TCC - cem... sem mistérios - nº 3

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TCC:

s Xcem mistérios para sua elaboração, formatação e correção

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TCC sem mistérios!!

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Todo estudante que pretenda se formar ou conseguir um “título” acadêmico, a partir da graduação, vai precisar elaborar um trabalho que evidencie, ao menos em parte, o conhecimento adquirido no curso que realizou. Quer dizer, todo curso acadêmico, de graduação ou pós-graduação, vai solicitar requisitos, tais como presencialidade mínima, realização de atividades didáticas (exercícios, seminários...), avaliações, etc. Os artigos, relatórios, monografias, dissertações e teses fazem parte desses requisitos ou exigências. Mas, embora sejam trabalhos que pedem atenção a normas específicas, não precisam ser encarados como uma barreira ou tortura. É o que esse e-book (e os demais que o complementam) pretende demonstrar. TCC sem mistérios quer ser um auxílio na construção desse tipo de trabalho acadêmico.


Mistério 11

O mais importante do TCC é o problema que o mesmo delimita e procura solucionar. Sem sombra de dúvidas, uma pesquisa, um trabalho científico só existe porque tem a finalidade de apresentar uma alternativa de solução a um determinado problema. Um trabalho científico que não se coloque um problema não tem uma razão de ser. O problema de pesquisa, contudo, não consiste em ser um problema, no sentido popular do termo: problema de pesquisa é aquilo que, de certo modo, provoca reflexões em uma pessoa – o pesquisador, no caso – e que a leva a buscar uma resolução ou resposta a tais reflexões. O problema responde, de modo especial, à pergunta “O quê?” Mas pode, é óbvio, responder a interrogações similares: “Como?” “Por quê?”, etc. Deve ficar claro que tais variações de questionamentos centram-se em um “objeto”. Por exemplo, o desemprego. Pode-se discutir, ao redor desse objeto, as razões por que ocorre, em quais momentos históricos há incremento de sua eclosão, como podem ser enfrentadas as suas causas, etc. Variam as aproximações, mas o objeto é o mesmo. Ele se constitui em problema central, cujas variações de abordagens podem ser exploradas pelos objetivos. Como o problema é algo fundamental para o planejamento de uma pesquisa, a delimitação do tema, ou seja, a delimitação da abordagem do problema, é essencial para que o mesmo seja tratado de forma mais consistente, mais acessível, sobretudo para os iniciantes na pesquisa acadêmica.


Mistério 12

Nem todo TCC precisa ter uma hipótese.

Elaborar um trabalho acadêmico sem uma hipótese é como viajar sem uma meta. Explicase: a hipótese consiste em uma resposta antecipada ao problema delimitado pelo pesquisador. É uma resposta provisória que vai orientar o desenvolvimento de todo o trabalho de pesquisa, trabalho este que vai, ao fim, comprovar (ratificar) ou rebater (retificar ou negar) a hipótese de trabalho. O que deve ficar claro? Que a hipótese, por ser hipótese, não precisa estar correta. Sua função não é demonstrar-se, sempre, correta; sua função é propor uma linha de investigação – e será essa investigação, desenvolvida justamente porque tenta verificar a hipótese proposta, que vai validá-la ou não. Daí que toda pesquisa, por extensão, todo trabalho científico, assenta-se sobre uma hipótese, mesmo quando ela não é evidente em alguns trabalhos, como artigos ou resumos. Afinal, se não se tem uma linha de reflexão, abordagem e ideia de possível resposta para um problema, fica bem difícil organizar o processo de investigação desse problema. Por exemplo, se o problema de investigação é a violência doméstica, uma possível causa para esse fenômeno pode ser a educação que atuais agressores receberam quando crianças, em seus próprios lares. Essa resposta antecipada, essa suposição, vai se constituir em hipótese, permitindo investigar agressores, seus familiares, fazer um levantamento de suas infâncias, etc. Ou seja, permitirá construir todo o processo de pesquisa.


Mistério 13

A metodologia do TCC é algo que interfere em seu desenvolvimento e resultados. Deve-se entender o que é metodologia. Aliás, existe uma disciplina denominada metodologia do trabalho científico, e outra denominada metodologia da pesquisa. Metodologia consiste no processo (da elaboração do trabalho ou da pesquisa). Tal processo vai incluir normas, etapas, formas de abordagem, dentre outras coisas. Não se pode confundir metodologia da pesquisa com metodologia do trabalho científico. E muito menos com metodologia da ciência ou científica! A metodologia do trabalho científico vai se dedicar, quase exclusivamente, ao processo de elaboração desse material, suas etapas, sua estrutura, sua normalização... A metodologia científica (da ciência) se dedica a discutir a constituição do próprio processo científico, seus métodos, as diversas teorias que se constituem sobre as várias dimensões do real. A metodologia do trabalho científico indica que algumas atividades devem preceder outras e que tais atividades precisam se adequar a normas, diretrizes. O desenvolvimento da metodologia apoia-se, no plano teórico, em métodos de abordagem de um problema de pesquisa, em concepções de ciência e de processos de leitura dos objetos investigados. No plano prático, o desenvolvimento da metodologia apoia-se em técnicas e instrumentos de investigação, os mais variados.


Mistério 14

Existe um método de pesquisa que é superior aos outros.

Método é um caminho, e existe, sim, um caminho mais indicado para se chegar a uma meta. Portanto, o método depende, em parte, da meta (o escopo). Por outro lado, depende, também daquele que se põe a caminho; ou seja, depende da abordagem e dos objetivos assumidos pela pessoa responsável pela pesquisa. Claro que existem argumentações sobre os métodos científicos a partir de seus possíveis ou supostos impactos sobre a realidade ou a sociedade. A partir dessa discussão, alguns podem afirmar que o método dialético é mais transformador que o método positivista: o primeiro ressaltaria as contradições de uma determinada realidade enquanto o segundo buscaria suas relações de causalidade de forma linear. Uma abordagem quantitativa pode ser favorecida por um método positivista, mas não significa que a mesma abordagem não possa recorrer a outros métodos, inclusive dialético. Existem aqueles que argumentam que, dependendo do campo científico, existe um método mais adequado. Assim, métodos positivistas seriam mais adequados às ciências exatas e tecnológicas, até mesmo biológicas ou da saúde; métodos dialéticos seriam mais adequados às ciências humanas e sociais... Pode-se reconhecer, mais acertadamente, que o uso dos métodos depende, em muito, do conhecimento que o pesquisador tem do mesmo; bem como de sua experiência no uso do tal método. O que vale, de fato, é o uso coerente, consistente, apropriado, do método escolhido.


Mistério 15

O tamanho de uma amostra de pesquisa não tem um critério específico de definição. Amostra é uma parcela de um conjunto; são alguns sujeitos selecionados de um grupo específico Existem pessoas que, ao determinarem o plano amostral de uma pesquisa, pensam em uma quantidade aleatória; por exemplo, cem pessoas. E se colocam a pergunta: “Será que está bom?” Infelizmente, essa determinação, dependendo do tipo de abordagem, não tem qualquer validade ou justificativa. Primeiramente, porque uma pesquisa pode ter uma abordagem qualitativa – mais orientada para compreender comportamentos, motivações, crenças – ou quantitativa – mais orientada para mensurar a frequência com que ocorre determinado fenômeno em um conjunto delimitado. Para uma pesquisa qualitativa, por exemplo, importa muito a “qualidade” dos entrevistados, a importância dos sujeitos que podem prestar as mais valiosas informações (depoimentos). Em sendo assim, algumas pesquisas de abordagem qualitativa podem recorrer aos estudos de caso, estudos etnográficos, grupos focais ou, até, histórias de vida – quando pouquíssimas pessoas são selecionadas. Já uma abordagem quantitativa, por ter como propósito discutir aspectos relacionados a um universo ou população (conjunto de todos os sujeitos que têm as características ou atributos de interesse para a pesquisa), orienta-se por critérios estatisticamente válidos, os quais vão permitir uma descrição das características e aspectos de interesse encontrados nos sujeitos pesquisados e, posteriormente, uma inferência (extrapolação) de tais resultados para todo o universo ou população. No caso da pesquisa quantitativa, portanto, existem critérios específicos para a determinação do tamanho de uma amostra, o que vai garantir a confiabilidade e a validade dos dados coletados.


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