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Cap 24: Meu sonho era ter uma Bíblia

Meu sonho era ter uma Bíbl.ia

Todos os dias a família partia cedo para a roça, na região de Afonso Cláudio, ES, às vezes para colher café, outras milho, arroz, amendoim… Era 1960, quando as mudanças no calendário eram representadas pela safra e Lindalva Pereira Tiradentes, a sétima de nove irmãos, nasceu em uma família estritamente católica.

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Para os mais velhos a lida na agricultura começou cedo, mas para Lindalva houve um pouco mais de tempo para dedicar-se exclusivamente aos estudos, antes de precisar contribuir trabalhando. Ela já tinha 12 anos e cursava o ginásio à noite na época em que começou a trabalhar na roça.

Foi mais ou menos na mesma época que a menina ganhou de presente da mãe dois livros de conteúdo religioso, produzido pela Igreja Católica em linguagem própria para adolescentes, cujas páginas ela logo começou a ler com bastante interesse. Entretanto, em muitas páginas havia a indicação de leituras na Bíblia, um livro que ela apenas ouvira falar, nunca teve acesso.

Era sabido que algumas pessoas da região tinham Bíblias em casa, mas as “Bíblias crentes” não eram confiáveis. Os anos foram se passando, todavia o preço de uma Bíblia “puramente católica” era alto e também não era tão fácil de achar.

Já morando próximo da capital, em Vila Velha, Lindalva casou-se, e continuava a rotina tradicional da família de comparecimento à igreja. Mas, ela queria saber mais do que o que ouvia nas missas e queria ter as respostas da infância respondidas. Ela nunca esqueceu o desejo de ter nas próprias mãos uma Bíblia, onde pudesse checar tudo o que falavam.

“Se a pessoa morre e vai para o céu, para quê Jesus vai voltar?”, era uma das coisas que não faziam sentido para ela. Mas, Lindalva não sabia que este conflito interior estava também aparente na sua imagem; até que o marido a interrogou na volta da missa.

Ao ver a esposa triste, ele perguntou se havia acontecido algo de ruim por lá ou mesmo no caminho, ao que ela respondeu que era apenas o desejo de entender mais, porque o que ela ouvia na igreja parecia sem sentido.

“Por que você não vai a outra igreja? Existem tantas igrejas nesta rua…”. Ao ouvir a pergunta e sugestão do esposo, Lindalva se assustou. Esta possibilidade nunca tinha passado pela cabeça dela!

Enquanto ficou pensando na possibilidade, outra oportunidade aconteceu a ela. Ela tinha 25 anos de idade quando encontrou uma loja de produtos católicos vendendo uma Bíblia a um preço que podia pagar, e não pensou duas vezes antes de comprar. Depois, Lindalva foi à casa da mãe buscar os livros que havia ganhado de presente na adolescência porque, enfim ela poderia comparar e pesquisar!

A cada dia que sentava para ler o livro, ela encontrava novidades e contextos que não batiam, quando comparado aos livros. A cada dia, o que ouvia nas celebrações que participava parecia mais superficial e incoerente.

Neste período, Lindalva conheceu Maria do Carmo Reis, que sempre mencionava para ela que estava estudando a Bíblia com algumas pessoas. Muito reservada, Lindalva não dava oportunidades para um convite e também nunca havia mencionado que estava em uma busca intensa por entendimento há aproximadamente 10 anos.

Até que um dia, cansada de rodar em círculos sem entender o que lia, Lindalva pediu ajuda à Maria do Carmo, e prontamente foi atendida, iniciando os estudos da Bíblia. Simultaneamente, ela começou a ir com a amiga à casa de uma família, onde todos os sábados era realizada uma escola sabatina filial, para atender a um casal cujo esposo havia ficado paralítico. Após a recapitulação da lição da Escola Sabatina com a família, eles seguiam para a igreja, para acompanhar o culto.

Sábado após sábado Lindalva também aprendia através do estudo bíblico, até que se decidiu pelo batismo. Ela já tinha 35 anos de idade quando teve em suas mãos dois grandes presentes: seu primeiro exemplar da lição da Escola Sabatina e uma Bíblia.

Naquela época, o que era Escola Sabatina filial já havia se tornado um grupo de 20 pessoas, e na garagem acontecia regularmente a programação da igreja. Aos poucos, o número de membros foi aumentando e, por volta de 2003, o bairro Santo Antônio, em Cariacica teve um templo adventista inaugurado.

Lindalva começou a acompanhar Maria do Carmo nos estudos bíblicos, em atividades do Ministério da Mulher e também em ações sociais promovidas na igreja. Distribuir literatura é um dos trabalhos que Lindalva mais gosta de fazer, e ela mesma é a mais importante prova de que a leitura pode despertar o desejo de conhecer mais, ainda que este livro não seja tão completo como os títulos que ela faz questão de apresentar para as pessoas. “Se a pessoa morre e vai para o céu, para quê Jesus vai voltar?”, era uma das coisas que não faziam sentido para ela. Mas, Lindalva não sabia que este conflito interior estava também aparente na sua imagem; até que o marido a interrogou na volta da missa.

Ao ver a esposa triste, ele perguntou se havia acontecido algo de ruim por lá ou mesmo no caminho, ao que ela respondeu que era apenas o desejo de entender mais, porque o que ela ouvia na igreja parecia sem sentido.

“Por que você não vai a outra igreja? Existem tantas igrejas nesta rua…”. Ao ouvir a pergunta e sugestão do esposo, Lindalva se assustou. Esta possibilidade nunca tinha passado pela cabeça dela!

Enquanto ficou pensando na possibilidade, outra oportunidade aconteceu a ela. Ela tinha 25 anos de idade quando encontrou uma loja de produtos católicos vendendo uma Bíblia a um preço que podia pagar, e não pensou duas vezes antes de comprar. Depois, Lindalva foi à casa da mãe buscar os livros que havia ganhado de presente na adolescência porque, enfim ela poderia comparar e pesquisar!

A cada dia que sentava para ler o livro, ela encontrava novidades e contextos que não batiam, quando comparado aos livros. A cada dia, o que ouvia nas celebrações que participava parecia mais superficial e incoerente.

Neste período, Lindalva conheceu Maria do Carmo Reis, que sempre mencionava para ela que estava estudando a Bíblia com algumas pessoas. Muito reservada, Lindalva não dava oportunidades para um convite e também nunca havia mencionado que estava em uma busca intensa por entendimento há aproximadamente 10 anos.

Até que um dia, cansada de rodar em círculos sem entender o que lia, Lindalva pediu ajuda à Maria do Carmo, e prontamente foi atendida, iniciando os estudos da Bíblia. Simultaneamente, ela começou a ir com a amiga à casa de uma família, onde todos os sábados era realizada uma escola sabatina filial, para atender a um casal cujo esposo havia ficado paralítico. Após a recapitulação da lição da Escola Sabatina com a família, eles seguiam para a igreja, para acompanhar o culto.

Sábado após sábado Lindalva também aprendia através do estudo bíblico, até que se decidiu pelo batismo. Ela já tinha 35 anos de idade quando teve em suas mãos dois grandes presentes: seu primeiro exemplar da lição da Escola Sabatina e uma Bíblia.

Naquela época, o que era Escola Sabatina filial já havia se tornado um grupo de 20 pessoas, e na garagem acontecia regularmente a programação da igreja. Aos poucos, o número de membros foi aumentando e, por volta de 2003, o bairro Santo Antônio, em Cariacica teve um templo adventista inaugurado.

Lindalva começou a acompanhar Maria do Carmo nos estudos bíblicos, em atividades do Ministério da Mulher e também em ações sociais promovidas na igreja. Distribuir literatura é um dos trabalhos que Lindalva mais gosta de fazer, e ela mesma é a mais importante prova de que a leitura pode despertar o desejo de conhecer mais, ainda que este livro não seja tão completo como os títulos que ela faz questão de apresentar para as pessoas

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