SWISSCAM Magazine, edição 62

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2007 R$ 10,00

O Magazine da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira The Magazine of the Swiss-Brazilian Chamber of Commerce

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BRASIL

foco

interculturalidade focus

interculturality economia

BRIC: Por que o Brasil não deve ser subestimado

economy

BRIC: Why Brazil should not be underestimated notícias da SWISSCAM

Hospitalar 2010 Visita do conselheiro federal Didier Burkhalter Almoço com senador Garibaldi Dia Nacional da Suíça Hospitalar 2010 Federal councillor Didier Burkhalter’s visit Lunch with senator Garibaldi Swiss National Day

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Fo t o : Fo t o l i a

chamber news

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editorial

“Só se vê bem com o coração” (A.Saint-Exupéry)

Apresentamos nesta edição depoimentos de pessoas que viveram ou vivem na pele a experiência da interculturalidade. Agradecemos gentilmente a cada uma delas pela contribuição. Cleyton e Angela Heuberger fazendo a travessia de ferry boat para Itaparica - Bahia. Cleyton and Angela Heuberger making the crossing by ferry boat until Itaparica - Bahia.

Cleyton e Angela Heuberger Quando saí do Brasil no final do ano 2000 para ir estudar na Suíça, tinha uma ideia dos suíços como pessoas frias reservadas e de pouca tolerância. Mas fiquei surpreso, no sentido positivo, com o multiculturalismo no país (cerca de 25% da população são estrangeiros vindos de todos os continentes). Tenho que dizer que para fazer amizade com os suíços foi mais complicado que com os outros, mas não impossível, tanto que acabei conhecendo o amor e me casando com uma pérola rara suíça. Para minha esposa que vem de uma cidade de apenas 3.400 pessoas (Mörschwil, cantão de St. Gallen) e vive hoje comigo em São Paulo, a mudança foi impressionante. Ela adora o grande coração e o bom humor natural do povo brasileiro, mas acha que os suíços são mais organizados no dia a dia. Ela admira muito nossa abertura de comunicação e cada dia aqui para ela é uma aventura.

Veronika Candelaria Gertrude Reichenberger Durante toda minha vida não morei mais de 4 anos em um país. Nascida na Suíça de pai austríaco e mãe brasileira, já morei nas Filipinas, Nova Zelândia, Japão, Suíça, Inglaterra e agora Brasil, onde talvez baterei meu recorde. Esta vida me levou a ter no dia a dia uma mistura de costumes de culturas diferentes. Por exemplo, adoro comer com hashi em casa, independente da comida que

estou comendo, mesmo que seja arroz com feijão. Não gosto de usar garfo mas sim colher para comer, algo típico das Filipinas e quando estou no Brasil e não quero que ninguém me entenda, converso em francês com minha irmã. Falo e escrevo em diversas línguas mas por fim não falo nem escrevo perfeitamente em nenhuma. Acabo recebendo olhares estranhos quando, ao falar português sem sotaque, não sei escrever alguma palavra básica como por exemplo ‘duzentos’.

Tjerk Brühwiller Não basta conhecer o idioma para se achar em um país estranho. Só quem entende a história, o ritmo e a alma de um país é capaz de entender seu povo. Só quem se abre para uma cultura diferente pode se estabelecer nela. Embora a cada dia eu consiga fazer isto um pouquinho melhor, eu sei que no Brasil eu sempre serei um “gringo”.

Rolf Rauschenbach Pisei em terras brasileiras pela primeira vez há treze anos, voltei várias vezes como turista e, dessa vez, vou permanecer durante dois anos como pós-doutorando da USP, dando aulas e comparando mecanismos de participação política no Brasil e na Suíça. É marcante o calor humano do povo brasileiro, a habilidade de transformar qualquer situação em um evento prazeroso, também impressiona a diversidade que o Brasil oferece em todos os aspectos. Chama a atenção o fato de que muita gente tem que lutar pela sobrevivência, a desigualdade social é grande, falta infraestrutura, sem citar outras dificuldades que o brasileiro conhece bem. Viver no Brasil transformou-me em outra pessoa, mudou minha visão do mundo, minha maneira de ser. O confronto com facetas diferentes das que conheci na Suíça foi um processo enriquecedor. Tudo isso criou em mim gratidão e o desejo de retribuir ao povo brasileiro.

Jeunesse e/and Iwan Brunner

Jeunesse Brunner Uma das experiências mais belas de morar como expat é a oportunidade que você tem de ser a ponte entre várias culturas. Você vai compreendendo na hora de se integrar nos costumes do novo país que as divergências que possam existir convertem-se em pequenas e quando percebemos isso com respeito, as nossas diferenças vão se tornando uma nova forma de crescimento. swisscam magazine 62

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“It is only with the heart that one can see rightly” (A.Saint-Exupéry) This edition features reports with views and opinions from people who have had – or are having – different intercultural experiences. We thank them for their contributions. Cleyton and Angela Heuberger When I left Brazil at the end of 2000 to study in Switzerland, my idea of the Swiss as a people was that they were cold and reserved and not very tolerant. But I was pleasantly surprised by the multiculturalism there (some 25% of the population are foreigners from all continents). I have to say that making friends with the Swiss was more complicated than with the others, but it was not impossible, so much so that I found love and got married to a rare Swiss pearl. For my wife, who comes from a village of just 3,400 (Mörschwil, St. Gallen canton) and is now living with me in São Paulo, it has been a dramatic change. She loves the Brazilians’ great heart and natural good mood, but thinks the Swiss are more organized in everyday life. She admires our communicative flair and every day in Brazil is an adventure for her.

Veronika Candelaria Gertrude Reichenberger Throughout my life I have never spent more than four years in one country. I was born in Switzerland of an Austrian father and Brazilian mother. I have lived in the Philippines, New Zealand, Japan, Switzerland, the United Kingdom, and now Brazil, where perhaps I will break my record. This type of past has led me to include a mixture of customs from different cultures in my everyday life. For example, I love eating with chopsticks at home, whatever I’m eating, even beans and rice. I do not like using a fork and prefer a spoon, which is typical of the Philippines, and when I’m in Brazil and do not want anyone to understand me, I speak to my sister in French. I speak and write in different languages, although not perfectly in any of them. So I get some strange looks when I speak Portuguese without an accent, but am unable to spell some basic words such as ‘duzentos’ (two hundred).

Veronika Reichenberger reencontra, em São Francisco (EUA), a amiga coreana que estudou com ela no Japão, Luthia Lee, 8 anos depois. Veronika Reichenberger meets, in San Francisco (USA), her Korean friend, Luthia Lee, after 8 years, with whom she studied in Japan.

Tjerk Brühwiller In order to find your way in a foreign country, it is not enough to have good language skills. Only someone, who understands the history, the rhythm and the soul of a country, is capable of understanding its people. Only someone, who is open to a foreign country, will be able to gain ground. Although every day I am a little bit more successful at it, I am aware that in Brazil I will always be a ‘gringo’.

Rolf Rauschenbach

Rolf Rauschenbach, pesquisador em ciência política na USP. Rolf Rauschenbach, researcher in political science at USP.

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I first stepped on Brazilian soil thirteen years ago, and I have come back several times as a tourist. This time I will be staying for two years as a postdoctoral student at USP, teaching and comparing mechanisms for political participation in Brazil and Switzerland. The warmth of the Brazilian people is very striking, their ability to turn any situation into a joyful event, as is the remarkable diversity that Brazil offers in all aspects. A point that stands out is the fact that many people have to fight for survival, with so much social inequality, and the lack of infrastructure, not to mention other difficulties Brazilians are well acquainted with. Living in Brazil changed me as a person, and changed my world view, my life ways. The confrontation with facets of life quite unlike those I experienced in Switzerland has been an enriching process. All this prompts me to feel gratitude and the desire to give something back to the Brazilian people.

Tjerk Brühwiller correspondente do jornal NZZ, entre outros. Tjerk Brühwiller correspondent of the NZZ newspaper, among others.

Jeunesse Brunner One of the nicest experiences of life as an expat is that you get the chance to act as a bridge between various cultures. As you take to the customs of your new country, you realize that any differences there may be soon shrink into insignificance, and when we see this with respect, our differences become a new form of growth.

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O Magazine da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira The Magazine of the Swiss-Brazilian Chamber of Commerce

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foco:interculturalidade focus:interculturality

foco

interculturalidade

Diretor do Magazine e de Comunicação Magazine and Communication Director Christian Hanssen

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focus

interculturality economia

BRIC: Por que o Brasil não deve ser subestimado.

20 Transferência de executivos: “missão impossível”? Relocating executives: “mission (im)possible”?

economy

BRIC: Why Brazil should not be underestimated. notícias da SWISSCAM

Anúncios - Advertisements Denise Ortega

Hospitalar 2010 Visita do conselheiro federal Didier Burkhalter Almoço com senador Garibaldi Dia Nacional da Suíça chamber news

Hospitalar 2010 Federal councillor Didier Burkhalter’s visit Lunch with senator Garibaldi Swiss National Day

Fo t o : Fo t o l i a

Coordenação Editorial Editorial Coordination Stephan Buser

Fo t o : Fo t o l i a

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Direção de Arte Art Direction Felipe Ledier

Jornalista responsável Journalist in charge Ester Tambasco, MTB 48.058 Produção Gráfica - Printing NeoBand A reprodução das notícias é permitida, contanto que seja mencionada a fonte. As opiniões contidas nos artigos não refletem necessariamente a posição da SWISSCAM. The reproduction of items is permitted as long as the source is mentioned. The opinions contained in the articles do not necessarily reflect the position of SWISSCAM.

22 Mudança de país: oportunidades e desafios. Moving abroad: opportunities and challenges. 24 Insights de uma brasileira expat na Suíça. Insights from a Brazilian expat in Switzerland.

Projeto Gráfico Editorial Design Markus Steiger

Revisão e Tradução Proofreading and Translation Global Translations.BR Denise Ortega, Hanna Weisskopf, Maria Augusta Chaves, Stephan Buser

Negócios no Brasil. Doing business in Brazil.

Entrevista com Yvette Sanchez. Interview with Yvette Sánchez.

32 Treinamento em competência intercultural? Training in intercultural competence? economia economy

6 Por que não deveríamos perder a ascensão do Brasil a potência mundial. Why we must not miss out on Brazil’s rise to world power status. 8 O BNDES e a internacionalização de empresas. The BNDES and internationalization of companies. jurídico legal

11 Aquisição de bens imóveis no Brasil. Acquisition of real estate in Brazil.

Câmara de Comércio Suíço-Brasileira Swiss-Brazilian Chamber of Commerce Schweizerisch-Brasilianische Handelskammer Chambre de Commerce Suisse-Brésilienne Avenida das Nações Unidas, 18.001 04795-900 São Paulo (SP) Brasil Tel +55 (11) 5683 7447 Fax +55 (11) 5641 3306 swisscam@swisscam.com.br www.swisscam.com.br Presidente - President Christian Hanssen Vice-presidentes - Vice-Presidents Carlos Roberto Hohl Antonio Carlos Guimarães A Câmara de Comércio Suíço-Brasileira, constituída em 1945, é filiada à União das Câmaras de Comércio Suíças no Exterior e à Câmara de Comércio Internacional. The Swiss-Brazilian Chamber of Commerce, founded in 1945, is affiliated to the Swiss Foreign Trade Chambers and the International Chamber of Commerce.

www.swisscam.com.br

atualidade update

sucess story

18 Reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras: qual a posição do Brasil hoje? Recognition and enforcement of foreign arbitral award: where does Brazil stand today?

31 Panalpina abre armazém próprio em São Paulo. Panalpina opens own store in Sao Paulo. Próxima edição: Melhores lugares na Suiça. Next edition: Best places in Switzerland.

comunidade suíça no brasil Swiss community in Brazil

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Associação Beneficente ARCO. ARCO Benevolent Association

n o t í c i a s d a S W I S S C A M chamber news 16 Almoço com Senador Garibaldi Alves Filho. Lunch with Senator Garibaldi Alves Filho. / Business

Breakfast Jurídico. Legal Business Breakfast. 17 Tecnologia suíça na Hospitalar 2010. Swiss technology at Hospitalar 2010. / SWISSCAM participa da ECO Business 2010. SWISSCAM participates at ECO Business 2010.

26 Visita do Conselheiro Federal Didier Burkhalter ao Brasil. Federal Councillor Didier Burkhalter’s

visit to Brazil. / Nova funcionária: Lana Hengstmann de Moura. New employee: Lana Hengstmann de Moura. 27 Novos associados. New members. 30 Jean Daniel Gerber, Secretário de Estado, visita o Brasil para

promover relações bilaterais. State Secretary Jean Daniel Gerber visits Brazil to promote bilateral relations. / Dia Nacional da Suíça. Swiss National Day.

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Fo t o s : S X C e Fo t o l i a . F u s ã o : L e d i e r D e s i g n

economy

Why we must not miss out on Brazil’s rise to world power status At present, few countries are as underestimated as Brazil. However, the world’s fifth-largest country in area and population is well on the way to becoming a world power in economic terms. b y Alexander Busch

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his potential is due to Brazil’s dependence on aviation for integrating its territory, so it has the world’s second largest fleet of executive aircraft. Paradoxically, however, the authorities insist on not understanding the relevance of general aviation. They see the public interest as confined to regular passenger transport, which is given total privileges for the use of airport infrastructure. The Brazilian General Aviation Association (ABAG) aims to clarify the obvious. Many Europeans have yet to realize this. We see China and India as the major players of the global revolution in the world economy, with Brazil playing merely a supporting role. This is a mistake, especially for us in Central Europe, because there are few states outside of Europe with whom we have economic, political, historical and cultural relations that are as close as our ties with Brazil. But let us focus on the economy because this is what has been the basis for the current rise of Brazil. The eighth-largest economy holds a number of trump cards for the coming years that will give it momentum of its own: Brazil is one of the largest suppliers of raw materials extracted from agriculture and mining. Its biofuels make it a rising energy superpower too - and this will soon be the case for oil and gas as well. Brazil has a very diversified economy, a healthy mix of raw-material conglomerates, services providers, processing industry and consumer goods makers,

from small and midsize businesses to dozens of global corporations. Their ownership structure is also wide ranging: there are private and state controlled firms, local – and foreign-owned. This also applies to banking and the financial system, which is one of the most developed of the emerging markets.

competition between economic systems, the statist model with economic democracy has increasingly been attacked. Does China’s economic success not show that authoritarian economic models are superior to western market economies with all their complex democracy? Brazil proves the opposite.

Brazil has become a dynamic consumer market too. It weathered the global economic crisis due to its dynamic domestic market: over the last eight years, 32 million Brazilians have been able to climb into the middle class. The poverty rate for the 195-million population has fallen by half.

Despite obvious flaws, Brazil’s political system is also one of the reasons for the nation’s rise to global economic power status. Brazilian democracy has proved to be surprisingly flexible at responding to new challenges. Only this explains how Brazil expected social tensions and was able to alleviate them at the worst point in the crisis, with a policy of income distribution (Bolsa Familia). These social investments will bring long term benefits: they stabilize society. This is a great advantage over other large emerging countries such as Russia, India or China, where social pressure is being ratcheted up.

All this means that Brazil poses a great opportunity for Switzerland, since there are few countries in the world where Swiss firms and banks have built such solid positions as they have in Brazil. Not least, Brazil now has more political influence in the world: in international trade, in climate change talks as spokesman for the South in the G20, and finally in geopolitical conflicts too, such as the issue of Iran. Today, like it or not, Brazil is actively involved in setting the international agenda. However, our interest in Brazil goes further than this, because Brazil will be a test for democracy worldwide. Like India, the outcome will be decided as to whether a large emerging economy will be able to make the leap to becoming a great power in the context of democracy too. This is essential to our Western model of society, since in the global

Its political system gives Brazil a rare feature of emerging markets: continuity. For 16 years the country has been following its own rules. This generates confidence, a highly appreciated item, considering the quirky record of companies from emerging markets. For countries like Brazil, from an economic standpoint, continuity amounts to a gain of prosperity. Therefore, we in Central Europe would be making a big mistake if we ignored the rise of Brazil. Close cooperation with Brazil provides great opportunities for our economy and our society.

Dia 20 de setembro de 2010 aconteceu em São Paulo o lançamento da versão portuguesa do livro de Alexander Busch: “Brasil, País do Presente: O Poder Econômico do “Gigante Verde”. E no dia 28 de setembro o mesmo evento ocorreu em Salvador. A versão original, em alemão, é intitulada “Wirtschaftsmacht Brasilien: Der grüne Riese erwacht”. September 20, 2010 saw the São Paulo launch of the Portuguese version of Alexander Busch’s book Brasil, País do Presente: O Poder Econômico do “Gigante Verde” [Brazil, Country of the Present: The Economic Power of the “Green Giant”]. The same event was held in Salvador on September 28. The original German version is called Wirtschaftsmacht Brasilien: Der grüne Riese erwacht.

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economia

Por que não deveríamos perder a ascensão do Brasil a potência mundial No momento, poucos países são tão subestimados quanto o Brasil. No entanto, o quinto maior país do mundo em extensão territorial e população dá sua largada para se tornar uma potência econômica mundial. por Alexander Busch

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a Europa, muitos ainda não se deram conta disto. Para nós, a China e a Índia são os principais players da revolução global na economia mundial. Ao Brasil, não concedemos mais do que um mero papel de coadjuvante. Isto é um erro, principalmente para nós da Europa Central, porque são poucos os países fora da Europa com os quais mantemos laços econômicos, políticos, históricos e culturais tão estreitos quanto com o Brasil. Mas foquemos na economia, porque é ela que serve de base para a atual ascensão do Brasil. A oitava maior economia detém trunfos que, nos próximos anos, resultarão em uma dinâmica própria: o Brasil é um dos maiores fornecedores de matérias-primas extraídas da agricultura e da mineração. Com seus biocombustíveis, o país é uma potência energética em ascensão e, em breve, também o será para petróleo e gás.

A economia brasileira é bem variada: consiste de um mix saudável de conglomerados de matériaprima, provedores de serviços, indústria de processamento e produtores de bens de consumo, incluindo desde microempresas e empresas de médio porte a dezenas de corporações globais. A estrutura patrimonial também é diversificada: há controles privados e estatais, proprietários brasileiros e estrangeiros. Isto também se aplica ao sistema bancário e financeiro, que é um dos mais desenvolvidos dos mercados emergentes. O Brasil se tornou uma dinâmica nação de consumo. O país superou a crise econômica mundial graças à dinâmica de seu mercado interno: nos últimos oito anos, 32 milhões de brasileiros conseguiram ascender à classe média. O índice de pobreza na população de 195 milhões de brasileiros caiu para a metade. Com tudo isto, o país oferece uma grande oportunidade para a Suíça, já que há poucos países no mundo onde empresas e bancos suíços possuem posições tão sólidas quanto no Brasil. Não menos importante, a influência política do Brasil no mundo aumentou: no comércio internacional, em discussões climáticas, como portavoz do Sul perante o G20 e, por último, também nos conflitos geopolíticos, como o do Irã. Hoje, gostemos ou não, o Brasil participa ativamente da definição da agenda internacional. No entanto, o nosso interesse no Brasil vai mais longe, porque o Brasil será um teste mundial da democracia. Lá será decidido, como somente na Índia, se uma grande economia emergente conseguirá dar o salto para se tornar uma grande potência também no âmbito democrático. Isto é essencial para o nosso modelo societário ociden-

tal, uma vez que, na concorrência global dos sistemas econômicos, o modelo estatal e econômico democrático vêm sofrendo cada vez mais ataques. O sucesso econômico da China não prova que modelos econômicos autoritários são superiores à economia de mercado ocidental com toda sua complexa democracia? O Brasil prova o oposto. Apesar das evidentes falhas, o sistema político brasileiro também é um dos motivos para a ascensão do Brasil a potência econômica mundial. A democracia brasileira provou ser surpreendentemente flexível para reagir a novos desafios. Só assim se explica que, já no auge, com uma política de distribuição de renda (o Bolsa-Família) o Brasil tenha previsto e suavizado as tensões sociais. Estes investimentos sociais trarão benefícios a longo prazo: eles estabilizam a sociedade. Esta é uma grande vantagem em relação aos outros grandes países emergentes, como a Rússia, a Índia ou a China, nos quais a pressão social se acumula. O sistema político permite ao Brasil algo raro nos mercados emergentes: a continuidade. Há 16 anos o país obedece a suas próprias regras. Isto gera confiança, um item extremamente valorizado, considerando-se a inquietação das sociedades dos mercados emergentes. Para países como o Brasil, do ponto de vista econômico, a continuidade funciona como ganho de prosperidade. Por isto, seria fatal para nós da Europa Central ignorar a ascensão do Brasil. Uma colaboração estreita com o Brasil oferece grandes oportunidades para nossa economia e sociedade. Diesen Artikel finden Sie auf unserer Website www.swisscam.org in der Rubrik “Artikel aus dem SWISSCAM Magazine” auf deutsch.

Alexander Busch trabalha há 18 anos como jornalista no Brasil, escrevendo sobre a América do Sul. É correspondente da WirtschaftsWoche (Semana Econômica), do Handelsblatt (Jornal do Comércio) e da revista suíça Finanz und Wirtschaft (Finanças e Economia). Ele nasceu em 1963, cresceu na Venezuela, prestou seu Abitur em Frankenthal/Pfalz. Frequentou a Escola de Jornalismo de Colônia. Estudou Economia e Política em Colônia e em Buenos Aires. Ele vive e trabalha em São Paulo e em Salvador, BA. Alexander Busch has been working as a journalist in Brazil and writing about South America for 18 years. He is a correspondent for WirtschaftsWoche (economics weekly), Handelsblatt (business paper) and the Swiss magazine Finanz und Wirtschaft (finance and economics). He was born in 1963, grew up in Venezuela, and took his Abitur in Frankenthal / Pfalz. He went to the School of Journalism in Cologne, and studied economics and politics in Cologne and Buenos Aires. He lives and works in São Paulo and Salvador, Brazil.

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economy

The BNDES and internationalization of companies

by Sérgio Földes Guimarães

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he Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (local acronym, BNDES) has been, since its foundation in 1952, one of the Brazilian Government’s main agents for economic development. Throughout its history, it has concurrently expanded its functions to drive growth and diversification of the Brazilian economy. In Brazil it finances virtually all the investment projects of industrial, commercial and services sectors with emphasis on funding for infrastructure projects and the export of goods and services and for the development of appropriate products for the expansion and modernization of the Brazilian capital market, without discrimination in terms of source of capital. To keep pace with the growing importance of Brazil in external economic scenario, the BNDES

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created the International Division, responsible for international activities, for raising capital in the international markets, from multilateral bodies and official institutions and, for supporting the internationalization efforts of Brazilian companies.

BNDES created a credit line for investment projects of national capital companies abroad. The importance of Brazil in the international economic scenario grows as Brazilian companies seek external markets as a way to expand not only their trade relations, but also its productive base abroad. To respond to this reality, the BNDES created a credit line for investment projects of national capital companies abroad.

The Internationalization of Companies credit line funds investments related to the construction of new units, the acquisition, expansion or modernization of existing installed units and equity interests in ventures, necessary to the development of the project abroad. As such, it facilitates access to new technologies and new production processes and promotes the strengthening of businesses and increased Brazilian competitiveness. Many companies have high levels of competitiveness, being ready to expand their activities abroad, either by boosting exports or through the expansion of their productive base abroad, and do not execute on this capability due to the dynamism of the Brazilian domestic market and by a comfort level generated by their positioning in the national market. The Swiss transnational companies contributed greatly to the establishment of the quality standards in the Brazilian market, because, apart from maintaining durable and reliable ties, they establish major industrial parks, introducing customers, suppliers and service providers that may arise in the international market as global suppliers regardless of their size. It is in this sense that the BNDES believes that through financial support and the granting of access to the international network of knowledge to companies it may assist them to seek the information necessary for the preparation of an economically feasible project and, consequently, to expand its operations abroad, fostering also innovation and technology transfer.

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Fo t o : Fo t o l i a

O BNDES e a internacionalização de empresas

economia

por Sérgio Földes Guimarães

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES tem sido desde a sua fundação, em 1952, um dos principais agentes de desenvolvimento econômico do governo brasileiro. Ao longo de sua história, expandiu suas atribuições concomitantemente ao crescimento e à diversificação da economia brasileira. Financia, no Brasil, os projetos de investimentos de praticamente todos os setores industriais, comerciais e de serviços com destaque para os financiamentos aos projetos de infraestrutura e à exportação de bens e serviços e para o desenvolvimento de produtos adequados à expansão e à modernização do mercado de capitais brasileiro, sem discriminação de origem de capital. Para acompanhar o crescimento da importância do Brasil no cenário econômico externo, o BNDES criou a Área Internacional, responsável pelas atividades internacionais, por realizar captações de recursos financeiros do mercado externo, de organismos multilaterais e de instituições oficiais e, por apoiar o esforço de internacionalização das empresas brasileiras. A importância do Brasil no cenário econômico internacional cresce à medida que as empresas brasileiras buscam os mercados externos como

O BNDES criou uma linha de financiamento aos projetos de investimentos de empresas de capital nacional no exterior. forma de expandir, não somente suas relações comerciais, mas, também, sua base produtiva no exterior. Para responder a esta realidade, o BNDES criou uma linha de financiamento aos projetos de investimentos de empresas de capital nacional no exterior. A Linha de Internacionalização de Empresas financia os investimentos relacionados à construção de novas unidades, à aquisição, ampliação ou modernização das unidades instaladas e à

participação societária em empreendimentos, necessários ao desenvolvimento do projeto no exterior. Com isso, facilita o acesso a novas tecnologias e a novos processos de produção e promove o fortalecimento das empresas e o aumento da competitividade brasileira. Muitas empresas têm alta competitividade, estando prontas para expandir suas atividades no exterior, seja pelo incremento das exportações seja através da expansão de sua base produtiva no exterior, e não o fazem por conta do dinamismo do mercado interno brasileiro e por uma acomodação à sua condição no mercado nacional. As empresas transnacionais suíças contribuíram, em grande medida, para a constituição do padrão de qualidade estabelecido no mercado brasileiro, pois, além de manterem laços de longa durabilidade e credibilidade, constituem importantes parques fabris, apresentando clientes, fornecedores e prestadores de serviços que podem se colocar no mercado internacional como fornecedores globais, independentemente do seu porte. Neste sentido é que o BNDES acredita que o apoio financeiro e a rede de conhecimento internacional colocados à disposição das empresas poderão auxiliá-las a buscar as informações necessárias para a elaboração de um projeto economicamente viável e, conseqüentemente, a expandirem sua atuação no exterior, fomentando também a inovação e a transferência de tecnologia.

Sérgio Földes Guimarães é Superintendente da Área Internacional do BNDES. internacionalizacao@bndes.gov.br Sérgio Földes Guimarães is Superintendent of the International Division of the BNDES. internacionalizacao@bndes.gov.br

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legal

Acquisition of real estate in Brazil There are several reasons why foreigners look to purchase real estate in Brazil – whether to buy their own house to live in Brazil, a vacation home on the beach or to purchase real estate for their commercial and industrial activities or as an investment, among many others. This guide will give you an overview of the requirements and restrictions of purchasing real estate in Brazil. b y Claudia Barmann Bernard

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n general, foreigners may own real estate in Brazil, whether they are residents or not, as long as all existing requirements and restrictions are met.Thus, foreigners are prohibited by law to acquire real estate considered essential to national security, located in coastal areas or near the Brazilian border, except if granted authorization by the competent authorities. Regarding the acquisition of rural real estate by foreigners, individuals or legal entities, there are several restrictions about size, location and type of rural property as well as certain permit requirements as set forth in the Constitution and pertinent legislation. In order to acquire real estate, the foreign individual or legal entity needs to be registered with the Brazilian Individual Taxpayer Registry (CPF) or the National

The registration of individuals may be requested either in Brazil or at the competent Brazilian consulate abroad.

regarding the real property as well as the seller and his spouse have to be provided by the seller. If the seller is married or in a civil union, the matrimonial property regime needs to be taken into account to verify if the spouse or partner has to participate or formally agree to the sale, even if the property is registered solely under the seller’s name. It is always recommended to run a thorough background check on the property as well as the seller before closing the deal on any real estate property in order to avoid potential problems and surprises at the closing. Thus, consultation of well qualified and experienced professionals is always recommended in order to collect and examine all necessary documents, taxes and fees to be paid as well as potential liens and other debts resulting from law suits.

Directory of Legal Entities (CNPJ). The registry is mandatory for all those involved in real estate operations and individuals, even if residing abroad, who own property and investments in Brazil subject to public registration such as real estate, vehicles, vessels, aircrafts, stock shares, bank accounts and investments in the financial and stock market. The registration of individuals may be requested either in Brazil or at the competent Brazilian consulate abroad.

The right of ownership will be transferred to the buyer upon registration of the title deed at the land registry. Besides the sales contract, the parties have to sign and notarize the title deed at a Notary’s Office which then has to be registered before the competent land registry (Register of Deeds). Right of ownership will be transferred to the buyer only upon said registration. Without proper registration, the buyer could be at risk of having the property seized because of a seller’s debt or the seller could even sell it again, among other risks. Any preliminary agreements reserving the property should also be registered with the land registry.

In addition to the necessary documents required by the buyer, several other documents and certificates

Additional requirements have to be observed when acquiring real estate from a deceased’s estate.

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jurídico

Existem vários motivos para pessoas e empresas estrangeiras quererem adquirir imóveis no Brasil – comprar uma residência para morar, uma casa de praia para passar as férias ou adquirir um imóvel para o exercício da atividade comercial e industrial ou como investimento, entre muitos outros. Este artigo dará uma visão geral sobre requisitos e restrições para a aquisição de imóveis no Brasil.

Aquisição de bens imóveis no Brasil

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m princípio, estrangeiros residentes ou não podem ser proprietários de imóveis no Brasil, observadas todas as exigências e restrições existentes. Assim, é vedada por lei a aquisição de imóvel considerado de segurança nacional, em área de marinha e de fronteira, exceto se houver autorização do órgão competente. Em relação à aquisição de imóvel rural por estrangeiro, pessoa física ou jurídica, há várias restrições constitucionais e legais, especialmente em relação a tamanho, localização e tipo do imóvel rural, bem como requisitos de autorizações e registros especiais. Para adquirir um imóvel, o estrangeiro, pessoa física ou jurídica, tem que ser inscrito no CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), respectivamente. A inscrição é obrigatória para participantes de operações imobiliárias, bem como estrangeiros, ainda que residentes no exterior, que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro público, inclusive imóveis, veículos, embarcações, aeronaves, participações societárias, contascorrentes bancárias, aplicações no mercado financeiro, aplicações no mercado de capitais. A inscrição da pessoa estrangeira pode ser solicitada no Brasil ou em uma representação diplomática brasileira no exterior. Além dos documentos necessários a serem apresentados pelo comprador estrangeiro, vários outros documentos e certidões do imóvel, do cônjuge e do próprio vendedor devem ser apresentados por este. Não sendo o alienante solteiro, é importante levar em conta o regime jurídico do

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por Claudia Barmann Bernard

A inscrição da pessoa estrangeira pode ser solicitada no Brasil ou em uma representação diplomática brasileira no exterior. casamento, pois isso indicará se haverá ou não necessidade de ambos os cônjuges ou conviventes participarem da alienação do imóvel ou se haverá necessidade de outorga uxória, isto é, manifestação formal de concordância do cônjuge à alienação que faça o parceiro. Sempre se recomenda verificar a situação do imóvel e do vendedor antes de fechar o negócio para evitar qualquer problema. Assim, é desejável a assessoria por profissionais qualificados e experientes na aquisição de imóveis para juntar e examinar todos os documentos necessários, impostos e taxas a serem pagos e eventuais

débitos decorrentes de ações judiciais e trabalhistas, de maneira a assegurar o fechamento seguro e tranquilo do negócio. A transferência da propriedade imóvel será feita por meio do registro do título no Registro de Imóveis. O contrato de venda do imóvel requer escritura pública que deve ser lavrada em cartório e registrada no Registro de Imóveis da circunscrição competente. Somente após este registro fica o imóvel em nome do novo proprietário. Sem registro, o comprador corre o risco de penhora do imóvel por dívida do vendedor ou de o vendedor vender o imóvel novamente, entre outros. É possível fechar um contrato de compromisso de compra e venda que, pelos motivos acima também deve ser devidamente registrado no Cartório de Registro de Imóveis. Critérios adicionais devem ser observados quando se tratar de aquisição de imóvel de proprietário falecido.

Claudia Barmann Bernard é advogada alemã e consultora estrangeira de Prado Garcia Advogados em São Paulo. consultoria@pradogarcia.com.br Claudia Barmann Bernard is a German lawyer and foreign legal consultant at Prado Garcia Advogados in Sao Paulo. consultoria@pradogarcia.com.br

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foco:interculturalidade

Negócios no Brasil por Vivian Manasse Leite

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s grandes prioridades dos brasileiros são sempre estabelecer um relacionamento e causar uma boa impressão. Até mesmo no ambiente de trabalho, a produtividade dependerá muito da atmosfera do local que, por sua vez, refletirá a qualidade do relacionamento da equipe. Os negócios sempre terão mais sucesso se o relacionamento da equipe for bom. Seu estilo pessoal de se relacionar, eventualmente, será identificado e respeitado, contanto que seja perceptível que você realmente valoriza essa relação comercial. Observaremos cinco aspectos principais que explicarão os efeitos positivos que se pode esperar ao investir tempo no estabelecimento de bons relacionamentos interpessoais e as raízes históricas desses comportamentos.

Por que é importante estabelecer Relações Pessoais ao se fazer negócios no Brasil?

Qual foi a origem disso?

Why is it important to establish Personal Relationships when doing business in Brazil?

And where does it stem from?

Estabelecimento de confiança e lealdade.

Em um país onde, tradicionalmente, as instituições são mais fracas do que os relacionamentos, sua palavra, honra e credibilidade terão mais importância e serão mais eficazes do que um contrato. In a country where traditionally the institutions are weaker than the relationships, your word, honor, credibility will have more importance and be more effective than a contract.

Building trust and loyalty.

Paternalismo no ambiente de trabalho.

Paternalism at the work place.

Acesso às informações e cooperação.

focus:interculturality

To access information and cooperation.

Doing business in Brazil

Capacidade de contratar as pessoas certas.

The importance of establishing a relationship before or during your business venture in Brazil.

To be able to hire the right people.

b y Vivian Manasse Leite

B

razilians’ top priority is always to build a relationship and impress. Even in the work setting, productivity will highly depend on the work climate, which in turn will reflect the quality of the team’s relationship.

Business will always flow more successfully if this team’s relationship is right. Your personal style of establishing relationships will eventually be identified and respected, as long as it is indeed recognizable that you genuinely cherish this work relationship. We will look at five main aspects, which will explain the positive effects you can expect from investing time into establishing good interpersonal relationships, as well as the historical roots of such behaviour.

A importância de se relacionar antes ou durante seu empreendimento comercial no Brasil.

Aproximação dos tomadores de decisão.

To get closer to the decision makers.

Também fundamentado em razões históricas que datam da época colonial, o paternalismo é praticado e esperado no ambiente de trabalho. A lealdade, a proteção e os conselhos oferecidos pelo chefe à equipe compensarão a falta de confiança nas leis e nas instituições. Also based on historical reasons that go way back to the early colonial times, paternalism is practiced and expected at the work place. The loyalty, protection and advice given by the boss to his team will make up for the lack of confidence in laws and institutions. Os brasileiros resistem a métodos e processos rígidos. Portanto, informações valiosas não serão encontradas no sistema formal, mas são conhecidas por uma pessoa ou por um grupo de pessoas. Os indivíduos passarão informações para pessoas de quem eles gostam e nas quais confiam. Brazilians resist stiff methods and processes. Therefore, valuable information will not be found in the formal system, but is known by a person or a group of people. People will volunteer information to other people that they like and trust. A educação no Brasil não é difundida de maneira uniforme no país e nas várias classes sociais. Portanto, apenas o currículo não fará com que você consiga identificar se encontrou o candidato certo. Você precisará ter contato e entender a maneira como os candidatos interagem. Uma grande parte do modo como o candidato trabalha dependerá de quanto essa pessoa considera importante manter ou criar uma boa reputação. The education in Brazil is not uniformly spread over the country and over the many social classes. Therefore, the résumé alone will not get you very far in identifying if you found the ideal candidate. You will have to access and understand the candidates networking. Much of how he/she performs will depend on how vital it is to this person to maintain or create a good reputation. No Brasil, as pessoas tomam decisões comerciais com base nos fatos, mas também na intuição e em pressentimentos. O tomador de decisão precisa gostar do seu trabalho e, também, identificar características pessoais em você que possam deixá-lo seguro de que você conseguirá realizar o trabalho. In Brazil, people make their business decisions based on facts, but also on intuition and gut feelings. The decision-maker needs to like your work and also identify personal traits in you that can assure him that you will get the job done.

Vivian Manasse Leite, mestre em direito, é fundadora e sócia-diretora da Goingplaces Intercultural Consultants. Vivian Manasse Leite, LL.M., is founding and managing partner of Goingplaces Intercultural Consultants.

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Nesta entrevista, Angélica Rotondaro, profissional da área de comunicação e branding, nos conta sobre a sua experiência como brasileira expatriada a Suíça e dos desafios em ambientes multiculturais. Ela morou e trabalhou em Zurique de 2006 a 2009 e em 2007 participou de projetos de branding em doze países diferentes. Atualmente representa a Universidade de St.Gallen (Suíça) para a América Latina e desenvolve projetos de consultoria em gestão de marcas socioambientais e posicionamento de produtos éticos no mercado europeu. Como e quando você começou a trabalhar com diferentes países e culturas?

Foi em 1996 quando trabalhei no Brasil na fusão de um segmento de negócios entre uma empresa suíça com uma alemã, que passei a desenvolver atividades de coordenação com outros países, nesse caso entre Brasil, Argentina, México, Alemanha e Suíça. Qual foi o projeto que mais demandou atenção

foco:interculturalidade

Insights de uma brasile

Tornar tangíveis os benefícios de serviços ambientais não é fácil. Sair do lugar comum de uma comunicação que traz imagens de crianças felizes ou de lindos ambientes verdes, e desenvolver uma mensagem que efetivamente diga algo aos principais públicos-alvo, demanda um forte trabalho em conjunto com as pessoas da área comercial de cada país.

A empresa deve ter uma área que apoie tanto a instalação do expatriado como a integração da sua família ao novo país. Neste caso, é necessário respeitar as culturas locais e o seu estágio de consciência ambiental, fazer as adaptações necessárias, sem perder o enfoque de construção do posicionamento global de marca.

às diferentes formas de fazer negócios e de interpretações entre várias culturas?

Entre 2006 e 2007 gerenciei um projeto de desenvolvimento de uma marca global para um negócio na área ambiental. No primeiro ano a implementação foi feita de modo integrado na Ásia e, ao mesmo tempo, em alguns países da América Latina. Foi interessante o processo de se encontrar um nome e desenvolver um logo que não ferisse as culturas locais, que quando falado não tivesse um sentido diferente em algum idioma, e que pudesse ser uma marca registrada globalmente.

Todos os países têm sua especificidade e isso deve ser avaliado antes de se aceitar uma proposta de mudança. A pior coisa é ir e depois ficar reclamando o tempo todo. 16

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Você teria algum exemplo de um tipo de mensagem que em uma cultura é absolutamente necessária enquanto em outra não deve ser

Várias pesquisas indicam que ainda hoje, os expats são em sua maioria homens, e de preferência solteiros. Como foi para você esse processo, sendo uma mulher brasileira?

Acredito que depende da política da empresa e mais ainda da cultura e mentalidade da equipe na qual você fará parte. O trabalho envolvido em se mover um expat, tanto homem como mulher, é o mesmo e, em ambos os casos, a empresa deve ter uma área que apoie tanto a instalação do expatriado como a integração da sua família ao novo país. E em algum momento você viveu um dilema entre alguma situação que no Brasil seria de uma forma e na Suíça de outra? E como isso a influenciou?

Um exemplo curioso entre Brasil e Suíça é a noção de tempo, a questão da pontualidade. Fiquei um pouco neurótica com horários, até que em uma reunião, um colega meu da Argentina disse que eu estava perdendo a minha ‘latinidad’. Naquele momento o comentário foi muito duro para mim.

mencionado de maneira nenhuma? Ou então de formas de comunicação multi-cultural?

Alguma dica para atuais e futuros expatriados?

Tenho vários exemplos (risos). Durante um projeto de employee branding, foi feito um vídeo para a América Latina onde se mostrava o relacionamento da empresa com as comunidades onde vivem os funcionários e suas famílias. Se fôssemos utilizar esse mesmo vídeo para o Leste Europeu, teríamos que calibrar a mensagem, pois naquela cultura específica envolver a família com temas da empresa poderia ter um tom apelativo.

Vejo dois pontos muito importantes. O primeiro é de se estabelecer network não apenas com outros expats, mas com as pessoas do novo local. O segundo é nunca criticar o país que está te recebendo. Isso parece óbvio, mas não me canso de ouvir expats, com um super pacote de benefícios, reclamando do país que os recebe.

Trabalhei também em um projeto de comunicação interna via intranet no qual os meus colegas de IT eram da França e da China, a agência de publicidade era de Londres, e os técnicos estavam na Índia. Imagine só os desafios de comunicação entre esse grupo de trabalho.

Todos os países têm sua especificidade e isso deve ser avaliado antes de se aceitar uma proposta de mudança. A pior coisa é ir e depois ficar reclamando o tempo todo. E se mudaria novamente a algum outro país?

Certamente. Estou sempre de malas prontas.

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Denise O Ortega in


asileira expat na Suíça

Would you have an example of a type of message that is absolutely necessary in one culture and should not be mentioned in other in any way? Or forms of multi-cultural communication? I have several examples (laughs). During an employee branding project, a video of Latin America was made where they showed the company’s relationship with the communities where employees and their families live. If we were to use that same video for Eastern Europe we would have to calibrate the message because in that specific culture involving the family with company themes could have a pleading tone. I also worked on an intranet based internal communication project in which my IT colleagues were from France and China, the advertising agency was based in London, and the technicians were in India. Just imagine the communication challenges between this workgroup.

focus:interculturality

Insights from a Brazilian expat in Switzerland In this interview, Angélica Rotondaro, professional in the communication and branding area, talks about her experience as a Brazilian expatriate in Switzerland and the challenges in multicultural environments. She lived and worked in Zurich from 2006 to 2009, and in 2007 she participated in branding projects in twelve different countries. She currently represents the University of St. Gallen (Switzerland) for Latin America and develops consulting projects focussed on brand and positioning of ethical products in the European market.

How and when did you start working with different countries and cultures? It was in 1996 when I worked in Brazil on the merge of a business unit between a Swiss company and a German one. I started to develop coordination activities with other countries, in this particular case between Brazil, Argentina, Mexico, Germany and Switzerland.

What was the project that most demanded attention to different ways of doing business and interpretations between various cultures? Between 2006 and 2007 I managed a project focussed on the development of a global brand for a business in the environmental area. In the first year the implementation was done in an integrated manner between Asia and some countries of Latin America.

All countries have their idiosyncrasies and this should be assessed before accepting a proposal for moving. The worst thing is to go and then complain all the time. The process of finding a name and developing a logo that didn’t hurt local cultures was interesting, one which when spoken had no different meaning in another language, and a brand that could be trademarked globally. Making environmental services benefits’ tangible is not easy, moving away from the communication cliché that brings images of happy children or lush green environments, and effectively developing a message that conveys something to target audiences. This demands working closely together with people from the commercial departments of each country.

Denise Ortega com a entrevistada Angélica Rotondaro. Denise Ortega interviewing Angélica Rotondaro.

In this case, it is necessary to respect local cultures and their degree of environmental awareness, and make the necessary adaptations without losing the focus of building global brand positioning.

Several research pieces indicate that even today, expats are mostly men, and preferably single. How was that process for you, being a Brazilian woman? I believe that it depends on the company’s policy and even more on the culture and mentality of the team of which you will be part of. The work involved in moving an expat, both man and woman, is the same and, in both cases, the company must have an area which supports both the settling of the expatriate as well as the integration of his family in the new country.

The company must have an area which supports both the settling of the expatriate as well as the integration of his family in the new country. And at some point did you experience a dilemma between some situation that in Brazil would be one way and in Switzerland another? And how did this influence you? A curious example between Brazil and Switzerland is the notion of time, the issue of punctuality. I became somewhat neurotic about schedules, until in a meeting, a colleague of mine from Argentina said that I was losing my ‘latinidad’. At that moment the comment was very hard for me to take.

Any tips for current and future expatriates? I see two very important points. The first is to establish a network not only with other expats, but also with people from the new location. The second is never to criticize the country that is having you. This seems obvious, but I consistently hear expats, with a super benefit package, complaining of the host country. All countries have their idiosyncrasies and this should be assessed before accepting a proposal for moving. The worst thing is to go and then complain all the time.

And would you move again to some other country? Certainly. My suitcase is always packed. swisscam magazine 62

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atualidade

Reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras: qual a posição do Brasil hoje?

por Rachel Benevenuto

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om o crescimento excepcional do comércio internacional, há uma crescente demanda pela arbitragem como método de solução de controvérsias. A atual e progressiva lei brasileira de arbitragem e a ratificação da Convenção de Nova York em 2002 parecem ser capazes de lidar com esta crescente demanda e proporcionar as ferramentas necessárias para o bom funcionamento da arbitragem internacional no Brasil. Para ilustrar essa conclusão, foi feita uma comparação entre o ordenamento e prática jurídica brasileira e suíça. Como meio privado de solução de controvérsias resultante do acordo comum das partes, o tranquilo desenvolvimento da arbitragem internacional, bem como a execução das sentenças arbitrais estrangeiras, dependem da cooperação das partes. As sentenças arbitrais estrangeiras não são automaticamente executáveis fora de sua jurisdição de origem. Se a parte perdedora resistir à execução da sentença arbitral estrangeira, seu reconhecimento e execução serão

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necessários perante os tribunais do país onde a parte perdedora possuir bens. Dessa forma, a grande importância do tema se dá ao fato de que, se o reconhecimento e a execução não forem concedidos pelos tribunais, todo o processo arbitral restará em vão. No Brasil, em consequência de vários séculos de paternalismo e protecionismo, somente o Estado era considerado competente para a solução de controvérsias ao invés de alternativas extrajudiciais. Após décadas de resistência, o Brasil finalmente promulgou uma progressiva lei de arbitragem em meados da década de 1990 e ratificou vários tratados internacionais, inclusive a Convenção de Nova York sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais Estrangeiras. A Suíça, por outro lado, acompanhou o desenvolvimento da arbitragem internacional e foi, até certo ponto, pioneira deste desenvolvimento com a promulgação de uma lei inovadora de arbitragem internacional. A enraizada tradição arbitral na Suíça foi gradualmente construída, favorecida pela sua neutralidade e seu excelente sistema jurídico de precisão, equilíbrio e favorável atitude

dos tribunais à arbitragem. A combinação de tais elementos, ao longo dos últimos 50 anos, culminou na conquista pela Suíça de uma posição predominante no cenário arbitral internacional. Além disso, a Suíça ratificou a Convenção de Nova York quase 40 anos antes do Brasil.

Ao longo dos últimos 50 anos, a Suíça conquistou uma posição predominante no cenário arbitral internacional.

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update

Recognition and enforcement of foreign arbitral award: where does Brazil stand today?

not automatically enforceable outside their jurisdiction of origin. If a non-prevailing party resists compliance with the foreign arbitral award, recognition and enforcement are necessary before state courts where the non-prevailing party holds assets. Thus, great importance lies in the fact that if recognition and enforcement are not given effect by the state courts, the entire arbitral proceedings remain useless. In Brazil, as a result of a few centuries of paternalism and protectionism, only the state was deemed competent for the resolution of disputes rather than extrajudicial alternatives. Following decades of resistance, Brazil finally enacted a progressive arbitration law in the mid-nineteen nineties and ratified various international treaties, including the New York Convention on the Recognition and Enforcement of Foreign Arbitral Awards.

b y Rachel Benevenuto

Fo t o : Fo t o l i a

Over the last fifty years, Switzerland achieved a predominant position in the international arbitration scene.

Essas notáveis diferenças formam uma interessante constelação para o presente estudo comparativo. O ordenamento jurídico suíço serve de paradigma para demonstrar a posição do Brasil hoje, ou seja: o Brasil reconhece e executa sentenças arbitrais estrangeiras em um grau razoável. Ademais, a autora, advogada brasileira que trabalha há anos para Nobel & Hug, um escritório de advocacia em Zurique, recomenda soluções comercialmente apropriadas e legalmente viáveis para melhorar o processo de reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras no Brasil. Tais soluções podem ser de suma importância para árbitros, representantes das partes, tribunais estaduais e pessoas envolvidas com a arbitragem internacional.

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ith international trade growing exceptionally, there is an increasing demand for arbitration as a method of dispute resolution. Today’s progressive Brazilian arbitration law, and the ratification of the New York Convention in 2002 seem to be able to handle this increased demand and provide the necessary tools for a well-functioning international arbitration system in Brazil. In order to illustrate this finding, a comparison has been made between the Brazilian and Swisslegal systems and practice. As a private means of dispute resolution resulting from the parties’ common intention, the smooth development of international arbitration, as well as compliance with foreign arbitral awards depend on the parties’ cooperation. Foreign arbitral awards are

Este livro, da autora Rachel Benevenuto, analisa jurisprudência e doutrina para acompanhar e entender o derradeiro destino das sentenças arbitrais estrangeiras no Brasil: seu reconhecimento e execução. Para obter um entendimento mais profundo do tema, o ordenamento e prática jurídica suíça no assunto foram estudados de forma comparativa. This book by Rachel Benevenuto analyzes case law and literature to track and understand the ultimate fate of foreign arbitral awards in Brazil: their recognition and enforcement. In order to achieve a deeper understanding of the topic, the Swiss legal system and practice in this matter have been used on a comparative basis.

Switzerland, on the other hand, accompanied the development of international arbitration and, to a certain extent, even pioneered such development with the enactment of an innovative international arbitration law. The deeply rooted tradition of arbitration in Switzerland was gradually construed, supported by its neutrality and outstanding legal system of precision, balance, and an arbitrationfriendly attitude of the courts. The combination of these elements has been accumulated over the last fifty years resulting in Switzerland’s achievement of a predominant position in the international arbitration scene. Switzerland also ratified the New York Convention almost 40 years before Brazil. These notable differences form an interesting constellation for the present comparative study. The Swiss arbitration system serves as a paradigm to demonstrate where Brazil stands today, namely: Brazil recognizes and enforces foreign arbitral awards to a reasonable extent. Furthermore, the author, a Brazilian lawyer who has been working for several years with Nobel & Hug, a corporate law firm in Zurich, recommends commercially appropriate and legally viable solutions to improve the recognition and enforcement procedure in Brazil. These can be of utmost importance for arbitrators, party representatives, state courts and people involved in international arbitration.

Rachel Benevenuto é advogada brasileira do escritório Nobel & Hug Rechtsanwälte. Rachel Benevenuto is a Brazilian lawyer with Nobel & Hug Rechtsanwälte.

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foco:interculturalidade

Transferência de executivos: “m

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o entanto, a alocação de colaboradores não é apenas ato que deva ser cumprido, mas sim uma tarefa extremamente delicada, se quisermos que seja bem-sucedida. A empresa deve ver uma alocação como um investimento e não como um custo e tratá-la de acordo. Muitas alocações não dão certo justamente porque não existe esta mentalidade. Também fica claro que a alocação de colaboradores não é um assunto apenas para grandes empresas multinacionais, mas também para empresas de pequeno e médio porte, que queiram se posicionar internacionalmente. Em princípio, uma alocação internacional pode ocorrer, independentemente de cargo, formação ou qualificação. No entanto, hoje a alocação de altos executivos ainda se destaca. Na maioria dos casos, a estratégia de negócios a ser implementada fora do país deve ser a mesma da matriz. Há quatro aspectos essenciais, que devem ser harmonizados: competência de negócios, competência intercultural, integração no respectivo país e o planejamento, logística e administração propriamente ditos, que estão por trás de tudo. É compreensível que, para a maioria das empresas, a competência de negócios da pessoa seja o único critério relevante para o recrutamento. No entanto, o gestor local altamente bem sucedido não é automaticamente tão bem-sucedido no exterior. A competência intercultural deve ter o mesmo peso e ser incluída nos critérios de seleção. As chamadas Cultural Assessment Tools (ferramentas de avaliação cultural) podem ajudar a ter um pouco mais de certeza. Também não devemos esquecer as nítidas diferenças que existem entre as culturas corporativas no respectivo país, que dão trabalho aos executivos estrangeiros. Os chamados programas de preparo ajudam o executivo a se adaptar aos hábitos e particularidades do país de alocação e a adquirir mais conhecimentos. O próximo obstáculo é a integração no país de alocação. O expatriado e sua família deverão ser cuidadosamente preparados para a alocação.

Uma vez no país de destino, o executivo terá pouco tempo para resolver muitas tarefas e obrigações pessoais tidas em primeira instância como secundárias, mas que são importantes para a acomodação e o bem-estar da família (palavrachave: work-life-balance [equilíbrio entre vida profissional e pessoal]). Não podemos esquecer o cônjuge ou companheiro(a) e os filhos, que infelizmente na maioria das vezes participam muito pouco no processo. A experiência comprova que é o(a) companheiro(a) que detém a maior influência sobre o sucesso ou fracasso da alocação. Idealmente deve ser considerado(a) em todas as fases da alocação, já que hoje em dia normalmente os dois trabalham fora. Isto se torna ainda mais importante quando se trata de uma alocação em longo prazo. Empresas de consultoria especializadas em expatriados e transferências têm muita experiência e garantem o sucesso do “investimento”. Infelizmente no complexo ambiente de negócios atual experimentos ainda são tolerados, o que pode ter consequências desastrosas não só para o expatriado e sua família como também para a empresa. Também vemos exemplos, em que o expatriado já se encontra no país, mas ninguém providenciou o visto de trabalho. Ou então só se descobre depois que o órgão competente não emitirá um visto de trabalho para a pessoa em questão, porque esta não atende os requisitos. Também é essencial considerar o tempo necessário. Na Suíça, por exemplo, dependendo do cantão e da nacionalidade da pessoa, pode demorar de 2 semanas a 3 meses para se obter um visto de permanência/trabalho. É preciso conhecer estas diferenças para poder incluí-las no planejamento. Por isto é de suma importância que alguém tenha uma visão global da alocação e de cada um dos aspectos envolvidos para poder fazer o planejamento de acordo, incluindo tudo. Não é surpreendente que ainda nos dias de hoje uma em cada três alocações fracasse. Estes critérios devem ser considerados ao se escolher uma parceria. Afinal, não se trata apenas de procurar uma residência adequada, mas de uma consultoria profissional de A a Z.

Não resta dúvida de que a globalização pressupõe uma mobilidade crescente em um mundo de negócios já muito frenético. Neste processo, é preciso que Human Resource Management (HRM – Gestão de Recursos Humanos) não somente desempenhe um papel decisivo, mas que também aja de forma proativa, considerando as metas da empresa. por René Rey

Como é, por exemplo, o custo de vida no país? E o que isto significa em relação ao meu salário? Como fica meu poder de compra? Quanto devo orçar para o aluguel? Qual é a política de expatriados do meu empregador? O que ele paga e o que me cabe pagar? O que isto representa em termos de impostos, e como fica minha aposentadoria? Que tipo de seguro eu terei no país e quanto isto vai me custar? Quais são as melhores escolas para as crianças? Quem me ajuda na contratação de seguros, conta bancária, telefone ou de trabalhadores? Como eu declaro meu carro particular? Como acho um bom médico no novo ambiente? Quem pode me ajudar até com “pequenos” problemas (atendimento 24 horas)? E por fim, qual é o planejamento para o meu retorno? Quando a Gestão de Recursos Humanos encontra o ponto de equilíbrio entre os quatro aspectos e os implementa de forma consistente, o expatriado se torna um verdadeiro investimento e o todo, uma missão possível. Diesen Artikel finden Sie auf unserer Website www.swisscam.org in der Rubrik “Artikel aus dem SWISSCAM Magazine” auf deutsch.

René Rey é sócio da Sgier und Partner GmbH de Zurique. A equipe de Sgier und Partner é especializada em oferecer todos os serviços que fazem com que uma instalação ou transferência para a Suíça ou para o exterior seja um sucesso. www.sgierpartner.ch | info@sgierpartner.ch René Rey, partner with Sgier und Partner GmbH de Zurique. Sgier und Partner’s staff specialize in providing all services to ensure success when settling in – or transferring to – Switzerland or other countries. www.sgierpartner.ch | info@sgierpartner.ch

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s: “missão impossível”?

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Relocating executives: “mission (im) possible”?

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owever, relocating employees is not only a task that has to be carried out, but an extremely delicate task, if we are to be successful. The company must see relocation as an investment rather than a cost and treat it accordingly. Many assignments do not work well precisely because of this mentality. It is also clear that reallocating employees is not just an issue for the major multinationals but also for small and medium businesses in need of advancing internationally. In principle, international relocations may be required irrespective of the position, training or qualification. However, relocating senior executives is still the standout issue. In most cases, the business strategy being implemented in the foreign country must match that of the parent company. There are four essential aspects that must be harmonized: business competence, intercultural compe-

O gestor local altamente bem sucedido não é automaticamente tão bem-sucedido no exterior. A highly successful manager locally will not automatically be so successful abroad.

There is no doubting that globalization assumes growing mobility in an already hectic business world. As part of this process, Human Resource Management (HRM) must not only play a decisive role but also be proactive and pursue company aims. b y René Rey

tence, integration in the foreign country concerned, and planning, logistics and administration as such, which are the basis for all the rest. It is understandable that for most companies, a person’s business competence is the only relevant criterion for recruitment. However, a highly successful manager locally will not automatically be so successful abroad. Intercultural competence must have the same weight and be included in selection criteria. What is known as cultural assessment tools may help to ensure more certainty. Nor should we forget that there are clear differences between corporate cultures from one country to another, which foreign executives have to deal with. The so-called preparation programs help executives adapt to habits and peculiarities in the relocation country and acquire more knowledge.

The next hurdle is integration in the relocation country. The expatriate and his family must be carefully prepared for relocation. Once in the destination country, the executive will have little time to solve many problems and personal obligations that may be seen as secondary, but are important for the accommodation and welfare of the family (keyword: work-life-balance). We must not forget the spouse or partner and their children, who, unfortunately, are mostly not closely involved in the process. Experience shows that it is the partner that has most influence on the success or failure of a given relocation. Ideally they should be considered at all stages of the relocation, since nowadays both will usually work outside the home. This becomes even more important when relocations are long term. Consultants firms specializing in expatriates and transfers have a lot of experience and will ensure the success of the “investment”. Unfortunately, experiments are still tolerated, even in today’s complex business environment, and they may have disastrous consequences not only for expatriates and their families, but for a company too. We also see cases in which an expatriate is already in the country, but nobody has arranged for a work visa. Or they only find out afterwards that the competent body will not issue a work visa for the person concerned, because they do not meet certain requirements. It is also essential to consider the time scale required. In Switzerland, for example, depending on the canton and the nationality of the person, obtaining a student / work visa may take from two weeks to three months. You must be aware of these differences in order to include them in your planning. Therefore it is critical that someone has a global vision of the relocation and each issue involved in order to plan accordingly without omitting anything. It is no surprise that one in three relocations is a failure, even today. These criteria must be considered when selecting a partner business. After all, it is not just a matter of finding a suitable residence, but of providing professional advice from A to Z. What is, for example, the cost of living in the country? What does this mean in relation to salary? Will my purchasing power be affected? How much should I set aside for rent? What is my employer’s policy for expatriates? Which items does he pay for, and what do I have to pay myself? What does this mean in terms of taxes, and what about my pension? What kind of insurance will I have there and how much will it cost me? Which are the best schools for the children? Who will help me arrange insurance, bank accounts, telephone lines, or home help? How do I declare my own car? How do I find a good doctor in the new location? Who can help me out, even with “minor” problems (24-hour response)? And finally, what planning is there for my return? When Human Resource Management strikes the balance between the four aspects and implements them consistently, an expatriate becomes a true investment and relocation is a “mission possible”. swisscam magazine 62

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Mudança de país: oportunidades e desafios Quando um profissional é convidado para assumir um desafio em outro país, a empresa tem certeza do potencial dele, mas não é capaz de prever se a expatriação será um sucesso ou não.

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processo de expa triação começa na busca das características técnicas e comportamentais do candidato, avaliando a capacidade intercultural dele e a adaptação às mudanças. Quem aceita esse desafio assume um risco diante de sua empresa e família. Por isso, a assistência que ele recebe, tanto em seu país de origem quanto em seu país de destino, é de extrema importância. Contrate uma consultoria de sua confiança, que possui a expertise necessária para indicar o tipo de visto correto, os procedimentos e documentos necessários, além do suporte em Relocation (busca de imóveis, escolas, contratação de serviços domésticos, etc.). Registre todos os detalhes da expatriação para o transferido. Isso pode estar explicado em uma ‘offer letter’ ou na própria política de expatriação da empresa. Esses documentos contêm detalhes sobre o contrato de trabalho, remuneração, benefícios, custo de vida,

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orçamento para moradia, educação dos filhos, idiomas, viagens de férias e ao país de origem. Para também garantir o bom andamento do processo de transferência é importante que todas as suas expectativas estejam alinhadas com o que foi oferecido pela empresa e com a realidade local. Evite frustrações. O expatriado deve ter a mente aberta ao novo, respeito por outras crenças, confiança nas pessoas, adaptabilidade, flexibilidade, paciência, entre outros. Incentive também o expatriado a manter contato com o país natal, isso facilita o processo de retorno. Quando a mudança acontece, o expatriado costuma passar pela “fase de turista” onde ele busca os programas que a cidade oferece, sai para passear, tirar fotos. Seguido pela “fase de orientação” que é quando ele procura orientação para construir um novo ambiente e adaptar-se a sua nova cultura. Nessa fase é muito importante que o profissional de recursos humanos ofereça suporte ao expatriado para que a adaptação seja positiva e de ganhos para os envolvidos, inclusive a companhia.

por Daniela Lima

Dados da pesquisa da Brookfield Global Relocation Services sobre o mercado global de Realocação, de 2010, mostram que daqueles que aceitam os desafios de ser um expatriado, 33% acreditam que conseguirão promoções mais rápido do que se permanecerem no país de origem, 28% que conseguirão novas posições na própria companhia facilmente e 28% acreditam que conseguirão mudar de empregadores com mais facilidade. Devido ao alto investimento e a alta rotatividade, a empresa deve estimular seus colaboradores a enxergar a expatriação como um aperfeiçoamento de suas qualidades profissionais, seguidas por uma proposta de uma boa realocação no retorno e reconhecimento durante e depois do processo. Pense e aja estrategicamente, envolva todas as áreas da companhia, invista na transferência e extraia um bom retorno dela, peça relatórios para acompanhar o trabalho dele. Preocupe-se também com o país de destino. China, Índia, Rússia, Estados Unidos e Brasil são os países em que se encontram as maiores dificuldades de adaptação, e os fatores mais citados são: casas e escolas, preços altos, formalidades de imigração, língua e diferença cultural, legislação trabalhista e tributária, falta de disponibilidade de serviços, problemas com

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Moving abroad: opportunities and challenges When an employee is invited to take on a challenge in another country, the company is sure of his potential, but is unable to predict whether the expatriate will be successful or not.

Fo t o : Fo t o l i a

b y Daniela Lima

China, Índia, Rússia, Estados Unidos e Brasil são os países em que se encontram as maiores dificuldades de adaptação. segurança, frequentes mudanças na lei (para Rússia e Brasil) e insegurança nas viagens. Quando o contrato de trabalho termina, seja transparente sobre o reposicionamento do expatriado na empresa, contrate uma consultoria especializada em Relocation e incentive-o a se despedir dos amigos que fez no país em que viveu. Ainda que a expatriação possa ser trabalhosa e difícil, é um processo que deve ser aproveitado intensamente por ambas as partes: transferido e empresa. Diante de muitos ‘contras’, há também inúmeros ‘prós’, que devem ser focados mais intensamente. O mais importante é organizar e planejar essa mudança com antecedência e segurança. Qualquer dúvida ou comentário devem ser falados. Mantenha uma comunicação livre entre expatriado e empresa. Seguindo essas dicas, a transferência tem tudo para ser um verdadeiro sucesso.

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he expatriation process begins with a search for the candidate’s behavioral and technical characteristics, measuring his ability and adaptation to cultural change. Anyone who accepts this challenge takes a risk on behalf of their business and family. Therefore, the assistance they receive in their home country and in their destination country is extremely important. They should hire a consulting firm of their confidence, which has the expertise necessary to inform of the correct type of visa, procedures and documents needed as well as provide support in Relocation (search for real estate, schools, hiring of domestic services, etc.). All of the details of expatriation for the transfer process should be recorded. This can be explained in an ‘offer letter’ or in the company’s expatriation policy. These documents contain details about the contract of employment, compensation, benefits, cost of living and budget for housing, children’s education, languages, and holidays to the home country. Also, in order to ensure the smooth progress of the transfer process it is important for all of their expectations to be in line with what is being offered by the company and the local reality. Avoid frustration. The expatriate should have an open mind to new ideas, respect for other beliefs, trust people, be adaptable, flexible and patient, among other things. Also, encourage the expatriate to maintain contact with their home country; it facilitates the return process.

When change happens, the expatriate usually goes through the “tourist phase” where he seeks the programs it offers, goes out for walks, and takes pictures. This is followed by the “orientation phase” which is when he seeks guidance in building a new environment and adapting to the new culture. At this time it is very important for the human resources professional to support the expatriate’s adjustment, which should be positive and profitable for those involved, including the company. A survey from Brookfield Global Relocation Services on the global market Reallocation, 2010, showed that of those who accept the challenges of being an expatriate, 33% believe they will gain promotion quicker than if they remain in the country of origin, 28% believe they will achieve new positions in the company itself easily, and 28% believe that employers will be able to switch them more easily. Due to the high investment and high turnover, the company should encourage its employees to see expatriation as an enhancement of their professional qualities, followed by a proposal of good reallocation on their return and recognition during and after the procedure. Think and act strategically, involving all the areas of the company, invest and transfer it to obtain a good return, and ask for reports to monitor their work.

China, India, Russia, USA and Brazil are the countries with the greatest difficulties of adjustment. They should also worry about the country of destination. China, India, Russia, USA and Brazil are the countries with the greatest difficulties of adjustment, and the factors most often mentioned are: houses and schools, high prices, immigration formalities, language and cultural difference, labor laws and tax, unavailability of services, security problems, frequent changes in the law (in Russia and Brazil) and road safety. When the employment contract ends, be transparent about the repositioning of the expatriate in the company, hire a consulting firm specialized in Relocation and encourage them to say farewell to the friends they have made in their country of origin. Although expatriation can be hard and difficult, it is a process that must be enjoyed by both sides, the expatriate and the company. Faced with many ‘cons’, there are also many ‘pros’, which should be considered more intensively. The most important thing is to organize and plan the change thoughtfully in advance. Any questions or comments should be expressed. There should be open communication between the expatriate and the company. Following these tips, the transfer should be a complete success.

Daniela Lima, advogada, especialista em mobilidade global e sócia da Emdoc, consultoria especializada em imigração e serviços de relocation. www.emdoc.com Daniela Lima, a lawyer specialized in global mobility and partner of Emdoc, a consulting firm specializing in immigration and relocation services. www.emdoc.com

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Business Breakfast Jurídico Senador Garibaldi (à esquerda) e os participantes do evento. Senator Garibaldi (left) and the participants of the event.

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Lunch with Senator Garibaldi Alves Filho

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n 30th June, at Hotel Grand Hyatt São Paulo, SWISSCAM hosted lunch with Senator Garibaldi Alves Filho, current chairman of the Economic Affairs Committee, former chairman of a Joint Parliamentary Inquiry Commission, and member of the federal senate.

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este terceiro evento organizado pelos membros do comitê jurídico, dia 25 de agosto, o Presidente do Conselho Nacional de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Sérgio de Almeida, ministrou a palestra “Providências para obtenção de visto para estrangeiros”. Foi traçado um panorama da política brasileira para vinda de profissionais estrangeiros, tratando da legislação aplicável à obtenção de vistos de trabalho, procedimentos exigidos pelo Conselho Nacional de Imigração para solicitação de vistos de trabalho e abordando questões práticas relacionadas ao tema. Também foram abordados aspectos relacionados à contratação de mãode-obra brasileira no exterior. Agradecemos aos nossos associados Sonia Marques Döbler Advogados pelo apoio e Business School São Paulo por ter gentilmente cedido suas instalações para a realização do evento.

The senator chose to take questions rather than give a talk in order to make the event more dynamic. Asked about reforms of taxation and political arrangements, he believes that there will be more chances of their going through after the next congressional elections and that people should bear this in mind when voting. In relation to the “clean record” bill (for candidates in elections), he said it was valid, but that politics needed more than cosmetic reform. Another question concerned the influence of Internet users on decisions made by members of the congress. The senator said there is no denying the effect of the Internet. He had been through the experience of getting several e-mails when a vote was being called and it really does cause some concern. On the candidates, the senator’s view was that if Dilma wins, her style will be more managerial and administrative and less reformist. If Serra wins, he is more likely to introduce reforms, but not to follow an organized schedule.

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Legal Business Almoço com Senador Garibaldi Alves Filho Breakfast notícias da swisscam

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o dia 30 de junho, a SWISSCAM promoveu um almoço no Hotel Grand Hyatt São Paulo com o Senador Garibaldi Alves Filho, que atualmente é presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, além de já ter sido presidente de uma Comissão Mista Parlamentar de Inquérito e também do Senado Federal.

O Senador preferiu responder perguntas a fazer uma palestra a fim de tornar o evento mais dinâmico. Indagado sobre as reformas tributária e política, ele acredita que há mais chances destas acontecerem quando há renovação do congresso e que as pessoas precisam votar com esta consciência. A respeito do projeto ficha limpa, ele acha válido, porém a política precisa de mais que uma reforma cosmética.

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t this third event organized by members of the legal committee on 25th August, Paulo Sergio de Almeida, president of the Ministry of Labor and Employment’s National Immigration Council, gave a talk on “Arrangements for obtaining visas for foreigners.”

Outra pergunta foi sobre a influência dos internautas nas decisões dos congressistas. O senador afirma que não há como negar o efeito da internet. Já passou pela experiência de receber diversos e-mails bem na hora de uma votação e isto realmente causa certo abalo.

An overview of Brazilian policy for incoming foreign professionals was provided, dealing with the applicable legislation for obtaining employment visas, the procedures required by the National Immigration Council to apply for employment visas, and practical issues related to the issue. Speakers also addressed issues relating to hiring Brazilian manpower in other countries.

Sobre os candidatos, a opinião do senador é de que se Dilma ganhar, o estilo dela será mais gerencial, administrativo e menos reformista. Se for Serra, tem mais tendência para reformas, porém sem seguir cronogramas organizados.

We thank our member firm Sonia Marques Döbler Advogados for their support and Business School São Paulo for having kindly offered its facilities for the event.

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Swiss technology at Hospitalar 2010

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ight Swiss companies participated in the Swiss Pavilion at Hospitalar 2010. The stand of 70m², located in the main avenue of the exhibition, attracted many visitors interested in knowing more about Swiss technology. The companies Atamed, Hocoma, Ypsomed and Infomed exhibited for the first time in Brazil with a view to meeting comercial partners and clients. To strengthen the networking we organized a welcome cocktail on the first day of the exhibition.

Hospitalar 2010, in the 17 th edition, numbered 89.000 visitors and took place from 25th to 28 th May 2010 in the Expo Center Norte.

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Tecnologia suíça na Hospitalar 2010

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ito empresas suíças participaram do pavilhão suíço na Hospitalar 2010. O estande bem localizado de 70m² atraiu muitos visitantes interessados em conhecer mais sobre a tecnologia suíça. As empresas Atamed, Hocoma, Ypsomed e Infomed expuseram pela primeira vez no Brasil com intuito de encontrar parceiros e clientes. Para facilitar o networking organizamos um coquetel de boas-vindas no primeiro dia da feira.

A Hospitalar 2010, em sua 17ª edição, contou 89.000 visitantes e aconteceu do dia 25 a 28 de maio de 2010 no Expo Center Norte em São Paulo.

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SWISSCAM participa da ECO Business 2010

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SWISSCAM organizou pela primeira vez um estande suíço na Feira e Congresso Internacional de Econegócios e Sustentabilidade – ECO Business 2010.Em sua terceira edição, a feira busca promover e difundir uma mudança na cadeia produtiva, por produtos e serviços construídos através de técnicas sustentáveis. No estande suíço tivemos duas atrações, a promoção dos serviços de arquitetura corporativa do escritório Moema Wertheimer Arquitetura, exibindo projetos sustentáveis para o meio ambiente empresarial, e também a exposição do veículo elétrico desenvolvido pela Itaipu Binacional em parceria com o grupo suíço KWO.

Veículo elétrico e banner da MW Arquitetura. Electric vehicle and MW Architecture banner.

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SWISSCAM participates at ECO Business 2010

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or the first time, SWISSCAM organized a Swiss stand at the International Fair and Congress for Eco Business and Sustainability - ECO Business 2010. In its third edition, the fair wants to promote and disseminate a change in the supply chain for products and services built using sustainable techniques.

In the Swiss stand we had two attractions, the promotion of corporative architecture services from Moema Wertheimer Architecture office, which presented sustainable projects for the business environment and also the exhibition of the electric vehicle developed by the Itaipu Binational in partnership with the Swiss group KWO. swisscam magazine 62

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Visita do Conselheiro Federal Didier Burkhalter ao Brasil

New employee: Lana Hengstmann de Moura

Christian Hanssen, Didier Burkhalter e Friedrun Burkhalter no Hotel Hilton Morumbi. Stephan Buser apresenta o veículo ao Ministro Burkhalter, à sua esposa Friedrun Sabine Burkhalter e ao Embaixador Wilhelm Meier. Christian Hanssen, Didier Burkhalter and Friedrun Burkhalter in the hotel Hilton Morumbi. Stephan Buser presents the vehicle to Mr. Burkhalter, his wife Friedrun Sabine Burkhalter and the Embassador Wilhelm Meier.

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o final de agosto, o Conselheiro Federal Didier Burkhalter e sua esposa visitaram o Brasil, juntamente com uma delegação de pessoas renomadas das áreas científica e acadêmica e também do setor de saúde pública. Depois de prestar visitas a ministros, de uma recepção do Vice-Presidente José de Alencar em Brasília, de discussões sobre os desafios das construções urbanas no século XXI e de conferências na Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, a delegação foi a São Paulo. Na capital econômica do Brasil, Burkhalter e sua delegação foram recebidos pelo diretor da escola Suíço-Brasileira, Bernhard Beutler. Antes de o Conselheiro Federal entrar na escola, o Diretor Executivo da SWISSCAM, Stephan Buser, teve a oportunidade de lhe apresentar o carro elétrico. Esse carro foi desenvolvido e construído na Usina Hidrelétrica de Itaipu com baterias, motor elétrico e circuitos eletrônicos vindos da Suíça.

A delegação foi recebida com cantos e estudantes tocando flauta. Pais, administradores e a diretoria da escola também estavam presentes, juntamente com membros da comunidade suíça de São Paulo. Na parte da tarde, a delegação assistiu a um jogo de futebol no Estádio do Pacaembu, um dos sonhos de Burkhalter. O dia foi encerrado com um jantar de negócios no qual a delegação e o Conselheiro Federal se encontraram com presidentes e diretores de importantes empresas suíças no Brasil. Durante o jantar, os representantes das empresas falaram sobre os maiores desafios de seus negócios no Brasil. Uma das questões tratadas foi a falta de profissionais para atender a demanda contínua. A esperança de negociações e reuniões permanentes entre representantes dos governos da Suíça e do Brasil faz acreditar que os negócios das empresas suíças no Brasil só podem ficar mais fáceis.

chamber news

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t the end of August, Federal Councillor Didier Burkhalter came to visit Brazil with his wife and a delegation of renowned people from academic and scientific areas as well as from the public health sector. After visits to ministries, a reception with vice president Jose Alencar in Brasília, discussions about challenges in 21st century town buildings and talks at the Osvaldo Cruz Foundation in Rio de Janeiro, the delegation went to São Paulo. In Brazil’s economic capital, Mr Burkhalter and his delegation were received by the director of the Swiss Brazilian School, Bernhard Beutler. Before entering the school, SWISSCAM Executive Director Stephan Buser had the chance to show the electric vehicle to the Federal Councillor. This car was assembled and developed at the Itaipu Hydroelectric Power Plant with a Battery, an Electric motor and electronics from Switzerland. The delegation was welcomed by chants and stuswisscam magazine 62

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I have been at SWISSCAM since the beginning of August. I believe that the team has perceived my will to learn, contribute and honor the opportunity given to me. I can only say that I am pleased with my new colleagues, the workplace and my activities. I was hired as an intern secretary/administrative assistant. At the moment, I assist all of the departments at SWISSCAM and I am responsible for the database, purchases and website services. I hope to maximize the results and to exceed expectations.

Pelo 20° ano consecutivo no Club Transatlântico, Dominique Edouard Baechler, apresenta uma excepcional exposição – venda de mapas e gravuras antigas originais: iconografia brasileira, vistas de viajantes dos séc. XVII a XIX, fauna e flora assim como várias raridades. EXPOSIÇÃO “OLD PRINTS”

Federal Councillor Didier Burkhalter’s visit to Brazil

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he knowledge of different languages and cultures as well as the continuous search for excellence are the focus of my Trilingual Executive Secretary course (PUC/SP) and, not randomly, are the main demands of professionals in the world/ current market. My curriculum does not yet include large and expanding companies or trips abroad. I did not know much about Switzerland either. But today, every new bit of knowledge brings me admiration and the certainty of increasing my repertoire.

dents playing flutes. Parents, administrators and the school board were also present, along with members from the Swiss community in São Paulo. In the afternoon the delegation went to watch a football match at the Pacaembu Stadium, one of Mr. Burkhalter’s dreams. The day closed with a business dinner, at which the Federal Councillor and his delegation met with presidents and directors of various important Swiss companies in Brazil. During the dinner, the representatives of the companies reported on the biggest challenges of their business in Brazil. One of the issues stated was the lack of qualified staff to handle the ongoing demand. The hope of the ongoing negotiations and meetings between Swiss and Brazilian government representatives gives reason to believe that doing business in Brazil can only become easier for Swiss companies.

Vernissage: terça-feira, dia 19/10 às 19h • Exposição: de 20/10 a 25/11 • Horário: de segunda a sexta das 9h às 22h CLUB TRANSATLÂNTICO Rua José Guerra, 130 – Chácara Santo Antônio – São Paulo • Telefone: (11) 2133 8600 For the 20th consecutive year, Dominique Edouard Baechler is putting on an exhibition at Club Transatlântico. This exceptional exhibition-sale of original antique maps and prints features Brazilian iconography seen by travellers from the 17th and 19th centuries, with fauna and flora, and various rare pieces. “OLD PRINTS” EXHIBITION Vernissage: Tuesday, 19th October at 7 pm • Exhibition: 20th October to 25th November • Opening hours: Monday through Friday from 9 am to 10 pm CLUB TRANSATLÂNTICO Rua José Guerra, 130 – Chácara Santo Antônio – São Paulo • Tel. (11) 2133 8600

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Novos associados / New members Temos o prazer de apresentar os nossos novos associados / We’re glad to introduce our new members

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Nova funcionária: Lana Hengstmann de Moura

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conhecimento de diferentes idiomas e culturas bem como a contínua busca pela excelência são o foco da minha graduação no curso de Secretariado Executivo Trilíngue (PUC/ SP) e, não por coincidência, são também as principais demandas para os profissionais no mundo / mercado atual. Meu currículo não inclui empresas de grande expressão, nem viagens ao exterior, ainda. Sabia pouco sobre a Suíça. Mas hoje, cada novo conhecimento me traz admiração e a certeza do enriquecimento de meu repertório. Estou na SWISSCAM desde o início de agosto. Acredito que a equipe tenha percebido minha vontade em aprender, contribuir e honrar a oportunidade que me é dada. Só posso dizer que estou feliz com os novos colegas, com o ambiente e com minhas atividades. Fui contratada como secretária estagiária/administrativo. No momento, auxilio todos os departamentos na SWISSCAM e sou responsável pelo banco de dados, compras e serviços no website. Espero maximizar resultados e ir além das expectativas.

Empresa

Breve descrição

Categoria

Atamed Indústria e Comércio Ltda.

Ataduras elásticas para fins médicos, ortopédicos e esportivos. Elastic bandages for medical, orthopedic and sporting purposes.

Institucional I

Birrer, Reto Ueli

Dipl. Kult. Ing. ETH

Associado na Suíça

First Climate

Projetos de MDL, compra de créditos de carbono. CDM projects, carbon credits purchase.

Institucional I

Escritório Vera Rosas Registro e Legislação Ltda.

Registro de produtos na ANVISA, consultoria na área regulatória. Healthcare product registration, regulatory affairs expertise.

Institucional I

Universität St. Gallen

Bachelor and Master courses, Doctoral, PhD, Executive MBA; Omnium Global MBA.

Associado na Suíça

Gaia, Silva, Gaede & Associados - Advocacia e Consultoria Jurídica

Serviços jurídicos. Legal services.

Institucional I

Davos Maison Suisse

Restaurante. Restaurant.

Prata I

Acttua

Serviços de consultoria estratégica. Strategic consulting services.

Institucional I

Drouin, Fréderic Roger Maurice Yannick

Bronze Sênior

Macsil Montagens Especiais Ltda.

Montagem de stands, escritórios e show room. Stands, offices and show room fitting.

Institucional I

Jupitz, Carolina Keller

Advogada. Lawyer.

Associado na Suíça

Fazoli, Eduardo Correa

Advogado. Lawyer.

Bronze Sênior

Classificados

Arraya Equipamiento Médico

Equipamento e serviços técnicos para a medicina. Medical devices and technical services.

Institucional I

Proteksol

MSC Mediterranean Shipping do Brasil Ltda.

Agenciamento marítimo. Ocean carrier.

Prata III

Gobras Ltda.

Representação de PMEs no segmento de esporte, marketing de esporte. Representation of SMEs in the sport sector & sport marketing.

Institucional I

Aon Holdings Corretores de Seguros e Benefícios Ltda.

Seguros e benefícios. Insurance.

Institucional I

Walser & Partner AG

Assuntos fiduciários, consultoria tribuária, administração de ativos. Fiduciary services, tax consulting, asset management.

Associado na Suíça

BSD Consulting

Sistemas de gestão SA8000, relatórios de sustentabilidade, treinamentos GRI e SA8000. Management systems, sustainability reports, GRI and SA8000 training.

Institucional IV

Felsberg, Pedretti, Mannrich e Aidar Advogados e Consultores Legais

Advocacia. Law firm.

Institucional IV

European Business Made Easy. We help medium to large established businesses and entrepreneurs get things done faster, and better, more efficiently, and cost effectively in Europe. Proteksol offers a variety of services specifically engineered to help you get products and services into Europe fast and cost effectivelly without the worry for red tape associated with selling in European Markets. Alessandro Bignami • Tel +41 (91) 980 4321.

Oportunidade Única Vendo magnífica residência em parque florestal 55,6 ha. Sul de Minas, Rod. Fernão Dias, 260 kms São Paulo. Açudes, lago, ribeirão. Construção 700m2 + 390m2 anexos. 3 piscinas, sauna, ginástica, lareiras, churrasqueira, bar, esplanada, jogos, garagem. Antenas satélite, Sky, Internet. Placas solares, Nascentes, turbina e reservatório 20.000 l. Rede trifásica, telefones internos. Contato: joao.andre@bluewin.ch. Tel.: 41 (21) 961 9154.

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Interview with Yvette Sánchez

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vette Sánchez, who holds the chair of Hispanic Cultures and Literature at the University of St. Gallen and is director of the Centre for Latin American Studies (CLS HSG), gave an interview to SWISSCAM Magazine. She is engaged in several research projects in the fields of Interculturality, TransArea and Hemispheric Studies, especially of ‘Latinos’ in the United States.

How should companies deal with difficulties regarding cultural diversity? They should face the problem, as expats’ failures to adapt to the local culture result in substantial financial losses for transnational companies. Also, operational adaptation of business systems to Brazilian peculiarities (regional responsiveness in product development, marketing, sales, etc.) require knowledge of intercultural subtleties; even political negotiation for, let’s say, a multinational company having to deal with corruption, or, as in Venezuela, with the government’s attempts at privatization, can be of crucial importance. Companies need to bring to mind and optimize their employees’ sensibility of their own cultural ligation and enhance their perception, tolerance and empathy in complex intercultural, managerial contact situations (e.g. in M&As), which incidentally should be considered as a continuous and dynamic process. The most commonly cited classical cultural dimensions regarding intercultural conflicts are, among others: notions of time and space, hierarchical structures, individualism/collectivism, high vs. low context communication.

Could you give us an overview of the situation of interculturality in Latin America, especially in Brazil? The field of intercultural management and marketing is relatively new. Classic research was done in the US and Netherlands, where, after decades, the so-called cultural dimensions of Edward Hall, Gert Hofstede or Fons Trompenaars came to a halt. Today it is German research in interculturality which is advancing, developing innovative methods and theories. Latin American researchers, I’m afraid to say, have, for a long time, neglected the topic in Academia and do not have much to offer yet, that is, initiatives in the field are still somewhat restricted. Practical manuals, however, are serially distributed in several Latin American countries too, although often with a foreign impulse and perspective of “How to do Business in Brazil”. Thus, there is a need for specific training in Brazil, which might differ significantly from European or North American variants.

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Yvette Sánchez proferiu palestra no Insper em junho sobre o tema interculturalidade. Yvette Sánchez held a lecture about interculturality in Insper last June.

At the HSG we are preparing a manual for Swiss and German companies and expats going to work in one of the BRIC states. Of course, we wish to cooperate with Brazilian partners and their particular research perspectives and needs.

What changes do the companies have to implement? They will have to develop more elaborate training units for employees sent abroad, and also receive incoming expats with a better supply of training, consisting of seminars, workshops, brainstorming sessions, simulations, critical incidents, culture assimilators, exercises on multiperspectivist cases, informal get-togethers and, of course, regular and intensive language courses. Besides, I consider a body-system as best practice, uncomplicated and cost-effective; this means assigning the expat a permanent local mentor or tutor from the same company, to escort the expat in their process of getting acquainted with the different systems and patterns of knowledge, behavior, values, attitudes, practices, skills, rules of etiquette and communication. Multinationals should elaborate case studies and facilitate empirical research on intercultural problems in their subsidiaries.

How does interculturality affect corporate marketing? (i.e. translation/adaptation of a publicity campaign to several countries) Marketing is the area where intercultural knowledge is most obviously needed. A rich source of examples stems from product marketing, e.g. of cars being launched internationally. The translation of the name alone can be risky and may have an enormous impact on sales figures. We have the classic case of the Ford Pinto model brought to Brazil; only when this name was changed to Ford Corcel did the car start to outsell.

What was the reason for creating a Latin American-Swiss Center at the University of St.Gallen? When I started working at the University of St.Gallen, there was a huge demand of students and young researchers for Latin-American Studies at the HSG

and also a general wish to resume the great tradition of the former Latin American Institute, which closed in 1992. Moreover, the HSG decision-makers were saying that Latin America should not be left behind vis-à-vis the booming Asian markets in China and India. By the hyphenated name of the Center, we would like to stress the need of intercultural knowledge for HSG graduates, socialized academically in a Swiss environment, who plan to have a professional career in Latin America.

What do you recommend for a person who is moving to another country? Where can they find information/manuals without stereotypes? There is no such manual, I’m afraid. Of course, it depends on how strictly you consider generalized expressions of cultural habits, but actually there is no intercultural information free from stereotyping. As soon as one talks about cultural characteristics, one steps into a minefield, even more so if we continue working on national parameters. You cherish an illusion if you think you can avoid clichés in the situation of cultural contacts. Nevertheless, manuals and preparatory training or mentoring can contribute to smoothening the process, for instance expatriation, to sensitize a migrating or travelling person to certain diverging patterns of behavior in other cultural surroundings. A massive amount of “How to”– manuals which flood the market offer a wide range of more or less heavy doses of stereotypes. There is an obvious difference between a book entitled How to Survive Doing Business in the Chilean Jungle or one called Brazilian Brilliance. The Success Strategies of Foreign Companies in Brazil. Of course, learning or even dominating the local language (verbal and non-verbal codes) is essential. Also, being aware of different phases of cultural contact as a natural process might help, accepting the culture shock on one side of the spectrum, and assimilation, on the other, of euphoric and depressed states of minds in the wide range of emotional and mental reactions towards the new local surroundings. Finally, we should activate and cultivate empathy, curiosity and a sense of humor and self-irony and, at the worst, even be prepared to cope with xenophobia.

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foco:interculturalidade

Entrevista com Yvette Sanchez

Y

vette Sánchez, presidente de Cultura e Literatura Hispânica na Universidade de St. Gallen e diretora do Centro para Estudos Latino-Americanos (CLS HSG), concedeu uma entrevista à SWISSCAM Magazine. Ela está envolvida em vários projetos de pesquisa nas áreas de Interculturalidade, TransArea e Estudos Hemisféricos, especialmente sobre “latinos” nos Estados Unidos.

avançando, desenvolvendo métodos e teorias inovadoras, é a alemã. Receio que os pesquisadores latino-americanos tenham negligenciado o tema no ambiente acadêmico por muito tempo e que ainda não tenham muito a oferecer, ou seja, as iniciativas no campo ainda são bastante restritas. No entanto, manuais práticos são distribuídos sequencialmente, também, em vários países latino-americanos, embora, muitas vezes, apresentem impulso e perspectiva estrangeiros de “Como fazer negócios no Brasil”. Por isso, existe a necessidade de um treinamento específico no Brasil que pode diferir significativamente das variantes europeias ou norte-americanas. Na HSG, estamos preparando um manual para empresas e expatriados suíços e alemães que vão trabalhar em um dos Estados do BRIC. Naturalmente, queremos cooperar com parceiros brasileiros e suas perspectivas e necessidades específicas de pesquisa.

Qual foi o motivo para a criação de um Centro Latino-Americano-Suíço na Universidade de St. Gallen?

Quando comecei a trabalhar na Universidade de St. Gallen, havia uma enorme demanda por estudantes e jovens pesquisadores para Estudos Latino-Americanos na HSG e, também, um anseio geral de retomar a grande tradição do antigo Instituto Latino-Americano, que fechou em 1992. Além disso, os tomadores de decisão da HSG diziam que a América Latina não deveria ser deixada para trás, visto que os mercados asiáticos estavam em plena expansão na China e na Índia. Com o nome hifenizado do Centro, queríamos enfatizar a necessidade de conhecimento intercultural para os graduados da HSG, socializados em um ambiente acadêmico suíço, que pretendiam ter uma carreira profissional na América Latina. O que você recomendaria a uma pessoa que está

Como as empresas devem lidar com as

Quais são as mudanças que as empresas

se mudando para outro país? Onde é possível

dificuldades relacionadas à diversidade cultural?

precisam implementar?

encontrar informações/manuais sem estereótipos?

Elas devem enfrentar o problema, pois, quando os expatriados não conseguem se adaptar à cultura local, o resultado são perdas financeiras para as empresas transnacionais. Além disso, a adaptação operacional dos sistemas de negócios às peculiaridades brasileiras (agilidade regional no desenvolvimento de produtos, marketing, vendas etc.) exige o conhecimento das sutilezas interculturais; até mesmo a negociação política para, digamos, uma empresa multinacional que precisa lidar com a corrupção, ou, como na Venezuela, com as tentativas de privatização do governo, pode ser essencial.

Elas terão que desenvolver unidades de treinamento mais elaboradas para os funcionários transferidos para o exterior e, também, disponibilizar aos expatriados que chegam um melhor treinamento, constituído de seminários, workshops, sessões de brainstorming, simulações, incidentes críticos, assimiladores de cultura, exercícios sobre casos multiperspectivistas, encontros informais e, é claro, cursos de idiomas regulares e intensivos. Além disso, acho que um sistema de acompanhamento é uma prática melhor, por ser simples e ter boa relação custobenefício, o que significa designar um mentor ou tutor local permanente, da mesma empresa, para acompanhar o expatriado durante o processo de familiarização com os diferentes sistemas e padrões de conhecimentos, comportamentos, valores, atitudes, práticas, habilidades, regras de etiqueta e de comunicação.

Receio que não existam esses tipos de manuais. É claro que isso depende do modo como você considera as expressões generalizadas de hábitos culturais, mas, na verdade, não há nenhuma informação intercultural livre de estereótipos. Quando falamos sobre características culturais, pisamos em um campo minado, ainda mais se continuamos trabalhando com parâmetros nacionais. É uma ilusão achar que é possível evitar clichês nas situações de contatos culturais.

As empresas precisam relembrar e aumentar a sensibilidade dos funcionários em relação à própria ligação cultural e reforçar a percepção, a tolerância e a empatia deles em situações interculturais complexas de gestão (por exemplo, em fusões e aquisições), que, aliás, devem ser consideradas um processo contínuo e dinâmico. As dimensões culturais clássicas mais mencionadas sobre os conflitos interculturais são, entre outras: noções de tempo e espaço, estruturas hierárquicas, individualismo/coletivismo e comunicação com muito versus pouco contexto. Você poderia nos dar uma visão geral da situação da interculturalidade na América Latina, particularmente no Brasil?

O campo de gestão e marketing intercultural é relativamente novo. Foi realizada uma pesquisa clássica nos EUA e na Holanda, locais onde, depois de décadas, as chamadas dimensões culturais de Edward Hall, Gert Hofstede ou Fons Trompenaars foram interrompidas. Hoje, a pesquisa sobre interculturalidade que está

As multinacionais devem elaborar estudos de caso e facilitar a pesquisa empírica sobre os problemas interculturais em suas filiais. Como a interculturalidade influencia o marketing corporativo? (p. ex., a tradução/adaptação de uma campanha publicitária para vários países)

O marketing é a área na qual o conhecimento intercultural é necessário de forma mais evidente. Uma fonte rica de exemplos é o marketing de produtos, como o de carros que são lançados internacionalmente. A própria tradução do nome pode ser arriscada e ter um impacto enorme na quantidade de vendas. Temos o caso clássico do modelo Ford Pinto trazido para o Brasil; o carro somente começou a vender quando o nome foi mudado para Ford Corcel.

No entanto, manuais e orientações ou treinamentos preparatórios podem ajudar a facilitar o processo, como a expatriação, por exemplo, e possibilitar que um emigrante ou viajante conheça certos padrões de comportamento divergentes em outros ambientes culturais. A enorme quantidade de manuais de “Como fazer” que enchem o mercado oferecem uma vasta gama de doses mais ou menos fortes de estereótipos. Há uma diferença óbvia entre um livro intitulado Como Sobreviver Fazendo Negócios na Selva Chilena e outro chamado Genialidade Brasileira. As Estratégias de Sucesso de Empresas Estrangeiras no Brasil. É claro que aprender ou mesmo dominar o idioma local (códigos verbais e não verbais) é essencial. Além disso, estar ciente das diferentes fases do contato cultural como um processo natural pode ajudar a aceitar o choque cultural, de um lado, e, do outro lado, assimilar estados de espírito eufóricos ou depressivos na grande variedade de reações emocionais e mentais relacionadas aos novos ambientes locais. Finalmente, devemos ativar e cultivar a empatia, a curiosidade, o senso de humor e a autoironia e, na pior das hipóteses, até mesmo estar preparados para lidar com a xenofobia. swisscam magazine 62

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Café da manhã na residência do Cônsul Geral Hans Hauser. Breakfast-meeting in the residence of Consul General Hans Hauser.

notícias da swisscam

Jean Daniel Gerber, Secretário de Estado, visita o Brasil para promover relações bilaterais

O

Secretário de Estado Jean Daniel Gerber, Diretor da SECO, visitou o Brasil no início de julho para melhorar ainda mais as relações comerciais entre o Brasil e a Suíça. Em São Paulo, Gerber se reuniu com o Ministro de Desenvolvimento Econômico, Miguel Jorge, foi recebido na FIESP e no gabinete do Prefeito e discutiu sobre questões de sustentabilidade no Brasil com o Dr. Ernesto Moeri, do Grupo Ecogeo. O Consulado Geral da Suíça em São Paulo e a SWISSCAM promoveram uma reunião com café da manhã, na qual Gerber informou sobre os principais tópicos na agenda brasileira e discutiu sobre as necessidades e os infortúnios das empresas suíças no Brasil.

Continuando a visita, Gerber e sua delegação viajaram para Brasília. Foram realizadas reuniões na cidade com o Secretário-Geral do Itamarati, Antonio Patriota, o Subsecretário de Estado, Pedro Luiz Carneiro de Medonça, o Secretário Executivo da Receita Federal do Brasil, Nelson Machado, do Ministério da Saúde, o Secretário Substituto de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Izac Moisés, o Diretor de Política Monetária no Banco Central do Brasil, Aldo Luiz Mendes, bem como com o interino e designado futuro Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade. As principais questões discutidas foram os interesses na negociação de um acordo de dupla tributação, a melhoria da proteção da propriedade intelectual, a alta tributação sobre determinados produtos importados e a possível colaboração na aceitação mútua de certificações na indústria de saúde.

chamber news

State Secretary Jean Daniel Gerber visits Brazil to promote bilateral relations

S

tate Secretary Jean Daniel Gerber, Director of SECO visited Brazil on early July in order to improve the already good commercial relationships between Brazil and Switzerland. In Sao Paulo, Mr. Gerber met with the Minister of Economic Development Mr. Miguel Jorge, has been received at FIESP and at the mayor’s office and discussed about sustainability issues in Brazil with Dr. Ernesto Moeri of the Ecogeo group. The General Consulate of Switzerland in Sao Paulo and SWISSCAM sponsored a breakfast-meeting where Mr. Gerber informed about the key topics on his Brazilian agenda and discussed the needs and sorrows of the Swiss companies in Brazil. On the continuation of the visit, Mr. Gerber and his delegation travelled to Brasília. Meeting have been held there with Secretary General of Itamarati Mr. Antonio Patriota, Sub-Statesecretary Pedro Luiz Carneiro de Medonça, Executive Secretary of the Federal Revenue of Brazil, Mr Nelson Machado, from the Health Ministry, Substitute Secretary for Science, Tecnology and Strategic Base Materials, Mr. Izac Moisés, Director for Monetary Policy at the Brazilian Central Bank, Mr Aldo Luiz Mendes, as well as the interim and designated future President of the National Confederation of Industries (CNI), Mr Robson Braga de Andrada. The main issues discussed were the interest in negotiating a double taxation agreement, improvement of intellectual property protection, the high taxation on certain imported goods and possible collaboration in mutual acceptance of certifications in the health care industry.

notícias da swisscam chamber news

Swiss National Day

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he residence of Consul General Hans Hauser was open to guests once again on 2 nd August to celebrate Switzerland’s national day (1st August).

In a very welcoming event, with lots of typical dishes, guests had an enjoyable evening. An excerpt from “Swiss Brazilians – A Forgotten History” (a film still being produced) was shown. The documentary revisits the history of Swiss immigration to Brazil.

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Dia Nacional da Suíça

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residência do Cônsul Geral Hans Hauser foi aberta mais uma vez no dia 2 de agosto para comemorar o dia nacional da Suíça (1º de agosto).

Em um ambiente muito acolhedor e repleto de comidas típicas, os convidados tiveram uma agradável noite de confraternização. Foi apresentado um trecho do filme “Suíços Brasileiros – Uma História Esquecida”, que ainda está em produção. O documentário pretende resgatar a história da imigração suíça para o Brasil.

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success story: panalpina

Panalpina opens own store in Sao Paulo b y Daniel Setz

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orld leaders in supply chain services and freight forwarding, Panalpina have been operating in the Brazilian market for 33 years. In 2010, the company set out towards a new age in supply chain solutions and agreed to open its own store in Sa Paulo, in the region of Cajamar. The Swiss company already coordinates activities in various client warehouses, but decided, in this agreement, on an important step towards having its own structure to offer complete and integrated supply chain solutions to clients. The new store in Cajamar is strategically situated between the large supply centers of Campinas and Sao Paulo and has easy access to Rodovia Anhanguera and Rodoanel, besides being near to the International Airports of Viracopos and Guarulhos.

success story: panalpina

Panalpina abre armazém próprio em São Paulo por Daniel Setz

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íderes mundiais em serviços de logística e agenciamento de carga, a Panalpina atua há 33 anos no mercado brasileiro. Em 2010 a empresa deu o pontapé inicial para uma nova era em soluções logísticas ao fechar um acordo para um armazém próprio em São Paulo, na região de Cajamar. A empresa suíça já coordena atividades em vários armazéns de clientes, mas definiu, neste acordo, um importante passo para ter sua própria estrutura visando oferecer soluções logísticas completas e integradas aos clientes. O novo armazém em Cajamar está estrategicamente localizado entre os grandes pólos logísticos de Campinas e São Paulo e possui fácil acesso por meio da Rodovia Anhanguera e do Rodoanel, além da proximidade dos Aeroportos Internacionais de Viracopos e Guarulhos. Inicialmente, o armazém contará com uma área de 8.760 m², podendo ser facilmente expandida. O início de suas atividades acontecerá em dezembro deste ano e a Panalpina contará com mais

uma completa infraestrutura para oferecer os mais diversos tipos de serviços aos seus clientes. A intenção é oferecer soluções que agreguem valor à cadeia logística do cliente, tais como etiquetagem, consolidação e montagem de kits, por exemplo. Com esta nova estrutura, que é um marco nas atividades da empresa no Brasil, a Panalpina vai oferecer serviços ainda mais diferenciados e eficientes ao mercado e, com isso, contribuir para o alcance de resultados ainda mais positivos, dando continuidade ao sucesso da marca. Graças à sua profunda expertise nas indústriaschave e aos excelentes sistemas de IT, a Panalpina provê soluções de porta a porta em agenciamento de carga integradas mundialmente, personalizadas de acordo com as necessidades de cada cliente. O Grupo Panalpina possui mais de 500 unidades em 90 países e em mais de 60 deles, trabalha em cooperação com empresas parceiras selecionadas. Emprega mais de 15 mil pessoas em todo o mundo e no Brasil, possui 14 escritórios próprios, além de sediar o Centro Regional para o Mercosul.

Initially, the store will count on an area of 8,760 m², which is easily expandable. It should begin its activities in December this year, and Panalpina will count on another complete infrastructure to offer the most diverse types of services to its clients. The intention is to offer solutions that add value to the client’s supply chain, such as labeling, consolidation and assembling of kits, for example. With this new structure, which is a mark in the company’s activities in Brazil, Panalpina will be able to offer even more differentiated and efficient services to the market and, thus, will contribute towards reaching even more positive results, giving continuity to the brand’s success. Thanks to the profound expertise in the key industries and to the excellent IT systems, Panalpina provides door-to-door solutions in integrated freight forwarding worldwide, customized according to the needs of each client. The Panalpina Group has more than 500 units in 90 countries and, in more than 60 of them, works in cooperation with selected partner companies. It employs more than 15 thousand people worldwide and in Brazil, it has 14 offices of its own, besides hosting the Regional Center for the Mercosur.

Daniel Setz é presidente da Panalpina Brasil. www.panalpina.com Daniel Setz is president of Panalpina Brazil. www.panalpina.com

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focus:interculturality

Training in intercultural competence? A little serving of sushi for lunch today, indulging in the luxury of a plate of tapas after work, and then a caipirinha or two to round off the evening. We will take tango classes in the new year, and until then we will thrill to African rhythms at the jazz festival.

“foreigners” and do so relatively smoothly. The above mentioned factors have greatly changed this situation: citizens of nations have become citizens of the world. So, every society has to deal with other cultures. Today the portfolio of an Economics student covers technical expertise, strategic competencies, and social and individual skills. Where and how do we insert training in intercultural competence? Will it suffice to just pragmatically add a few more facets to problem solving processes? Or will we need a whole new level?

b y Guido Homberger

ETH Zurich Military Academy offers extensive discussions and interesting suggestions on this subject. This is hardly surprising since military specialists deployed on disaster relief teams or UN missions must hit the ground running, and do their jobs perfectly right from the word “go”. In Determining Factors of Intercultural Leadership (1), Dr. Stefan Seiler discusses, among other issues, Intercultural Dilemma Training, which gives leaders practical preparation for this type of work.

“T

he world in your home”: for most Swiss people, this kind of variety is on offer quite often, even in the smaller communities. Back in the mid-80s, multi-cult was the slogan of the year, now we are experiencing it live – and eating multi-cultural food too! Do we really have to deal with interculturality too? Current developments have made this much more than just a rhetorical question: the Internet and the global economy are part of our everyday lives. Economic competition takes place on the international level, and workplace teams composed of members from different cultures are common practice, so working in a foreign country – temporarily at least – is reality for many people. Until about 20 years ago this was not the case. Not every company was up to it, but a significant percentage did manage to selectively open up to

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Not every course turns out international experts. However, even “normal courses” offer the possibility of preparing students for intercultural situations, and these opportunities are often taken up. Mastering foreign languages is a good starting point and in this respect the great interest shown by students is to be commended. The trend toward using English as “lingua franca” is also positive: it facilitates the exchange of information or is at least a good start for this exchange. However, if an interrelationship remains at a basic level, this also poses risks. We should beware of compact

cultural tips such as “when doing business with...” – often the only thing we take away is “in Asia, always use both hands when you give someone your business card.” As mentioned above, most competencies have something in common with interculturalism. It would be one-sided to restrict it to a single subject, and would not do justice to its substance. In my own field, the subject occupies quite a lot of space in modules such as Leadership or International Management, as well as in Marketing and Communication related matters. Differing viewpoints allow a broader view of the field and are generally appreciated. On the other hand, one must realize that it is more stimulating for students when they are taught less and have to think for themselves more. In conclusion, let me to tell you a little story. Of course, analyzing cultural interaction in a microcontext is not considered very professional, but this experience sensitized me to the problem. At the beginning of this decade, my team and I were working on a global project. Country-level projects were rolled out and executed individually with the support of our group’s specialists. The next country in line, in Southern Europe, had a reputation for being difficult, so I allocated my best specialist, an American. Unfortunately the partial project never got off the ground and on top of that my specialist fell ill. It was only under a new leadership that the partial project was concluded on time and successfully. What had happened? There were no conflicts; everything was running normally, but even so, intercultural communication seized up.

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foco:interculturalidade

Treinamento em competência intercultural? Uma porçãozinha de sushi hoje na hora do almoço, depois do trabalho, nos damos ao luxo de comermos um prato de tapas e terminamos a noite com uma ou duas caipirinhas. Faremos um curso de tango no começo do ano e até lá nos empolgamos com ritmos africanos durante o festival de jazz. por Guido Homberger

“O

mundo em casa”: para a maioria dos suíços, esta oferta é comum, até mesmo nas comunidades menores. Nos meados da década de 80, multi-cult era o slogan do ano, agora nós o vivemos – e consumimos! Será realmente necessário nos debatermos também com a interculturalidade? Fatos atuais fazem desta uma questão meramente retórica: a Internet e a economia global fazem parte do dia a dia, a concorrência econômica se dá em nível internacional, ter equipes de trabalho formadas por diferentes culturas é prática comum, trabalhar em outro país é a realidade de muitos – ao menos temporariamente. Até uns 20 anos atrás isto não era assim. Nem todas as empresas, mas uma porcentagem significativa, podia se abrir seletivamente “ao estrangeiro” e, com isto, gerir relativamente sem problemas. Os fatores citados anteriormente mudaram – e muito – este quadro: cidadãos nacionais se transformaram em cidadãos do mundo. Assim sendo, todas as sociedades precisam necessariamente lidar com outras culturas. Hoje, o portfólio de um aluno de Economia já engloba conhecimentos técnicos, competências estratégicas, habilidades sociais e individuais. Onde e como inserir competência intercultural

na formação? Será que basta acrescentar de forma simples e pragmática algumas facetas ao processo de solução de problemas? Ou precisamos de um novo patamar? A Academia Militar da ETH Zürich oferece discussões amplas e sugestões interessantes sobre o tema. Não é de se surpreender, já que, em destacamentos em caso de catástrofe ou missões das Nações Unidas, especialistas militares precisam realizar suas tarefas com perfeição desde o início. Em Determining Factors of Intercultural Leadership (1), Dr. Stefan Seiler discute, entre outros, um Intercultural Dilemma Training [Treinamento em Dilemas Interculturais], que prepara líderes de forma prática para este tipo de tarefa. Nem todo curso forma especialistas internacionais. No entanto, até mesmo “cursos normais” oferecem a possibilidade de preparar estudantes para situações interculturais, e estas oportunidades são frequentemente aproveitadas. O domínio de idiomas estrangeiros é um bom ponto de partida e neste sentido é louvável o grande interesse demonstrado pelos estudantes. A tendência de usar o inglês como “língua franca” também é positiva: ela facilita a troca de informações ou, ao menos, garante o início desta troca. Todavia, se a interrelação permanece em um nível básico, isto também traz riscos. Devemos tomar cuidado com receitas culturais

compactas do tipo “fazer negócios com...” – muitas vezes, a única coisa que retemos é “na Ásia, sempre entregue seu cartão de visitas com as duas mãos”. Como já foi dito, a maioria das competências têm algo em comum com interculturalidade. Seria unidimensional restringi-la a uma única matéria, e isto não faria jus à sua substância. No campo que eu conheço, o tema ocupa bastante espaço, tanto em módulos como Liderança ou Gestão Internacional como também em matérias relacionadas a Marketing e Comunicação. Os diferentes pontos de vista permitem uma visão mais ampla da matéria e geralmente são valorizados. Por outro lado, devemos nos dar conta de que os estudantes são mais estimulados quando aprendem menos e precisam refletir mais. E para concluir, permitam-me que eu conte uma pequena história. É claro que a análise da interação cultural em um âmbito micro não é considerada muito profissional, mas esta experiência me sensibiliza para a problemática. No início desta década, minha equipe e eu estávamos no meio de um projeto global. Os projetos nacionais eram escalonados e executados individualmente com o apoio dos especialistas do nosso grupo. O próximo país, no Sul da Europa, tinha a reputação de ser difícil, por isto eu nomeei meu melhor técnico, um americano. Infelizmente o projeto parcial não saía do lugar e, ainda por cima, meu técnico ficou doente. Foi somente sob uma nova liderança que o projeto parcial foi concluído a tempo e de forma bem-sucedida. O que havia acontecido? Não havia conflitos e tudo corria como de costume e mesmo assim, a comunicação intercultural emperrou. Diesen Artikel finden Sie auf unserer Website www.swisscam.org in der Rubrik “Artikel aus dem SWISSCAM Magazine” auf deutsch.

Guido Homberger trabalhou internacionalmente na área de Marketing e Branding de diversas empresas. Desde 2007, ele é professor na Berner Fachhochschule (BFH - Escola Técnica de Berna); ele leciona Pesquisa Social Empírica e Marketing Internacional nos cursos de Economia e Administração. http://www.vtg.admin.ch/ Dr. St. Seiler, The Blue Berret Project, “Determing Factors of Intercultural Leadership – A Theoretical Framework” Guido Homberger has worked on Marketing and Branding for several companies internationally. Since 2007, he has been a professor at Berne Technical School (Berner Fachhochschule, or BFH), where he teaches Empirical Social Research and International Marketing on the Economics and Business Administration courses. http://www.vtg.admin.ch Dr. St. Seiler, The Blue Berret Project, “Determining Factors of Intercultural Leadership – A Theoretical Framework”

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comunidade suíça no Brasil

Associação Beneficente ARCO

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ARCO, Associação Beneficente fundada em 1991 por um casal suíço e apoiada por membros da SWISSCAM, solicita aos participantes dessa Câmara que se utilizem do benefício fiscal de dedução do imposto de renda, efetuando depósitos nos fundos municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente FUMCAD a favor de dois projetos da ARCO e aprovados pelo CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente), beneficiando assim crianças e adolescentes que vivem na periferia sul desta capital em estado de extrema pobreza, e que são cuidados pela ARCO.

Swiss community in Brazil

ARCO Benevolent Association

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he ARCO Benevolent Association, founded in 1991 by a Swiss couple and supported by SWISSCAM members, asks members of this chamber to make use of tax benefits in the form of income tax deductions by making deposits in the municipal funds for the Rights of Children and Adolescents (referred to by the acronym FUMCAD) to support two ARCO programs approved by the Municipal Council for Children and Adolescents (locally CMDCA), both benefiting children and adolescents living in extreme poverty on the southern outskirts of the city, who are cared for by ARCO. For this purpose, legal entities may make a donation of 1% of their income tax (locally IR) liability, while individuals are eligible for a tax incentive of up to 6% of their income tax liability. This tax benefit must be claimed by the last day of the year, indicating the association and “social assistance project approved by the CMDCA”. Go to the site http://fumcad.prefeitura.sp.gov.br click on “Click to Donate” (Clique e Doe) and select the ARCO and its projects “Action and Emotion”

(Ação e Emoção) and “Learning with Pleasure” (Aprender com prazer). The “Learning with Pleasure” project runs several activities to supplement formal schooling and works with families to reach 420 children and adolescents, aged from 6 to 18. A multidisciplinary team provides care based on educational psychology, psychology, and speech and hearing therapy, with various activities focusing linguistic ability, logical reasoning, personal culture, social education, school studies, study habits and school support. The “Action and Emotion” project develops citizenship and community belonging initiatives/activities by encouraging socio-cultural activities; it contributes to social inclusion through social and educational activities for children, adolescents and adults; it promotes and encourages access to reading, learning, analysis and information; it stimulates the exchange of experiences and understanding between generations; it democratizes access to culture by encouraging different means of communication; it stimulates the production of goods that have value for community life in the community.

diretório directory Confira os endereços da comunidade suíça no Brasil e da comunidade brasileira na Suíça em nosso site.

Find the addresses of the Swiss community in Brazil and the Brazilian community in Switzerland on our website.

Acesse www.swisscam.com.br e clique em “Informações úteis”.

Go to www.swisscam.com.br and click on “Useful information”.

As pessoas jurídicas podem destinar para este fim doação no valor de 1% do IR devido enquanto para as pessoas físicas o incentivo fiscal é de até 6% do IR devido. Esse benefício fiscal deve ser exercido até o último dia do ano, indicando-se a associação beneficente com projeto de assistência aprovado pelo CMDCA. Basta entrar no site http://fumcad.prefeitura. sp.gov.br, clicar no link “Clique e Doe” e selecionar a ARCO e seus projetos “Ação e Emoção” e “Aprender com prazer”. O projeto “Aprender com prazer” apresenta diversas atividades complementares à escola formal e trabalho com famílias para 420 crianças e adolescentes, com faixa etária de 06 a 18 anos. Uma equipe multidisciplinar oferece atendimento psicopedagógico, psicológico, fonoaudiológico e atividades diversas de habilidade linguística, raciocínio lógico, formação pessoal, formação social, pesquisas escolares, hábitos de estudo e acompanhamento escolar. O projeto “Ação e Emoção” desenvolve ações/ atividades de cidadania e pertencimento na comunidade através do estímulo à prática de atividades sócio-culturais; contribui para a inserção social por meio de ações socioeducativas por crianças, adolescentes e adultos; promove e incentiva o acesso à leitura, ao conhecimento, ao pensamento e à informação; estimula a troca de experiências e convivência entre gerações; democratiza o acesso à cultura estimulando outras formas de comunicação; estimula a produção de bens que tenham valor para a vida comunitária na comunidade. Mais informações sobre esses projetos ou sobre a doação serão prestados pela ARCO (Heidi Caluori (11) 5517 3440), ou pelo e-mail arco@arcobrasil.org.br. Website: www.arcobrasil.org.br.

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