Exposição Dinossauros do Brasil Central 2015-2017 - Goiânia - Aparecida de Goiânia - GO
Carlos Roberto A. Candeiro, Dilamar Candida Martins, Adelino A. Carvalho, Suely G. Moreira, Felipe Medeiros Simbras, Drielli Peyerl Organizadores
Exposição Dinossauros do Brasil Central 2015-2017 - Goiânia - Aparecida de Goiânia - GO
Exposição Dinossauros do Brasil Central
Organizadores Carlos Roberto A. Candeiro (Campus Aparecida de Goiânia-UFG) Dilamar Martins Candida (Museu Antropológico/UFG) Adelino A. Carvalho (Museu Antropológico/UFG) Suely G. Moreira (ESEBA/UFU) Felipe Medeiros Simbras (Petrobras) Drielli Peyerl (Instituto de Geociências/Unicamp)
Colaboradores André Luis de Souza Júnior (Curso de Ciências Biológicas/Goiânia/UFG) Camila dos Santos Pereira (Curso de Geologia/UFG) Daniel Carelli Batista Santos (Curso de Geologia/UFG) Fernanda Ilário de Souza (Curso de Ciências Biológicas/Goiânia/UFG) Hugo Bampi (Curso de Ciências Biológicas/PUC-Goiás) Jacqueline Freitas Oliveira (Curso de Ciências Biológicas/Goiânia/UFG) Joyce Brenda Ferreira de Souza (Curso de Geologia/Goiânia/UFG) Luciano da Silva Vidal (Uniasselvi-Maringá) Marcos Batista (IPOG/Goiânia) Marcus Vinicius Soares Aguiar (Curso de Ciências Biológicas/ Faculdade Araguaia) Michael Ulian (Curso de Geologia/UFG) Musa Maria Nogueira Gomes (Curso de Geologia/UFG) Tarimes do Carmo Dias (Curso de Ciências Biológicas/UFU) Gradisca de Oliveira Werneck de Capistrano (Curso de Geologia/UFG) Martha Noélia Lima (Curso de Geologia/UFG)
Copyright © Carlos Roberto A. Candeiro, Dilamar Candida Martins, Adelino A. Carvalho, Suely G. Moreira, Felipe Medeiros Simbras, Drielli Peyerl (Org.), 2017 Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados, sem a autorização prévia e expressa do autor.
Editor João Baptista Pinto
Capa Luciano Vidal
Projeto Gráfico e Editoração Luiz Guimarães Revisão Dos Autores
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
E96 Exposição dinossauros do Brasil Central: 2015-2017: Goiânia - Aparecida de Goiânia (GO) / organização Carlos Roberto A. Candeiro ... [et al.]. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital, 2017. 70 p. : il. ; 15,5x23 cm.
Inclui bibliografia ISBN: 978-85-7785-539-1
1. Dinossauro - Aparecida de Goiânia (GO) - História. 2. Paleontologia - Brasil. 3. Répteis fósseis - Brasil. I. Candeiro, Carlos Roberto A. 17-42453 CDD: 567.910981 CDU: 568.19
Letra Capital Editora Telefax: (21) 3553-2236/2215-3781 letracapital@letracapital.com.br
Conselho Editorial Isa Lúcia Morais UEG/Quirinópolis José de Araújo Nogueira Neto Curso de Geologia/UFG Júlia Barbosa Curto Ma Curso de Geologia/UNB Lana Luisa Maia Nogueira PPG-Curso de Geologia/UFC Roberto Barboza Castanho Curso de Geografia/UFU-Ituiutaba Roseane R. Sarges Curso de Engenharia de Minas/UFG-Catalão Yuri Modesto Alves PPG-Evolução/UERJ
Dedicatória Este livro é dedicado a todas as crianças, por nos proporcionarem o desafio de, ao tentarmos ensiná-las algo, aprendemos muito mais com elas.
Agradecimentos
Este
livro é resultado da Exposição “Dinossauros do Brasil
Central”realizada no ano de 2016 nas cidades de Goiânia e Aparecida de Goiânia, organizada pelas equipes do Laboratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo)/Curso de GeologiaUFG e Museu Antropológico/UFG. Os nossos agradecimentos vão diretamente à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Goiás, à Direção da Faculdade de Ciências e Tecnologia/UFG e ao Museu Antropológico, pela valiosa colaboração ao Grupo de Pesquisa do CNPq “Tetrápodes do Cretáceo de Goiás, Mato Grosso e Pontal do Triângulo Mineiro”, e pelo incentivo aos discentes e docentes pesquisadores interessados nas diferentes temáticas da Paleontologia e suas interfaces. Agradecemos, também, aos numerosos entusiastas que têm acreditado nas pesquisas paleontológicas do Labpaleoevo no estado de Goiás. Em especial, agradecemos a todas as pessoas que contribuíram para que este livro se tornasse realidade: pesquisadores, docentes, discentes e comunidade em geral que participaram da organização e visitaçãoda exposição “Dinossauros do Brasil Central”, tornando-se assim, co-autores diretos ou indiretos dos relatos de conhecimentos e experiências aqui compartilhados. Carlos Roberto A. Candeiro Dilamar Martins Candida Adelino A. Carvalho Suely G. Moreira Felipe Medeiros Simbras Drielli Peyerl
Sumário PREFÁCIO .........................................................................................15 CAPÍTULO I
Introdução..........................................................17
Carlos Roberto A. Candeiro Dilamar Candida Martins
CAPÍTULO II
Dinossauros do Brasil Central: saurópodes e terópodes..................................20
Camila dos Santos Pereira Felipe M. Simbras Carlos Roberto A. Candeiro
CAPÍTULO III
Arte e exposição paleontológica....................31
Luciano Vidal
CAPÍTULO IV
Processos de Extinção em massa durante o limite K-PG (Cretáceo-Paleógeno).............41
Tamires do Carmo Dias Daniel Carelli Batista Santos Jacqueline Freitas Oliveira Marcus Vinicius Soares Hugo Bampi Musa Maria Nogueira Gomes Felipe M. Simbras Martha Noélia Lima
CAPÍTULO V
O papel das instituições que receberam a “Exposição Dinossauros do Brasil Central”..............................................................49
Adelino Carvalho Dilamar Martins Drielli Peyerl Gradisca de Oliveira Werneck de Capistrano Camila A. Moraes Wichers Suely Aparecida Gomes Simone Sendin
CAPÍTULO VI
Glossário.............................................................55
Nayara Tállita Pereira e Melo Emily Perez Guimarães da Mata André Luis de Souza Junior
CAPÍTULO VII
Equipe da Exposição dos “Dinossauros Brasil Central”...................................................60
Musa Maria Nogueira Gomes Ramon Cavalcanti Marcos Batista Joyce Brenda Ferreira de Souza Débora Santos Maia
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ste livro é um convite a uma leitura agradável e esclarecedora acerca de aspectos e fatos históricos inerentes à história evolutiva do Período Cretáceo e os registros de dinossauros encontrados no estado de Goiás, bem como os já conhecidos para o estado do Mato Grosso, assim denominados “Dinossauros do Brasil Central”. Tendo como protagonista a equipe de Exploração Paleontológica do Labpaleoevo, entidade de trajetória relativamente curta, que se iniciou praticamente com a criação do Curso de Geologia da Universidade Federal de Goiás (2015), o texto é pautado por rigor científico e metodológico, o que confere credibilidade e veracidade à obra. A exposição “Dinossauros do Brasil Central”, objeto precípuo de relato e discussão neste livro, fortalece a relevância da obra, de modo que revela ao público um conjunto de informações inerentes à paleontologia do Brasil Central, antes pouco conhecida e divulgada. Tal exposição, de caráter itinerante e iniciada a partir de do ano de 2016, contou com o envolvimento e colaboração do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás, na cidade de Goiânia. Deste modo, tornou-se possível uma maior disseminação de conteúdos científicos e, acima de tudo, democratizar um conjunto de informações acerca da Paleontologia, em especial referente a uma região que possui um grande potencial ainda não explorado e pouco divulgado à população, conforme já referido. Tal particularidade permite aos leitores suscitar uma visão privilegiada de parte importante da história do Brasil Central e de como esta região foi historicamente forjada, sobretudo do ponto de vista de eventos paleontológicos. Inicialmente o livro trata do papel das expedições históricas entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX que, embora tenham ocorrido em pequeno número, revelaram dados científicos interessantes do ponto de vista da paleontologia e referentes ao Brasil Central. O papel do governo brasileiro entre 1970 e 1985, através do Ministério de Minas e Energia, se mostrou importante no incentivo à realização conjunta de expedições para levantamento de
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recursos naturais, incluindo os recursos geológicos, o que permitiu novas coletas de fósseis de dinossauros no Brasil Central, em especial os dinossauros terópodes e os saurópodes. A seguir, o texto aborda aspectos relacionados à arte e exposição paleontológica, destacando o papel da ilustração científica no processo de desenvolvimento da ciência, em especial no contexto da paleontologia, assim denominada de ilustração paleontológica. Neste caso, os dados científicos convertidos em imagem, o que lhe confere, conforme destaca o livro, a proeminente função de tornar imagético o conhecimento gerado pelas pesquisas paleontológicas. Os processos de extinção em massa durante o limite K-PG (Cretáceo-Paleógeno) são explanados e discutidos na sequência do livro, onde os autores fazem um apanhado de teorias acerca deste processo de extinção. Teorias como a colisão do asteroide, um processo de vulcanismo maciço, assim como alterações climáticas são descritas e discutidas como possibilidades. O livro dedica um espaço ao papel das instituições que receberam a “Exposição Dinossauros do Brasil Central”, de modo a reconhecer a importância destas instituições e, por que não dizer, externar gratidão às mesmas. Assim sendo, cabe referir o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás e a Biblioteca Central da UFG, além do Centro de Artes e Esportes Unificados, na cidade de Aparecida de Goiânia, município da região metropolitana de Goiânia, que abriga atualmente o Laboratório de Paleontologia da UFG. Por fim, fica a recomendação inexorável quanto à leitura deste livro aos interessados em melhor conhecer os dinossauros do Brasil Central de maneira absolutamente fiel e genuína enquanto fatos, eventos e marcos históricos que elucidam a trajetória destes seres que habitaram estas terras por um longo período. Boa leitura!! Goiânia, junho de 2017. Prof. Dr. Júlio Cesar Valandro Soares Diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia Campus Aparecida de Goiânia Universidade Federal de Goiás
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Introdução Carlos Roberto A. Candeiro Dilamar Candida Martins
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s conhecimentos sobre dinossauros nos estados do Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo são relativamente bem divulgados no meio científico e na comunidade em geral. Na região chamada Brasil Central há uma grande cobertura de rochas sedimentares que preenchem a Bacia do Paraná. Importantes registros fósseis têm sido reportados desde o início do século passado no oeste do estado de São Paulo, Triângulo Mineiro e Centro-sul do Mato Grosso. Mesmo fazendo parte desta rota, timidamente em algumas áreas do estado de Goiás somente se tinha notícias sem comprovações da existência destes grandes répteis. No ano de 2015, a equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo) do Curso de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Campus Aparecida de Goiânia e o Museu Antropológico, ambos da Universidade Federal de Goiás, uniram esforços para organizar, pela primeira vez, uma exposição contando a história evolutiva do Período Cretáceo e os registros de dinossauros encontrados no estado de Goiás, bem como os já conhecidos para o estado do Mato Grosso, atividade esta denominada “Dinossauros do Brasil Central”. A experiência da equipe de Exploração Paleontológica do Labpaleoevo é relativamente curta, se iniciando praticamente com a criação do Curso de Geologia da Universidade Federal de Goiás (2015). As atividades são compostas de levantamento de importantes materiais bibliográficos, mapas, registros de imagens e relatos sobre a paleontologia do Cretáceo do sul do estado de Goiás. Na sua base de pesquisas, estudantes, investigadores e colaboradores realizam cruzamento de dados e saem a campo para efetivar pesquisas e prospecções paleontológicas. Como resultado preliminar destas atividades encontrou-se materiais de vertebrados e inverte-
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brados nos municípios de Quirinópolis e Rio Verde, nos quais se encontram depositados nas coleções científicas do Labpaleoevo. Estes são importantes espécimes representativos da Geodiversidade do estado do Goiás estudados pela primeira vez. Nas dependências do Labpaleoevo, inúmeros visitantes do Ensino Fundamental e Médio e de outras instituições de Ensino Superior realizam visitas para conhecer o patrimônio geológico do estado. A parceria do laboratório com o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás deve-se ao fato de o Museu possuir vasta experiência na divulgação científica de materiais arqueológicos e antropológicos do estado junto à comunidade goianiense. Durante aproximadamente seis meses, o Labpaleoevo e o Museu Antropológico iniciaram um trabalho detalhado de preparação para a exposição dos materiais paleontológicos nas dependências do Museu. Neste período, realizaram-se reuniões e trocas de experiências para a organização da “Exposição Dinossauros do Brasil Central”. O apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG) ao projeto possibilitou melhorar a qualidade do espaço e dos materiais expográficos utilizados. Um número aproximado de 17 alunos dos cursos de Geologia, Ciências Biológicas, Química e Pedagogia se envolveu com professores da Universidade Federal de Goiás, Universidade Federal de Uberlândia, Universidade Estadual de Campinas e Petrobras levando à produção de excelentes materiais e informações. O interesse externo pelo tema fez com que a exposição fosse planejada em caráter de itinerância. A exposição foi montada no Hall da Biblioteca Central do Campus Samambaia/UFG; e no município de Aparecida de Goiânia, tendo a possibilidade de em um futuro próximo ser montada também nas cidades de Catalão, Jataí e Quirinópolis. O período principal de exposição no Museu Antropológico foi de abril a setembro/2016, onde ocupou a área destinada às exposições de curta duração, e foi dividida em três partes: 1ª) apresentação geral do tema dinossauros; 2ª) apresentação dos fósseis encontrados no estado e outras regiões do Brasil, além de inúmeras ilustrações; 3ª) Hall das extinções. Todos estes espaços foram organizados seguindo as orientações da Coordenação de Museologia, de forma que os materiais fósseis e ilustrativos fossem apresentados ao público de forma clara e didática. Os visitantes que estiveram na exposição “Dinossauros do Brasil
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Central”, no Museu Antropológico, puderam acompanhar a evolução destes grandes répteis em nosso planeta e no estado de Goiás, algo pouco conhecido para o público de Goiânia e região. Isto foi possível devido às pesquisas da Equipe de Exploração Paleontológica do Laboratório de Paleontologia e Evolução desenvolvidas recentemente no estado. A prolífica parceria entre o Labpaleoevo e o Museu Antropológico da UFG proporcionou uma mostra, de caráter científico, de uma costela de Notiomastodon platensis, uma espécie de mamífero da megafauna do período Quaternário do estado de Goiás. Conhecer o desenvolvimento de parte da evolução geológica e paleontológica do nosso planeta baseada nos dinossauros, “répteis terríveis”, é uma oportunidade única para a Ciência.Assim, deixamos ao leitor o convite para conhecer, neste livro, uma das passagens mais intrigantes e fascinantes que ocorreu em nosso planeta há milhões de anos, história esta que será apresentada nos capítulos posteriores. Boa Leitura!
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Dinossauros do Brasil Central: saurópodes e terópodes Camila dos Santos Pereira Felipe M. Simbras Carlos Roberto A. Candeiro
Introdução A exposição no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás na cidade de Goiânia sobre os dinossauros do Brasil Central (estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) revelou ao público as ocorrências de fósseis destes animais do passado geológico, em uma região do país que foi alvo de grandes expedições em busca de bens naturais, bem como para ampliação de nossas fronteiras e maior conhecimento do nosso território. Os primeiros achados de dinossauros no Brasil central remontam a expedições do final do século XIX. Desde os trabalhos de DERBY (1896), que resultaram nos primeiros relatos sobre a ocorrência de fósseis de dinossauros nas encostas do Morro do Cambambe, no município de Chapada dos Guimarães, estado do Mato Grosso, até hoje somente uma espécie foi descrita para o Brasil central, que é o dinossauro terópode Pycnonemosaurus nevesi identificado por KELLNER & CAMPOS (2002). Este carnívoro tem o comprimento estimado em torno de 8,5 metros e é o registro mais importante destes animais para a região, tendo sido coletado em outra importante localidade chamada na época de Fazenda Roncador, hoje conhecida como Jangada Roncador.
As expedições históricas Poucas expedições, como as de DERBY (1896) e de Roosevelt -Rondon (1913-1914) realizaram grande aquisição de dados cien-
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tíficos nesta remota região do nosso país entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX, entretanto, estas perfazem as primeiras descobertas de dinossauros cujos dados e resultados continuam sendo objeto de estudos até hoje. É o caso da expedição realizada em 1952/1953, pelo paleontólogo Llewellyn IvorPrice (1905–1980) na localidadede Jangada Roncador, que foi responsável pela descoberta dos fósseis de um dinossauro terópode, descrito por KELLNER & CAMPOS (2002) como Pycnonemosaurus nevesi e de um dinossauro saurópode ainda não estudado. Anos antes, da mesma forma, a expedição de Aníbal Bastos em 1941 ao Morro do Cambambe, descobriu fósseis, atualmente depositados na coleçãodo DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) do Rio de Janeiro, estão em estudo preliminar por BANDEIRA et al. (2016), que identificaram como pertencentes a dinossauros saurópodes. Apesar de uma vasta área de enorme potencial ter sido explorada, poucos vestígios destes animais pré-históricos foram encontrados. Devido, possivelmente, à dificuldade logística e ao desconhecimento geológico, poucos se aventuraram investigar o Brasil central. No que diz respeito à Geologia, grandes áreas do Brasil central são dominadas por bacias sedimentares que possuem rochas com Idade Mesozóica, potenciais, portanto, para a ocorrência de fósseis de dinossauros. As duas bacias sedimentares mais importantes nesta região são as bacias do Paraná, que ocorre nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e a bacia do Parecis-Alto Xingu, que ocorre no Mato Grosso e em Rondônia. A Bacia do Paraná, que na região central do país, abrange porções do centro sul dos estados de Mato Grosso e Goiás, e toda porção leste do estado do Mato Grosso do Sul é a única responsável pelos fósseis de dinossauros, uma vez que a Bacia dos Parecis, apesar de possuir ampla área aflorante (mais de 500 km²), possui somente registro de fósseis de madeiras (Oliveira, 1935; ; Villa, 2010; Villa et al., 2012) e crocodilos (MARCONATO, 2006). Já na segunda metade do século XX, com o incentivo do governo brasileiro através do Ministério de Minas e Energia, foi organizado um grande projeto para o levantamento de imagens aéreas de radar captadas por avião de quase todo nosso territó-
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rio, o que permitiu colher imagens da superfície, escondida pela cobertura de nuvens e de florestas. Este trabalho pioneiro, que ocorreu entre 1970 e 1985, foi chamado de Projeto Radam Brasil e contemplou também a realização conjunta de expedições para levantamento de recursos naturais, incluindo os recursos geológicos, o que permitiu novas coletas de fósseis de dinossauros no Brasil central. Como fruto das expedições do Radam Brasil, relatórios sobre localidades fossilíferas foram produzidos para quase todo o país, que fora dividido em mapas topográficos, conhecidos como “folhas”, dentre eles o referente às descobertas das folhas Goiânia e Cuiabá, que abrangem grande parte do centro sul dos estados de Goiás e Mato Grosso. CAMPOS & CAMPOS (1975) reportaram no relatório da Folha Goiânia (SD-22)que em 1971, Lewellyn Ivor Price e L.O. Berbert coletaram ossos de dinossauros saurópodes do grupo dos Titanosauria (vértebra caudal, fragmentos de púbis e costelas) na localidade chamada Fazenda Confusão, nas margens do rio Confusão, município de Tesouro, Mato Grosso. Como Price e Berbert eram funcionários do DNPM , estes fósseis foram depositados na coleção da Seção de Paleontologia da unidade no Rio de Janeiro, sob os números DGM 831-R e DGM 835-R. Em contrapartida, apesar da vasta área percorrida no estado de Goiás, nenhuma descoberta de dinossauros foi realizada neste estado durante as expedições do Projeto Radam Brasil. Em decorrência da importante descoberta de Price e Berbert, novas campanhas foram realizadas e obtiveram sucesso, como os achados de dinossauros feitos por KELLNER (2004). Entretanto, desde as primeiras expedições, o Morro do Cambambe tem se mostrado a localidade fossilífera de maior potencial desde as primeiras descobertas de Derby no final do século XIX. Recorrentes trabalhos apresentam novos achados de ossos fossilizados de dinossauros saurópodes e terópodes para a região (AZEVEDO et al., 1995; MARCONATO et al., 2001; FRANCO-ROSAS, 2001; FRANCO-ROSAS et al., 2004; BANDEIRA et al., 2016). No Morro do Cambambe, ocorrem rochas sedimentares, arenitos e conglomerados datados no Cretáceo Superior (WESK A, 2006), formados a partir de leques aluviais e rios entrelaçados que desciam altas encostas. Nestas rochas que são encontrados os fósseis de dinos-
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sauros. O clima no Cretáceo Superior era quente e seco, com esporádicas chuvas que proporcionavam torrentes de sedimentos bacia adentro. Em algumas destas torrentes interpretadas pelos geólogos como fluxos de detritos é que os esqueletos dos dinossauros eram soterrados e preservados. Outra localidade que vem proporcionando importantes descobertas é a Jangada Roncador, comunidade com pequena população que fica a leste do Morro do Cambambe. Lá foi encontrada a ossada do Pycnonemosaurus nevesi KELLNER & CAMPOS (2002), mas também mais ossos de dinossauros terópodes e saurópodes reportados por SOUZA et al. (2011).
Figura 1: Mapa de ocorrências de dinossauros nos estados de Goiás e Mato Grosso.
Dinossauros terópodes A maior parte dos fósseis de terópodes do Brasil Central, dinossauros bípedes e em sua grande parte carnívoros, foi encontrada na localidade de Jangada Roncador, antiga Fazenda Roncador. De acordo com o catálogo do Museu de Ciências da Terra (DNPM, Rio de Janeiro), durante 1952/1953, o paleontólogo Llewellyn IvorPrice foi até a Fazenda Roncador e coletou vários ossos de dinossauros (Kellner & Campos, 2002). Esta descoberta trata da única espécie de dinossauro para o Brasil Central, o Pycnonemosaurus nevesi KELLNER & CAMPOS, 2002 que seria do grupo dos Abelisauria. Nesta
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região, afloram as rochas sedimentares da Formação Ribeirão Boiadeiro segundo COIMBRA (1991), que teriam sido formadas em paleoambiente de leques aluviais, que desciam encostas íngremes. Da mesma localidade, dentes de Abelisauria também foram estudados por BITTENCOURT & KELLNER (2002), indicando o enorme potencial para fósseis deste grupo. Mais recentemente, SOUZA et al. (2011) estudaram uma vértebra caudal e um dente de Theropoda, confirmando o potencial desta localidades, que com novas expedições pode vir a fornecer mais fósseis.
Figura 2: Holótipo de Pycnonemosaurus nevesi (DGM 859-R). A – vértebra caudal anterior em diferentes posições e fragmento de vértebra; B – púbis direito; C – tíbia direita; D – fragmento distal de fíbula direita (adaptado de KELLNER & CAMPOS, 2002).
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Outros registros deste grupo foram realizadas no estado do Mato Grosso. Ainda na Bacia Cambambe, região da Chapada dos Guimarães, da localidade fossilífera mais conhecida do Brasil Central, o Morro do Cambambe, próxima ao distrito de Água Fria, MARCONATO et al. (2001) e FRANCO-ROSAS (2001) descobriram dentes de Theropoda de pequeno porte. Mais de 100 anos antes, DERBY (1890) havia feito as primeiras descobertas no Morro do Cambambe de dentes deste grupo. Descoberta em 1971 por Llewellyn IvorPrice e L.O. Berbert, os afloramentos da margem do rio Confusão da localidade da Fazenda Confusão ainda não forneceram ossos fossilizados de dinossauros terópodes como os inúmeros ossos de dinossauros saurópodes registrados por CAMPOS & CAMPOS (1975) e KELLNER et al. (2004). Entretanto, KELLNER et al (2004) reportaram dentes de terópode para a localidade, o que evidência um potencial para futuras descobertas deste grupo a partir de novas expedições nesta localidade. Mais recentemente, SIMBRAS et al. (2013) reportaram a primeira ocorrência de dinossauros para o estado de Goiás. Na ocasião, os autores registraram uma falange ungueal da mão ou “garra” de um pequeno terópode que ainda está em estudo pelo LABPALEOEVO do Departamente de Geologia da Universidade Federal de Goiás.
Dinossauros saurópodes Os registros de dinossauros saurópodes no Brasil central foram feitos por CAMPOS & CAMPOS (1975), AZEVEDO et al. (1995), MARCONATO et al. (2001), FRANCO-ROSAS et al. (2004), KELLNER et al. (1995, 2002, 2004); SOUZA et al. (2011), GUILARDI et al. (2011), SIMBRAS et al. (2013) e BANDEIRA et al. (2016) (figura 1). CAMPOS & CAMPOS (1975), registraram fósseis deste grupo de dinossauros nas três localidades fósseis do estado do Mato Grosso (Morro do Cambambe, Jangada Roncador e Fazenda Confusão), entretanto, estes autores passaram pelo estado de Goiás sem o mesmo êxito. AZEVEDO et al. (1995), MARCONATO et al. (2001), FRANCO-ROSAS et al. (2004) e BANDEIRA et al. (2016) fizeram registros de ossos pós-cranianos de dinossauros saurópodes (figura 3), em específico do grupo dos Titanosauria, provenientes do Morro do Cambambe, a localidade mais prolífica para este táxon
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no Brasil Central. O registro mais importante foi o estudo realizado por FRANCO-ROSAS et al. (2004), que identifica titanossauros do grupo dos Aeolosaurini, táxon que também ocorrem nas rochas sedimentares da Bacia do Paraná, nos estados de São Paulo e Minas Gerais, evidenciando uma semelhança de idade geológica com as rochas da Chapada dos Guimarães.
Figura 3. Ossos fossilizados da cauda e dos membros posteriores de dinossauro saurópode do Morro do Cambambe.
Depois das primeiras descobertas em 1952/1953 feitas por L.I. Price e registradas por CAMPOS & CAMPOS (1975) e por KELLNER et al. (2002) para a localidade de Jangada Roncador, SOUZA et al. (2011) reportaram a achados de mais ossos fossilizados deste grupo de dinossauros neste sítio de coleta, confirmando seu potencial. Assim como na Jangada Roncador, anos depois da descoberta ossos de titanossauros feitas por L. I. Price na Fazenda Confusão (1971) e seu primeiro registro por CAMPOS & CAMPOS (1975), foram rea-
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lizadas novas expedições que confirmaram o potencial desta localidade com a descoberta de mais ossos de saurópodes. KELLNER et al. (1995, 2004) revelaram a ocorrência de vértebras e dentes destes animais na Fazenda Confusão e também atribuíram ao grupo dos titanossauros. Mais recentemente, GUILARDI et al. (2011) e SIMBRAS et al. (2013) encontraram vestígios de esqueletos de saurópodes no município de Araguaiana, no estado do Mato Grosso, perto da fronteira com Goiás, e nos municípios de Quirinópolis e Rio Verde, respectivamente (figura 1). Recentemente, SOUZA et al. (2016) apresentou estudos estratigráficos das localidades do estado de Goiás, Bacia do Paraná, comparando com as demais localidades fossilíferas e níveis dos estados de MG e SP. Outras áreas enormes e intocadas no Brasil Central precisam ser exploradas, pois possuem rochas datadas do final do Triássico ao final do Cretáceo, segundo os estudos de COIMBRA (1991) e SIMBRAS et al. (2015). Estas áreas estão principalmente no estado do Mato Grosso, nas bacias sedimentares do Paraná e dos Parecis.
A exposição dos dinossauros do Brasil Central A exposição “Dinossauros do Brasil Central” foi realizada pelo Laboratório de Paleontologia e Evolução do Curso de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás, junto a colaboradores externos, e com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). A fim de levar acessibilidade ao conhecimento científico, a equipe do laboratório teve como objetivo transmitir seus conhecimentos de maneira simples e prática, sem perder sua essência acadêmica, com o intuito de atingir tanto um maior público como mais diverso, alcançando pessoas de diferentes idades e ideias. A exposição leva a seus espectadores os primeiros espécimes de dinossauros encontrados no sul do estado de Goiás. Também são mencionados dinossauros encontrados no estado do Mato Grosso, juntos tratam-se de um dos principais registros do Brasil central. A fim de situar melhor os visitantes da mostra, o ambiente onde estes animais viveram são apresentados através de imagens, que possibilitam a visualização de alguns dos fenômenos naturais do sul do esta-
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do de Goiás, atividades vulcânicas importantíssimas para a região, e de outros que levaram estes répteis à extinção.
Figuras 4. Fotos da Exposição Dinossauros do Brasil Central.
No que diz respeito a aspectos expográficos, didáticos e museográficos, a exposição é dividida nas seguintes áreas temáticas:
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“O que são os dinossauros”: Material gráfico explicativo em formato de banneres;
II) “Dinossauros do Brasil Central”: Materiais fósseis, réplicas e banneres ilustrativos; III) “Processos de extinções”: Espaços interativos – “tire sua foto com um Velociraptor”, “toque em uma réplica”, pegadas de dinossauros no chão e bancada com materiais utilizados porpaleontólogos e geólogos. Diante disso, a exposição aberta ao público em abril do ano de 2016, no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás, na cidade de Goiânia, possui uma programação de itinerância por outros pontos do estado. Deste modo, torna-se possível uma maior disseminação de conteúdos científicos, e acima de tudo, informações acerca da Paleontologia de uma região que possui grande potencial ainda não explorado e pouco divulgadas à população.
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Arte e exposição paleontológica Luciano Vidal
Introdução A Ilustração científica esteve presente no processo de desenvolvimento da ciência e desde que se iniciaram as modernas corridas de exploração científicas estão atuantes relatando a história e os sucessos dos cientistas, (CARNEIRO 2011). No presente, a ilustração científica cumpre seu papel com a ciência caminhando juntas, refutando ou corroborando teorias antigas, propondo novos modelos e simplificando o conhecimento (VIDAL & CANDEIRO, 2015). A ilustração científica, segundo Carneiro (2011, p. 23), “serve para conferir, corroborar ou ajustar o entendimento do leitor quando surgem dúvidas, clarificar ambiguidades ou retificar omissões contidas nas descrições literais”. Em outras palavras, a ilustração científica colabora com o texto simbólico (texto escrito) trazendo o conhecimento a um nível imagético (ilustração) simplificador. Este trabalho tem como objetivo relatar o processo de organização e descrição da exposição bem como o método de construção das imagens, para o evento Exposição “Dinossauros do Brasil Central”, elaboradas através da interpretação dos dados científicos a fim de simplificar o conhecimento paleontológico (banners) ali apresentados.
Conhecimento Científico: apresentação do conhecimento e a compilação das informações em imagens Para que possamos entender como funciona a ilustração científica é necessário primeiro compreender de onde surge o conheci-
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mento científico a que nos referimos aqui. Temos, se resumirmos ao máximo, duas filosofias científicas: (1) ciências sociais que engloba o conhecimento social tal como sociologia, história, literatura, arte e etc., e (2) as ciências naturais que estuda, como o próprio nome diz, a natureza das coisas desde a estrutura química de algum elemento até a morfologia dos seres vivos (VIDAL & CANDEIRO, 2015). Portanto, percebemos que ciências sociais preocupam-se mais com as manifestações culturais e sociais enquanto que as ciências naturais, embora seja uma manifestação cultural, se preocupa em explicar a causalidade dos eventos naturais, causa e efeito (VIDAL & CANDEIRO, 2015; DAMATTA, 1987). O conhecimento científico, fruto de especulações e pesquisas científicas, oferece-nos uma vasta possibilidade de obtenção de dados. Estes dados, de alguma forma, devem ser passados adiante. A divulgação científica, em síntese, é o ato de tornar público de forma simplificada o conhecimento obtido através das análises dos dados conseguidos com os métodos de pesquisa científica. Um dos meios mais didáticos a se expressar esse conhecimento é a Ilustração e é nesse momento que as ciências se cruzam com a arte.
Ilustração Paleontológica: os dados científicos convertidos em imagem A paleontologia, sendo uma Ciência Natural, necessita do apoio e complementaridade de outras duas ciências: a Geologia e a Biologia e esses são dois elementos fundamentais para que se possa divulgar e ilustrar o conhecimento científico-paleontológico. A paleontologia é a ciência que estuda os fósseis e os paleontólogos buscam neles as respostas sobre seres extintos, dentre estes os dinossauros. A ilustração paleontológica se encarrega de tornar imagético o conhecimento gerado pelas pesquisas paleontológicas. Mas como saber como era um dinossauro se nunca os vimos? O fato é que é um processo complexo de interpretação de dados fornecidos pelos paleontólogos. Os dinossauros ilustrados não passam de imaginação dos ilustradores, tanto no sentido dos processos mentais (imaginação e pensamento) como também no ato de criar a imagens (ilustrações), ou seja, imaginar (ação de criar imagem) justamente por
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serem passíveis de alterações conforme o conhecimento da época. Mesmo assim os ilustradores tentam chegar o mais próximo possível de uma interpretação fidedigna através do conhecimento científico obtido com as pesquisas (VIDAL & CANDEIRO, 2015). Como a ilustração paleontológica é um campo pouco conhecido, em algumas condições ela é frequentemente chamada de Paleoarte. Segundo Ribeiro (2009, p. 8), “a paleoarte, como é chamada informalmente pelos seus praticantes, é uma facilitadora fundamental do aprendizado e apreensão do processo de evolução do planeta”. Isso porque transforma o conhecimento científico abstrato em ícones visuais representativos que sintetizam as informações em ilustrações, esculturas, animações, design digital, reconstruções tridimensionais e muito mais.
Exposição Dinossauros do Brasil Central A Exposição “Dinossauros do Brasil Central” foi aberta ao público em abril de 2016 e realizada com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG). A Exposição “Dinossauros do Brasil Central” abordou temas sobre dinossauros, além de fósseis, rochas e fenômenos geológicos que coexistiram com esses répteis. O objetivo da exposição foi apresentar ao público os conhecimentos sistematizados pela equipe do Laboratório de Paleontologia e Evolução do Curso de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Campus Aparecida de Goiânia/Universidade Federal de Goiás. Uma das grandes preocupações da equipe de pesquisa foi transformar o conhecimento científico, que por vezes é demasiadamente técnico, em uma linguagem simples e acessível para aquelas pessoas que não têm conhecimentos especializados na área sem perder a sua essência científica.
Desenvolvimento filosófico da exposição e levantamento de dados O ato de “aprender” pressupõe o “ensino”. Nas diversas instancias do aprendizado o principal resultado é o conhecimento. O ser humano aprende desde o nascimento e mantém uma vida de des-
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cobertas e experiências até o seu ultimo dia. O aprendizado pode ocorrer de forma natural com as experiências cotidianas ou pode ser direcionada por algum agente do conhecimento (CAMPOS, 1972). Em palavras mais simplórias, a “vida” ensina tanto quanto os pais, amigos, avós, professores, etc., também. O homem como um ser social reage aos impulsos externos provocando mudanças em seu comportamento através das experiências construídas por fatores emocionais, relacionais e ambientais (PINTO, 2003). Conforme indica Vygotsky (1994) o conhecimento é estimulado através da complexidade do meio, quanto mais complexo for a interação com o meio, mais “inteligente” se torna o indivíduo. O papel fundamental de uma exposição é proporcionar o meio para que haja a interação do conhecimento com o receptor de forma a tornar a experiência menos cansativa. Por se tratar de um local de cunho tridimensional as disposições dos objetos apresentados (coleção) tomam o espaço e se tornam mais convidativas. A ação de preparar uma exposição exige que os integrantes - participantes da elaboração do evento – sempre tenham em mente a idéia de propiciar o conhecimento de forma simples e objetiva. Criar um ambiente que seja comunicativo em sua essência nunca é tarefa fácil. Assim, em um primeiro momento foi definido o tema da exposição então denominada “Dinossauros do Brasil Central”. O grupo se reunia frequentemente para discutir o projeto, que demorou cerca de oito meses para adquirir o formato final. Definido a linha acadêmica a ser seguida, foram divididos os afazeres entre os componentes do grupo,com atividades divididasem três subgrupos. O primeiro subgrupo ficaria encarregado de explicar e discutir sobre o tema “o que é saurópode?” enquanto o segundo, em contrapartida, ficaria com o tema “O que é terópode?” e o terceiro trataria da “Extinção”. De acordo com Benton (2008, p. 190) “os dinossauros são tradicionalmente divididos em dois grupos: os Saurischia e os Ornithischia com base em suas regiões pélvica radicalmente diferentes”. No Brasil o número de achados fósseis associados aos dinossauros saurísquios é predominante. Estes, por sua vez, dividem-se em dois grupos: Sauropodomorpha (onde se incluem os sauropodes) e Theropoda (POUGH et al, 1999). Os dinossauros viveram duran-
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te a Era Mesozoica entre os períodos Triássico, Jurássico e foram extintos no Cretáceo. No Brasil existem diversos afloramentos que são associados ao período Triássico, especialmente na região sul do país. Durante os períodos Jurássico e Cretáceo os dinossauros tiveram ampla diversificação e seus restos fósseis são encontrados em todos os continentes. Segundo Candeiro et al (2009) no Brasil os afloramentos jurássicos de ambientes continentais com fósseis são muito escassos e atualmente nenhuma espécie de dinossauro fora atribuída a este período. No que diz respeito ao Cretáceo, o Brasil possui extensos afloramentos que apresentam abundancia de fósseis de dinossauros e as principais localidades fossilíferas se encontram nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Ceará, Paraíba, Maranhão e Amazonas. E estado de Goiás encontra-se na região central do Brasil entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. Fica evidente que a intenção da exposição “Dinossauros do Brasil central” era mostrar a linha de acontecimentos do período dos dinossauros do Brasil Central até sua extinção no final do Cretáceo. Uma vez definido as linhas de pesquisa os constituintes dos subgrupos iniciaram as pesquisas para desenvolver os banners que seriam expostos junto dos fósseis remanescentes do acervo da UFG. O levantamento de dados se deu cuidadosamente e principalmente com a utilização das referências bibliográficas que melhor sintetizassem o assunto. Uma vez proposto, os textosque compuseram a parte escrita da exposição foram enviados para correções ortográficas e as alterações necessárias eram criteriosamente orientadaspelos docentes e pesquisadores do laboratório.
Compilação artística-científica e evolução das artes A partir da conclusão dos textos iniciou-se a última fase da construção dos banners que consistiu na inclusão de imagens ilustrativassobre o tema abordado. Neste segundo momento, o material foi enviado ao Paleoilustrador que se encarregou de interpretar os dados levantados e concluir em uma/s imagem/s. A exemplo, um dos grupos solicitou uma ilustração de um sauró pode, grande réptil pescoçudo que habitou a região Central do Brasil denomia-
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do Gondwanatitanfaustoi Kellner & Azevedo, 1999. O Paleoilustrador iniciou o processo de pesquisa acerca do táxon relacionado ao texto e compilou por meio dos dados obtidos a imagem do sujeito (Fig. 1).
Figura 1. Representação de sauró pode Gondwanatitanfaustoi. Autor: Luciano Vidal, 2016.
O mesmo exercício foi utilizado para a produção da imagem de um terópode chamado Pycnonemosaurus nevesi Kellner & Campos, 2002, um dos grandes predadores que viveram na região Central do Brasil (fig, 2). O contato do ilustrador com os subgrupos foi fundamental para uma sincronização entre os elaboradores dos textos e o processo de produção das imagens. Diversos modelos foram propostos, alguns rejeitados, pois não estavam em conformidade com a ideia central. Por fim os banners passaram por diversas etapas de produção antes de serem impressos e expostos junto aos fósseis, acometidos a interpretações e discussões a respeito dos assuntos tratados pelos grupos.
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Figura 2. Representação de terópode Pycnonemosaurus nevesi. Autor: Luciano Vidal, 2016.
Ressalvas acerca das ilustrações – Contato com crianças e interatividade A exposição, como citado anteriormente, buscou simplificar o conhecimento científico com objetivo de abranger desde o público acadêmico, estudantes do curso de paleontologia, até um publico geral que não possui conhecimentos especializados sobre a temática abordada. Um dos principais público alvo foramas crianças em idade escolar, e não por acaso foram essas que mais se interessaram e se entusiasmaram com as exposições e com a compreensão da existência desses seres extintos, os dinossauros. Para atrair ainda mais a atenção do público e convidá-los a participar da exposição de forma efetiva, surgiu a ideia de desenvolver uma ilustração em tamanho real, e dispor de uma fita métrica com capacidade demedida de até um metro de altura, de um Velociraptor mongoliensis Osborn, 1924, que deveria ficar afixado em uma das paredes. A intenção foi que o expectador pudesse, por meio de um parâmetro palpável de medida (ele mesmo), ter uma ideia de como o dinossauro se apresentaria em comparação a sua altura (fig, 3).
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Figura 3. Reconstrução em tamanho real de Velociraptor mongoliensis com fita métrica a fim de estabelecer um relação de proporção entre o expectador e a ilustração. Autor: Luciano Vidal, 2016.
Em ultima análise do conteúdo, a coleção imagética dos dinossauros foi exposta a um grupo de crianças com intuito de experienciar a reação infantil aos desenhos de dinossauros. Vale destacar o pedido de representação de um Tyrannosaurus rex (OSBORN, 1905) se alimentando de uma presa,uma vez que o material a que foram submetidos representava um T. rex apenas caminhando (fig, 3 e 4). As alterações nas ilustrações foram inevitáveis a partir desta experiência.
Figura 4. Primeira reconstrução do Tyrannosaurus rex. Autor: Luciano Vidal, 2016.
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Figura 5. Reconstrução do Tyrannosaurus rex se alimentando de uma presa, como sugerido pelas crianças. Autor: Luciano Vidal, 2016.
Considerações A exposição “Dinossauros do Brasil Central” realizada em 2016 no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás com o objetivo de promover a divulgação científica a todas sobre a temática superou as expectativas propostas. Esse objetivo certamente não se cumpriria efetivamente se não fossem as imagens representativas que ilustravam os textos de forma simplificada. O processo de produção artística e interpretativa que envolveu esse projeto teve intenso empenho de toda a equipe do laboratório que se mostrou habilitada a executar a demanda, embora se reconheçam as dificuldades de se organizar uma exposição. Por fim, os textos imagéticos (banners) apresentados ao público de forma geral, mostrando características específicas de cada espécie (pescoços compridos, garras e dentes afiados, dentre outras), tornaram a exposição de “Dinossauros do Brasil Central” ainda mais interessante e possibilitou a interação e estimulou a imaginação do expectador convidando-o a viajar para a era dos dinossauros.
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Processos de Extinção em massa durante o limite K-PG (Cretáceo-Paleógeno) Tamires do Carmo Dias Daniel Carelli Batista Santos Jacqueline Freitas Oliveira Marcus Vinicius Soares Hugo Bampi Musa Maria Nogueira Gomes Felipe M. Simbras Martha Noélia Lima
Introdução A extinção é um evento constante na história da vida na Terra. Este processo possibilita a criação de novos nichos ecológicos, renovação das espécies e cria condições que contribuem para a seleção natural (JABLONSKI, 1996). Em contraponto as extinções que ocorrem de forma natural, extinções em massa acontecem de forma abrupta, modificando o curso evolutivo dos seres que viviam até o momento do evento causador da extinção. Durante o final do período Cretáceo, diferentes formas de vida foram severamente afetadas e extintas. Estudos são realizados no intuito de descobrir qual foi o evento responsável por estas catástrofes, se o declínio das espécies está associado a um evento natural ou ligado a algum evento de forte impacto mundial, que resultou na extinção dos dinossauros não avianos e de outras espécies que viviamcerca de 65 m.a atrás. Tratando-se de um evento natural ou inesperado, teorias diversificadas sobre a extinção em massa têm sido apresentadas, desde a descoberta dos primeiros dinossauros. Estas teorias propõem explicações diversas para os eventos ocorridos durante o período K-Pg (Cretáceo-Paleógeno). Grande parte das teorias apresentadas até 1980, como a que afirmava que as cascas dos ovos de dinossau-
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ro prejudicavam o desenvolvimento do embrião, impossibilitando assim a renovação das espécies (ERBEN et al., 1979), ou mesmo a explosão de uma supernova (RUSSEL & TUCKER, 1971), davam margem a várias especulações e forneciam poucas evidências para teste, conforme comentado por Benton (2009). Diversas hipóteses acerca da extinção foram criadas, teorias que sofriam variações entre as mais aceitáveis, como o impacto extraterrestre (ALVAREZ et al, 1980), ou ainda teorias mais mirabolantes, de comprovações mais difíceis. A falta de fatores que contribuíssem para a associação ou explicação das diferentes teorias relacionadas à extinção K-Pg, impulsionou cientistas a desenvolverem pesquisas em torno do tema. A partir daí, novos elementos que corroboraram a confirmação de algumas teorias foram descobertos. Estudos realizados por Sakamoto et al. (2016) apresentam os dados mais aceitos atualmente no meio científico, pois apontam através de uma análise filogenética e estatística do número de espécies em relação ao tempo geológico, que a extinção sucedida durante o final do Cretáceo não está associada a um evento específico e sim, a eventos diversificados que ocorreram na Terra em grande escala, provocando um declínio no número de espécies milhões de anos antes da extinção final. Dessa forma as espécies que já estavam em críticas condições de sobrevivência, não teriam resistido aos impactos que ocorreram durante o período K-Kpg (Cretáceo - Paleógeno). O capítulo apresenta a seguir, um levantamento acerca das três principais teorias defendidas sobre a extinção em massa ocorrida durante o final do Cretáceo, bem como os argumentos e dados utilizados como base para estas teorias e uma discussão sobre os demais elementos que teriam provocado o “fim”dos Dinossauros.
Teorias da Extinção. Colisão do asteroide Apresentada por Luiz Alvarez et al. (1980), esta teoria se originou a partir da descoberta de uma fina camada de sedimentos denominada de fronteira K–Pg, que pode ser encontrada nas rochas terrestres e marinhas. Este material apresentou uma quantidade elevada do metal Irídio, que ocorre de forma rara na Terra, porém é encontrado em elevada concentração em meteoritos. Desta forma,
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sua presença abundante está associada a um evento incomum. Anos depois, uma cratera foi descrita por Hildebrandet al. (1991) com cerca de 180 km de diâmetro, denominada Chicxulub, localizada no que atualmente corresponde a região da península de Yucatán no México. A existência da cratera, datada em 65 Ma, fornece evidências da colisão do asteróide com a Terra, corroborando com a teoria apresentada por Alvarez em 1980. A explosão gerada pela colisão seria o fator responsável pela distribuição de detritos que continham o metal por várias regiões do mundo (fig. 1). O evento teria ocorrido de forma severa e seria responsável pela destruição da vida existente no raio do impacto, estimando cerda de 75 % de espécies extintas.
Figura 1: Extinção por asteróide (Luciano Vidal, 2015)
Além disso, produziu efeitos sobre a atmosfera e clima, causando maremotos, terremotos e chuva ácida (SCHULTZ, 2010). De acordo com (ALVAREZ eta al 1980) as extinções ocasionadas fora do raio do impacto, tiveram como fator determinante a falta de energia solar, já que a colisão liberou uma massa de poeira na atmosfera, impedindo a penetração dos raios solares, impossibilitando a sobrevivência de seres fotossintetizantes. Após a morte das plantas, os
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animais herbívoros foram drasticamente afetados sem alimento e subsequentemente os carnívoros. Com os impactos ambientais causados e as condições precárias de sobrevivência, os dinossauros não resistiram a esse período temporal, ou pelo menos grande parte deles. Atualmente, através da análise filogenética, ferramenta utilizada na paleontologia para identificar e mapear as relações de parentesco entre espécies, permitiu os pesquisadores concluírem que as Aves são um grupo de dinossauros. E se isto é verdade, podemos afirmar que os dinossauros não foram extintos por completo.
Vulcanismo maciço Atividades vulcânicas intensas ocorridas 65 m.a, no local que hoje corresponde o Planalto de Deccan, no centro da Índia seriam o fator responsável para a extinção dos dinossauros (COURTILLOT, 1999). Esta teoria postula que diversas erupções seguidas por milhares de anos fizeram com que um verdadeiro mar de lava basáltica escoasse pela superfície da Terra (fig. 2). De acordo com Thiede&Vasconselos (2010), há uma relação entre as extinções em massa e atividades vulcânicas intensas. O vulcanismo maciço possuía uma rápida extrusão e ocorria em um curto espaço temporal
Figura 2: Extinção por Vulcanismo maciço. (Luciano Vidal, 2015)
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corroborando com o processo de extinção. Estas atividades contribuíram para o aumento do efeito estufa e as erupções liberaram grandes quantidades de poeira, gás, partículas de carboneto e fuligem ocasionando um bloqueio da luz solar e consequentemente o esfriamento da Terra. Dessa forma (SCHULTZ, 2010), mostra que organismos fotossintetizantes (produtores) foram levados a extinção, os outros seres que se alimentavam desses organismos (consumidores primários) também tiveram o mesmo fim, uma vez que sua fonte alimentar havia se tornado escassa. Por conseguinte, os animais carnívoros também foram extintos.
Alterações climáticas Diante das teorias existentes acerca da extinção, é possível verificar argumentos que atribuem a morte dos dinossauros a múltiplas causas e não a um fator isolado. (ARCHIBALD, 2004). Segundo Benton;Haper (2009), a teoria aponta que além das violentas alterações climáticas, a queda da temperatura em escala global desencadearam o processo de extinção. Essas alterações ocasionaram a morte súbita de espécies vegetais e organismos que não resistiram a tais mudanças. Em busca de sobrevivência algumas espécies migraram para novas áreas, mas na maioria das vezes, estas áreas não se enquadravam no hábitat aos quais as espécies estavam adaptadas. Com a perda da maior parte da vida vegetal, os demais organismos foram seriamente afetados e os biomas terrestres entraram em declínio. Consequentemente, a restrição alimentar e a competição entre as espécies teriam resultado na extinção dos dinossauros (fig. 3).
Discussões Os processos de extinção citados nesse capítulo, levam em consideração fatores repentinos que criaram condições inóspitas a sobrevivência das formas de vida presentes naquele ambiente ou que resultaram em uma catástrofe, levando a morte instântanea de cerca de 75% das espécies que habitavam a Terra. O que não leva em consideração o declínio preexistente que as espécies enfrentavam. Muitas linhagens estavam sofrendo extinção, antes dos eventos acontecerem.
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Figura 3: Extinção por alterações climáticas (Luciano Vidal, 2015)
Inicialmente é necessário pensar se o processo de extinção ocorreu de forma gradual, instantânea ou em um ritmo entre as duas colocações. De acordo com Archibald (2012), existem evidências que corroboram com as duas afirmações, o que leva a pesquisas voltadas ao número de espécies viventes durante o Cretáceo Superior e se estas tiveram modificações em seu número. A grande questão a ser analisada gira em torno da seguinte especulação: os dinossauros já estavam diante de um declínio gradual ou sofreram uma redução abrupta no número de espécies, durante os acontecimentos do período K-Pg? Em resposta a questão colocada, deve-se observar a taxa de especiação em relação à taxa de extinção. Um estudo recente, realizado por Sakamoto et al. (2016), mostra que os dinossauros estavam em declínio milhões de anos antes do evento catastrófico final. A pesquisa mostrou que a taxa de extinção se tornou superior à taxa de especiação, muito antes dos eventos ocorridos durante o período K-Pg. A dinâmica evolutiva foi afetada de tal maneira, que ao longo do tempo os dinossauros experimentaram uma drástica redução em sua capacidade de substituir espécies extintas por novas. Os mecanismos responsáveis pela causa da desaceleração na especiação dos dinossauros não foram identificados, porém há diversos fenômenos que ocorreram em escala global capazes de exercer influência sobre
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a especiação. Como exemplo, pode-se citar a quebra do supercontinente Pangea em dois supercontinentes, Laurásia e Gondwana, que culminou na formação de um vasto oceano, Thetys, capaz de atuar como barreira geográfica impedindo a circulação das populações através dos habitats; eventos de supervulcanismo ; alterações climáticas; variações no nível do mar e as interações ecológicas com indivíduos de outros grupos, ocasionando na competição interespecífica. O estudo também aponta que o declínio dos dinossauros não-avianos teve início muito antes do que se mencionava em bibliografias anteriores, a taxa de extinção superou a taxa de especiação pelo menos 40 Ma antes da extinção final. As linhagens sobreviventes colocam em dúvida as teorias que defendem a extinção “instantânea” dos dinossauros. Uma possível explicação está associada ao fato das espécies já estarem em processo de extinção e os fatores, como vulcanismo e o choque do asteróide com a Terra, atuaram como um agravante do processo. Sendo assim, compreende-se que as espécies que já estavam em declínio tornando-se mais suscetíveis às mudanças ambientais súbitas, que levaram a sua total extinção.
Considerações A teoria mais aceita na atualidade para justificar a extinção dos dinossauros, está associada ao impacto causado por uma colisão de um asteróide com a Terra. Porém, pesquisas apontaram que, provavelmente, outros fatores como o vulcanismo e alterações climáticas registrados no final do Cretáceo podem ter causado também stress e extinção de espécies milhões de anos antes do limite K-Pg. Uma possível evidência é o declínio no número de espécies de dinossauros bem antes do final do evento da colisão. Apesar do grande número de espécies afetadas durante os processos de extinção, nem todos os dinossauros desapareceram neste período. Uma linhagem sobrevivente deu origem ao que hoje conhecemos como as aves segundo as análises filogenéticas. Isto também confirma a hipótese de que, ao passo que algumas formas de vida estavam surgindo, outras declinaram e foram extintas de forma gradual, por fatores de escala global, que impactavam diretamente no modo como as espécies se mantinham no ambiente.
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O final do período Cretáceo, popularmente conhecido como o “fim dos Dinossauros”, foi marcado por grandes acontecimentos e tornou-se alvo de estudos que buscaram explicar as causas da extinção, sejam com teorias robustas e embasadas com vários dados ou apenas especulações, não comprovadas. Apesar da complexidade de seu estudo, a extinção do período K-Pg atrai a atenção de pesquisadores a cada novo dado apresentado, possibilitando novos olhares acerca deste ainda intrigantetema.
Referências ARCHIBALD, J. D.; FASTOVSKY, D. Dinosaur Extinction. In: WEISHAMPEL. D. B.; DOSDSON, P. ; OSMÓLSKA, H. The Dinosauria. Berkeley: University of California Press. 2. ed. p. 672–684, 2004. ARCHIBALD, J. D. Dinosaur Extinction: Past and Present Perceptions. In BRETT, M. K.; HOLTZ, T. R.; FARLOW, J. O.; WALTER, B.The Complete Dinosaur, Second Edition. Bloomington: Indiana Press, p. 1027-1038, 2012. ALVAREZ, L. W.; ALVAREZ, W.; ASARO, F.; MICHEL, H. Extraterrestrial cause for the Cretaceous Tertiary extinction. Science v. 208, p. 1095–1108, 1980. BENTON, M. J.; HARPER, D. A. T. Introduction to paleobiology and the fossil record.1. ed. Oxford: Wiley – Blackwell, 2009. COWEN, R. History of Life.2nd edition.Blackwell Scientific Publications, Cambridge, Massachusetts , 460 pp, 1994. CHIMETTO, E. N. Mudanças Ambientais e Desdobramentos Evolutivos Durante o Paleógeno. Rio Claro – SP: [s.n.], 2008. COURTILLOT, V. Evolutionary Catastrophes: The Science of Mass Extinctions, 1ed. Cambridge: Cambridge University Press, p. 1999. ERBEN, H. K.; HOEFS, J.; WEDEPOHL, K. H. Paleobiological and isotopic studies of eggshells from a declining dinosaur species.Paleobiology, Volume 5, pp 380-414, 1979. HILDEBRAND, A. R.; PENFIELD, G. T.; KRING, D. A.; PILKINGTON, M.; CAMARGO, A. Z.; JACOBSEN, S. B.; BOYNTON, W. V. Chicxulub crater: A possible Cretaceous/Tertiary boundary impact crater on the Yucatán Peninsula, Mexico. Geology , v. 19, p. 867-871, 1991. JABLONSKI, D; ERWIN, D. H; LIPPS, J. H. Evolutionary Paleobiology.The University of Chicago Press, p. 398-436, 1996. RUSSEL, D.; TUCKER, W. H. Supernovae and the extinction of dinosaurs Nature 229 Feb. 19, 1971: pp. 553–554 THIEDE, D. S., VASCONCELOS, P. M. Paraná flood basalts: Rapid extrusion hypothesis confirmed by new40Ar/39Ar results. Geology, 38(8), 747-750, 2010. SAKAMOTO, M.; BENTON, J. M.; VENDITTI, C. Dinosaurs in decline tens of millions of years before the final extinction.PNAS, v. 113, n.18, p. 5036-5040, 2016. SCHULTZ, C. L.; Extinções. In: CARVALHO, I. S. Paleontologia: Conceitos e Métodos. Rio de Janeiro. Interciências, 2010.
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O papel das instituições que receberam a “Exposição Dinossauros do Brasil Central” Adelino Carvalho Dilamar Martins Drielli Peyerl Gradisca de Oliveira Werneck de Capistrano Camila A. Moraes Wichers Suely Aparecida Gomes Simone Sendin
Introdução A exposição “Dinossauros do Brasil Central” foi promovida com o intuito de divulgar pesquisas e conhecimentos que normalmente estão restritos a um público especializado e interessado na temática. Neste sentido, foi realizada em três espaços diferentes, com vistas a abranger o maior público possível. Em um primeiro momento, sua versão mais completa foi montada no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Posteriormente, alguns materiais de maior apelo expostos na Biblioteca Central da UFG e também no Centro de Artes e Esportes Unificados, na cidade de Aparecida de Goiânia, município da região metropolitana de Goiânia, que abriga atualmente o Laboratório de Paleontologia, da UFG. Essa mobilidade da exposição foi uma das diretrizes quando a mesma foi planejada, pois desde o início se pretendia propiciar o conhecimento científico ao maior número de pessoas possível por meio da socialização dos resultados de trabalhos acadêmicos. A escolha dos três lugares para receber a exposição também foi direcionada para alcançar diferentes públicos. A mostra organizada no museu contava com imagens e réplicas destinadas a despertar
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a atenção e o interesse dos muitos estudantes das escolas que visitaram a exposição.Todavia, a mesma também contava com informações técnicas mais detalhadas para um público que possuía conhecimentos prévios sobre o assunto, ou que nele pretendia se aprofundar. Na Biblioteca e no Centro de Artes e Esportes Unificados da cidade de Aparecida de Goiânia foram expostas as peças adequadaspara atingir um público mais leigo e despertar nele o interesse pelo assunto. A Ciência é uma atividade humana, um conhecimento produzido socialmente, que se encontra historicamente situado e tem relações com questões políticas, econômicas, culturais, éticas, entre outras. É possível produzi-la em diferentes espaços, como em instituições acadêmicas ou os laboratórios de pesquisa. Com seus avanços, o conhecimento científico nos proporciona uma série de novas informações e produtos tecnológicos que impactam a sociedade em diferentes escalas, que vai desde um ‘controle remoto’ a uma bomba nuclear; da produção de alimentos aos pesticidas que poluem os diversos recursos naturais. Logo, a ciência faz parte das nossas vidas de uma maneira perceptível ou imperceptível, de alguma forma ela está presente em nosso cotidiano. Para tanto, existe uma grande lacuna no que se refere ao processo de produção e a divulgação do conhecimento científico. As relações que se estabelecem entre as instituições de produção científica e os meios que divulgam/socializam esse conhecimento são permeadas por certo nível de distanciamento. Para Padilla (2002), o problema de ‘produção x divulgação’ inviabiliza a participação de toda sociedade na compreensão do conhecimento científico que permitiria interagir melhor com seu entorno natural e social. Considerando o exposto acima, podemos afirmar que para agir nesse mundo ‘científico-tecnológico’ é preciso ‘pensar cientificamente’. Mas o que consiste esse ‘pensar cientificamente’? Para Chassot (2006), pode ocorrer por meio da alfabetização científica que se define como “[...] o conjunto de conhecimentos que facilitam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem” (p.38). Desse prisma, pode-se considerar a divulgação científica uma área que tem como um dos seus princípios possibilitar uma compre-
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ensão do processo científico e suas implicações para a sociedade. Didaticamente são conhecidas diversas formas e trabalhos de divulgação da Ciência e da Tecnologia que se refletem em exemplos, como: textos didáticos e paradidáticos e espaços de educação não-formal (museus, centros de ciências, zoológicos ou outros espaços nos quais a atividade seja desenvolvida com objetivos específicos). O tema divulgação científica contempla e permite trabalhar com os mais diferentes públicos, pois devem considerar-se os seus aspectos culturais, sociais, econômicos e as distintas faixas etárias. Um público muito importante que por vezes é considerado como carente em conhecimento básico de ciência devido, muitas vezes, as suas condições sociais específicas é o público infantil. Segundo Bertolleti (2003), crianças possuem uma curiosidade própria a qual deve ser potencializada desde os primeiros anos de vida e, quando possível, estimuladas por diferentes meios de divulgação da ciência. Um dos principais meios de divulgação e de impacto para ao público infantil encontra-se em museus e outros espaços de ciências, os quais são importantes loci capazes de introduzir as crianças à ciência, propiciando, ao mesmo tempo, condições de atualizar e inserir os adultos no mundo da Ciência. Considerando essa importante intervenção dos museus e de outros espaços de divulgação científica é que foi pensada, no segundo semestre de 2015, a “Exposição Dinossauros do Brasil Central”. Esta atividade de divulgação científica foi organizada por membros do Laboratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo) do curso de graduação em Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Campus Aparecida de Goiânia em conjunto com o Museu Antropológico, ambos da Universidade Federal de Goiás. Esses espaços de produção do conhecimento científico uniram esforços para organizar, pela primeira vez, uma exposição contando a história evolutiva do Período Cretáceo, com registros de dinossauros encontrados pela primeira vez no Estado de Goiás e outros já conhecidos para o estado do Mato Grosso. A referida exposição apresentou um caráter itinerante e foi prevista para ser exposta no Salão Expositivo 2 do Museu Antropológico/Universidade Federal de Goiás, na Biblioteca Central do Campus Samambaia/UFG e no Centro de Artes e Esportes Unificados da cidade de Aparecida de Goiânia.
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Ressalta-se que o Museu Antropológico foi criado em 1969 e aberto ao público em 1970. Como um órgão suplementar da Universidade Federal de Goiás - UFG, vinculado à Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), sua atuação está voltada para o apoio às atividades de ensino, pesquisa, extensão e inovação da Universidade, bem como para a realização de atividades específicas, levando-se em conta sua natureza, suas metas e suas funções. Dessa forma, o Museu Antropológico é uma instituição permanente, sem fins lucrativos que, aberta ao público, se destina à coleta, inventário, documentação, preservação, segurança, exposição e comunicação de seu acervo, mediante desenvolvimento de ação educativo cultural. O Museu ainda se caracteriza, fundamentalmente, por seu caráter dinâmico e pedagógico, que assegura a eficiência e eficácia de sua operacionalidade, a flexibilidade imprescindível à sua organização interdisciplinar e de intercâmbio cultural. Assim, tem por objetivo apoiar e desenvolver a pesquisa antropológica interdisciplinar, da qual decorre a coleta do acervo e sua organização, constituindo-se um Centro de Pesquisa Interdisciplinar e de Documentação Antropológica, voltado prioritariamente para o estudo do modo de vida dos povos da região central do Brasil, determinada pelo âmbito e especificidade dos projetos definidos no seu Planejamento Anual.
Biblioteca Central do Campus Samambaia Criada em 1973 a Biblioteca Central é o resultado da fusão de 13 bibliotecas departamentais que funcionavam em unidades específicas da UFG. O acervo foi inicialmente reunido no prédio da Faculdade de Direito, porém no final da década de 1980 - com a construção de um prédio específico para a biblioteca do Campus Samambaia - o acervo foi dividido entre o novo prédio da Biblioteca Central (BC) ‘Prof. Alpheu da Veiga Jardim’ e a Biblioteca do Campus Colemar Natal e Silva (BSCAMI) na Praça Universitária (UFG, 2016). De acordo com Silva (2011) a Biblioteca Central possui a maior área de circulação entre as bibliotecas da UFG e registra um fluxo diário de aproximadamente três mil usuários. Por sua natureza re-
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lacionada ao conhecimento e pelo grande número de pessoas que diariamente circula por este espaço, a Biblioteca Central foi considerada um ambiente impar para acolher a exposição.
Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU) Na cidade de Aparecida de Goiânia, a exposição concentrou-se no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), a qual possui sete mil metros quadrados e conta com estrutura para abrigar diversas modalidades, entre elas: biblioteca, cineteatro, um Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), entre outras. A exposição esteve aberta ao público das oito às dezessete horas, de segunda a sexta. A comunidade estudantil de Ensino Fundamental e Médio teve acesso por meio de visitas agendadas com os monitores do CEU. Sendo um dos objetivos da exposição na cidade de Aparecida de Goiânia despertar a atenção do público do município para a presença e atividades da Universidade Federal de Goiás em Aparecida de Goiânia e a importância da existência e preservação da Geodiversidade do Estado de Goiás.
Considerações O número de visitantes que participou da exposição nos três lugares em que foi realizada demonstra que o objetivo de promover o acesso a pesquisas científicas para umpúblico amplofoi atingido. Da mesma forma, também foram recebidos visitantes de perfis completamente diferentes, em especial aquelas pessoas que não possuem um conhecimento especializado sobre a temática, contribuindo de forma significativa para a divulgação do conhecimento científico produzido no ambiente acadêmico.
Referências BERTOLETTI, J. J. Museu de Ciências e Tecnologia da PUC-RS. Com Ciência. Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/cultura/cultur a16.shtml>. Acesso em: 02 setembro 2016 às 14:45:46. CHASSOT, A. Alfabetização Científica: questões e desafios para a educação. 4ª. Ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.
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PADILLA, P. J. Conceptos de Museos y Centros Interactivos. In: CRESTANA, S. (coord.). Educação para a Ciência: Curso para Treinamento em Centros e Museus de Ciências. São Paulo: Livraria da Física; 2002, p.113 – 142. SILVA, R. M. da.Campanha Obra-prima: relato de experiência. Trabalho aprovado no XXIV Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação - 2011in: https://www.bc.ufg.br/up/88/o/Artigo_Obra_prima.pdf (Acesso em 12/09/2016) UFG, Sistemas de Biblioteca in: https://www.ufg.br/p/6386-sistema-de-bibliotecas (Acesso em 12/09/2016). UFG, Museu Antropológico in: http://www.museu.ufg.br/ (Acesso em 20/20/2016). [NT1]
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Glossário Nayara Tállita Pereira e Melo Emily Perez Guimarães da Mata André Luis de Souza Junior
Introdução A paleontologia, especialmente os dinossauros - temas base da obra em questão - despertam grande interesse na sociedade. No entanto, por se tratar de uma área de conhecimento de grande amplitude, são utilizados variados termos técnicos em sua abordagem. Neste sentido, esse glossário tem como objetivo facilitar aos leitores menos familiarizados com as terminologias paleontológicas, geológicas e afins, o entendimento dos principais termos científicos e de siglas utilizados neste livro. Mesmo para profissionais, pode ser que existam termos que são desconhecidos. As consultas aos termos são rápidas, o que permitirá obter respostas imediatas sobre o assunto estudado.
Palavras importantes da exposição A Abelisauria:
grupo de dinossauros terópodes do período Cretáceo. Afloramento: exposição de uma rocha na superfície da Terra. Análise filogenética: identificação de características similares entre espécies para definir suas relações históricas ou evolucionárias. Antarctosaurus wichmannianus: dinossauro herbívoro do Cretáceo. Asteroide: objeto rochoso e metálico que orbita o Sol, remanescente da formação do sistema solar. Atmosfera: camada de gases e material particulado que envolve a Terra, essencial para a vida e o funcionamento dos processos físicos e biológicos.
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B Bacia
sedimentar: porção geologicamente deprimida com acumulação de sedimentos. BC: Biblioteca Central, unidade localizada no câmpus Samambaia em Goiânia, Goiás. Bioma: conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade biológica própria. Bípede: animal que se move sobre duas pernas.
C Carnívoro: animal que se alimenta de carne.
CEU: Centro de Artes e Esportes Unificados. Chicxulub:cratera com cerca de 180 km de diâmetro datada em 65 Ma localizada próximo à Chicxulub, região de Yucatán no México que fornece evidências da colisão do asteróide responsável pela destruição da vida na Terra, estimando cerca de 75% de espécies extintas. Cratera: crateras de impacto são estruturas formadas quando um planeta ou satélite é atingido por meteoritos originários de asteroides ou cometas. Cretáceo: o mais novo dos três períodos geológicos da Era Mesozoica, ocorrido entre 145 e 65 milhões de anos atrás. Cretáceo Superior: época do Cretáceo mais recente, entre aproximadamente 100 a 65 milhões de anos atrás.
D Dinossauro:
réptil do passado geológico que viveu na Era
Mesozoica. DNPM: Departamento Nacional de Produção Mineral responsável por gerir o patrimônio mineral brasileiro.
E
Era Mesozoica: período de tempo entre 250 a 65 milhões de anos atrás. Espécie: grupo de animais ou plantas que possuem características em comum e são capazes de produzir descendentes férteis. Esqueleto: conjunto de ossos dos vertebrados. Extinção: em geral é o desaparecimento de todos os indivíduos de uma determinada espécie.
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F FAPEG: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás.
Fósseis: restos ou vestígios de organismos preservados em rochas.
G Garra: unha comprida, curva e pontiaguda.
Geologia: ciência que estuda a estrutura e a composição química da Terra, e sua evolução ao longo do tempo com ênfase no estudo de rochas e minerais. Glossário: lista de termos usados em um texto didático, com sua explicação para facilitar o entendimento do leitor. Gondwana: supercontinente formado pelas massas de terras do hemisfério Sul, resultante da divisão da Pangea. Gondwanatitan faustoi: espécie de saurópode do Período Cretáceo. Grupo Bauru: extensa sequência sedimentar constituída de rochas sedimentares depositadas no Cretáceo Superior.
H Herbívoro: animal que se alimenta de plantas. I Irídio:
elemento químico denominado metal de transição; material mais resistente à corrosão.
J Jurássico: período entre 195 a 136 milhões de anos atrás. K K-PG: Limite K-PG: termo associado ao evento de extinção do Cretáceo-Paleogeno, uma extinção em massa que exterminou os dinossauros. Marca o final da Era Mesozoica e início da Era Cenozoica.
L Labpaleoevo: Laboratório de Paleontologia e Evolução da Universidade Federal de Goiás. Laurásia: supercontinente formado pelas massas de terra do hemisfério Norte, resultante da divisão da Pangea.
M Ma: medida de tempo; abreviação de Milhões de Anos. O Ornithischia: grupo de dinossauros herbívoros, caracterizados pelo focinho em forma de bico e pela estrutura da pélvis semelhante à das aves.
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P
Paleontologia: ciência que estuda os animais e vegetais que viveram no passado, através dos fósseis. Pangea: continente único que provavelmente existiu há cerca de 250 milhões de anos, rodeado por um grande oceano (Pantalassa). Predador: animal que caça e se alimenta de outro. Pycnonemosaurus nevesi: dinossauro carnívoro do Período Cretáceo.
Q
Quadrúpede: animal que se locomove utilizando quatro membros ou pernas.
R
Réptil: animal com carapaça, placas ósseas ou escamas que utiliza fontes externas de calor na regulação da temperatura. Rocha:agregado natural formado por dois ou mais minerais. Existem três classificações para as rochas,de acordo com a sua formação: magmáticas,sedimentares e metamórficas.
S
Saurischia: grupo de dinossauros que inclui os saurópodes e os terópodes, caracterizados pela estrutura da pélvis semelhante a dos lagartos. Saurópodes: grupo de dinossauros saurísquios quadrúpedes e herbívoros (no latim: Sauropoda).
T
Terópodes: grupo de dinossauros saurísquios bípedes e carnívoros, inclui também as aves (no latim: Theropoda). Tethys/Mar de Tétis: oceano que separou os continentes Laurásia e Gondwana após a ruptura da Pangea. Titanosauria: grupo de dinossauros saurópodes do Período Cretáceo. Triássico: período geológico que aconteceu aproximadamente entre 250 a 200 milhões de anos atrás. Tyrannosaurus rex:espécie carnívora do Período Cretáceo.
U
UFG: Universidade Federal de Goiás.
V
Velociraptor mongoliensis: espécie carnívora do Período Cretáceo.
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Vulcanismo: fenômeno geológico que envolve derramamento ou movimentação do magma, gases e outros materiais advindos do interior da Terra para a superfície.
Referências BARROS, J. G. C. Glossário de termos geológicos e ambientais aplicados às geociências. Brasília: ESMPU, 2006, 138 p. CARVALHO, I. S. Paleontologia: Conceitos e Métodos. 3. ed. v. 1. Rio de Janeiro, RJ: Interciência, 2010. INFOPÉDIA. Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico.Porto Editora, 2003-2016. Disponível em: <https://www.infopedia.pt/>. Acesso em: 30 nov. 2016. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Vamos conhecer o Brasil – Biomas. Disponível em: <http://7a12.ibge.gov.br/vamos-conhecer-o-brasil/nosso-territorio/biomas.html>. Acesso em: 30 nov. 2016.
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Equipe da Exposição dos “Dinossauros Brasil Central” Musa Maria Nogueira Gomes Ramon Cavalcanti Marcos Batista Joyce Brenda Ferreira de Souza Débora Santos Maia
A
exposição “Dinossauros Brasil Central”, foi realizada por uma equipe junto ao Laboratório de Paleontologia e Evolução (Labpaleoevo) do Curso de Geologia da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Campus de Aparecida de Goiás, implantado no ano de 2015. O Labpaleoevo tem objetivo de atuação nas áreas de pesquisa do Brasil Central, estudando principalmente a paleontologia das unidades cretáceas do Grupo Bauru (Bacia do Paraná) e Urucuia (Bacia Sanfranciscana). Este grupo tem se preocupado em questões, além de pesquisas, mas também de o Ensino e História das Geociências e inúmeras atividades de extensões no estado de Goiás. A exposição teve como foco apresentar à sociedade de um modo geral, os primeiros espécimes de dinossauros que foram encontrados em rochas sedimentares do Cretáceo do sul do estado de Goiás, demonstrando como eram os ambientes que viveram estes animais, além de, apresentar por meio de imagens quais foram os principais fatores que levaram estes répteis à extinção. De forma simultânea, também foram expostos na forma de réplicas e fósseis, alguns dinossauros que já foram encontrados no estado do Mato Grosso, uma vez que este local constitui um dos principais registros fósseis do Brasil Central. Uma equipe multidisciplinar esteve presente na organização e realização da Exposição “Dinossauros do Brasil Central”, sendo constituída por estudantes, técnicos, professores e pesquisadores das áreas da Geociências e Ciências Humanas, assim se pode apresentar a sociedade no ano de 2016 a primeira atividade de extensão de longa duração do Labpaleoevo. Abaixo apresentamos os colaborades desta atividade:
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Ana Cristina de Menezes Santoro Restauradora anasantoro@hotmail.com Graduada e mestre em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Restauradora e conservadora do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Ana Flávia Nogueira Machado Pesquisadora colaboradora anafnmachado@gmail.com Graduanda em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – evolução e ensino. Adelino Adilson de Carvalho Pesquisador colaborador adelinomuseu@ufg.br Graduado em Letras/Espanhol pela Universidade de Uberaba e especialista em Tradução Português/ Espanhol Universidade Gama Filho, Campus de São Paulo e mestrando em Antropologia Social pela Universidade Federal de Goiás. Coordenador do Setor de Intercâmbio Cultural do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. André Luis de Souza Júnior Colaborador de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução andreluissouzajr@gmail.com Graduando em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse em dinossauros carnívoros.
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Camila dos Santos Pereira Colaboradora de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução cami.dspereira@hotmail.com Graduanda em Geologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – petróleo. Carlos Roberto dos Anjos Candeiro Coordenador do Laboratório de Paleontologia e Evolução candeiro@ufg.br Graduado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia e Ciências Biológicas pela Universidade de Uberaba, Mestre e Doutor em Geologia (Paleontologia e Estratigrafia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro com parte dos estudos realizados na Argentina e Canadá e Pós-doutorado no Instituto de Geociências da Universidade de Campinas. Professor do Curso de Geologia da Universidade Federal de Goiás. Interesse – paleobiogeografia e dinossauros terópodes. Daniel Carelli Batista Santos Colaborador de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução danielcarellibsantos@hotmail.com Graduando em Geologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – rochas sedimentares e prospecção. Débora Santos Maia Colaboradora de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução deboramaia.geo@gmail.com Graduanda em Geologia, na Universidade Federal de Goiás (UFG) - Campus Aparecida de Goiânia. Colaboradora do Laboratório de Paleontologia e
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Evolução do curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (Labpaleoevo). Possui interesse na área de geologia do petróleo e hidrogeologia. Profa. Dra. Dilamar Candida Martins Pesquisadora dilamar_martins@ufg.br Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Goiás, mestre e doutora em Arqueologia pela Universidade de São Paulo. Diretora do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Profa. Dra. Drielli Peyrerl Pesquisadora Colaboradora– Bolsista Unicamp/ Fapesp driellipeyerl@gmail.com Graduanda em História e Geografia e mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, doutora em Ensino e História de Ciência da Terra. Interesse – história da Geociências. Emily Baldoino Monteiro Pesquisadora Colaboradora emilybmonteiro@gmail.com Graduanda em Geologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – mamutes. Emily Perez Guimarães da Mata Colaboradora de Pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução. emilyperezm@hotmail.com Graduanda do curso de Ciências Biológicas (Bacharelado) pela Universidade Federal de Goiás. Tem experiência na área de Anatomia Vegetal e Anatomia Humana. Atualmente é estagiária do Programa de Edu-
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cação Tutorial do curso de Ciências Biológicas (PETBio/UFG) e colabora no Laboratório de Paleontologia e Evolução do curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (LabPaleoEvo). Felipe Medeiros Simbras Colaborador de pesquisa felipe.simbras@gmail.com Graduado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Geólogo da Petrobras. É colaborador de Pesquisa do Labpaleoevo. Interesse: Estratigrafia e dinossauros. Fernanda Ilário de Souza Pesquisadora colaboradora fernanda.ilarioz@gmail.com Graduanda em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – dinossauros saurópodes. Fernanda Rayane Pires de Sousa Colaboradora Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Goiás. Estagiária do Museu Antropológico.
Profa. Dra. Gradisca de Oliveira Werneck de Capistrano Pesquisadora colaboradora gradisca@ufg.br Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Londrina, mestrado em Engenharia Ambiental e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo.
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Hugo Figueiredo Lima Colaborador hugo.paleozoology@gmail.com Graduando em Geologia na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal de Goiás é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – rochas vulcânicas. Jacqueline Freitas Oliveira Pesquisadora colaboradora jackiefo96@gmail.com Graduanda em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – invertebrados. Hugo Bampi Bolsista de Iniciação Científica/(CBA) hugo.paleozoology@gmail.com Graduando no curso de Ciências Biológicas (Licenciatura) pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Campus 1. Colaborador do Laboratório de Paleontologia e Evolução. Possui interesse nas áreas em paleozoologia, principalmente em anatomia de vertebrados. Atualmente estuda ecologia, conservação e qualidade do ambiente aquático e Tetrápodes do Cretáceo de Goiás, Mato Grosso e Pontal do Triângulo Mineiro, além de desenvolver um projeto que consiste na quantificação de matéria orgânica presente no leito de cursos de água de sub-bacias da grande bacia do Alto Paraná em Goiás, Brasil central. Joyce Brenda Ferreira de Souza Colaboradora de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução joycebrendafs@gmail.com Graduada em Tecnologia em Mineração pela Universidade Estadual de Goiás - UEG. Atualmente, é
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discente em Geologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). É colaboradora do Grupo de Pesquisas do Laboratório de Paleontologia e Evolução da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (Labpaleoevo) no projeto: Geologia e paleobiogeografia dos vertebrados do Grupo Bauru durante o Cretáceo Superior no sul do Estado de Goiás - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Marília (Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município Rio Verde/GO. Luciano da Silva Vidal Pesquisador colaborador science.vidal@gmail.com Graduado em Artes Visuais pelo Unilasselvi-Maringá é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – paleoarte, dinossauros saurópodes e terópodes. Marcos Batista Colaborador marquim_1979@hotmail.com Graduando em Gestão Ambiental pela Universidade Norte do Paraná e especialização em Perícia, Auditoria e Gestão Ambiental pelo Instituto de Pós-Graduação de Goiânia. Marcos Vinicios Divino Lima Pesquisador colaborador Graduando em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – dinossauros terópodes.
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Marcus Vinicius Soares Pesquisador colaborador aguiarsoaresbiology@gmail.com Graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade Araguaia e colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – botânica e paleobotânica. Profa. Dra. Martha Noélia Lima Pesquisadora colaboradora marthageolima@yahoo.com.br Graduada em Geologia pela Universidade Federal do Ceará, mestrado em Geoquímica pela Universidade de Aveiro e doutorado em Geociências pela Universidade de Aveiro. Michael Ulian Bolsista de Iniciação Tecnológica/(CNPq) michael.ulian.geologia@gmail.com Graduando no curso de Geologia (Bacharelado) pela Universidade Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiânia, Faculdade de Ciências e Tecnologia. Colaborador do Laboratório de Paleontologia e Evolução. Possui interesse na área paleozoologia. Atualmente estuda sobre cortes histológicos em dentes de crocodilomorphos e terópodes e possui um alinha de pesquisa em terópodesavianos. Musa Maria Nogueira Gomes Colaboradora de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução musa.maria.min@gmail.com Formada em Técnico em Mineração, pelo Instituto Federal de Goiás. Experiência profissional na área de exploração mineral, especificadamente na área de sondagem geológica e mapeamento geológico. Graduanda do curso de Geologia (Bacharelado) pela Universidade Federal de Goiás. Atualmente colaboradora do Laboratório de Paleontologia e
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Evolução do curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (Labpaleoevo). No projeto: Geologia e paleobiogeografia dos vertebrados do Grupo Bauru durante o Cretáceo Superior no sul do Estado de Goiás - Estratigrafia dos afloramentos da Formação Marília (Grupo Bauru, Cretáceo Superior) portadores de fósseis do município Quirinópolis/GO. Com interesse eventos de extinções e petróleo. Nayara Tállita Pereira e Melo Colaboradora nayaratallita.bio@gmail.com Graduada em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal Goiano, Especialista em Ensino de Biologia pela Universidade Federal de Goiás. É colaboradora de Pesquisa do Labpaleoevo. Interesse: Ensino de Ciências. Pedro Ernesto Pontes de Castro Colaborador de Pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução. decastro.peter@gmail.com Graduando do curso de Ciências Biológicas pela Pontifíca Universidade Católica de Goiás. Atualmente colaborador no Laboratório de Paleontologia e Evolução do curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG (Labpaleoevo). Com interesse na evolução de tetrápodes carnívoros. Ramon Cavalcanti Colaborador de pesquisa no Laboratório de Paleontologia e Evolução rcavalcanti18@gmail.com Graduando em Ciências Biológicas no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás é colaborador de pesquisa no Labpaleoevo. Interesse – saurópodes e Prospecção
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Roseli de Fátima Brito Netto Pesquisadora colaboradora roselimuseu@gmail.com Graduada em Ciências Sociais e mestrado em História pela Universidade Federal de Goiás, doutoranda em Museologia pela Universidade Lusofona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa. Museóloga Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás. Sandra Câmara Alvares de Freitas Secretaria Secretaria do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás.
Profa. Dra. Suely Aparecida Gomes Pesquisadora suelygomesgeo@gmail.com Graduação e Mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia-UFU, e Doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista – Unesp-RC. Atualmente é professor titular da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia-UFU e Membro dos Grupos de Pesquisas “ Geografia e Cartografia Escolar” e “Tetrápodes do Cretáceo do Pontal do Triângulo Mineiro e Sul de Goiás”. Tamires do Carmo Dias Pesquisadora colaboradora dias.tamiresdc@gmail.com Graduanda em Ciências Biológicas no Campus Pontal-Ituiutaba da Universidade Federal de Uberlândia é colaboradora de pesquisa no Labpaleoevo.
Esta obra foi impressa em processo digital, na Oficina de Livros para a Letra Capital Editora. Utilizou-se o papel Pólen Soft 80g/m² e a fonte ITC-NewBaskerville corpo 11 com entrelinha 14. Rio de Janeiro, junho de 2017