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ENTREVISTA COM BIGUÁ - 2001

1955 - 2022

Perdemos hoje, um dos responsáveis pelo desenvolvimento de desporto maranhense: EdivaldoPereira Biguá, chegou ao Maranhão como atleta, fez sucesso e passou a treinar equipes campeãs. Daí a evolução foi constante; árbitro, técnico, dirigente e ultimamente, desenvolvendo com sucesso o trabalho de jornalismo no grupo Mirante de comunicação. Teve como companheira a atleta e jornalista Tânia Biguá. O biguá, foi um gigante, em prol do esporte maranhense, em especial o Voleibol, esporte onde, como dirigente chegou até a CBV, onde exercia a função de relações públicas. Segue em paz meu amigo, o esporte maranhense , fica em débito contigo!

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Laercio Elias Pereira

Biguá foi meu estudante no ginasio e atleta de handebol da GM e seleção de São Caetano. Quando fui pro Maranhão, no começo de 1973, puxei o Biguá pra apitar os Jogos Escolares em setembro e ele já ficou, com a força do Claudio Vaz. Ainda atleta viroutreinador , depois jornalista e oficialmente, com todas as honras. Cidadão Maranhense. ADeus!

ENTREVISTA COM EDIVALDO PEREIRA BIGUÁ, REALIZADA NA SEDE DA FEDERAÇÃO MARANHENSE DE VOLEIBOL, NO GINÁSIO COSTA RODRIGUES, NO DIA 04 DE JULHO DE 2001 COM INICIO ÀS 10:07HS.

L- Nome?

E- Meu? Edivaldo Pereira Biguá. L- Idade?

E- 46.

L- Data de nascimento?

E- 25 de setembro de 1955.

L- Local?

E- Pernambuco. Caruaru – Pernambuco. L- É... Pernambuco!?

E- (risadas) de nascimento. Com meses, com questão de seis meses, sete meses de idade, eu fui para São Paulo e a minha família me criou lá. L- Filiação? E- José Guilhermino Pereira da Silva e Maria Pereira da Silva.

L- Formação? E- Terceiro grau, em andamento. L- Fazendo o curso de... ?

E- Direito.

L- Você fez ...?

E- Jornalismo.

L- Curso profissionalizante? E- Não, fiz jornalismo, desculpa jornalismo e direito em andamento e técnica de esporte, né. L- De onde vem o apelido Biguá? E- interessante, vem de São Caetano do Sul, em São Caetano do Sul com mais ou menos 8, 9 anos de idade, que eu comecei a me envolver com esporte, com Basquetebol, naquela época ... não me recordo bem, na época do Beatles, 70, 71, aí - eu tinha um professor de basquete lá João Francisco Brás -, que era o professor da seleção brasileira de basquete inclusive, e eu usava o cabelo todo franjinha tipo os Beatles né, e ele olhou para mim assim, no meio de toda a turma e disse: "você tem algum parentesco com índio ?" – Não sei, eu precisava sondar. - Aí, ele disse, procura saber com seus pais, porque você parece um biguazinho. Aí o pessoal já começou dali, já pegou o apelido de Biguá, né. Aí eu cheguei em casa e conversei, realmente com a minha mãe, e minha mãe disse que era, sim, era neta de índia e o meu pai é descendente de português, então ficou caracterizado e depois, no treino seguinte eu confirmei para ele que tinha essa ligação e ele disse na frente de todo mundo que Biguá, na língua Tupi, era Pequeno Índio; por isso que

ele botou esse apelido em mim, um apelido que já se tornou nome, já é acoplado ao do meu filho, à Tânia, a minha mulher, já se tornou nome, já deixou de ser apelido, tanto é que meus próprios pais, se você entrar em contato com eles em São Paulo e procurar o Edivaldo, vai ser difícil deles saberem (risos), mas Biguá com certeza! (risos). L- Como se deu o envolvimento com esportes? E- Então... deu mais ou menos assim, eu sempre fui, por ser arrimo de família e por ser de família muito pobre, retirante, vinda do interior de Pernambuco para capital de São Paulo ,,, eu, desde os 7, 8 anos de idade eu sempre trabalhei, então nessa época eu me recordo bem, eu engraxava sapato, eu mantinha um ponto perto de uma padaria na minha casa em São Caetano e eu engraxava sapato e ganhava a minha grana legal, dava para eu ir para minhas matinês, eu ajudava a minha mãe, meu pai. E eu, engraxando sapato de uma pessoa, essa pessoa começou a me falar de esporte, perguntando se eu não praticava nenhum esporte. Todo mundo sabia que eu jogava muito bem futebol, era uma coisa assim de sangue, os meus tios jogavam, eles me levavam para assistir jogo deles e eu gostava de jogar futebol, aí uma pessoa disse, olha lá no Lauro Gomes de Almeida, que é um ginásio, que hoje se chama Rubens Feijão, no Complexo Esportivo da Cidade de São Caetano, estavam abrindo assim uma série de escolinhas, né, aí o cara disse, porque você não vai tentar lá jogar, jogar basquete, joga alguma coisa... Taí ... interessante, eu fui, fui com essa pessoa, a gente chegou lá me inscreveram na escolinha de basquete e para você ter uma idéia, interessante, agora uma coisa que vem assim na minha cabeça ... quem era primeira técnica que eu tive ? foi a Norminha. Norminha é o maior nome do basquetebol feminino, né, Norminha segurou a barra de toda uma geração e eu não sei te dizer, coisa de Deus, Deus foi quem me botou no esporte, é menos de um mês, eu era o chodozinho delas, elas tinham um time. Elas tinham um time lá em São Caetano, era a Norminha, Marlene, Delci, Elzinha, essa duas técnicas hoje, que estão trabalhando no Vasco, né e a Simonne, essa cantora, então eu passei a ser mascote desse time, aonde elas iam, aonde iam, em qualquer lugar, elas me levavam, era o mascote delas, né, e eu fique, eu vivi basquete assim 8 anos de idade, eu vivi intensamente basquete até os 14 anos. L- Apesar da altura? B- É, mas nessas categorias de base ... eu fui convocado pela Seleção Brasileira Pré- Mirim, até 12 anos de idade, nessas alturas eu tinha saído de São Caetano, esse seu Brás ..., seu João Francisco Brás que era, a Norminha já era técnica das escolinhas, técnico das equipes do São Caetano Esporte Clube, era o Brás que era ligado também ao Pinheiros em São Paulo, então quando o pessoal se destacava em São Caetano, ele levava para o Pinheiros, em São Paulo; e assim ele me levou, me levou para lá, eu fui o primeiro camarada, chamado do interior, a ser convocado para uma seleção paulista de basquetebol; isso foi interessante, eu com 11 anos de idade estava na fase pré-mirim, quando eu voltei da seleção tinha faixas, tinha faixas e mais faixas na minha cidade parabenizando Biguá. Já era Biguá, Biguá já era conhecido, a marca Biguá já estava bem clara, né, ai aconteceu um fato interessante, quando eu sai do Pinheiros, eu... Você conhece São Paulo, tem um clube Esperia, tem um rio que é o rio Tietê, que separa os dois clubes, o Esperia e o Tietê, né, e o camarada do Esperia queria me levar para lá e o Pinheiros Clube me liberou, naquela época, eu sei hoje como funciona o basquete, você podia até não ter a autorização do clube para transferir, mas você tinha que cumprir um estágio, era coisa assim de dois anos, eu ia para o Esperia, batia a minha bola, fazia tudo, ganhava meu dinheiro, mas não jogava oficialmente, aí interessante que nesse intercâmbio, veja como as coisas acontecem, eu, paralelo ao basquete, continuei jogando futebol em São Caetano; tinha dois clubes grandes que trabalhavam com base, na época era dente de leite, era Cerâmica São Caetano, clube que funciona até hoje e General Motors, clube que funciona até hoje, meus primeiros passos com o futebol, com o General Motors, em, em ... eu joguei no General, eu era meia esquerda, com o dez nas costas, né e era o destaque no time e a rivalidade era São

Caetano e General Motors, calhou do Corinthians ir fazer uma apresentação em São Caetano, Corinthians - Federação Paulista de Futebol -, contra o então SAAD - SAAD era uma empresa que tinha em São Caetano e era o time da cidade, que hoje é o São Caetano Esporte Clube -, ai, na preliminar botaram para decisão do campeonato dente de leite, General Motors e Cerâmica São Caetano, nós ganhamos de 2 X 0, dois gols meus, e existia um camarada no Corinthians, chamado Pardinam, capitão Pardinam, era o preparador técnico do Corinthians, ele me convidou imediatamente para ir para o Corinthians, nasci grande no futebol. L- Daí é que vem tua paixão pelo Corinthians? B- Sim, já era, né (risos), então essa foi forte demais, ai eu fui para o Corinthians e fui treinar em..., e o meu treinador na época era o Luisinho, aquele pequeno polegar que entrou na história do futebol do Corinthians e eu fiquei assim, uns 13 anos, 12 anos, até uns 2 meses, 3 meses até deu completar os 17 anos, aí paralelo, como eu tinha parado o basquetebol, eu jogando futebol, eu acabei conhecendo Laércio Elias Pereira.

L- Não foi da época da GM ? Laércio era funcionário da GM ... ( conversação confusa entre os dois) B- É isso que eu estou te falando, paralelo a isso, paralelo ao futebol, paralelo ao futebol, eu conheci o Laércio de nome, porque a Nádia (Pereira, foi professora da UFMA, hoje vive na Suíça), a mulher dele dava aula no Colégio em que eu estudava, a Nádia dava aula, Moacir (Moraes da Silva, também foi professor da UFMA, hoje aposentado), esse nosso companheiro Moacir dava aula lá para gente, no Instituto Educacional onde eu estudava, coincidentemente os dois grandes nomes do esporte que saíram desse colégio, foi eu e Hortênsia, Hortêncinha do basquete. Hortênsia tem uns 2 anos, 3 anos a menos do que eu, e era assim, fã de carteirinha nossa, e fazia atletismo, depois optou pelo basquetebol... L- Mas ela fez handebol, também... B- Mais o primeiro esporte dela, foi o atletismo... L- E o técnico era Laércio... B- É, ela fez handebol, ela fez handebol, porque eu era a estrela naquela época, aonde eu quero chegar, aí o Laércio disse: - Por ter um cara habilidoso aí que sempre jogou basquete. Laércio estava montando a General Motors de Futebol, aí deram o meu nome para ele, Marcão ... Marcão, Marcão velho, Marcão barbudo ... (Marcos Antônio Gonçalves, trabalhou no antigo DEFER e hoje, na SEDEL - ver entrevistas), Marcão me pôs nos jogos escolares daqui ... tem um baixinho que desarruma, né, no meio batendo bola, aí ele me chamou para ir. Aí aconteceu outro fato interessante, em menos de um ano de treinamento na General Motors, eu fui o único cara do Interior de São Paulo, convocado para a seleção Paulista de Futebol, aí eu me destacava. Ah sim, eu sempre tive, assim muita garra e determinação, eu era muito atento, esperto, eu para você ter uma idéia, minha mão até hoje não pega uma bola de handebol, eu jogava com ela solta, mas eu fazia passes assim , então inclusive no livro que ????? colocou tem uma foto minha que eu comecei a criar alternativas de arremesso, já que eu não tinha altura para arremessar, não tinha potência no arremesso, né, eu matava esses caras em colocadas, eu comecei a inventar o arremesso por trás, eu ia na projeção dos três primeiros e no terceiro passo, eu virava, ali no início eu comecei a correr dois riscos, o primeiro risco era que se a bola batesse no, no defensor, eu não sabia na verdade o rumo que ela tomaria, eu poderia pegar um amarelo, advertência ????, isso criou, quer dizer foi criado um estilo ????, - Cara tem que tomar cuidado que ele vira com facilidade! Eu comecei a me aperfeiçoar, aperfeiçoar, aperfeiçoar, eu fazia até no ar, eu pulava e virava assim????, foi um sucesso, em São Paulo foi um sucesso; em São Luís, quando eu cheguei, então foi um Deus nos acuda, esse ginásio aqui inteiro batia palma para jogada que

eu fazia, então eu paralelo conheci ele (Laércio); então, me envolvi no esporte muito cedo, nessa época também conheci, Vítor Matsudo (Médico, especializado em Medicina Esportiva, Presidente do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul, o maior especialista brasileiro na área); Vítor estava no Colégio Brasileiro Ciências de Esporte e ele tem uma participação fundamental na minha vida, porque o seguinte: Meus pais nunca puderam estar muito tempo comigo, meu pai tinha que se virar, meu pai trabalhava no lixo, trabalhava num caminhão de lixo da minha cidade, recolhia lixo na minha cidade, lá em São Caetano, e minha mãe, analfabeta, era de ficar em casa, coitada, não tinha idéia! Meus tios que levaram os meus pais para lá, meu tio inclusive foi vereador 16 anos lá na minha cidade, meu tio dizia assim: "Toma cuidado com esse menino, esse menino vai tender para a malandragem". L- Futebol, estilo futebol. B- Futebol, aquela coisa toda, porque você deixa esse menino muito solto e tal, então eu fiquei com aquilo guardado em mim: por eu não vou ser, eu não vou ser, não quero, não é por esse lado, nunca me envolvi, nunca fumei, nunca me envolvi com tóxico, nunca fiz esse tipo de ... eu tenho assim a cabeça extremamente limpa, aí hoje eu sou exemplo da família, né, até para o lado dos meus tios mesmo, hoje eles me paparicam para cacete. L- Como entrou ... tomou contato com o Maranhão, convite de quem? B- Laércio Elias Pereira, eu não ... em 1973, dez de ... para ser preciso ele contatou comigo no dia 08 de setembro de 1973, foi contato maluco, nessa época paralelo atividades políticas eu sempre pensei 15 anos na minha frente, impressionante, eu sempre visualizei coisas adiante, então como é que eu podia ganhar dinheiro com 15, 16 anos sem ser empregado; só existia uma forma de eu conseguir fazer... essa foi interessante, Leopoldo, a FAAP, Fundação .... Penteados, lá em São Paulo super conhecida, eu comecei a ir para lá com um amigo, que o amigo faltava demais as aulas e ele ficava num desespero para pegar cópia, para pegar não sei o quê, que perder aula não dá. Eu disse, pôr, porque a gente não vai ganhar grana? A gente vai, pede para os professores o material e a gente transforma em apostila e a gente vende semanalmente todas as aulas da semana, aí nós mantivemos um convênio, para você ter uma idéia, esse meu amigo era uns 2 anos mais velho do que eu, ele já tinha uma visão empresarial até melhor do que eu, ele foi na direção da FAAP, no Centro Acadêmico da FAAP, conversou com os caras e fez um acordo financeiro, que os Centros ganhariam e nós também, só que a responsabilidade era nossa, nós...ele entrou com dois mimeógrafos, na época era em mimeógrafo mesmo, não tinha esse negócio de cópia não, a gente começou a pegar material dos professores, transformava isso em apostila e toda Segunda-feira, a gente soltava todas as aulas da semana anterior, com isso nós ganhamos muito dinheiro, mas não foi pouco não, era muito dinheiro, era tanto dinheiro que a gente se dava o luxo de sair do Pacaembú, que a FAAP fica lá do lado do Pacaembú, até São Caetano de taxi, por que a gente tinha grana. Eu, para você Ter uma idéia, eu mudei todos os móveis da minha casa, primeiro que eu morava num cortiço, cortiço, literalmente um cortiço, era um... eles chamavam lá em São Paulo, quarto-cozinha, um banheiro fora de casa com tudo, aí eu consegui convencer o meu pai de alugar uma casa, bem melhor na mesma rua, ele alugou essa casa, eu era o responsável para pagar essa casa, mas já uma casa decente, uma casa com um mínimo de conforto, banheiro interno, quarto, cozinha, aí eu nesse serviço, eu consegui mobiliar a minha casa inteira, inteira, cada vez que eu chegava com um presente para minha mãe, era uma coisa assim fantástica, quando todo mundo pensava pôr dentro, o meu espirito sempre foi dinheiro, eu não queria nada de ficar ali, eu queria era aventura, né, eu queria conhecer, eu tinha assim paixão, loucura para conhecer, viajar, eu sempre tive. Aí paralelo Laércio virou, dia 08 de setembro, virou para mim e disse: "Quer ir para o Maranhão no trem?" - Virei, como? - Vai Ter os jogos, primeiros JEM’s 73 e eu preciso levar uns caras para apitar, ai tu vai apitando handebol, tu queres ir? - Aí eu disse, quando? ele disse: depois de amanhã nós teremos que tá lá, não dá nem tempo de tu pensares! Ai eu disse: tô nessa. Eu nunca tinha andado de avião, nunca! Eu disse:

como é que nós vamos? não, o cara vai mandar passagem, tudo de avião. De avião!? Porra eu não queria nem saber quanto eu ia ganhar, se eu não ia, eu queria era andar de avião, né. Eu digo tô no clima, aí que é interessante ... foi que eu cheguei em casa, ai eu disse para minha mãe, para minha mãe e meu pai. – "Olha eu vou embora, vou passar 15 dias no Maranhão, lá, 15 dias". Não, pelo amor de Deus, não faz isso, teu emprego? Pô eu quero mesmo e é isso que eu quero e foi o meu primeiro ato como homem, foi ai que eu cresci, que eu cresci, só de pensar em ir para o Maranhão, eu cresci. L- Você tinha quantos anos na época? B- 17.

L- 17! Era menor de idade?

B- Menor, meu pai teve que dar autorização para mim e tudo, né. Meu pai nessa época, como nordestino já, é aqueles caras assim valentes, ele conseguiu ser delegado na minha cidade, indicado! Não era delegado formado, o cara já botou ele lá, ele tomava conta do policiamento toda noite da minha cidade, sabe ele venceu também na vida, por conta própria, aí eu disse: "Meu pai, quantos anos o senhor tem?" Ai ele disse: tantos. Minha mãe...? minha mãe aos berros: tantos. Eu disse: vocês já viveram, deixem eu viver um pouco, eu quero descobrir a vida, me deixem fazer isso. Ai meu pai disse assim: meu filho pode ir, você cresceu. Não pode ficar tranqüilo, eu não vou lhe dar trabalho, nunca o senhor vai ter uma reclamação minha, o senhor não, não vou me envolver em toxico e eu sempre toquei um pouquinho de violão, ai eu disse: não se preocupe, em qualquer lugar que eu chego, eu com o meu violão, qualquer lugar que eu chegue, sozinho eu não fico, porque se você chegar em qualquer lugar e começar a tocar um violão para você, alguém vai querer encostar, vai querer cantar alguma coisa com você, vai pegar o violão, né. Aí ele disse: legal. Eu sei que no dia 10, eu estava aqui com o Laércio, desceu eu, Laércio ... eu, Laércio, o rapaz, o professorzinho de ... Milton, usava uns óculos pequeninho. L- Não lembra o nome completo dele? B- Não, o nome completo dele, eu não lembro. Milton, Laércio, eu, Milton, Laércio... uns três, nós três, ai descemos a primeira cara que manteve contato comigo, foi o J. Alves (José Faustino Alves, jornalista esportivo, aposentado - ver entrevistas), chegamos lá, lá estava J. Alves com um fusquinha da Difusora, fazendo reportagem, já dando em primeira mão, que nós tínhamos chegado, ai chegamos aqui, coincidentemente eu fazia aniversário no dia 25 de setembro e o JEM’s estavam rolando, foi a primeira demonstração de carinho do Cláudio Vaz, comigo, aí o Ginásio Costa Rodrigues lotado, lotado, lotado, ai ele parou o jogo e me deu um agasalho completo do Maranhão, me fez de presente, o ginásio inteiro cantando parabéns à você e eu, eu comecei a me agradar desde o começo, porque eu vim apitar handebol, mas de tanto eu me envolver com esporte, os caras chegavam aqui, pôr tem que colocar o Biguá, porque eu estava, eu impunha respeito, mas respeito não era imposição, eu apitava independente, eu não sabia o que falavam A ou B ou C, para mim eu estava lá apitando, colaborando com todo mundo, eu acabei apitando as 3 finais de handebol, final de basquete e final de voleibol. L- Se diz que você veio para jogar handebol, na realidade você veio para arbitrar o JEM’s? B- Não, eu não vim para jogar handebol, eu vim para arbitrar o JEM’s em setembro, ai aconteceu o fato interessante, no último dia de JEM’s...nós tomamos conhecimento que iria ter o primeiro Campeonato Brasileiro de Juvenil de Handebol, até então - presta atenção -, em julho deste mesmo ano que eu cheguei. Ai é que quando o Laércio disse assim, pô vai ter o primeiro campeonato brasileiro de handebol juvenil, vai ser em Niterói, vai ser final de novembro, em Niterói. Nós estávamos em setembro. -Aí, por, tu queres ficar para jogar? L- Ai que Viché vem?

B- Não, deixa eu acabar de concluir ... Ai o Laércio disse, você não topa ficar? - Não, Laércio, eu trouxe pouca roupa, eu não trouxe nada para ficar aqui, eu não tenho nada para ficar aqui. Ai Alemão - Cláudio Vaz -, disse, "não seja por isso, eu te dou toda roupa, te dou tudo, vamos te dar tanto por mês, te damos comida, tudo o que quiser a gente te da". "Pô, mais eu tenho que voltar para São Paulo, eu não avisei meus pais". Não se preocupe, o que você precisar nós faremos. Eu falei - tá legal; ai Laércio disse: "Só que nós temos que trazer mais, só você não vai dar para segurar essa barra, porque o seguinte, em julho no JEB's em Brasília, a Seleção Paulista foi campeão Brasileira e o Maranhão foi 18o com todos os gatos que você possa imaginar, com os Rubinhos da vida (Rubem Teixeira Goulart Filho), Gafanhoto (José de Ribamar Silva Miranda), Paulão (Paulo Roberto Tinoco da Silva), Carlos (Carlos Roberto Tinoco da Silva, irmão de Paulo) e Hermílio (Nina), todos os gatos que você possa imaginar, nós conseguimos 18o lugar; ai Laércio disse: Como é que a gente faz? Eu disse: Faz o seguinte, me arruma passagem e vou até São Paulo, eu vou conversar com meus pais e eu trago o Turco e Dugo que eram meus companheiros na General Motors. Laércio disse: Porra, bem pensado. O Viché (Vicente Calderoni, professor de handebol. Da UFMA, hoje), nessa época jogava no Juvêncio, não jogava com a gente não. Ai Laércio disse: Legal, legal. Ai, eu fui para São Paulo, contei a história para meu pai e minha mãe, eu vou voltar para o Maranhão, convenci o Turco e Dugo. L- ????????

B- Turco e Dugo, eram dois colegas. L- Não lembra o nome dele? Só apelido? B- Não..., só apelido - Turco e Dugo, não lembro não -. Ai o que acontece, o seguinte, eu vim na frente e eles ficariam de vir depois, eles estavam estudando, nós estudávamos no mesmo colégio, era no Colégio Barcelona, já nessa fase, aí eles vieram, aí nos fomos para o Brasileiro. Laércio, técnico né, e nos fomos árbitros do brasileiro, quando nós chegamos lá para nossa belíssima surpresa, nós conseguimos o 3o lugar do Brasil. Você sai do 18o em julho, em novembro você em 3o lugar no Brasil, né, ficou São Paulo, Minas e Maranhão, daí que começou a ... a força do handebol no Maranhão, ai onde entra o Laércio com o Viché, eu fui para, para... eu sai daqui, antes de ir para o Campeonato Brasileiro, para encontrar com os caras em Niterói, eu fui para São Paulo, pô precisamos arrumar um cara para trabalhar para gente, como técnico, porque o Laércio sempre foi uma pessoa de idéias, sempre foi uma pessoa de execução, então ele nunca gostou de ser técnico de handebol, ele sempre em todo lugar que ele passou, o seguinte, ele monta uma equipe de handebol, ele vê quem é o liderzinho, quem é o cara que pode botar para frente, ele larga e vai embora, ele sempre foi de projetos, né, ai eu estava conversando com ele, ele disse: "Porra a gente podia trazer Viché para cá, aquele cara do Juvêncio, aquele cara sabe, conhece as coisas"; "Quando eu for agora em São Paulo, eu convido ele". E quando eu fui para São Paulo, para me encontrar com a Seleção lá em Niterói, ai eu falei com Viché, falei olha: "É assim, assim, ... nós vamos disputar um campeonato, agora, você esta a fim de ir para o Maranhão?"; Viché vinha passando por uma serie de problemas, lá na família dele e com ele próprio também, nessa época e foi interessante ele ter saído de São Paulo, ele estava envolvido em barras pesadíssimas em São Paulo, pesadíssimas a ponto de matar, de morrer; aí surgiu exatamente o lido, ele falou porra eu vou, aí ele veio comigo para Niterói; ele já começou a ajudar o Laércio na parte técnica, e em Niterói ele já veio com delegação do Maranhão para cá e eu e Laércio fomos para São Paulo; fomos para não voltar mais, eu fui para não voltar mais, já conhecia a Tânia, com cinco dias que eu estava aqui, já eu estava namorando Tânia, mas eu tinha dito para ela... L- Época depois, Santa Teresa? B- Mas eu tinha dito para ela - "Olhe, não sou daqui, não pretendo ficar aqui" - mas eu deixei bem claro - eu acho que por isso ate que ela gostou da minha sinceridade ... acredito ..."não pretendo

ficar aqui, agora, se você quiser que a gente fique namorando, a gente vai namorar, agora não tem, não posso de dar esperança nenhuma", ai, quando chegou nessa época que eu fui para São Paulo. RISOS. Ai já não era mais a minha praia, RISOS. Ai não era, não era, nem eu tinha telefone na época na minha casa, nem Tânia tinha. Quando começamos a trocar, é... dezembro inteiro, ai veio janeiro cara não dá é mais isso para mim, ai eu já achava. Já não tinha nada haver comigo. Eu saia para conversar com meus colegas e eu achava que o papo era muito vazio, eu já não era mais aquele negocio para mim. Ai de repente Cláudio Vaz me liga, ele ligou, ele ligou, eu tinha desse meu tio que era vereador que ficava uns 400 metros da minha casa, então a pessoa ligava para lá e dizia - "Olha, fala para ele estar ai dentro de uns 10 minuto que eu ligo de novo", né, eu lembro ate o numero do telefone ate hoje 442-6778, hoje não existe mais esse numero, ai foram me avisar e eu fui lá, esperar o telefonema dele. Ele disse, "Olha, nos estamos com um projeto aqui de trabalhar firme no handebol, estamos querendo que você venha, você vai trabalhar com as escolinhas" - e era tudo que eu queria né, só que eu, eu não sei to passando por dificuldade, e ele de novo abriu, me favoreceu tudo. L- Ai, já se estava em 1974? B- Já, inicio de 74, inicio de 70... L- Você lembra quem era os jogadores daquele time que participou do juvenil em Niterói? B- Lembro sim, eu lembro até do time titular, era, como é Chicão esse que era o goleiro, esse que é do Tribunal de Justiça Esportiva do Maranhão, Chicão eu era o armador, Chicão, Tião, eu , Chicão, Tião e Zeca, Zeca irmão de Hermílio, né. L- Zeca?

B- Zeca, ai era o Phil, Phil, Roberto Carlos, Phil, Roberto Carlos esse era o time de base né, porque os outros todos eram gatos, jogaram no juvenil de julho, mas não tinham idade, o Laércio nesse ponto, eu aprendi bastante com ele, não abria mão mesmo, entendeu, tem idade, tem, não tem, não joga, acabou vamos partir para outro. Agora interessante que em 74, ai caminha com grande força o handebol, né, 74 quando nós, eu cheguei aqui de novo, já o Viché já estava aqui, morava aqui no Costa Rodrigues, eu passei a morar ainda um tempo com ele e eu trouxe, há não desculpa, era Horácio, eu trouxe o Horácio comigo. L- Lembra o nome dele completo? B- Não, era Horácio... L- Ninguém lembra o nome completo do Horácio! B- Era Horácio ...

L- Nem Sidney, Laércio, ninguém, ninguém, ninguém, nem Marcão ... B- Não, era Horácio... L- Horácio era aquele que teve um tempo envolvido com droga, né? B- Teve tudo, todo tipo que você possa imaginar. Houve uma época que ele era tão maluco -, ele e Viché - tão malucos a nível de drogas, tão malucos, a gente morava aqui e eles estavam já procurando formas de misturas de cogumelo com não sei o que, eles criavam, quando não tinha grana para ficar comprando drogas né, eles criavam e Laércio..., o Horácio, o pai dele era vicepresidente do General Motors, cara, grana para caralho, ele tirou atestado de pobreza, aqui quando viajou, vinte e poucos países, depois que a gente tomou conhecimento aonde ele estava. Ele chegou um dia em casa, de volta de uma dessas viagens malucas dele, descalço e cheio de bicho de pé, nós pés, ele era um cara assim, completamente pirado, agora diferente de Viché. Viché sempre foi, é... eu defino... arrogante, né assim. Ele não, ele era completamente passivo,

L - Várias vezes????

B - várias vezes a gente só tinha grana ou para ir ou para voltar, da Cohama para cá, Costa Rodrigues, então normalmente a gente vinha andando para voltar de ônibus. L- Moravam naquela casa do Marcão, lá perto da caixa d’água ? B- É, morava Laércio, eu ... L- Já não estavam mais aqui, na São Pantaleão? B- Não, não, São Pantaleão foi em 76, não, São Pantaleão foi em 76, foi depois, nessa época morava Nádia, Laércio, eu Viché e Horácio. L- E Lino na esquina, depois...? B- Não, isso foi depois... L- Ah! Isso foi depois? B- Foi depois.... L- Ah! Então vocês tiveram duas vezes na Cohama?

B- Duas vezes, duas vezes, mas isso foi depois, isso já foi em 77, em 76, 77. Isso já foi bem depois e o interessante que nessa época, só para você ter uma idéia, junto com os dois caras que eram caretas dentro de casa, completamente caretas, era eu e o baixinho, Laércio, a Nádia, o Viché e o Horácio, eles começaram a se voltar contra mim, mais não é se voltar no sentido maldoso não, eles não começaram a me aceitar no grupo, porque eu não compactuava, eu não compactuava com as atividades, entendeu? Eu achava, por exemplo, que se eles quisessem fazer, como acho até hoje, quem quiser fazer que faça, pode fazer perto de mim, faça o que quiser, contando que não me force a fazer uma coisa que eu não ... eu fui doutrinado mentalmente, eu me doutrinei mentalmente a antes de mais nada, bloquear qualquer coisa que fizesse mal para o meu organismo, naquele tempo eu não pensava jamais em outra coisa, ai começou haver uma reação, uma reação dos três, ai eu disse - olha! esta na hora de eu pular fora, até para pular fora eu fui inteligente. Ai nós começamos, resolvemos a dividir um apartamento, interessante, dividimos um apartamento ali no Oscar Frota, eu com o Gil (Gilmário Pinheiro), ai eu comecei a me separar, é comecei a ter vida própria, né, viver independentemente, é e se existia uma mulher que eu queria assim, fosse minha, era a Nádia, a Nádia para mim era modelo de mulher, né, aquela mulher que aparentemente era, era carinhosa, era dengosa e ao mesmo tempo, dez minutos depois precisava desmontar um motor de um fusca, ela desmontava e montava, ela para mim era um tipo de mulher que eu gostaria de ter como companheira o resto da vida. Só que a convivência vai fazendo com que você veja os defeitos das pessoas que estão próximas de você ... que você né, ai eu comecei realmente a me separar, eu não concordava com algumas atitudes, principalmente dela estar com o Laércio, eu achava que ele não merecia as atitudes que ela tomava e eu sempre fui, eu tenho uma profunda gratidão, um profundo respeito pelo Laércio, nem ele tem idéia, ele não tem idéia do elo sentimental que une a minha pessoa a ele, ele próprio não tem idéia, ele já tomou as vezes, tomou alguns partidos contra, contra mim, favorável a outras pessoas, mas que nem isso, em hipótese alguma desmancha o sentimento que eu tenho por ele, de gratidão, de amizade, de reconhecimento, do cara fantástico que eu acho que ele é. Nós somos politicamente hoje, hoje não de uns tempos para cá, politicamente nos somos completamente diferentes (risos), ele segue na linha dele, eu sigo na minha, mas eu respeito ele, como era diferente a relação dele com Viché, a relação dele com outros caras.

L- Bom, você já falou como foram os primeiros tempos. E como foi a aceitação do pessoal da terra, Phil, Luís Fernando, Paulo, Carlos, Gafanhoto? B- Interessante, interessante, essa foi interessante. Eu sempre tive muita facilidade de fazer amizade, eu entendo que o ser humano não pode viver sozinho em situação alguma. Eu jamais poderia viver sozinho na minha vida, eu sinto a necessidade de tratar bem as pessoas, como adoro ser tratado bem, né, então uma das, uma das formas em que... para você ter uma idéia, minha aproximação com o grande líder da época, era o Phil, houve uma época em ... já isso foi em, Meu Deus do Céu! Houve uma época em que o Phil..., o Laércio, levou o Phil para passar um tempo lá em São Paulo, tá, o Phil se relacionou muito bem comigo, eu que levava ele para o meu colégio para treinar, eu que era ..., então a gente já tem uma amizade formada desde São Paulo né, mas aqui chegando, ele era o rei, tanto é que ele entrava por último nos jogos, tinha uma musiquinha em cima daquele Phil Maravilha, né, ele era o grande, a torcida cantava, ele, ele era um dos caras mais ricos da cidade né, a mãe dele tinha aquele... um Centro de Línguas "John Kennedy Center, ele era, sempre foi uma pessoa muito bonita né, era um partidão né e era um destaque no esporte, em tudo que ele fazia, não era só no handebol não, ele era muito bom no basquete, o problema que ele teve na mão dele foi jogando tênis de mesa no Jaguarema né, que ele caiu por cima dos vidros, para tentar pegar um saldão na bola, ele sempre foi muito bem em todas as modalidades. Ai começaram a criar um clima, quem é melhor, Biguá ou Phil? E eu não queria essa competição, nunca quis essa competição, nunca quis. – Porra Phil a gente não tem nada de ver, que provar quem é o melhor, queremos jogar na seleção, mas foi-se criando essa expectativa, foi se criando e Laércio então fez aqui uma olimpíada no ????? Bastos, ele pegou a seleção de handebol e colocou dois caras para ser cabeça de cada equipe e nivelou as equipes e nesse time ficou eu e Tião e nós acabamos formando o Tupan, o Tupan ???? a gente, nós pegamos e juntamos mais os meninos das escolinhas e outras meninos formamos nosso time e assim cada qual formou o seu, menino, que teve no Jogo Biguá contra Phil, finalmente Biguá contra Phil ia acontecer e um aué na cidade, imprensa não sei lá, não sei o que lá e eu já estava com a Tânia, já estava de volta, ai Tânia: pó não tem nada a ver. Ai eu disse: minha filha hoje eu vou jogar, porque eu sei um pouco mais, eu nunca quis esse confronto, mais já que aconteceu, eu vou jogar o que eu sei e com certeza um pouco mais. Meu amigo, eu acho que Deus em iluminou demais naquela noite, eu fiz o que você... e com um detalhe - Tião bêbado do meu lado, trebebado no vestiário no Costa Rodrigues, eu dizia, Negão, porra, porque você fez isso, cara ?, hoje, cara, você podia fazer qualquer dia, mais hoje cara, hoje cara, você podia fazer qualquer dia, mais hoje que eu estava..., eu precisava demais dele (risos), hoje, ai eu comecei, como eu o conhecia desde o tempo das seleções, eu sempre fui capitão da seleção, eu porque você sabe que tem jogares se você abre a boca com ele, reclama no mínimo que por ele se apaga e tem outro que as vezes você tem que mexer no brio do cara, para o cara né e Tião era desses..., Tião até hoje é desses cara que você disser assim, eu duvido que você faça isso, ele vai se esborrachar mais ele vai querer mostrar para você que ele é capaz de fazer, é uma forma de suprir todas, todas as deficiências dele de pele, de pobreza, de né. Ai eu disse para ele - "filho da puta (risos), tu vais ter que jogar, porque tu não vai me deixar nesse sufoco sozinho, olha como é que esta esse ginásio assim porra", ai eu comecei, tudo que eu podia agredir ele, eu fiz, rapaz ai ele virou para mim e disse - "vou te mostrar". - eu digo: "não mostra porra nenhuma, tu é um fuleiro rapaz." Meu amigo, o que nós dois jogamos, foi um absurdo, nós ganhamos..., conquistamos a competição, saímos aplaudidíssimos, de pé, o ginásio inteiro aplaudindo a gente. O próprio Phil veio conversar comigo, Luís Fernando jogava no outro time, também vaio conversar comigo, o Rubinho. Eles tinham um time forte, mais assim mesmo a amizade continuou distante, eu continuei dando as minhas alinhas de handebol, eu dava aula no Colégio Santa Teresa e fui jogar com o time no Liteiro no domingo de manhã, contra o Colégio Batista que era dessa corriola, menino não é que chegou um determinado momento lá que os dois árbitros lá do Colégio Batista, um até já morreu, irmão de Chico Neto, Otávio ele até morreu, ai não sei o que aconteceu, eu me exaltei com Tadeu, Tadeu quis bater em mim, eu não, eu nunca fui... isso daí

eu sou boníssimo, agora eu não presto zangado, eu zangado..., hoje não, hoje eu tenho outra filosofia. E ele veio me agredir e eu agredi ele, quando eu agredi ele, veio São Luís inteiro para me agredir, agora era porrada de tudo quanto era lado e eu sem saber de onde receber essas porradas e Rubem, Rubinho Goulart, sempre foi muito zangado, por trás assim... me deu uma porrada que abriu o meu lado e eu não vi, eu só vi ele, quando eu passei a mão aonde estava sangue, eles estavam tomando cerveja assim né, eu sai correndo, peguei duas garrafas de cerveja, quebrei as garrafas, agora cômico, chegou até a ser cômico, eu sozinho com duas garrafas quebradas na mão correndo atrás daquele monte de gente (risos), mais era um monte de gente correndo, eu ali queria matar alguém, eu fiquei possesso quando eu vi sangue, isso foi no domingo. Ai, interessante que todo mundo dizendo, São Luís inteira, na praia, na, na segundafeira Rubinho disse; que a hora que te encontrar vai te encher de porrada e ele é, sempre foi forte, sempre foi zangado, sempre foi..., Ah meu Deus, não se tu te lembra, aqui tinha um goleiro chamado Chico, Chico é um pessoa extremamente conhecida ai, era do Marista. Eu estava..., segunda-feira á noite eu tinha que dar aula, aqui na minha escolinha de handebol, eu estava na casa de Tânia, aqui na rua do Outeiro, quando eu to saindo para vim para cá, Chico chega lá ... pelo amor de Deus, não vai no ginásio que Rubinho esta lá e disse que hoje tu não escapa, que ele só vai se contentar na hora que ele te quebrar (risos), ai eu digo rapaz, eu só tenho duas alternativas, ou eu vou embora para São Paulo, ou eu vou lá enfrentar a fera e já. Eu já tinha um certo domínio da casa da Tânia né, que eu vivia lá, e o pai dela tinha um revolver que ele deixava sempre num mesmo lugar no banheiro, eu tinha uma taça da Federação Paulista de handebol, grande numa sacola, eu fui lá peguei o revolver e botei dentro da taça, sem ninguém saber, segunda quando eu cheguei bem aqui na porta, Viché estava aqui. Ai Viché foi lá na porta, rapaz vai te embora que os caras querem te matar; rapaz os caras vão te encher de bolacha. Ai eu disse: Viché eu não posso, eu tenho que vim, porra. Ai quando Viché esta falando comigo, vem uma turma, Luís Fernando, Rubinho, Rubinho na frente, Rubinho assim...(risos), foi interessante que ele chegou e disse assim: O que é que tu andaste dizendo ai? Porque como estava ouvido muito boato, eu realmente disse; olha eu não tenho medo de nenhum deles, se vier um por um, eu vou na porrada, não pode vir é de muito, porque não tem como, mais um por um, pode enfileirar, eu vou brigando com um, brigo com outro e eu brigava mesmo , era danado de briga. Ai ele disse: o quê que tu andaste falando? Ele veio em direção a mim e eu meti a mão dentro da minha bolsa, né. Eu digo olha, eu digo o seguinte: que se vier um por um, pode enfileirar, pode enfileirar que nós vamos para o pau, agora se entrar mais de um, eu meto e botei o revolver assim, na testa dele, eu meto uma bala na tua cabeça rapaz (risos), do jeito que ele estava assim, ele... sabe quando você da aquela esfriada, eu digo e não estou brincando, professor parece que... é dedo de Deus, não teve mais briga, não me perturbaram nunca mais, Rubinho hoje, até hoje tem uma consideração fortíssima por mim, já aconteceu em outros anos passados os JEM’ s e eu como técnico do Batista, ele também ligado ao Batista, de gente querer me ofender verbalmente e ele brigar com as pessoas. Quer dizer, eu acho que foi coisa de Deus, dedo de Deus, assim para um doido, tem que chegar um doido e meio, tanto é que posteriormente eu cheguei a ser técnico das Seleções, principalmente a adulta né e todo mundo dizia assim: rapaz só pode ser tu o técnico da Seleção, porque Rubinho só respeita a ti, todo mundo ele esculhambava, gritava, não sei o que lá, como técnico... qualquer um, se tirasse ele do jogo então, Ave Maria, antes dele sentar, ele esculhambava tanto o técnico, como a comissão técnica, mas quando era eu não, eu digo é dedo de Deus, foi assim que eu me aproximei (risos). L- Como é que você deu essa passagem de atleta para técnico? B- Eu vejo o seguinte, mais um vez eu invoco o baixinho, o Laércio, é, é... naquele momento em que nos estávamos aqui, a missão nossa não era só jogar, era propagar a nossa modalidade e espalhar o handebol pelo Brasil, a oportunidade surgiu aqui no Maranhão, ai um pouco de história de Dimas, quando Dimas trouxe para cá o handebol e que foi bem aceito pela comunidade, que Laércio quando chegou encontrou esse movimento, ele se sentiu responsável para poder

propagar isso. Qual seria a melhor forma? - Que você jogasse, atraísse o público e que você trabalhasse isso e ai vem, porque que deu certo aquele trabalho e hoje não dá certo? Hoje não dá? – eu vou dizer claramente, eu sempre tive mesmo limitações técnicas e não conhecimento, o meu conhecimento didático, eu não era formado, eu era um ex-atleta, eu não tinha, eu não estava preocupado, eu dizia sempre dizia isso, até disse isso, até a ultima vez para o Victor lá em São Caetano, a minha preocupação enquanto técnico de escolinha, não é professor! É como técnico de escolinha, em primeiro plano era fazer com que o atleta, a pessoa que procurasse o handebol, gostasse de handebol, eu sempre discuti isso com eles, depois que ele gostasse da modalidade, que um profissional fosse trabalhar a parte física, a parte...você entendeu? Eu continuo achando até hoje isso, eu acho que quem vai para uma escolinha, a primeira intenção dela é ver se gosta da modalidade, qualquer que seja ela, ai sim, gostou da modalidade ? decidiu - É isso que eu quero!? Ai eu acho que essa pessoa deva partir para uma... fazer teste físico, fazer uma avaliação, teste de não sei o quê, então eu por ter essa facilidade de fazer amizade, de conquistar as pessoas, eu sempre gostei de trabalhar com escolinhas. Inicialmente quando um garoto ou uma garota se destacava na minha escolinha, nós tínhamos um técnico, que é o técnico até hoje, que é o Viché, Viché é detalhista, Viché é aquele cara que o pivô, tem que ficar com um pé todo plantado no chão e o outro só na ponta do pé, para ganhar mais intuição, ele tinha esses detalhes que eu não tinha e o Laércio não era nenhum, nem outro, era de organização, Laércio era daquele cara que você ia para o Estádio Nhozinho Santos, para preliminar de Sampaio e Moto, com jogadores de handebol de campo, naquela época e em 15 minutos se montava um campo de handebol dentro do Estádio, se jogava, todo mundo aplaudia, a gente tirava tudo e voltava o segundo tempo, começava e disso ele mandava a noticia para folha de São Paulo, para o Jornal do Brasil, de repente o Maranhão começou a aparecer com a grande cidade... São Luis como a grande cidade do handebol do nível nacional, ai então, ai é que ainda naquela época, não era só na tua época, tinha que existir, eu por exemplo fui responsável direto por implantação do handebol no Colégio Zoe Cerveira, no colégio Rosa Castro, no Colégio Santa Teresa, vários colégios pequenininhos entendeu? Eu fui responsável por implantar, ai comecei a dar uma de Laércio, que eu era instruído por ele, aonde você ia, passava seis meses no colégio, ai você pegava aquela pessoa e deixava, por exemplo Zoe Cerveira? Ficou o Mangueirão que até hoje sobrevive do handebol, No Luís Viana, ficou o Rubilota. Cada lugar a gente foi deixando um, criando um técnico, o que aconteceu até chegar de a gente conquistar o campeonato brasileiro. L- Técnico, para jornalista esportivo? B- Ah! Esse foi interessante. 1976, para ser exato em 1975. Em 1975 veio jogar aqui uma equipe de basquete do interior, Franca. Que hoje é Franca Marantã, era Franca na época não me lembro qual é..., basquete masculino e Magno Figueiredo trabalhava na rádio Timbira. ai Magno Figueiredo queria transmitir esse jogo, mais não sabia como transmitir esse jogo, não saia mesmo. Ai ele conversando aqui, Cláudio Vaz disse para ele – Porque você não pega o Biguá para te ajudar? Biguá conhece? Porra então eu vou chamar ele para comentar, porque nesses jogos de basquete e handebol se você tem um cara que conhece a modalidade, a cesta do esporte, esse negócio, você acaba sabendo. Se valeu ou não é outra história, deixa com o comentarista, então essa foi a primeira experiência no rádio, rádio timbira com Magno, nessa transmissão do basquete. Ai aconteceu um fato interessante, em 76 eu fui para São Paulo, 76 eu fui para São Paulo, quando eu voltei em 77, ai o Magno continuava na rádio Timbira e Edvan Fonseca também, o Edvan Fonseca foi o companheiro de ????, ai eles disseram, porque a gente não faz, não era criar um programa de esporte amador, era dentro do programa dele, reservar lá três, quatros minutos para falar do esporte amador, só que o amador que eu entendia naquela época, que eles até hoje ainda relutam, eu entendia que fosse de A à Z, nos esportes, eles entendiam como futebol amador, era Rio do Cachorros ganhando do São João e isso eu não queria fazer, eu queria colocar o esporte..., as outras modalidades e eles começaram a me abrir

espaço e eu comecei a usar esse espaço... usar espaço, ai da Rádio Timbira; me convidaram para fazer o Jornal Imparcial, ai foi a primeira página do esporte amador surgindo, só do esporte amador, exceção do futebol, já misturando várias modalidades, tinha uma coluninha que era de futebol amador, ai começou essa coisa do jornalismo esportivo, ai eu, eu era diretor de esportes do Colégio Batista, nessa época em 82, a rádio, a TV Cidade ia inaugurar, 82 então a família toda de Vieira da Silva, todas as filhas, estudavam no Colégio Batista, eu tinha sempre acesso á Fabiano (Vieira da Silva), mais o Fabiano. Ai o Fabiano disse - "olha eu tô inaugurando uma televisão e eu quero que você vá fazer um programa de esporte amador, só amador, não fala nada de futebol". Pô mais eu não sou jornalista, eu não tenho... eu não sei nem falar em microfone, pelo amor de Deus! Ele disse - "não, nós estamos fazendo um curso na TVE, qualificando o pessoal para poder trabalhar"; ai eu fui fazer o curso na TVE para ganhar a condição de radialista, ai fui. Ai quando chegou, interessante o único pior momento que eu passei na minha vida financeiramente em São Luís. O pior momento que eu passei e foi aonde eu, eu também nunca mais tive dificuldade. Nesse momento eu estava tão entregue ao Colégio Batista, tão entregue que o Colégio Batista estava falindo, só para você ter uma idéia, o próprio Lino, companheiro nosso comprou telefone meu, eu tinha dois carros, vendi, eu tinha..., eu não tinha nada, eu estava acabando com tudo e endividado. Uma vez no domingo de manhã um cara passou lá na frente da minha casa e disse: "sabe aqui quem quer vender uma casa? Ai eu falei olha..., ai mostrei a casa para ele, se você se interessar eu vendo essa. Ele disse, quanto? Eu disse trezentos cruzeiros, sei lá. Ele disse, posso dar a resposta amanhã? Pode! Isso foi no domingo, na segunda-feira de manhã, Fabiano me leva para a televisão. Olha, vai começar o JEM’s, faz tudo que você imaginar, faz do JEM’s..., da uma cobertura no JEM's, esta aqui um cinegrafista, esta aqui um carro, esta aqui não sei..., te vira e eu fiz de tudo nesse JEM’s, tudo, tudo, a gente botava jogo na íntegra na televisão, a gente fazia tudo e o cara voltou no final da tarde lá em casa. Ai ele disse, olha quero lhe fazer uma proposta, eu lhe dou 150 mil cruzeiros agora e lhe dou um cheque para 30 dias, 150 mil. Eu digo, não vamos fazer o seguinte, 30 dias passam rápido, você no final de trinta dias, você vem aqui e me dá os 300mil reais e eu passo a casa para você, perfeito? Tranqüilo, o cara concordou, tal e eu fui para o JEM’s, trabalhei 15 dias no JEM’s, quando acabamos de fazer a cobertura do JEM’s, era Elir Gomes, primeiro ano de GEDEL, SEDEL, Fabiano disse assim: vem cá vamos comigo, me botou no carro dele, entramos lá na SEDEL era ali na rua de São João, por ali. L- Isso foi em 79?

B- 79, não 82, foi o ultimo ano de ... L-???????

B- ????? inaugurou em 82, ai chegamos entramos lá com Elir. Ai ele disse, Fabiano disse: Elir, gostou do trabalho do garoto? Ai ele, poxa que bom e tal, Oh foi ótimo Dá uma gratificação para o menino, rapaz, a televisão não quer nada não, da gratificação para ele, o menino trabalhou muito. Ai ele disse: Quanto? Rapaz eu não sei chama seu Vinhais, (aquele velhozinho de cabeça branca), seu Vinhais vamos dar uma gratificação ai para o Biguá, pelo trabalho que ele fez, ai na televisão e tal. Ai Fabiano disse assim..., ele disse assim, quantos? Fabiano disse assim... juro por Deus, Fabiano disse assim: Ah! dá 400 cruzeiros para ele. Ora eu queria vender a minha casa por 300? Dá 400 cruzeiro para ele. Professor, eu estava na cadeira assim... eu nem engolia, eu dizia Jesus meu, por dentro né, será que isso é meu, é verdade! Professor eu saí da Sedel com um saco de Lusitana de dinheiro e Fabiano, ele fez que antigamente se pagava no Banco do Estado, através de uns boletos, assim grande, você ia no banco do Estado, você sacava o dinheiro né. Fabiano disse não rapaz, manda um continuo ir buscar essa porra desse dinheiro. E não é que foram buscar rapaz!? Ai quando eu voltei que eu cheguei para o Fabiano. Eu disse: Fabiano? Ele disse: É teu, você mereceu, eu não quero um tostão. Imagina! Por isso que eu to te falando, eu sai da pior fase da minha vida, reconstruir a minha vida, continuo na casa que eu

moro até hoje e Deus foi tão bom comigo, para você ter uma idéia que até no Colégio Batista... Que ai o Fabiano disse: agora você vai trabalhar comigo. Ai nós criamos o "Esporte no Seis", um programa semanal, ai eu fui lá no Colégio Batista e falei para o professor Figueiredo, contei a história para ele. Professor olha, senhor me perdoa mais eu to indo, to interessando em outra área, Fabiano disse assim, assim... E ele disse: para mim é o seu ramo. Figueiredo disse:, é o seu ramo, você tem que trabalhar é com isso, você, você se dar bem com as pessoas, você se relaciona e eu vou lhe ajudar. - Eu digo ótimo! O que o senhor vai fazer? Ele me deu tudo..., em demitiu, me demitiu. - Olha! Eu vou lhe demitir, você tem direito a tudo, vá reconstruir a sua vida. Ele me demitiu, eu fiz tudo de lá para cá e nunca mais passei dificuldade nenhuma, você vê que coisa!?

L- Dimas ... Qual foi sua vivência com ele desde que chegou, teve alguma influência na sua vida de atleta? E depois como profissional de esporte? B- na minha vida de atleta não, não porque eu já tinha uma... L- A vida de atleta, aqui no Maranhão, pegou a fase de Laércio, Dimas já tinha saído do handebol?

B- Não, não, a vida de atleta aqui, ele, ele se admirava de ver eu jogar, mas eu to te falando, ele não me influenciou em nada, eu não fiz handebol aqui por causa do professor Dimas, agora com absoluta certeza eu convivi muito tempo com ele, aprendi muito com ele, é, é até a forma simples, humilde que ele sempre se direcionou aos atletas, eu nunca vi, o tempo que eu convivi com o Dimas, eu nunca vi ele destratar um atleta, nunca, nunca vi ele chegar e, e se..., ficar zangado com o atleta; poxa você errou, que absurdo, não nunca, eu fiquei abobalhado de ver, nesse JEM’s ele trabalhar no banco de dois colégios, ele era o técnico dos dois colégios, técnico do Batista e técnico do Marista e não ter confusão, não ter nada, quer dizer ele sempre foi uma pessoa assim, que eu vi, que dá forma como eu vi, muito simples, uma pessoa tranqüila, uma pessoa que mereceu e merece até hoje a minha consideração, os meus respeitos por ele, não vi ele trabalhando com o handebol, não vi, eu te digo, não..., ele nunca deu um treino para mim, eu nunca vi ele dando um treino, quando eu vi o Dimas, já foi em, em confronto, colégio contra colégio, não sei o trabalho dele como era desenvolvido, sei de histórias, sei de histórias, sei até das limitações dele, porque ele, ele não trouxe uma técnica do handebol. Handebol é assim, assim, como fez com a ginástica olímpica né, mas para ele, para o handebol foi importante nossa chegada aqui, porque acrescentou em cima do movimento que ele havia provocado, do nascimento do handebol, nós conseguimos colocar a vitória, porque ninguém se espelhou em perdedor, né, exemplo taí, o rumo da nossa vida, então quando a modalidade passou a se destacar no Brasil, ela passou a ter um número de adeptos absurdo, nós chegamos, isso não é nenhum absurdo, nós chegamos a ter campeonato de rua de handebol, tudo quanto era bairro se praticava handebol, mas porque? Porque tinha uma geração vencedora, uma geração que todo mundo se espelhava né, hoje infelizmente o handebol não está nesse patamar, você vê que hoje no país o segundo esporte mais bem visto pela federação, pela própria população é o voleibol, vai para uma olimpíada, bem ou mau ganha cinco medalhas. O voleibol é campeão da liga mundial, voleibol, quer dizer, ai você começa a ver o Guga, o Guga é um espelho, tirou o tênis da penúltima colocação, ????, quarta, quinta colocação do cenário nacional, hoje as pessoas falam de tênis com...,não com tanta desenvoltura, mais pelo menos conhecem né, então eu acho que teve essa importância da implantação dele e o segundo grande passo foi ele permitir humildemente como sempre foi, que chegasse um grupo e que desse continuidade ao trabalho dele, ele percebeu que nós não estávamos aqui para é... derrubar qualquer coisa que mesmo de errado ele tenha colocado na modalidade, evidentemente que ao implantar, ele não implantou da forma mais correta possível, ele teve as falhas, mas nós não chegamos em nenhum momento a confrontar com o pensamento dele, no lugar a gente estava tão preocupado, a gente estava tão preocupado de mostrar que nós não estávamos aqui para atrapalhar ninguém, muito pelo

contrário, que nós não mostrávamos os erros, nós mostrávamos o que seria o ..., se a gente fizer assim vai ser legal, não é que esta ruim, mas se a gente fizer assim vai dar resultados e deu né, Graças a Deus, deu resultado ai de sobra, nós lançamos umas regras desse tamanho, dessa tua fita ou menor, foi uma coisa assim, um gênesis no país. Aonde o Maranhão chegava, você dava uma regrinha de handebol, eu consegui..., isso foi uma idéia minha, eu consegui provar mesmo nas minhas competições escolares e acho até hoje que deva ser feito isso que antes de você praticar o esporte, você tem que conhecer o esporte que você quer praticar, então eu ganhei vários JEM’s aqui com meu time feminino, que eles chamavam as formiguinhas, que eram só meninas de famílias abastardas, famílias ricas, mas todas franzidinhas, mais elas tinham aulas de regras, quando o juiz fazia assim, a outra equipe estava procurando saber o que era, a minha já estava batendo, indo para o gol e entendo que deveria ser feito isso até hoje, entendeu, então nós chegamos nos lugares assim. Você tirava da rata aqui ou dava a regra para os caras, os caras ficavam assim..., não acreditavam, não se tu já ouviu falar de um tal de Santo Baldaci, Santo Baldaci era o nome do handebol do Brasil e era de Pinheiros, Seleção Brasileira e quando eu fui em 76 para São Paulo, o pessoal da Prefeitura de São Caetano me chamou para montar um time de handebol lá e eu sem formação nenhuma, leigo, leiguissímo e Santo Baldeci estava querendo montar uma equipe lá em São Caetano e formado, especializado e o cacete, com estágio na Alemanha, com estágio não sei o que lá, ai num curso que a Federação Paulista estava dando lá, essa foi interessante, estava eu e o Laércio, Laércio também assistindo o curso e o Santo começou a falar, o Santo era de, de, de corrente contrária ao Laércio e o Santo começou a falar tal, tal, porque tem muito nego na área, porque não sei o quê, porque não sei o quê, não sei o quê, por exemplo, São Caetano, São Caetano tem tudo para montar uma estrutura e não sei o quê lá e contratam um nego e eu levantei a mão e deixa ele falar, foi a besteira que ele fez, não deveria ter deixado eu falar, ai eu simplesmente ousado né, eu disse: "Olha, enquanto você se preocupa em ir para Alemanha, ir para não sei aonde e não transferir teus conhecimentos para cá, da no que dá, você adora se trancar, agora se você quiser aprender handebol, vai passar três anos no Maranhão, como estou, onde lá você se faz handebol na rua, onde lá se de um extensor ????, lá se faz de borracha com paralelepípedo é isso que você tem que ir, não adianta você ir para Alemanha e ficar com teus conhecimentos trancados, você tem que ir para o Maranhão, passar três anos e espalhar isso para todo mundo, lá a gente tem regras, a gente tem... a gente esta preocupado em divulgar o handebol para todo o mundo". ???? não podia ter deixado eu falar (risos),mais foi interessante. L- Cláudio Vaz?

B- Meu Deus! Um pai, um tio, um irmão, um dirigente...um amante do esporte, acabou a vida dele por causa de tudo, o esporte, audacioso, sonhador, é...

(FITA 2)

B- Ele reuniu o pessoal e disse olha: eu não posso pagar vocês mais do que vocês ganham, infelizmente eu vou ter que cortar 50% do salário de cada um, mais vocês estão livres para trabalhar aonde vocês quiserem. Ninguém saiu. L- É ele falou na entrevista dele.

B- Ninguém saiu, mas ninguém saiu. Você sabe porque, porque você tinha certeza que, o que ele estava fazendo não era uma coisa..., era uma coisa para ficar na história mesmo, entendeu ?. Ele tinha essa consciência, eu acho que ele tinha consciência de que ele pudesse ser prejudicado na vida particular dele diante do que ele fazia, mas ele fazia com tanto prazer, com tanta satisfação, com..., tão despojado entendeu? O objetivo dele era tanto servir a comunidade maranhense, a

servir a população que ele não media esforços, ele não tinha..., nunca ninguém se aproximou dele, que ele dissesse um não, quando muito ele dizia assim, - vamos atrás. Pôr ele se fazia coisas assim absurdas, eu nunca vi na história do Maranhão, você alugar dois Boings para você ir para um JEB’s, fretado dois Boings para você ir para o JEB’s, mas era coisa assim, - pô eu tô precisando de três passagens para fazer não sei o que lá, quando você mau acaba de falar, ele já estava ligando para não sei quem, para conseguir as passagens para ele, você entendeu? Ele dava completo apoio – (Alô! ... atendendo ao telefone) L- E o Laércio Elias Pereira?

B- Meu Deus do Céu! Meu Deus do céu! Para mim é um ... eu não te digo hoje, com a minha filosofia hoje não é mais meu ídolo, porque o meu ídolo é Deus, né, mais ele foi muito marcante na minha vida, muito, muito, muito! Eu tenho certeza que ele contribuiu fundamentalmente para minha formação como pessoa, como ser humano. Eu me lembro muito, eu me lembro como se fosse hoje, que a preocupação dele comigo era tanta que tanta, que ele dizia estuda, da um jeito, você é inteligente, estuda, eu me lembro depois que ele saiu, que eu fiquei aqui sozinho, um grande tempo, eu comecei a escrever em jornal, eu comecei a escrever em jornal e quando ele pegava as minhas matérias, ele não acreditava que eu estava escrevendo. – "Como é que um menino que tem o 2o grau, escreve dessa forma, com facilidade de escrever!" Eu achava... graças a Deus isso eu tenho até hoje, se você disser assim para mim, olha o tema é ...., claro eu tenho que conhecer o tema. O tema é Descobrimento do Brasil, você tem duas laudas para fazer, eu não fico medindo lauda, eu escrevo o suficiente para duas laudas é, é inexplicável isso. Agora ele quando chegava, ele dizia assim, tu escreveste isso, ele perguntava para Tânia, ???? não acreditava. Dizia Tânia ????, ele que tá escrevendo isso mesmo? Tânia dizia, é. Como é que tu pode fazer isso ? Eu digo, não sei Laércio, eu, eu.... Ele disse, você tem que estudar, você tem que... você tem um texto bom, você tem que fazer isso, ele sempre, todo tempo me incentivando e eu não tenho, qualificar, qualquer coisa que eu diga dele é pequeno perto do que eu sinto por ele, é uma relação, eu acho que é até extra, uma relação assim, de décadas, de vidas passadas, de ...acho que nós temos alguma coisa assim mais forte, do que simplesmente conhecimento né, a única coisa que me deixa muito emocionado até, até quando eu falo dele, bastante é que ele deixa isso bem claro, ele deixa isso bem claro em relação ao sentimento dele comigo também. L- Marcão?

B- Vichi Maria, Marcão, Marcão (risos), grande Velho, Marcão. O seguinte é, eu conheci o Marcão desde a época do SESI de Santo André, desde a época do SESI, a gente jogava salão juntos, era assim, era Toninho, lembra de Tonhinho? Moreninho que também veio para cá, é eles tinham um time de salão que eu ia para lá, eu ficava invejando eles jogarem salão né, Meu Deus! Como esses caras jogam e não mais que de repente, eu comecei a jogar no meio deles, era garoto no meio deles, mas ele já estava... ele já tinha uma pequena fama, jogava no Corinthians, aquela coisa toda, ai ficou fácil, eu conheci o Velho desde aquela época e também fui um dos responsáveis pela vinda dele para cá, quando me procuraram... eu, Laércio, um cara, o perfil que a gente imaginava naquele momento, o perfil era ele, tinha que ser ele né, nós fomos tão também apegados que houve uma época em que ele foi para o Iraque, que eu ia também, que eu e a Tânia íamos com ele, nós chegamos a fazer todos os testes na Mendes Júnior, nós não fomos por um único empecilho na época, porque eles não quiseram nos dar uma casa para ficarmos juntos, eu e a Tânia, eles queriam que eu ficasse por algum tempo num lugar e a Tânia em outro, ai nós não concordamos, nós estávamos iniciando a nossa vida naquela época quando Marcão foi para lá, mais é uma pessoa fantástica, uma pessoa que merecia muito mais do que tem hoje, eu acho entendeu? Infelizmente ele não conseguiu graduação em nada e hoje se você não tiver uma graduação no mínimo, você..., a concorrência é completamente desleal, não há mais espaço para o prático. L- Lino Castellani ?

B- Lino, Lino, Lino, grande figura, Lino Castellani, eu sempre analisei o Lino, assim; o Lino se apegou muito a parte política do esporte... ele e outra coisa, como todo Petista é radical (risos), extremamente radical, hoje existe uma ala do PT que já conversa, já escuta, já expõe, mas ele sempre foi muito veemente nas colocações dele. L- Mudou muito ultimamente. B- É né ? é o que eu to te falando, eu to com pouco contato com ele, pouco contato, eu me recordo bem do nosso inicio, mas é uma figura também muito assim, que nós ficamos muito próximos, muito próximos mesmo, muito próximo, é eu , ele, a esposa dele, a Sandra na época, os filhos, o Márcio com os amigos, muito... nós temos assim, eu lembro bem César Bragança, eu não sei se tu ouviu falar desse César Bragança, morreu recentemente, foi até homenageado, ???????, ele dizia sempre que era a dupla tipo assim; Batman e Robin, onde estava Lino, Biguá estava perto, onde estava o Biguá, o Lino estava bem próximo, nós tivemos um período muito próximo. Depois ele se afastou, foi para São Paulo, eu, eu perdi esse contato, eu sempre fui muito mais contato com ele, do que ele com a gente. Bem recentemente mesmo eu procurei muito contato com ele, uma das ultimas vezes que ele veio aqui, foi eu que trouxe, foi eu quem o trouxe, a Sandra ainda estava aqui, e eu consegui traze-lo aqui, através de um projeto que eu montei na SEDEL, a SEDEL???? E eu trouxe ele para passar uns dias aqui, depois perdi o contato com ele completamente. L- Phil Camarão?

B- Phil, menino levado, menino mimado (risos), é o Phil aquela... o Phil como amigo, como amigo pessoa interessante, a primeira pessoa quando ele foi Secretário de Esporte e Lazer, a primeira audiência como Secretário de Esporte e Lazer, ele me convidou, ele disse que o primeiro a falar com ele seria eu, devido... todo nosso passado e eu fui, eu fui, você sabe o que ele disse? O que é que você quer? Desse jeito que eu to te falando. Escolha o que você quer. E eu disse, só quero que você não me dê motivo para falar mal de você ... e ele não acreditou, eu digo, na sua cara para você não der motivos para eu falar mal de você, se você fizer isso para mim esta ótimo. Eu no auge da minha carreira jornalística, programa no SBT direto, ai ele ficou..., pasmo, ele não acreditou que eu fizesse isso, ele disse: "Pó, e ai o que é que eu faço?" Nada, eu, eu sou o único ou um dos pouquíssimos ou raríssima exceção que não é contratado nem do Estado, nem do Município, eu não tenho vinculo com ninguém empregatício, nem com o Estado e nem com o Município, daí talvez essa minha liberdade um pouco mais de expressão, a grande maioria esta vinculada. Mas ele poderia ter feito um grande governo, teve o apoio todo do governo da época, do governo Lobão, era protegido de dona Nice, dona Nice sempre gostou muito dele, ele perdeu a oportunidade de realizar um grande governo, perdeu, poderia ser melhor. L- Luís Fernando?

B- Luís Fernando Figueiredo, artilheiro do Brasil, Luís Fernando, Luís Fernando é um grande atleta, não sou um grande amigo dele, nem ele é o meu grande amigo, nós nunca fomos tão íntimos, como eu fui do Phil, como eu fui com Rubinho, com Luís Fernando sempre houve um distanciamento, um pouco maior é ... até hoje, hoje já existe uma aproximação bem maior, mesmo eu trabalhando no colégio Batista há nove anos de idade, a minha ligação... ele passou muito tempo no Rio também, ele era mais ligado por exemplo, ele tinha mais aproximação com Viché, do grupo talvez quem tivesse mais aproximação com Viché era ele, ao paço que os outros tinham mais aproximação comigo né e era, sempre foi uma coisa assim, meio desencontrada, porque ele sempre teve uma religião, é mau resolvida, né, o pessoal era Igreja Batista e ele não sabia se ficava, então essa, essa coisa me distanciou um pouco dele, eu confesso a você que dele eu só tenho boas lembranças dentro daquela quadra, é não resta dúvidas, era uma pessoa que usava muito o porte físico na hora que precisava, não tinha muita técnica, mais tinha uma potência boa de arremesso e quando a gente criava jogadas, principalmente abria a defesa

adversária, ele rompia com facilidade, não era um rompedor, se existisse um bloqueio na frente ele parava a jogada ali, mas quando a gente preparava tudo direitinho, que formava as jogadas para ele passar, ele passava e deixava na cara do gol. É uma pessoa que gosta muito de esporte, ajuda muito, nunca virou as costas para ninguém, ninguém, até hoje como dono de clínica, hoje como presidente da Federação, ele nunca virou as costas para nenhum atleta, sempre esta pronto para resolver, apenas a relação, a amizade deu com ele não foi tão forte como com essas pessoas que eu to te falando. L- Tânia?

B- (risos). Ah, meu Deus do Céu. Minha vida, minha paixão, meu amor, meu tesão, minha mulher, minha companheira, é minha felicidade, minha loteria. Eu digo sempre que ganhei na loteria quando casei com ela e ganhei na Sena sozinho quando ganhei meu filho, eu sou muito família, entendeu?, não acredito em nada que não possa surgir da família, ai eu digo babacamente, tantos quantos queiram ouvir. As minhas colegas de escolas, as minhas, as minhas, os meus companheiros lá na faculdade, eu digo, eu sou um cara extremamente feliz, sou um cara babacamente apaixonado pela minha esposa, então a gente tem um... a gente namora até hoje, namora mesmo, namora de mãozinha dada, de estar junto, de ter necessidade de conversar, entendeu, de tirar dia para gente, vamos passear, vamos conversar nós dois, vamos... não interessa o que tem ao redor da gente, vamos parar, vamos conversar, a gente não discute o mínimo; lógico que ao longo desses 28 anos nós tivemos algumas discussões, mas a gente entende que as discussões só podem vir, ser resolvidas imediatamente, entendeu? Tem que ser resolvidas as rápidas, não pode ser esse negócio de ficar 3, 4 dias sem se falar, não existe e outra coisa, eu não produzo se eu tiver brigado com ela e ela não produz se tiver brigada comigo, nós , nós somos realmente um elo, coincidências ou não, ela nasceu dia 19 de abril, dia do Índio (risos), ai casou com um pequeno índio (risos), quer dizer, isso são coincidências da vida ??? mais é isso.

L- Dimas? b- É uma figuraça, né. Eu estou falando para você, é espelho, é referência, né? e simboliza uma geração, simboliza o nosso esporte, é impossível você falar do esporte do passado e você não atrelar o nome do Dimas, completamente impossível, é aquilo que eu falei para você ainda há pouco, eu desconheço alguma, qualquer que seja pessoa que tenha falado dela, dele enquanto pessoa eu desconheço, convivi bastante com ele só aprende com ele, não sou tão íntimo dele, não sou, poderíamos até ser um pouco mais, só por diferença de idade, de mundos, fui mais amigos dos filhos, das filhas, fui mais próximo deles do que dele propriamente, da própria mulher dele, que trabalhei com ela no Colégio Batista, simpática, muito linda por sinal ????, não podia ser diferente, eu ... reverencio ele com certeza, reverencio como uma das pessoas chaves da educação física do esporte . L– Valeu a pena? b- Meu Deus do céu, já me parei perguntando isso várias vezes, com certeza, sim! é com certeza absoluta e se eu faria tudo de novo, faria, faria sim, claro com outra conotação, o que eu lamento nessa estória nesse processo todo e aí é até um desabafo, eu lamento que o trabalho iniciado vinte , trinta anos atrás, vinte e oito, trinta anos atrás, o trabalho ... não surtiu efeito hoje, quer dizer nós estamos hoje trabalhando em piores condições do que e quando não tínhamos ninguém formado e quando nós não tínhamos espaço, depois nós não tínhamos mais nós tínhamos naquela época uma coisa que hoje sou eu que vou dar pode até ser no futuro que é a vontade política, antigamente pelo menos a vontade política, hoje nós não temos isso, nós não temos um plano direcionado à educação física do desporto do estado. Nós temos um Prefeito hoje que não gosta de duas coisa na vida para mim: que é esporte e música, ele não gosta de fumar, ele gosta de pegar uma ... uma estrada e botar asfalto em cima, isso não sensível a cultura, isso não é

sensível ao esporte e você tem uma governadora hoje, que é o que se disse ser atleta, foi de voleibol, mas nunca foi ferrenha, nunca gostou a ponto de hoje se esquecer que foi atleta e de infelizmente não ter uma política voltada para o esporte, eu lamento muito, eu confesso a você e já disse isso a algumas pessoas quem quiser prestar alguma homenagem para mim que preste agora porque depois que eu acabar a minha ... o meu curso de Direito, eu jamais vou entrar em um lugar de esporte, quando eu acabar o meu curso, eu receber o meu canudinho, eu nunca mais vou entrar em um lugar de esporte aqui no Maranhão mesmo, eu vou, eu posso até continuar trabalhando na imprensa mais eu não vou, vai ter um repórter meu que vai estar lá, mais eu não vou, por eu acho isso um descaso que fazem com as pessoas que trabalham na área de esporte e educação física aqui em São Luís, acho um descaso. Evidentemente de que a culpa na área de educação física é dos próprios profissionais, os profissionais que não almejam nada e acham que o suficiente é se formar e arrumar ... passar no concurso publico e montar uma academia, é o objetivo fim da vida deles, que acham que pagar cinqüenta ou investir em ir até o Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo é custo, não cabe isso como investimento não se reciclam, não lêem, não tem uma área hoje em que você não tiver, que você não leia você está desatualizado a cada segundo, a cada minuto o nível de informação é muito grande e constantemente se mudando de direcionamento você imagina aquele profissional que se formou em 1960 e se quer ler um romance não te digo nem da área dele, um romance é muito difícil, a culpa é deles. Agora a parte das Federações, eu acredito, tenho certeza a culpa é dos governantes, os caras não tem idéia, a idéia que se tem de dirigentes esportivo hoje, que é ladrão, ninguém tem idéia que possa tá fazendo um trabalho perfeito, ai eu continuo o questionamento, de que forma um presidente pode roubar, porque eu quero descobrir essa forma, porque se você vai fazer uma competição no futebol, você abrir inscrição, você alcançar lá dez clubes, que vão participar da competição, você, os dez clubes sentados na mesa no Congresso Técnico, eles distinguem a forma de disputar o que eles querem. Dois clubes, você chega lá e chega o número final de jogos do primeiro ao ultimo, 20 jogos, você multiplicar esse número de jogos pelo valor da arbitragem, R$ 50 reais então você tem Mil reais é o custo da arbitragem. Quantos times tão participando? – Dez, divide esse Mil reais por dez, cada um entra com R$ 100 reais, aonde é que eu posso roubar? Me dê uma forma? – Não existe. Há porque você pode ganhar da Federação! Não ganha, eu não ganho, o voleibol ganha da federação, a única talvez, a única modalidade que ganhe R$ 800 reais por Mês, mas porque foi uma reivindicação das federações, alegando que nós precisamos manter a federação, para manter a federação tem que Ter no mínimo, secretária e uma conta de telefone, baseado nessa secretária e nesse telefone, que se chegou nesse valor de R$ 800 reais, então você, é assim que se mantém, vai para o campeonato Brasileiro não tem ajuda, quando muito, o voleibol hoje está precisando disso, competição acima de 800 Km, eles dão R$ 3,500 reais de ajuda de custo. Ah, o Sebrae ??? agora para o Rio Grande do Sul, vai dar R$ 20 Mil e pouco. 20 ..., quase 25 mil reais de passagem, 15 passagens para o Rio Grande do Sul, da para ter uma idéia de quanto é que sai, você vai para lá no Rio Grande do Sul, a confederação da 3Mil reais, o resto tem que conseguir no mercado. Como é que vou roubar? Não tem, há no caso do voleibol especificamente, há teve o Poupa Ganha na mão, mais eu tive o poupa ganha, eu joguei as condições para ter o poupa ganha na mão para todas as filiadas. Eu digo olha: as condições para gente, voleibol ficar com o poupa ganha é a seguinte; primeiro existe um cara a frente disso que é o ... o irmão de Roseana que está na frente, que está fazendo isso porque é meu amigo, confia em mim, agora ele disse que vai ser o seguinte; R$ 15 mil por mês, mês tiver 5 semanas, você ganha 3 mil por semana, mês que tiver quatro semanas, você ganha R$ 3.750 por semana, para dá os 15 mil por mês, ‘só que esse dinheiro, ele vai servir para outras entidades, para outros fins que não é o voleibol, vocês querem que eu pegue isso, eu não, você ???? agora vocês sabem que os valores são esses, vocês querem que eu faça isso?? Pô, isso é sacanagem, quando o futsal estava com Zé Raimundo com tudo ... Não, não, espera ai, Zé Raimundo com o futsal é outra história, me foi dado uma condição para que eu entrasse no poupa ganha, a condição é

essa vocês topam, agora eu posso simplesmente ... Ai o que acontece, eu joguei aberto com eles desde o primeiro dia. Ai eles disseram: não, tudo bem, então pode fechar com o voleibol. Eu fechei com o voleibol, eu fechei com o voleibol e sobraram, para você ter uma idéia, na primeira prestação de conta do voleibol, que é de seis em seis meses, eu peguei R$15 mil por mês, quanto é que eu ganho no final do Mês? R$ 90 reais, o.k.? Sabe quanto de doação, R$ 82 mil, sobrou para o voleibol R$ 8 mil reais em seis meses, agora é um puta dinheiro, porque eu tenho problema de premiação até hoje, eu tenho premiação acumulada que eu comprei, que eu comprei não, eu dei o crédito, eu peguei dei um valor para Mendonça em grana e disse; porra eu vou ficar usando isso daqui, nesse usar até hoje não acabou, porque até isso a premiação é pequena, você gasta dois troféus desse tamanho, compra 500 medalhas, você deixa lá R$ 4 ou 5 mil reais, como eu deixei de depósito, olha ai na conta quanto eu ainda tenho, né, então é a coisa assim como foi feita aqui, esta aqui R$ 90mil, você ??? e olhem, foi R$ 3mil reais para cantor não sei o quê, 2 mil para não sei quem, 3 para basquete, 6 mil para o futebol de salão, era assim, então eu sempre briguei com Fernando. Fernando é o seguinte, eu achava que ... Eu sempre briguei com Fernando, Fernando isso não é justo, Fernando você, tem um bingo e o bingo ficar só em uma entidade, olha eu acho muito, por ai então. Isso foi 2, 3 anos eu falando isso para ele, quando houver essa inversão, o polpa ganha acabou comprando tudo de José Raimundo que eu tenho minha amizade por ele, pela proposta que eu tinha oferecido à ele à algum tempo, eu disse; porra isso que é, esse é o cara. E realmente nós fizemos tudo isso, eu ajudei, eu só não ajudei, eu vou te dizer qual foi a federação, só não ajudei duas federações, atletismo, três, atletismo, handebol e natação por motivos óbvios ou não. Atletismo, Mesquita está fazendo bingo de manhã, de tarde e de noite, no interior não sei o quê lá, se deu certo ou não, não é problema meu, mas todo bingo que batia na SEDEL, seria de atletismo. Futebol de salão, é futebol de salão não, handebol porquê estava com dois bingos, fixos na cidade, não é, estava com um aqui na rua da Paz e outro lá no São Francisco. E natação porque, eu acho que natação não é esporte, hoje não é, é negócio, é negócio, então você pegar o ??? da Viva Água manda e mandou algumas vezes aqui, projeto para patrocinar um atleta, não era um projeto bem visto, diante do grupo do poupa ganha, nem de Fernando, nem de ninguém, porquê? Porque a idéia que se tem, pode até não funcionar como tal, mas a idéia que se tem é que aquilo até é um negócio e como negócio tem que se autopatrocinar e que na verdade quem pai-trocinar né, acaba o pai patrocinando, mas você entendeu, deu tudo certo, o poupa ganha passou, ao contrário, preste bem atenção ai é que vem, agora principalmente agora, que os caras tão dando valor pelo trabalho que eu fiz “claro” com eles, quando o futebol de salão tinha toda coisa para se, ele começou a trabalhar com algumas irregularidades, começou utopicamente, comprou uma Kombi, comprou 4, 5 pares de sapatos para cada jogador, mandava buscar técnico de fora à preço de ouro e jogadores de fora a preço de ouro para montar seleção e pagava muitíssimo bem todo mundo. Acabou e agora? Não tem tênis, os caras querem, não tem técnico, os caras querem, não tem Kombi os caras querem, ao passo que eu continuei trabalhando na minha realidade, acabou com ??? ao passo que o voleibol continuou, voleibol continuou sem um pingo de processo de decadência na área, mas porque foi trabalhando administração aberta, Leopoldo é aberta! O cara vem aqui, o cara do Maranhão, olha eu perdi o estatuto pode me arrumar? Tira agora cópia. Ah, eu quero a prestação de conta do ano passado, tira tudo ai. Aqui não existe ordem para ... você só não vai mexer nos documentos da federação, você não pode chegar e dizer, professor me dá todos os documentos da Federação. Não eu até passo, mas tem que ser com um funcionário meu aqui do lado, dando cópia para você. A Federação não existia, foi legalizada toda comigo, legalizada, constituída, é empresa, tudo comigo, registrada em cartório, tudo comigo, isso aqui não existia, agoira já dois mandatos que eu não quero ir, mais para me reeleger e não aparece ninguém. L- O brigado! Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? B- Eu não, não, não ... apenas eu acho esse trabalho fantástico e vou te dar uma outra dica que vou precisar muito de você, muito, acho que temos que ficar mais próximos cada vez mais daqui

para frente, isso é uma dica de primeira mão para você. É, ontem, eu tive contanto com Fernando, Fernando é quem me segura aqui e ficou fechado da gente lançar o projeto da Agenda Você, o livro vai sair em fascículos no Jornal o Estado, nós vamos fazer paralelo ao livro de exposição das fotos antigas e exposição das páginas já publicadas e o que mais interessante, nós estamos dando largada ao Museu do Esporte no Maranhão, o que nós temos já na mão, já nos credencia a dar o ponta pé inicial, o que nós vamos precisar, vamos precisar de pessoas, pesquisadores para que a gente possa ao falar da história da Educação Física do Maranhão, a gente possa Ter dados na área, possa ter ... evidentemente que nesse projeto você também está bem entrosado, bem encaixado e no projeto de televisão, quero você mais próximo da gente, daqui por diante. Obrigado você! L- muito obrigado, encerrado às 12hs.

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