Panamby Magazine Março 2015

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Ano 1 – Edição 12 – Março 2015

Rodolfo Nanni: Quase um século Amigos do Parque Burle Marx

PANAMBY EM EXPANSÃO: controvérsias e debates 1



EDITORIAL

SUMÁRIO

caro morador do

ANO 1 | Nº 12 | Março 2015

PANAMBY

veis. E por desenvolvimento, devemos entender segurança, mobilidade urbana, infraestrutura de

comércio e serviços e áreas verdes. O Panamby vive esse

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dilema: é possível crescer com qualidade de vida e, principalmente, preservação do meio ambiente? Para muitos, é possível, desde que haja planejamento, melhorando principalmente as condições de acessibilidade ao bairro – o que

Foto: Juliana Amorim

S

em desenvolvimento, não há valorização dos imó-

04 CAPA

Panamby em expansão

inclui mais transporte público de qualidade. Com o trânsito constantemente engarrafado, inclusive com ruas internas congestionadas, como construir mais prédios e colocar mais gente na região? Rosa Richer, presidente da Associa-

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CULTURA Das telas para as páginas

ção Cultural e de Cidadania do Panamby, atesta: “Vias locais se transformaram em vias coletoras de tráfego. No Morumbi como um todo o trânsito deve fluir, inclusive por uma questão de segurança.”

20 PARQUE

Amigos do Parque Burle Marx

20

Trânsito à parte, Panamby, Jardim Sul, Vila Andrade, não importando a denominação, são recantos deste pedaço desejado do Morumbi que continuam atraindo mais empreendimentos. Muitos lançamentos são de apartamentos do tipo studio, de 1 ou de 2 dormitórios, atraindo o público single e o que busca o primeiro imóvel. Nesta edição, mostramos como

Foto: Arquivo

o bairro está recebendo a chegada de mais edifícios, ouvimos o ponto de vista do mercado imobiliário e tocamos em um assunto polêmico: o tratamento do esgoto gerado no bairro. Panamby Magazine continua com espaço aberto para discutir o bairro, as necessidades dos moradores e como gerar desenvolvimento com qualidade de vida. Boa leitura e até o próximo mês.

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Luiza Oliva Editora www.panambymagazine.com.br www.facebook.com/panambymagazine

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FAMÍLIA Como conversar sobre drogas com os filhos

SAÚDE Massagem – o toque pode acelerar a cura

DIRETORES: Luiza Oliva (luiza@leituraprima.com.br) e Marcelo Santos (marcelo@leituraprima.com.br) FOTOGRAFIA: Juliana Amorim CRIAÇÃO E ARTE: Adalton Martins e Vanessa Thomaz ATENDIMENTO AO LEITOR: Catia Gomes IMPRESSÃO: Laser Press PERIODICIDADE: Mensal CIRCULAÇÃO: Condomínios de alto padrão e comércio do Panamby JORNALISTA RESPONSávEL: Luiza Oliva MTB 16.935 PANAMBY MAGAZINE é uma publicação mensal da Editora Leitura Prima. PANAMBY MAGAZINE não se responsabiliza pelos serviços, informes publicitários e produtos de empresas que anunciam neste veículo. M Tecnologia e Comunicação Ltda.

REDAÇÃO, PUBLICIDADE E ADMINISTRAÇÃO: Al. dos Jurupis, 1005, conj. 94 – Moema – São Paulo – SP Tel. (11) 2157-4825, 2157-4826 e 98486-3000 – contato@leituraprima.com.br – www.leituraprima.com.br

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CAPA

Panamby mantém perfil de apartamentos amplos, para famílias.

panamby em

EXPANSÃO

Região do Panamby e Jardim Sul continua atraindo empreendimentos imobiliários. Moradores questionam poder público, que autoriza corte de árvores, e construtores afirmam trazer desenvolvimento e valorização para a região. Fotos: Juliana Amorim

E

xperimente dar uma volta pelo Panamby e não encontrar um lançamento imobiliário ou edifício em construção. A tarefa é praticamente impossível.

Apenas no trecho entre o Shopping Jardim Sul e o Parque Burle Marx é possível localizar 13 novos empreendimentos, alguns recém-entregues, recebendo novos moradores.

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Quando todos estiverem prontos, calcula-se que cerca

“Estou vendo um bairro verde se transformar em bairro

de 1.500 novas unidades se somarão à região. Isso sem

de pedra”, diz, completando que iniciativas da própria

contar o outro lado da Avenida Giovanni Gronchi, deno-

Prefeitura acabam contribuindo para a piora do trânsito.

minada Jardim Sul pelo mercado imobiliário, com um nú-

Ele cita, por exemplo, a ciclofaixa instalada na Avenida

mero ainda mais impactante de lançamentos.

Luiz Migliano. “Sou ciclista mas percebo que naquele lo-

Charmoso, o Panamby recebe gente do próprio Mo-

cal a ciclofaixa só piora o trânsito.”

rumbi e de outras áreas da cidade, atraídos pelo verde

Aline Inagaki de Lorenzo chegou ao bairro em 1988,

característico do bairro e pelo preço competitivo. A re-

para morar com a família no condomínio Granja do Mo-

gião é muito nova. As terras da Vila Andrade faziam par-

rumbi. Ela acompanhou as ruas sendo abertas e asfalta-

te da fazenda do Morumby. Segundo o jornalista Levino

das, o surgimento dos primeiros prédios, a inauguração

Ponciano, autor do livro bairros paulistanos de a a Z, da

do Shopping Jardim Sul. Apesar do crescimento que tes-

O crescimento da região divide opiniões. Inevitável para alguns, temeroso para outros. Há, porém, um desejo comum: a preservação do verde. Editora Senac, o Andrade veio do sobrenome do banqueiro Agostinho Martins de Andrade, morador do Paraíso e proprietário de uma grande chácara no Morumbi que servia como lazer para sua família nos anos 30 e 40. Levino relata: “Na Chácara Andrade ele plantou mais de 600 mil pés de eucaliptos. Em 1945, o banqueiro faleceu e no final da década de 50 seus filhos venderam as terras para uma empreendedora, que tinha como um dos sócios o megaempresário Sebastião Camargo, dono da Camargo Corrêa, que anos mais tarde iniciou um tímido loteamento. Seu grande crescimento aconteceu no final dos anos 70, consolidando- se nos 80 e se agigantando nos 90. E, hoje, sua verticalização crescente transformou a Vila Andrade num pequeno Morumbi.” O crescimento da região divide opiniões. Inevitável para alguns, temeroso para outros. Há, porém, um desejo comum: a preservação do verde. Bruno Isaac avistou da janela de seu apartamento o desmatamento do terreno onde a Camargo Corrêa irá construir o Grand Panamby, empreendimento com 236 unidades de 138 a 264 m2. Bruno admite que é um direito do proprietário do terreno construir nele, mas questiona a forma como tudo foi feito, às vésperas do Carnaval: “Denunciamos a obra e a Prefeitura não fez nada. Continuamos com a denúncia porque queremos que tudo seja fiscalizado. O mercado imobiliário vive uma fase muito ruim e questiono até que ponto tantos lançamentos serão comercializados. Outro aspecto é que nosso trânsito já está saturado. Certamente quando as novas pontes ficarem prontas, de nada adiantarão.” Bruno fala do bairro com especial apreço, já que mu-

Panamby concentra condomínios de alto padrão.

dou para a Rua Deputado João Sussumu Hirata em 1986. 5


CAPA

“Nossas áreas verdes fazem parte de um corredor verde da região sul que contribui para a cidade e para a preservação de espécies de fauna e Foto: Divulgação

flora.” Rosa Richter, presidente da Associação Cultural e de Cidadania do Panamby

temunhou, para Aline, 27 anos depois, o Panamby ainda carece de serviços, “por exemplo, boas rotisserias, uma opção prática para pegarmos comida pronta”, diz. Ela acredita que há espaço para crescer mantendo o verde. “Logicamente as áreas de preservação permanente têm que ser preservadas, mas há lugar para condomínios residenciais e também comerciais. Muitos moradores

DESENvOLvIMENTO SADIO

gostariam de trabalhar perto de casa, mas temos pou-

Para o arquiteto Edson Falanga, construtor de três edi-

cos edifícios comerciais”, constata, defendendo ainda

fícios no Panamby e apaixonado pelo bairro, é possível

um padrão de qualidade para novos prédios compatível

crescer com responsabilidade, desde que a legislação seja

com o Panamby.

rigorosamente obedecida. “Tudo que as construtoras ti-

Poder público deve ser rigoroso nas aprovações de empreendimentos, acreditam moradores.

6


7


CAPA ram deve ser compensado. Acredito que essa compensação deva ser feita de forma equilibrada em melhorias no próprio bairro. O Panamby é um nicho diferenciado, um bairro maravilhoso que tem tudo para ser um dos melhores da cidade.” Falanga aponta que os moradores devem participar de discussões sobre o bairro e seu crescimento. “Cabeças criativas e competentes podem ajudar a pensar soluções. É difícil termos imóveis valorizados sem infraestrutura. O que falta para o Panamby valorizar de fato é justamente melhor circulação, opções de transporte público e preservação ambiental”, sustenta. Rosa Richter, presidente da Associação Cultural e de Cidadania do Panamby, também defende que as construções façam contrapartidas para o bairro. “As construtoras têm o direito de construir em seus terrenos, um direito limitado mas têm. Cabe à Prefeitura e aos órgãos públicos aprovar ou não os projetos apresentados. Acredito que as aprovações devem estar ligadas a um desenvolvimento sa-

Moradores defendem contrapartidas das construtoras feitas no próprio bairro.

dio do bairro. Nossas áreas verdes fazem parte de um corredor verde da região sul que contribui para a cidade e para

E O ESGOTO? nominado Itapaiúna. E já existem outras três obras em andamento, os CTs Morumbi e Paes Mendonça e um interceptor ao longo da margem esquerda do rio Pinheiros, chamado IPI-8. Esse conjunto de obras, que faz parte da terceira etapa do Projeto Tietê, tem previsão de conclusão para dezembro de 2015”, informa o superintendente da Sabesp. Oliveira esclarece que serão beneficiados aproximadamente 80 mil moradores da região do Panamby, Real Parque e Vila Andrade, que terão seus dejetos

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Quando se trata de discutir o desenvolvimento

enviados para tratamento na Estação de Tratamento

e crescimento do Panamby, um tema frequente é

de Esgoto Barueri. O valor investido na obra do Inter-

a coleta e tratamento de esgoto do bairro. Afinal, o

ceptor (IPI-8) é R$ 18 milhões.

esgoto do Panamby ainda é jogado diretamente no

Quanto aos novos empreendimentos imobiliários,

Rio Pinheiros? Segundo Milton de Oliveira, superin-

o superintendente da Sabesp explica que a instala-

tendente da Unidade de Negócio Oeste da Sabesp,

ção de toda a infraestrutura de água e de esgoto é

parte da região já é atendida com sistema de coleta e

de responsabilidade do próprio empreendedor que

tratamento de esgoto – composto por estações ele-

recebe todas as diretrizes da Sabesp para a execução

vatórias, coletores-tronco e interceptores, que levam

das obras. “Posteriormente, para que a empresa pos-

os esgotos à estação de tratamento. “Para melhoria

sa operar os sistemas de abastecimento de água e/ou

e ampliação dos sistemas para atendimento total ao

esgotos sanitários, é necessário que ocorra a doação

bairro, entrou em operação o coletor-tronco (CT) de-

formal à Sabesp das redes implantadas”, completa.


a preservação de espécies de fauna e flora. Porém, o que vemos é uma Prefeitura omissa e totalmente permissiva, ela não pode ser tão leviana. Cabe a ela barrar ou limitar os excessos, afinal a Prefeitura deve zelar pela população.” Valéria Inati mudou para o Morumbi quando havia vacas pastando em áreas livres e todos os vizinhos se conheciam. Ela vê um ponto positivo no crescimento por vezes desordenado do bairro e os problemas decorrentes: a união dos moradores em busca de soluções. “Queremos o crescimento mas com segurança e um planejamento para melhorar o trânsito. Como crescer com esse trânsito?” Muitos moradores vão em busca de soluções para a defesa do verde. É o que fez Cássia Camargo e seus vizinhos. Preocupados com o lançamento de um empre-

Panamby: privilégio de ter muitas ruas arborizadas.

endimento em um terreno na Rua Algeciras, eles encomendaram um laudo técnico ao biólogo Vitor Inôti Yuki.

preta e o palmito jussara, já levantadas em outros frag-

Na vistoria técnica realizada no local, Vitor identificou

mentos verdes próximos e dispersadas por animais que

diversas espécies nativas, como tapirás, pixiricas, jerivás,

frequentam essas matas. Ainda conforme o biólogo, por

pau-pólvora, figueiras, jurubebas, quaresmeiras, embaú-

estar perto da Marginal Pinheiros, cumprem o papel de

bas, ipês e araçás, além do samambaiaçu, espécie ame-

amortecimento do Parque Burle Marx, disponibilizando

açada. Segundo Vitor, as áreas têm ainda o potencial

alimento e abrigo para os animais, “protegendo sua por-

de abrigar outras espécies ameaçadas, como a pitanga

ção central contra ventos fortes, insolação, poluentes e


CAPA outros fatores de degradação e ainda funcionando como

compensação. É levado em conta, por exemplo, o DAP

um corredor florestal”.

(Diâmetro na Altura do Peito, calculado a 1,30 metro)

Com base nas conclusões do laudo, Cássia buscou a

da árvore. Vitor salienta que eucaliptos não são espé-

Cetesb e a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da

cies nativas. Árvore exótica, suas espécies podem atingir

Prefeitura e também solicitou o apoio da deputada fede-

30 metros de altura e não são indicadas para a cidade,

ral Mara Gabrilli. “Como um órgão público pode dar auto-

mas plantadas para produzir pasta de celulose, usada na

rização de corte sem verificar corretamente que tipo de

fabricação de papel. “É positivo termos incentivos para

espécies há no terreno?”, indaga a moradora. O biólogo

substituir os eucaliptos da cidade. Eles representam uma

Vitor Yuki complementa que a legislação municipal es-

espécie que retira os nutrientes e propriedades químicas

tabelece critérios de remoção das árvores e formas de

do solo”, completa o biólogo.

LANÇAMENTOS E EMPREENDIMENTOS RECENTEMENTE CONCLUÍDOS NO PANAMBY*

1 Fontes do Panamby (RAX Imóveis)

9 Grand Panamby (Camargo Corrêa – 236 unidades)

2 Tasty Panamby (Stuhlberger/Tecnisa – 48 unidades)

10 It´s 163 (Stuhlberger/Tecnisa – 120 unidades)

3 On Panamby (Kallas – 104 unidades)

11 Panoramic (OAS Empreendimentos)

4 Panamby Penthouses (Brookfield – 96 unidades)

12 Lançamento Stuhlberger

5 Vista Verde (Stuhlberger/Tecnisa – 80 unidades)

13 Réservé 650 (Exto – 80 unidades)

6 Paisaje Panamby (Camargo Ortega – 32 unidades)

14 Lojas

7 ParkWay Panamby (Camargo Corrêa – 376 unidades) 8 Inside Out (UBuilders/Ametista)

Lançamentos ainda não identificados

*Alguns empreendimentos não informaram o número de unidades.

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Thiago Castro, diretor de novos negócios da Abyara Brasil Brokers, que define o Panamby como uma ilha de valor em que são lançadas bem menos unidades do que em outros bairros. Thiago traça um histórico do número de unidades lançadas por ano: 2006: 516 unidades 2007: 740 unidades

O ponto de vista do mercado imobiliário

2008: 119 unidades 2009: 337 unidades 2010: 295 unidades

O Panamby é a menina dos olhos do mercado imobili-

2011: 184 unidades

ário. O bairro reúne inúmeros atrativos: proximidade com

2012: 176 unidades

o Parque Burle Marx e outras áreas verdes, boas escolas,

2013: 468 unidades

opções de compras e serviços se desenvolvendo. Especia-

2014: 408 unidades

listas do segmento avaliam que os clientes que buscam

Em número de projetos, o bairro viu surgir 40 novos

empreendimentos no Panamby têm comportamento

empreendimentos nos três últimos anos (6 em 2012, 27

distinto daqueles que compram em outras regiões. “O Pa-

em 2013 e 7 no ano passado). O DNA do bairro, acredita o

namby não é um bairro de vendas explosivas. Um público

diretor da Abyara, são os apartamentos de maior metra-

mais qualificado como o do bairro costuma ter uma deci-

gem, voltados para famílias. “Mas, assim como na cidade,

são mais demorada. Ele não tem tanta urgência na com-

há uma onda de lançamentos de um dormitório direcio-

pra. Há uma característica própria na velocidade de ven-

nados ao público single. O Panamby está pegando carona

das, elas se mantêm do início ao final da obra”, compara

nessa onda, mas o perfil do bairro é o de apartamentos

11


CAPA

Novos empreendimentos geram opiniões divergentes.

para as famílias.” Para Thiago, os próprios moradores do

tro quadrado ainda estão mais baixos do que os de bairros

Panamby acabam comprando unidades menores para

do outro lado da Marginal. Thiago acredita que, se o trân-

investir ou para a família. “É um bairro desejado e quem

sito melhorar, o degrau de preço entre os dois lados do rio

está aqui não quer sair”, diz.

tende a diminuir. “Vejo um potencial bem grande de valo-

Apesar da procura pelo Panamby, os valores do me-

rização para o Panamby.” Os preços praticados hoje estão entre R$ 11 e 12 mil o metro quadrado no Campo Belo e Brooklin, contra R$ 8 mil a 8.500 no Panamby, R$ 6.800 no Jardim Sul (eixo do Shopping, nos dois lados da Giovanni Gronchi) e de R$ 6.300 a R$ 6.500 no Morumbi, conforme o diretor da Abyara. Sobre o debate que o desmatamento para lançamentos de empreendimentos têm causado entre os moradores, Thiago acredita que o mercado não pode ser culpado por situações como o aumento do trânsito. “O mercado imobiliário não fabrica carros nem gera trânsito. O direito à moradia é constitucional e o setor privado provê moradias que o poder público não faz. O mercado imobiliário pode ser visto, sim, como um grande agente de mudanças positivas para o bairro, tanto na parte urbana quanto ambiental. Se uma construção é feita dentro da lei, a natureza continuará exuberante e o bairro ganhará em qualidade”, atesta. Procurada pela Panamby Magazine, a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que “os empreendimentos lançados nos últimos anos ajudaram a valorizar ainda mais a região, trazendo nova infraestrutura para o bairro e melhorias de acesso. Hoje, o valor do metro quadrado chega a ser três vezes maior do que alguns anos atrás na região. O Panamby é considerado um dos bairros mais nobres da cidade e o Jardim Sul/ Vila Andrade a cada ano vem crescendo e se tornando

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um bairro de grande procura para quem busca o primei-

lamenta e limita as iniciativas imobiliárias. Existem diver-

ro imóvel”. A empresa tem dois grandes lançamentos no

sos terrenos interessantes na região que podem resultar

bairro: o Parkway Panamby segue a tendência de unidades

em empreendimentos importantes, mas estas iniciativas

compactas com praticidade, oferecendo serviços Pay Per

devem ocorrer de forma regulamentada, garantindo um

Use, como personal trainer, pet care e dog walker, manicure

crescimento saudável do bairro, e a manutenção dos es-

domiciliar, massagem, central de fornecedores (eventos),

paços agradáveis, que fazem do Panamby algo único na

limpeza e arrumação do apartamento, manutenção de pe-

cidade de São Paulo”, avalia Matos.

quenos reparos, serviços de limpeza pós-festa, central de locação, entre outros. Já o Grand Panamby tem perfil para famílias, com plantas de 138, 163 e 185 m2 e pé direito duplo na sala e varanda como grande diferencial. A Exto é outra construtora em ação no Panamby. Seu empreendimento, o Réservé 650, tem 80 unidades,

SOS PANAMBY Visando a mobilização dos moradores em defesa do Parque Burle Marx e das áreas verdes vizinhas, o morador Roberto Delmanto Jr. fundou o movimento SOS Panamby, que tem uma página

sendo os apartamentos tipo com 138 ou 141 m². Rober-

no Facebook, a SOS Panamby, ganhando a cada

to Matos, presidente da Exto, acredita que, por ser uma

dia mais adesões. Também criou uma petição, a

região “família” e nobre, o Panamby ainda tem espaço

ser entregue ao prefeito Fernando Haddad, que

para lançamentos com estas características, “incluindo

conta com quase 25 mil assinaturas.

amplos apartamentos, lazer completo e um padrão alto”.

Moradores do Panamby e Morumbi e simpati-

“O Panamby é um verdadeiro pulmão verde para a região

zantes do Parque Burle Marx podem aderir à causa

do Morumbi e dos trechos sul da Marginal Pinheiros. A

em defesa da fauna e da flora da região.

própria lei de zoneamento paulistana privilegia o bairro, com baixos índices de potencial construtivo, o que regu-

Curta a página no Facebook: www.facebook. com/SOSPanamby


CULTURA

Foto: Roberto Santos Filho

Rodolfo Nanni durante as filmagens de o retorno.

DAS TELAS

para as páginas Cineasta Rodolfo Nanni, morador do Morumbi, comemora carreira com livro de memórias.

S

ua vida daria um livro. Durante anos Rodolfo Nanni escutou de muitos amigos a afirmação. E de tanto ouvi-la, resolveu colocá-la em ação.

Sua vida dedicada às artes – em especial, o cinema – se transformou no livro Quase um século – imagens da memória, lançado em dezembro passado no Museu da Imagem e do Som. No final de fevereiro, a obra ganhou mais um lançamento, este na loja Chic Chic, no Shopping Portal. Afinal, Rodolfo é morador do Portal do Morumbi há mais de 35 anos e, no evento, pode encontrar muitos amigos do bairro. Mais do que um retrato da vida de Nanni, hoje com 90 anos, a leitura de Quase um século permite conhecer me-

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Cartaz do filme o retorno, feito pela neta Joana Nanni.


Anita Malfatti, em seu ateliê na Rua Ceará. Certo de que as tintas e as telas eram o seu caminho, foi para o Rio de Janeiro, onde frequentou o ateliê de Cândido Portinari que, exilado no Uruguai, aconselhou o jovem aluno a seguir seus estudos com o artista plástico austríaco Axl Leskoschek. Lá, conviveu com artistas como Fayga Ostrower, Renina Katz e Edith Behring e conheceu sua primeira esposa, Tereza Nicolau. No final dos anos 1940, a vida de Rodolfo deu uma guinada: o pai de Tereza, médico pediatra que cuidava dos netos do ditador Getúlio Vargas, não aprovava o namoro da filha com o filho de imigrantes e mandou a moça para Paris. Com o apoio dos pais, Rodolfo se mudou para Paris, onde casou com Tereza. Em terras francesas, fazia parte de um grupo de artistas brasileiros, entre eles Mário Gruber, Otávio Araújo, Luís Ventura e Carlos Scliar. Mas o cinema batia às portas de Rodolfo: foi através de um cartaz no metrô parisiense que ele percebeu a possibilidade de fazer aulas de cinema, no Institut des Hautes Études Foto: Juliana Amorim

Lançamento de Quase um século: cineasta histórico ainda em atividade.

Cinématographiques (IDHEC). Foi o primeiro passo para que ele se dedicasse integralmente ao cinema. “Estava convencido de que o cinema poderia contribuir mais eficientemente para o desenvolvimento da cultura e da educação no Brasil. Meu projeto não teria nada a ver com

lhor a história do cinema brasileiro e também da cidade

filmes de entretenimento. Pensava em documentários e

de São Paulo. Filho de imigrantes italianos, Rodolfo cres-

ficção que abordassem questões de interesse cultural e

ceu na então bucólica Rua Oscar Freire, em uma casa

social”, relembra Rodolfo em Quase um século.

cheia de verde. Seu pai, Enrico, trabalhou na fábrica de

O retorno ao Brasil aconteceu em 1949. Rodolfo tra-

vidros Santa Marina, da família Matarazzo, e depois abriu

balhou como continuísta no filme aglaia, de Ruy Santos.

um armazém de secos e molhados, o Armazém Nanni.

Era uma oportunidade para o jovem aprendiz de cineasta

Nas memórias da infância aparecem a Avenida Rebou-

trabalhar com um dos maiores fotógrafos do cinema bra-

ças, as Ruas Teodoro Sampaio, Alves Guimarães, Arthur

sileiro. Porém, o dinheiro de Ruy acabou e aglaia nunca

de Azevedo e proximidades, os lampiões de gás. E foi menino que Rodolfo teve seus primeiros contatos com a arte. Seu primo e padrinho, Victor Brecheret, morou na casa da Oscar Freire. Para ele, a família Nanni reservou um ateliê, onde Victor dava formas a suas esculturas moldadas em um barro cinza, que o artista chamava de creta. Entre as lembranças do ateliê, Rodolfo recorda da primeira maquete em gesso do futuro Monumento às Bandeiras, que muitos anos depois se tornaria um dos mais impordernistas que frequentavam a casa dos Nanni, em função da presença de Brecheret, estavam Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti del Picchia e o arquiteto Gregori Warchavchik. Na juventude, Rodolfo chegou a estudar pintura com

Foto: Juliana Amorim

tantes monumentos de São Paulo. Entre o grupo de mo-

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CULTURA

Foto: Lúcio Kodato

Dirigindo Cordélia, Cordélia, filme com Lilian Lemmertz: no Jardim da Luz, em São Paulo, 1971.

“Estava convencido de que o cinema poderia contribuir mais eficientemente para o desenvolvimento da cultura e da educação no Brasil. Meu projeto não teria nada a ver com filmes de entretenimento. Pensava em documentários e ficção que abordassem questões de interesse cultural e social.” acabou de ser rodado. “Foi minha primeira aventura, ou desventura, no cinema brasileiro”, diz Rodolfo. Até que, em São Paulo, Nanni conheceu Arthur Neves, sócio de Caio Prado Jr. na editora e livraria Brasiliense, que publicava os livros de Monteiro Lobato. Rodolfo se surpreendeu com o convite para dirigir as aventuras dos personagens de Lobato. Ele recebeu a ideia quase como uma brincadeira. Mas resolveu acreditar – afinal, estava apostando na carreira de cineasta – e começou a escrever o roteiro de o saci. O filme foi rodado entre 1951 e 1952 e fez história como o primeiro filme infantil nacional. Outra nota histórica se refere ao assistente de direção de o saci, então um jovem recém-formado em Direito, Nélson Pereira dos Santos, que se transformaria em um dos mais so. A fotografia ficou a cargo de Ruy Santos e outros nomes renomados participaram do projeto, como o músico Cláudio Santoro, um dos maiores compositores eruditos brasileiros do século XX, responsável pela trilha sonora. o 16

o drama das secas (1958).

Foto: Rodolfo Nanni

bem sucedidos diretores brasileiros. o saci foi um suces-


saci foi exibido no Festival de Cinema de Veneza e recebeu o Prêmio Governador do Estado de São Paulo, o Prêmio Saci do jornal O Estado de S. Paulo e o Prêmio Curumim do jornal Diário de Notícias, do Rio, entre outros. Já tarimbado pelo sucesso de o saci, Rodolfo Nanni chega aonde sonhava quando iniciou as aulas de cinema em Paris: filmes com força social. Em 1958, ele viaja pelo Nordeste para filmar o drama das secas. “Sempre acreditei que um artista deve se preocupar com a realidade. Fazer filme só por entretenimento não é a minha área. Mas é muito caro realizar um filme e o público não tem interesse em ver nas telas as mazelas de seu país. Comédias, filmes de ação, é o que dá retorno”, aponta o cineasta. Nanni viajou cerca de 4 mil quilômetros pelos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba, acompanhado do fotógrafo Ruy Santos e Foto: Rodolfo Nanni

o drama das secas (1958).

do montador José Cañizares. Os olhos e as lentes de Rodolfo testemunharam as tristes cenas da seca: centenas de retirantes perambulando pelas estradas, gente morrendo de fome, sem nenhum


CULTURA amparo ou assistência dos governos.

ela sobre o assunto, mas só recebi

Em 1959, por o drama das secas, no-

uma carta de agradecimento de uma

vamente Nanni recebe o Prêmio Go-

secretária”, comenta. o retorno con-

vernador do Estado de São Paulo e o

tou com trilha musical composta por

Saci do O Estado de S. Paulo.

Anna Maria Kieffer, esposa de Nanni

Em 2008, Rodolfo voltou ao ce-

e musicista. A neta de Nanni, Joana,

nário das secas e filmou o retorno.

cuidou do design do cartaz do filme

Acompanhado do diretor de foto-

e da capa do DVD. o retorno partici-

grafia Roberto Santos Filho, Rodolfo

pou, em 2008, do Festival Cine PE, no

percorreu duas vezes praticamente o

Recife, onde ganhou os prêmios de

mesmo roteiro de o drama das secas.

melhor direção e melhor fotografia,

“Tinha a certeza de que não desejava

além do Prêmio Josué de Castro de

realizar um filme de simples denún-

melhor documentário social.

cia. O que me norteou foi a possibi-

Em sua trajetória no cinema, Ro-

lidade de revelar, mais uma vez, o re-

dolfo Nanni conviveu e cultivou ami-

trato de uma situação que nenhum

zades entre nomes como Roberto

de nós, brasileiros, deveria aceitar”, comenta Nanni no livro. Cinquenta anos após o primeiro filme, Nanni ainda se entristeceu com as imagens que captou no sertão. “As secas são cíclicas e a de 2008 não era tão forte. Mas vi que a maior parte das famílias

Onde encontrar: Quase um século pode ser encontrado na rede da Livraria Cultura, na loja Chic Chic (Shopping Portal do Morumbi – Av. Dr. Guilherme Dumont Villares, 1269) e na Livraria do Museu da Imagem e do Som (MIS – Av. Europa, 158).

ainda tem parentes que vêm tentar

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Santos, Nélson Pereira dos Santos, Luís Sérgio Person, Rubem Biáfora, Walter Hugo Houri, Thomaz Farkas, João Batista de Andrade, Cacá Diegues e Roberto Farias. Quase um século é recheado de histórias saborosas do cinema e da cultura nacionais. Nanni contribuiu inclusive com a for-

a vida em São Paulo. As crianças ficam lá, cuidadas pe-

mação de novos cineastas, já que foi, durante 32 anos,

las avós. Vi meninas prostituídas e pequenos lavradores

criador do curso de Cinema, depois Faculdade de Cine-

que plantam para viver. Mais do que programas de aju-

ma, da FAAP. Entre seus ex-alunos estão os cineastas

da, como o Bolsa Família, o lavrador precisa de financia-

Laís Bodanzky, Beto Brant e Mara Mourão.

mento para plantar e viver do seu trabalho. Enviei o filme

Enquanto divulga seu livro, Rodolfo Nanni continua

para a presidente Dilma, esperava poder conversar com

em plena atividade. Parou de pintar para se dedicar ao

Registros fotográficos feitos por Rodolfo Nanni durante as filmagens de o drama das secas (1958).


cinema, mas ainda atua na área: faz parte do Conse-

grande riqueza e na grande pobreza”, explica. Com Anna

lho Consultivo do Acervo Artístico e Cultural dos Palá-

Maria Kieffer trabalha ainda no projeto de filmes para a

cios do Governo do Estado de São Paulo. Para as telas,

televisão, abordando músicas das diversas comunida-

já preparou o roteiro de um filme de ficção sobre São

des de São Paulo. O título previsto para a série é Vozes

Paulo, Cidade Ilimitada. “É um retrato real da cidade, na

de São Paulo.


O programa Amigos do Parque Burle Marx tem o objetivo de incentivar as pessoas a doar e ajudar com a manutenção do Parque Burle Marx. Fundado em 1995, o Burle Marx é o único parque municipal administrado por uma instituição privada sem fins lucrativos. A partir de um convênio firmado com a Prefeitura Municipal de São Paulo, a Fundação Aron Birmann é encarregada de manter e gerenciar o Parque e não recebe para isso nenhum recurso da Prefeitura. A Fundação Aron Birmann disponibiliza aos doadores cadastrados no programa Amigos do Parque acesso a um clube de benefícios com descontos de 10% a 100% em diversas empresas do bairro, nas áreas de Alimentação, Saúde & Beleza, Serviços e Produtos & Acessórios. Para participar do programa basta entrar em contato com a Administração do Parque Burle Marx, e a partir de R$ 25 por mês você já pode usufruir do clube de benefícios! Todo participante receberá uma carteirinha do programa que deverá ser apresentada nos estabelecimentos parceiros para liberar o desconto. O guia completo de descontos encontra-se disponível no site do parque, na aba “Amigos do Parque Burle Marx”.

COMO ADERIR AO PROGRAMA: Entre em contato com a Administração do Parque: comunica@fab.org.br ou (11) 3746-7631 www.parqueburlemarx.com.br


Você pode ser amigo do Parque!

Se você tem uma empresa e está interessado em participar do programa e divulgar sua marca no parque, a única exigência é disponibilizar aos doadores participantes ao menos 10% de desconto em seus produtos/serviços. Para mais informações, procure a Administração do Burle Marx.


FAMÍLIA

Pixabay

Como conversar sobre drogas com os filhos Por Cesar Pazinatto

e

m mais de 20 anos como educador essa é uma

uma solenidade só faz com que o jovem se coloque na

das questões que percebi mais afligir pais e mães.

defensiva e fale apenas o que gostaríamos de ouvir.

Principalmente quando os filhos são adolescen-

Pequenos momentos que surgem a partir de uma

tes. Por isso, eu e a Dra. Ilana Pinsky escrevemos um livro

imagem, de um filme, novela e até mesmo de uma histó-

com o intuito de auxiliar os pais nessa tarefa.

ria familiar ajudam a entrar no assunto de maneira mais

Antes de qualquer coisa, tenha em mente que quan-

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natural e produtiva.

do o assunto é drogas, os pais nunca são a única fonte de

Conversas muito longas devem ser evitadas. A medi-

informação, portanto a melhor coisa é informar-se bem

da deve ser sempre o nível de interesse ou curiosidade do

sobre o tema (porque seu filho com certeza já o fez). Pro-

adolescente. Ele ainda está fazendo perguntas e trocando

cure fontes seguras e confiáveis para não perder a opor-

ideias ou está com cara de paisagem? Esse tipo de per-

tunidade quando ela aparecer.

gunta você deve se fazer durante a conversa com seu filho.

Normalmente não funciona muito bem marcar dia e

As abordagens devem estar adaptadas às faixas etá-

hora para essa conversa. Tornar esse tipo de bate papo

rias, mesmo sabendo que hoje o acesso à informação


é muito grande e desde muito cedo as

gras do grupo ao qual pertence ou quer

crianças e adolescentes ouvem falar so-

pertencer. Há atualmente vários estudos

bre drogas.

brasileiros que pesquisam a incidência de

Até os 10 anos, a criança se contenta com explicações mais superficiais. Pelo

consumo entre os adolescentes, divulgados amplamente.

nível de concentração (ainda pequeno) e

Por fim, exemplo (o adolescente é

vivência (observação dos familiares com

muito sensível ao que ele/ela vê nos pais,

drogas legais, em geral), os papos devem

tanto em termos de comportamento

ser curtos e voltados mais às bebidas al-

como nos valores e princípios), diálogo

coólicas e tabaco. Perguntas eventuais

(é tão importante procurar nossos filhos

sobre outras drogas devem ser respon-

para conversas eventuais como manter

didas, mas sem grandes discursos. De-

um canal constante aberto para quando

pois disso é importante ter condições de

eles querem/precisam se aproximar) e

se aprofundar um pouco mais.

carinho complementam uma boa estra-

Acima dos 13 anos, possivelmente você estará conversando com quem já “visitou” a ideia da experimentação ou até já teve as primeiras experiências com drogas, principalmente álcool e tabaco. Uma pesquisa recente do IBGE (Pense 2012) mostra que metade dos jovens matriculados no 9º ano já havia experimentado algum tipo de bebida alcoólica, pouco menos que um quarto desse mesmo grupo já havia experi-

tégia para abordar com seu filho as consequências do uso e abuso de drogas. Cesar Pazinatto é morador do Morumbi, educador, Diretor Geral da SEE-SAW / Panamby Bilingual School e coautor do livro Álcool e drogas na adolescência. Um guia para pais e professores (Editora Contexto). cesar.pazinatto@see-saw.com.br www.pazinatto.com

mentado tabaco e 7% drogas ilegais, como maconha. Mas não entre em pânico. Evite falas alarmistas precedidas de algum caso "clássico" do jovem que experimentou uma vez e foi usando mais até ficar largado na rua como um zumbi, preso ou internado em uma clínica de recuperação. O motivo é simples: elas não espelham a realidade geral e nem são tão eficientes para prevenir o uso como já se imaginou em décadas passadas. Além disso, é possível que entre os amigos de seu filho já existam usuários ocasionais. Quando ele confronta seu discurso "assustador" com evidências não tão pavorosas assim, a desconfiança se instala. É bom saber que experimentação não costuma significar caminho sem volta para a dependência de drogas. Apenas uma minoria vai enfrentar problemas sérios. Atualmente boas estratégias de prevenção questionam a visão superestimada de consumo que os jovens costumam ter. Não, não é verdade que “todo mundo bebe”. Os pais precisam saber que sim, há uma quantidade significativa de jovens que usam drogas, mas na conversa com os filhos o que se deve debater são os altos níveis de não consumo. Desta forma, por exemplo, a grande maioria dos jovens não usa frequentemente (no caso do álcool) e relativamente poucos experimentaram (no caso da maconha). Essa maneira de enquadrar a questão vai ser útil para o jovem, que tem a tendência de achar que deve repetir as re23


SAÚDE

MASSAGEM – O TOQUE pode

ACELERAR A CURA

Shutterstock

Por Maria José da Silva Massoterapeuta

A

prática de massagem é amplamente conheci-

o restabelecimento do bem estar físico, mental e social.

da por proporcionar relaxamento e bem estar.

A massagem não substitui tratamentos médicos conven-

Porém, os benefícios da massagem vão além

cionais, ela atua de forma integrativa e complementar.

dessa fronteira – a prática tem papel importante na área da saúde.

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Outro ponto importante dos tratamentos integrativos é a utilização da capacidade de recuperação natural

Muitas técnicas orientais já são utilizadas atualmente

que o organismo tem. Somos capazes de participar do

nos tratamentos integrativos, que têm conquistado espa-

nosso processo de cura e as mudanças devem acontecer

ço em instituições de pesquisa, hospitais públicos, parti-

de dentro para fora, o que não é muito fácil. Não fomos

culares e consultórios médicos. A proposta é mudar o ce-

educados com estes preceitos, lição que precisamos

nário onde os tratamentos são feitos de forma fragmen-

aprender com os orientais e exercitar constantemente.

tada, para acolher o paciente amplamente como um todo.

O relaxamento proporcionado pela massagem con-

Neste cenário o conceito de cura deixa de ser enten-

tribui para que o corpo consiga entrar naturalmente em

dido apenas como a ausência da doença, amplia-se para

equilíbrio, dando condições ao organismo de descansar e


se recompor. Nesse processo é possível con-

aquecidas a uma temperatura prazerosa

quistar benefícios significativos quando

ao toque.

associados em tratamentos de diversas patologias, em muitos casos é um acelerador natural de cura. Conheça algumas técnicas de

REFLEXOLOGIA PODAL – A reflexo-

ESPAÇO TZÊ

logia baseia-se no princípio de que

Rua Aureliano Guimarães, 172, sala

massagens, como são aplicadas e seus benefícios: SHIATSU – Terapia completa que

720 – Vila Andrade Tel: 3628-9267 / 3628-7710 www.facebook.com/EspacoTze

utiliza recursos de pressão com os

www.espacotze.com.br

dedos, nos pontos dos meridianos. O

existem pontos reflexos nos pés e nas mãos que correspondem a cada órgão, glândula e estrutura no corpo. Ao trabalharmos massageando esses pontos reflexos, é possível liberar as tensões, eliminar bloqueios e ajudar o organismo a com-

objetivo desta técnica é normalizar o flu-

bater naturalmente inúmeras disfunções.

xo de energia dos meridianos, que podem variar entre a falta e o excesso de energia.

BENEFÍCIOS:

AN-Má – De origem indiana, esta técnica é uma das

Alívio de dores em geral – Bem estar emocional – Melhora

mais antigas e tem como principais manobras a pressão

da qualidade do sono – Diminuição da ansiedade – Me-

e o amassamento.

lhora de distúrbios psicossomáticos – Melhora de humor

MASSAGEM RELAXANTE – A aplicação é feita com

– Melhora a circulação sanguínea – Aumenta o metabo-

óleos essenciais ou cremes e tem como principais ma-

lismo dos tecidos – Melhora funcionamento intestinal

nobras o deslizamento superficial e profundo, amassa-

– Alongamento e relaxamento muscular – Aumento da

mento e fricção.

amplitude de movimentos – Melhora de padrão estru-

PEDRAS QUENTES – Massagem profundamente rela-

tural – Ajuda na eliminação das secreções pulmonares –

xante realizada com óleo ou creme e pedras vulcânicas

Redução de edemas e hematomas.

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