Governo do Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Cultura (SEC) Governador do Estado José Pedro Gonçalves Taques Vice-Governador Carlos Henrique Baqueta Fávaro Secretário de Estado de Cultura Leandro Falleiros Rodrigues Carvalho Secretária Adjunta de Cultura Regiane Berchieli Secretário Adjunto de Administração Sistêmica Roberto Cyriaco da Silva Superintendente de Políticas Culturais Cinthia de Miranda Mattos Superintendente de Infraestrutura e Articulação Institucional Rony Marcelo Borralho Mendes Coordenador de Interiorização da Cultura Anderson Flores Coordenador de Fomento e Incentivo à Cultura Lauro Victor M. Gonçalves Coordenador de Desenvolvimento da Economia Criativa Rafael Albertoni Mazeto Circuito de Festivais de Teatro de Mato Grosso Secretaria de Estado de Cultura IX Festival de Teatro Velha Joana Teatro Faces 14o Festival de Teatro de Campo Novo do Parecis Teatro Ogan 6o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense Teatro Experimental de Alta Floresta 7o Encontros Possíveis (2015) Cia. Pessoal de Teatro 2o Festival Zé Bolo Flô de Teatro de Rua Grupo Tibanaré Gerenciamento de Mídias Sociais e Registro de Foto e Vídeo Ahmad Jarrah e Bruna Obadowski
Ficha técnica da publicação Identidade Visual do Circuito Editora Sustentável Projeto gráfico, editoração e finalização Téo de Miranda, Editora Sustentável Revisão textual Cristina Campos
Apresentação
Circuito de Festivais de Teatro 2015 Com o objetivo de fortalecer as artes cênicas em Mato Grosso, otimizar recursos públicos e atrair parceiros, valorizar e promover a integração entre companhias teatrais, democratizar e descentralizar o acesso a bens culturais, ampliar e formar novas plateias, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), criou, em 2015, o “Circuito de Festivais de Teatro”. Ao longo de 30 dias, dezenas de grupos regionais, nacionais e internacionais se apresentaram nos municípios de Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Alta Floresta e Cuiabá, em quatro festivais de teatro. Mais de 550 profissionais do setor (atores, diretores, cenógrafos, figurinistas, e técnicos de diversas especialidades) estiveram envolvidos em mais de 80 espetáculos apresentados, quase sempre de forma aberta e gratuita, para milhares de pessoas. O Circuito também ofereceu uma sólida programação educacional com oficinas, workshops, mesas redondas, interações, imersões estéticas e cortejos teatrais, com alguns dos mais destacados grupos e atores de Mato Grosso e de outros Estados como São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia, Santa Catarina e Paraná. Cada um dos festivais integrantes do Circuito manteve sua identidade e cobriu uma área especifica de atuação, servindo a população da região como um importante vetor de desenvolvimento humano. A receptividade do público nos apontou que o caminho é ascendente e que investir na circulação e difusão das artes cênicas por meio desse Circuito fortalecerá e integrará o setor, fazendo com que a iniciativa se consolide como parte do calendário cultural de Mato Grosso.
Leandro Carvalho Secretário de Estado de Cultura
Sumário
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IX Festival de Teatro Velha Joana 14o Femute - Festival de Teatro de Campo Novo do Parecis Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense Encontros Possíveis 2015 Festival Zé Bolo Flô de Teatro de Rua
SOBRE O FESTIVAL Por Vicente Concilio1
O
Festival Velha Joana – que na sua edição 2015 vai apresentar 43 espetáculos, sendo 31 de Primavera do Leste, 4 regionais e mais 8 selecionados por meio de um edital aberto a produções nacionais – está claramente vinculado à ideia de que é preciso quantidade para dar a ver a potência da criação local.
Esta produção, desvinculada de modelos teatrais convencionais e desgarrada da ideia de utilização do teatro como puro entretenimento, é o resultado palpável de processos artísticos que são desenvolvidos ao longo do ano por muitos profissionais que entendem que a pedagogia do teatro, hoje, não separa, do ato de criar, a própria noção
1 Ator, diretor e professor da área de Teatro-Educação do Departamento de Artes Cênicas da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), integrando também o Programa de Pós-graduação em Teatro da mesma instituição e o mestrado profissional em Artes – ProfArtes da Capes. É licenciado, mestre (2006) e doutor (2013) em Artes Cênicas, pela Universidade de São Paulo. Desde 2011, coordena a área de Teatro do Programa de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid-Capes) da Udesc.
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de que as pessoas envolvidas com o fazer teatral podem se tornar cidadãos conscientes e cada vez mais críticos, à medida que tomam posse de mais uma maneira de construir um depoimento sobre o mundo. Uma das maiores façanhas do Festival Velha Joana é sua organização, através de três mostras distintas: Mostra Panorama (com grupos do município), Mostra Regional (grupos de cidades vizinhas) e Mostra Oficial (espetáculos de importantes grupos, companhias e coletivos do Brasil). Além disso, promove intercâmbio e espaços para trânsito de troca do fazer artístico e de contaminação, integrando aquele grupo de carreira consolidada ao grupo que inicia suas atividades profissionais e ao jovem ator que se apresenta pela primeira vez. Estudos aprofundados, estudos que se iniciam, processos e mais processos num jogo de cena que envolve não apenas os atores, encenadores e técnicas, mas também um grande sistema de subsistência e formação de plateia. Em um importante ensaio sobre a arte teatral, o filósofo Denis Guénoun pergunta, já no título: “O Teatro é Necessário?”. Para ele, existem dois tipos de necessidade. Uma biológica, essencial à vida do homem, como a necessidade de água. Outras necessidades são constitutivas daquilo que nos faz humanos e que, por essa razão, são exigidas por uma necessidade cultural, construída por aquilo que entendemos como necessário, fundamental para se opor à morte, para que nossa existência realmente seja considerada viva. Esse é o tipo de necessidade que seria gerada pelo teatro: não apenas porque ele constitui e estrutura formas e narrativas que analisam nossa própria existência, mas fundamentalmente porque a arte teatral está erguida sobre o ato de jogar. Esse jogo não é inato: ele é fruto de um aprendizado construído pelo trabalho de artistas que já superaram a dicotomia entre o “fazer arte” e o “ensinar arte”, pois já entenderam que a permanência do teatro consiste na urgência da necessidade gerada por ele. Em sua nona edição, o Festival Velha Joana fortalece a força desse chamado por mais um ano. Esse é seu trunfo. Que venham muitas outras edições, para que o jovem Velha Joana supere a idade de sua homenageada!
TEATRO FACES Fundado em março de 2005 por jovens atores com o intuito de criar uma cena teatral no município de Primavera do Leste-MT, acabou se estabelecendo como um projeto de teatro de grupo e de formação de atores e plateia que movimenta os mais diversos espaços públicos do município. Participou de maneira atuante da Federação Mato-grossense de Teatro (FEMAT) pelo fortalecimento de espaços de circulação e encontro dos grupos do Estado. Após o encerramento das atividades da FEMAT, o Festival Velha Joana, produzido pelo Teatro Faces há nove anos, passou a dialogar, principalmente, com os grupos sediados no interior de Mato Grosso, buscando a manutenção de um espaço de encontro e trocas do fazer artístico. Tem, nos assuntos ligados à morte e suas ritualizações nas mais diversas comunidades, sua mais importante pesquisa. Mas está na organização estrutural e de manutenção sua principal característica: Fundou, em 2009, a Escola de Teatro Faces, que recebe anualmente uma média de 300 alunos, das mais diversas idades. Criou um sistema de bolsas de estudos em Teatro ofertada a jovens atores que desejam seguir a carreira teatral; e, juntamente com a Prefeitura Municipal de Primavera do Leste, trouxe a primeira graduação na área das Artes Cênicas em Mato Grosso.
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Programação IX FESTIVAL DE TEATRO VELHA JOANA - Primavera do Leste 8 de novembro de 2015
JOELMA
CABEÇA OCA
Grupo Território Sirius Teatro – Salvador-BA
Cia. Talagadá – Itapira-SP
Alê Novhais
3 de novembro de 2015
Realização: Território Sirius e Voo Audiovisual Produção executiva e operação de legenda: Junior Cecon Autoria, direção e atuação: Fábio Vidal Autoria, direção, operação de vídeo e som: Edson Bastos Assistência de direção: Aetio Filho Trilha sonora: Luciano Simas e Ronei Jorge Figurino: Maurício Martins Costura: Francisca Duarte Iluminação: Pedro Dultra Operação de luz: Tuca Gomes Cenário: Luís Parras Assistência de cenografia: Daiane Sarno Maquiagem: Marie Thauront Cabelos: Alê Estrela Consultoria de projeção: Davi Cavalcanti Design: Kaula Cordier Fotografia: Alê Novhais Registro audiovisual, produção de VT e redes sociais: Henrique Filho Horário e local: Às 19h00 – Espaço Prima Jovem, na rua dos Hangares, s/nº – Parque Industrial, anexo ao Parque de Exposições – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 70 minutos
Camila Vedoveto
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Produção: Danilo Lopes e João Bozzi Direção: Valner Cintra Atuação: Danilo Lopes , João Bozzi e Valner Cintra Trilha sonora original: Luis Giovelli Vídeo e sonoplastia: João Vitor Ferian Operação de luz e som: Dú Nascimento Confecção de bonecos e adereços: Cia. Talagadá Design gráfico: Valner Cintra Horário e local: Às 19h30 – Centro de Eventos do Primacredi, na rua São Paulo, nº 630 – Parque Industrial – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 60 minutos
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9 de novembro de 2015
ORAMORTEM Grupo Do in-Próprio Coletivo – Cuiabá-MT
Camila Vedoveto
Ficha Técnica
Colaboração dramatúrgica: Juliana Capilé e Tatiana Horevicht Fotografia: Rai Reis, Latitude Filmes, Fernanda Solon e Frank Busatto Horário e local: Às 22h00 – Espaço Prima Jovem, na rua dos Hangares, s/nº – Parque Industrial, anexo ao Parque de Exposições – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 35 minutos
Concepção: Daniela Leite Atuação criativa: Daniela Leite e Felipe Vicentim Criação e execução da trilha sonora: Estela Ceregatti, Jhon Stuart, Luiz Gustavo Lima Figurino: Adalgiza Barros e Jane Klitzke Concepção e operação de luz: Karina Figueredo Cenário: Luís Segadas e Daniela Leite
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10 de novembro de 2015
DONZELA GUERREIRA
Ficha Técnica
Camila Vedoveto
Cia. Mundu Rodá Teatro Físico e Dança – São Paulo-SP
SONHATÓRIO Cia Truks – São Paulo-SP Ficha Técnica Criação: Henrique Sitchin e Gabriel Sitchin Texto e direção: Henrique Sitchin Atuação: Gabriel Sitchin, Rafael Senatore e Rogério Uchoas Criação e confecção de bonecos e figuras: Henrique Sitchin, Gabriel Sitchin, Rafael Senatore, Hugo Reis, Pietro Sitchin, Karina Prall e Camila Oliveira Trilha sonora: Rafael Senatore e Chico Muniz Iluminação e cenografia: Henrique Sitchin Operação de som e Luz: Thiago Uchoas Horário e local: Às 15h30 – Cine Teatro Vila Rica, na rua Rondonópolis, nº 351 – Centro – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 50 minutos
Camila Vedoveto
11 de novembro de 2015
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Produção e realização: Cia. Mundu Rodá Teatro Físico e Dança Direção: Jesser de Souza Atuação e criação: Alício Amaral e Juliana Pardo Texto: Alício Amaral, Juliana Pardo, Jesser de Souza e Suzi Frankl Sperber Dramaturgia: Suzi Frankl Sperber Direção musical: Ricardo Matsuda Pesquisa musical: Cia. Mundu Rodá Trilha sonora original: Grupo Anima e Alício Amaral Pesquisa de linguagem corporal e danças brasileiras: Juliana Pardo e Alício Amaral Figurinos e adereços: Mila Reily Desenho de luz: Eduardo Albergaria Cenografia: Fabiana Fukui Cenotécnica: Diego Alberto Veja Treinamento em artes marciais: Marcelo Goes Horário e local: Às 22h00 – Espaço Prima Jovem, na rua dos Hangares, s/nº – Parque Industrial, anexo ao Parque de Exposições – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 60 minutos
12 de novembro de 2015
JÚLIA Cirquinho do Revirado – Criciúma-SC
Camila Vedoveto
Ficha Técnica Criação e estrutura do cenário: Reveraldo Joaquim Maquiagem e caracterização: Carlos Eduardo Silva Próteses dentárias: Júlio César Gaffrée Orviedo Técnica: Luan Marques Joaquim e Marcella Marques Joaquim Horário e local: Às 18h00 – Pista de Caminhada, na rua São Paulo, s/nº – Centro – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 55 minutos
Produção: Empresa Artístico Cultural Marques Joaquim Direção: Pépe Sedrez Assistência de direção: Fabiano Peruchi Roteiro: Fabiano Peruchi, Pépe Sedrez, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques Atuação: Reveraldo Joaquim e Yonara Marques Consultoria de dramaturgia: Gregory Haertel Direção de arte e figurinos: Maíra Coelho Assistência de arte e figurinos: Alexandre Antunes Cenografia: Luciano Wieser, Maíra Coelho, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques
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13 de novembro de 2015
DOM QUIXOTE
Ficha Técnica
Teatro Experimental – Alta Floresta-MT
Camila Vedoveto
Realização: Teatro Experimental de Alta Floresta Produção: Elenor Cecon Júnior Projeto: Intercâmbio Alta Floresta-Portugal Texto: José Antônio da Silva (O Judeu), a partir da obra de Miguel de Cervantes Adaptação e direção: Horácio Manuel Atuação: Ronaldo Adriano, Angélica Müller, Wellington Pereira, Gean Nunes e Cassiane Leite Sonoplastia: Horácio Manuel Iluminação: Horácio Manuel Operação de sonoplastia e iluminação: Anderson Flores Figurinos e adereços: Valdir Garcia Júnior e Joezer Ponciano Cenografia: Horácio Manuel Direção coreográfica: Cassiane Leite Maquiagem: Joezer Ponciano Máscaras: Joezer Ponciano, Josimar Rodrigues e Cleves Pinto de Almeida Costura: Zeza Programação visual: Elenor Cecon Júnior Horário e local: Às 22h00 – Espaço Prima Jovem, na rua dos Hangares, s/nº – Parque Industrial, anexo ao Parque de Exposições – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 60 minutos
14 de novembro de 2015
SYMBOLON – POUSEI NA MANGUEIRA E O BEM-TE-VI Grupo Comadança – Cuiabá-MT Ficha Técnica
Frank Busatto
Direção: Clodoaldo Arruda Atuação: Alexandre Cruz, Vinicius dos Santos, Watila Fernando Figurino: Estudos Comadança Coreografia: por processos colaborativos Maquiagem: Estudos Comadança Registro fotográfico: Frank Busatto Horário e local: Às 18h00 – Pista de Caminhada, na rua São Paulo, s/nº – Centro – Primavera do Leste-MT Duração do espetáculo: 50 minutos
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Camila Vedoveto
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Teat IX Festival de
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ve a Municipal de Prima Realização: Prefeitur ra, ltu Cu de ia cretar do Leste, Secult – Se tude, Teatro Faces, en Juv e r ze La , Turismo de Cultura Ponto Cenpro Faces Apoio Primacredi
43 espetáculos. Média de 16.000 pessoas de público. 480 profissionais envolvidos. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Cidade Diminutiva; Histórias de Lenços e Ventos; Mãe Coragem; Nem Mesmo o Céu é o Limite; Se os Tubarões Fossem Homens; Ia Sem Ver.
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l: Wanderson Lana Coordenação gera : Kiko Sontak Chefe de Produção Dorst, Darci Junior, Produção: Ana Paula Edilene Rodriguez, Dionathan Pessone, Lima Cabral Neia Lourenço, Yuri ão: Rafaela Salomão Design e comunicaç mail.com Contatos: secult@g ail.com ciadeteatrofaces@gm m.br www.teatrofaces.co
SOBRE O FESTIVAL
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O emblemático personagem Menestrel – um misto de músico e poeta da Idade Média, malabarista, ator e vagabundo profissional, que se servia dos palcos, praças e ruas para representar sua arte – dá forma à logomarca do Femute e representa a nossa diversidade criadora.
riado em 1999, o Festival de Teatro de Campo Novo do Parecis (Femute) é realizado pelo Teatro Ogan, Ponto de Cultura Ninho do Sol e Prefeitura Municipal através da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – Departamento de Cultura. Nesta 14ª edição, integra-se ao Circuito de Festivais de Teatro, projeto do Governo de Mato Grosso por meio da Secretaria de Estado de Cultura, que visa incentivar os tradicionais festivais de artes cênicas, fomentando a descentralização da cultura por todo o Estado.
O 14º Femute aconteceu de 24 a 29 de novembro de 2015, no Centro Cultural Paresí e outros espaços abertos, como praças e ruas. Durante seis dias de programação, grupos e companhias municipais, estaduais, nacionais e internacionais apresentaram uma diversidade criadora nas artes cênicas:
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Festival Municipal de Teatro – Festival competitivo, que encerra as atividades da área no ano. Mostra Mato Grosso – Espaço de confraternização entre grupos do Estado. Mostra Oficial – Espetáculo de grupos e companhias especialmente convidadas para o Festival. Diálogos Culturais – Momento de aprimoramento de atores e técnicos, constituindo um espaço informal de formação e discussões sobre o processo de criação dos grupos e companhias. Inspirados pelo Menestrel e iluminados pelo fogo sagrado e criador, um cortejo cênico desfila espetáculos infantis, de rua, clássicos, afros, indígenas, monólogos, circo-teatro, bonecos, mímicos, clowns, palhaços... Viva nossa diversidade criadora! Sejam bem-vindos ao 14º Festival de Teatro! Sejam bem-vindos a Campo Novo do Parecis! Bruna Obadowski
SOBRE O TEATRO OGAN Desde sua fundação, em 1995, o Teatro Ogan tem cumprido sua principal finalidade: difundir o fazer teatral em Mato Grosso. Ao longo de 20 anos de atuação, tem promovido suas ações através de oficinas, montagens de espetáculos e realização de eventos. Com mais de 20 espetáculos e performances montados, o Teatro Ogan recebeu prêmios em festivais e concursos regionais e estaduais, a exemplo do Festival Mato-grossense de Teatro, promovido pela extinta Federação Mato-grossense de Teatro (Femat) e seus polos. Participou de festivais nacionais como o Festival Mineiro Nacional de Teatro (Festiminas), em Belo Horizonte-MG, e de várias edições do Festival de Teatro de Curitiba-PR. Através do Ponto de Cultura Ninho do Sol, o Teatro Ogan ampliou sua atuação e responsabilidade social junto à comunidade.
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Programação
FESTIVAL MUNICIPAL DE TEATRO ABERTURA OFICIAL DO 14O FEMUTE
24 de novembro de 2015
Horário e local: 19h30 – Centro Cultural Paresí Bruna Obadowski
EU CHOVO, TU CHOVES, ELE CHOVE... Grupo Encanto de Faces Ficha Técnica Autoria: Sylvia Orthof Direção: Julia Bazila Diretores responsáveis: Francislaine Almeida e Raíssa Del Barco Horário e local: 09h – Centro Cultural Paresí
HISTÓRIA DE PRINCESAS Grupo Arte e Arteiros
25 de novembro de 2015
Ficha Técnica Autoria: Pedro Bandeira Direção: Jady Alves e Izabela Viviurka Diretora responsável: Francislaine Almeida Horário e local: 14h – Centro Cultural Paresí
O MÁGICO DE OZ Grupo Revelação Kids Ficha Técnica Autoria: L. Frank Baum Direção: Raissa Del Barco Diretora responsável: Francislaine Almeida Horário e local: 09h – Centro Cultural Paresí
FEIURINHA Grupo Encanto de Teatro Ficha Técnica Autoria: Pedro Bandeira Direção: Tamily Almeida Diretores responsáveis: Cleiton Almeida e Francislaine Almeida Horário e local: 14h40 – Centro Cultural Paresí
A REVOLUÇÃO DAS NOTAS MUSICAIS Grupo Revelação Teen Ficha Técnica Autoria: Alessandra Burdok Direção: Mayara Oda Volpato Diretores responsáveis: João Victor e Francislaine Almeida Horário e local: 14h – Centro Cultural Paresí
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26 de novembro de 2015
27 de novembro de 2015
MANI
O MENINO QUE VIROU HISTÓRIA
Grupo Revelação Teen
Grupo Oficina de Sonhos
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Autoria: Wanderson Lana Direção: Iza Viviurka Diretores responsáveis: João Victor e Francislaine Almeida Horário e local: 09h – Centro Cultural Paresí
Autoria: Nanna de Castro Direção: Yasmim Viviurka Diretores responsáveis: João Victor e Francislaine Almeida Horário e local: 09h – Centro Cultural Paresí
VÔ DOIDIN E OS VELHOS BATUTAS
JARDIM TERRINHA
Grupo Teatrengo
Grupo Revelação Kids
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Autoria: Nanna de Castro Direção: Guilherme Bolzan Diretores responsáveis: João Victor e Francislaine Almeida Horário e local: 14h – Centro Cultural Paresí
Autoria: Marcos Alexandre Dornelles da Silva Direção: Tamily Almeida e Kamilly Rigoli Diretores responsáveis: Francislaine Almeida e Raissa Del Barco Horário e local: 14h – Centro Cultural Paresí
PREMIAÇÃO DO FESTIVAL MUNICIPAL DE TEATRO
MARIA DE TODO JEITO
Horário e local: 21h30 – Centro Cultural Paresí
Grupo Cena 7 Ficha Técnica Autoria: Dallva Rodrigues Direção: Yasmim Gabriela e Josiane Ferrari Diretores responsáveis: Francislaine Almeida e Cleiton Almeida Horário e local: 15h30 – Centro Cultural Paresí
Bruna Obadowski
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Programação
MOSTRA MATO GROSSO 24 de novembro de 2015
PALHAÇANDO Lívia Mel
Grupo Tibanaré – Cuiabá-MT Ficha Técnica Produção: Fernanda Gandes Concepção e direção geral: Jefferson Jarcem Direção de cena: Grupo Tibanaré Atuação: Jefferson Jarcem e Vini Hoffmann Sonoplastia: Keilla Borges Assistente de sonorização e figurino: Fernanda Gandes Iluminação: Rogério Santana Cenografia e adereços cênicos: Valter Lara, Jefferson Jarcem e Juliana Graziela Fotografia de divulgação: Lívia Mel (Cordel) Horário e local: 20h – Centro Cultural Paresí
25 de novembro de 2015
FIU FIU – UM ENCONTRO ENTRE PÁSSAROS Grupo Tibanaré – Cuiabá-MT Ficha Técnica
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Lívia Mel
Produção e figurino: Fernanda Gandes Criação e direção: Jefferson Jarcem Atuação: Emily Lauxen e Jefferson Jarcem Direção musical: Grupo Monofoliar Sonoplastia: Vini Hoffmann Iluminação: Fernanda Gandes Objetos cênicos e confecção de máscara: Coletivo Tibanaré Fotografia de divulgação: Lívia Mel (Cordel) Horário e local: 20h – Centro Cultural Paresí
26 de novembro de 2015
28 de novembro de 2015
MULIQUIN MIMICANDO
A BUSCA
Grupo Corpus e Alma – Sapezal-MT
Grupo Teatro Nó – Nova Olímpia-MT
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Criação e atuação: Simião Correia Operador de som: Elton Geiss Técnico de iluminação: Diorgner Szepanhuk Montagem: Arlan Silva Horário e local: 20h – Praça Odenir Ortolan
Direção, texto e concepção: Valter Lara Música cênica: Genival Sores Atuação: Genival Soares, Dúh Leatti, Valter Lara, Ana Paula Siolli, Nathany Magalhães, Dheyni Black, Paulo Velmont, Cael Islânio, Nathalya Souza, Betto Wallker, Leidyanne Matarazzi e Kariny Keully Horário e local: 19h – do Supermercado Big Master ao Centro Cultural Paresí
BOÉ
29 de novembro de 2015
Teatro Faces – Primavera do Leste-MT
ZUMBIZAR
Ficha Técnica Dramaturgia e direção: coletiva Atuação: Ana Paula Dorst, Edilene Rodriguez, Néia Lourenço, Kiko Sontak, Darci Souza Junior, Wanderson Lana e Yuri Lima Cabral Sonoplastia: coletiva Música: Renan Nunes Iluminação: Hiago Gonçalves Técnica – projeção: Jeisielle Sá
Silvia Schneiders
Bruna Obadowski
Grupo Teatro Nó – Nova Olímpia-MT
Ficha Técnica Direção, texto e concepção: Valter Lara Pesquisa cênica: Valter Lara e Genival Sores Atuação: Genival Soares, Valter Lara, Cael Islânio, Nathany Magalhães e Jann Ribeiro
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Sonoplastia: Ketlyn Ferreira Iluminação: Betto Wallker Cenografia: Teatro Nó Horário e local: 19h30 – Centro Cultural Paresí
Programação
MOSTRA OFICIAL 26 de novembro de 2015
Ficha Técnica Autoria: Paulo Williams, baseado na Obra de Guimarães Rosa Produção: Iris Yazbek Direção e atuação: Paulo Williams Direção de arte: Carol Bassi Direção musical: Paulo Timbé Músicos: Binho Pinto (percussão) e Thiago Barboza (violoncelo) Iluminação: Feu de Andrade Fotografia: Wagner Rodrigo Horário e local: 20h – Centro Cultural Paresí
CARRIOLA Grupo Celeiro das Antas – Brasília-DF Ficha Técnica Produção: João Veloso e Marcela Regina Roteiro: Micheli Santini, Hyandra Lo e José Regino Direção e atuação: José Regino Assistência de direção: Micheli Santini e Hyandra Lo Criação e pesquisa do sistema de som: André Lima Desenho de cena e elementos cenográficos: José Regino e Robson Oliveiro de Carvalho Confecção da carriola: Robson Oliveiro de Carvalho Classificação: Livre Horário e local: 19h – Praça Odenir Ortolan
28 de novembro de 2015
MADAME KILL Grupo Cia. Madame Nez Rouge – Lisboa-Portugal Arquivo da Cia
27 de novembro de 2015
TRAVESSIA Grupo Tecelagem de Teatro – Jacareí-SP
Ficha Técnica Wagner Rodrigo
Criação e interpretação: Eva Ribeiro Montagem: Arlan Silva Sonoplastia: Elton Geiss Iluminação: Diorgner Szepanhuk Horário e local: 20h30 – Centro Cultural Paresí
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DIÁLOGOS CULTURAIS 29 de novembro de 2015
28 de novembro de 2015
O BEIJO DA LUA E DA VITÓRIA RÉGIA
DIÁLOGO COM DIRETORES
Grupo Cia. Revelação de Teatro – Campo Novo do Parecis-MT
Horário e local: 8h – Centro Cultural Paresí
DIÁLOGO COM GRUPOS Horário e local: 14h – Centro Cultural Paresí
De 30 de novembro a 3 de dezembro de 2015
OFICINA PALHACEANDO EMOÇÕES Silvia Schneiders
Eva Ribeiro – Cia. Madame Nez Rouge – Lisboa-Portugal Horário e local: das 18h às 22h – Centro Cultural Paresí
Ficha Técnica Texto: Wanderson Lana Direção: Francislaine Almeida Direção técnica: Cleiton Almeida Atuação: Larissa Gimenes, João Victor Paz, Raissa Del Barco, Cleiton Almeida, Yasmim Viviurka e Luana Perini Sonoplastia: Diego Matochi, Michel Augusto, Francislaine Almeida e Arlan Silva Iluminação: Arlan Silva Cenografia: Cleiton Almeida Maquiagem: Raissa Del Barco, Francislaine Almeida e Cleiton Almeida Horário e local: 21h30 – Centro Cultural Paresí
14º Femute Ogan Realização: Teatro o Novo do Parecis – Prefeitura de Camp l de Cultura e Turismo Secretaria Municipa erlei César Guollo Coordenação: Vand gina Schneiders Produção: Silvia Re 26 / 3382 2488 Fones: (65) 9987 93 hotmail.com E-mail: teatrogan@ spot.com Site: teatrogan.blog
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SOBRE O FESTIVAL
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esde a sua fundação, em 1988, o Teatro Experimental de Alta Floresta (TEAF) sempre buscou contribuir, participar e/ou promover ações com o objetivo de estimular a fruição artística e formar atores, técnicos, plateias e grupos de teatro por meio do contato com outras obras e grupos/artistas do teatro. No final dos anos 1980 e durante toda a década seguinte, o grupo esteve envolvido com o movimento teatral e participou, de forma ativa, da Federação Mato-grossense de Teatro (FEMAT), porque percebia, nas edições anuais do Festival Mato-grossense de Teatro, raras oportunidades para construir laços e obter referências para seus próprios feitos enquanto grupo do interior. Durante muito tempo, a formação dos atores se deu com base nas experiências dos fundadores do Grupo, em leituras e oficinas realizadas dentro dos festivais da FEMAT. Ainda como parte das ações da Federação, o TEAF promoveu, tanto em Alta Floresta como em municípios vizinhos, várias mostras regionais de teatro, onde o Polo Norte de Teatro (apêndice administrativo da FEMAT, do qual o TEAF participou por vários anos) reunia grupos das cidades do extremo norte do Estado. Com a fragilização do movimento federativo e posterior desativação da própria FEMAT, o TEAF realizou, em 2007, a I Mostra de Teatro da Amazônia Mato-grossense, tendo em sua programação espetáculos da região e convidados das cidades de Cuiabá e Tangará da Serra. Já na sua primeira edição, a Mostra deu ao grupo a certeza de haver condições para passos mais largos. Surgiu aí a coragem de enfrentar as distâncias e atender a uma necessidade própria, que era trazer grupos de outros estados para a cidade. As referências do TEAF, até então, eram os grupos de Mato Grosso. Fazer um festival nacional foi uma forma de ampliar esse leque de referências e, ainda, proporcionar ao público local outras experiências teatrais. Em 2009, com a entrega, por parte do Poder Público Municipal, do prédio do Teatro do Centro Cultural de Alta Floresta e a cooperação do TEAF ao ceder seus equipamentos cenotécnicos de iluminação e cadeiras, a Mostra foi
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transformada em Festival Nacional. E foi com o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense que o público da cidade de Alta Floresta pôde conhecer produções de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Amazonas, do próprio Mato Grosso e até mesmo uma produção internacional, vinda de Bogotá-Colômbia. Os reflexos das edições do Festival estimularam grupos nacionais a incluírem Alta Floresta em suas circulações, de modo que se pode afirmar que o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense revelou novas possibilidades de circulação, intercâmbios e contatos do público local com outras estéticas, linguagens e produções do teatro brasileiro. No ano de 2013, já em sua sede própria, Espaço Cultural TEAF, o grupo realizou a 5ª edição do Festival. Fez parte da programação do Festival de Teatro Cena Mato Grosso um modelo de organização que aproximou três grupos realizadores de festivais no Estado: TEAF, grupo Faces e grupo Tibanaré. Com o Cena Mato Grosso servindo como uma espécie de guarda-chuva que abrigou os festivais, houve a inauguração de uma ação assertiva por parte do Poder Público Estadual, que possibilitou a realização dos festivais sem alterar suas características e acabou por proporcionar aproximações, trocas, cooperações artísticas, de produção e de gestão entre os grupos parceiros. O Cena Mato Grosso surgiu como uma potência estimuladora para um verdadeiro circuito de festivais, o que passa a ser realidade neste ano de 2015, quando a Secretaria de Estado de Cultura, Esportes e Lazer cria o Circuito de Festivais de Teatro do Mato Grosso. O Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense não é um nome estimulado por modismo e sim a forma encontrada pelo grupo para manter a questão da Amazônia Mato-grossense como cenário de sua própria existência, pois vive em uma região de floresta que vem sofrendo, ainda hoje, o processo de abertura e colonização. Há menos de 40 anos, a cidade e várias outras da região surgiram e não tardou para alcançarem algum tipo de visibilidade em nível nacional. É na busca de compreender e significar a realidade desta parte da Amazônia que surge o nome de nosso Festival. Desta forma, a região e, em especial, Alta Floresta que, desde seus 12 anos de fundação, tem abrigado o TEAF ampliam seu palco e se mostram pela arte e potência dos encontros e do fazer teatral. O Teatro Experimental de Alta Floresta é filho da ousadia de dois apaixonados pelo Teatro, os queridos Agostinho Bizinoto e Elisa Gomes, que ignoraram a desenfreada corrida pelo ouro e a destemida derrubada da floresta e reuniram crianças e jovens para cultivar o singelo, a arte. Contrariando a lógica, a cidade soube amparar o grupo e transformou-se num palco, cedeu sombras de árvores, margens de lagos, pátios de escolas, salões de clubes de serviço e uma série de espaços para o acontecimento teatral. Hoje, aos 27 anos e na sexta edição do Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense, o TEAF abre suas portas para que os vários grupos convidados, junto com seu público, proporcionem uma das mais belas coisas produzidas pelo homem: fazer o teatro acontecer. E foi assim, dando espaço para o acontecimento teatral, que, de braços abertos, recebemos o público e os grupos desta edição do seu Festival. Viva o Teatro!
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SOBRE O TEAF E SUA SEDE Em 2015, o Teatro Experimental de Alta Floresta, entidade artístico-cultural sem fins lucrativo, chegou aos 27 anos de existência. Ao longo desta trajetória, foi reconhecido como de utilidade pública, nos níveis municipal e estadual. O TEAF sempre montou espetáculos teatrais e trabalhou na formação de seus atores, ministrando oficinas com diversos temas culturais para toda a comunidade, além de ter provocado e realizado intercâmbios entre grupos de teatro e de outras áreas artísticas. Desde a fundação, desenvolve atividades também para colaborar com o desenvolvimento de políticas culturais e teatrais, em todo o país. Estima-se que passaram pelo grupo mais de mil pessoas como atores, técnicos e colaboradores. Elas entravam no TEAF para experimentar a arte do teatro. Muitas foram embora em busca de fazer um curso superior, pois não havia nenhum na cidade. A partir de 1994, nela instalaram-se faculdades e universidades, possibilitando a sua permanência no grupo. Assim, aqueles que chegavam ainda crianças e adolescentes passavam suas fases de amadurecimento dentro do grupo. Hoje, há várias pessoas graduadas nele atuando, embora ninguém seja da área de Artes Cênicas. O reconhecimento como Ponto de Cultura, em 2009, potencializou as atividades de produção de espetáculos, intercâmbio e formação do TEAF, que criou o Curso Livre de Teatro como estratégia de formação de público e de iniciação na arte teatral. Além disso, ofereceu várias oficinas de formação técnica para o seu próprio elenco, suprindo um pouco a necessidade de aprimoramento dos seus membros. No ano de 2010, o município doou um terreno ao TEAF e, desde então, com muito esforço, sobretudo referente à questão financeira, o grupo trabalhou para a construção da tão sonhada sede. Contou com a colaboração de muitas pessoas de Alta Floresta, de outras localidades do país e, também, de instituições públicas e privadas. E assim, aos passos financeiros que pôde dar, concluiu uma primeira parte da obra que, hoje, conta com espaço administrativo, biblioteca, área técnica, banheiros, copa e sala de espetáculos. Embora as obras estejam inconclusas, a sede do Teatro Experimental já se transformou num Espaço Cultural e, além de abrigar o próprio grupo, tem se firmado como um local de acesso e difusão de cultura e arte. Neste ano de 2015, o TEAF iniciou uma ação de formação de público e de difusão de cultura e arte na cidade, através da manutenção da uma agenda fixa nas terças-feiras das segundas e quartas semanas de cada mês, o Programa de Terça no TEAF. Somente com esta ação já foram realizadas sessões de cinema, performances teatrais, mostra de dança, show musical, exposição de artes plásticas, noite de ‘contação’ de histórias e festas. Todas as ações foram realizadas sem apoio governamental ou privado. Mantêm-se com a prática do ingresso voluntário, onde o público paga o valor que quiser e puder, o que ajuda na manutenção do Espaço. Em pouco tempo, o Espaço Cultural TEAF tem se tornado um reduto de produção, difusão e fruição cultural e artística na cidade e, gradativamente, vão se juntando forças para a continuidade das obras, a fim de tornar o espaço ainda melhor para receber artistas e público, e continuar nutrindo o sonho de “transformar a visão das pessoas para a sensibilidade artística por meio do teatro”.
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Programação
FESTIVAL DE TEATRO DA AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE Alta Floresta OLYMPIA
TROPEÇO
Grupo Teatro Andante – Belo Horizonte-MG
Cia. Tato – Curitiba-PR
Victor Taruma
Victor Taruma
Ficha Técnica Produção e figurino: Luciana Falcon Concepção e atuação: Katiane Negrão e Dico Ferreira Colaboração dramatúrgica: Juliana Capilé
Ficha Técnica Produção: Grupo Teatro Andante Concepção e atuação: Ângela Mourão Direção: Marcelo Bones Texto: Guiomar de Grammont Música original: Chiquinho de Assis Iluminação: Chico Pelúcio e Felipe Cosse
Operação de luz: Tainá Rosa Concepção cenográfica: Ângela Mourão Execução de cenografia e figurino: Wesley Simões Contato: www.teatroandante.com.br
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ORAMORTEM in-Próprio Coletivo – Cuiabá-MT
BOÉ Teatro Faces – Primavera do Leste-MT
Latitude Filmes
Bruna Obadowski
Ficha Técnica Dramaturgia e direção: coletiva Atuação: Ana Paula Dorst, Edilene Rodriguez, Néia Lourenço, Kiko Sontak, Darci Souza Junior, Wanderson Lana e Yuri Lima Cabral Sonoplastia: coletiva Música: Renan Nunes Iluminação: Hiago Gonçalves Técnica – projeção: Jeisielle Sá
Ficha Técnica Concepção: Daniela Leite Atuação criativa: Daniela Leite e Felipe Vicentim Colaboração dramatúrgica: Juliana Capilé e Tatiana Horevicht Criação e execução da trilha sonora: Estela Ceregatti, Jhon Stuart, Luiz Gustavo Lima Concepção e operação de iluminação: Karina Figueredo Cenário: Luís Segadas e Daniela Leite Figurino: Adalgiza Barros e Jane Klitzke
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DONZELA GUERREIRA Cia. Mundu Rodá – São Paulo-SP
Victor Taruma
Ficha Técnica Produção e realização: Cia. Mundu Rodá Teatro Físico e Dança Direção e criação: Jesser de Souza Atuação e criação: Alício Amaral e Juliana Pardo Dramaturgia: Suzi Frankl Sperber Texto: Alício Amaral, Juliana Pardo, Jesser de Souza e Suzi Frankl Sperber Direção musical: Ricardo Matsuda Pesquisa musical: Cia. Mundu Rodá
Trilha sonora original: Grupo Anima e Alício Amaral Gravação da trilha: Estúdio Sincopa Canção do primeiro encontro: Antônio Cândido Figurinos e adereços: Mila Reily Desenho de luz: Eduardo Albergaria Cenografia: Fabiana Fukui Cenotécnica: Diego Alberto Veja Pesquisa de linguagem corporal e danças brasileiras: Juliana Pardo e Alício Amaral Treinamento em artes marciais: Marcelo Goes
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CARRIOLA
Victor Taruma
Grupo Celeiro das Antas – Brasília-DF
Ficha Técnica Produção: João Veloso e Marcela Regina Roteiro: Micheli Santini, Hyandra Lo e José Regino Direção e atuação: José Regino Assistência de direção: Micheli Santini e Hyandra Lo
Criação e pesquisa do sistema de som: André Lima Desenho de cena e elementos cenográficos: José Regino e Robson Oliveiro de Carvalho Confecção da carriola: Robson Oliveiro de Carvalho
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TERTÚLIA TEATRAL Bruna Obadowski
A Tertúlia Teatral surgiu da necessidade que os integrantes do TEAF sentiram de “jogar conversa fora”, ouvir e falar sobre os modos de fazer teatro dos grupos. Como procedem do interior, conviveram com a realidade de poucos grupos na cidade e raros encontros. Houve um período na história de Alta Floresta em que ali existiram oito grupos de teatro, todos com formação pouco sólida e integrados por jovens e adolescentes que tinham como referência o Teatro Experimental de Alta Floresta. Com o tempo, foram sendo desfeitos e, atualmente, somente o TEAF se mantém na estrada do teatro.
A Tertúlia Teatral nasceu, então, com o objetivo de discutir os níveis de produção dos grupos participantes do Festival, notadamente as etapas de pré-produção, produção e pós-produção. A Tertúlia Teatral do Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense pretende ser um espaço de reunião de amigos, uma reunião familiar, como indica a própria definição da palavra. Nesta reunião de amigos de teatro e eventuais interessados no bate-papo, há conversas sobre produções dos grupos, suas ações no dia a dia, circulações, processos de estudos e de montagens, busca estética, pesquisas, dramaturgias, envolvimentos com a comunidade e como isso é levado à cena, além da questão da política teatral em suas cidades/estados e no país.
Neste contexto local e com a ânsia pelas trocas de experiências, o TEAF sempre buscou participar dos movimentos teatrais de Mato Grosso e da região norte do Estado. Também criou espaços para promover esses encontros através de mostras municipais, regionais e seminários. Recentemente, criou o Festival de Teatro da Amazônia Mato-grossense, que nasceu da necessidade, enquanto grupo e público local, de conhecer os resultados estéticos e espetáculos de grupos do Brasil. Buscou proporcionar ao público local o contato com obras teatrais que não fossem apenas aquelas que produziu. E permitiu trocas e intercâmbios. Para enfatizar este último ponto, foi criada a Tertúlia Teatral junto com o Festival e, desde então, o grupo carrega a Tertúlia consigo. Sempre que possível, cria esses espaços, em circulações, oficinas, projetos ou outras ações.
ro da Festival de Teat (6ª edição) o-grossense Amazônia Mat a Floresta Experimental de Alt Realização: Teatro a 02.12.15 Período: De 27.11.15 ral TEAF Local: Espaço Cultu no stival: Ronaldo Adria Coordenação do Fe m.br teatroexperimental.co Contato: contato@ e ônia Mato-grossens Alta Floresta – Amaz
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Núcleo de Pesquisas Teatrais - ENCONTROS POSSÍVEIS 2015
A
Cia. Pessoal de Teatro realizou a 7ª Edição do Seminário Internacional de Teatro Contemporâneo, Núcleo de Pesquisas Teatrais – ENCONTROS POSSÍVEIS! Brasil, Dinamarca, Itália, Polônia e Índia, mestres de todos os cantos se encontraram em Alta Floresta-MT, de 27.11.2015 a 01.12.2015, para uma troca e um compartilhamento generoso e afetuoso com artistas de Mato Grosso e de outros Estados. A edição deste ano esteve agregada à programação do Festival de Teatro Amazônia Mato-grossense, coordenado pelo Teatro Experimental de Alta Floresta (TEAF), que faz parte do Circuito de Festivais de Teatro de Mato Grosso, e todas as noites desfrutamos de uma excelente seleção de espetáculos nacionais. Toda a programação do ENCONTROS POSSÍVEIS 2015 foi gratuita, graças ao apoio do Itaú Cultural através do Edital Novos Rumos e o patrocínio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT).
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HISTÓRICO DE EDIÇÕES ANTERIORES 2009 – TEATRO CONTEMPORÂNEO. Cléber Martins, arquiteto; Júlio Bedin, videomaker; Luiz Marchetti, diretor de teatro e de cinema, mestre em Designer Arte Mídia; Maria Thereza Azevedo, doutora em artes cênicas, professora do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura Contemporânea, da UFMT; e Raquel Galesso, professora de expressão corporal e bailarina. 2010 – O SUJEITO ATUANTE. Convidado: Amaury Borges, ator e diretor da Maldita Cia. de Teatro (MG). 2011 – O CORPO TECENDO AÇÕES. Convidado: Tarcísio Ramos Homem, diretor, ator, bailarino e professor no curso de graduação em Artes Cênicas (UFMG). 2012 – ENCONTROS POSSÍVEIS. Convidados: Odin Teatret, com Jan Ferslev e Roberta Carreri. 2013 – A PRESENÇA DO PERFORMER. Convidado: Odin Teatret, com Jan Ferslev. 2014 – NÚCLEO DE PESQUISAS TEATRAIS – ENCONTROS POSSÍVEIS. 1ª Etapa (Primavera do Leste, em parceria com o Festival Velha Joana). Convidados: Luiz Carlos Garrocho (MG) e Nina Caetano (MG). 2ª etapa (Cuiabá / Chapada dos Guimarães). Convidados: Eugenio Barba e Julia Varley (Odin Teatret); João Brites (Teatro O Bando, Portugal); Amauri Tangará (Cia. D’Artes do Brasil); Patrícia Furtado de Mendonça (RJ); Luciana Martuchelli (DF); Juliana Pinho (Teatro O Bando–Portugal); Luiz Carlos Garrocho (MG). ENCONTROS POSSÍVEIS oferece eventos gratuitos, voltados à formação, fruição e intercâmbio. Para acontecer, conta com o apoio de instituições e parceiros especiais, que acompanham essa trajetória. Desde o início, conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Cuiabá; o SESC Arsenal – Serviço Social do Comércio de Mato Grosso; Sesi-MT; Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer do Estado de Mato Grosso; Funarte; e Itaú Cultural, parceiros que possibilitam a descentralização das ações.
CIA. PESSOAL DE TEATRO A Cia. Pessoal de Teatro tem como base de trabalho a dramaturgia autoral, a ressignificação do espaço cênico e a pesquisa corporal do ator. Com 15 anos de trabalho ininterruptos, tem representado Mato Grosso no Brasil e no exterior, participando de festivais internacionais, congressos e residências. Referência em teatro contemporâneo no Estado, desenvolve desde 2009 o Núcleo de Pesquisas Teatrais para melhor reunir os interessados em pesquisa cênica, em Mato Grosso e fora dele, promovendo o encontro entre pessoas que estavam distantes, geograficamente e ideologicamente, com o evento ENCONTROS POSSÍVEIS. www.ciapessoaldeteatro.com.br
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Programação ENCONTROS POSSÍVEIS 2015 WORKSHOP DE KALARIPPAYATTU – SOUTHERN STYLE Mestre Sankar Lal Sivasamkaran Nair (India/Polônia)
Karol Jarek
A oficina de Kalarippayattu é ministrada pelo mestre indiano Sankar Lal Sivasankaran Nair (Índia/Polônia), com a assistência do seu discípulo Alessandro Curti (Itália/Polônia). Ambos trabalham no Studio Kalari, na Polônia.
DEBATES A Utilização do Kalarippayattu na preparação do Ator Com Cesário Alencar (PA), Alessandro Curti (Itália/Polônia) e Sankar Lal Sivasankaram Nair (Índia/Polônia)
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Arquivo pessoal
Cesário Alencar possui bacharelado em Interpretação Teatral, pela Universidade de Brasília (1995); mestrado em Artes Teatrais, pela Univestity of Leeds (1997); doutorado em Práticas Performáticas, pela University of Exeter (2003); e pós-doutorado sobre Mímica Corpórea; pelo Pomona College, University of Claremont, Califórnia-EUA (2013). É professor efetivo da Escola de Teatro e Dança e do Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará.
Karol Jarek
Sankar Lal vem de Thiruvananthapuram (Kerala, Índia). Aplica o estilo do sul da Kalarippayattu em Thiruvananthapuram, desde 1990. É qualificado com um diploma de massagista ayurveda e estudou tratamento ayurvédico e massagem em Thiruvananthapuram (1999-2008). Desde 2008, tem vivido em Wroclaw-Polônia, onde ensina Kalarippayattu, atuando também como terapeuta ayurvédico. Ele é cofundador do Studio Kalari da Polônia e nesse país trabalha com o treinamento de vários atores.
PALESTRAS Internacionalização do produto artístico brasileiro Com Marcelo Bones (MG)
Juliana Capilé
Marcelo Bones é formado em Sociologia, pela Universidade Federal de Minas Gerais. É professor de Interpretação no Curso Profissionalizante de Ator da Fundação Clóvis Salgado. Diretor Executivo da Platô – Plataforma de Internacionalização do Teatro. Idealizador e coordenador do Observatório dos Festivais, organização para a difusão de informações, reflexões e pesquisas sobre festivais de teatro no Brasil. Foi diretor de Artes Cênicas da Funarte, de 2009 a 2011. Diretor e fundador do Grupo Teatro Andante. Articulador na área de Teatro da Política Nacional das Artes do Ministério da Cultura.
É
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Magdalena Madra
Alessandro Curti nasceu em Turim-Itália. Desde 1998 trabalha como ator da companhia de teatro Marcido Marcidorjs e Famosa Mimosa, participando em mais de vinte peças. Graduou-se em Disciplinas de Arte, Música e Show (DAMS) na Università degli Studi, em Torino. Em 2006, fundou a Futurfestival, uma organização privada que promove performances e workshops internacionais. Nos anos seguintes, trabalhou com alguns mestres europeus valiosos. Desde 2009, vive e trabalha como ator em Wrocław-Polônia, com a companhia de teatro Teatr ZAR, dirigida por Jarosław Fret.
PALESTRAS 50 anos de Teatro de Grupo – Odin Teatret Com Eugenio Barba (Dinamarca)
Bruna Obadowski
Eugenio Barba nasceu em 1936, em Brindisi-Itália. Possui licenciatura em História da Religião (Oslo, 1960). Estudou direção teatral em Warsóvia (Polônia), onde iniciou sua colaboração com Jerzy Grotowski, do qual foi assistente de direção. Em 1964, fundou o Odin Teatret, em Oslo, e dois anos depois migrou para Holstebro, Dinamarca, onde construiu a sede atual do grupo. É diretor fundador da ISTA (Escola Internacional de Teatro Antropológico) desde 1979, que já teve 14 encontros no mundo todo. Em 1990, fundou, em colaboração com a Universidade de Bologna, a Universidade de Teatro Eurasiano. Dirigiu mais de 28 espetáculos com o seu grupo Odin Teatret, e mais de 15 produções com o elenco multicultural Theatrum Mundi Ensemble. Possui um intercâmbio muito profícuo com o Brasil e a América Latina, desde a década de 1970.
RODA DE CONVERSA O Fazer Teatral no Teatro de Grupo Com Eugenio Barba e Marcelo Bones
Os dois diretores conversam sobre seus diferentes posicionamentos em relação ao teatro de grupo no Brasil e no exterior.
Os caminhos e apontamentos da pesquisa e do Fazer Teatral Com Maria Thereza Azevedo (MT)
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Juliana Capilé
Maria Thereza Azevedo é cineasta, roteirista e artista visual. Atual coordenadora do curso de Pós-graduação em Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO), da UFMT. Coordena o Grupo de Pesquisas Artes Híbridas: Contaminações, Intersecções, Transversalidades. Possui graduação em Comunicação, pela UnB; mestrado em Ciências da Comunicação (ECA-SP); e doutora em Artes Cênicas, pela Universidade de São Paulo. Possui especialização em Roteiro Cinematográfico, pela Escuela de Cine de San Antonio de los Baños (Cuba). É fundadora do Coletivo à Deriva de Intervenções Urbanas.
DEMONSTRAÇÕES DE TRABALHOS O trabalho do ator/bailarino e as danças tradicionais brasileiras Cia. Mundu Rodá (SP) Bruna Obadowski
A Cia. Mundu Rodá de Teatro Físico e Dança, fundada em 2000 pelos artistas Juliana Pardo e Alício Amaral, vem construindo uma linguagem cênica própria a partir da observação, do contato e do diálogo com as Danças Tradicionais Brasileiras e o Trabalho do Ator/Músico/Bailarino.
O Irmão Morto (The Dead Brother) Julia Varley (Odin Teatret – Dinamarca)
Fiora Bemporad
O irmão morto, dirigido por Eugenio Barba, é uma demonstração sobre como os espetáculos do Odin Teatret são criados. Descreve os estágios do trabalho, desde seu início partindo de um texto poético até se tornar “poesia no espaço”, ou seja, espetáculo. Apresenta as diferentes fases de interação entre atores, texto e diretor, e mostra como o ator cria sua presença cênica, até a síntese final em que o texto, através da forma e precisão das ações, adquire ritmo e densidade de significado.
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DEPOIMENTO (registro do ENCONTROS POSSÍVEIS de 2014) Por Julia Varley (Odin Teatret)
Fiora Bemporad
Assim como no Pantanal, onde eu vi animais selvagens que não apresentam medo de estarem próximos do ser humano, através do ENCONTROS POSSÍVEIS eu conheci artistas que ainda acreditam no teatro. São dois momentos que percebo serem de grande privilégio, na rotina da minha vida de atriz: poder presenciar a beleza selvagem da natureza que não se deixa domesticar, mas confia, e encontrar pessoas com quem a troca de experiências faz revelar suas histórias. As duas situações fortalecem o otimismo para olhar o futuro. Conhecer Juliana Capilé, Tatiana Horevicht e seus colaboradores e poder contar com seu profissionalismo e precisão na organização tem sido um prazer. Elas souberam reunir diferentes diretores como Eugenio Barba, João Brites e Amauri Tangará estimulando sua curiosidade mútua para conhecer os motores de sua criação, revelando as raízes em suas biografias. Os participantes do seminário puderam se aproximar, não só do ofício, mas também da humanidade dessas pessoas, no entorno sonhador da Chapada. O Encontro de 2014 também me presenteou com outras pessoas do convívio de trabalho do Odin, como Marylin Nunes, Luciana Martuchelli, Patricia Furtado, que reforçam nossa ligação com o Brasil. Sabemos que Juliana e Tatiana serão hábeis defensoras desta ligação, sonhando outra possibilidade de encontro no futuro, na Dinamarca e no país delas. Enquanto for possível, estaremos sempre disponíveis para segui-las nos seus projetos.
NOTAS SOBRE AS POSSIBILIDADES DO ENCONTRO ENTRE EUGENIO BARBA E JOÃO BRITES (registro do ENCONTROS POSSÍVEIS de 2014) Luiz Carlos Garrocho1 Convidado a mediar o encontro entre Eugenio Barba (Odin Teatret – Dinarmarca) e João Brites (O Bando – Portugal), deparei-me com uma enorme dificuldade: como fazer uma ponte entre as trajetórias singulares desses dois artistas/mestres? Entre dois mundos, o que se passa? Esse foi o problema que procurei enfrentar na mediação: as possibilidades desse encontro, que desenvolvo um pouco mais propriamente num pequeno artigo que escrevi, disponível, na íntegra, no blog nucleodepesquisasteatraismt.blogspot.com.br. O que segue é, portanto, um brevíssimo extrato do que foi ali escrito. – Os dois se percebem como imigrantes no território do teatro: Uma anotação: isso proporcionou a eles uma posição estratégica. Em Barba, isso aparece, sobretudo, na escuta do outro – nessa antropologia do corpo, dos sinais que poderiam ressaltar uma amizade ou inimizade, uma hospitalidade ou hostilidade: “Quando alguém falava comigo, o que estava dizendo? Era uma ameaça, uma oração, uma ordem, um elogio?” (BARBA, 2010, p. 78). Que produz um reposicionamento nômade e a-centrado em relação a esse território que é o teatro profissional e ocidental. 1 Criador, pesquisador e professor de Teatro. É graduado em Filosofia (UFMG), com doutorado em Artes (UFMG). Participa do Coletivo Contraponto (MG). O texto encontra-se, na íntegra, no sítio: http://nucleodepesquisasteatraismt.blogspot.com.br.
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Brites vinha de uma estadia em Bruxelas-Bélgica, onde estudou como artista visual. Quando voltou à sua terra natal, já não se reconheceu nela e, ali, começou a sua jornada com o teatro. Trazia, de um lado, as influências do movimento de Maio de 1968, deparando-se, por outro lado, com o 25 de Abril de 1970, “onde tudo parecia possível”. Entre uma coisa e outra, a força da cultura popular. – Eles contraefetuam o acontecimento: Ao aportarem no território do teatro, no bojo dos movimentos da neovanguarda nos anos de 1960, Eugenio e Brites passam a contraefetuar o acontecimento2. Cada um a seu modo lançou mão do rigor – este outro nome da crueldade – para que as forças de ruptura não se desfizessem nas atualizações, mas pudessem se recompor em potência sempre renovada. – Tal contraefetuação se fazia imanente, por sua vez, aos movimentos de renovação em que Eugenio Barba e João Brites estavam inseridos. Que estavam, em amplitudes e graus diversos, atravessados pelos procedimentos da neovanguarda dos anos 1960. Em João Brites, isso se deu através das artes visuais, que se mostravam contextuais e performativas, fazendo proliferar os híbridos e os mediadores. O que vai levar ao traçado de uma busca da encenação e nas modalidades coletivas de criação. Eugenio Barba localiza a imanência numa tradição de rupturas: dos mestres-diretores, dos atores e atrizes, enfim, no próprio ofício teatral. O coletivo também é, em Barba, uma força deflagradora das potências da cena. Mais do que isso, ele se instala ao mesmo tempo no enclave territorial – lugar de experimentação – e nas redes de trocas e compartilhamentos. – Numa tentativa de síntese, diria que em João Brites três elementos podem ser vistos no seu trajeto: a noção do cenário como um penetrável, o trabalho com a literatura (que foi o foco da tese de Juarez Dias) e o trabalho com o ator. Essas relações me parecem, então, relacionadas entre si, como se pode observar nas falas de Brites nos Encontros Possíveis. – A Antropologia Teatral pode ser vista, ao modo de uma síntese, como uma arte da recusa e da entrega. Trata-se de um paradoxo operativo, que se desprende dos ensinamentos de Barba como um meio de contraefetuar o acontecimento. Nesse sentido, o bios cênico3 transforma-se numa biopolítica4. Uma modalidade de resistência. Um tema que pede desenvolvimento. 2 Em primeira instância, refiro-me ao acontecimento para falar da cena, diverso do conceito de obra (artefato), por envolver a singularidade espaço-temporal que se dá numa relação presencial entre os corpos (FISCHER-LICHTE, 2011). Em segunda instância, refiro-me ao conceito de acontecimento em Gilles Deleuze (1974), como síntese disjuntiva entre mundo e linguagem. 3 “Bios significava vida. O bios do ator que penetra no mundo interior do espectador; o bios do espetáculo que se confronta com o logos insensato da história; o bios do teatro como rebelião e transcendência, como presença e voz de superstições individuais, para além do entretenimento e da arte” (BARBA, 2010). 4
A biopolítica é vista aqui na apropriação que Gilles Deleuze faz de Michel Foucault.
FICHA TÉCNICA: Coordenação e produção: Juliana Capilé e Tatiana Horevicht Produção geral: Daniela Leite e Karina Figueredo Designer gráfico: Jan Moura Assessoria de imprensa: Lidiane Barros
CONTATOS: E-mail: ciapessoaldeteatro@gmail.com Fone: (65) 3359-0336 www.ciapessoaldeteatro.com.br www.nucleodepesquisasteatraismt.blogspot.com
SOBRE O FESTIVAL
O
Festival Zé Bolo Flô de Teatro de Rua propõe a ressignificação dos espaços urbanos da cidade de Cuiabá e a vivência de um território híbrido de produções de teatro de rua que dialoguem com a cidade e seus viventes enquanto espaço cênico. A ideia é proporcionar um evento que provoque encontros, experiências, celebrações e que os artistas “toquem as mãos do público”, de forma a interagir, integrar e se aproximar do espectador, democratizando o acesso ao teatro de rua e provocando as mais diversas sensações e reflexões. A primeira edição do Festival aconteceu em 2013, idealizado e produzido pelo Grupo Tibanaré em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso, em paralelo com o 1º Festival de Teatro Cena Mato Grosso – Etapa Cuiabá. O primeiro evento foi realizado com o desafio de fomentar e apresentar um panorama das produções de Teatro de Rua de Mato Grosso, de proporcionar a promoção, difusão e a valorização da cena local, o intercâmbio de experiências e a reflexão crítica do que estamos produzindo, além de contribuir com a formação de plateias. Nessa primeira edição, a programação foi composta por 7 produções diversificadas de Teatro de Rua, sendo 3 produções nacionais e 4 locais. Além das apresentações, foram ofertadas 2 oficinas, 1 mesa redonda, debates sobre processos criativos, produção de críticas e resenhas dos espetáculos, e uma exposição de objetos cênicos dos grupos participantes. O Festival atingiu um público de, aproximadamente, 3.500 pessoas.
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Nessa segunda edição do Festival Zé Bolo Flô de Teatro de Rua, que ocorreu nos dias 01 a 06 de dezembro de 2015, 10 espetáculos e 01 oficina ocuparam praças e espaços públicos de Cuiabá-MT. O evento contou com o envolvimento de 72 profissionais e atingiu uma média de 5.354 pessoas diretamente, superando o público da primeira edição, em 2013. Os resultados obtidos, concretizam o Festival como um espaço de referência e contribuição para o fomento, enriquecimento e a difusão nacional do teatro de rua em diálogo com a produção e artistas locais, fortalecendo a discussão, a pesquisa e o estímulo à criação e a manutenção das produções voltadas para o espaço urbano e o acesso democrático e diversificado do público.
Bruna Obadowski
SOBRE O GRUPO TIBANARÉ O Grupo Tibanaré, sediado em Cuiabá-MT, é um coletivo de teatro, cujo elemento principal é o trabalho do ator e a sua relação com o espectador. Ao longo de sua trajetória, o coletivo foi se desenhando com treinamentos diários, aprimorando as potencialidades e o estudo pessoal do ator, concretizando-se como um grupo focado na investigação cênica de produções para espaços não convencionais e alternativos, como ruas, praças, presídios, zonas rurais/ribeirinhas, feiras livres e ônibus coletivos, possibilitando uma pesquisa que se transforme em cada espaço de experimentação e atinja uma diversidade de públicos. Desde a sua criação, atingiu uma média de 45.000 pessoas com seus espetáculos e já se apresentou em diversos estados do Brasil, em festivais e mostras de Teatro e em projetos de circulação (São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rondônia, Goiás, Tocantins e Distrito Federal). É considerado pela critica referência em teatro de rua em Mato Grosso.
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Programação 2015
FESTIVAL ZÉ BOLO FLÔ DE TEATRO DE RUA Cuiabá 1º de dezembro de 2015
CORTEJO OFICIAL Participantes: Grupo Atos 2, Leite de Pedras, Teatro de Brinquedo, Trupe Tropé de Teatro, Grupo Tibanaré, Grupo Nó, Cirquinho do Revirado e Teatro Imagem.
SALTIMBEMBE Grupo Rosa dos Ventos (SP) Ficha Técnica
Bruna Obadowski
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Texto: Grupo Rosa dos Ventos Direção: Grupo Rosa dos Ventos Atuação: Fernando Ávila (Dez pras Sete), Gabriel Mungo (Beterraba), Luiz Paulo Valente (Tiuria), Robson Toma (Nicochina) e Tiago Munhoz (Custipíl de Pinoti) Música original e sonoplastia: Robson Toma Linguagem: Circo, Teatro de Rua e música Cenografia: Deva Bhakta e Grupo Rosa dos Ventos Horário e local: Às 19h30 – praça da República, em Cuiabá-MT Duração: 60 minutos
2 de dezembro de 2015 Bruna Obadowski
VOADEIRA NO CIRCO Teatro de Brinquedo (MT) Ficha Técnica Direção e dramaturgia: Grupo Teatro de Brinquedo Atuação: Raquel Mützenberg, Millena Machado, Juliana Graziela e Douglas Peron Direção musical e execução em cena: Willian Kanashiro Composição da sonoplastia: Willian Kanashiro Horário e local: Às 18h00 – praça Alencastro, em Cuiabá-MT Duração: 40 minutos
Bruna Obadowski
JÚLIA Cirquinho do Revirado (SC) Ficha Técnica Produção: Empresa Artístico-cultural Marques Joaquim Direção: Pépe Sedrez Assistente de direção: Fabiano Peruchi Roteiro: Fabiano Peruchi, Pépe Sedrez, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques Atuação: Reveraldo Joaquim e Yonara Marques Direção de arte e figurinos: Maíra Coelho Assistente de arte e figurinos: Alexandre Antunes Cenografia: Luciano Wieser, Maíra Coelho, Reveraldo Joaquim e Yonara Marques Criação e estrutura do cenário: Reveraldo Joaquim Maquiagem e caracterização: Carlos Eduardo Silva
Consultoria de dramaturgia: Gregory Haertel Próteses dentárias: Júlio César Gaffrée Orviedo Técnicos: Luan Marques Joaquim e Marcella Marques Joaquim Horário e local: Às 19h30 – praça Alencastro, em Cuiabá-MT Duração: 55 minutos
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3 de dezembro de 2015
CIRCO DE 1 MALA
ESTÓRIA DE JARDIM
Grupo Atos 2 (MT)
Circo Leite de Pedras (MT)
Bruna Obadowski
Bruna Obadowski
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Texto, concepção, elenco, direção geral, produção, figurino e cenário: Altiery Dallys Sonoplastia e assistente de palco: Ricardo Freitas. Horário e local: Às 09h30 – Espaço Ganha Tempo, em Cuiabá-MT Duração: 40 minutos
Texto, concepção e direção: Júlio Carcará Atuação: Umberto Lima, Hozana nas Alturas, Benício Benitse Félix Aramayo Trilha sonora: concepção coletiva Figurino: Umberto Lima Horário e local: Às 19h30 – praça da República, em Cuiabá-MT Duração: 50 minutos
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3 de dezembro de 2015
PASSEIO NOTURNO Grupo Tibanaré (MT) Laércio Miranda
Trilha sonora original: Monofoliar Sonorização: Felipe Pinheiro Figurino e cenário: Supernova Assistente de produção: Carol Damasceno Produção: Fermanda Gandes e Keiko Okamura Horário e local: Às 20h00 – ponto de partida Praça Bispo Dom José, em Cuiabá-MT Duração: 60 minutos
Ficha Técnica Contos urbanos: Dunga Rodrigues Dramaturgia: Processo Colaborativo – Elenco Adaptação, direção e ensaiador: Jefferson Jarcem Atores: Juliana Graziela, Keilla Borges, Rogério Santana e Vini Hoffmann Equipe técnica: Alberto Yoshiara, Jederson Carlos e Poliani Cristini
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4 de dezembro de 2015
LA SCARPETTA
CONVERSA DE BOTAS E BATIDAS
Grupo Lume (SP)
Grupo Vostraz (MT)
Bruna Obadowski
Bruna Obadowski
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Texto e direção: Venício Bulhões Atuação: Maicon D’Paula e Venício Bulhões Músico: Ricardo Porto Horário e local: Às 18h00 – praça da República, em Cuiabá-MT Duração: 40 minutos
Concepção e criação: Ricardo Puccetti e Nani Colombaioni Direção de produção: Cynthia Margareth Atuação: Ricardo Puccetti Cenografia e acessórios: Nani Colombaioni, Ricardo Puccetti e Abel Saavedra Coordenação técnica: Francisco Barganian Assessoria de imprensa: Marina Franco Horário e local: Às 19h30 – praça da República, em Cuiabá-MT Duração: 60 minutos
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5 de dezembro de 2015
6 de dezembro de 2015
CORTEJO A BUSCA
O CONCERTO DA LONA PRETA
Grupo Nó (MT)
Grupo Lona Preta (SP)
Bruna Obadowski Bruna Obadowski
Ficha Técnica
Ficha Técnica
Texto e direção: Valter Lara Música cênica: Genival Soares Atuação: Ana Paula Siolli, Betto Wallker, CaelIslânio, Dúh Leatti, Dheyni Black, Genival Soares, Karinny Keully, Leidyanne Matarazzi, Nathálya Souza, Nathany Magalhães, Paulo Velmont e Valter Lara. Horário e local: Às 10h00 – na prainha com a av. Getúlio Vargas, em Cuiabá-MT Duração: 50 minutos
Produção: Henrique Alonso Direção: Sergio Carozzi Atuação: Alexandre Matos, Elias Costa, Joel Carozzi, Sergio Carozzi e Wellington Bernado Figurino: O Grupo Horário e local: Às 18h30 – Arena Pantanal, em Cuiabá-MT Duração: 60 minutos
ne Terena imprensa: Nai A Assessoria de FICHA TÉCNIC unicação) (Oráculo Com to Figliaggi son Jarcem gráfico: Augus r er ff ne Je ig a: es ri D do ica / Cura anda Gandes, Rua: Direção artíst ias sociais: Fern ô de Teatro de íd Fl M lo Bo Zé al stiv e Naine Terena Idealização Fe Jefferson Jarcem de Festivais): Jefferson Jarcem Social (Circuito ura m ia íd ka O M o ik Ke utiva: e Ahmad Jarrah Produção exec rros e a Obadowski Ba un ol Br ar C s, de Obadowski e anda Gan Vídeo: Bruna Produção: Fern gistro Foto e Re no r Lara Sernon Nonres Carol Damasce nzo Falcão ffmann e Valte s Ferreira e Lore odução: Vini Ho rlo pr Ca : de as te nh en se ist re Ass Críticas e
ol Araújo e Catering: Car s a Silva Refeiçõe Mario de Souz ila Martins, Yoshiara, Dan Anjos: Alberto i, Rogério a, Poliani Cristin Juliana Graziel eline Carvalho Santana e Jaqu Contatos -5493 9-0919/ 8404 Fones: 65-844 l.com ibanare@gmai Email: grupot m.br potibanare.co Site: www.gru rupotibanare cebook.com/g Facebook: fa potibanare/ agram.com/gru st in : m ra ag st In
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