Nêga' e o grupo Samborim foram as atrações. Também participou do evento o ator Érico Brás, o Jurandir de ‘Tapas e Beijos’.

e encantadora”, afirmou. Antes da saída do cortejo marítimo, o prefeito ACM Neto levou rosas brancas ao caramanchão. “Quero pedir proteção e força pela cidade. Temos um longo caminho pela frente”, comentou.

Escultura

Neste ano, a escultura entre-

gue pelos pescadores – que costuma retratar Iemanjá– foi substituída por uma tartaruga confeccionada pelo artista plástico Ruy Santana. “Usamos papel machê e gesso, que são facilmente dissolvidos na água”, contou. A intenção, segundo ele, é pedir proteção também aos animais. “Ontem apareceu

Um arco delimitava a entrada da festa, na praia da Paciência, e até as proximidades do Mercado do Peixe, só era permitida a venda de produtos da Schincariol, patrocinadora do evento. Três mil caixas de cerveja de marcas não permitidas foram apreendidas. A determinação não agradou comerciantes e consumidores. “Temos que vender outras marcas. Os clientes pedem”, disse o comerciante Jorge dos Santos, 44 anos. “A gente tem o direito de escolher o que quiser beber. Não pode ser uma determinação, já que vamos comprar”, contou a contadora Fernanda Souza, 32 anos.

Edilson Lima / Ag. A TARDE

SANKOFA ATRAIU PÚBLICO ALTERNATIVO Universitários, hippies e artistas se reuniram em frente ao espaço Lálá, na rua da Paciência para apreciar a música africana contemporânea dos DJ’s Duda Caribe e Sankofa

POLÍCIA REGISTROU POUCAS OCORRÊNCIAS

A feijoada foi o prato principal nos eventos fechados

Segundo o delegado Nelson de Andrade, do Posto da Polícia Civil, até às 18h, houve 23 furtos, um roubo e três brigas. O Posto médico não teve ocorrências graves


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