LBZ MAG #01 I JAN - JUN.10
DALUASKATEISTANTRUCKS FORUMFRIEDELMADRID EXPRESSYOURSELFSPEED OLDSCHOOLHACKBRETT LACHICADELACURVAGIRLZ PHOTOGRAPHYLBZTRIP
contents
LONGBOARDBUILDING hackbrett
9 EXPRESSYOURSELF nuno pereira
27 BRANDING lachicadelacurva
5 INTERVIEW douglas dalua
13 SPOTLIGHT skateistan w/ sophie friedel
37
staff
FUNDADORES pedro fernandes eduardo guimarães josé antónio leão gonçalo rodrigues susana torroais COLABORADORES leo gonçalves nuno pereira miguel ângelo pereira duarte reis AGRADECIMENTOS vintageskateboardmagazine.com jorge alcalde fee bücheler douglas dalua sophie friedel hacki hackenstein skateistan hännä rio soria CONTACTOS longboarderz.admin@gmail.com thelongboarderz.com thelongboarderz-forum.com
A nossa Família!! Tentámos, tentámos e todos nos viraram as costas, aparentemente cá em Portugal o Longboard parece não ter espaço na cena do skate nacional. Continuamos com a mente, e inevitávelmente com a comunidade fechada, e talvez seja essa a principal causa da constante estagnação que se vive o skate por cá. Enfim... Foi então que pensámos, se o street não nos quer nas suas páginas de revista, porque não criar uma só nossa...? O desafio ficou no ar e hoje, este pequeno projecto ganhou vida. Hoje um grupo de pessoas criou uma magazine, a primeira dedicada 100% ao longboard nacional. De longboarderz para longboarderz! Esta é a nossa voz! O nosso way of life! Este é o espaço da família LBZ. Uma família coesa, dedicada, pequena, mas, acima de tudo presente! Querer é poder, e a família LONGBOARDERZ está finalmente aqui! Enjoy...
LBZ Crew www.thelongboarderz-forum.com longboarderz.admin@gmail.com
junta-te à família!
longboardbuilding
hackbrett O LBZ foi até a Alemanha, mais propriamente a Freiburg, conhecer o local onde estas tábuas, 100% handmade, são produzidas. Não podemos revelar todas as fotos, no entanto fica um pequeno “sneak-peak” desta nossa visita... Os nossos agradecimentos a Hack Hackenstein, por receber o longboarderz no local de produção. LBZ MAG I #05
#06 I LBZ MAG
LBZ MAG I #07
#08 I LBZ MAG
“Conheci o Longboard assistindo a um programa de televisão e foi amor à primeira vista, o skate mudou a minha vida completamente”
LBZ MAG I #09
interview
douglas dalua by gonçalo rodrigues
Quem é o Douglas Dalua, o homem por detrás do Skater? Bom. Sou uma pessoa tranquila, gosto de estar em casa, com a minha família, estudando e jogando futebol que é a minha 2 paixão.
Sim além de ser profissional de Downhill no Brasil eu participo de competições nacionais de Slalom, em 2009 fui Campeão Brasileiro de Slalom, e também muitos freerides em grandes montanhas no Sul do Brasil.
Quando conheceste o longboard, o que é que mudou na tua vida? Conheci o Longboard assistindo a um programa de televisão e foi amor à primeira vista, o skate mudou a minha vida completamente, antes eu era um officeboy de um banco hoje eu sou skatista e só vivo do longboard, uma mudança radical não... hehehehe
Como é que foi o teu percurso até chegares aqui? Nada em minha vida foi fácil, tive sempre que batalhar muito para conquistar as coisas, creio que não sou ninguém ainda, tenho que batalhar muito mais para poder ser mais reconhecido pelo meu trabalho, mas fico feliz em saber que tem muitas pessoas no mundo principalmente em Portugal que gostam do meu skate, isso me dá mais vontade de continuar a batalha.
Muita gente define o longboard como um meio especial, de muita partilha e entreajuda entre os praticantes. Partilhas desta opinião? Como é que vês este meio? O downhill é um esporte radical, se não o mais radical, um dois mais, e é um esporte que faz muito bem quando se faz com segurança, temos a sensação de voar em cima do asfalto, isso só quem pratica o downhill sabe escrever...e acredito que é um esporte que uniu muitas pessoas de todos os lugares do mundo sim.
Actualmente, consideras que é possível viver só do skate longboard? Como é que é contigo? Isso é difícil, sabemos que tem muitas marcas de skate e surf que não valorizam atletas, e isso é o maior problema, mas ou mesmo tempo tem muitas que nos valorizam. Eu já estou conseguindo viver do longboard há mais de 3 anos, mas tenho que trabalhar muito.
Costumas praticar alguma das outras Sendo o longboard um desporto com uma modalidades de skate (street, slalom, slides…) escala muito reduzida de praticantes, e com ou és puramente fiel ao DH? uma visibilidade também muito pequena #10 I LBZ MAG
comparada com outros desportos mais populares, atletas como tu têm algum apoio do Estado Brasileiro? Sim o Governo Brasileiro apoia os todos os Esportes e tem um incentivo Chamado BOLSA ATLETA, é um recurso que eles dão para os competidores Brasileiros, eu faço parte desse programa Brasileiro e lhe digo é fundamental para eu poder competir. Estando agora a aparecer Pro-models no mercado das tábuas, como a do Kevin Reimer e do Patrick Switzer, assim como muitas outras Madrid e não só, como seria a tábua DaluaPromodel? Eu gosto muito de tábuas rectas e rebaixadas, tenho certeza que seria algo desse tipo. Como é que te sentes ao ser um dos poucos atletas apoiado pela Orangatang, uma marca na linha da frente em termos de rodas para LBZ MAG I #11
longboard? A Loaded/ Otang é uma empresa incrivel, é a empresa que todos atletas querem estar, eu estou fazendo um bom trabalho com eles, a Orangatang no Brasil é a roda que mais vende em SurfShops, tudo isso graças ao meu trabalho, a Otang me ajuda e eu ajudo eles a vender mais...estou muito feliz com essa parceria. Conta-nos sobre o teu método de treino. Como é que encaixas os treinos na tua vida? Eu treino nos finais de semana skate, vou para alguma montanha com os amigos, as vezes vamos a fazer freeride e outras para speed, e durante a semana que treino forte em academia para poder ter um bom ritmo nas competiçoes. Tens algum esquema de treino fitness ou andas somente de skate? Sim, eu estudo Educação Física, e eu mesmo faço meus treinos que são todos os dias da
semana muito fortes, e nos finais de semana eu aproveito para andar de skate. Em termos da técnica para a prática de DH, quais foram as maiores dificuldades que sentiste neste teu percurso? O que tens a dizer sobre predrift vs footbrake? A evolução está muito rápida, vemos muitos atletas novos andando muito forte, e os Drifts são parte dessa nova geração, hoje em dia se você for andar com Kevin, James kelly ou Louis Pilloni você não vai ver eles dando footbrake, é uma técnica que temos que estar sempre actualizados, e ser amigos dessas pessoas nos ajuda muito... O teu tuck tem um estilo único e inconfundível…que vantagens te traz a colocação da mão na dianteira do skate? Acho que é um estilo, todos temos um e esse foi
o que me senti melhor para a prática do downhill, posso lhe dizer já fiz alguns testes e com a mão na frente eu ando mais rápido do que com o joelho.... hehehhehe...essa é a minha vantagem. Para terminar, alguma coisa que quisesses deixar como mensagem final? Gostaria de deixar um abraço a todos , dizer que é um prazer para mim estar escrevendo essa entrevista, e espero em breve poder estar em Portugal com todos. Abraço a todos Douglas Dalua www.douglasdalua.com
#12 I LBZ MAG
expressyourself
powa by Nuno pereira
Eu fazia inline dH, e experimentei um skate no festival longboarderz. O que me atraiu foi a instabilidade. Os patins para mim já estão muito estáveis, e a piada no skate está no facto de ir ali sempre com o coração nas mãos ehehe, logo ali fiquei com vontade de fazer um. Na altura ia começar a fazer um luge, mas, mudei a prioridade e atirei-me para o skate. O projecto começou pela vontade de fazer um skate de downhill, inicialmente pensado para utilizar os trucks existentes no mercado. A inovação seria na forma e nos materiais, e numa pequena variação na função. A frase do Zé Tó “porque não fazes tudo ajustável?” deu inicio a um processo, com várias experiências, várias soluções, e a partir daí não houve limites, até que cheguei à solução final. Que nunca é final, porque há sempre margem para evoluir, e sempre que estou a desenhar surgem-me mil soluções que vou guardando, a solução final é a soma dessas, mas, a final nunca é final porque quando a peça está concluída já quero fazer de outra forma. A partir deste momento, já tinha fugido totalmente do conceito normal de skate, e o objectivo centrava-se em fazer uma máquina de downhil.l A minha linha de pensamento é minimalista ao máximo, todos os elementos têm uma função, nada é apenas estético. LBZ MAG I #13
Tendo em conta a posição de tuck, e mesmo a posição em curva, o deck tem o espaço necessário para posicionar o pé da frente, e o espaço necessário para o pé de trás, ainda que seja obviamente subjectivo pois cada rider tem a sua preferência a esse nível. Para mim está perfeito. Os rails têm chanfros de 45º, melhoraram a aerodinâmica e tornam o aspecto geral mais agressivo. O propósito de ter um skate ajustável é que podemos ter um setup para cada descida, de acordo com a descida e com o gosto pessoal do rider. É possível afinar os trucks entre 0 e 90 graus, desde colocar um truck a virar muito agressivamente até a não virar. Ao afinar a altura e ângulo também se esta a afinar o wheelbase. Os trucks têm exactamente a precisão dos trucks cnc’s à venda. É possível criar lift ou downforce, obtendo uma variação entre a altura do truck da frente e o de trás. Numa descida muito rápida podemos criar lift e atingir velocidades maiores, numa descida mais técnica podemos criar downforce para ter mais apoio em curva. Para um rider ter estas possibilidades com um skate normal teria que ter inúmeras peças, inúmeros decks, até conseguir a combinação ‘perfeita’, que nunca seria perfeita porque o rider
está em constante evolução e as necessidades de hoje nunca são as de amanhã. Neste caso, apenas é necessário desapertar e apertar alguns parafusos, e experimentar as combinações infinitas que este skate possibilita. Podemos ter um drop deck, um top mount, um drop trough, etc. O rider afina o skate de acordo com cada descida, optimizando a sua performance. No fundo é a transposição das possibilidades de afinação de um carro ou moto de corrida para o mundo do skate, por isso é uma downhill machine. O processo foi totalmente livre de limitações
construtivas. Tento sempre ao máximo distanciarme disso, quero sempre que a única limitação seja a minha imaginação, mas, também não sou daqueles líricos que só sabem fazer sketches e depois não conseguem fazer nada. Primeiro desenho na loucura, depois vejo como materializar o desenho, se estritamente necessário, adaptar o desenho. Depois existem soluções que são encontradas inversamente, de acordo com o processo descobre-se novas formas de fazer, é sempre uma relação complicada, por um lado não quero estar limitado pelos processos, por outro conheço os processos e sei exactamente como fazer cada
#14 I LBZ MAG
coisa e estou sempre a par de tecnologias novas, e processos novos. Não foi modificado nem 1mm do projecto final, não foram necessários ajustes, e tudo funcionou à primeira. É raro, normalmente é preciso redesenhar ou adaptar soluções, mas, também é uma questão de experiência, cada vez o processo é mais rápido e cada vez as soluções são mais fiáveis. A cada coisa que faço estou a evoluir e a ganhar a capacidade de fazer coisas cada vez mais complexas, ai está a evolução, fazer coisas hoje que não sonhava fazer ontem… Em relação a andar de skate só posso dizer que descobri mais uma coisa que adoro. Estou sempre a descobrir, tenho aquele espírito de querer experimentar tudo. Costumo dizer que precisava de mais vidas para fazer tudo o que gostaria, e tenho também o espírito de fazer tudo e pensar em tudo, antes de pensar em comprar estou a pensar em fazer. Como dizia o Frank Ghery, quando as pessoas olham para a peça final, não imaginam o trabalho que está por trás, o processo criativo, o andar para a frente e para atrás até encontrar a solução, o
desgaste, o entusiasmo, a alegria que isso dá. Quase que me sinto obrigado a explicar, mas, não é uma coisa que seja facilmente transmitida, tem que ser sentida, e no fundo não preciso que as outras pessoas percebam isto, é uma coisa pessoal,e a piada para mim está aí. O processo de criação… materializar os meus sonhos… Este skate irá ser comercializado pela Powa. Tenho ideias novas que estou a desenvolver dentro do conceito deste skate, e fora. Estou a produzir uns trucks que brevemente serão lançados, assim como um buttboard, decks, rodas, e o luge que ficou parado (a maquete 1/5 já esta feita desde antes do festival ehehe) O espírito é sempre fazer coisas novas, não para ser original por ser, até porque com essa linha de pensamento nunca sai nada de jeito, apenas porque gosto de pensar nas coisas e tentar sair dos limites. Paralelamente estou sempre a desenvolver outros projectos, porque o espírito é mesmo esse, todos os dias descubro coisas novas que quero fazer.
SPECS
Largura dos trucks: 190-215 Altura ao solo: 20-90mm Ângulo dos trucks: 0-90º Peso: 4.7kgs Comprimento do deck: 800mm Largura máxima: 255mm LBZ MAG I #15
IT COULD BE YOU!
envia-nos as tuas melhores fotos de longboard, e talvez sejas o prรณximo a ocupar esta pรกgina! longboarderz.admin@gmail.com r. simรฃo soares ph. susana torroais
#16 I LBZ MAG
LBZ MAG I #17
photography
lbz trip to madrid
#18 I LBZ MAG
LBZ MAG I #19
#20 I LBZ MAG
LBZ MAG I #21
simao
duarte
#22 I LBZ MAG
eko
LBZ MAG I #23
su
#24 I LBZ MAG
LBZ MAG I #25
zeto
miguel
#26 I LBZ MAG
spotlight
skateistan by Susana Torroais
Falámos com Sophie Friedel, longboarder de origem alemã, que esteve no Afeganistão, a trabalhar voluntariamente no Skateistan, durante 6 meses. O Skateistan é a primeira escola de skate coeducacional afegã, e também do mundo. Um projecto fundado em 2007 pelos skateboarders australianos Oliver Percovich e Sharna Nolan. Este projecto consiste em promover novas oportunidades de interacção inter-cultural, educação, saúde, desenvolvimento social, e claro aprender a andar de skate. No fundo, o Skateistan procura através da prática do skate capacitar os jovens, homens e mulheres afegãs dos meios necessários para potenciarem uma mudança de desenvolvimento social na sua própria comunidade. You are one of the first international volunteers arriving to Skateistan. What were you expecting to find there? Well I expected to find a skate park and kids wanting to skate and learn English. And it was like your expectations? Before I came here lots went on at home and I could not really think too much about Afghanistan. Also I tried not to have any expectations to give me the surprise of the moment for when I am actually arrive. Was worth it! Found it hard to imagine what LBZ MAG I #27
it is like over here whilst was in Germany anyway. What led you to get involved and become a volunteer at Skateistan? I heard of the project and really liked it. Just felt like it is the right thing to do. What is it like living in Afghanistan? Oh it is impossible to put this in one sentence. I like it most of the times. It is a very interesting county, only met amazingly friendly people so far who are very welcoming and considerate. Do you all stay at school accommodations? Is it safe? Yes it is kind of safe. I stay in the Skateistan House, which is approximately 30 min away from the park. How long are you gonna be there? Mmm probably until spring ends. Not got a flight ticket yet. Skateistan welcomes boys as well as girls. Are you working with them both, or just girls? Yes I work with both of them, mainly girls though. How many students are you working with? After the open day (this event was designed to
enroll new students) we had 400 Students in the classrooms spread across the first week. Which tricks are they loving the most? Depending on the age and ability of the children. Sadly they have not got their own boards it is not currently possible to buy skateboards in Afghanistan but they can borrow during their stay in the park. Therefore they cannot practice as much as children in western countries. The better students love Oiling out of the miniramp for example. Whereas the beginners (they youngest of them are only five years old) love rolling down the ramps while sitting on the board. One of the main goals of Skateistan is to empower students to lead their communities towards social change and development.
Tell us, since your arrival, did you notice any change in their mentality and ways of being? This is a difficult question as processes like this can only be measured over a certain amount of time. We are currently only in the third week of regular class. However, during team-building games for example I have seen a positive attitude change. In a particular class for example (we have the tables arranged in a U-shape) all the working girls all sat on one side and the more educated girls on the other side. We made them mix up and arrange in a circle and played a game, where they had to hold hands and help each other to untangle the group into an ordered circle. At the beginning, they where concerned of holding hand but during the game they where helping each other and they had fun together. I think, if children grow up and are engaged in different social groups, they can learn
www.skateistan.org #28 I LBZ MAG
to accept differences and have no pre-judgments about the other social or ethnic backgrounds. There are some children Skateistan has been working with since the beginning, now nearly three years ago. The two boys I am revering to are former street children who where sniffing glue and where up to all sorts of naughty stuff. They are now working in the park as cleaners and skateboard instructors. Outside their work they have inspired other street children not be involved in crimes and you could say, they are role models for there community and trying to encourage other children to lead a better live. In your opinion, how is skateboarding affecting their lives, and how can skate contribute to this state of love, unity and peace? HaHa the last bit sounds very Hippy like! Traditionally popular sports in Afghanistan are Buzkhashi (horse fighting) and other animal fighting games such as cock fighting or kaftar parani (playing with pigeons). Nowadays, marshal arts, bodybuilding, football and cricket are favorite past times but they are all very male dominated. Skateboarding however is new and accepted as a sport for males and females alike. This is a great opportunity and means, that boys and girls can play it together and learn to accept each other. LBZ MAG I #29
Skateboarding here is non competitive but yet still involves playing with others. The deck helps building bridges between different ethnic groups, as in the skate park everyone is equal. It does not matter from what social or ethical background one is from. Everyone learns to watch out for others and the children support each other. Advanced skaters for example show others how to do certain tricks, and it doesn’t matter who the other person is and where that person comes from. What would be the state of things to make you feel like you had “finished” your mission? Oh I don’t know, I think, this is an ongoing process, which takes its time. Do you have any funny or special story that you will like to share with us? Gosh, there are so many! Sorry they are probably one funny or special for those who where involved in the moment. Over there you feel like... In a busy washing machine. Constant tumble of craziness followed by a few minutes of silence. A message to the world will be... Treat others, as you would like to be treated.
#30 I LBZ MAG
oldschool
O RENASCIMENTO DE DE MEIA-IDADE? by pedro fernandes
Old school é a designação dada a um estilo de andar de skate bastante associada às manobras e aos equipamentos usados nas décadas de 70 e 80, e que tem ressurgido nos últimos anos. Têm surgido recentemente no mercado sob a denominação de re-issue grandes quantidades de decks que de uma forma ou outra marcaram a história do skateboard. É também frequente encontrar no ebay muito material rotulado como “NOS” (new old stock), ou seja, equipamento com duas ou três décadas que por qualquer motivo ficaram armazenados até aos dias de hoje. É ainda de salientar o interesse que estes skates têm despertado nos coleccionadores, existindo na net sites especializadas no assunto, não menos interessante é o valor que pode atingir um deck destes, há algum tempo atrás foi vendido no ebay um deck por 6099 usd, e especula-se que em negócios privados terá havido transacções por valores superiores. As marcas, sempre atentas as oportunidades de negócio não perderam tempo a inundar o mercado de réplicas de todo o tipo de skates que fizeram há uns anos atrás, as delicias daqueles que são, hoje em dia, trintões e quarentões. Estes, por conseguinte possuindo actualmente um poder de compra bastante superior ao dos velhos dias de adolescência, acotovelam-se como crianças em lojas de doces para conseguir LBZ MAG I #31
aquela edição especial super limitada do pro-deck daquele rider que outrora terá sido o seu ídolo. Certamente alguns compram-nos por nostalgia, para mostrar aos filhos, coleccionismo ou até mesmo por investimento, mas quantos destes compradores usarão realmente estes skates para andar neles? De facto, todo este ressurgimento tem ajudado a mudar a imagem do skateboard na opinião pública, já não é aquele desporto praticado por uns miúdos com a mania que são radicais, é hoje possível encontrar junto à praia um pai no seu longboard acompanhado dos filhos também eles com skates, ou ainda encontrar pai e filho na mesma competição de bowl. Aproveitando todo este potencial, também surgiram recentemente competições para os chamados veteranos, e eles estão aí a mostrar que mais de 20 anos depois ainda têm muito para dar ao skate. Nomes como Christian Hosoi, Steve Caballero, Tony Mag entre tantos outros, que mostram nos inúmeros vídeos que abundam no youtube o quanto ainda têm para ensinar às novas gerações. Efectivamente, são tempos diferentes estes que vivemos, em que tudo é mais efémero e instantâneo, naqueles tempos agora chamados de old school não havia net, não havia telemóveis, os vídeos quando tínhamos acesso a algum, eram em VHS e era um acontecimento assistir a algo
E UM ESTILO OU CRISE novo pelo que as imagens eram revistas vezes e Parece que vamos ter que esperar. Até lá vezes sem conta. aproveitemos o que os 70s e 80s nos deram de E se para se experimentar um lifestyle old melhor, e vamos lá fazer uns berts, saltar de uma school tivéssemos que abdicar de todas as rampa de saltos ou serpentear por entre cones. mordomias modernas, será que alguém ainda estaria interessado? OLD SCHOOL FOREVER! Será que daqui por 20 anos vamos assistir a algo semelhante mas com longboards? Será que vamos ter Landyachtz Evos e Loaded Dancers Imagens cedidas por: em leilão por preços astronómicos? www.vintageskateboardmagazines.com
#32 I LBZ MAG
girlz girlz girlz
huegelherzblut by Susana Torroais
Uma marca de longboards totalmente dedicada às chicas? Claro que tinha de ter lugar na nossa secção girlz! Num desporto maioritariamente de homens, em que as meninas já começam a ter um lugar de destaque, tanto nas competições mundiais, como pelas ruas da cidade, é de louvar que apareçam pessoas como a Fee dedicadas a impulsionar a 100% a comunidade feminina do longboard. E apesar desta ser a minha team, a minha família, é com o maior prazer que vos dou a conhecer a huegelherzblut!
When I first started out there wasn’t much of a choice. Most longboards were just massive planks of wood, so it was obvious that sooner or later I’d have to start putting my own ideas into practice so as to push this whole longboarding girls business forward. On what do you inspire yourself to shape your decks and custom your designs? Hmmm that depends on what kind of longboarding the girls and I are into at that time and of course I’m also hugely inspired by my home, the beautiful Black Forest.
Tell us a bit about you. Who is Fee Bucheler? What Huegelherzblut means and represents Hmmm I’m always amped, full of ideas and to you? never have time. Hügelherzblut is a big part of me as well as lots of emotions. When did you start skating/longboarding? That must have been around 2003. And what’s the girls&boys feedback about the boards? How was the girl longboard scene in germany There are people who like it and others who back then and how is it now? don’t, both girls and boys. I do get a lot of mail Back in the days there weren’t many girls, by from women who are both psyched and inspired now however the percentage of women in the thanks to Hügelherzblut. At the end of the day, sport keeps creeping up quite nicely. that’s what matters, to motivate and push you fellow girl skaters out there, hoping you’ll catch the What led you to create and develop a bug as well. longboard and clothing company for girls? Tell us how this adventure began. Can you explain us all the process of creating LBZ MAG I #33
r. fee bucheler
a Huegelherzblut board? First of all, there needs to be an idea. What kind of deck it’s going to be, i.e. what it is going to be used for, defining its purpose etc. After that we enter the prototype stage. Once we’ve tested sufficiently and made the appropriate changes until it gets a big thumbs up from everyone and we’re happy with it, the model goes
r. sophie friedel
into production. I’m guessing you can all imagine what that’s like. How many ladies are curently representing huegelherzblut? At present we’ve got seven girls on board plus one secret agent.
r. judith richter
#34 I LBZ MAG
r. franziska stolz
r. susana torroais
Can you introduce your team members to Who is your favorite skater and why? Hard to say, at the moment I’m psyched by us? sophie friedel, judith richter, christine maier, Sophie, she learns so damn quick. nicola reinthaler, franziska stolz, your good self as Your motto... well as yours truly. It’s not about never bailing, but about always Huegelherzblut Team riders are also part of getting up again. the Layback Team. What is Layback Team? Team Layback is the entire distribution/shop A dream... team altogether. Hügelherzblut the ultimate women’s boardsport magazine ;-) My own bowl outside my house out in the In total how many team riders are we talking about? woods. Hmm I think about 25 or so. A message to all the girls would be... Is it easy to manage all of them? How is it Enjoy the sport and don’t pressure yourselves, cos we’ve got all the time in the world! going? It keeps getting better! fuck yeahhhh Will Layback Team be attending some events And last but not the least... Where can we this year? buy Huegelherzblut boards? At the moment in Germany, Switzerland, Austria Sure thing, you’re gonna find us everywhere! and the UK, so go pester your dealer so we get the honour of supplying them as well ;-) What do you feel about competition? Each to their own! LBZ MAG I #35
r. nicola reinthaler
r. christine maier
#36 I LBZ MAG
branding
lachicadelacurva by Susana Torroais
Na nossa trip até Madrid, aproveitámos para conhecer um pouco melhor o mentor da marca LaChicadeLaCurva, Jorge Alcalde.
que já não está connosco, e inspirámo-nos num deck dos anos 80 da Gordon & Smith, totalmente simétrica, a G&S Mark Heintz Double Kick.
Fala-nos um pouco sobre ti... Tenho 33 anos, vivo em Madrid, mas, sou de Huesca e comecei a andar de skate com 10 anos.
A marca já conta com quantos modelos? Temos a “Scissors slide”, a “pin-up series” de slalom, a speedboard “colinabajo” e para carving “la jungla”. Um pouco para tudo.
O que te levou a iniciar o projecto de Lachicadelacurva? Bom... não havia nenhuma marca de longboard espanhola e vendo os exemplos dos nossos vizinhos Franceses e Alemães, pensei porque não fazer algo também em Espanha.
Como são projectados os shapes? Estamos agora a trabalhar agora mesmo num novo modelo de speedboard, que é parecido com a nossa “Colinabajo” mas que vai ter materiais especiais como a fibra de carbono e foam, procuramos também obter o feedback da experiência dos nossos riders, no entanto este Há quanto já existe a marca modelo vai ser mais direccionado para o nosso rider Lachicadelacurva? mais novo, de 14 anos, o Oriol, que se classificou No mercado já estamos há cerca de 1 ano e 2 em 3º lugar este ano com a “colinabajo”, na meses, mas, o projecto já tem mais tempo, cerca categoria de Juniores do campeonato Peyragudes. de 3 anos. Será uma “colinabajo” mais ligeira. Qual foi a 1ª tábua a ser desenhada? Lachicadelacurva já tem um team de A primeira que desenhámos creio que foi a riders? Scissors slide, porque todos somos sliders, então Sim e já somos bastantes, Jose Antonio Muñoz era o nosso objectivo ter uma tábua de slide. da “Caribbean” no team de slalom, no team de slide temos o Duarte Reis “Sneaker”, Juan Rubio E no que te inspiraste para criá-la? “Chinako” que é o nosso top slider, temos também Foi feito também com um amigo meu, que Vidal “Pin” que é uma autêntica maravilha nos também pertenceu à Lachicadelacurva, mas, slides, temos a Paula Carmona, a nossa chica, LBZ MAG I #37
Sergio Fernandez “Sergio Jungle” e Oriol que também está no Downhill com o Eloy Pujol “Apostol” e Alvaro Bajo “Pukas”.
Como vês a cena do longboard em espanha? Está crescendo! Está a crescer muito rápido. E isso é bom. Por exemplo, Barcelona e a Catalunha vão contar este ano com 17 provas de Downhill. No país inteiro, vão decorrer cerca de 12/13 O que esperas para o futuro? provas também de DH, campeonato de espanha Melhorar, trabalhando pouco a pouco. No fundo e o MOSS que está a organizar o Campeonato gostávamos que existisse na península ibérica uma Nacional de Slalom. cena mais consolidada, e em vez de irmos buscar tudo o que existe lá fora, devíamos procurar ter as Uma mensagem que gostarias de deixar nossas próprias marcas, as nossas competições, à comunidade Longboarderz e também à os nossos riders, no fundo deváamos ter a nossa comunidade espanhola? própria cena de longboard. Os americanos têm Simples, o mote principal da Lachicadelacurva: a sua cena, os franceses a deles, todo o mundo patina y se feliz! tem a sua cena de longboard e é isso que nós precisamos. lachicadelacurva.es
#38 I LBZ MAG
inthestreets
r. joão “flipon” martins ph. susana torroais s. talaide
LBZ MAG I #39
r. hacki hackenstein ph. susana torroais s. festival longboarderz’09, carvoeiro
r. miguel pereira ph. susana torroais s. talaide
r. chris ph. susana torroais s. talaide
#40 I LBZ MAG
r. gonçalo martins ph. susana torroais s. talaide
LBZ MAG I #41
r. pedro “OLD” fernandes ph. susana torroais s. forte-da-casa
r. luis paulo ph. susana torroais s. talaide
r. gonรงalo rodrigues ph. susana torroais s. talaide
#42 I LBZ MAG
forum
jam session Este foi o primeiro evento organizado pelos Foi muito bom ver caras novas, e rever quem já Longboarderz em 2010, motivo pelo qual existia é presença habitual nestes encontros… alguma expectativa. O último evento realizado foi Com um saldo positivo desta iniciativa, em Setembro do ano passado, e com o Inverno aguardamos pelos próximos encontros para rigoroso que passámos, não foi possível promover revivermos este tão bom “way of life”…. qualquer espécie de encontro, pelo que além da JAM em si, este evento serviu também para reunir Até breve! parte de uma comunidade já há algum tempo separada. Ao bom estilo outlaw que se propôs, assim começou a desenhar-se este dia. Se ao meio dia o local não passava de uma curva perdida algures, graças à colaboração de todos, num instante ali estava uma tenda instalada, o sound system e um barbecue Setubalense. Após uma manhã com alguma chuva e nuvens, o tempo finalmente abriu e proporcionou-nos um dia fantástico, apenas com algum vento ocasional em demasia, o que condicionou um pouco o slalom. O evento começou com os sliders em grande estilo a rasgar colina abaixo. O slalom esteve um pouco comprometido com o vento que se fez sentir, mas, isso não impediu uns insistentes de contornar a constante alteração da posição dos cones, e tomar isto como um factor de improviso ou dificuldade adicional. A toada para a tarde estava então delineada…. entre slides e cones, dedos de conversa, o ambiente “Longboardiano” estava instalado… LBZ MAG I #43
#44 I LBZ MAG
THANK YOU SO MUCH FOR READING US www.thelongboardez.com