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Cap 22: Uma mulher entre os anciãos

Uma mulher entre os anciãos

Aseparação dos pais levou Célia Alvares Monteiro a viver com uma tia, no Rio de Janeiro, aos cinco anos de idade. A tia não tinha filhos e a caçula de sete irmãos passou a ser considerada a filha única do casal. A família era humilde, e sempre que precisavam, recebiam ajuda de familiares, o que tornou a infância de Célia um pouco mais confortável. Quando a tia começou a frequentar a igreja de Nilópolis, Célia perdia tempo olhando para os cantos procurando os santos. Era esta a referência de igreja que ela tinha na época, e não entendia o porquê daquele lugar ser chamado de igreja se não haviam estátuas.

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Quando a tia começou a frequentar a igreja adventista de Nilópolis, Célia perdia tempo olhando para os cantos procurando os santos. Era esta a referência de igreja que ela tinha na época, e não entendia o porquê daquele lugar ser chamado de igreja, se não haviam estátuas.

Por volta dos 16 anos, com a chegada de mais uma família a igreja, Célia conquistou uma melhor amiga. Como eles moravam longe, eram acostumados a levar o almoço para que pudessem ficar ali o dia todo, até participar do programa da tarde, que se chamava Missionários Voluntários, conhecido como MV. Célia pediu e obteve a autorização dos tios para fazer a mesma coisa.

Logo Célia estava trabalhando ativamente na igreja, de maneira que ela não se recorda de algum tempo depois disso em que estivesse parada. Na Escola Sabatina desde sempre, mas também na Secretaria, Ministério da Família, Mordomia e Publicações. Célia sempre era escolhida para funções de liderança.

Depois de se tornar professora da rede pública de ensino, Célia voltou a estudar para se capacitar para a vaga de professora de técnicas comerciais, agora para turmas de adolescentes, entre o quinto e o nono ano.

Aos 39 anos, tomou uma decisão um pouco incomum à época. Mesmo sendo solteira, decidiu adotar uma criança, e, algum tempo depois, adotou a segunda filha. Era uma ação talvez inconsciente de gratidão, para promover a alguém uma alternativa de vida, com acesso à educação e, principalmente, no aspecto religioso, como um retrato da própria infância, onde a acolhida da família da tia resultou no que ela se tornou.

Paralelo a isso, as atividades na igreja sempre continuaram completando intensamente os finais de semana dela, até que ela foi nomeada para a liderança da igreja de Pavuna, uma função ainda incomum nos dias de hoje para mulheres: ela se tornou “anciã”, participando de todas as atividades exceto aquelas que exigem a ordenação, como dedicação de crianças, Santa Ceia e batismos autorizados pela sede da igreja.

Célia sempre sentiu-se bastante respeitada pela equipe que ela passou a integrar, bem como pelos membros. Sempre próxima de todos, e por ter um longo histórico de participação na igreja, ela conhecia bem como circular entre os departamentos, auxiliando cada um deles.

Nos anos de 2006 e 2007, ela fez parte do grupo de membros leigos que participam de reuniões periódicas na sede regional da igreja - chamados de delegados de Mesa Diretiva - onde são definidas as diretrizes da Igreja na região.

Em 2007, junto com a amiga Maria Piedade Veloso, Célia deu início ao projeto “Vida Plena”, voltado para proporcionar atividades de integração e também evangelismo entre pessoas que estão na terceira idade. Juntamente a esta atividade, os 75 anos, Célia lidera o departamento de Publicações da igreja da Pavuna.

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