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PUNHADOS DE 2022

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VAI TE CATAR

VAI TE CATAR

Apesar das baixas no elenco, lutou contra a poderosa França até o último minuto. Atacou, defendeu-se, foi aguerrida e mostrou valor em honrar um país, um continente. Em momento algum se acovardou. Em seu caminho a temida Bélgica, a badalada Espanha e a sempre pesada camisa de Portugal. Marrocos alegrou o amante do futebol. Sucumbiu sim, mas “caiu de pé”, com graça, com raça, com honra, com glória. A nossa, em contrapartida, jogou um futebol que não mereceu sequer avançar às quartas. Para algumas, aplausos, para outras, melhor mesmo fazer igual o seu comandante: virar as costas e (tentar) esconder a vergonha. *Juiz de Direito da Comarca da Ilha de São Luís.Membro das Academias Ludovicense de Letras; Maranhense de Letras Jurídicas e Matinhense de Ciências, Artes e Letras.

Osmar Gomes dos Santos

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O ano de 2022 está chegando ao fim e com ele acontecimentos que entraram para a história. Colocamos o pé direito no 1º de janeiro ainda desconfiados das reviravoltas que a pandemia ainda poderia dar. Um misto de "perde e ganha" força, com cada nova variante que surgia. Um cenário de incertezas que aos poucos foi se tornando mais certo, com os efeitos mais leves e a menor letalidade da doença. Na política, o ano foi de acirramentos globais. Uma polarização jamais vista e que veio para ficar, infelizmente, sob o prisma de que toleramos conviver opinião adversa. Aqui, nem o mais otimista esquerdista imaginava o retorno e a eleição do presidente Lula, após condenações e prisão em decorrência da lava-jato. Êxito que veio depois de uma eleição marcada pela polarização e baixo nível dos debates. Mais uma vez, ficou de fora o projeto de país. A política ferveu em todo mundo, com eleições inesperadas e renúncias sucessivas, a exemplo do cargo de Primeiro Ministro da Inglaterra. Primeiro Boris Johnson, depois Liz Truss, apenas 44 dias no cargo. No cotidiano, vimos a vida voltar ao normal. Restaurantes, shoppings, casas de shows, festivais voltaram a respirar gente. O povo voltou a lotar os aeroportos, fazendo aquecer a indústria do turismo em todo o Brasil. Vimos renascer o Carnaval e outras festas religiosas. Podemos reunir familiares no Dia das Mães e Dia dos Pais. Podemos sentir o calor da fogueira a acender os pandeirões da nossa cultura e dos nossos corações. Assistimos atônitos ao início de uma guerra insana (se é que já existiu sensatez em alguma guerra), até hoje com capítulos de atrocidade por um ser insensível. Os impactos foram muitos, inclusive com reflexos na cadeia de suprimentos, decorrentes da afetação das atividades dos países envolvidos no conflito. Na economia, observamos empresas de tecnologia recuarem a um nível mais abaixo, após a pandemia. Demissões em massa marcaram “startups” de empresas como Meta, Twitter e outras. O avanço tecnológico foi imenso nos últimos anos e não foi diferente em 2022. Só não conseguiu frear a avalanche de “fake news” gerada nas redes sociais. Acontece no virtual, mas tudo fruto de uma imaginação real, que busca interferir negativamente no equilíbrio da ordem social. Ações extremistas, como as que vitimaram inocentes mundo afora, nas mãos de franco atiradores. Os Estados Unidos seguem a dianteira desse crime de ódio, mas precisamos abrir os olhos com os prenúncios em nosso solo.

Necessária a busca de solução para que a quantidade de mortos em comunidades pobres e pretas não continuem incrementando uma triste estatística. Mas é preciso atenção com profissionais das forças policiais, que não puxam sozinhos o gatilho e que também são vítimas de uma desastrada política de segurança. Um ano que levou lideranças mundiais, como a Rainha Elizabeth e o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Inexorável destino que deixou-nos órfãos de figuras como Elza Soares, Gal Costa, Erasmo Carlos. Apenas para citar alguns. Os desastres naturais marcaram presença no noticiário. Chuva, alagamentos, degelo, tempestades tropicais, terremotos, vulcões, estiagem, seca, calor extremo, queimadas. Vidas que se perderam para a abundância ou a escassez das intempéries climáticas. Às tentativas de soterrar a democracia, o povo e as instituições responderam prontamente. Alguns diriam, até com certo exagero. Mas só quem viveu sob o regime da pólvora sabe o quão é valioso viver em um Estado democrático de Direito. Aplausos para todo o quadro de competentes profissionais do TSE e dos TREs, a exemplo do TRE-MA.

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