Revista
ANO 15 nº79 MAI/JUN 2012
CRIANcA NO TRANSPORTE PÚBLICO
Como funciona a pronta-resposta dos sistemas de rastreamento
BATEMOS O GRAND SIENA Estudamos a reparabilidade do sedan compacto da Fiat
E
INDO ATRÁS DO CARRO
Lu n su cian tr pe o ev da rint San is Su end tan ta se en na p te ,
Como é (ou deveria ser) a segurança do passageiro de menos de dez anos
Para não deixar tudo nas costas do anjo da guarda
S
egurança viária é uma cultura que deveria fazer parte da vida das pessoas desde cedo. Por isso, são tão merecedoras de elogios, as iniciativas que levam esses conceitos a crianças e adolescentes. É o caso, por exemplo, do projeto “Na Pista Certa”, da Fundação Mapfre, que promove experiências lúdicas e pedagógicas em um espaço cenográfico que reproduz as vivências do trânsito – a Porto Seguro tem uma iniciativa semelhante, com a “Cidade Portinho”, ensinando à criança seu papel de cidadão no trânsito. Ou da ONG Criança Segura, que periodicamente forma multiplicadores da prevenção de acidentes no trânsito com crianças. Mas, infelizmente, esse tipo de iniciativa é uma exceção. O mais frequente, pelo menos no Brasil, são os exemplos negativos. A criança se acostuma cedo a atravessar a rua fora da faixa de pedestre, a ver seus pais dirigindo após o consumo de bebida alcoólica e – muito grave! a viajar sem o cinto de segurança, ou outro dispositivo de retenção apropriado para a sua idade e tamanho.
em veículos de uso coletivo, como ônibus e vans – assunto da matéria de capa da presente edição. É claro que há as questões da viabilidade, da praticidade, do custo. Mas você vai conferir, no artigo do nosso especialista André Horta, que há alternativas sendo colocadas em prática no exterior. E que, com um pouco mais de boa vontade e preocupação, e sem perder o bom senso, podemos proporcionar mais segurança àqueles que menos têm noção do risco que estão correndo. Não deixe de conferir também, nesta edição, as novidades sobre o CAR Group, nosso estudo de reparabilidade. Em linha com a velocidade das mudanças que ocorrem no nosso mercado, passamos a atualizar mensalmente o nosso ranking dos “campeões do reparo”. É mais um aprimoramento no serviço que o CESVI presta para seguradoras, montadoras, oficinas, frotistas e para o consumidor final. Tenha uma ótima leitura.
E não são só os parentes que dão exemplos negativos: o poder público também poderia fazer muito mais pela segurança de quem ainda nem sabe se defender. Esta é a conclusão mais evidente quando o Estado deixa de criar uma regulamentação para o transporte de crianças
Diretor de operações
Diretor-presidente: Wilson Toneto
Tiragem: 4.200 exemplares.
Conselho Editorial: Almir Fernandes, Carolina Circelli, Eduardo Augusto
Publicidade: Fone: (11) 3948-4814
dos Santos e Alexandre Carvalho dos Santos.
E-mail: revista@cesvibrasil.com.br
Editor: Alexandre Carvalho dos Santos (Mtb. 44.252)
Almir Fernandes
Assinatura e números atrasados: Juliana Sobrinho e Leila Maria de Oliveira Silva.
Fotos: Alexandre Martins Xavier (Mtb. 30.982) e Luciana Ruffato Colaboradores desta edição: André Horta, Claudemir Rodriguez, Eduardo Augusto dos Santos, Estevam Prado Barbosa Silva, Flavio Padovan, José Palacio (IQA), Leila Maria de Oliveira Silva, Marcio Lopes.
Direção de arte e diagramação: Yes!Brasil Comunicação Henrique Marin, Lucas Hayashi Chinen, Roberto Shintate e Silvana Tai.
Redação: Av. Amador Aguiar, 700 - City Empresarial Jaraguá CEP 02998-020 - São Paulo, SP Fone: (11) 3948-4800 - Fax (11) 3948-4848 E-mail: revista@cesvibrasil.com.br www.cesvibrasil.com.br
Matéria de capa
Criança no transporte coletivo Carro
6
Reparabilidade do Grand Siena
Especial
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Ranking CAR Group agora é mensal
6 Carro
Batemos o Grand Siena e avaliamos a reparabilidade do sedan compacto da Fiat.
10 CAR GROUP MENSAL
Entrevista
Atualização do ranking de reparabilidade agora é feita todos os meses, trazendo sempre dados novos.
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16 CRIANÇA NO COLETIVO
Luciano Santanna, superintendente da Susep
Ônibus e vans não contam com dispositivos de retenção para crianças. E a segurança?
20 ENTREVISTa
34 COM O NOSSO CARIMBO
22 ASSISTÊNCIA 24 HORAS
36 PAINEL
26 CERTIFICAÇÃO DE PESO
42 ESPAÇO IQA
29 VIVA-VOZ
Legendas
Luciano Santanna - Superintendente da Susep fala sobre as prioridades do órgão regulador.
Serviço tem complexidades ligadas ao volume de atendimento.
Oficina da Odebrecht, especializada em veículos pesados, ganha certificações técnica e ambiental.
Flavio Padovan, presidente da Abeiva, fala da participação dos carros importados no nosso mercado.
30 ANTENA
Como funciona o serviço de pronta-resposta dos rastreadores.
Empresas e sistemas de rastreamento e bloqueio aprovados pelo CESVI.
Destaques sobre veículos, reparação e segurança.
José Palacio fala das oportunidades ligadas à lei ambiental.
Conteúdo digital
Confira vídeo online
Fotografia
Ilustração Textos
Ensaios de impacto: Grand Siena Estevam Prado Barbosa Silva
Batemos (e consertamos depois) o sedan compacto da Fiat. O objetivo: avaliar a reparabilidade do modelo. Veja o que nós descobrimos
GRAND SIENA Impacto dianteiro
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O Grand Siena possui uma travessa frontal com crash-box, que tem a função de absorver parte da energia do impacto em colisões de baixa velocidade. Mesmo com o crash-box absorvendo parte da energia da batida, não foi possível evitar que a longarina da lateral esquerda fosse afetada. Houve necessidade do estiramento da dianteira e de trocar a parcial dessa peça. Mas o crash-box ajudou, sim: componentes mecânicos que geralmente são danificados, como o radiador, o condensador do ar-condicionado e o eletroventilador foram poupados. Se o Grand Siena não tem uma posição melhor no ranking CAR Group, isso tem a ver com o alto custo da reparação dianteira, ao tempo consumido com a mão de obra da parte mecânica (remoção do conjunto de motor e transmissão, para a substituição parcial da longarina), e à grande quantidade de peças substituídas.
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rand Siena é o nome do novo Siena, da Fiat. O “grand” está relacionado às dimensões do veículo, que ficou maior com a adoção de uma nova plataforma. O veículo sai de fábrica com airbag duplo frontal e freios ABS com EBD de série em todas as versões. Ainda oferece, como opcionais, airbags laterais dianteiros. Nos estudos de reparabilidade do CESVI, o modelo teve um desempenho apenas mediano, ficando com a oitava colocação da categoria sedan compacto, no ranking CAR Group.
Divulgação
Impacto traseiro A parte traseira do Grand Siena não tem uma travessa com crash-box, mas possui absorvedores laterais e um central para a função. E esses absorvedores quase deram conta do recado. Permitiram que a extremidade da longarina da lateral direita e o painel traseiro fossem reparados, mas não evitaram a necessidade do estiramento na região traseira e a substituição da tampa traseira. O estudo do CESVI identificou um alto valor da tampa traseira, em comparação com a mesma peça de modelos concorrentes, influenciando negativamente no custo do reparo.
Alexandre M. Xavier
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Revista CESVI
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yesbrasil.net Divulgação
FICHA TÉCNICA DO FIAT GRAND SIENA
CAR GROUP CATEGORIA - SEDAN COMPACTO
VERSÃO
MONTADORA VEÍCULO
Motor / Posição
CAR GROUP
Volkswagen Novo Polo
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Chevrolet
Prisma
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J3 Turin
21
Versa
22
Voyage
24
Jac Nissan Volkswagen Ford Renault
Logan
28
Chevrolet
Cobalt
33
Fiat Renault Fiat Fiat Peugeot
New Fiesta 26 Sedan
Cilindrada Nº de válvulas
Taxa de compressão
39
Siena Fire
43
Siena
45
207 Passion 46
TETRAFUEL 1.4 8V EVO 4P
4 cilindros em linha 1.598 cm 3
1.368,3 cm 3
8 válvulas
16 válvulas
8 válvulas
Gasolina e/ou etanol. 72 x 84 mm 12,35+0,15 -0,2:1
77,0 x 85,8 mm 10,5:1 + 0,15
Gasolina e/ou etanol e/ou gás natural veicular 72 x 84 mm 12,35+0,15 -0,2:1
Potência (CV)
85 (G) / 88 (E) @ 5.750 rpm
115 (G) / 117 (E) @ 5.500 rpm
85 (G)/88 (E)/ 75 CV (GNV) @ 5.750 rpm
Torque (mkgf)
12,4 (G)/ 12,5 (E) @ 3.500 rpm
16,2 (G) / 16,8 (E) @ 4.500 rpm
12,4 (G) 12,5 (E) 10,7 CV (GNV) @ 3.500 rpm
Câmbio
Dualogic automático Manual 6 marchas 6 marchas
Tração
Dianteira
Direção
Hidráulica
Manual 6 marchas
Suspensão dianteira
Tipo McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora
Suspensão traseira
Eixo de torção com rodas semi-independentes
Sistema de freio Freio dianteiro
Hidráulico com comando a pedal (ABS série) Disco ventilado com pinça flutuante
Freio traseiro
Tambor com sapata autocentrante e regulagem automática de jogo 1.506 mm
Altura
1.675,4 mm
Largura carroceria Comprimento
4.290 mm
Entre-eixos
2.510 mm
Peso em ordem de marcha
1.369 kg
Porta-malas Pneus e rodas Carroceria Nº de portas Nº de ocupantes Categoria
1.141 kg
1.148 kg
1.207 kg
48 litros
Tanque
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ESSENCE DUALOGIC 1.6 16V Flex 4P
1.368,3 cm 3
Combustível Diâmetro x Curso
ESSENCE 1.6 16V Flex 4P
Dianteiro / Transversal
Construção
Gran Siena 33 Symbol
ATTRACTIVE 1.4 8V Evo Flex 4P
520 litros 185/65 R14 e opc 185/60 R15 - Pneu ecológico
195/55 R15 - Pneu ecológico Monobloco 4 portas
5 lugares Sedan Compacto
185/65 R14 e opc 185/60 R15 - Pneu ecológico
CAR Group agora é mensal Claudemir Rodriguez
Atualização do ranking de veículos com melhor reparabilidade agora é feita todos os meses, trazendo sempre dados novos para seguradoras, frotistas, montadoras, oficinas e o consumidor final
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ocê sabe qual o principal objetivo do ranking CAR Group, elaborado pelo CESVI? É permitir a comparação entre modelos de uma mesma categoria quanto à facilidade e o custo do reparo na oficina, caso o veículo venha a sofrer uma batida no trânsito. E como isso começou? Aqui no Brasil, foi em 1997, com um estudo feito pelo CESVI mesmo, e que tinha o título de “índice de reparabilidade”. A diferença é que, na época, o cálculo que chegava a esse índice era baseado, além dos custos do reparo, no preço do veículo para o consumidor. Como a influência desse preço era forte demais, o CESVI aprimorou a metodologia, excluindo essa informação do seu cálculo e, em 2002, lançou o CAR Group – adequando seus padrões ao que existe na Espanha, na Alemanha
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e na Inglaterra. Até 2005, os resultados dessa comparação entre veículos eram comunicados apenas para o mercado segurador. A partir desse ano, o CESVI ampliou o alcance dessas informações, abrindo o CAR Group para o consumidor final – utilizando para isso seu site e a própria imprensa especializada, que logo se interessou pelo estudo.
Mês a mês E eis que, em 2012, o CAR Group passa por um novo divisor de águas. Até então, o ranking era atualizado e divulgado uma vez por ano. Agora, essa atualização passa a ser atualizada todos os meses. O que pode mudar de um mês para o outro: o CESVI vai atualizar a posição de cada veículo no ranking de acordo com as mudanças que acontecerem nos preços das peças dos veículos – fator que tem grande influência no custo do reparo. Ou seja, um veículo que esteja na melhor colocação no ranking pode ser ultrapassado por modelos concorrentes caso peças como o capô ou o conjunto dos faróis tenham um aumento significativo de preço. Por outro lado, um veículo cujas peças tenham uma melhora nos preços pode evoluir em sua posição no ranking. A atualização mensal fica melhor para todo mundo, porque gera os seguintes benefícios: Acompanhamento mais apurado da variação dos preços de peças e do custo do reparo. Uma precificação ainda mais técnica do prêmio e franquia dos veículos, por parte das seguradoras. O consumidor estará com a informação mais atualizada possível para comparar entre os veículos de seu interesse no momento da compra (“com qual carro vou ter mais gastos se tiver de levar para a oficina?”). As montadoras terão uma oportunidade para aprimorar sua política de preços de peças, tornando-a mais competitiva e atraente ao mercado.
Conhecimento internacional O CESVI BRASIL É MEMBRO DO RCAR (“RESEARCH COUNCIL FOR AUTOMOBILE REPAIRS”), UM CONSELHO INTERNACIONAL DE CENTROS DE PESQUISA ESPECIALIZADOS EM REPARO AUTOMOTIVO E SEGURANÇA VIÁRIA. HOJE, O RCAR CONTA COM 25 CENTROS DE PESQUISAS DE 19 PAÍSES DIFERENTES. DESSE TOTAL, SEIS CENTROS DE PESQUISA TÊM A MARCA CESVI: SÃO OS QUE FICAM NA ARGENTINA, COLÔMBIA, ESPANHA, FRANÇA E MÉXICO, ALÉM DO NOSSO, BRASILEIRO. MUITOS DOS ESTUDOS REALIZADOS AQUI SEGUEM METODOLOGIAS INTERNACIONAIS. TUDO COM A INTENÇÃO DE ELEVAR O PADRÃO DO REPARO E DA SEGURANÇA VIÁRIA FEITOS NO PAÍS AO MELHOR QUE EXISTE NO MUNDO.
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Kit de reparo do Doblò surgiu do CAR Group
Como é feito o estudo Então vamos entender como o CESVI chega aos resultados do ranking CAR Group. O centro de pesquisa recebe o veículo antes mesmo de seu lançamento comercial. É aí que vem a hora da batida: os engenheiros e técnicos do CESVI promovem crash-tests dianteiro e traseiro do veículo (seguindo normas do RCAR para ensaios de baixa velocidade), para em seguida levá-lo à oficina-padrão do centro, onde são feitos os reparos necessários e uma análise individual das peças envolvidas. Para chegar ao cálculo final, são considerados os custos da reparação dianteira e traseira, da cesta básica de peças e da cesta dos tempos de substituição.
traseira, painel traseiro ou travessa traseira, radiador e condensador do ar-condicionado.
- Reparação dianteira e traseira Nessa etapa, o CESVI lista todas as peças atingidas nos impactos e, por meio de uma análise técnica, define as peças que podem ser reparadas e aquelas que exigem substituição. Para cada passo do reparo, são coletados os tempos do trabalho feito na reparação, substituição, mecânica e pintura. Também é avaliada a quantidade de materiais e insumos usados no processo.
- Classificação no ranking O resultado de cada estudo de reparabilidade é apresentado em um ranking, dentro de suas respectivas categorias, em uma escala que vai de 10 a 60. Quanto menor o número da escala, menor é o custo do reparo – e melhores as características de reparabilidade do modelo.
- Cesta básica de peças O CESVI fez um estudo que chegou às 15 peças externas mais substituídas em um veículo nos reparos de colisão. Esta cesta, considerada na avaliação do CAR Group, é de especial importância para as companhias seguradoras na composição dos prêmios. As peças que a compõem são as seguintes: para-choque dianteiro, grade do radiador, capô, conjunto óptico dianteiro (ou farol e lanterna dianteira), para-lama, painel dianteiro, porta dianteira, porta traseira, para-choque traseiro, tampa traseira, lanterna traseira, lateral
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Alexandre M. Xavier
- Cesta de tempos de substituição O CESVI também fez um estudo sobre as peças que, em conjunto, representam os trabalhos que mais acontecem quando um veículo vai para a oficina. As peças são as seguintes: painel dianteiro, porta dianteira e painel traseiro (ou travessa traseira).
De 1997 para cá, o CESVI já realizou mais de 290 crash-tests para o CAR Group, entre veículos nacionais e importados
O consumidor às vezes nem sabe, mas pode estar pagando a menos pelo reparo de um veículo graças às sugestões oriundas do CAR Group. Diversas montadoras acatam as sugestões do CESVI, consequentes do estudo, para que seus veículos tenham um custo de reparo mais competitivo. Exemplo disso é o Fiat Doblò. Quando o modelo passou pela pista de crashtests do CESVI, o radiador do carro sofreu um dano em seu ponto inferior de fixação. Diagnóstico: precisava de substituição. E um radiador novo custava R$ 505,34. Na época, o CESVI sugeriu à Fiat que oferecesse um kit de reparo para essa peça. O que isso quer dizer: se o ponto de fixação for danificado, só ele precisa ser trocado, não o radiador inteiro. Com isso, um custo de substituição que seria de R$ 505,34 cai para somente R$ 26. Ótimo para o consumidor, ótimo para a seguradora, que teria de pagar pela peça. A Fiat acatou a sugestão do CESVI, e seu modelo Doblò é comercializado com o kit de reparo.
Divulgação
Confira no site do CESVI outros exemplos em que as montadoras acataram sugestões do CESVI, oferecendo modelos de melhor reparabilidade graças ao estudo CAR Group: migre.me/9roBK
Como eles usam o CAR Group Até outro dia, o consumidor final, seguradoras, frotistas, montadoras e outros players do mercado automotivo não tinham parâmetros técnicos quando o assunto era reparabilidade e danabilidade veicular. Hoje, esse mercado conta com uma ferramenta técnica importantíssima na figura do CAR Group. As informações do estudo auxiliam as seguradoras na precificação do seguro, ajudam as montadoras com sugestões de melhorias em seus produtos, fornecem informações sobre os custos de reparo para os frotistas, e dão embasamento para a decisão de compra do consumidor.
- Seguradoras Num passado recente, as seguradoras não possuíam dados do veículo, como histórico de furto e roubo, disponibilidade de peças e, principalmente, reparabilidade. Com isso, as companhias precificavam o seguro dos novos veículos por mera similaridade – ou seja, sempre davam um preço semelhante (ou igual) ao do seguro de um veículo que já existisse no mercado. Os estudos de reparabilidade do CESVI mostraram que, por mais que dois veículos sejam parecidos, cada modelo pode ter um comportamento diferente diante de uma colisão. Como as montadoras têm se empenhado em lançar veículos com melhor comportamento em colisões de baixa velocidade, a precificação por similaridade significaria estabelecer um custo maior do que o devido por um veículo novo que tenha uma reparabilidade melhor que a de um modelo semelhante mais antigo.>>
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No desenvolvimento de veículos com tecnologia voltada para absorção de energia em impactos de baixa velocidade. Por exemplo, modelos equipados com absorvedores de impacto no para-choque e kits de reparação.
Na diminuição do custo de reparo em função de um menor número de peças afetadas – e de um menor tempo de reparo.
Num melhor estudo na composição das peças da cesta básica.
Na relação entre baixo investimento e alto beneficio na venda do produto (devido ao menor custo de seguro).
Na maior integração entre montadora e seguradora. As montadoras passaram a ter um profissional exclusivamente responsável pela relação com as companhias de seguros.
Na criação de estratégias de pós-venda para funilaria e pintura.
- Frotistas A grande maioria dos frotistas no Brasil não faz seguro de sua frota. Por isso, acaba arcando com os custos de reparo, quando necessários. Mesmo assim, o ranking CAR Group é usado como ferramenta técnica de informação para o frotista, na decisão da escolha de veículos da sua frota. Quando se pensa no custo de reparo de uma frota de dezenas ou até centenas de veículos, as variações entre os modelos – identificadas no CAR Group – fazem grande diferença.
Faça comparativos entre o CAR Group (e outros índices) de veículos de uma mesma categoria no site do CESVI: migre.me/9jGBc
Alexandre M. Xavier
yesbrasil.net
- Montadoras Durante o processo de estudo do veículo, o CESVI BRASIL fornece às montadoras uma série de sugestões de modificações de projeto, para que o veículo tenha uma reparabilidade melho – e, consequentemente, tenha uma posição melhor no ranking CAR Group. Em diversas manifestações formais, as montadoras registram que acataram as sugestões técnicas feitas pelo centro de pesquisa. As montadoras utilizam o CAR Group da seguinte forma:
O
É público, é coletivo ...mas é seguro?
transporte de menores de dez anos em veículos, assim como o uso de dispositivos de retenção de crianças, tem uma regulamentação específica: a resolução 277 do Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Apesar da norma ter entrado em vigor dez anos após a vigência do Código de Trânsito Brasileiro, mesmo assim deixou de tratar da segurança das crianças nos veículos de transporte coletivo, em táxis e no transporte escolar. Em 2010, o Ministério Público Federal propôs ação civil pública, com a intenção de obrigar o Contran a regulamentar o transporte de crianças nesses veículos – ainda que de forma educativa e temporária. Mas não deu certo: a decisão judicial foi contrária à proposta. Poderia ser pior. Até 2008, não havia nenhuma regulamentação quanto
Atualmente existem quatro modelos de dispositivos de retenção para crianças: 1. Até 1 ano
“bebê-conforto” ou conversível.
2. Acima de 1 ano e até 4 anos
cadeirinha.
3. De 4 a 7,5 anos
assento de elevação.
4. Acima de 7,5 anos cinto de segurança.
ao uso de assentos e dispositivos de retenção apropriados para crianças, e a fiscalização do uso desses dispositivos em veículos de passeio começou em 2010. Deu tanto resultado que, atualmente, as estatísticas de redução de mortes de crianças nas vias giram em torno de 40% a 60%, dependendo da fonte consultada. Não dá para negar a valiosa contribuição da resolução para que tenhamos menos vítimas, crianças, nos acidentes de trânsito. Mas uma boa notícia não nos dispensa de pensar em outras situações, em que a criança corre sérios riscos no trânsito. Já discutimos, nesta revista, sobre os perigos aos quais está exposto qualquer indivíduo dentro de um ônibus, sem cinto de segurança. Imagine, então, quando pensamos que essa pessoa tem a resistência e a estrutura corporal frágeis de uma criança de menos de dez anos... Lembrou-se das freadas bruscas que você já testemunhou dentro de um ônibus – e teve de fazer muita força para se segurar e não ser arremessado dentro do transporte coletivo? Imagine o que (não) pode fazer uma criança nesta mesma situação...
Ônibus e vans não contam com dispositivos de retenção para crianças. Entre questões de praticidade e custo, fica uma questão: a segurança não deveria ser o mais importante? Alexandre M. Xavier
Alexandre M. Xavier
Até 2008, não havia nenhuma regulamentação quanto ao uso de assentos dispositivos de retenção apropriados para crianças
André Horta
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Só para lembrar
Toda a insegurança de uma mãe tendo de segurar a criança no colo, em um ônibus em movimento
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Números: a criança no veículo
Proposta de modelo
É fato que instalar os dispositivos de retenção infantil não é tarefa das mais simples em automóveis, especialmente nos veículos considerados populares. Tentar instalar um mesmo modelo de dispositivo de retenção nos diferentes tipos de assentos existentes em micro-ônibus, vans e ônibus é tarefa praticamente impossível. Mas é possível, sim, procurar alternativas. Um modelo de “bebê-conforto” já instalado e adaptado ao veículo é prática que existe no exterior, assim como uma fixação de dispositivo de retenção ao assento e o transporte das crianças no próprio carrinho. Opções para o transporte de crianças de modo seguro no transporte público viário, existem. Faltam, talvez, criatividade, preocupação e iniciativa nesse sentido.
Em 2010 (dados mais atuais do Ministério da Saúde), 1.895 crianças de até 14 anos morreram vítimas do trânsito. Deste total, 38% corresponderam aos atropelamentos, 36% aos acidentes com a criança na condição de passageira do veículo, 5% na condição de ciclista e os 21% restantes corresponderam a outros tipos de acidentes de trânsito. Além das mortes, 14.936 crianças foram hospitalizadas vítimas de acidentes de trânsito. Ou seja, independente do veículo em que estavam, 685 crianças morreram e 3.673 foram internadas vítimas de acidentes como ocupantes de veículos. Testes de colisão mostram que, num acidente, uma criança de 10 kg, num carro com velocidade de 50 Km/h, passa a ter 500 kg ao ser jogada para frente. Ou seja, mesmo no colo, uma mãe nunca conseguiria segurar a criança nessa situação ou poderia esmagá-la. (Fonte: ONG Criança Segura)
Como não adianta muito apontar o problema sem sugerir propostas de solução, temos uma sugestão de dispositivo que pode ser adotado no Brasil – após a devida homologação do equipamento e a regulamentação de seu uso pelas autoridades. O estudo (de origem espanhola) “Um Novo Conceito para os Cintos de Três Pontos e o Sistema de Retenção de Crianças em Ônibus”, dos pesquisadores Ignasi Ferre e Joaquim Huguert, parece solucionar a incompatibilidade de dispositivos de proteção para crianças em transporte coletivo viário. O relatório descreve o desenvolvimento de um novo conceito de cinto de segurança de três pontos, autoajustável e compatível com o uso adulto e infantil (crianças acima dos três anos), cujo sistema patenteado é capaz de oferecer solução efetiva e de baixo custo para a segurança de crianças em ônibus. Cintos de segurança de três pontos são normalmente projetados para uso em pessoas adultas e com estatura acima de 1,45m. Entretanto, seu uso em crianças pequenas é especialmente perigoso. Isso porque, numa situação que exija “esforço”
Arquivo Pessoal André Horta
Cadeirinha para criança em ônibus de Voss, na Noruega
Organização dedicada à prevenção de acidentes com crianças entre zero e 14 anos, a ONG Criança Segura atua no Brasil desde 2001 e faz parte da rede internacional Safe Kids Worldwide, fundada em 1987, nos Estados Unidos, pelo pediatra Eichelberger. Alessandra Françoia, coordenadora nacional da ONG, fala sobre o transporte de crianças no transporte público, com exclusividade para a REVISTA CESVI.
Arquivo Pessoal Emerson Feliciano
“Bebê-conforto” já instalado e adaptado em ônibus de Madri, Espanha
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Existe a perspectiva de, em breve, haver uma regulamentação específica para dispositivos de retenção para crianças no transporte coletivo?
Alexandre M. Xavier
Estudo espanhol sugere cinto de segurança de três pontos, autoajustável e compatível com o uso adulto e infantil, que poderia ser usado em ônibus
Em defesa da criança
Acho difícil porque é inviável do ponto de vista de praticidade e custo Além disso, a quantidade de vítimas de acidentes, crianças, dentro do ônibus, é muito pequena para sensibilizar as autoridades nesse sentido. Não conheço exemplos internacionais em que seja obrigatório.
imagem 1
imagem 3
imagem 2
do cinto, é alto o risco de lesões na região abdominal da criança, que pode escorregar por baixo da faixa subabdominal. Já esse novo sistema de retenção foi desenvolvido justamente para oferecer compatibilidade de uso para adultos e crianças, podendo ser usado para aumentar a segurança nos transportes coletivos, sejam ônibus ou vans. No modelo proposto, o sistema ajustável faz parte do assento e permite a regulagem da altura da faixa diagonal do cinto conforme a altura da pessoa, oferecendo maior proteção à região abdominal do ocupante (confira na imagem 1). Além disso, o sistema permite a instalação de outros dispositivos de retenção infantil, como a “cadeirinha” (ver imagens 2 e 3). Ônibus e vans são meios de transporte indispensáveis à população. Cuidar da segurança dos passageiros é importante, especialmente o transporte escolar, onde os jovens passageiros necessitam de dispositivos de retenção com requisitos específicos. Adotar um sistema neste modelo pode preencher, em parte, a lacuna criada pelas exceções previstas na resolução do Contran, principalmente em relação ao transporte coletivo de crianças em veículos de transporte escolar e nos ônibus rodoviários, pelo menos. Além de aumentar as chances de sobrevivência das crianças em casos de acidentes, o uso de dispositivos de retenção poderá auxiliar no desenvolvimento de uma cultura de prevenção e segurança viária, como a utilização do cinto de segurança, algo de que alguns adultos andam “um pouco esquecidos”. Usar corretamente o cinto de segurança e os dispositivos de retenção infantil pode salvar vidas. Em que situações deveria ser obrigatório? No transporte rodoviário, já que, para esse tipo de veículo e situação, a instalação é viável, e você não encontra um sistema que proteja a criança. Os Estados Unidos têm feito testes em sistemas de retenção para crianças em ônibus rodoviários. Quando, em 2010, começou a fiscalização do uso dos assentos especiais para crianças, no Brasil, houve muita discussão sobre o uso em táxi, que agora não é obrigatório. Como vê essa questão? Deveria ser obrigatório, claro. Nada impede o uso. Os pais podem chamar o táxi por telefone e solicitar um que tenha os recursos para o transporte seguro da criança, assim como cadeirantes pedem táxis que possam atendê-los.
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Tem como fazer?
Confira um “guia da cadeirinha” no site da ONG Criança Segura, com o tipo de assento e a posição mais adequados de acordo com o peso e a idade da criança no veículo: migre.me/9i3bU
Revista CESVI
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Alexandre Carvalho dos Santos e Eduardo Augusto dos Santos
Redesenhando o seguro
Divulgação
“O microsseguro vai representar um novo ciclo na história do seguro no País. Teremos opções voltadas para as classes mais baixas, o seguro poderá ser contratado via celular.”
O que a Susep representa, hoje, para o mercado brasileiro?
Luciano Portal Santanna, Superintendente da Susep
A
pós uma rápida passagem de Paulo Santos pelo principal cargo da Susep, o novo número 1 da Superintendência de Seguros Privados é Luciano Portal Santanna, ex-procurador-chefe da entidade. Profissional que começou a carreira como advogado, em Porto Alegre (RS), chegando à chefia do Gabinete da Procuradoria-Geral federal, Santanna tem pela frente o desafio de comandar a autarquia – vinculada ao Ministério da Fazenda – responsável pelo acompanhamento e fiscalização dos mercados de seguros, previdência privada, capitalização e resseguro. Nesta entrevista exclusiva para a REVISTA CESVI, o novo superintendente da Susep fala sobre as prioridades do órgão durante a sua gestão: combater as associações marginais que atuam na carteira de veículos e consolidar o microsseguro no País.
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Como órgão regulador e fiscalizador, a Susep representa o respeito aos marcos jurídicos relacionados ao seguro – é o respeito às regras que permite que exista um mercado estável no Brasil. Mas também ajudamos a fomentar esse mercado, com o estabelecimento de normas que permitam às empresas ampliar seu leque de possibilidades. E ainda criamos marcos que auxiliam e protegem o consumidor de seguros. Nossa autarquia tem o desafio, como órgão público federal, de olhar para um setor que representa 25% do sistema financeiro nacional.
Há exemplos de práticas de seguro realizadas em outros países, que o Brasil poderia aproveitar? Eu até poderia citar exemplos da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, mas o problema é que o seguro ainda não está disseminado no Brasil, como acontece nesses lugares; ainda não faz parte da nossa cultura. Por isso, qualquer comparação, apesar de bem-vinda, pode acabar sendo inadequada. Antes de tudo, precisamos fazer com que o brasileiro – independentemente de classe social – entenda o seguro como um meio de proteção dos seus bens, dos seus investimentos futuros e até da sua vida. Ainda estamos num processo de amadurecimento.
O que acha do uso de rastreadores contra o roubo e furto de veículos? São aparatos que auxiliam na proteção e, quando necessários, podem e devem ser usados. Mas é preciso verificar se o consumidor aceita este tipo de tecnologia, já que ela pode ser vista como uma intromissão na sua vida particular. De forma geral, num sentido amplo, não vejo problema nenhum.
Há dois assuntos prioritários: o combate ao mercado marginal de seguros e a regulamentação do microsseguro. No primeiro caso, estamos atuando – desde que eu assumi a Susep – de forma implacável contra associações ou cooperativas que vendem seguros ou produtos similares que não estejam de acordo com as regras. Muita gente é atraída pelos preços mais baixos oferecidos por essas entidades e, na hora de resgatar o sinistro, acaba tendo um enorme prejuízo. Nossa diretoria de fiscalização tem uma forçatarefa dedicada exclusivamente a essa questão. Já o microsseguro – cuja regulamentação sairá ainda neste semestre – deverá representar um novo ciclo da história do seguro no País. Teremos seguros voltados para as classes mais baixas, com valores mais acessíveis. O seguro poderá ser contratado via celular, e teremos correspondentes bancários – como lotéricas e mercados – para facilitar o pagamento dos boletos. Vamos criar a figura do corretor de microsseguros, pessoas da própria comunidade que, após o devido treinamento, estarão aptas a vender o seguro nessa região. Com isso, vamos incorporar uma gama enorme de pessoas na rede de proteção do seguro, gerando emprego e renda.
Esses serão os maiores desafios da sua gestão?
Em relação à carteira de veículos, como vê a relação entre o consumidor e o seguro? O maior problema é a atuação significativa de um mercado marginal nesse segmento. Cerca de 90% das empresas marginais do mercado segurador atuam junto à carteira de automóveis. O consumidor precisa ficar atento e, antes de assinar qualquer contrato, verificar no site da Susep se a empresa está cadastrada na autarquia.
Que temas estão em pauta para discussão na Susep até o final do ano?
É possível implantar um modelo de renovação de frota no Brasil? Sim, claro. Mas antes precisamos avançar na criação de uma cultura de contratação de seguros no País.
O maior desafio é criar um ambiente cada vez mais estável, para que o mercado de seguros possa se expandir, e, ao mesmo tempo, proteger o consumidor contra qualquer tipo de abuso. O mercado precisa crescer com responsabilidade, atraindo mais investimentos, mas tendo sempre o foco no consumidor. Todo o trabalho da Susep é voltado para esta questão.
Revista CESVI
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24 horas,
sete dias
da semana Alexandre Carvalho dos Santos
S
Serviço de assistência 24 hOras tem complexidades ligadas ao volume de atendimento. E é a cara da seguradora quando o cliente precisa de ajuda imediata
Alexandre Martins Xavier
eu carro tem uma pane elétrica e para de funcionar em uma avenida movimentada da cidade. Ansiedade... Chateação... Mas, ei, o seu seguro inclui assistência 24 horas para casos como este? Ufa! Então você sabe que pode ligar para a seguradora e, em cerca de alguns minutos, alguém virá para verificar e solucionar o problema. Se o dano não permitir solução imediata, seu carro será conduzido até uma oficina, e você, levado para casa. O que pouca gente sabe é que, quando você entra em contato com a seguradora atrás de um serviço desses, não é alguém da companhia que atende ao telefone – embora a pessoa se identifique como sendo da seguradora de sua preferência. Quem está do lado de lá, de prontidão para solucionar o seu problema – e no menor tempo possível – é uma empresa especializada em assistência 24 horas. Esse tipo de prestador de serviço é, certamente, um dos maiores
parceiros das companhias de seguros. E é também um tipo de aliado no qual a seguradora tem de depositar confiança total. Afinal, lida com o cliente da companhia num momento muito delicado, muitas vezes quando seu veículo está com um problema que o impede de entrar em movimento. Dependendo da situação, o segurado pode ter urgência no serviço e até estar correndo risco – se o carro parar num local perigoso, sem acostamento ou mal iluminado. Caso o serviço não aconteça da melhor forma possível, é a imagem da seguradora que tem um abalo diante dos olhos do cliente.
Pesquisas apontam que a velocidade de chegada ao local do atendimento é o atributo mais valorizado no serviço de assistência
Gibran Marona, da Tempo
Frequência maior que a do sinistro A operação de uma empresa de assistência 24 horas não é nada simples. Para começar, o volume de ocorrências é, no mínimo, cerca de três vezes maior que a frequência de um sinistro. Afinal, é muito mais comum o veículo ter uma pane qualquer do que sofrer uma batida de trânsito ou ser roubado. As empresas de assistência socorrem
o segurado até quando ele fica sem combustível. Esse volume, por um lado, gera uma oportunidade da seguradora se aproximar do cliente, mostrando serviço com mais frequência, deixando de ser aquela empresa que só vai aparecer se acontecer algo de muito ruim com o veículo ou com o próprio segurado. Por outro lado, faz com que o controle da qualidade da operação seja essencial e complexo. Um exemplo disso é a operação da Tempo Assist, uma empresa de assistência que presta serviço para diversas seguradoras, e que, segundo pesquisa de uma consultoria contratada pela empresa, tem até 35% de participação de mercado. Segundo Gibran Marona, vice-presidente da Tempo, a empresa realiza 4.600 assistências todos os dias. Desse total, há problemas de atendimento em nove ocorrências diárias, 0,2% da operação. Parece pouco, não é? “Só que, quando você multiplica esses nove problemas de atendimento pelos 30 dias do mês, chega a 270 pessoas insatisfeitas com o serviço todos os meses. É o próprio volume do negócio que o torna extremamente crítico”, afirma o executivo. Essa complexidade vai além: o guincheiro que chega para rebocar seu carro, assim como o mecânico que vem de moto, não é empregado da empresa de assistência – é um terceiro. E é o serviço desse prestador, ou o tempo que ele leva para chegar ao local do atendimento, que mais vai contar para a percepção de qualidade por parte do cliente. A empresa de assistência é responsável por toda a coordenação e gestão desse atendimento.
Passo a passo da operação
1
Pane no veículo. Você liga para a seguradora, pedindo assistência técnica.
3
A atendente faz perguntas objetivas sobre o seu problema, para identificar se é caso de mandar socorro mecânico ou guincho, ou se nem é caso de assistência. O tempo desse atendimento gira em torno de 3 a 5 minutos.
2
Quem atende a ligação, na verdade, é um departamento da empresa de assistência (exclusivo para atender aos clientes dessa seguradora específica). A atendente se identifica como se fosse da sua seguradora – por isso, você não percebe a diferença.
4
Um prestador de serviço – contratado
pela empresa de assistência – é acionado.
Pode ser um guincheiro, um mecânico, um especialista na parte elétrica do veículo... Ele se dirige ao local do atendimento no menor tempo possível.
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Ou o problema é resolvido na hora ou o carro é conduzido para uma oficina, enquanto o proprietário do veículo é levado para casa.
Divulgação
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Dá para automatizar? A decisão sobre que tipo de atendimento deve ser feito, apesar de estar nas mãos do atendente que recebe a ligação do segurado, é quase mecânica. Na Tempo, baseia-se completamente num check-list, que vai dizer
Prontidão e agilidade: essenciais
Na Tempo, telas permitem monitoramento total e contínuo do atendimento feito pelo guincheiro ou socorro mecânico
se o caso é para socorro mecânico, elétrico ou guincho mesmo. Ainda assim, Gibran Marona não acredita que,
Segundo pesquisas, o atributo que o cliente mais valoriza no atendimento da empresa de assistência é o tempo de chegada – outro fator crítico quando se pensa no trânsito das grandes cidades e nos riscos que o cliente pode estar correndo a cada minuto de demora. Qual a rapidez ideal para esse atendimento? Depende. Você mora em São Paulo ou em Embu das Artes? Está fazendo sol ou chovendo? “Esse tempo oscila muito de acordo com a cidade, o dia da semana, as condições climáticas...”, explica Gibran. “Um atendimento que tiver de ser feito numa rodovia, durante uma volta de feriado, certamente vai demorar mais do que um serviço feito no mesmo lugar, mas num dia de semana normal. Se o guincheiro tiver de cruzar São Paulo na hora do rush para fazer um atendimento, e conseguir chegar lá em meia hora, o cliente vai ficar satisfeito. Mas se um socorro demorar 30 minutos em Embu das Artes, o cliente vai concluir que o serviço demorou muito, porque ele sabe que, em 30 minutos, é possível dar oito voltas na cidade toda.” O executivo da Tempo explica que, justamente por conta dessas variáveis, a medição mais importante para a empresa de assistência é a da satisfação do cliente. Se, em determinadas circunstâncias, o cliente julgou que o tempo
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de chegada foi razoável, ok. Isso conta mais do que o prestador ter levado 15 ou 35 minutos, já que o segurado pode compreender que, naquele dia, estava chovendo, a cidade estava com um trânsito superior à média, o local era de difícil acesso... ou tudo isso junto. Para garantir a satisfação desse cliente, a Tempo se cerca de todos os recursos possíveis para o monitoramento da operação. Uma central repleta de telões controla todo o deslocamento do prestador de serviço. Os profissionais dessa área identificam rotas com maior ou menor trânsito, veem a velocidade média das vias da cidade, detectam problemas no percurso. Com isso, o prestador é orientado a usar os melhores caminhos, ou tem como avisar o cliente sobre um possível atraso.
O cliente dentro de casa O trabalho próximo entre seguradora e empresa de assistência 24 horas é essencial para o sucesso da operação. “Os clientes acompanham muito de perto essa operação”, afirma Gibran Marona. “É muito forte o conceito de cogestão do negócio. Os nossos clientes corporativos, as seguradoras, estão aqui dentro o tempo inteiro. Cada seguradora tem um profissional que fica aqui, porque é um negócio muito crítico para eles e que influencia na imagem que eles transmitem para o segurado.”
com o tempo, esse trabalho dispense as pessoas da operação. Afinal, poderia ser apenas uma questão
Gestão da fraude
Segundo Gibran Marona, a atividade de assistência ainda tem muito campo para desenvolvimento. Na área de automóvel, a tendência é que as operações fiquem cada vez mais integradas ao trabalho relacionado ao sinistro. Até como forma de minimizar a ocorrência de fraudes. Isso ainda não se faz de uma forma muito estruturada no Brasil. Mas, se você conseguir falar diretamente com o segurado no momento em que a ocorrência acabou de acontecer, é possível colher informações que podem diminuir a chance do cliente inventar alguma coisa, ou abusar do serviço.” E quando esse abuso pode acontecer na operação de assistência? Um exemplo é quando o segurado mora no Rio de Janeiro, mas diz que bateu o carro em Manaus. E aí pede para ser levado para casa (para o Rio), já que a assistência 24 horas lhe oferece esse deslocamento. “São casos em que a gente leva um tempo maior para apurar, porque a probabilidade de fraude ou abuso é bem significativa. E a empresa de assistência também tem de ser eficiente nessa medida. Se eu não for eficiente na gestão da fraude, eu me torno mais caro que os meus concorrentes para a seguradora. Eu perco competitividade.”
de teclar 1 se o carro está sem gasolina, 2 se a bateria acabou... Mas não é bem assim. “Não acredito que vá ser totalmente automatizado, e não funciona dessa forma em nenhum país do mundo”, aponta Gibran. “A pessoa que nos liga está passando por um momento de estresse. O calor humano é muito importante para acolher a pessoa e acalmá-la.”
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Mudança de comportamento
Certificação
de peso Alexandre Carvalho dos Santos
Oficina da construtora Odebrecht, especializada em reparo de veículos pesados, conquista certificações técnica e ambiental, tornando-se referência em melhores práticas
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Alexandre Martins Xavier
A adequação para a certificação começou logo com um trabalho voltado para a organização, com melhorias de controles e de processos. Na análise de Raul, a oficina da Odebrecht já estava evoluída suficientemente para conquistar a certificação. Mas faltava um aprimoramento em processos, armazenamento, limpeza e descarte. “O CESVI nos ajudou a formalizar trabalhos na oficina e estabelecer um padrão”, aponta o gerente. Na parte de meio ambiente, a oficina teve foco em práticas e controles da gestão de resíduos. Segundo Raul, quando se fala em melhorar a organização da empresa, estamos falando também em mudança de comportamento E isso envolve dois fatores: tempo e treinamento. “É um processo que você tem de deixar amadurecer ao longo do tempo, mas também precisa ficar
U
ma oficina muito diferente das que você vê pela cidade. Assim é a oficina da construtora Odebrecht, em Guarulhos (SP). A manutenção ali é dedicada especialmente a veículos pesados, muito pesados, como guindastes usados em obras de prédios, por exemplo. Um reparo de um veículo desse tipo pode levar até seis meses para ser concluído, envolvendo desmontagem, a participação de terceiros no reparo de um motor ou outra peça cuja manutenção não seja ali, e a montagem do veículo completo. Por isso mesmo, não se trata de um lugar com muito volume de veículos passando pela oficina. Por outro lado, a qualidade do serviço é fator-chave para que elementos tão importantes em grandes obras tenham um funcionamento sempre perfeito. Mas o que levou a Odebrecht a procurar a certificação do CESVI para sua oficina foi um motivo que vai além dessa necessidade. A área de gestão de equipamentos da empresa quer disseminar uma cultura de melhores práticas por todo o setor. E escolheu justamente a oficina como ponto de partida, para ser uma referência em excelência para toda a empresa. Os trabalhos de consultoria e adequação aconteceram em 2009, e a oficina conquistou logo duas certificações do CESVI: a técnica e a ambiental. “Já há alguns anos, trabalhamos para dar uma melhoria técnica e de processos na área de gestão e manutenção de equipamentos”, explica Raul Cancegliero, gerente de equipamentos da empresa. “Mas precisávamos de um modelo que fosse um exemplo, para a organização inteira, de quais são as melhores práticas em manutenção. Então analisamos que a oficina seria o início dessa melhoria tanto de pessoal como de estrutura e processo. Fizemos uma pesquisa de mercado para saber quem seria o melhor parceiro para uma consultoria nesse sentido e chegamos ao CESVI.”
Equipe da oficina já está madura em termos de organização e processos
alimentando com treinamento da mão de obra. Hoje, após essas certificações, nossa equipe já está extremamente madura. Por exemplo: antigamente, algumas situações inadequadas dentro da oficina, como equipamentos fora de lugar e questões de limpeza, não costumavam incomodar os profissionais aqui dentro. Agora, qualquer peça fora do lugar certo ou um ambiente menos limpo do que deveria ser já incomoda muito qualquer um. É uma mudança de cultura, que leva imediatamente a uma mudança de comportamento no dia a dia.”
Cada coisa no seu lugar
Tudo organizado e com fácil acesso na área de ferramentaria
Hoje, na oficina da Odebrecht, tudo está devidamente organizado e separado. Nada sobra. Esse trabalho de organização fica muito evidente na área de ferramentaria, onde há até uma foto-modelo, mostrando para todos os colaboradores onde deve ficar cada peça. Segundo Raul Cancegliero, antes a oficina tinha o costume de ir guardando peças que, no dia a dia, não tinham muita utilidade. Agora, só fica à disposição imediata dos profissionais as peças que realmente são usadas. A mesma organização se vê na instalação de estantes para peças grandes. A organização é total, e a facilidade de acesso é visível. O sistema de pintura também mudou graças à certificação. “Tínhamos um sistema convencional, passamos para um modelo ‘airless’, em que não há um compressor e não funciona pela pressão do ar para impulsionar a tinta. O sistema agora é movido por uma bomba de alta pressão. Com isso, diminuímos a névoa produzida no spray da pintura, minimizando o risco de ter um comprometimento ambiental e também o desperdício de tinta”, afirma Raul.
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Essencial
Carimbo verde em tudo As melhorias voltadas para a certificação ambiental foram muitas. Hoje, a oficina da Odebrecht faz jus ao selo verde conquistado. E é muito importante constatar que, no caso deles, a preocupação com a ecologia não é só marketing da empresa. “Não fizemos essas adequações ‘para inglês ver’”, ressalta Raul. “Fazemos questão que essa mentalidade faça parte da nossa cultura e da de todos os integrantes da nossa equipe, não importa qual o grau hierárquico da pessoa. Você precisa encarar a questão ambiental de frente, integrá-la ao seu processo de produção e trazer isso para você, transformando em um valor da empresa.” Desde a certificação, a oficina tem um reciclador de solvente. Com isso, agora consegue recuperar 85% do seu solvente usado na operação de pintura, reduzindo o descarte de forma significativa e ainda conseguindo uma economia de material. A empresa também já conta com um separador de água e óleo. Desta forma, já pode liberar uma água mais limpa para o meio ambiente. A meta agora é conseguir fazer o reaproveitamento dessa água. “Como a nossa estrutura aqui não é nova, o custo para implantar o reuso da água ainda inviabiliza esse processo. Mas continuamos estudando uma alternativa para conseguir fazer esse reuso, que consideramos muito positivo”, explica o gerente de equipamentos. Além dos fluidos, a empresa se preocupa também com os resíduos sólidos. Tudo o que é produzido desse tipo de resíduo –
Raul Cancegliero, gerente de equipamentos da Odebrecht
de lâmpadas a material proveniente do refeitório – é separado em uma área para ser coletado por empresas especializadas em descarte correto do ponto de vista ambiental. A Odebrecht vai além das exigências da legislação nessa área. A visita que os profissionais da empresa fizeram ao CESVI, na época da certificação, ainda rendeu uma ideia que foi implantada na oficina deles. Raul viu no centro de pesquisa um lavador de peças com tratamento de bactérias. Gostou tanto do equipamento que adquiriu um para a Odebrecht. “Esse equipamento elimina em 100% os resíduos de solventes para desengraxar peças. E a consciência disso fez também com que nós passássemos a trabalhar com um desengraxante menos agressivo do que aquele que tínhamos antes. Você vai percebendo que, com pequenas ações na oficina, é possível para a empresa melhorar tanto a questão ambiental quanto na redução dos riscos à saúde do trabalhador São iniciativas fundamentais para qualquer empresa com consciência ecológica”, conclui.
Gerente da empresa aponta para separador de água e óleo
Consultoria mostra o caminho Interessados nos serviços de consultoria do CESVI podem entrar em contato pelo e-mail: negocios@cesvibrasil.com.br, ou pelo telefone (11) 3948-4847
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Participação salutar dos carros importados
“Com a chegada do primeiro carro importado, em 1990, foi muito natural que o Brasil notasse o atraso tecnológico dos produtos nacionais”
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Novo cenário diante do consumidor
Flavio Padovan
alar sobre a contribuição dos veículos importados no processo de desenvolvimento do Brasil – tema proposto por esta conceituada publicação técnica – requer uma breve retrospectiva, que remonta ao início dos anos 1990. Ainda é muito forte a lembrança da frase proferida pelo então presidente da República, Fernando Collor de Mello, que classificou os carros nacionais de “carroças”. É injusto analisar o fato separadamente, pois o Brasil estava fechado ao mundo, com reservas de mercado para vários setores industriais. No setor automotivo, as quatro montadoras à época ofereciam ao consumidor brasileiro não mais do que 50 modelos e versões. Não havia competitividade, produtividade, diversidade de produtos. Assim, com a chegada do primeiro carro importado, em maio de 1990, foi muito natural que o Brasil passasse a encarar o automóvel estrangeiro com outros olhos, e notasse o atraso tecnológico dos produtos considerados nacionais. As montadoras aqui instaladas já detinham a tecnologia de eletrônica embarcada, por exemplo, até porque suas matrizes a dominavam. Mas foi preciso acontecer a chegada dos importados e a reação dos consumidores para que o mercado começasse a mudar. De quatro montadoras locais, a partir de 1990 o setor automotivo brasileiro passou a contar com mais 32 importadoras [em 1997]. Hoje são 12 montadoras e mais 28 importadoras. Parcela significativa das associadas à Abeiva tornou-se fábrica, a partir de 1996, como a Mercedes-Benz (automóveis), Toyota, Honda, Mitsubishi, Nissan, Renault, Peugeot e Citroën. Audi e Dodge chegaram a instalar fábricas, mas depois as fecharam. A primeira e importante contribuição das associadas à Abeiva, portanto, foi em relação à instalação das marcas no País como importadoras e, na sequência, como fábricas. O segundo movimento de grande vigor começou no ano passado, quando as associadas BMW, Chery, JAC Motors, Land Rover e Suzuki anunciaram intenção de construir fábricas no País. E, novamente, a Abeiva mostrou sua importância, ao proporcionar a possibilidade de conhecer o mercado brasileiro e, depois, se instalar. Esse mesmo fenômeno também está acontecendo no setor de caminhões. Foton, Schacman, Sinotruck, DAF e Dongfeng são algumas das montadoras estrangeiras hoje em negociação aqui.
Nesse primeiro intervalo de 20 anos de importação, o consumidor brasileiro passou a ter mais de mil modelos e versões, eletrônica embarcada, motorização mais avançada, design e diversidade de categorias de veículos (SUVs, sedãs de médio e grande porte de luxo, compactos Premium, minivans, crossovers, esportivos, superesportivos, entre outras). Mas, sobretudo, os carros importados formam parâmetros de preços. De outra parte, inegável a evolução dos carros nacionais. Ao optar por ser polo produtivo de veículos compactos, o Brasil tornou-se um grande especialista, em qualidade, mas não o suficiente para impedir a chegada, agora, dos carros compactos chineses, que têm ofertado ao consumidor brasileiro produtos muito completos, com itens como direção elétrica, ABS, airbag, vidros e travas elétricas. Mais uma vez, aparece o papel preponderante dos veículos importados no mercado brasileiro.
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Para o gerente de equipamentos da Odebrecht, a certificação é um passo fundamental para empresas voltadas ao reparo de veículos. “Atualmente, num trabalho envolvido com manutenção e reparo, é inevitável você partir para uma certificação. Você precisa ter isso como perspectiva. O mercado demanda, a sociedade demanda, a sua própria equipe pede que você tenha padrões e um posicionamento mais adequado na sua atividade. É imprescindível, você ter uma visão mais ampla do seu negócio. Para mim, o investimento que fizemos na certificação foi muito pequeno em relação a todos os resultados que estamos tendo.”
Flavio Padovan é presidente da Abeiva – Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores.
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Para achar uma agulha num palheiro Serviço de pronta-resposta vai atrás do veículo que muito cliente já dava como perdido Marcio Lopes
Alexandre Martins Xavier
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ladrão levou seu carro, o serviço de rastreamento entrou em ação, descobriram onde ele está... E agora? É aí que entra um dos mais importantes serviços oferecidos pelas empresas especializadas na segurança do veículo: a pronta-resposta. É quando a empresa contratada efetivamente vai atrás da recuperação do seu bem. Se você gosta de filmes de perseguição e espionagem, esse é o serviço no mundo automotivo – que mais se parece com um roteiro desse tipo de filme. Mas não espere por tiroteios ou explosões. A intenção da empresa é fazer com que o veículo roubado ou furtado volte para as mãos do cliente na mais completa segurança. E nem é papel da empresa trocar tiros com o ladrão. Isso é papel da polícia, e é dessa diferença que vamos tratar agora.
Localização x Recuperação
Mas nem sempre é assim
Quando falamos em pronta-resposta, cabe esclarecer que existe uma importante diferença entre as atividades de “localização” e “recuperação” de veículos roubados. O que as empresas costumam oferecer é a localização. O sistema funciona da seguinte forma: o hardware embarcado no veículo converte os sinais recebidos de satélites GPS na forma de coordenadas, latitude e longitude, e os envia para uma central de monitoramento. A central, trabalhando com um software associado a um banco de mapas, informa uma equipe de rua (terceirizada ou própria da empresa) qual a localização geográfica do veículo.É aí que os agentes entram em ação. Eles seguem as informações da central até acharem o veículo roubado. Uma vez localizado, os agentes informam a polícia e permanecem no local, cuidando da integridade do bem, até que comece de fato a... recuperação. Esse serviço é da polícia, e pode envolver a abordagem de suspeitos e até confronto armado com os criminosos.
Seria importante que existissem critérios e regulamentações para a atuação de equipes de pronta-resposta no Brasil, praticamente seguindo o que existe para empresas de segurança privada (que precisam de autorização de funcionamento da Polícia Federal). No entanto, o cenário geralmente é diferente. Agentes relacionados com o serviço público de segurança eventualmente trabalham em conjunto com as empresas de pronta-resposta. Para ele, é uma forma de aumentar a renda, fazendo hora extra. Para a empresa, é uma maneira de resolver na hora a recuperação do veículo do cliente, além de uma forma de estreitar o relacionamento com a força policial – algo muito desejável para quem depende dela para ter seu cliente satisfeito, seja o proprietário do veículo ou a seguradora.
Serviço deve zelar pela integridade do veículo
Agentes eventualmente trabalham em conjunto com as empresas de pronta-resposta
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Tudo por um dinheirinho a mais... É muito bom, constatar que a empresa de rastreamento e bloqueio contratada oferece também um serviço de pronta-resposta. Mas engana-se quem pensa que a oferta é também uma garantia de qualidade na prestação do serviço. Pode parecer inacreditável, mas mesmo empresas com representação significativa no mercado empregam profissionais, para a pronta-resposta, sem o mínimo de preparo para o enfrentamento de situações de risco – como a abordagem de um veículo ainda ocupado pelo ladrão, ou com vítimas. Já tivemos conhecimento, em nosso trabalho de avaliação pelo CESVI, de taxistas atuando na função de pronta-resposta, sem um material adequado à mão e sem ter passado por um treinamento para lidar com o risco à sua frente. É por isso que é tão importante que a equipe dedicada à pronta-resposta esteja muito bem capacitada para as ações de localização e preparação para a recuperação do bem. Porque, além da busca de um veículo roubado, estão lidando com vidas humanas. Qualquer conduta inadequada pode provocar uma reação violenta dos bandidos, colocando em risco justamente quem contratou o serviço de pronta-resposta, e a própria vida de quem se entrega a esta atividade sem a capacitação apropriada. A integridade do cliente – ou do segurado do cliente – precisa sempre estar em primeiro lugar.
Onde vai parar seu carro Segundo estimativa da CNSeg, menos da metade dos veículos roubados no Brasil é recuperada. O que não volta para as mãos do dono costuma ser desmanchado aqui mesmo no País ou em vizinhos como o Paraguai e a Bolívia. Ou continua circulando em nossas ruas, mas com documentos, placas e chassi adulterados.
Profissional deve estar capacitado para lidar com a tecnologia e preservar as pessoas envolvidas
Faltam dados Recentemente, a CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Complementar e Capitalização) elaborou uma tabela com um ranking com os modelos de veículos mais roubados no Brasil. Infelizmente, ainda não é possível associar este ao percentual de recuperação apontado pelas empresas de rastreamento e bloqueio de veículos. Esse percentual de veículos recuperados é uma estatística elaborada pelas próprias empresas – ainda não existe uma instituição independente que faça um levantamento mais imparcial de quantos veículos são recuperados no País. O que não quer dizer que o serviço não valha a pena. Certamente, sem a atuação das empresas de rastreamento e bloqueio, e a efetividade dos serviços de pronta-resposta, o número de veículos roubados seria muito maior que o divulgado pela CNSeg os ladrões agiriam mais livremente, e os seguros de veículos seriam mais caros.
CESVI avalia pronta-resposta A certificação de sistemas de segurança realizada pelo CESVI BRASIL abrange também a prestação do serviço de pronta-resposta oferecido pela empresa dona do sistema. Durante a realização dos testes, são verificados aspectos como o treinamento da equipe de localização, observando seus procedimentos durante a ação, o equipamento de suporte (navegadores, rádios para comunicação, apoio aéreo, etc.) e também o tempo necessário para que o veículo seja encontrado (a partir do momento em que a central de monitoramento recebe a solicitação do serviço).
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Sistemas de rastreamento e bloqueio
SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE MOTOCICLETAS EMPRESA
Confira empresas e sistemas aprovados pelo CESVI
O
CESVI BRASIL realiza uma avaliação para apontar os sistemas de rastreamentoe bloqueio de veículos que realmente cumprem o que prometem. Este estudo engloba diversas análises, como a estrutura da empresa que oferece o sistema, sua central de atendimento, a forma de comunicação usada, a qualidade da instalação e, é claro, a eficiência do produto. Todas as empresas e os sistemas que constam da relação que você encontra nesta seção foram devidamente testados e aprovados pela área de Pesquisa & Desenvolvimento do CESVI. Estas realmente oferecem a segurança que você busca para o seu patrimônio.
SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE VEÍCULOS EMPRESA
EQUIPAMENTO
MXT - 150 E Autocargo GPRS Continental VDO BR Lock GPS/GPRS Bloqueador Car System NS Rastreador GSM/GPRS Car System Ceabs GSM CEABS Autocargo GPRS Celtec Cielocel Cielo Telecom Engetrack ENGESEG Rastreamento Foclock GSM FOCLOG Rastreadores Golsat Car/Frota Golsat Graber Rastreador Light Graber Rastreamento Graber Bloqueador Graber Rastreamento Autocargo GPRS GSR TOP SAFE Inviosiga Auto Inviosiga Rastreamento Autocargo GPRS Ipanema Link Auto Link Monitoramento LocSat AVL GPS V LocSat LR 800 Logikos Logosnet Logos Renatrack MF Segurança Mirus Veicular Mirus Rastreamento MXT 150/151 Nusa Cello-F Pointer Brasil Pósitron Rastreadores Bloqueador RDLink Pósitron Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS com Alarme MXT 150 Reforce Sascar GPS/GSM/GPRS Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Sascar LOC RF Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Karitec Sat Plus Autocargo GPRS Servnac Rastrear Light Siemens SIM 300K SIM Track RST-BGS3 Simples GPS SpySat GSM SpySat Rastremanto STV Segurança STV Segurança Suntech SUHAI Rastreamento Telefônica GSM TESB TS Blocker 5000 TotalSat Tracker Auto Tracker Alarcom Alarme & CIA Alltech BR Lock Securit Car System Car System
Veltec Soluções Tecnológicas Ltda. Vigauto Vigitrack Volpato Rastreamento
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MFA City Vigauto Vigitrack MXT 150/151
Telefone
Localização
Comunicação
Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador
GPS GPS GPS GPS GPS
GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Pager GSM/GPRS
Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador
GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS
GPRS/GSM GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Pager GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GPRS/GSM Rádio Frequência GSM/GPRS
(41) 3535-7400 0800 600 3800 (54) 3312-3399 (12) 2138-2815 (51) 3720-4241 (43) 3315-9500 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (51) 3036-9000 8000527777 (61) 3035-1500 (41) 3078-1700 (61) 3202-6041 (21) 3385-4333 (41) 3232-1200 (71) 2108-2688 (12) 3307-1002 (11) 3384-0035 (11) 3667-2277 (19) 3707-5600 (19) 3707-5600
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Rastreador
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Rastreador Rastreador
GPS GPS
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Rádio Frequência
(41) 3299-6004
www.sascar.com.br
GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Rádio Frequência
(31)2517-2600 (85) 4009-1999 (11) 3833-6915 (11) 2199-0701 (48) 2106-9301 (11) 2199-4455 (51) 3553-7709 (11) 3058-3350 (11) 3120-7438 (41) 2109-7709 (11) 3506-5701
www.satplus.com.br www.gruposervnac.com.br www.siemens.com.br www.simtrack.com.br www.simplesgps.com.br www.spysat.com.br www.stv.com.br www.suhai.com.br www.tesb.com.br www.totalsat.com.br www.trackerdobrasil.com.br
GSM/GPRS
(43) 2105-5000
www.veltec.com.br
GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS
(27) 3025-8080 (55) 3221 0101 (11) 3522-1111
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Localizador Triangulação de Antenas GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador GPS Rastreador Localizador Aproximação de Antenas GPS Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador
GPS GPS GPS
3671-5896 2105-5000 3343-6644 2613-5601 5645-3355 5645-3355
Graber Bloqueador Moto Graber Rastreamento Graber Rastreamento Graber Rastreador Light Moto Pointer Cellocator Cello F Pointer Brasil Pósitron Rastreadores Bloqueador RDLink Pósitron Bloqueador RDLink Pósitron Rastreadores Pósitron com Alarme Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS Selado Sasmoto GPS/GSM/GPRS Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Tracker Moto Tracker
SITE
Telefone
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Bloqueador Rastreador Rastreador Bloqueador Bloqueador
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(11) (11) (11) (19) (19)
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(19) (79) (44) (11) (11) (11)
EQUIPAMENTO
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SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE CAMINHÕES EMPRESA Alltech Brasiltrack Carrierweb CEABS Celtec Cerruns Cielo Controle Monitoramento ENGESEG Rastreamento FOCLOG Rastreadores GPS Conecta Graber Rastreamento Inviosiga Rastreamento Link Monitoramento Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia OnixSat OnixSat OnixSat OnixSat OnixSat Pointer Brasil Pósitron Rastreadores Pósitron Rastreadores Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Sitrack.com SOFTRACK TESB Tracker Veltec
EQUIPAMENTO
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Continental VDO BTC 4000 CWSL-H Ceabs GSM Autocargo Híbrido Scorpion GS10 Cielo MCH0010 Engetrack FOCLOG GSM Rastreador GPS Conecta Graber Rastreador Light Caminhão Inviosiga Caminhões Link Full Omni Dual Omni Super Omni Flex Omni Turbo Omni Light OnixSmart GPRS OnixSmart Híbrido OnixTrailer OnixSmart Light OnixSlim Cello - F Rastreador Pósitron GPRS/GPS Rastreador Pósitron GPRS/GPS selado Sascar Full SAT/GPRS
Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador
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GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GPRS/GSM GPRS/INMARSAT D GSM/GPRS GSM/GPRS Híbrida GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS
(44) 3343-6644 (31) 3224-5544 (21) 2187-8685 (41) 3535-7400 0800 600 3800 (11) 5061-7133 (54) 3312-3399 (62) 3092-8851 (12) 2138-2815 (51) 3720-4241 (21) 3564-7589 (11) 3025-0119
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Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador
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GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Híbrida Híbrida GSM/GPRS GSM/GPRS GPRS/Inmarsat D GSM/GPRS GPRS/Inmarsat D GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS
8000527777 (41) 3078-1700 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (43) 3371-3700 (43) 3371-3700 (43) 3371-3700 (43) 3371-3700 (43) 3371-3700 (11) 3667-2277 (19) 3707-5600
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Sitrack Híbrido Celular GPRS DUAL SIM/Satelital IS Softrack Telefônica GSM Tracker Caminhão
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Híbrida
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Parceria beneficiará locadoras
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egundo estudo do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), a frota brasileira já está próxima dos 35 milhões de veículos, com um crescimento de 7% em relação a 2011. O aumento mais expressivo foi o de comerciais leves, de 11% em comparação com o ano anterior. E a tendência aponta para recordes de crescimento. Em maio, o governo brasileiro cortou impostos de carros, reduziu juros de financiamento e aumentou o período de parcelamento para compras a prazo. É rezar
para que, junto com as medidas de estímulo ao consumo, venham iniciativas de melhoria na infraestrutura dedicada ao trânsito.
Estudo quer transformar esgoto em combustível
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sxc.hu
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Frota gigante
Com mais de 17 anos de atuação em soluções personalizadas para empresas do mercado segurador, a ST Corretora tem convênio com a ABLA – Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis.
Legislação específica para bicicletas elétricas
Os jovens são treinados em instituições sem fins lucrativos, por meio de uma parceria com o CESVI, e depois são encaminhados para trabalhar em oficinas ou outras empresas da região. O projeto une responsabilidade social e capacitação no mercado, já que facilita o primeiro emprego para jovens carentes e possibilita, às empresas de reparação, contar com profissionais qualificados e atualizados quanto aos métodos e equipamentos mais modernos da funilaria e pintura.
ST Corretora de Seguros acaba de fechar uma parceria estratégica com o CESVI BRASIL. O acordo permite que a empresa negocie serviços do CESVI relacionados tanto a treinamentos, palestras e workshops (como os de Qualidade de Vida no Trânsito) quanto a gestão de frota.
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té o fechamento desta edição, estava previsto o lançamento, por parte do Denatran, de um conjunto de normas para a regulamentação do uso de bicicletas elétricas no Brasil. Na proposta em estudo pelo Denatran, esses veículos – com velocidade máxima de 20 km/h – teriam normas específicas de circulação. Um exemplo: os condutores não precisariam de habilitação, nem se submeteriam à fiscalização dos agentes da Lei Seca. A expectativa é positiva por parte dos ativistas da mobilidade sustentável.
tem gente querendo resolver duas questões ecológicas de uma vez só. Pesquisadores da Universidade da Califórnia estão desenvolvendo um estudo para transformar esgoto comum em combustível automotivo. Como funciona: usando biodigestores, em que bactérias quebram resíduos sólidos do esgoto, liberando metano e gás carbônico. Os gases então passam por uma célula para proporcionar água e hidrogênio. Enquanto uma parte do resultado é usada para fornecer energia para o próprio sistema, a outra parte vira combustível... E, se passar da fase de testes, um dia pode ir parar no tanque do seu carro.
sxc.hu
m maio, jovens participantes do projeto REPARE BEM tiveram a oportunidade de conhecer de perto a realidade de uma oficina de funilaria e pintura. A turma foi recebida na oficina AVEC Motors, da Mitsubishi, em Campinas (SP). Na reparadora, os garotos conferiram todo o processo de recebimento do veículo, a desmontagem e o armazenamento das peças e como se faz um orçamento de reparo. Também conheceram os equipamentos e as ferramentas utilizadas por funileiros e pintores – incluindo os EPIs – e viram como é o acompanhamento da agenda de trabalho na oficina, tanto por veículo como por profissional. Foi um dia muito especial, em que esses jovens talentos acabaram vendo, numa oficina de verdade, tudo o que já é apresentado no treinamento que recebem. Criado em 2002, o REPARE BEM tem o objetivo de capacitar jovens carentes para atuar profissionalmente no setor automotivo.
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Da sala de aula para dentro da oficina
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P A IN E L Revista CESVI
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o número de mortos nas vias deve subir de 1,3 milhão para 2 milhões por ano num futuro próximo. A conclusão do relatório é de que essa tragédia tem a ver com as políticas de transporte que dão prioridade a veículos, rodovias e velocidade, deixando a segurança das pessoas em segundo plano. O estudo ainda afirma que seria necessário investir 200 milhões de dólares para o apoio a estratégias nacionais de segurança no trânsito – nos países com os piores índices.
Oficinas capacitadas para uso do Órion
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Alexandre M. Xavier
epresentantes de sete oficinas estiveram no CESVI BRASIL para um treinamento sobre os recursos e possibilidades do sistema Órion de orçamento eletrônico. As oficinas participantes foram: Fiat Paulitalia, Grand Brasil, Mg Car, New Fix, Tomazela e Wa Reparações. Interessados em ter o sistema em sua oficina ou participar de um treinamento sobre o Órion podem entrar em contato pelos telefones: (11) 3948-4820 / 3948-4831 / 3948-4855
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A maior causa de mortes de adultos Abraciclo tem novo presidente 38
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ivulgado no começo de maio, o relatório “Estradas Seguras e Sustentáveis” – uma iniciativa da Campanha pela Segurança Global nas Estradas – aponta para um fato aterrador: a violência no trânsito já é a maior causa de morte de pessoas com mais de dez anos de idade. E mais: as mortes no trânsito podem ser consideradas como uma epidemia global de saúde. Segundo o estudo, a perspectiva também não melhora muito as coisas: sem medidas urgentes,
A
Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) tem nova diretoria para o próximo biênio, de 2012 a 2014. Marcos Zaven Fermanian, da Moto Honda, foi definido em assembleia como o novo presidente. “Gostaria de parabenizar a gestão anterior pelo avanço na imagem positiva dos segmentos de motocicleta e bicicleta. Pretendo intensificar os trabalhos no sentido de ampliar a representatividade e a boa imagem do setor, inclusive por meio da maior interação com outras entidades representativas e órgãos oficiais.
Conto com a colaboração de todos os integrantes do setor de duas rodas para buscarmos as melhores soluções, dentro dos momentos mais adequados”, afirmou Fermanian. O novo presidente é economista e iniciou sua carreira na área de administração de negócios da Honda, em 1987. Em 1993, ingressou na área comercial, período de crescimento dos negócios com motocicletas no mercado nacional e, em 2007, assumiu o comando da Honda Serviços Financeiros, atuando fortemente na viabilização de parcerias.
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Aumentam mortes de motociclistas
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egundo um levantamento feito pelo Hospital das Clínicas, a pedido do jornal Folha de S. Paulo, o único tipo de acidente de trânsito que cresce em São Paulo é o que envolve motociclistas – acidentes com carros, bicicletas e pedestres têm diminuído na cidade. O estudo aponta que, de 2006 a 2011, houve aumento de 14% de motociclistas acidentados. Outro levantamento, este divulgado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), vai ao encontro do estudo do HC. Já falando em mortes no trânsito, a entidade afirma que as vítimas fatais aumentaram apenas entre os motociclistas em 2011. Foram 512 condutores de motos mortos em acidentes nas ruas de São Paulo – um aumento de 7% em relação a 2010.
yesbrasil.net sxc.hu
Autobraz é “concessionária verde”
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utorizada Fiat de Natal (RN), a Autobraz é a primeira concessionária do Rio Grande do Norte a receber a Certificação Ambiental IQA-CESVI. Entre as iniciativas da reparadora para
a adequação às exigências da certificação, destaca-se a construção de um local específico para o armazenamento de materiais infláveis. Canaletas no piso conduzem os líquidos para uma caixa coletora, assim como a água de lavagem do chão e dos veículos. Na caixa coletora, os líquidos contaminantes – graxa, óleo – são separados antes que a água vá para o esgoto. Buchas e estopas foram substituídas por toalhas laváveis. Sacolas plásticas foram trocadas por sacolas de papel reciclado. A oficina ainda tem o capricho de doar mudas de plantas aos clientes, fidelizando quem passa pela reparadora e ainda intensificando a associação da sua imagem à de uma empresa com consciência ecológica.
Lei ambiental mais rígida: oportunidade para todos O
José Palacio
ficinas e autopeças ambientalmente corretas já são vistas por todo o País, mas temos, por enquanto, apenas alguns bons exemplos que precisam ser seguidos. Há alguns anos, nós, do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva, em conjunto com o CESVI BRASIL, lançamos o Selo Verde IQA-CESVI, um certificado de que a oficina adota boas práticas ambientais, com coleta seletiva de resíduos, caixa separadora de óleo, área de contenção de produtos tóxicos e perigosos, entre outras. A boa notícia é que a quantidade de estabelecimentos comerciais a adotar boas práticas ambientais tende a aumentar, sim. A má é que quem não estiver atento poderá ter sérios problemas. As leis ambientais estão mais rigorosas, e muitas começam a entrar em vigor – algumas já entraram. Elas veem a reboque da Resolução Conama 418 de 25/11/2009, que instituiu a Inspeção Ambiental Veicular, que já acontece na cidade de São Paulo e toma corpo nos demais Estados e municípios brasileiros. Assim, queremos chamar atenção para a lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Ela vale para todos, pessoas físicas e jurídicas, públicas ou privadas – veio para ficar e faz importantes alterações em conceitos já antes conhecidos, mas que agora terão de ser reaprendidos. O primeiro é sobre o conceito de lixo e rejeito. Lixo é tudo aquilo que pode ser reciclado, enquanto rejeito é tudo aquilo que é enviado para o aterro sanitário, ou aterro industrial. O segundo é sobre a fiscalização. Trata-se de uma lei federal passada para os Estados, que exigirão o cumprimento dos municípios. Isso porque, internacionalmente, o Brasil tem metas de redução de produção de lixo e rejeitos a serem cumpridas. Assim, todos deve ficar atentos no que é jogado fora, sob pena de multas – algumas bem pesadas. Temos conhecimento de empresas do setor de reparação que foram multadas em mais de R$ 30 mil, tiveram as portas lacradas e 30 dias de prazo para se readequar – do contrário, não voltariam a abrir. É importante, assim, que varejistas e oficinas fiquem atentos a isso, uma vez que são geradores de resíduos sólidos. Mas, do nosso ponto de vista, isso pode ser uma ótima oportunidade para rever e aprimorar o processo produtivo, com a redução ou até mesmo a eliminação da produção de resíduos.
dos componentes. Esses panos eram lavados na própria oficina, mas o custo disso era alto, pois, além de água e detergente, demandava tempo, sendo que também eram descartados como lixo. Agora, busca-se, além da substituição da estopa por panos laváveis, que estes sejam enviados para empresas de lavanderia especializada, evitando o descarte. Já existem empresas que recolhem os panos usados para lavagem e devolução à oficina, e que fazem o descarte corretamente quando comprovada a não possibilidade de uso. Começar a cobrar do fornecedor atitudes para recolhimento das peças usadas trocadas por novas é outra forma de direcionar o descarte dessas peças de forma ecologicamente correta. Fabricantes de pneus, baterias, fluidos de freio e líquido de arrefecimento já o fazem por exigência de lei. E por que não peças mecânicas, como borrachas em geral, peças ferrosas, plásticos, chapas etc.? O Selo Verde IQA-CESVI já existe desde 2009, quando foram certificadas as primeiras oficinas, e ele é um começo. Quem já tem pode evoluir para uma ISO 14001, que é uma certificação mais completa e que aborda outros itens, além da coleta seletiva, caixa separadora e área de contenção. Vale a pena investir, pois, além das autoridades, o consumidor observa quem é bom e está cada vez mais preocupado com o meio ambiente.
Um passo a mais
José Palacio é coordenador de serviços automotivos do IQA Instituto da Qualidade Automotiva 42
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É interessante perceber agora a evolução deste processo. No passado, houve a exigência da troca da estopa (que muitos ainda usam) por panos laváveis, para evitar fiapos de tecido na montagem