MULIERIBUS ENCYCLOPÆDI

Page 1

MULHER acredito que a educação é

a ferramenta primordial para salvar a humanidade e deve ser acessível a todas

as crianças do mundo.

3 5

2

TU, homem, mulher, ser humano, envolve-te na vida escolar do teu filho, aluno, neto, criança tua herdeira e futuro da humanidade.

4

ELE, o sistema de ensino, tem a responsabilidade de fomentar o pensamento crítico e i n d e p e n d e n t e nas nossas crianças.

estudantes

NÓS, enquanto , demandamos a inclusão de uma disciplina que promova a educação sexual e o conhecimento do género assim como a inserção de disciplinas criativas.

7

ELES, que fazem parte da sociedade, devem ser educados para faze-

solução

rem parte da e não do problema, ignorando os estereótipos culturais e religiosos.

8

6

ELA deve ser treinada para saber

defender-se fisicamente e emocionalmente, encorajando-a a lutar pelos seus direitos.

VOCÊS, Estado e Escolas, certifiquem-se que as nossas crianças são educadas tanto por homens como mulheres sensíveis à igualdade de género.

problemática

da

9

ELAS têm direito ao respeito, à educação, à igualdade, à independência, a serem MULHERES LIVRES , sem estereótipos

.

TODOS, vítimas da sociedade patriarcal e de uma educação desigual, revindicam a restruturação pela

.mudança

1

EU, enquanto

10

A I E G N A P PANGEIA, enquanto grupo, confia na educação formal para a prosperidade cultural responsável pela criação das gerações futuras.

O

O.

ST

FE NI

MA

oe h , r t as en al chist , u g a i es s m utura d , r a pre ultur fraest ação, m e c n i orm ão e s s, esd rença es de sua f iliar s d a C m en çõ oi, e f eres. condi ente e oio fa e des ed a p ap lh qu e oc ed oci e mu lta d não d lta de entos mo im es. s r a o a A ns c te/ s, f im , f lhe me ições docen ceira imped urgem e mu l é a a s trad corpo s finanos de que s enina Form mos l e o de diçõ emp ótip de m ação r esse acon ns ex estere cação Educ de, po osso m s, u alg eiam a edu que a anida s no n idadão n cad ento amos Hum edida s os c rantem dim sider para a mos m todo as, ga Con ação elece das a entad dade. v Sal estab estina plem mani v ti o sto, d do im a a hu r nife quan io pa r e qu uilíb q oe


DUCAÇÃO COMO SALVAÇÃO PARA A HUMANIDADE ED ENSIBILIZAR EDUCAR E MOSTRAR A SOLUÇÃO SENSI ANGEIA EDUCAÇÃO PANGEIA SENSINILIZAR PANGEIA

01

02

139 PERCEBER A ATUALIDADE

153 PONDERAR A SOLUÇÃO

140 Perspetiva pelo Mundo

152 Educação 154 Mulheres

142 144 146 148 150

156 Movimentos

África América Ásia Europa Oceânia

157 Metodologias 158 A nossa metodologia 160 Notícia

Universidade de Lisboa Somos um grupo de cinco mulheres Faculdade de Belas-Artes ativistas que ambicionam extinguir as Design de Comunicação. desigualdades de género, um probleDesign de Comunicação II ma intrínseco na cultura pelo mundo. 1.º Ano, 2.º Semestre. Acreditamos que só através da educaLaura Mesquita ção poderemos trazer a mudança e a Margarida Fresco desconstrução dos estereótipos. Margarida Pereira O nosso objetivo foca-se em senMarta Costa sibilizar, educar e mostrar a solução Raquel Ramalho à comunidade escolar para que usem o seu poder e provoquem a mudança. Pangeia (“terras unidas”) foi o nome dado ao supercontinente existente na Era Paleozóica. Tal como Pangeia, a educação surgiu na sua forma mais primitiva há milhares de anos e ambos permitiram a evolução do mundo. Pangeia representa o humano enquanto um todo, sem género, a androgenia. Focamo-nos na necessidade de educar toda a sociedade, começando pelos mais novos, para fazer a mudança. Quanto ao design, tanto do fascículo como do site, procura seguir a ideia de união que Pangeia defende. Através das formas geométricas unidas, procurámos romper com o clássico e aproximarmo-nos dos movimentos vanguardistas que criaram a rutura com o passado. Criámos a nossa identidade com a cor amarela, branca e preta, que incentiva a recriação e inovação. Para cada continente destacámos uma cor, que nos acompanhou durante o semestre, formando uma fácil distinção. As escolhas tipográficas são fontes desenhadas por mulheres. Enquanto os títulos utilizam a tipografia do logótipo, o corpo de texto serve-se de uma fonte legível e de fácil leitura.


PERCEBER A ATUALIDADE Nesta primeira etapa partimos para a recolha de informação de modo a perceber a atualidade nos diversos continentes sobre a temática da educação formal e a sua posição na igualdade de género tanto para raparigas como para rapazes. A fim de compreender quais os principais problemas pelo mundo, foram feitas pesquisas detalhadas pelos cinco continentes: África, América, Ásia, Europa e Oceânia. Para isso, desenvolvemos quatro questões: 1.1. Qual a posição em relação ao mundo na luta pela igualdade de género? 1.2. Qual o ponto de situação da educação? 1.3. Quais os principais problemas que ainda existem? 1.4. Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

ÁFRICA AMÉRI ÁSIA EUROPA OCEÂNIA ÁFRI AMÉRICA ÁSIA EUROPA OCE FRICA AMÉRICA ÁSIA EUROPA OCEÂNIA SIA EUROPA OCEÂNIA ÁFRICA AMÉRICA CEÂNIA ÁFRICA AMÉRICA ÁSIA EUROPA MÉRICA ÁSIA EUROPA OCEÂNIA ÁFRICA UROPA OCEÂNIA ÁFRICA AMÉRICA ÁSIA

01


PERSPETIVA PELO MUNDO 1.1. Qual a posição em relação ao mundo na luta pela igualdade de género?

Canadá é o país que se encontra em 6º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 79,1%. A sua melhor pontuação é na categoria de Teaching Environment com 75,8%. Nas restantes categorias Socio-economic Environment e Policy Environment encontram-se com 85,5% e 80,2%, respetivamente.

About the report This report is based on the findings of the Worldwide Educating for the Future Index, which was created by The Economist Intelligence Unit in 2017. The report and index are commissioned by the Yidan Prize Foundation. Our research and analysis proceed from the assumption that, to meet the challenges they will face in work and life in a rapidly changing landscape, today’s young people need to develop capabilities and skills in areas such as critical thinking, problem-solving, leadership, collaboration, creativity and entrepreneurship, as well as digital and technical skills. The index concentrates on the 15-24 age band in 50 developed and developing economies. It is also based on a series of in-depth interviews with global experts on education. In the realm of education policy, debates rage among experts. What role should private schools play in a national education system? Should teachers and schools be judged on test scores, labour market outcomes or some other measure? There is one premise, however, on which consensus reigns: education systems urgently need to prepare students for the challenges that await them in work and society. There is also now broad agreement on the vital role that critical thinking, creativity, communication, entrepreneurship and other future-oriented skills, including digital capabilities, will play in helping students meet those challenges.

Categories We allocated 30% of the index weight to the policy environment category. The indicators in this category assess the extent to which government policy explicitly calls for educating for the future. Education strategy, curriculum, assessment and implementation are considered in this category. The largest category, teaching environment, accounts for half of the index. Within this category, quality of teacher education (“teaching quality”) is the largest single indicator, accounting for 25% of the category. Other indicators similarly assess government expenditure, quality of teaching resources, and extracurricular student support programmes. The final category, socio-economic environment, measures the extent to which societies are prepared to educate youth for the skills of tomorrow. This category accounts for 20% of the index. Indicators in this category assess gender quality, future optimism, economic freedom, corruption, civic freedom, diversity and tolerance, and environmental stewardship at the societal level.

140 Perceber a Atualidade

Peru é o país que se encontra em 24º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 59,9%. A sua melhor pontuação é na categoria de Policy Environment com 78,8%. Nas restantes categorias Socio-economic Environment e Teaching Environment encontram-se com 58,9% e 48,8%, respetivamente.


Finlândia é o país que se encontra em 1º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 84,8%. Na categoria de Teaching Environment destaca-se de novo no 1º lugar com pontuação de 82%. Nas restantes categorias Policy Environment e Socio-economic Environment encontram-se com 88,3% e 86,9%, respetivamente.

Polónia é o país que se encontra em 19º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 65,8%. A sua melhor pontuação é na categoria de Teaching Environment com 64,5%. Nas restantes categorias Policy Environment e Socio-economic Environment encontram-se com 67,6% e 66,1%, respetivamente.

Paquistão é o país que se encontra em 45º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 41%. A sua melhor pontuação é na categoria de Policy Environment com 61,2%. Nas restantes categorias Socio-economic Environment e Teaching Environment encontram-se com 43,8% e 27,7%, respetivamente.

Japão é o país que se encontra em 10º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 74,2%. A sua melhor pontuação é na categoria de Teaching Environment com 72,4%. Nas restantes categorias Policy Environment e Socio-economic Environment encontram-se com 78,6% e 72,4%, respetivamente.

Nova Zelândia é o país que se encontra em 3º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 79,9%. Na categoria Socioeconomic Environment destaca-se no 1º lugar com pontuação de 87,4%. Nas restantes categorias de Policy Environment e Teaching Environment encontram-se com 86,2% e 73,2%, respetivamente.

República Democrática do Congo é o país que se encontra em último lugar do ranking global com uma pontuação geral de 21,3%. A sua melhor pontuação é na categoria de Policy Environment com 20,3%. Nas restantes categorias Socio-economic Environment e Teaching Environment encontra-se em último lugar com 33,4% e 17%, respetivamente.

África do Sul é o país que se encontra em 27º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 58,7%. A sua melhor pontuação é na categoria de Teaching Environment com 58,5%. Nas restantes categorias Socio-economic Environment e Policy Environment encontram-se com 61,9% e 56,9%, respetivamente.

Austrália é o país que se encontra em 8º lugar do ranking global com uma pontuação geral de 77,8%. A sua melhor pontuação é na categoria de Policy Environment com 82,4%. Nas restantes categorias Teaching Environment e Socioeconomic Environment encontram-se com 73% e 82,9%, respetivamente.

Fonte: Worldwide Educating for the Future Index 2019 scores, overall and by category

141 Enciclopédia de Mulheres


SUBSARIANA SUBS MEDITERRÂNEA ME EXPLORAÇÃO EXPL 1.2.

ÁFRICA

A capacitação de mulheres e raparigas é um factor chave para o desenvolvimento económico.

– Makhtar Diop

Qual o ponto de situação na educação? New Methodology Shows that 258 Million Children, Adolescents and Youth Are Out of School The gender gap is even wider in Northern Africa and Western Asia, where one out of three out-of-school girls will never receive any formal education, compared to one out of twenty-five out-of-school boys. Close to 1 million girls compared to 0.1 million boys are permanently excluded from education. One out of five of the 5 million out-of-school children in the region will never enrol. About 37% of out-of-school children began primary school but dropped out and 43% are likely to enter school late.

WORLD ATLAS of Gender Equality in Education O continente Africano apresenta problemas estruturais que se refletem a nível social, económico, político, tendo graves consequências na educação. Em termos estatísticos, com base no Global Gender Gap Report confirmamos as desigualdades: os resultados estão, na sua maioria, a baixo da segunda metade do total dos países inquiridos, num total de 153 países. Relativamente à educação, os resultados são ainda mais negativos perante a visão geral da igualdade de género no continente africano. Analisando estes dados podemos perceber a atualidade da educação em África. Estes dados apresentados revelam graves problemas que afetam a igualdade que condiciona o acesso à educação para as crianças, meninas e mulheres africanas.

Discussions about gender equity have traditionally focused on finding ways to help girls catch up with boys in terms of access, completion and long-term educational attainment. By such measures boys globally continue to enjoy significant advantages throughout the developing world. This is why both Education for All goals, as well as the MDGs, have put so much emphasis and invested so many resources over the last two decades in “gender equity” – meaning helping girls catch up with boys.

142 Perceber a Atualidade


Quais os principais problemas que existem?

A educação trabalha a favor de um mundo com direitos iguais, justo e feminista. Infelizmente a educação não chega a todos. Os problemas estruturais afetam os direitos das mulheres e meninas, sendo vários os problemas ainda presentes na atualidade africana: crenças, tradições, culturas machistas; estereótipos criados pela sociedade, consequente falta de apoio familiar; casamento prematuro afastando as meninas ao acesso escolar; reprovações criam disparidade de idades, o que leva à diminuição do rendimento escolar; abandono escolar a meio de um ciclo (primária, secundária, etc.) torna difícil o retorno à escolaridade; falta de materiais pedagógicos e condições de infraestruturas que permitam condições básicas; falta de competências profissionais necessárias da parte dos professores e educadores compromete a aprendizagem das crianças; poucas condições financeiras, que se refletem em fome, pobreza, más condições, desencadeando trabalho infantil, não sendo a escola uma prioridade.

1.4.

Tese: Insucesso Escolar em Moçambique Segundo os inquiridos e os dois entrevistados, a falta de laboratórios eficientemente equipados, a prática de atividades de pastagem pelos alunos, implicando o afastamento da escola por longos períodos de tempo, os casamentos prematuros e a falta de acompanhamento pelos pais e encarregados de educação tem contribuído para o insucesso escolar. Não existe por parte dos professores nem por parte da direção pedagógica e do presidente do conselho de escola a assunção da sua responsabilidade no problema.

Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

O reconhecimento dos factos como o da necessidade da mulher para a eliminação da pobreza é uma chave determinante que possibilita investimentos que contemplem diretrizes igualitárias. O acesso à educação, por parte de meninas e mulheres, deveria ser facilitada através de: planeamento familiar; acesso a serviços de saúde, geral, materna e infantil, em todas as regiões; criação de oportunidades económicas para as mulheres, reforço especial a sobreviventes de violência doméstica e sexual; acesso escolar no pré-ensino; educação sexual.​ ​​Medidas aliadas à igualdade de género, com apoio da educação, resultam em: redução da fertilidade; continuidade nos estudos; presença no mercado de trabalho; melhores oportunidades no trabalho e consequentemente económicas; alcance de posições de liderança; reconhecimento de direito iguais sobre terra, relativamente a possibilidade de investir em terrenos, terras, campos – neste setor a presença das mulheres é o dobro da dos homens; desenvolvimento da economia. Assim concluiu-se que a educação é aglutinadora de diversas temáticas que transmitem conhecimento e auxiliam o desenvolvimento em geral de qualquer sociedade. Principalmente neste tipo de sociedade que se encontra ainda a dar os primeiros passos para a igualdade. Ter a educação como aliada é a melhor forma de tornar esse processo possível.

ONU alerta para a urgência do empoderamento feminino A África é a única região do globo, onde há mais mulheres empreendendo do que homens. O chefe das Nações Unidas citou estudos indicando que acelerar a igualdade de gênero poderá aumentar em 10% na África, o crescimento econômico até 2025. Mesmo assim, muitos compromissos firmados há 25 anos continuam longe de cumprimento. Para Guterres, na África, assim como em outras partes do globo, ainda se vive num mundo e numa cultura dominada por homens. Ele afirma que a questão é de poder. E que como aprendeu desde menino, o poder geralmente não se dá, mas sim se toma.

Relatório Global - Um mundo para aprender: Dar prioridade à educação na primeira infância de qualidade A adaptação do conceito universalidade progressiva ao subsetor da educação pré-escolar tem duas vertentes. Primeiro, os governos devem aplicar os recursos públicos existentes para oferecer um pacote mínimo de um ano de serviços pré-escolares gratuitos de qualidade a todas as crianças, inclusive através de esforços alternativos e orientados a crianças vulneráveis.

FRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA FRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA ÁFRICA

1.3.


DIVERSIDADE DIVER TRÊS SUBCONTINE COLONIZADO COLO 1.2.

AMÉRICA O currículo é um instrumento fundamental para gerar mudanças estruturais, dando às crianças ferramentas para o respeito aos direitos humanos e para a luta contra a violência de gênero. – Carta das autoridades da ONU

Qual o ponto de situação na educação? "World Economic Forum", relativamente aos países do Continente Americano Gender gaps in literacy and basic skills are somewhat wider than those in higher levels of education: 90.4% of girls and 92.9% of boys aged 15–24 in the world are literate, and 88.2% of girls in the world were enrolled in primary education in 2018, versus 90.5% of boys.

Mapping gender equality in STEM from school to work

O continente Americano, ao albergar países tanto desenvolvidos como em desenvolvimento, verifica grandes discrepâncias na educação. Considerámos debater as distinções da educação, em especial a divisão da América do Norte com a América Latina e Caribe. Ao analisar o estudo realizado pelo World Economic Forum, relativamente aos países do continente Americano, os dados revelem que o subíndice de escolaridade atingiu os 96,1%, faltando 3,9% para a paridade total. No continente Americano do Norte (Canadá) tanto como o continente Americano Central (México) fornece um sistema educacional com acesso relativamente igualitário a ambos os géneros. Ao contrário das restantes regiões, na América do Sul (Peru), o sistema educacional não fornece acesso igualitário de género, sendo assim, necessário uma investigação detalhada sobre essa mesma problemática.

Millions of girls are deprived of opportunities to build their skills, including in STEM. 125 million girls of primary and secondary age in the developing world are out of school.

Women’s movements Women’s movements have driven global and national action on gender equality. In countries and localities, advocates often have the greatest understanding of the deficiencies that women and girls face, and essential knowledge of how to advance their rights.

144 Perceber a Atualidade


No ensino da América do Norte destaca-se o Canadá como um dos melhores países na educação. O ensino é obrigatório, tendo duração de 10 anos. A educação encontra-se como uma das prioridades nacionais, revelando dados positivos. 95% dos canadenses escolhem o ensino público para colocar as suas crianças, possuindo uma das maiores taxas de educação pós-secundária do mundo. Parte da população sem educação superior é devido a fatores financeiros e de discriminação. No ensino da América Central, o México, com base na UNESCO, destaca-se por possuir ensino obrigatório gratuito com duração de 14 anos. Dispõe diferentes programas de educação bilingue desde 1960 para as comunidades indígenas. Em 1970, o México estabeleceu um sistema de ensino à distância através de comunicações de satélite para atingir pequenas comunidades rurais e indígenas inacessíveis por outros meios, conhecidas como telesecundárias. Na América do Sul, o Peru abrange o ensino obrigatório com duração de 14 anos. Observa-se a preocupação com os problemas de género pelo que se implementou diversas políticas que promovem a desmistificação de género no ensino. Apesar disso, vários comportamentos discriminatórios persistem. O sistema educacional não fornece acesso igualitário a ambos os géneros.

1.4.

O desafio é muito grande, pois os países da nossa região, e o Peru não é exceção, são valorizados por terem normas avançadas, que não necessariamente são cumpridas. O processo de aplicação é lento e exigirá muitos esforços. Uma das principais dificuldades é o investimento para que os funcionários erradiquem a violência institucional e estabeleçam processos de transparência e padrões de qualidade.

Mulheres desafiam discursos misóginos e sexistas Estes movimentos procuram garantir que, em vez de restringir, os progressos devem ser aprofundados para combater as desigualdades que persistem. Milhões de mulheres estão a desafiar retóricas que as demonizam e que tentam prejudicar o movimento feminista, bem como as defensoras dos direitos das mulheres, da igualdade de género e da educação sexual.

Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

O acesso à educação deve ser universal, além de apresentar o mesmo currículo escolar, este que é essencial para uma boa formação de indivı́duos, independentemente do seu género ou situação social. No Peru, a pressão da sociedade civil, incluindo a Amnistia Internacional, levou o Supremo Tribunal a agir judicialmente contra a existência sexista nos conteúdos ​curriculares. Tal acontece no seu sistema educativo que se encontra subjugado às crenças religiosas e culturais, no qual acaba por desfavorecer o género feminino. Assim, foi realizada uma reforma no sistema de ensino, para a formação do sistema educativo, que está atualmente em vigor na América do Norte, sempre em evolução, para um sucesso na igualdade de género, educando membros ativos na sociedade.

John Dewey, o pai da educação moderna dos EUA John Dewey tornou-se numa das principais vozes na defesa de uma sociedade progressista e democrática, assente nos pilares iluministas e liberais dos EUA.

Grace Abbott Advocate for Immigrants and Children She also advocated for better enforcement of compulsory attendance at school for immigrant children – the alternative was that the children would be employed a low pay rates in factory work.

Most Likely to Succeed O sistema educacional dos Estados Unidos permaneceu praticamente inalterado ao longo do último século.

145 Enciclopédia de Mulheres

MÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRI MÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRICA AMÉRI

Quais os principais problemas que existem? 1.3.

Peru: Política de Igualdade de Género é aprovada, e a Suprema Corte decide a favor de currículo escolar com perspetiva de género


TRÊS OCEANOS TR O MAIOR CONTINEN O MAIS POPULOSO 1.2.

ÁSIA

​ oportunidade para todas A as crianças aprenderem e aproveitarem ao máximo todos os seus talentos está no coração de uma sociedade mais justa. – Relatório Public Good or Private Wealth

Qual o ponto de situação na educação? Education in Pakistan Currently, Pakistan has the world’s second-highest number of out-of-school children (OOSC) with an estimated 22.8 million children aged 5-16 not attending school, representing 44 per cent of the total population in this age group. Nearly 10.7 million boys and 8.6 million girls are enrolled at the primary level and this drops to 3.6 million boys and 2.8 million girls at the lower secondary level. Gaps in service provision at all education levels is a major constraint to education access.

A Ásia é um continente com muitos problemas e onde, apesar de ter países desenvolvidos, muitos deles ainda estão em desenvolvimento. Por isso, enfrenta problemas como: os regimes totalitários de alguns dos países; a pobreza existente; a desigualdade de género; entre muitos outros. Japão, Índia e Paquistão são três países do continente asiático que refletem as discrepâncias sentidas neste território. No que toca a temática da educação, é possível ver como alguns destes países são menos desenvolvidos do que outros. A Índia e o Paquistão são muito similares a nível da educação das mulheres. Estes países em desenvolvimento precisam de ajudas económicas para o desenvolvimento na educação tanto para as raparigas como para os rapazes. O Japão, ainda que seja um país desenvovido, apresenta problemas de igualdade de género, principalmente nas faculdades onde o acesso é facilitado apenas para os rapazes. No entanto, possui programas que desenvolvem as relações entre as pessoas, homens e mulheres, permitindo dar a conhecer os problemas e propor uma solução.

Education System in Japan still tested by deep-rooted inequalities When the rigged exams came to light last year, it highlighted the deep-rooted, gender-based biases in Japan, where by many “believe” that women will leave the profession once they get married or have children. University professors have presumed female applicants will leave the profession in the future, which supposedly justifies precluding them from opportunities. The results were to deprive young women of life-changing, career-advancing opportunities, but also a fundamental betrayal of the education system.

146 Perceber a Atualidade


Quais os principais problemas que existem?

Na Índia diversos são os problemas, não só relacionados com a discriminação, como também com as condições higiénicas nas escolas. Desde do seu nascimento até à adolescência, as raparigas vivem do trabalho doméstico escravo e do casamento precoce. Entre outras situações, a menstruação provoca nas raparigas o medo. Por ser um assunto tabú, este tema não é falado entre mães e filhas. Neste país, as raparigas não têm fácil acesso aos pensos higiénicos e as escolas também não contribuem, uma vez que não apoiam as necessidades das raparigas. A falta de ajuda por parte das instituições de ensino perante esta necessidade básica da mulher, obriga a que muitas sejam obrigadas a desistir da educação. Este é um dos muitos problemas ainda presentes na Índia diretamente relacionados com a desigualdade de géneros e a educação das mulheres. Neste aspeto o Paquistão acompanha a Índia mostrando ter problemas semelhantes na desigualdade de género. Já o Japão, por ser um país mais internacional com programas de erasmus nas escolas e faculdades, destaca-se por ser mais desenvolvido.

1.4.

Period. End of the sentence. Este pequeno documentário mostra-nos como é tratada a menstruação pelas mulheres da Índia. Sendo este um assunto ainda muita tabu para muitas das mulheres, um grupo juntou-se para produzir absorventes com a ajuda de uma máquina de absorventes, permitindo assim não só ajudar outras mulheres como também elas criarem um pouco de independência económica. "Isso é um problema de menina"

Why are so many girls in India not getting an Education? Neha is only 11 years old and should be in school. In August 2009, when she was around one year old, the Indian parliament had passed the landmark Right to Education Act that made education free and compulsory for children between the ages 6 and 14. Neha’s parents enrolled her in school when she was six, but she dropped out four years later, before completing elementary school.

Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

A educação na Ásia, apesar de ainda estar muito longe do ideal de educação, apresenta estruturas e sistemas de ensino que promovem a educação das mulheres. Estes sistemas focam-se maioritariamente nas raparigas mais pobres e necessitadas em vez dos rapazes. Devido às desigualdades de género na educação que inferiorizam as raparigas, surge a necessidade de facilitar e dar prioridade às mulheres para que estas tenham o direito à educação. O problema surge ao lhes serem negado o acesso ao ensino e, por vezes, devido à falta de condições de higiene. No caso do Japão, por exemplo, existem grupos de ajuda nas faculdades para integrar os alunos na comunidade. Mais do que isso, estes grupos procuram alertar para os problemas de género partindo da sua desconstrução para tentar arranjar soluções para o problema.

Five ways to improve Education in Developing Countries The focus of the educational system, therefore, needs not only to bring more children into school but also to improve the quality of the educational system itself. Here are five ways to improve education in developing countries: 1. Reduce the Cost of Education 2. School Lunch Programs 3. Educating Parents 4. A New Educational Model 5. Improved Resources for Teachers

Promoting gender equality and diversity Institutions can cultivate inclusive environments in which diversity and equality are the norm. They can encourage introspection and empathy toward different narratives. Providing learning experiences and enabling the school community to expand its views and values on issues of gender equality and diversity, both professionally and personally.

SIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA Á SIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA ÁSIA Á

1.3.


PAÍS DESENVOLVID TRÊS HEMISFÉRIOS HISTÓRICO HISTÓRI 1.2.

Queremos que as meninas saiam da sua zona de conforto. Queremos ensinálas a ser barulhentas, a gritar, a pular e a agir. Para usar a sua voz! – Margrét Pála Ólafsdóttir

EUROPA Qual o ponto de situação na educação? Gender in education and training Education is a catalyst for social change and a condition for the achievement of fundamental human rights. It increases cognitive and non-cognitive skills, improves productivity and provides individuals with a greater ability to further develop their knowledge and skills throughout their lives. It also makes women and men better equipped to secure steady, well-paid jobs and thus combat the risks of social exclusion.

Women and education in the EU No continente europeu encontram-se os países mais bem classificados em termos de sistema educacional, acesso à educação e alunos mais bem sucedidos. Os que melhor se destacam são a Finlândia, Suécia e Holanda. Apesar disso, em quase todos os países europeus existe educação obrigatória e grátis que, normalmente, abrange o ensino básico na sua totalidade e em certos países o ensino secundário encontra-se também incluído, podendo ter a sua duração total entre os 8 e 15 anos de educação obrigatória. Apesar de, em todos os países europeus, a educação ser totalmente inclusiva a todos, a forma como o ensino é frequentado é totalmente distinta de país para país. Tal acontece também entre níveis educacionais. Na pré-primária, primária e secundária quase que não existe disparidade de género. Ao longo dos próximos níveis isso vai-se modificando. Na educação terciária, em termos gerais, é possível verificar que as mulheres tem uma maior presença, o que se vai alterando de curso para curso de forma drástica.

There are far fewer female than male graduates in the science, technology, engineering and mathematics (STEM) fields. Women are more likely to choose fields such as education or the arts. This potentially leads to problems because feminisation of certain professions, such as teaching, can lead to reduced prestige of the profession and lower wages.

Combating gender stereotypes in the educational system At school, boys still dominate “spaces and noises”; girls go on occupying the margins of physical space and remain attentive to the effects of others’ actions.

148 Perceber a Atualidade


Quais os principais problemas que existem?

Ainda que a Europa seja o continente com uns dos melhores métodos educacionais do mundo, apresenta vários problemas que agravam a desigualdade de género. Em primeiro lugar, a maioria dos professores não estão treinados nem equipados com questões de género e por isso, eles próprios podem ser perpetuadores de estereótipos de género que são bastante prejudiciais para as crianças. Para além disso, a disparidade de género nos cargos de professores ainda é bastante presente, uma vez que as mulheres encontram-se sobre representadas nos níveis mais básicos enquanto que no nível terciário são os homens que estão em maioria. Em segundo lugar, os estereótipos de género que ainda estão tão presentes no ensino moldam as escolhas profissionais dos próprios alunos de modo negativo. A acrescentar a isso, a educação sexual ainda não é obrigatória nem coerente de país para país ou até mesmo de escola para escola, resultando em crianças desinformadas e envergonhadas com a sua própria sexualidade, o que influencia a sua ideia do género. Por fim, os rapazes demonstram falta de motivação e resultados mais baixos do que as raparigas de modo geral.

1.4.

Why are boys falling behind at school? In developed countries, on average, boys underperform girls at school. They are much worse at reading, less likely to go to university, and their lead in maths is shrinking.   The boy problem reverberates through our societies and politics. Adults with poor literacy tend to have bad health, low wages and little trust in others.

Why aren't more men working in childcare? The smaller the children, smaller the proportion of men taking care of them. It seems that old societal stereotypes still hold: Taking care of small children is women's work. We seldom use the term "working father," whereas it is common to hear the term "working mother. This is an example that shows the prevailing gender stereotypes.

Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

A educação é das principais ferramentas que pode levar ao sucesso da igualdade de género. Várias medidas estabelecidas tanto de forma individual como global, ou seja, pela própria União Europeia, podem ter a capacidade de derrubar estereótipos de género e provocar uma mudança de mentalidades. Várias dessas medidas passam pela redução da taxa de abandono escolar, aumento da proporção daqueles que completam a educação superior e dos adultos que frequentam atividades de aprendizagem. O facto de o ensino ser garantido para todas as crianças, contribui para a igualdade de género, tal como organizações que promovem o ingresso de homens em cursos de educação infantil e o ingresso de mulheres em áreas de STEM. Por fim, no âmbito do Erasmus +, existem vários projetos que promovem o ingresso das mulheres no ensino superior e, mais especificamente, no estrangeiro.

No more boys and girls: can our kids go gender-free? Episódio compreendido numa série documental desenvolvida pela BBC numa escola primária na Inglaterra, pretende, ao implementar várias experiências numa turma mista, perceber se realmente é possível ensinar igualdade de género às crianças através da educação formal.

Comprehensive sexuality education protects children and helps build a safer, inclusive society Research carried out at national and international level has demonstrated the benefits of comprehensive sexuality education, including: delayed sexual initiation; reduced risk-taking; increased use of contraception; and improved attitudes related to sexual and reproductive health. An ideal context for raising awareness about the sexual and reproductive health and rights of women, including access to modern contraception and safe abortion.

UROPA EUROPA EUROPA EUROPA EUROPA EUROPA E UROPA EUROPA EUROPA EUROPA EUROPA EUROPA E

1.3.


MENOR CONTINENT SEM FRONTEIRAS INÚMERAS ILHAS IN 1.2.

OCEÂNIA

Estudos mostram que existem diferenças entre géneros e que tal afeta o seu método de aprendizagem. A educação na Austrália foi adaptada para se adequar a esta questão. – The Uni Tutor

Qual o ponto de situação na educação? Nova Zelândia, o melhor país do mundo a “educar para o futuro” A educação da Nova Zelândia é a melhor do mundo em termos de preparar seus alunos para o futuro. Um recente estudo global classificou os países que melhor preparam os estudantes para o futuro, avaliando os sistemas de educação de 35 economias de acordo com indicadores-chave, como socioeconomia, ambiente de ensino e política. O estudo também identificou seis habilidades-chave que os jovens precisam aprender para ajudá-los a navegar no futuro. Segundo o estudo, a educação será menos sobre aprender informação e mais sobre análise e uso de informação.

Oceânia, um pequeno continente a sul da Ásia, resulta da união de duas culturas, a Europeia e a cultura Indígena Mâori. Neste continente destacam-se os países Nova Zelândia e Austrália, os quais foram alvo de estudo dentro da temática da igualdade de género na educação. Profundamente desenvolvida, esta região é considerada das melhores do mundo no que toca à preparação dos estudantes para o futuro. O ensino na Austrália destaca-se pelas medidas em prol do desenvolvimento dos estudantes. Este ensino procura a evolução e distantancia-se da dimensão tradicional da educação. A Nova Zelândia segue o mesmo caminho, e foca-se na aprendizagem vasta onde se desenvolve a autoconfiança e o pensamento livre e independente. Nestes sistemas de ensino o recurso às tecnologias é frequente propondo uma aprendizagem com aplicação no mundo real. Este continente tem uma grande preocupação com o desenvolvimento das gerações mais novas e a desmistificação dos problemas de género nas suas escolas procurando descontrução de preconceitos. Uma nova abordagem das escolas perante o problema, incentiva e promove a criação de novas gerações com novos conceitos e respostas para os problemas de género. Nesse sentido, os currículos de ensino são desenhados tendo em vista as diferenças de ambos os géneros e procurando novas estratégias para uma evolução constante, não só do ensino enquanto um todo, mas também a evolução dos alunos.

Sem salas de aula Este é um documentário que mostra um sistema de ensino na Austrália que procura uma abordagem diferente do ensino tradicional. Esta é uma educação que incentiva o pensamento livre, critico e independente em sintonia com uma aprendizagem que tem por base a interpretação. Este pensamento crítico e lógico permite a construção de novos conceitos de género dando espaço para que sigam as suas orientações profissionais e pessoais de forma livre sem qualquer tipo de discriminação.


Quais os principais problemas que existem?

Embora estejamos perante um dos continentes mais desenvolvidos no que toca à educação para a promoção da igualdade de género, ainda há luta para se fazer neste âmbito. Verificou-se, tanto na Nova Zelândia como na Austrália, que poderemos estar perante a discriminação de rapazes. Isto é, segundo os dados revelam, as raparigas obtêm melhores resultados que os rapazes no ensino obrigatório pelo que têm maior probabilidade de entrar na faculdade, deixando os rapazes em desvantagem. Ainda assim, os preconceitos permanecem. Apesar da percentagem de ingressão nas universidades ser mais elevada nas mulheres, as áreas STEM (física, ciência, matemática e estudos técnicos) continuam a ser subrepresentadas pelo sexo feminino. Nesse sentido, as mulheres permanecem dominantes nas áreas das línguas.

1.4.

Discrimination against boys? As girls’ educational results improved, there was increasing concern that education discriminated against boys. Teaching methods and, at primary-school level, the predominance of female teachers were seen as supportive of girls’ rather than boys’ learning. Boys tended to learn to read later than girls (as they do internationally), but this (like some other differences) was strongly affected by ethnicity, with Māori boys most likely to have difficulties. The socio-economic background of students was also a factor, as was the pressure on boys not to be associated with ‘feminine’ activities such as reading.

Como é que a educação contribui para a igualdade de género?

A preocupação que tanto a Nova Zelândia como Austrália revelam ter sobre o desenvolvimento dos estudantes para o alcance da igualdade de género através das escolas, leva-os a procurar entender quais os seus principais problemas de forma a estabelecerem a melhor solução e aplicarem-na no seu ensino. Cada vez mais tem sido aprovadas leis no sentido de promover a igualdade de género nas escolas. Estas medidas verificam-se não só no ensino básico, através de uma nova disciplina no currículo no sentido de discutir questões de género, mas também nas faculdades, com o movimento SAGE (Science in Australia Gender Equity). Mas os incentivos e a preocupação não acaba por aqui. Existem cursos independentes destinados a ajudar mulheres no poder que se deparam com problemas relacionadas com o seu género.

Girls, Schools and Boys Promoting Gender Equity Through Schools The National Policy proposed a framework for action comprising a statement of educational values and principles, four broad objectives for improving schooling for girls, and an outline of priority areas within each objective.

Australian students to be taught about ‘male privilege’ A state in Australia has launched an education programme designed to smash gender stereotypes. The “respectful relationship” curriculum will be mandatory in all schools. Students will explore issues around social inequality, gender-based violence and male privilege.

Gender equality in University of Wollongong We have adopted policies that support gender equality and have developed workplace flexibility arrangements that support all genders and promote a healthy work-life balance. We are also committed to removing barriers to the selection, advancement and opportunities for people of all genders in the workplace.

151 Enciclopédia de Mulheres

CEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂ CEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂNIA OCEÂ

1.3.


É de ressalvar que a educação surge como salvação para a humanidade. Influenciar, desenvolver e evoluir a maneira de pensar, aquilo que acreditamos e o nosso comportamento é uma das tarefas mais difíceis do desenvolvimento humano. Isto porque, os valores de cada cultura influenciam a nossa maneira de pensar e consequentemente desenvolvem os conceitos que depois levamos para a vida. Dito isto, alterar o conceito de género que está intrínseco na cultura da sociedade global, é uma tarefa que tem de começar desde os primeiros momentos de vida.

A educação formal é, por isso, fundamental não só para instruir as mulheres e poder dar-lhes um melhor futuro, mas também para reeducar tanto homens e mulheres e desconstruir os estereótipos de género da cultura, assim como os problemas que a este estão implicitos, de forma a inibir qualquer tipo de discriminação e criar uma nova geração livre de preconceitos. Só assim a educação informal, a cultura, poderá fazer o seu papel e permitir que os novos conceitos de género permaneçam na sociedade.

152 Perceber a Atualidade


PONDERAR A SOLUÇÃO Nesta etapa partimos para a análise dos materiais recolhidos de modo a compararmos os problemas encontrados nos diferentes continentes para a criação da solução mais adequada. Nesse sentido, fomos procurar que soluções já estão em vigor pelo mundo. Começámos por perceber os três Ms que contribuiem para uma educação igualitária: qual o papel das Mulheres nesta luta; quais os Movimentos existentes e o que defendem; e quais as Metodologias de ensino na nossa sociedade. Perceber o que já existe, permitiu-nos ponderar e criar a nossa metodologia de ensino. Sendo esta empregue em diversas situações, desenhámo-la de forma a se ajustar às diferentes partes do mundo. Dito isto, as nossas propostas de metodologias dividem-se entre países desenvolvidos, países em desenvolvimento e medidas em comum.

MULHERES METODOLOGIAS MOVIMENTOS A NOSSA METODOLIGIA MULHERES METODOLOGIAS MOVIMENT A NOSSA METODOLIGIA MULHERES METODOLOGIAS MOVIMENTOS A NOSSA METODOLIGIA MULHERES METODOLOGIAS MOVIMENTOS A NOSSA METODOLIGI

02


HERES MULHERES MULHEMULHERES MULHERES MUEsta é uma pequena seleção das mulheres RES MULHERES MULHERES mais importantes para a educação em cada um dos continentes. HERES MULHERES MULHEMULHERES MULHERES MUEllen Johnson Sirleaf Natural de Monróvia, Ellen Joshnson nasceu em 1938. Presidente da Libéria em dois mandatos, entre 2006 e 2018, tendo sido a primeira mulher a ocupar esta posição no seu país, foi também ministra das finanças. No ano da sua segunda tomada de posse, foi vencedora do prémio nobel da paz pela sua prestação enquanto presidente. Apesar de ser um país muito pobre, sem infraestruturas, esgotos, canalização e água potável, Ellen defendeu um regime de igualdade entre géneros, obtendo resultados como direitos iguais para homens e mulheres. Este seu modo de pensamento fez com que incentivasse outras mulheres que viviam em más condições, denunciassem a discriminação. Assim, fomentou um pensamento de liberdade. Durante o seu mandato Ellen conseguiu que estes ideais influenciassem os programas de educação das mulheres, conseguindo concretizar um julgamento de casos de violação contra mulheres.

Grace Abbot Grace Abbott, nasceu a 17 de novembro de 1878 e faleceu a 19 de junho de 1939. Fora uma assistente social que trabalhou para melhorar os direitos dos imigrantes. Frequentemente, travalhava com a sua irmã mais velha, Edith Abbott, em casos comuns a fim de melhorar os direitos da população imigrante. Abbott trabalhava, maioritariamente, em casos de exploração laboral, na sua maior parte de crianças imigrantes. Deste modo, defendeu uma melhor fiscalização e frequência escolar obrigatória para estas crianças. Escreveu as suas descobertas em artigos de pesquisa como The Immigrant and the Community, que publicou em 1917. O presidente William Howard Taft, em 1912, aprovou o projeto Children's Bureau, uma agência para proteger o “direito à infância”, que promovia o bem-estar infantil através da assistência social, adoção e prevenção do abuso infantil.

154 Ponderar a Solução


Jane Foss Barff Jane Foss Barff nasceu a 1863 na Austrália e iniciara o seu percurso escolar com o prémio de melhor sucedida entre as mulheres. Em 1883, fizera parte do grupo de mulheres a matricular-se na Universidade de Sydney, local onde obtivera honras de primeira e segunda classe em disciplinas STEM. Fora membro fundadora da Sociedade Feminina da Universidade de Sydney e em 1892, criara a Associação de Mulheres da Universidade de Sydney, na qual se tornara presidente. Mulher de ideais e fortes princípios fora nomeada tutora de mulheres estudantes na universidade e envolvera-se em movimentos como o Sydney University Women’s Settlement. Morrera em 1937 e, em sua memória, as amigas da faculdade instituíram-lhe um prémio.

Malala Yousafzai Malala Yousafzai, nascida a 12 de julho de 1997 no Paquistão, é uma ativista que luta pelos direitos humanos, mais especificamente pela educação das raparigas. Em 2008, os talibãs proibiram o acesso à escola, por parte das raparigas, o que provocou revolta em Malala. Deste modo, criou um blogue sob o pseudónimo de Gul Makai no qual detalhava o seu quotidiano durante este período de opressão. O facto de ter ido contra às ideologias defendidas pelo grupo invasor, em outubro de 2012, Malala foi baleada com um tiro na cabeça, no regresso a casa. Sobrevivendo ao ataque, Malala ficou mais forte e determinada a defender o direito à educação. Por causa das constantes ameaças, a sua família refugiou-se em Inglaterra e neste novo país pôde regressar à escola, em liberdade. Desde então, encontra-se a lutar pelo direito universal à educação, especialmente, por parte de raparigas em condições precárias.

Margrét Pála Ólafsdóttir Margrét Pála Ólafsdóttir, uma pedagoga, educadora e filantropa pioneira, nasceu em 1957 em Akureyri e foi criada no norte da Islândia. Graduou-se como educadora do pré-escolar e em 1982 tornou-se diretora de um centro de cuidados de dia para crianças e foi nesta creche que ela começou a desenvolver o método Hjalli. Continuou a desenvolver métodos pedagógicos bastante incomuns, como aulas segregadas por sexo, materiais naturais para brincar em vez de brinquedos convencionais e uma crença há muito esquecida na disciplina como forma de treinar habilidades sociais. Em 2000 adquiriu o seu grau de mestra na Universidade Islandesa de Educação e em 2011 adquiriu um curso de Master of Bussiness Administration. Fundou a empresa Hjallastefnuna ehf., de que é CEO, que administra, atualmente, 13 pré-escolas e escolas primárias de acordo com os serviços municipais.

155 Enciclopédia de Mulheres


OLOGIAS METODOLOGIA é uma pequena selação OGIAS METODOLOGIASEsta das metodologias dedicadas a uma educação igualitária, S METODOLOGIAS ME implementadas em cada um dos continentes. AS METODOLOGIA METO TODOLOGIAS METODO Kenya Education Training Policy Este documento visa um sistema educativo focado nos direitos iguais para homens e mulheres. A sua organização estrutural é feita por 8 capítulos. O 1º fornece os antecedentes da política e discute o contexto jurídico e político no qual o documento se fundamenta. Os capítulos 2 ao 7 fornecem as seis áreas temáticas: acesso, equidade, qualidade, proteção, segurança e violência sexual. O capítulo 8 apresenta a estrutura de implementação do documento: acesso visa uma educação sensível e responsiva ao género; a procura de equidade, oportunidades e a participação de todos os alunos, independentemente da idade, género, cultura ou habilidade; qualidade da educação; institucionalização de currículos profissionais para os professores que contemplem uma educação sensível a todas as variáveis de cada aluno; estabelecer estruturas de boas práticas de liderança e gestão do governo que garantam a igualdade de gênero em todos os níveis do setor educacional.

“Sobre a educação nacional” A Reivindicação dos Direitos da Mulher de 1792 por Mary Wollstonecraft, foi um dos primeiros livros publicados que defendia a igualdade de direitos entre mulheres e homens, no qual realiza uma profunda análise ao sistema educativo nacional, que se encontra relacionado às crenças religiosas e culturais. Wollstonecraft argumenta, no capítulo 12 “Sobre a Educação Nacional”, que a criação de um sistema nacional de educação, deve funcionar com escolas mistas, no qual acrescenta que é essencial para a dignidade das mulheres que elas tenham o direito e a capacidade de ganhar seu próprio sustento e de se sustentar. Para além disso, afirma que para caminhar para a igualdade de género é preciso fortalecer a mente e o corpo de ambos. A mudança não se realiza sem haver metamorfose nos pensamentos e ações.


Kasturba Gandhi Balika Vidyalaya A estrutura Kasturba Gandhi Balika Vidyalaya (KGBV) foi lançada pelo Governo da Índia, em 2004, de forma a tornar o sistema educacional mais adequado às necessidades das raparigas marginalizadas de forma a melhorar o seu acesso e permanência. Foram estabelecidas escolas residenciais para raparigas, entre os 10 e os 14 anos, em cidades e áreas concentradas de minorias em todo o país, oferecendo assim uma educação de nível primário para as raparigas pertencentes a castas programadas, tribos programadas, outras classes retrógradas, comunidades minoritárias e filhas de famílias abaixo da linha de pobreza: treino de artes marciais (defesa pessoal) para crianças; aula de Educação de Habilidades para a Vida - obrigatória semanalmente; educação em informática.

Sistema Hjalli O método Hjalli, desenvolvido por Margrét Pála Ólafsdóttir, é uma educação feminista que promove um currículo que separa os meninos e as meninas durante a maior parte do dia escolar. Este método, presente em diversas creches e pré-primárias islandesas, tem como objetivo garantir que as crianças, na altura em que se encontram a formular as suas ideias acerca da sociedade e dos papéis de género, ao serem separadas lhes sejam eliminadas o impulso natural de estereotipar de acordo com o género. Este método impulsiona as raparigas e os rapazes a praticarem atividades que não estão normalmente associadas ao seu género. Como exemplo, as raparigas são incentivadas a ocuparem o espaço, a lutarem entre si como guerreiras, a gritarem frases como “eu sou forte”, enquanto os rapazes são estimulados a expressarem os seus sentimentos, a conversarem e a cuidarem uns dos outros, realizando atividades mais calmas como a meditação. Também é estimulada a participação em atividades em comum uma vez por dia para aprenderem a respeitar-se mutuamente.

Sistema Educacional Australiano O sistema australiano é um sistema que salienta as diferenças entre o sexo masculino e feminino, não numa vertente negativa, mas com conceitos diferentes. Esta distinção de género existe e reflete no método de aprendizagem por duas grandes razões: a razão social e cultural, que promove a ideia de que, por exemplo, os rapazes estão direcionados para a matemática; e a razão intelectual que defende a ideia de que o cérebro feminino e masculino funcionam de forma diferente, tendo impacto na capacidade de aprendizagem e concentração. Desenhado com base nestas questões o sistema de educação australiano foi desconstruído para discutir problemas de género e promover uma educação igualitária. A base desta metodologia é a trigonometria, uma medida que defende a educação com a envolvência de três partes: os pais, a escola e a comunidade. O objetivo é melhorar as desigualdades que ainda se possam verificar na sociedade e comprometem-se a promover um futuro promissor para todos os estudantes eliminando possíveis barreiras de género.

157 Enciclopédia de Mulheres


MENTOS MOVIMENTOS MOVIMEN Esta é uma selação de OVIMENTOS MOVIMENTOS MOVI movimentos/organizações dedicadas a uma educação OS MOVIMENTOS MOVIMENTOS igualitária, fundadas em cada um dos cinco cantos mundo. MENTOS MOVIMENTOSdoMOVIMEN OVIMENTOS MOVIMENTOS MO Escola para Maridos O continente africano recebe apoio de investidores para projetos, alguns deles contemplam a igualdade de género. O Presidente do Banco Mundial contribuiu com 1 bilião de dólares para o projeto Escola para Maridos, em Burkina Faso, que aprova homens apenas quando aptos para serem um bom marido. Este projeto quebra estereótipos e educa os homens, tornando-os também parte da solução para a igualdade e conquista de direitos femininos. Este tipo de sistema educativo visa o aproximar de uma igualdade de género.

Commit 2 Change Commit 2 Change foi criada para desenvolver as capacidades das raparigas em controlar as suas vidas e originar mudanças positivas nas suas comunidades quando educadas com a devida educação e o devido suporte. A organização trabalha com raparigas vulneráveis, muitas vezes de famílias pobres, na Índia e no Sul Asiático para lhes dar acesso a uma educação crítica que as ajudará para o resto da vida. Com a criação de programas como: Educação em Tecnologia Digital, Tutoria, Mentoria ponto a ponto, Bem-Estar Mental e Educação Adaptada, ajudam a capacitar estas raparigas vulneráveis, muitas vezes em situações de violência doméstica, a obter uma autoestima positiva - principalmente no que diz respeito à confiança e ao confronto de traumas do passado.

SAGE Science in Australia Gender Equity (SAGE) é uma empresa pública sem fins lucrativos que pretende melhorar a igualdade de género no sector australiano do ensino superior e investigação. Este é o único programa de igualdade de género e diversidade de género na Austrália e tem como objetivo construir um modelo sustentável e adaptável de Athena Swan para a Austrália de modo a alcançar a mudança sistémica e cultural significativa no seio das organizações.

TAREA Asociación de Publicaciones Educativas Organização não governamental, sem fins lucrativos, criada em 1974, composta por 17 associações de diferentes áreas académicas, promove atividades de pesquisa e produz materiais escolares e educacionais. TAREA definiu construir propostas pedagógicas e políticas, produzir conhecimento para todos e coordenar a incidência política, a fim de alcançar a educação intercultural (bilíngue na escola e comunidade), educação cívica (igualdade de género e respeito pelos outros) e educação básica alternativa. Os países a serem beneficiados são da América Central, Caribe e do Sul, pois estes encontram-se num cenário de maior escassez de recursos, como falta de materiais escolares, de instalações adequadas e de professores com habilitações para lecionar.

Girls Go Circular Projeto fundado pelo Instituto Europeu da Inovação e Tecnologia consiste no empoderamento das raparigas nas áreas da tecnologia, mais especificamente nos campos digitais. Tem como objetivo equipar pelo menos 8 mil raparigas desde os 14-18 anos com capacidades digitais e de empreendedorismo através de um programa online disponibilizado na plataforma do projeto. O curso online dá a possibilidade às suas formandas de poderem escolher entre quatro tópicos: metais, plástico, moda sustentável ou dispositivos eletrónicos. Durante esse processo, são ensinadas metodologias e boas práticas digitais como também é reforçado a importância de contribuírem para um mundo mais sustentável através de projetos de economia circular, a fim de despertar a sua consciência ambiental.

158 Ponderar a Solução


AS NOSSAS PROPOSTAS DE METODOLOGIAS Países Desenvolvidos

Países em Desenvolvimento

Inclusão de uma disciplina adequada a cada ciclo escolar, lecionada fora da sala de aula, dedicada à educação sexual, ao feminismo e à desconstrução dos preconceitos de género 02. Educar os alun=s sobre o consentimento e respeito 03. Estratégia onde os professores e o ensino adaptam-se ao alun=s para o seu progresso 04. Incentivar os alun=s para explorarem áreas e capacidades de forma livre sem preconceitos (ex: estimular as mulheres a seguirem áreas da STEM) 05. Orientação individual e aconselhamento psicológico a cada um dos alunos 06. Promover a participação em programas sociais que incluam a participação de rapazes e raparigas (ex: acordo entre escolas de diversos países e continentes para troca de cartas entre alun=s) 07. Investigar possíveis problemas de género que possam vulnerabilizar os estudantes (ex: bullying) 08. Restruturação dos materiais escolares para eliminar preconceitos de género (ex: incluir exemplos que visem a diversidade de género racial) 09. Remodelar os planos curriculares para incluírem mais figuras femininas (ex: história)

01.

01.

Medidas em comuns 01. Existência do sistema de trigonometria: inclusão dos

pais, da escola e da comunidade/estado na educação 02. Incentivar a igualdade nos papéis de professores desde

a creche até ao ensino superior para que cada género tenha modelo a seguir durante o seu crescimento 03. Educar a igualdade de géneros aos docentes e não docentes para uma abordagem igualitária nas escolas 04. Adotar abordagens pedagógicas que aprimorem o pensamento crítico 05. Treino de autodefesa para todas as raparigas (ex: Judo) 06. Financiamento para a alimentação nas escolas 07. Acesso gratuito a materiais escolares, promovendo a reutilização 08. Promoção de disciplinas criativas e de métodos de aprendizagem que requerem a criatividade, a imaginação e a capacidade de resolver problemas

Financiamento do estado para a educação básica seja gratuita 02. Promover o acesso à educação (ex: Telesecundárias - Sistema de ensino à distância, através de comunicações de satélite para atingir pequenas comunidades remotas inacessíveis por outros meios) 03. Melhorar as condições estruturais e sanitárias das escolas (ex: permitir que as raparigas consigam ir à escola menstruadas) 04. Promoção da educação sexual como forma de promover o uso de contracetivos evitando a gravidez indesejada e a transmissão de DST 05. Remuneração, condições de trabalho e distribuição de professores adequadas, bem como a gerência escolar e o acompanhamento regional por parte dos governos 06. Promover medidas de segurança para acompanhar os estudantes às suas escolas (mais para as raparigas) 07. Assegurar a inscrição e permanência das raparigas na escola por parte da instituição através de acordos no momento da inscrição que garantam a continuidade da matrícula 08. Adotar currículos escolares e materiais didáticos que reconhecem as necessidades tanto de meninas como de meninos 09. Combater tanto a violência de gênero como o assédio sexual e reformar as políticas do acesso à escola de mães adolescentes 10. Empregar mais professoras em áreas rurais 11. Garantir que os profess=res têm formação necessária 12. Permitir o acolhimento de projetos de intercâmbio de alunos estrangeiros a fim de enriquecer o conhecimento cultural


Evento Enciclopédia de Mulheres – Percursos, convidadas partilham testemunhos e experiências

Refletir o Feminismo com Ana Sabino O evento Enciclopédia de Mulheres – Percursos é criado no âmbito da cadeira de Design de Comunicação II da FBAUL. Organizado pelos respetivos docentes responsáveis pela unidade curricular iniciou-se, a 17 de março, as palestras via live streaming no YouTube que terminaram a 5 de maio.

Os saltos altos são estranhos para a mulher: por um lado, são desconfortáveis, por outro, criam-nos alguma sensação de poder. Não usar saltos altos pode ser interpretado como um ato feminista. – Ana Sabino

Ana Sabino, designer de comunicação especializada em design de livros e exposições.

O evento tem como objetivo incentivar os estudantes a refletir sobre o feminismo, estruturarem o seu conhecimento relativamente à temática interligando o estudo na área do Design de Comunicação com o percurso de vida das oradoras. O evento foi realizado com 5 sessões live streaming, tendo cada sessão uma convidada: Joana Bértholo, Ana Boavida, Rita Marquito, Ana Sabino, Isabel Duarte, no qual compartilham testemunhos de experiências, leituras e trabalhos realizados. No decorrer da sessão manifestam inquietações face à presença da mulher a nível cultural, social, económico, familiar e de direitos.

Designer Ana Sabino partilha as suas experiências No seguimento das conferências relativas a todos os percursos, Pangeia destaca a quarta sessão que contou com a presença de Ana Sabino. Nascida no Porto, no ano de 1983, deu início ao seu percurso académico em Lisboa, em Design de Comunicação na FBAUL. Realizou o seu percurso orientado para a escrita, livros e o universo literário, tendo mais tarde tornado-se mestre em Teoria da Literatura pela FLUL e ainda doutorada em Materialidades da Literatura na FLUC. Numa fase menos matura da sua vida não sentiu discriminada por ser mulher. Apesar disso, seguiu ideias feministas mesmo de forma inconsciente, pela sua base familiar e reivindicou sempre os seus direitos, como por exemplo, lutou para que o seu primeiro estágio fosse remunerado. Contudo, quando integrada no mercado de trabalho e após ser mãe compreendeu a existência de desigualdades ao deparar-se com situações em que o preconceito era evidente. No final da sessão, Ana Sabino, referiu sobre Entitlement Gap uma nova campanha The Female Lead com o objetivo de alcançar a igualdade de direitos de género. Ana Sabino destaca-se pelos trabalhos de extremo rigor e de enorme importância, pelo seu grande talento e dedicação no mundo do design.

160 Ponderar a Solução


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.