LARISSA MONIELLE MOREIRA DE SOUZA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo da Una Catalão como requisito para obtenção do título de bacharel.
LARISSA MONIELLE MOREIRA DE SOUZA
Moradia estudantil para a cidade de Catalão - GO.
CATALÃO-GO 2022
Orientador: Prof. Esp. Túlio Silva Magalhães
Antes de tudo, quero agradecer a Deus por ter me dado forças para chegar hoje aqui, por estar comigo em todos os momentos de dificuldade e de felicidade.
Agradeço a minha família que me ajudou e acreditou em mim, que tem sempre me apoiado e por estarem sempre presentes em minha vida.
Agradeço ao meu namorado Gustavo Rossy pelas inúmeras vezes que me auxiliou em minha trajetória acadêmica, por seu amor e dedicação.
Aos meus professores e orientadores Gyovana e Túlio pelo conhecimento que me foi passado.
Enfim, a todos que contribuíram para que eu chegasse aonde cheguei!
AGRADECIMENTOS
A FINALIDADE DA CASA É A DE PROPORCIONAR UMA VIDA CONVENIENTE E CONFORTÁVEL, E SERIA UM ERRO VALORIZAR DEMAIS UM RESULTADO EXCLUSIVAMENTE DECORATIVO.
- Lina Bo Bardi
RESUMO
Este Trabalho Final de Graduação tem como finalidade utilizar a arquitetura como meio transformador, a fim de melhorar a qualidade de vida dos estudantes que precisam sair da sua cidade de origem para poder estudar em outra cidade. Porém, ao chegarem em outra cidade se deparam com diversas dificuldades, inclusive a de moradias que por muitos fatores, não se adequam as condições financeiras dos mesmos. As referências projetuais e estudos de caso como método de pesquisa, possibilitam a observação, análise e crítica das tecnologias, objetos arquitetônicos e seu funcionamento, um exercício que propicia construir um maior leque de possibilidades projetuais assertivas.
Palavras chave: Arquitetura. Estudante. Moradia.
This Final Graduation Work aims to use architecture as a transformative mean, in order to improve the quality of life of students who need to leave their hometown to study in another city. However, when they arrive in another city, they face several difficulties, including housing that, for many reasons, do not suit their financial conditions. Design references and case studies as a research method enable the observation, analysis and critique of technologies, architectural objects and their functioning, an exercise that allows the construction of a greater range of assertive design possibilities.
Keywords: Architecture. Student. Home.
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Universidade de Bolonha......................................................... 22
Figura 2 - Universidade de Oxford........................................................... 22
Figura 3 - Universidade de Coimbra no século XIX................................. 23
Figura 4 - Faculdade de Medicina da Bahia – 1808................................. 23
Figura 5 - Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do RJ 1808.............. 23
Figura 6 - Academia de Guarda Marinha do Rio de Janeiro 1810........ 24
Figura 7- Merton College Reino Unido.................................................. 25
Figura 8 - Escola de Minas de Ouro Preto............................................... 25
Figura 9 - Moradia Estudantil USP........................................................... 35
Figura 10 - Morada do Jardim, Laguna - SC............................................ 36
Figura 11 - República dos Galifões, em Coimbra .................................... 37
Figura 12 - Dormitório de estudantes com arranjo em escadaria............ 39
Figura 13 Dormitório de estudantes com arranjo em corredores........... 39
Figura 14 Apartamentos para estudantes.............................................. 40
Figura 15 Edifício baixo com apartamentos independentes.................. 40
Figura 16 Corte edifício baixo com apartamentos independentes......... 41
Figura 17 Localização casa do estudante Catalão GO....................... 41
Figura 18 Fachada Moradia Universitária do Cerrado........................... 42
Figura 19 Planta pavimento tipo Moradia Universitária do Cerrado....... 43
Figura 20 Campus Hall........................................................................... 46
Figura 21 Áreas comuns Campus Hall................................................... 47
Figura 22 Planta baixa dos modelos habitacionais da Campus Hall..... 48
Figura 23 Hall de entrada e bicicletário Campus Hall 49
Figura 24 Jardim Campus Hall............................................................... 49
Figura 25 - Terraço Campus Hall............................................................. 50
Figura 26 - Implantação residência estudantil Unicamp........................... 51
Figura 27 - Residência estudantil Unicamp.............................................. 51
Figura 28 - Imagem aérea Residência estudantil Unicamp...................... 52
Figura 29 - Perspectiva Residência estudantil Unicamp.......................... 52
Figura 30 - Zoneamento blocos da Residência estudantil Unicamp........ 52
Figura 31 - Alojamento estudantil na Ciudad Del Saber.......................... 53
Figura 32 Planta de implantação alojamento estudantil na Ciudad del Saber........................................................................................................ 53
Figura 33 - Vista do pátio entre blocos alojamento estudantil na Ciudad del Saber........................................................................................................ 54
Figura 34 - Planta térrea alojamento estudantil na Ciudad del Saber...... 54
Figura 35 - Planta primeiro pavimento alojamento estudantil na Ciudad del Saber........................................................................................................ 55
Figura 36 - Circulação vertical e horizontal do alojamento estudantil na Ciudad del Saber.......................................................................................................................... 56
Figura 37 - Térreo do alojamento estudantil na Ciudad del Saber........... 57
Figura 38 - Sacada do alojamento estudantil na Ciudad del Saber......... 57
Figura 39 - Vista do terraço com painéis solares do alojamento estudantil na Ciudad del Saber................................................................................. 58
Figura 40 Planta baixa West Campus.................................................... 59
Figura 41 Pátio interno West Campus................................................... 60
Figura 42 Sala dos apartamentos da West Campus.............................. 60
Figura 43 Quarto dos apartamentos da West Campus.......................... 60
Figura 44 Mapa de localização do Município de Catalão (GO).............. 64
Figura 45 Vista superior da cidade de Catalão (GO).............................. 64
Figura 46 Localização do terreno na cidade de Catalão GO............... 65
Figura 47 Recorte terreno...................................................................... 65
Figura 48 Fachada frontal terreno ........................................................ 65
Figura 49 Recorte mapa zoneamento 66
Figura 50 Condicionantes climáticas...................................................... 66
Figura 51 - Uso e ocupação do solo......................................................... 68
Figura 52 - Cheios e vazios...................................................................... 69
Figura 53 - Áreas verdes.......................................................................... 70
Figura 54 - Gabarito de altura.................................................................. 71
Figura 55 - Sistema viário......................................................................... 72
Figura 56 - Desnível terreno.................................................................... 73
Figura 57 - Mapa de declividade do terreno............................................. 73
Figura 58 - Festa em Sættedammen........................................................ 76
Figura 59 - Esquema blocos.................................................................... 77
Figura 60 - Setorização........................................................................... 78
Figura 61 - Organograma térreo............................................................. 79
Figura 62 - Organograma pavimento tipo................................................ 79
Figura 63 - Fluxograma térreo................................................................. 79
Figura 64 Fluxograma pavimento tipo.................................................... 79
Figura 65 Estrutura................................................................................ 80
Figura 66 Detalhe brise.......................................................................... 80
Figura 67 Texturas utilizadas do projeto................................................ 81
Figura 68 Telha termo acústica............................................................. 81
Figura 69 Planta cobertura.....................................................................81
Figura 70 Implantação............................................................................82
Figura 71 Planta pavimento térreo..........................................................83
Figura 72 Planta pavimento tipo.............................................................84
Figura 73 Plantas tipologias apartamentos.............................................85
Figura 74 Corte AA 86
Figura 75 Corte BB 86
Figura 76 Corte CC.................................................................................87
Figura 77 - Corte DD.................................................................................87
Figura 78 - Fachada frontal.......................................................................88
Figura 79 - Fachada segundo bloco.........................................................88
Figura 80 - Perspectiva fachada frontal....................................................92
Figura 81 - Perspectiva corredor biblioteca...............................................93
Figura 82 - Perspectiva praça interna.......................................................94
Figura 83 - Vista sacada apartamentos....................................................96
Figura 84 - Perspectiva área de convivência............................................97
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Índice IGP M acumulado de junho de 2020 a junho de 2021 ................................................................................................................. 18
Gráfico 2 - Número de matrículas em cursos de graduação e sequencial –Brasil 2009-2019...................................................................................... 29
Gráfico 3 - Salário médio por escolaridade no Brasil em 2019................ 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Número de instituições de educação superior, por organização acadêmica, segundo a categoria administrativa Brasil 2019............. 29 Tabela 2 Número de cursos de graduação por modalidade de ensino, segundo o grau acadêmico Brasil 2019............................................. 29
Tabela 3 Tabela resumo estudos de caso 61 Tabela 4 Programa de necessidades 78
LISTA DE SIGLAS
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira FIES Fundo de Financiamento Estudantil PROUNI Programa Universidade para Todos SISU Sistema de Seleção Unificada FCAT Universidade Federal de Catalão ENEM Exame Nacional do Ensino Médio DEED Diretoria de Estatísticas Educacionais IES Instituições de Educação Superior IF – Instituto Federal CEFETS - Centros Federais de Educação Tecnológica IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SENCE - Secretaria Nacional da Casa de Estudante MEC - Ministério da Educação
SUMÁRIO I N T R O D U Ç Ã O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 6 1.0 1.1 Problemática............... 16 1.2 Objetivo geral...............17 1.2.1 Objetivo específico. 17 1.3 Justificativa................... 17 2.0 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA.................... 22 2.1 Surgimento da universidade no mundo. 22 2.2 Surgimento da universidade no Brasil.... 23 2.3 Moradia estudantil no mundo................... 25 2.4 Moradia estudantil no Brasil...................... 25 EDUCAÇÃO................... 28 3.0 3.1 Estudantes...................................................... 28 3.2 Rede de educação superior no Brasil...... 28 3.3 A influência da formação............................ 29 4.0 MORADIA ESTUDANTIL.................. 34 4.1 Significado de morar.....................................34 4.2 Moradia estudantil....................................... 34 4.3 O impacto da moradia estudantil para a vida do estudante................................37 4.4 Tipos de residências estudantis............... 38 4.5 Moradia estudantil em Catalão................ 41
7.1 Conceito e Partido....................................... 76 7.2 Programa de necessidades....................... 78 7.3 Fluxograma e organograma ..................... 79 7.4 Sistema estrutural ....................................... 80 7.5 Solução conforto térmico .......................... 80 7.6 Materialidade ................................................ 81 7.7 Cobertura ...................................................... 81 7.8 Implantação ................................................... 82 7.9 Pavimento térreo ......................................... 83 7.10 Pavimento tipo ........................................... 84 7.11 Tipologia apartamentos ........................... 85 7.12 Corte ............................................................. 86 7.13 Fachada ........................................................ 88 5.0 ESTUDO DE CASO........ 46 5.1CampusHall, UniversityOfSouthernDenmark.....................................46 5.2 Residência estudantil Unicamp................. 50 5.3 Alojamento estudantil na Ciudad Del Saber.. 53 5.4 Moradia Estudantil West Campus............ 59 5.5 Considerações............................................... 61 6.0 DIAGNÓSTICO DA ÁREA......................... 64 6.1 Histórico de Catalão................................... 64 6.2 Caracterização da área.............................. 65 6.3 Zoneamento................................................. 66 6.4 Condicionantes climáticas........................ 66 6.5 Uso e ocupação do solo............................ 68 6.6 Cheios e vazios............................................ 69 6.7 Áreas verdes................................................. 70 6.8 Gabarito de altura....................................... 71 6.9 Sistema viário............................................... 72 6.10 Topografia................................................... 73 7.0 PROPOSTA ARQUITETÔNICA......... 76 8.0 ESPACIALIDADE........... 92 9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................... 101 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........105
INTRODUÇÃO 01
INTRODUÇÃO
No Brasil o crescimento da rede de universidades vem aumentando cada dia mais, há muitos fatores que resultam nesse crescimento, entre eles temos o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) que oferece financiamento de mensalidades em faculdades particulares, Prouni (Programa Universidade para Todos) que oferece bolsas de estudo integrais e parciais para os estudantes e o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) que é um sistema onde instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), sendo esses alguns dos meios que contribuem para o ingresso do estudante no ensino superior. Em consequência disso, cresce também o número de estudantes que saem de sua cidade de origem para ir estudar em outra cidade. A busca pela moradia estudantil é uma das maiores dificuldades dos estudantes, os mesmos buscam uma moradia próximo às instituições, que tenha um baixo custo e que possua uma estrutura adequada para a permanência do estudante na cidade.
(...) a condição socioeconômica destes estudantes, que determina a busca por moradia coletiva e sem custos. Assim, as casas estudantis reúnem pessoas que investem na escolarização como uma forma de encaminhar suas vidas, em busca de uma carreira, tendo, para isso, quer deixar seu lugar de origem, afastando-se de suas famílias e de todo contexto de vida que levaram até o momento de ingresso na Universidade, para morar com outras pessoas de condições semelhantes. (OSSE, 2008).
O fornecimento de bolsas vem sendo a modalidade mais comum entre os programas de assistência ao estudante desde o surgimento das universidades brasileiras.
A assistência estudantil, enquanto mecanismo de direito social, tem como finalidade prover os recursos necessários para transposição dos obstáculos e superação dos impedimentos ao bom desempenho
acadêmico, permitindo que o estudante se desenvolva perfeitamente bem durante a graduação e obtenha um bom desempenho curricular, minimizando, dessa forma, o percentual de abandono e de trancamento de matrícula (VASCONCELOS,2002, p.29).
Em Catalão GO temos um exemplo da bolsa moradia, mas que infelizmente não é suficiente. Segundo o site da UFCAT (Universidade Federal de Catalão) são oferecidos para os estudantes que não possuem residência e ou familiares residentes em Catalão GO uma bolsa moradia no valor de R$240,00, apenas para o estudante da rede pública de ensino e com renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. Sendo essas inscrições feitas uma vez por ano no início das aulas. A bolsa moradia muitas vezes ainda continua sendo insuficiente para manter o estudante, e muitos desses estudantes também não conseguem esse benefício por terem poucas vagas.
1.1 Problemática
Com o aumento do número de vagas e o surgimento de novos cursos de graduação na cidade de Catalão - GO cresce também o número de estudantes que se deslocam de suas cidades de origem para ir estudar. Catalão conta com uma moradia estudantil, que é destinada apenas aos estudantes da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) não atendendo às outras instituições de ensino superior existentes na cidade, sendo essa moradia com um número limitado de vagas para atender os alunos que necessitam de uma moradia gratuita. Os alunos provenientes das instituições privadas tendem a recorrer a apartamentos, quitinetes, repúblicas ou muitas vezes fazem o percurso de ida e volta de sua cidade. Diante da problemática percebe se a necessidade da discussão quanto à permanência desses estudantes de baixa renda nas faculdades, desse modo, a presente proposta procura solucionar o problema da moradia universitária na cidade de Catalão GO, uma vez que se percebe a falta M
1.0
16
de espaços destinados aos estudantes, com um programa de necessidade adequado para os mesmos.
1.2 Objetivo geral
O objetivo geral deste trabalho é suprir a falta de moradias necessárias para os estudantes da cidade de Catalão GO, com a criação de uma moradia estudantil de cunho social que a efetive como equipamento socializador, formador e integrados do espaço urbano a partir do potencial de Catalão como polo educacional.
1.2.1 Objetivo específico
Compreender o contexto histórico do surgimento das universidades e moradias estudantis.
Desenvolver um estudo detalhado sobre as moradias estudantis e a importância dela na vida dos estudantes.
Analisar referências projetuais, com o objetivo de desenvolver um projeto moderno e funcional.
Analisar a área do terreno, seu entorno e a localidade que está inserida, juntamente com a legislação vigente ao qual está sujeita.
1.3 Justificativa
O tema do seguinte trabalho se deu com a vivência da autora com jovens universitários que deixaram sua cidade de origem e foram para Catalão GO com o objetivo de cursar o ensino superior. O desafio de encontrar um lugar para morar na cidade é grande, além disso muitos estudantes não possuem condição de pagar um lugar para morar sozinho, sendo assim, precisa encontrar outra pessoa para dividir as despesas.
A cidade de Catalão é considerada um polo estudantil, a mesma conta com as seguintes instituições de ensino superior:
.
Faculdade Una Universidade Federal de Catalão UFCAT Faculdade Estácio Pólo Aprov Catalão Uniasselvi
Senai
Com esse aumento do número de instituições de ensino superior ao longo dos anos, a cidade tem recebido cada vez mais estudantes.
O município de Catalão atende alunos de outras cidades e outros estados, no entanto, a cidade possui apenas uma moradia estudantil que é destinada apenas estudantes na UFCAT. Diante da demanda dessas instituições, observa-se a necessidade de habitações adequadas a esses estudantes.
A busca por uma moradia que atenda às necessidades dos estudantes e que seja acessível financeiramente vem ficando cada vez mais difícil, principalmente com o aumento no valor do aluguel. Segundo o site de notícias G1 (2021), o índice do mercado imobiliário vem acumulando alta mês a mês desde o início da pandemia causada pela Covid-19 (gráfico 1)
17
Gráfico 1 Índice IGP M acumulado de junho de 2020 a junho de 2021 Fonte: G1, 2021
Uma vez que evidenciamos a importância dessa moradia para os estudantes, suas vivências, a distância das famílias, o aceleramento do desenvolvimento das cidades e o aumento do aluguel na cidade, propõe se então, a criação de uma moradia estudantil para a cidade de Catalão GO.
18
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
02
2.0 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
2.1 Surgimento da universidade no mundo
A primeira referência de universidade foi por volta de 387 a.C., pelo filósofo grego Platão. Ele teria formado uma escola de filosofia num terreno adquirido nos arredores de Atenas, e nela os estudantes aprendiam filosofia, matemática e ginástica. Naquele período o conhecimento era um privilégio para poucos. (SANTIAGO.s.d.)
O surgimento da universidade no mundo se deu no final do século XI, nessa época o conhecimento era bastante restrito, sendo assim, os estudantes contratavam alguns professores especialistas em um dos temas chamados “essências universais”, criando assim o nome conhecido até hoje de universidade. (VIEIRA, 2017).
A primeira Universidade foi fundada em Bolonha, na Itália, conhecida como Universidade de Bolonha. No fim do século XII a universidade incorporou o primeiro curso de Direito com as disciplinas de retórica, gramática e lógica. A escola atraiu diversos alunos de várias partes da Europa durante muitos anos (SIMÕES, 2013)
Logo após o surgimento da Universidade de Bolonha foi fundada a Universidade de Oxford (1096), considerada a melhor universidade do mundo, a qual teve uma grande contribuição para o avanço humano ao longo da história. Cerca de 54 anos depois foi fundada a Universidade de Paris (1150), criada dentro das edificações religiosas que acompanhava disciplinas da igreja. (SIMÕES, 2013). Segundo a autora Mara Leite Simões (2013) a partir do século XIV, houve uma expansão de universidades por todo o território europeu, sendo algumas delas: Lerida (1300) na Espanha, Roma (1303) na Itália, Avignon (1303), Orléans (1305) na França, Perugia (1308) em Portugal.
Figura 1 Un versidade de Bolonha Fonte: Estudar fora 2021
22
Figura 2 Universidade de Oxford. Fonte: Brasil escola 2020.
2.2 Surgimento da universidade no Brasil
Ao longo do período colonial foram feitas diversas tentativas de implantação de universidades no Brasil principalmente pelos jesuítas. Durante esse período, o país não tinha universidades nem outras instituições de ensino superior, muito diferente do que ocorreu em outros países. (MENDONÇA, 2000). Segundo Durham (2003), “[...] a política da coroa portuguesa sempre foi a de impedir a formação de quadros intelectuais nas colônias, concentrando na Metrópole a formação de nível superior” (p.3).
Durante o período colonial a educação ficou dependente da Universidade de Coimbra localizada em Portugal, onde iam estudar os brasileiros. Mendonça (2000) declara que esta foi a “universidade brasileira”, já que mais de 2.500 jovens nascidos no Brasil se formaram nela, a mesma formava grande parte da elite brasileira.
A primeira experiência com o ensino superior no Brasil ocorre a partir de 1808, quando a família real portuguesa chega ao país. Assim foram criadas as primeiras escolas, sendo elas: escola de Cirurgia e Anatomia, em Salvador (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia) e de Anatomia e Cirurgia no Rio de Janeiro (hoje Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e a Academia de Guarda Marinha, também no Rio. (MENDONÇA, 2000).
Figura 3 Universidade de Coimbra no século XIX.
Fonte: Casa de Camilo, 2021.
Figura 5 Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do RJ 1808.
Fonte: ADUFR 2020.
23
Fonte:
2020 24
Figura 6 Academia de Guarda Marinha do Rio de Jane ro
1810
ADUFR
2.3 Moradia estudantil no mundo
Ao longo dos anos o número de universidades vem aumentando cada vez mais, gerando o aumento no fluxo de estudantes de várias regiões do mundo, o que consequentemente gerou a necessidade de infraestrutura aos universitários, principalmente a assistência habitacional.
Durante a Idade Média os estudantes se reuniam em casas, mais conhecida por “nações”, cada uma abrigava estudantes de diferentes lugares. Esse modo de dividir moradia foi implantada em Coimbra, no século XIV, quando D. Dinis promoveu a construção de casas que deveriam ser habitadas por estudantes, mediante pagamento de um aluguel. (FARIAS,2015).
Segundo Nawate (2014) os edifícios destinados exclusivamente para abrigar estudantes surgem a partir do século XIII. Um exemplo são os College de Oxford, o mais antigo deles é o Merton College, fundado em 1264, que inclui capela, biblioteca, salas de aula e aposentos dispostos ao redor de jardins
2.4 Moradia estudantil no Brasil
No Brasil, a moradia estudantil começou entre 1850 e 1860, surgiu em Ouro Preto (MG), em consequência da demanda de professores e alunos que saiam do interior de Minas Gerais interessados em cursar ou lecionar na antiga Escola de Minas de Ouro Preto. A escola oferecia cursos nas áreas de mineração, engenharia e geologia. (NAWATE, 2014).
A primeira moradia estudantil no Brasil surge entre 1850 e 1860, na cidade de Ouro Preto MG. Naquela época a cidade passava pelo Ciclo de Mineração o que consequentemente ocasionou no aumento da cidade e a grande procura por qualificação profissional. Logo então surge a Escola de Minas de Ouro Preto, serviu como grande atrativo para os estudantes, sendo assim surge a necessidade de uma moradia estudantil em resposta a grande quantidade de alunos e professores que emigravam para Ouro preto para estudar e/ou trabalhar (COSTA e OLIVEIRA, 2012)
Figura 7 Merton College Reino Unido
Fonte: Stuart Norman
25
Figura 8 Esco a de Minas de Ouro Preto. Fonte: Stuart Norman.
EDUCAÇÃO 03
EDUCAÇÃO
3.1 Estudantes
(...) a condição socioeconômica destes estudantes, que determina a busca por moradia coletiva e sem custos. Assim, as casas estudantis reúnem pessoas que investem na escolarização como uma forma de encaminhar suas vidas, em busca de uma carreira, tendo, para isso, quer deixar seu lugar de origem, afastando-se de suas famílias e de todo contexto de vida que levaram até o momento de ingresso na Universidade, para morar com outras pessoas de condições semelhantes. (OSSE, 2008).
Os estudantes nessa nova fase sofrem com a pressão de ter que escolher uma carreira logo após o término do ensino médio, a dúvida no que se diz respeito ao futuro, principalmente porque o número de profissões aumenta cada vez mais e o mercado de trabalho torna-se cada vez mais exigente e competitivo. Começar a vida na faculdade naturalmente gera entusiasmo e ansiedade por muitos motivos, incluindo mudança, responsabilidades acadêmicas e conhecer novas pessoas. Para alguns, essa apreensão é rapidamente superada à medida que se adaptam a um novo ambiente; para outros, a transição leva mais tempo.
O ingresso no ensino superior é um acontecimento significativo na vida dos jovens que, tradicionalmente, coincide com um período do desenvolvimento psicossocial marcado por mudanças importantes. É o período de explorações definido como a idade das possibilidades, sendo pautado por instabilidades e reconhecidamente a fase de desenvolvimento mais auto focada: o jovem se encontra em um processo de transição complexo. (OSSE E COSTA, 2011).
É esse o momento em que o estudante vai fazer escolhas importantes, principalmente se sua opção for por fazer uma graduação em outra cidade. Muitos estudantes escolhem um curso que não tem na sua cidade de origem, o que faz com que eles tenham que se mudar de cidade atrás do curso desejado.
Diante disso, muitos estudantes precisam conciliar o trabalho com sua formação superior, essa situação é frequente principalmente com famílias de baixa renda e em situação de maior vulnerabilidade social, na qual, o estudante precisa trabalhar para se manter e garantir sua permanência em outra cidade. Essa jornada dupla que envolve trabalho e estudo pode gerar desgaste físico e emocional, caso não estejam preparadas para superar os obstáculos, inclusive de uma moradia precária
3.2
Rede de educação superior no
Brasil
No Brasil a educação superior é uma etapa fundamental para uma carreira de sucesso. Com o avanço tecnológico e social é fundamental que o mercado de trabalho busque pessoas que acompanhem esse ritmo. Sendo assim as instituições abrem mais vagas para os estudantes.
A educação superior ganhou novas dimensões neste mundo de comunicações e interdependências globais, pois, é o principal espaço público de produção de conhecimento e de formação. Isto é defendido tanto por aqueles que entendem o conhecimento e a formação como elementos fundamentais de inclusão social e da emancipação humana, em geral, criando melhores condições de vida para todos, como por quem os entende como valores centrais de competitividade e sucesso individual no mundo dos negócios e do trabalho. (IBIDEM, p. 33).
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), junto com a Deed (Diretoria de Estatísticas Educacionais), divulgou os dados do Censo da Educação Superior 2019. A pesquisa abrange resultados do último senso relativo aos indicadores de fluxo da educação superior, resultantes do acompanhamento individualizado de coortes de ingressantes de graduação de 2010 a 2019. (CENSO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR, 2019).
Analisando a tabela de 2019 (tabela 1), 2.608 Instituições de Educação Superior (IES) participaram do Censo Superior, sendo 79,6% faculdades,
3.0
28
seguidas dos centros universitários com 11,3%, universidades 7,6%, institutos federais (IFs) e Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) com 1,5%. Dessa forma sabemos que as faculdades tem maior agrupamento de estudantes.
educação superior cresceu 43,7% nesse período. Em 2019, o aumento foi de 1,8%.
Tabela 1 Número de instituições de educação superior, por organização acadêmica, segundo a categoria administrativa Brasil 2019
Fonte: Censo de educação superior 2019.
São 40.427 cursos de graduação sendo predominante o bacharelado com 60,3%, seguidos dos tecnológicos (20,9%) e, por último, as licenciaturas (18,8%).
Tabela 2 Número de cursos de graduação por modalidade de ensino, segundo o grau acadêmico Brasil 2019
Fonte: Censo de educação superior 2019.
Analisando o seguinte gráfico (gráfico 2) entre 2009 e 2019, podemos constatar que o número de matrículas no ensino superior continua crescendo, atingindo 8,60 milhões de estudantes. Com uma taxa média de crescimento anual de 3,7%, nos últimos dez anos, a matrícula na mmm
Fonte: Censo de educação superior 2019
3.3 A influência da formação
A educação desempenha o papel de formar o novo homem para a nova sociedade, uma educação que possibilite o acesso de todos à cultura universal e aos bens decorrentes dela; uma educação que desenvolva todas as dimensões e potencialidades e garanta a emancipação humana. (LOMBARDI, 2016, p.29).
Segundo o site Faculdade do Futuro o mercado de trabalho tem sido cada vez mais exigente, tornando o ensino superior um pressuposto básico para a conquista de um bom emprego. Algumas das vantagens da formação acadêmica avançada estão:
Maior valorização pelo mercado; Maior índice de empregabilidade; Melhores salários; Maior conhecimento sobre determinado assunto; Currículos ricos em competências, habilidades e conhecimentos técnicos;
Gráfico 2 Número de matrículas em cursos de graduação e sequencial Brasil 2009 2019
29
Ampliação do leque de oportunidades profissionais.
A busca pelo ensino superior é de grande importância para o aperfeiçoamento do perfil profissional, onde o mesmo irá desenvolver as habilidades necessárias para que tenha uma carreira de sucesso. Além de obter um conhecimento técnico sob a profissão desejada o ensino superior desenvolve nos estudantes habilidades sociais extremamente importantes para o mercado competitivo qualificado.
Segundo o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o acréscimo de salário depende da conclusão do curso, o nível de instrução é determinante para a renda dos brasileiros. A renda de quem concluiu o ensino superior é praticamente o triplo daqueles que têm apenas o ensino médio.
Gráfico 3 Salário médio por escolaridade no Brasil em 2019 Fonte: IBGE, 2019
Os estudantes investem na escolarização como uma forma de transformar e transmutar para outra classe social, e buscar uma carreira, tendo, para isso, de deixar seu lugar de origem, para morar com outras pessoas em condições semelhantes” (BARRETO, 2014).
30
MORADIA ESTUDANTIL
04
MORADIA ESTUDANTIL
4.1 Significado de morar
Não importa o lugar que você chame de lar, casa significa santuário, o lugar onde podemos descansar, relaxar, curtir o tempo com os amigos, aprender, crescer e simplesmente ser. Nossas casas dizem muito sobre quem somos e o que pensamos ser na vida. Segundo Gueresi (2004), o ambiente edificado desde os primórdios tem a função de abrigar o ser humano. A moradia é o local encontrado para lhe trazer segurança, onde o homem pode dar continuidade à sua família. Porém a importância da habitação vai muito além desta função de proteção física, é um direito do cidadão A casa representa para as pessoas, o seu lugar no mundo, traz o sentimento de propriedade e pertencimento numa sociedade. O homem busca imprimir no seu habitat, suas referências, sua identidade.
O direito à moradia digna, assim, está intimamente ligado aos direitos fundamentais à vida e à saúde, pois o conceito ampliado de habitação envolve a função de proteção em largo espectro. As condições do espaço de habitar, mais do que de quaisquer outros espaços, podem ser 22 consideradas fatores de risco ou de saúde, dependendo de sua qualidade. Considerando, ainda mais, que a habitação é fundamental para o desenvolvimento das atividades produtivas e criativas do ser humano, pode-se dizer que o desenvolvimento como hoje se conhece não seria concebível sem a intermediação dos espaços da habitação. (GUERESI,2004, p.138).
Estamos propensos a nos apropriar somente de algo com que nos identificamos. As peculiaridades de um ambiente têm a capacidade de nos conceder prazer, promoção social, ou até mesmo desconforto e estranheza. Se não existe a apropriação do espaço, o indivíduo não se sente pertencente ao lugar. A partir do momento que a pessoa se identifica com o ambiente, ela tende a imprimir ali sua personalidade, e se sente parte do lugar. Este processo pode ser lento, e caso este ambiente l
não disponha de elementos que o identifique, o indivíduo irá modifica lo de acordo com sua conveniência. (KUHNEN, 2009).
A moradia é um dos aspectos mais importantes para satisfazer o bem estar das pessoas, considerando se o atendimento às necessidades básicas de morar, e constitui se mais que um simples abrigo (QUEIROZ, 1996, apud CANDIDO, 2009).
4.2 Moradia estudantil
Segundo Nawate (2014) a moradia estudantil é uma habitação temporária para estudantes que migram de cidades, estados e até de países, diferentes do lugar onde estudam. Devem oferecer acomodações adequadas, espaços de estudo e convívio social e um local que propicie um bom relacionamento entre seus moradores e com a vizinhança, estimulando o trabalho em equipe, o senso coletivo e promovendo atividades culturais. É geralmente mantida financeiramente e administrativamente pelos próprios moradores, incentivando dessa forma um sentimento de responsabilidade e pertencimento do local.
As moradias estudantis se caracterizam com espaços vivos e humanizados, onde os universitários que vivem nessas casas podem reconstruir laços de família criando assim uma tipologia de substituição dos vínculos familiares estabelecidos pela convenção social, trazendo isso para o espaço das moradias e na forma em que esses universitários se relacionam. (SOUSA 2005, p.68).
Moradia estudantil possui um papel fundamental na vida do estudante, são habitações que geralmente substituem a vida familiar, tem como objetivo proporcionar ambientes para o desenvolvimento de atividades acadêmicas e sociais, oferecendo aos seus moradores uma infraestrutura adequada a fim de viabilizar a permanência dos mesmos nas instituições. (GOMES, RAMOS, SOUZA & RAMOS, 2015).
Percebe-se que a moradia estudantil é um componente social de fundamental importância na assistência universitária, pois são habitações que geralmente substituem a vida familiar e possuem como objetivo, além de abrigo, finalidades sociais, humanas e de desenvolvimento do meio educacional (DE MOARES GOMES, C et al)
4.0
34
Segundo a Secretaria Nacional da Casa de Estudante SENCE (2006), existem três tipos básicos de moradias estudantis, podendo receber as seguintes denominações: alojamento estudantil, residência estudantil e casa de estudante. Alojamento estudantil: moradia de propriedade da instituição de ensino superior, e /ou das instituições de ensino secundário púbico.
35
Figura 9 Moradia Estudantil USP Fonte: Jornal da USP, 2021.
Casa de estudante: é uma moradia estudantil administrada de forma autônoma sem vínculos com a administração de instituição de ensino superior ou secundarista.
F gura 10 Morada do Jardim, Laguna SC
Fonte: Morada do jardim, s d
36
4.3 O impacto da moradia estudantil
para a vida do estudante
Hoje, a vida universitária é muito diversa, matérias diferentes, uma carga horária rigorosa, além das universidades oferecem uma variedade de oportunidades educacionais. Mas, o que muitos alunos parecem não perceber é que experiências aparentemente básicas, como a escolha de acomodação, podem ter um impacto tão grande em seu dia a dia.
As experiências que vivenciamos durante o período de formação define completamente quem e como seremos em nosso futuro. Sei que tudo o que vivenciei foi extremamente essencial para entender o quão importante é o ambiente em que vivemos durante o período de formação, na medida que é neste espaço de tempo que formamos nossa criticidade e sociabilidade. Eu acredito que nosso país ainda não se preocupa em estimular a implementação deste tipo de ambiente para os estudantes, talvez seja pelo fato de não ser da cultura nacional. (NONNEMACHER, 2020).
A moradia estudantil tem um papel de muito impacto na vida do estudante em dois aspectos: psicológico e social. A experiência de sair de casa é percebida pelos estudantes como algo difícil, em virtude de se sentirem sozinhos, terem medo, timidez e pelas dificuldades socioeconômicas, tendo a necessidade de apoio para permanência no ensino superior, mas também como algo importante, devido à independência conquistada. Para Galland (1995), a independência residencial aparece como critério importante para a vivência da vida estudantil.
Uma pesquisa realizada por GARRIDO (2015) utilizou o uso de domínios para relatar o impacto resultante de se viver em moradia estudantil durante o período de formação do estudante universitário, sendo elas:
Domínio pessoal: mudanças relacionadas à aquisição ou ao enfraquecimento de hábitos e habilidades, de características e de processos pessoais no âmbito cognitivo, emocional, prático e financeiro.
República estudantil: imóvel locado para fins de moradia estudantil.
Figura 11 Repúb ica dos Galifões, em Coimbra. Fonte: Ephemera, 2016.
37
I.1.a Aquisição, fortalecimento ou enfraquecimento de hábitos e habilidades e de características e processos pessoais, que podem ser aplicados em vários contextos da vida.
I.1.b Sentimentos e (ou) percepções relativas ao próprio sujeito, à experiência de ser morador, sobre a moradia ou sobre a universidade.
I.1.c Ganho ou prejuízo de recursos materiais.
Domínio social: mudanças referentes à amplitude da rede social do estudante, ao seu envolvimento em atividades diversas de interação social, à sua competência nas relações sociais.
I.2.a Ampliação ou restrição na composição da rede social, incluindo mudança de papel social exercido.
I.2.b Envolvimento em atividades de interação social, observandose o tipo ou natureza das atividades dentro ou fora da moradia e alterações em sua frequência.
I.2.c Competência social, na forma de aquisição, fortalecimento ou enfraquecimento de habilidades, atitudes, valores e comportamentos, necessários à convivência social.
Domínio acadêmico: alterações relacionadas à tarefa acadêmica, as quais envolvem mudanças em conhecimento, ganho, fortalecimento ou enfraquecimento de habilidades e cumprimento de compromissos e tarefas e mudanças relacionadas ao desempenho acadêmico.
I.3.a Conhecimentos relativos ao conteúdo do curso que frequenta e a outras áreas do conhecimento e alterações de conhecimento sobre o funcionamento da universidade, sobre a vida acadêmica e a formação. I.3.b Habilidades e hábitos referentes ao cumprimento de compromissos e tarefas acadêmicas.
I.3.c Envolvimento acadêmico, que compreende o grau de dedicação às atividades obrigatórias e não obrigatórias, à utilização de equipamentos e de serviços disponíveis na universidade. Contempla ainda o grau de interação com professores e demais membros da comunidade acadêmica, assim como iniciativas de organização e participação em comissões e eventos acadêmicos.
I.3.d Desempenho, na forma de resultados em termos de nota, ou avaliação de desempenho acadêmico que resultem em aprovação ou reprovação. (GARRIDO, 2015).
A experiência de viver em uma moradia estudantil contribui para o mmmm
enriquecimento da formação do estudante da educação superior, desenvolve autonomia, responsabilidade, amadurecimento, participação em atividades extracurriculares. (GARRIDO, 2012).
As moradias estudantis representam, nos espaços urbanos, muito mais do que espaços de estadia e/ou convivência. São lugares que alcançam dimensões afetivas, psicológicas e de verdadeira identificação do indivíduo com tais localidades. (LUIZ, 2019).
4.4 Tipos de residências estudantis
Segundo Littlefield em seu livro Manual do Arquiteto, a grande maioria das acomodações para estudantes se baseia em oferecer um quarto ou apartamento do tipo quitinete para cada aluno. Segundo ele, o ideal seria que esses apartamentos possuírem tamanhos e layouts diferentes, com ambientes apropriados para estudo e também para moradia, socialização e descanso, atendendo assim as necessidades dos estudantes. (LITTLEFIELD, 2011).
No livro o autor mostra as seguintes soluções de plantas para as moradias estudantis:
Tipologia do bloco sem elevador
O edifício é dividido em blocos, cada uma com um número limitado de dormitórios em cada pavimento atendidos por uma única escada (Figura 10). Com esse modelo não há como colocar elevadores, sendo assim esse tipo de habitação dificilmente são aceitas pelas instituições devido a limitação para cadeirantes. (LITTLEFIELD, 2011).
38
Tipologia com corredor
Os dormitórios são dispostos ao longo dos corredores permitindo que várias unidades habitacionais sejam atendidas por apenas um elevador, o que facilita o acesso de pessoas com deficiências. Um ponto negativo é a dificuldade de entrada de luz e ventilação natural. (LITTLEFIELD,2011).
Figura 13 Dormitório de estudantes com arranjo em corredores Fonte: Manual do arquiteto 2011
Figura 12 Dormitório de estudantes com arranjo em escadar a. Fonte: Manual do arquiteto 2011.
1.
individual 2.
3
4
Unidade habitacional
Banheiro Privativo
Cozinha
Sala de jantar
1. Colunata de entrada 2. Saguão com
duplo 3. Escadarias 4. Sala de
5. Cozinha 6. Auditório 7/8 Dormitórios
pé direito
jantar
39
Edifícios de apartamentos
Nessa tipologia os apartamentos são agrupados independentemente, com unidades habitacionais distintas e demais equipamentos compartilhados. OS corredores são subdivididos para a criação de apartamentos independentes. (LITTLEFIELD, 2011).
1.Unidade habitacional individual 2. Cozinha compartilhada 3. Área de circulação de uso comum
F gura 14 Apartamentos para estudantes
Fonte: Manual do arquiteto 2011
Casa ou apartamentos individuais
Casas ou apartamentos comuns, mais utilizadas entre estudantes mais velhos ou funcionários com família. (LITTLEFIELD,2011).
Figura 15 Edifício baixo com apartamentos independentes. Fonte: Manual do arquiteto 2011
1.Unidade habitacional individual 2.Cozinha 3.Sala de estar e jantar 4.Instalações/armário/material de limpeza 5.Banheiro 6.Minicozinha 7.Duto para ventilação 8.Projeção de beiral 9.Claraboia para corredor linear
40
Figura 16 Corte edifício baixo com apartamentos independentes Fonte: Manual do arquiteto, 2011
Segundo Littlefield a moradia estudantil precisa passar uma sensação de privacidade e segurança, deve ser fácil de limpar e manter, possuir uma boa iluminação e ventilação. As tipologias de unidades habitacionais devem incluir dormitórios com ou sem banheiro próprio e suítes com cozinha. Podendo ser unidades individuais ou compartilhadas. (LITTLEFIELD, 2011).
4.5 Moradia estudantil em Catalão
Após vários manifestos dos alunos e da gestão da Universidade Federal de Catalão para a implantação de uma moradia estudantil, o MEC (Ministério da Educação) liberou uma verba para o início das obras do prédio da moradia estudantil em um terreno doado pela prefeitura municipal de Catalão.
O edifício se localiza na Rua D, no Loteamento Residencial Copacabana II em Catalão – GO, com uma área de 6 145,67 m² conta com o fornecimento de água tratada, rede de energia elétrica e iluminação pública, rede de esgoto e água pluvial.
Figura 17 Localização casa do estudante Catalão GO Fonte: Google maps
41
Segundo o site Blog do badiinho (2021), a moradia estudantil denominada Moradia Universitária do Cerrado conta com dois blocos, cada bloco possui quatro pavimentos com seis apartamentos por andar (figura 19), sendo o térreo com quatro unidades acessíveis que comportam até dois estudantes, um estacionamento para 26 carros, um campo de grama para prática de esportes, um quiosque para socialização, e uma área aberta com funcionalidade urbana ainda a definir em projetos urbanísticos futuros. Todos os apartamentos são mobiliados e totalmente acessíveis, a expectativa é de que 128 estudantes de graduação sejam atendidos.
O prédio também conta com uma usina com capacidade de geração de 32mil Kwh/mês e 35% de economia em energia. O volume de energia gerado por essa usina tem a capacidade para abastecer 160 residências de porte pequeno a médio ou manter 133 mil lâmpadas LED em iluminação pública. (BLOG DO BADIINHO, 2021).
Figura 18 Fachada Moradia Universitária do Cerrado
Fonte: Acervo pessoal
42
Figura 19 Planta pavimento tipo Moradia Universitária do Cerrado Fonte: UFCAT 2017 (Adaptado pela autora)
43
ESTUDO DE CASO
05
5.0 ESTUDO DE CASO
5.1CampusHall, UniversityOf Southern Denmark
Ficha técnica
Arquitetos: C.F. MOLLER
Localização: Odense, Dinamarca Área: 13.700m²
Ano do projeto: 2015
O Campus Hall (figura 20) é uma moradia estudantil projetada pelo escritório CF Moller para a Universidade do Sul da Dinamarca em Odense. Sua estrutura está distribuída por 13.700m² e inclui 250 unidades habitacionais localizadas em três torres interligadas de 15 andares, a residência não possui frente nem traseira o que proporciona uma vista de 360 graus. (ARCHDAILY, 2016).
Figura 20 Campus Hall Fonte: ArchDaily, 2014
46
O projeto tem como objetivo fazer uma ligação entre o campus universitário linear de 1966 e o novo Cortex Parka, sendo eles uma inspiração para a residência estudantil. O edifício conta com seu layout organizado em espaços comuns em todos os andares, áreas comuns como cozinha e sala de convivência compartilhada, atuando como um ponto de encontro social para os estudantes de cada andar (figura 21), dormitórios individuais, duplos e acessíveis (figura 22) (CF MOLLER ARCHITECTS, s d )
47
Figura 21 Áreas comuns Campus Hall Fonte: C MOLLER ARCHITECTS, s d
Figura 22 Planta baixa dos modelos habitacionais da Campus Hall.
Fonte: C MOLLER ARCHITECTS, s.d.
48
No pavimento térreo o edifício conta com um café, salas de grupos, áreas de estudo, escritórios da administração, um hall de entrada e um amplo bicicletário para os estudantes (figura 23). Jardins e quadras de vôlei cercam a base do prédio (figura 24).
Figura 23 Hall de entrada e bicicletár o Campus Hall.
Fonte: C MOLLER ARCHITECTS, s.d.
Figura 24 Jardim Campus Hall
Fonte: C MOLLER ARCHITECTS s d
49
Os andares superiores possuem vistas magnificas, os mesmos são reservados para atividades comuns como grupos de estudos, salões de festas e terraços verdes em vários níveis (figura 25).
O edifício é uma construção de baixa energia feita a partir de materiais de qualidade, prioriza a utilização de iluminação natural, adaptação às condições climáticas, uso de ventilação natural cruzada e extensiva recuperação de calor a partir do ar de exaustão, águas residuais e chuveiros. (ARCHDAILY,2014).
5.2ResidênciaestudantilUnicamp
Ficha técnica
Arquitetos: Joan Villá Localização: Campinas Área: 2800m²
Ano do projeto: 1992
Segundo o site Vitruvius (2013), a residência estudantil da Unicamp (Universidade de Campinas) foi construída em 1992 pelo arquiteto Joan Villà, localizada em Barão Geraldo, Campinas (SP). O terreno possui uma área de 55.000m², sendo 22.000m² de área construída. O conjunto conta com 226 casas com diferentes disposições de volumes, sendo que cada uma abriga 4 estudantes, 27 estúdios (destinados a casais), 13 salas de estudo, 4 centros de vivência (para projetos e eventos), um campo de futebol, uma quadra de vôlei e um parque infantil, cada moradia possui um acesso exclusivo com uma escada única. (SUCKEL, 2007).
Figura 25 Terraço Campus Hall. Fonte: ArchDa ly, 2014.
50
Figura 27 Res dência estudantil Unicamp Fonte: Vitruvius 2013
1. Praça / pátio 2. Rua de pedestres 3. Rua de veículos
Habitações
Salas de estudo
Centros de lazer
Centro comunitário / comercial / serviços
Figura 26 Implantação residência estudantil Unicamp Fonte: Suckel 2014
4.
5.
6.
7
8 Estacionamentos 9. Parque e recreação
51
Em seu projeto Villà consegue unir seus dois maiores desejos, ter os estudantes para as suas residências e a sua vontade como um arquiteto social de criar uma comunidade ao ar livre. O mesmo traz referências do urbanismo europeu, uma reflexão sobre a cidade e seus espaços públicos, praças, caminhos, estares e encontros em seu projeto. (DUALIBI,2013).
de unir espaços residenciais particulares e íntimos a terraços compartilhados e pátios arborizados, há a junção do método construtivo modular, da qualidade ambiental dos espaços abertos e a particularidade da composição escalonada e modular. Todas essas características fazem com que o projeto feito por Joan Villà seja único, moderno e inovador, além de proporcionar tecnologia para uma construção de baixo custo, tanto para as universidades, quanto para projetos sociais futuros. (MASSOTE,2020).
Figura 29 Perspectiva Residência estudant l Unicamp. Fonte: Vitruvius 2013.
O projeto conta com um sistema construtivo que emprega pré-fabricados, o mesmo modular e escalonado permitindo criar residências compartilhadas para dois ou quatro estudantes, com três cômodos e um pátio de acesso ajardinado sendo que cada ala possui sala de estudo e centro de convivência. (VITRUVIUS, 2013).
O projeto da Moradia Estudantil da UNICAMP aponta soluções inovadoras para a concepção de uma comunidade ao ar livre. Além mm
Figura 30 Zoneamento blocos da Residência estudant l Unicamp Fonte: Vitruvius 2013 (Adaptado pela autora)
Figura 28 Imagem aérea Residênc a estudantil Unicamp Fonte: Vitruvius 2013
52
5.3AlojamentoestudantilnaCiudadDel
Saber
Ficha técnica
Arquitetos: Eduardo Crafig /Fabio Kassai /Juliana Garcias / Gabriela Gurgel /Marcio Guarnieri
Localização: Cidade do Panamá, Panamá Área: 11 300m²
Ano do projeto: 2008
O projeto foi realizado em 2008, pelo escritório de arquitetura sic depois de terem ganhado o Concurso Internacional de Arquitetura "Propuestas de Diseño para edifícios em La Ciudad Del Saber",” “a proposta do edital era construir os quartos em dois edifícios dispostos em um terreno superlongilíneo, permeado de vegetação e implantado em uma área mais ou menos central da universidade”, conta a arquiteta Juliana Garcia uma dos jovens arquitetos a aceitarem a proposta do projeto.(GALERIA DA ARQUITETURA, 2014).
O alojamento estudantil está localizado na Ciudad del Saber – Panamá. O terreno possui 7.000,00 m² e 4.461,00 m² de área construída, segundo a arquiteta Juliana o alojamento conta com 200 quartos e foi feito em duas etapas (fase 1 e fase 2). (GALERIA DA ARQUITETURA, 2014).
A implantação e o partido foram pensados analisando aspectos geográficos, climáticos, vegetais e espaciais do sítio. Foram implantados dois blocos transversais ao terreno (NE/SO) paralelos entre si, espaçados de maneira a formarem pequenos pátios (figura 30) e com distância que possibilitasse a preservação de grande parte da vegetação e reforçando a permeabilidade entre jardim e edificações, sendo atualmente somente essa etapa da edificação construída. Já a segunda parte os blocos são conectados a uma estrutura linear de circulação de uso comum, paralela à rua e longitudinal aos alojamentos (NO/SE), unificando o conjunto. (ARCHDAILY, 2014).
Figura 32 P anta de implantação alojamento estudantil na Ciudad del Saber Fonte: ArchDaily
53
F gura 31 Alojamento estudantil na Ciudad Del Saber Fonte: ArchDaily
Figura 33 Vista do pátio entre blocos alojamento estudantil na Ciudad del Saber
Fonte: ArchDaily
O edifício térreo dispõe de ambientes de apoio como: estar, sala de leitura, café, auditório e lavanderia. Conta com grandes pátios entre os blocos e circulação vertical e horizontal (figura 34).
54
Figura 34 Planta térrea alojamento estudantil na Ciudad del Saber Fonte: ArchDaily (Adaptada pela autora)
Segundo o site Galeria da Arquitetura (2014) o primeiro e segundo pavimento destacam-se elevados por pilotis. Neles, são dispostos os alojamentos, a copa e o depósito, além de um espaço flexível, próximo à edificação linear, que oferece suporte a pequenas reuniões e estar.
Figura 35 Planta primeiro pavimento alojamento estudantil na Ciudad
Para os blocos dos alojamentos foram utilizados o concreto armado, já circulação que une todos os blocos é de estrutura metálica (figura 33). Foram utilizados materiais de baixa manutenção, os pisos escolhidos são monolíticos, de granilite, exceto no térreo, no qual o arquiteto Eduardo Crafig deixa em aberto a possibilidade de usar um concreto ou até um piso cimentado, mais rústico (figura 37). O alumínio foi empregado parcialmente nas esquadrias. As fachadas dos blocos são compostas por painéis corrediços com aletas perfuradas. (GALERIA DA ARQUITETURA, 2014).
del Saber Fonte: ArchDaily (Adaptada pela autora)
55
Figura 36 Circulação vertical e hor zontal do alojamento estudantil na Ciudad del Saber
56
Fonte: ArchDaily
Os alojamentos contam com grandes aberturas que permitem a entrada de luz e ventilação natural, os mesmos possuem varandas com venezianas que ajudam no sombreamento quando necessário (figura 38). O projeto foi pensado em três formas de compensar a alta temperatura local: ventilação natural cruzada, ventilação cruzada induzida e, em último caso, com a utilização do ar condicionado. Na cobertura, painéis captam energia solar (figura 39) que serve para o aquecimento de água. (GALERIA DA ARQUITETURA, 2014).
Figura 37 Térreo do alojamento estudantil na C udad del Saber Fonte: ArchDai y
57
Figura 38 Sacada do alojamento estudantil na Ciudad del Saber Fonte: ArchDaily
58
Figura 39 Vista do terraço com painéis solares do alojamento estudantil na Ciudad del Saber Fonte: ArchDaily
5.4MoradiaEstudantilWest Campus
Ficha técnica
Arquitetos: Mahlum Localização: Seattle, Estados Unidos Área: 203 800m²
Ano do projeto: 2011 2012
O edifício possui grandes aberturas zenitais trazendo iluminação natural para o interior do edifício diminuindo assim o gasto de energia e melhorando o conforto térmico. A verticalização da moradia proporciona uma maior segurança e privacidade para os moradores.
Os blocos residências foram projetados com estratégias de sustentabilidade, incluindo: sistemas de alta eficiência de água quente, aquecimento e ventilação e luminárias eficientes e sistemas de controle de iluminação.
Segundo o site Archdaily a moradia estudantil West Campus possui 1650 dormitóriosem três blocos residenciais de uso misto e dois edifícios de apartamentos para estudantes da Universidade de Washington nos Estados Unidos desenvolvido no ano de 2012 pelo escritório Mahlum Architects. Na área público do edifício contam com: um restaurante, supermercado, café, centro de conferências, centro de apoio escolar, centro de saúde e bem-estar e dois espaços de comércio. O projeto contém também 132 lugares de estacionamento para os apartamentos. Cada edifício dispõe de um terraço elevado, seguro e privado para a comunidade residencial. Figura 40 Planta baixa West Campus Fonte: ArchDa ly
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Figura 43 Quarto dos apartamentos da West Campus Fonte: ArchDaily
F i g u r a 4 1 P á t i o i n t e r n o W e s t C a m p u s F o n t e : A r c h D a i l y 60
Figura 42 Sala dos apartamentos da West Campus Fonte: ArchDaily
5.5Considerações
A análise feita dos estudos de caso é de grande contribuição para o desenvolvimento do trabalho, onde o mesmo auxilia em diversas alternativas projetuais a fim de contribuir para o enriquecimento do projeto que será feito. A seguir foi produzido uma tabela resumo que aponta aspectos importantes de cada projeto analisado.
CIRCULAÇÃO
A circulação horzontal se dá por corredores ampos e a crcuação vertical por elevadores e escadas
A circuação horizonta se dá por corredores amplos e a crculação vertical por escadas
A crcuação horizonta se dá por corredores amplos e a circulação vertca por elevadores e escadas
A circulação horzontal se dá por corredores ampos e a crcuação vertical por elevadores e escadas
PROGRAMA DE NECESSIDADE
Coznha, sala de convvênca compartlhada, três ipos de dormtórios: dormtóros indvduas, duplos e acessíveis, café, salas de grupos, áreas de estudo, escrtórios da adminstração, hal de entrada bccetário, saão de festa, terraço jardim e quadras de esportes.
Casas, estúdios, salas de estudo centros de vvênca, campo de futebol, quadra de vôlei e parque nfantl
Sala de estar, saa de ei ura, café, auditóro, dormi óros, lavandera, copa, depósto e páto
Apartamentos, restaurante, supermercado, café centro de conferências, centro de apoio escolar, centro de saúde e bem estar e dos espaços de comérco
ESTRUTURAS E MATERIAIS
Construção em concre o armado Pré fabrcados de tiolos cerâmicos
Para os bocos dos aojamentos foram utiizados o concreto armado, já crculação que une odos os bocos é de estru ura metáica
Construção em concreto armado
TÉCNICAS SUSTENTÁVEIS
Construção de baixa energa feta a partr de materais de qualdade, prioriza a u ilzação de iumnação natural, adaptação às condições clmátcas, uso de ventlação natural cruzada e extensiva recuperação de caor a partir do ar de exaustão, águas resduas e chuveiros
REFERÊNCIAS Programa de necessdade Áreas verdes
Os aojamentos contam com grandes aberturas que permitem a entrada de luz e ventlação natural, os mesmos possuem varandas com venezianas que audam no sombreamento quando necessário Na cobertura, painés captam energa solar que serve para o aquecmento de água
Sistemas de ata efcência de água quente, aquecmen o e ventiação e umnárias efcentes e ss emas de controe de lumnação
Organzação dos bocos, áreas em comuns, ardins, grandes aberturas para entrada de uz e ventiação e o uso de piotis
Organização dos blocos, jardns, grandes aberturas para entrada de luz e ventiação
Tabela 3 Tabela resumo estudos de caso Fonte: Elaborado pe a autora 2021
61
OBRAS ANALISADAS CAMPUS HALL RESIDÊNCIA ESTUDANTIL UNICAMP ALOJAMENTO ESTUDANTIL NA C UDAD DEL SABER MORADIA ESTUDANTIL WEST CAMPUS ANO 2015 1992 2008 2011 2012 LOCALIZAÇÃO Odense, Dnamarca Barão Geraldo, Campinas (SP) Ciudad del Saber Panamá Seatte, Estados Undos ÁREA DO TERRENO 13 700m² 55 000m² 7 000,00 m² 203 800m²
DIAGNÓSTICO DA ÁREA
06
6.0 DIAGNÓSTICO DA ÁREA
6.1HistóricodeCatalão
Localizada na Região Sudeste do Estado de Goiás Catalão é uma cidade que apresenta um grande crescimento urbano, sendo esse crescimento principalmente na década de 1990, possui área de aproximadamente 3778 km². No decorrer dos anos o municio desfrutou de grande extensão territorial que incluía alguns outros municípios: Corumbaíba, Cumari, Campo Alegre, Davinópolis, Goiandira, Ipameri, Nova Aurora, Ouvidor e Três Ranchos. (LIMA E ROSA, 2014).
Segundo Lima e Rosa (2014), uma série de elementos influenciou o crescimento da cidade, dentre eles: a chegada da Estrada de Ferro no início do século XX; a construção de Goiânia (1937) e de Brasília (1960); a implantação da Rodovia BR 050 que faz ligação a Brasília (DF) e aos grandes centros como São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), a GO 330 que liga Catalão a Goiânia. Em meados da década de 1990 houve a instalação de indústrias, dentre elas a automobilística, confecção e outros segmentos no Distrito Minero Industrial de Catalão DIMIC, fato que ocorreu devido ao incentivo fiscal parcial e total pelo governo estadual. Na agricultura destacam-se a soja, o milho, o trigo, o algodão, o arroz, o sorgo e o feijão, commodities com evidência nacional. Esses são alguns dos principais fatores que contribui para a expansão urbana de Catalão.
De acordo com o IBGE (2010), a população da cidade era de 86 000 habitantes. Segundo o IBGE (2021), apresentou 113.091 habitantes. Com esse crescimento populacional ocorre a abertura de vários postos de trabalho, pessoas de vários lugares do Brasil e do exterior que têm fixado residência na cidade.
Figura 44 Mapa de localização do Município de Catalão (GO) Fonte: http://mapa an gov br/
Figura 45 Vista superior da cidade de Catalão (GO) Fonte: Metrópoles, 2021
64
6.2Caracterizaçãodaárea
A escolha do terreno ideal para a concepção do projeto tem relação direta com o tipo de edificação que será implantada, sendo necessário fazer uma pesquisa que contenha informações suficientes sobre o local e seu entorno, visto que o projeto é fortemente influenciado pelo terreno no qual está inserido. Dentre estes dados iniciais podemos destacar as dimensões, níveis e pontos específicos dentro do terreno onde será realizado o projeto.
Alguns fatores foram determinantes sobre a escolha do terreno, como o fato de estar numa região de crescimento da cidade e a facilidade de acesso para os estudantes.
O terreno definido está localizado no bairro Santa Rita, mais precisamente na Rua Israel de Almeida, com aproximadamente 6.291 m². O mesmo se encontra a 600m da UFCAT, 2,6km da Una, 350m da Uniasselvi e 450m do Senai.
Figura 46 Localização do terreno na cidade de Catalão GO Fonte: Elaborado pela autora, 2021
Figura 48 Fachada frontal terreno Fonte: Acervo autora, 2022
22
F i g u r a 4 7 R e c o r t e t e r r e n o F o n t e : G o o g l e E a r t h , 2 0 2 1 ( M o d i f i c a d o p e l a a u t o r a ) 65
6.3Zoneamento
Segundo o plano diretor de 2016, o terreno está localizado na ZUD I Zona Urbana de Usos Diversificados, possuindo áreas de usos misto, com predominância residencial, cuja ocupação deverá observar os seguintes parâmetros:
Taxa de ocupação máxima: 70%
Taxa de Permeabilidade mínima: 20%
Coeficiente de Aproveitamento Mínimo: 0,15
Coeficiente de Aproveitamento Máximo: 3
6.4Condicionantesclimáticas
O clima do município é o tropical de altitude, com duas estações bem definidas, uma seca, que normalmente vai de maio a setembro, e uma chuvosa, que vai de outubro a abril. A temperatura média da cidade é de 22 6 °C, pluviosidade média é de aproximadamente 1 500 mm O vento mais frequente vem do leste durante 10 meses, de 15 de janeiro a 29 de novembro, com porcentagem máxima de 75% em 10 de agosto. Como primeiro passo do estudo de implantação do edifício, foi realizada uma análise sobre a carta solar para verificar a insolação de fachadas.
Figura 49 Recorte mapa zoneamento
Fonte: Plano diretor Catalão, 2016 (Modificado pela autora)
Figura 50 Condicionantes climáticas
66
Fonte: Elaborado pe a autora 2021
Fachada Noroeste
Inverno: 06:30 às 07:40 Verão: 05:30 às 12:50
Fachada Sudeste
Inverno: 07:30 às 17:30 Verão: 12:50 às 18:30
Fachada Nordeste
Inverno: 06:30 às 13:30 Verão: 05:30 às 12:00
Fachada Sudoeste
Inverno: 13:30 às 17:30 Verão: 11:40 às 18:30
67
6.5Usoeocupaçãodosolo
Através de um levantamento realizado em um raio de 500 metros, a partir da área escolhida é possível observar a predominância de áreas residenciais, também marcado por presença de áreas de comércio, lazer, religioso, educação, segurança pública e saúde
Figura 51 Uso e ocupação do solo Fonte: Elaborado pela autora, 2021
68
Terreno Áreas verdes
Residencial Lazer Comércio Educação
Segurança pública Saúde
6.6Cheiosevazios
As principais características analisadas no mapa cheios e vazios em um raio de 500 metros é a presença da maior parte dos lotes ocupados, definidos como cheios.
Figura 52 Che os e vazios
Fonte: Elaborado pela autora, 2021
69
Terreno Áreas verdes Cheio Vazio
6.7Áreasverdes
A área de estudo apresenta uma boa área do seu entorno vegetada.
Terreno Áreas verdes
Figura 53 Áreas verdes
Fonte: Elaborado pela autora, 2021
70
6.8Gabaritodealtura
Para a análise de gabaritos, foram tomados os seguintes parâmetros: térreo, 1, 2 e 3 pavimentos. A predominância na área é de residências apenas com pavimento térreo.
Figura 54 Gabarito de a tura
Fonte: Elaborado pela autora, 2021
71 Terreno Áreas verdes Térreo 1 pavimento 2 pavimentos 3 pavimentos
6.9Sistemaviário
As vias próximas ao terreno do entorno possuem faixa pedestre e uma malha viária com diferentes características, sendo três estilos predominantes: via arterial, via coletora e via local. Próximo do terreno se encontra uma das mais extensas e mais movimentadas avenidas de Catalão, a Av. Dr Lamartine Pinto de Avelar possuindo 5 km de extensão.
Figura 55 Sistema viário Fonte: Elaborado pela autora, 2021
72
Áreas verdes Via arterial Via
Via
Terreno
coletora
local
6.10Topografia
De acordo com o levantamento topográfico realizado pelo Google Earth, a área se encontra praticamente plana, possuindo um desnível máximo de 1 metro.
Figura 56 Desníve terreno.
Fonte: Google Earth 2021. (Modificado pela autora)
Figura 57 Mapa de dec vidade do terreno. Fonte Global mapper 2021.
73
PROPOSTA ARQUITETÔNICA
07
7.0 PROPOSTA ARQUITETÔNICA
7.1 Conceito e Partido
COMPARTILHAR
Desde criança somos ensinados a importância de compartilhar o que temos, seja algo que estamos comendo, um brinquedo, enfim, é algo que as crianças precisam aprender para que possam fazer e manter amigos e brincar cooperativamente.
Quando crescemos o ato de compartilhar vai muito além do que aprendemos quando criança Ao se tornar adulto o compartilhar se torna ainda mais complexo, compartilhamos conhecimentos, experiências, frustrações, desafios, sonhos e passamos a conhecer muito mais sobre o outro.
A predileção de poder compartilhar também pode ser uma opção para quem precisa reduzir os custos de moradia, dividir uma casa ou apartamento para compartilhar o espaço, as despesas e as tarefas. Dividir um apartamento ou casa também surge como uma possibilidade de resgatar um pouco do convívio e sentimento de pertencimento, visto que há muitas pessoas que não gostam de viver sozinho. Para este projeto, a proposta é criar um edifício com ambientes capazes de satisfazer as necessidades dos moradores, um edifício de moradia com alguns usos compartilhados, baseando-se na criação de espaços pensados para proporcionar aos estudantes o entusiasmo e o interesse para o conhecimento. Esse conceito de moradia compartilhada também é definido como coliving.
A primeira parte da palavra “Co”, é um prefixo que vem da preposição latina cum e significa “com”. A segunda parte da palavra “Living”, vem da língua inglesa e em sua tradução significa morar, moradia. A união de ambas, resulta em uma co moradia, que nada mais é o compartilhamento de habitação ou residência por pessoas que não são necessariamente do mesmo meio familiar. (LOPES, 2019).
Coliving surge no início do ano de 1972, a partir do projeto Sættedammen, originalmente com o nome do cohousing (termo aplicado às moradias avulsas e privadas que dividem um mesmo terreno urbano e, portanto, formam uma unidade apenas nas áreas comuns). Em uma comunidade localizada na Dinamarca, onde 35 famílias foram morar em casas construídas próximas umas das outras, com uma grande área em comum onde se realiza festas (figura 58) e jantares comunitários (VITRUVIUS, 2019) O coliving surge então como uma releitura do “coabitar”, influenciado pelas transformações propostas pelo cohousing para um novo modo de habitar.
O Coliving é um modelo de unidade residencial que se liga internamente para os espaços comuns, valorizando a ideia de comunidade e que encontra um equilíbrio entre o espaço partilhado e o espaço privado. Nas unidades residenciais e no edifício como um todo, ajudando a fomentar uma cultura de partilhar, reduzindo o custo de vida e proporcionando uma comunidade de apoio.
F gura 58 Festa em Sættedammen
76
Fonte: Sættedammen, s d
Grande parte do mercado do coliving são de pessoas recém formadas, sem condições de arcarem com uma moradia nas grandes cidades, onde os mesmos acabam optando por compartilhar. A economia compartilhada, então, surge como uma alternativa para que essa necessidade possa caber no bolso. Além do conceito da economia compartilhada, promovem também o incentivo à convivência e à troca de experiências.
Além disso, o projeto possuirá funções de infraestrutura e apoio a comunidade local, desempenhar um papel importante no crescimento e desenvolvimento da área, se integrando à cidade. Para o desenvolvimento do projeto será seguido as seguintes diretrizes:
Propor ambientes de integração entre os moradores;
Projetar um edifício com ambientes que tenham contato direto com o ambiente externo;
Utilizar estratégias de conforto ambiental, aproveitando ao máximo a luz e ventilação natural, energias renováveis, reaproveitamento de água, entre outros;
Dimensionar os ambientes de acordo com as atividades a serem desenvolvidas, utilizando mobiliários acessíveis e seguros;
Impedir que existam acessos restritos, viabilizando a acessibilidade, com isso permitir o acesso livre a todos os ambientes;
Criação de áreas verdes, pois a natureza torna o ambiente restaurador, trazendo maior bem estar e conforto;
Não utilizar muro de alvenaria que possa impedir a visualização do entorno, isso para que haja maior relação do interno com o externo Fazer uso de pequenas sacadas para que haja o contato externo enquanto os usuários estiverem no quarto.
O projeto será implementando em um edifício vertical, sua implantação será determinada pelo formato do terreno, podendo assim aproveitar todo o espaço. A volumetria do edifício ficará definida pela composição de quatro lâminas, uma transversal, duas paralelas e uma interligando as mesmas.
Essa separação em blocos proporcionará uma volumetria mais dinâmica e que serão intermediadas por um pátio interno ajardinado que irá proporcionar uma melhor ventilação entre os blocos (figura 59) e também irá valorizar as formas arquitetônicas, quebrando a rigidez dos materiais, trazendo mais conforto e bem-estar para seus usuários. A natureza tem o m
poder de humanizar os espaços, cria ambientes acolhedores e restauradores.
A partir do princípio de desenvolver um espaço que atenda às necessidades dos usuários, o conjunto como já foi citado será dividido em 4 blocos, sendo 1 com apenas o pavimento térreo e os outros com mesmo com 4 pavimentos tipo para habitação e 1 para convivência, serviço e administrativo O edifício possui salas e cozinhas compartilhadas em seu pavimento tipo (figura 60)
Além disso, as áreas de convivência e o contato com a vegetação são enfatizadas na moradia estudantil, de modo a aparecerem em vários momentos, afim de aumentar a vivacidade, reforçando a vida em comunidade.
59 Esquema blocos Fonte: Elaborado pela autora
77
Figura
Ventos
O programa de necessidade começou a ser traçado a partir dos estudos que foram feitos sobre os elementos necessários de uma habitação estudantil adequada e funcional para os estudantes da cidade de Catalão
sendo os pilares do programa de necessidade: habitar, estudar e conviver.
SALA ESTUDO NDIVIDUAL WC FEMININO COZ NHA DML 1 1 2 1 1 2 2 1 1 1 1 96 12 12 DEPÓS TO 1 GARAGEM 1 2 1 1 1 1 1 1 78
Administrativo
Sala/cozinha compartilhada Serviço Figura 60 Setorização Fonte: Elaborado pela autora, 2022
Programa de necessidades BIBLIOTECA SALA DE INFORMÁTICA SALA ESTUDO COLETIVO ACADEMIA WC MASCULINO ÁREA DE CONVIVÊNCIA AMBIENTE QUANTIDADE USO SALA COZINHA QUARTO BANHEIRO HABITAÇÃO
SERVIÇO 96 ÁREAm² 176 86 70,17 9,00 10,20 106,72 22 77 22 77 410 41 28 99 6 88 71 79 26,40 5 25 33 49 53 65 SALA ESTUDO NDIVIDUAL 10 60 1064 06 GUARITA 8 53 RECEPÇÃO BANHEIRO ADM N STRAT VO SALA ADMINISTRATIVO 63 42 3 91 14 18 9 34 COPA 15 29 ARQU VO 11 15 TOTAL ÁREA CONSTRUÍDA: 6.284,19M² T a b e l a 4 P r o g r a m a d e n e c e s s i d a d e s F o n t e : E l a b o r a d o p e l a a u t o r a , 2 0 2 1
GO,
Convivência
Habitação
7.2
CONVIVÊNCIA
7.3 Fluxograma e organograma
O fluxograma e organograma a seguir, representa a moradia estudantil, onde foi separado os ambientes por tipo de uso. O pavimento térreo com a parte administrativa: Recepção, administração, WC e copa, área de serviço: lavanderia, DML, depósito, zelador e guarita e convivência: sala de estudo, laboratório, sala de jogos, banheiro e refeitório. Já o pavimento tipo possuirá a parte de habitação.
Figura 61 Organograma térreo Fonte: E aborado pela autora, 2021
PúblicoexernoIFuncionáriosIestudantes
Funcionários EstudantesIFuncionários
Figura 63 F uxograma térreo Fonte: Elaborado pela autora, 2021
Figura 64 Fluxograma pavimento tipo Fonte: Elaborado pela autora, 2021
Figura 62 Organograma pavimento tipo Fonte: E aborado pela autora, 2021
79
7.4 Sistema estrutural
A solução estrutural encontrada para o edifício seguiu o sistema construtivo convencional de pilares e vigas de concreto armado moldados in loco (dimensão 15x20). A escolha desse sistema estrutural é respectivo a seu custo de manutenção ser mais baixo, alta disponibilidade de mão de obra e alta durabilidade.
7.5 Solução conforto térmico
Devido a todos os ambientes possuírem grandes aberturas voltadas para o lado externo do edifício, foram criados brises horizontais de madeira ripado para todas as varandas dos apartamento devido a grande incidência solar que os mesmos recebem, além de trazer uma dinâmica nas fachadas dos blocos, garantem um melhor conforto térmico e minimizam a luminosidade no interior dos quartos.
Figura 65 Estrutura
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
Figura 66 Detalhe brise
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
80
7.6 Materialidade
Os materiais aplicados na proposta remetem a elementos da natureza, como a madeira que foi utilizada em brises e no deck e de vegetação nos canteiros, jardins verticais e praças onde a composições de diferentes massas vegetais foram usadas para permitir diferentes sensações aos estudantes.
O uso do vidro transparente também foi bastante utilizado no projeto , o mesmo foi escolhido com o intuito de garantir a permeabilidade visual para o exterior.
Em relação aos pisos foi optado por piso vinílico que se assemelha cimento queimado, piso grama, piso intertravado, entre outros.
Na fachada do edifício foi utilizado o concreto aparente, visto que é econômico e não necessita de muita manutenção.
7.7 Cobertura
Para a cobertura foi usada a telha termo acústica por apresentar benefícios como redução do risco do alastramento de chamas, redução da umidade, fácil manutenção e melhor desempenho térmico e acústico.
Figura 67 Texturas utilizadas no projeto
Fonte: Texture, editado pela autora, 2022.
Figura 68 Telha termo acústica
Fonte: Polilon Brasil 2016
Figura 69 Planta cobertura
Fonte: Elaborado pela autora, 2022
81
PISO GRAMA MADEIRA GRAMA
CIMENTO
PISO INTERTRAVADO DECK MADEIRA
F i g u r a 6 8 T e l h a t e r m o a c ú s t i c a F o n t e : P o l i l o n B r a s i l , 2 0 1 6
Implantação
ENTRADA PEDESTRE ENTRADA VEÍCULOS
Figura 70 Implantação
Fonte: Elaborado pela autora, 2022
82
7.8
Biblioteca
WC masculino WC feminino Recepção WC Arquivo Sala Copa Administrativo Escada Elevador Sala de informática Sala estudo coletivo Sala estudo individual Depósito Lavanderia Academia Área de convivência Cozinha DML Garagem Guarita
83 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
7.9 Pavimento térreo
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 14 14 2 3 16 15 17 18 19 15 20 21 22 22
Figura 71 Planta pavimento térreo Fonte: Elaborado pela autora, 2022
7.10 Pavimento tipo
O pavimento tipo conta com o total de 24 apartamentos, sendo 2 apartamentos individuais para pessoas com deficiência, 8 apartamentos individuais e 14 apartamentos duplos. Cada bloco possui uma sala e cozinha compartilhada.
Figura 72 Planta pavimento tipo Fonte: Elaborado pela autora, 2022
84
1 2 3 4 Apartamento Sala/cozinha Escada Elevador 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 4 3 4
F i g u r a 7 3 P l a n t a s t i p o l o g i a a p a r t a m e n t o s F o n t e : E l a b o r a d o p e l a a u t o r a , 2 0 2 2
Corte
Figura 74 Corte AA
Fonte: Elaborado pela autora, 2022
Figura 75 Corte BB
Fonte: Elaborado pela autora, 2022
86 7.12
Figura 76 Corte CC
Fonte: E aborado pela autora, 2022.
Figura 77 Corte DD
Fonte: E aborado pela autora, 2022
87
Figura 79 Fachada segundo bloco Fonte: Elaborado pela autora, 2022
Figura 78 Fachada frontal Fonte: E aborado pela autora, 2022
08
ESPACIALIDADE
92 8.0
ESPACIALIDADE
Figura 80 Perspectiva fachada frontal Fonte: Elaborado pela autora, 2022
93
Figura 81 Perspectiva corredor biblioteca Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
94
Figura 82 Perspectiva praça interna Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
95
Figura 82 Perspectiva praça interna Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
96
Figura 83 Vista sacada apartamentos Fonte: Elaborado pela autora 2022.
97
Figura 84 Perspectiva área de convivência Fonte: Elaborado pela autora 2022.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS 09
9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho realizado apresentou a importância de se considerar o aumento do número de estudantes que se deslocam de suas cidades de origem para estudar e a ausência de moradias estudantil adequadas na cidade de Catalão GO.
O projeto foi pensado seguindo as necessidades dos estudantes, sabendo que as experiências vividas naquele ambiente contribuem diretamente no enriquecimento da formação integral do estudante da educação superior, as mesmas devem ser consideradas como assuntos relevantes pelas instituições de ensino superior.
101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10
10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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106
MORADIA
PARA A CIDADE DE CATALÃO GO
ESTUDANTIL