Conselho Editorial Série Letra Capital Acadêmica Beatriz Anselmo Olinto (Unicentro-PR) Carlos Roberto dos Anjos Candeiro (UFTM) João Medeiros Filho (UCL) Maria Luiza Bustamante Pereira de Sá (UERJ) Michela Rosa di Candia (UFRJ) Olavo Luppi Silva (USP) Orlando Alvez dos Santos Junior (UFRJ) Pierre Alves Costa (Unicentro-PR) Robert Lee Segal (UFRJ) Sandro Ornellas (UFBA) Sergio Azevedo (UENF) Sérgio Tadeu Gonçalves Muniz (UTFPR) William Batista (Bennet - RJ)
Elizabeth Miranda de Lima Luciana Marino do Nascimento Luciete Basto de Andrade Albuquerque Organizadores
Educação e Cultura face aos desafios do mundo moderno e contemporâneo
Copyright © Elizabeth Miranda de Lima, Luciana Marino do Nascimento, Luciete Basto de Andrade Albuquerque (Orgs.), 2014 Os textos são de inteira responsabilidade dos seus autores, bem como as figuras utilizadas. Os erros gramaticais e as opiniões expressas isentam a editora ou os organizadores de quaisquer responsabilidades. Esta obra não pode ser reproduzida total ou parcialmente sem a autorização por escrito do editor.
Editor João Baptista Pinto
Capa Luiz Guimarães
Projeto Gráfico e Editoração Luiz Guimarães Revisão Dos Autores
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
E26 Educação e cultura face aos desafios do mundo moderno e contemporâneo / organização Elizabeth Miranda de Lima, Luciana Marino do Nascimento, Luciete Basto de Andrade Albuquerque. - Primeira. ed. - Rio de Janeiro : Letra Capital, 2014. 244 p. : il. ; 15,5x23 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-7785-255-0 1. Educação. 2. Ciências Sociais. I. Lima, Elizabeth Miranda de. II. Nascimento, Luciana Marino do. III. Albuquerque, Luciete Basto de Andrade. 14-10657 CDD: 370 CDU: 37 25/03/2014
31/03/2014
Letra Capital Editora Telefax: (21) 3553-2236/2215-3781 letracapital@letracapital.com.br
Sumário Prefácio .......................................................................................................................7 Parte I - Conhecimento e Educação: Faces do Moderno e do Contemporâneo..............................................................................................9 Regulação e controle da escola primária acreana (1910 – 1950): uma análise a partir dos regulamentos da instrução pública................................11 Elizabeth M iranda de Lima, A lderlândia da Silva M aciel Educação, infância e reforma dos costumes: o tripé que sustenta a produção da modernidade no território do Acre na década de 1940..............27 M aria Evanilde Barbosa Sobrinho Maria Angélica de Castro: trajetória de formação e a implantação de ideias escolanovistas fundado na psicologia no território acreano.................46 Cleyde Oliveira de Castro Política educacional acriana: o discurso oficial nos governos Orleir Cameli e Jorge Viana.......................................................................................64 A lvaro Sobralino de A lbuquerque Neto Breve narrativa histórica: o contexto de institucionalização da língua de sinais brasileira Nina Rosa Silva de A raújo.....................................................................................78 Políticas de educação, formação de professores e inclusão escolar: avanços e desafios no Brasil......................................................................................94 Valdelúcia A lves da Costa
Parte II - Os Desafios da Modernidade para a Educação Escolar...............................................................................................109 Letramento: conceitos e importância social nas séries iniciais...........................111 Jairo A ntônio M arques Nogueira Estigmas escolares gerados pela dislexia: suas implicações na construção da identidade....................................................................................134 A lcione M aria Groff
Leitores navegantes de textos e hipertextos da literatura...................................159 Luciana M arino do Nascimento Avaliação da aprendizagem na educação a distância: das finalidades às questões técnicas..................................................................................................167 Luciete Basto de A ndrade A lbuquerque Elementos para uma educação integrada: uma perspectiva complexa e trandisciplinar............................................................................................................183 Conceição Clarete X avier , R enato Gonçalves Travalha Currículo e Atuação Profissional: fronteiras em movimento.............................196 Franciana Carneiro de Castro, Sandra M aria Pinto M agina Estado, universidade e currículos em tempos de reformas: alguns desafios e preposições .................................................................................218 Tânia M ara R ezende M achado , Lenilda R êgo A lbuquerque de Faria, Francisco R aimundo A lves Neto Marca escrita – escritura: uma complexidade no processo de formação do estereótipo musical .............................................................................................230 Cleuton Batista
Prefácio
A
educação escolar, dimensão institucionalizada e regulamentada da educação, não é um campo de conhecimentos e de práticas cuja análise seja simples. Ela é complexa na medida em que contém e resume dentro de si uma espécie de microcosmos da vida social. A mera descritividade dos aspectos visíveis não nos traz grandes aportes. É preciso ir desta descritividade para os aspectos de fundo da educação e ver neles elementos próprios para uma análise. O sociólogo nela reconhece a presença das classes sociais, sua variação no tempo, sua eventual divisão em redes e o modo de ser e estar de seus egressos na vida social. O historiador consegue traduzir, se apoiado em métodos rigorosos, iniciativas e ações que a marcaram ao longo de períodos de uma nação ou mesmo de um território específico da mesma. O antropólogo, por sua vez, capta nas minudências do cotidiano as marcas de um modo de ser cultural que apontam, seja para dimensões preconcebidas ou estigmatizantes entre os sujeitos, seja para aspectos que conduzem ao reconhecimento mútuo de sujeitos. O gestor não pode deixar de considerar a manutenção desta instituição, seja em seu financiamento, seja em outros aspectos administrativos da mesma. E o pesquisador, munido de métodos rigorosos e de uma vigilância epistemológica, tenta captar nas políticas exaradas, nas falas dos sujeitos, nos documentos e monumentos, nos livros oficiais, enfim, na legislação, o que uns e outros estão expressando em termos de concepções na diferentes correntes e tendências que se enfrentam na vida social. E o educador? Sem deixar de considerar o apoio destas ciências, sem deixar de estar presente nesta realidade tão familiar aos nossos olhos e tão complexa em seu recônditos, ele é o sujeito que articula os achados destas ciências e aponta o sentido das mesmas: falar de educação escolar é falar do direito à educação. Um direito que nasceu contra o próprio recorte universal do direito: um privilégio. Privilégio de poucos na base do trabalho de muitos. E aos poucos, graças às lutas sociais, à 7
consciência do valor desta ferramenta indispensável na vida cotidiana e do seu sentido de presença consciente, foi se alargando para os gêneros, para idades, para categorias até então ignoradas ou estigmatizadas, enfim, até chegar como direito de todos. E para tanto, o educador se envolve em práticas próprias do ato pedagógico, seja na sua versão mais usual e comum: a presencial, seja na sua expressão mais recente que se serve das tecnologias da informação e comunicação. Ambas não se opõem necessariamente. Ambas podem se fecundar mutuamente, desde que propiciem, junto com o domínio de conhecimentos sólidos e válidos, aquilo que Paulo Freire chamava de “prática de liberdade”. Prática congruente com uma teoria que busca fazer dos educandos um leitor consciente e crítico. Em uma palavra, cidadão. Ler o mundo com os olhos emancipados se opõe àquela leitura que faz do sujeito alguém sujeito ao projeto de outrem. Os vários trabalhos que compõem esta coletânea expressam a busca de uma educação emancipadora ora fazendo a leitura de tempos pregressos na história do Acre, ora buscando uma formação docente que seja includente, isto é, para todos. De um lado, expurgando preconceitos, de outro levantando os problemas a serem superados nas políticas educacionais e, mais especificamente, na formação docente. Aspectos legais, como convém a qualquer instituição formalizada, também fazem parte deste conjunto de trabalhos. Num momento em que a sociedade civil brasileira se levanta e exige da sociedade política o enfrentamento sério de desafios seculares, num momento em que o mundo abre novos espaços por meio das grandes transformações tecnológicas, torna-se crucial ter o conhecimento de tais realidades a fim de que se possa dar passos mais relevantes no sentido da garantia do direito à educação. Oxalá este livro, fruto de trabalhos de estudos e de pesquisas, contribua para suscitar condições em vista da democratização da educação e por cujo conteúdo venha a gerar novos espaços de uma cidadania. Prof. Dr. Carlos Roberto Jamil Cury - UFMG/PUC-Minas Janeiro/2014
8