TCC - cem... sem mistérios

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TCC:

s Xcem mistérios para sua elaboração, formatação e correção

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TCC sem mistérios!!

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Todo estudante que pretenda se formar ou conseguir um “título” acadêmico, a partir da graduação, vai precisar elaborar um trabalho que evidencie, ao menos em parte, o conhecimento adquirido no curso que realizou. Quer dizer, todo curso acadêmico, de graduação ou pós-graduação, vai solicitar requisitos, tais como presencialidade mínima, realização de atividades didáticas (exercícios, seminários...), avaliações, etc. Os artigos, relatórios, monografias, dissertações e teses fazem parte desses requisitos ou exigências. Mas, embora sejam trabalhos que pedem atenção a normas específicas, não precisam ser encarados como uma barreira ou tortura. É o que esse e-book (e os demais que o complementam) pretende demonstrar. TCC sem mistérios quer ser um auxílio na construção desse tipo de trabalho acadêmico.


Mistério 1

O Trabalho de Conclusão de Curso é algo penoso, de difícil elaboração e que apenas dificulta alcançar o grau universitário. O Trabalho de Conclusão de Curso, mais conhecido como TCC, não precisa ser tratado como uma Tortura Contínua de um Coitado; também, não deve ser visto como um mero arranjo de truco, cerveja e churrasco, como diz uma música. O TCC, na verdade, deve ser entendido como uma das primeiras e grandes contribuições públicas de um acadêmico para a sociedade, em geral A participação em congressos, o desenvolvimento de um projeto de iniciação científica, etc., representam uma contribuição científica mais arrojada e profissional. Aliando-se às atividades e relatórios de estágio, bem como projetos de extensão universitária, o TCC deve significar o coroamento de um processo de crescimento, maturidade e relativa autonomia intelectual, que vai oferecer uma contribuição, mesmo que limitada, à ciência e à sociedade. Visto por essa ótica, o TCC, mais que dificultar a conquista de um grau universitário, bem pode servir como uma porta que se abre para novas experiências, uma carta de apresentação da competência profissional, seja para uma colocação no mercado de trabalho, seja como a base de um projeto de pesquisa a ser aprofundado na pós-graduação, em programas de mestrado e (por que não?) doutorado.


Mistério 2

TCC, dissertação e tese se diferenciam entre si devido ao nível de complexidade e tratamento de um problema de pesquisa.

Na educação superior, os níveis de estudo seriam a graduação (com suas modalidades Licenciatura, Bacharelado e Tecnologia) e a pós-graduação; esta, subdividida em lato sensu e stricto sensu – em que o lato sensu significa uma especialização, um aprofundamento; e o stricto sensu significa uma especialização mais restrita, bem mais delimitada e aprofundada. A pósgraduação stricto sensu tem, ainda, dois graus: o mestrado e o doutorado. As graduações exigem, para a concessão de seu grau, a elaboração de uma monografia, ou seja, que se discorra sobre um tema delimitado e de forma apropriada, demonstrando suficiente conhecimento da área temática, embora não se exigindo muita extensão ou muito aprofundamento. A produção exigida pela especialização, ou seja, a pós-graduação lato sensu, também é uma monografia e, geralmente, tem quase o mesmo nível de aprofundamento das monografias de graduação. Já o mestrado exige a produção de uma dissertação, que deve se constituir em um documento que ateste o cabal conhecimento e relativa autoridade do autor sobre um tema ou área. No doutorado, a produção científica consiste em uma tese na qual o autor precisa defender uma proposição inovadora, inédita. Pressupõe uma autoridade capaz de propor uma nova abordagem científica sobre determinado tema, de forma academicamente convincente.


Mistério 3

O TCC é mais analisado a partir de sua formatação.

Em ciência, “beleza não põe a mesa”. Isso quer dizer que os trabalhos científicos, dos quais o TCC faz parte, não se prestam à mera avaliação estética. Ao contrário: quanto menos “floreios” e filigranas, menos distrações daquilo que é o essencial de um trabalho científico – seu conteúdo. Todavia, embora a forma, a aparência de um trabalho científico não seja seu aspecto principal, ela tem sua importância: primeiramente, deve possibilitar maior clareza na apresentação dos textos, dos dados (tabelas, quadros, gráficos...), de forma a destacar e facilitar a apreensão das ideias que se querem transmitir. Depois, mas não menos importante, a correta formatação ou diagramação de um trabalho científico lhe confere credibilidade, uma vez que demonstra que o autor compreende as regras que envolvem aqueles que fazem parte de uma determinada comunidade, no caso, a acadêmica Assim, o TCC não é analisado só por sua formatação correta, mas essa formatação é como um cartão de visitas e já facilita a análise de seu conteúdo. Ademais, permite verificar que o autor consegue se submeter às normativas de uma dada comunidade científica. Que é a que vai analisar e respaldar suas argumentações.


Mistério 4

A formatação do TCC é algo que não tem muita importância científica ou acadêmica; é apenas uma exigência estética. A formatação do TCC, como apontado no item 3, não é algo sem sentido, embora não seja o elemento principal de uma análise de trabalho científico. Reflitamos da seguinte maneira: o procedimento científico possui uma lógica. Sim, em termos de conhecimento, os conhecimentos filosófico e científico vão além do senso comum, o conhecimento dito popular, porque apresenta rigor metodológico. Quer dizer, seguem regras que são validadas por uma comunidade científica. Quando se discute a criatividade e a genialidade, sempre se colocam em cena a comunidade científica predominante em um determinado “campo” e seu conjunto de procedimentos que garantem validade àquilo que um candidato/cientista propõe. Argumenta-se que o sujeito criativo é aquele que opera dentro das regras reconhecidas da comunidade científica onde está inserido. O gênio seria aquele que quebra as regras dessa comunidade, levando-a a rever alguns de seus próprios fundamentos. Todavia, mesmo que o gênio aja assim, ele o faz recorrendo a uma linguagem – uma “gramática” – que os cientistas admitem como válida. Em sendo assim, fica mais fácil de se entender que o atendimento das regras de apresentação de um trabalho científico não é apenas questão de capricho ou estética: é, antes, uma demonstração de compreensão e domínio das regras expressivas (simbólicas) da comunidade científica à qual aspira pertencer.


Mistério 5

Existe uma quantidade mínima de páginas para um TCC.

Um dos grandes mitos dos TCC – aliás, de quase todo trabalho acadêmico de conclusão de um nível de estudos – é o da quantidade de páginas. Felizmente, o lema de que o que vale é a qualidade e, não, a quantidade, é verdadeiro, aqui. Um trabalho com mais de 100 páginas pode não passar de um amontoado de recortes e inserções sem qualquer nexo, ao passo que um trabalho de cunho mais técnico, focado, por exemplo, sobre um processo ou método, pode ter cerca de quarenta páginas - de conteúdo, claro, eixandose de lado as partes pré e pós-textuais. Às vezes, menos, bem menos. Embora se tenha conhecimento de TCCs com mais de 150 páginas, deve-se ter presente que o TCC, por não ser um trabalho inovador, que se propõe uma profunda imersão em um tema, não vai precisar de muitas páginas para esgotar sua argumentação. O que não quer dizer que deve se limitar a uma ou duas dezenas de páginas. Assim como já foi referido em relação ao aspecto formal (apresentação gráfica), deve ficar claro que não é a quantidade de páginas que confere significado, importância, ou garante aprovação a um TCC: é, sim, seu conteúdo, a contribuição que o mesmo pode acarretar à comunidade acadêmica, à ciência, à sociedade como um todo.


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