Por uma sociologia do presente ação, técnica e espaço
Comissão Organizadora Francisco Ribeiro, (COORDENADOR) Catia Antonia da Silva, (LASTRO-IPPUR-UFRJ e UERJ) Lilian Fessler Vaz, (PROURB-FAU- UFRJ & ANPUR) Luis César Perucci do Amaral, (LASTRO-IPPUR-UFRJ) Paola Berenstein Jacques, (PPGAU-UFBA & ANPUR) Tamara Tania Cohen Egler, (Espaço-IPPUR-UFRJ)
Agradecemos a prestimosa colaboração dos abaixo relacionados pelo dedicado trabalho de digitalização e revisão dos textos. Aldenilson dos Santos Vitorino Costa, doutorando, IPPUR/UFRJ Ana Beatriz F. da Rocha e Silva, arquiteta, pós-doutoranda PROURB/FAU/UFRJ Beatriz Oliveira Cruz, graduanda em Geografia – FFP-UERJ, Bolsista PIBIC-UERJ Carlos Rodrigo Avilez A. B. da Silva, arquiteto, doutorando PROURB/FAU/UFRJ Ellen Rose B. F. dos Santos, graduanda em arquitetura FAU/UFRJ Felippe Andrade Rainha, mestrando PPGG-FFP-UERJ, Técnico TCT – FAPERJ Gabriela Sousa Ribeiro, designer, doutoranda PROURB/FAU/UFRJ Gabriella Ledo N. A. de Araujo, socióloga, bolsista AT CNPq Ivy Schipper, mestre IPPUR-UFRJ, pesquisador LASTRO-IPPUR-UFRJ / NUTEMC-FFP-UERJ
Milaysa de Oliveira Cabral Paz,
graduanda em Geografia – FFP-UERJ, Bolsista Cetreina - UERJ
Nara Oliveira do Nascimento,
graduanda em Geografia – F P-UERJ, Bolsista Cetreina - UERJ
Raquel Ribeiro Martins, graduanda em sociologia – IFCS/UFRJ, bolsista IC-CNPq Rhanna Cristina das Chagas Leôncio,
graduanda em Geografia – FFP-UERJ, Bolsista PIBIC-CNPq
Rodrigo Corrêa Euzébio,
pós-graduação - urbano-ambiental – FFP-UFRJ – Técnico PROATEC-UERJ
Rosa Richter Diaz Rocha, graduanda em sociologia – IFCS/UFRJ, bolsista IC CNPq Vinicius Carvalho Lima, LASTRO – IPPUR – UFRJ
Ana Clara Torres Ribeiro
Por uma sociologia do presente ação, técnica e espaço VOLUME 3
Copyright © família Ana Clara Torres Ribeiro, 2013. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem a autorização prévia por escrito da Editora, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios empregados.
Editor: João Baptista Pinto Editoração: Rian Narcizo Mariano Capa: Claudia Torres Codeço (Sobre desenho de Ana Clara Torres Ribeiro)
Revisão: Comissão Organizadora
R367s Ribeiro, Ana Clara Torres. Por uma sociologia do presente: ação, técnica e espaço - Vol. 3 / Ana Clara Torres Ribeiro. - Rio de Janeiro: Letra Capital , 2013. il.; 23 cm Inclui bibliografia ISBN 978-85- 7785-224-6 1. Ação social 2. Participação social. I. Título. 12-8261.
CDD: 303.4843 CDU: 316.42 040662
Letra Capital Editora Tels.: 21 2224 - 7071 | 2215 - 3781 www.letracapital.com.br
Sumário Apresentação da Comissão Organizadora...................................7 Prólogo - Héctor Atilio Poggiese.................................................11 Oriente negado: cultura, mercado e lugar...................................17 Paradigma e movimento social: por onde andam nossas idéias?....................................................31 Movimentos sociais - velhas e novas questões no espaço do Rio de Janeiro.......................................................53 Relações Sociedade-Estado: elementos do paradigma administrativo......................................95 O significado conjuntural do planejamento: projetos e interesses....................................................................117 O fato metropolitano: espaço e sociedade..................................131 Território brasileiro: usos e abusos usos e abusos – Pequena reflexão sobre categorias da teoria crítica do espaço: território usado, território praticado................141 Prefácio do livro “Geografias da Soja III: novas fronteiras da técnica no Vale do Araguaia”.........................153 Regionalização: fato e ferramenta...............................................159 Contraponto entre discurso político e senso comum: mitologia de uma metrópole, o Rio de Janeiro............................183 O fato metropolitano – enigma e poder......................................203 Metrópole e reprodução social: apontamentos teóricos...............221 Comunicação e metrópole: a questão da participação social .......243
Matéria e Espírito: o poder (des)organizador dos meiosde comunicação..........................................................263 O espetáculo urbano no Rio de Janeiro comunicação e promoção cultural..............................................279 Comunicacion, tecnologia y sociedad: nuevas tendencias en Rio de Janeiro ..........................................297
Apresentação da Comissão Organizadora “Por uma Sociologia do Presente: Ação, Técnica e Espaço” é uma homenagem a Ana Clara Torres Ribeiro, que trata de divulgar e tornar públicas suas últimas reflexões apresentadas no concurso para professor titular do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Reflexões estas redigidas em um momento particularmente dificil de sua vida pessoal, quando deu tudo de si em um esforço de dissipar uma enorme carga de energia emocional em que buscou amarrar e organizar as diversas linhas de sua extensa trajetória pessoal e profissional e que a faziam ser quem era, mulher, esposa, mãe, sociologa, pesquisadora, intelectual e ativista social. Ana Clara era professora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1984, onde ensinava nos cursos de mestrado e doutorado; coordenava o Laboratório da Conjuntura Social: Tecnologia e Território, que criou em 1996; além de ser a presidente da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, gestão 2011-2013. Esta publicação resultou da cooperação de membros destas instituições – LASTRO, IPPUR, UFRJ, ANPUR – constituindo esta Comissão Organizadora, que contou com o fundamental apoio de sua família. A Comissão decidiu por começar este livro pelo Memorial preparado pela autora, seguido da transcrição da conferencia e do
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texto-guia. Optou também por denominar o livro com a inversão do título da conferência a partir da discussão que a própria autora realiza, explicando o sentido de seu fazer sociológico. O memorial foi escrito como uma composição musical que retraça os ritmos, temas e melodias de sua própria trajetória intelectual. Ana Clara além de socióloga tinha também formação em música e a carga poética do Memorial mostra que ela nunca deixou de compor: compunha magistralmente com diferentes disciplinas (Sociologia, Geografia, Planejamento Urbano) e novas linhas de pensamento tais como as cartografias da ação. O Memorial retraça o longo caminho feito pelo autora para chegar no que ela passa a defender em sua conferência como uma Sociologia do Presente. Nesta conferencia, Ana Clara nos brindou, sem dúvida, com uma de suas mais ricas e potentes reflexões acerca do papel do fazer científico na compreensão das formas de dominação e, ao mesmo tempo, das formas e possibilidades de resistências e insurgências. Podemos ler no memorial, em linguagem musical, a complexa estrutura de seu pensamento. Ele revela os compassos de sua trajetória para a compreensão da ação social no espaço. Primeiramente a ação social dedicada a leitura da sobrevivência dos pobres, pelo trabalho nas ruas da cidade. O segundo compasso pode ser lido nas formas da resistência social quando examina a organização politica dos sujeitos na sua luta por melhores condições de existência na vida urbana. No terceiro compasso, percebe-se o deslocamento dos atores da politica para a cultura, e nos brinda com a importância da ação cultural. Esse movimento conduz a criação de um novo campo por ela denominado de Cartografia da ação social. A conferência apresenta o debate aberto por Ana Clara sobre a problemática da análise da Sociologia do Presente, que se refere à responsabilidade das interpretações científicas e a difícil tarefa da compreensão do presente, pela busca da totalidade que descreve as relações entre Ação, Técnica e Espaço, contextualizada na análise da radicalização da democracia, da criminalização da pobreza e da profunda crise societária.
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Este livro precede uma coletânea da obra da autora, composta por diversos artigos esparsos citados no memorial, revelando os pedaços de tempo que compõem uma trajetória pelos caminhos de sua obra. Finalmente, não poderíamos deixar de registrar em sua lembrança que, além da seriedade e do rigor científico dos seus escritos, Ana Clara, nos encantava com sua ternura, sua poesia, suas teorias brincantes e sua risada franca e generosa, além de seu modo particular de se despedir, ao dizer – Viva a Vida!
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Prólogo “Un soneto me mandó hacer Violante y en mi vida me he visto en tal aprieto…” Lope de Vega No tengo ninguna experiencia en prologar libros. No estoy seguro, al escribir este que me solicitaron quienes han asumido la noble y reconfortante tarea de organizar la edición compilada de todo lo producido por Ana Clara, si corresponde me limite a anticipar al lector aquello a que, a mi parecer, puede encontrar en su contenido, la ruta del tesoro, los brillos que delatan el cofre que acrisola la riqueza prometida. Tal vez corresponda otra cosa, enfocarme en torno a una figura científica descollante, capaz de destejer los tenues hilos de un presente que esconde, tras sus destellos hollywoodenses, el olvido que condena a los hombres lentos. O, quizás, tuviese sentido abordar las facetas desbordantes de la personalidad de la autora, capaz de tejer los hilos de una membrana protectora los unos, los nosotros y los muchos otros que supieron rodearla y ella supo rodear. Intentaré superar esas dudas con un poco de audacia, metiéndome en todo a un mismo tiempo. Como la estructura del libro es muy clara (memorial, conferencia, guía de la conferencia) y los capítulos son en la íntegra estrictamente diferenciados (el proceso formativo: una autobiografía en la forma de composición musical; una palestra: la palabra pública y convincente del orador-docente en acción; las notas preparatorias: una perfecta y elocuente síntesis de un pensamiento completo, creativo, ordenado), puedo ensayar jugar el juego de Julio Córtazar en Rayuela, imaginando que la narración pudiese aceptar otro orden en la secuencia de los capítulos, sin alterar en nada el relato vertebral de la obra. Prólogo
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En mi caso, el juego de Cortazar (que aplico sin su anuencia y sobre un libro de otro) me sugiere comentar los capítulos en el orden que fui conociendo a Ana Clara (y como terminé de descubrirla ahora, al tener acceso a su Memorial en el libro que prologo): su modo de pensar (entonces la guía ordenadora), su palabra en público (entonces la conferencia); el proceso de su formación (entonces el memorial). Vamos entonces por la guiala conferenciael memorial Al revisar la guía puedo imaginarme a la autora excesiva y extenuadamente concentrada en la redacción de sus ideas y conclusiones. Esta guía, en particular nos coloca frente a una síntesis excepcional (es probable que la mejor síntesis) de su ideario, la sociología del presente: estructura simple, enorme densidad conceptual, texto condensado y precisión de la propuesta. Casi un manifiesto. El punto de partida es una metáfora, la de la luz al final del túnel. Sólo que no se ve ninguna luz, la oscuridad es continua. Como no hay otro modo de producciòn a la vista, no hay una sociedad idealizada esperando allí. El final del túnel, en este presente, en esta transición, está siendo diseñado mientras se anda en esa dirección. Por eso hoy se reflexiona sobre el modo de reflexionar frente a la totalidad. La modernidad se radicaliza, “modernizándose”, impulsada, estimulada y compelida por las transformaciones de lo social. Nuevas camadas de hechos sociales, ahora de naturaleza simbólica por la influencia de las técnicas de imagen y comunicación, exigen esfuerzos novedosos de la sociología. Frente a un “mundo sin fronteras” y la agonía de las certezas, nos.desafía una nueva forma de conocer; entonces: Complejidad, incertidumbre y racionalidades alternativas. Interdisciplina, compromiso del intelectual y multiculturalidad. Múltiples “otros”, fuerza creadora y poder del tejido social. Lo simple y la articulación universal-particular-singular.
Todos esos reconocimientos son los principios éticos y filosóficos de la sociología del presente que formula Ana Clara.
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En este punto se posiciona como líder de los que deambulamos en las penumbras de la crisis de la totalidad social, se carga el casco con el foco iluminador para abrir paso hacia el final del túnel, donde nada terminado o ilusorio nos espera. Eso no importa, llegaremos con las utopías practicadas, habiendo creado en el camino la transformación del conocer y del hacer La conferencia es expresión discursiva y pública de un lenguaje audiovisual creado para designar, poner nombres, a los fenómenos del presente: crisis societaria; reestructuración inconclusa-transición; acción estratégica, acción planificada y acción planificadora; confiscación del capital simbólico. El lenguaje es audiovisual porque se apoya en imágenes, varias fotografías tomadas por la autora y un dibujo de Quino, que por sí dicen casi todo, de modo que las palabras de su presentación suenan como voces en off que las ilustran. En contrario a lo habitual, aquí el lenguaje gráfico es ilustrado por las palabras. La elocuencia de su decir avanza sobre algunas notas para mí esenciales: La acción social es prioridad, es un lujo no comprometernos con la discusión del presente en tanto transición que no provee aun teorías holísticas para atrapar la totalidad social en transformación. La sociología del presente es una urgencia social, nadie sabe cual es la estructura que sigue a la actual. Para salir de ese atolladero, lo fundamental es sostener la acción humana, todavía la gran formadora de la experiencia humana, valorando en especial los procesos de recreación de la sociedad, que definirán las nuevas estructuras, Hay una acumulación primitiva de valores, de capital simbólico, extraída de las prácticas sociales: cualquier cosa es confiscada por el poder del capital financiero hegemónico. La sociología del presente tiene que estudiar y actuar sobre los nexos entre el capital financiero y el simbólico. Imposible resumir el memorial. Sin embargo quiero destacar tres notas desconocidas para mí -que descubrí con sorpresa a través
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del libro- entre las que reconoce en su proceso de formación: los sucesos imprevistos (la suerte, la fortuna, el acaso); el arte musical (allí nos cuenta que es música desde muy joven); los diálogos interdisciplinarios (practicados desde siempre). Los “acasos”, las “situaciones totalmente no proyectadas”, la “vida como ella es”, devienen como elementos inesperados de la existencia produciendo relámpagos de libertad, quiebra de rutinas, rupturas de la vida programada. Los hilos de su trayectoria personal retornan, a veces, cuando no se los espera, con su paquete de incomodidades, hechizos, sorpresas, y encandilamientos. Su estímulo a la investigación bibliográfica libre, lejos de la lectura pragmática del “estado del arte”, configura para mi una instigación a la sorpresa, a lo imprevisto. Así fue que el urbanismo apareció en su vida académica: sin previsión ninguna, nació como consecuencia de orientar disertaciones de tesis de alumnos del IPPUR, donde aparecen los hilos de un diálogo con la cuestión urbana, un contrapunto con aquellos disertantes ¡llegando hasta Corpocidade!, la danza, de nuevo la música. Asume la osadía de autodesignarse “como una mucisista que toma a la sociología como un lenguaje o instrumento”. Sin embargo es la observación retrospectiva que hace de su vida académica la que la habilita a esa osadía. Los temas que la asolan o le atraen son líneas melódicas: a veces desaparecen, otras vuelven a nacer convertidas en otros ritmos; los que permanecen no son otra cosa que ¡preludios para el quehacer de los grupos interdisciplinarios! La interdisciplina le resuena como la ejecución musical de una banda de instrumentos, talentos y sonoridades que, no obstante su dependencia de la filosofía, necesita de su marcación coyuntural. La marcación es elemento fundamental para las baterías de las escolas de samba; la coyuntura -como marcación- le resulta el elemento que conjuga y equilibra la creación intelectual: una melodía y el canto de un coro en rebelión Tanta conversación en torno a las posibilidades y desconciertos
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de la interdisciplina se arreglan de forma simple en Ana Clara, poniendo la banda a tocar, ensamblada en lo coyuntural. La valorización de los diálogos interdisciplinarios para el avance de la ciencias sociales, de la investigación y de su carrera académica es una constante. Dos títulos del memorial Contraponto I. diálogo com a geografía y Contraponto II. Diálogo con o urbanismo, insinúan una estrecha relación entre composición musical y puentes entre disciplinas. Contrapunto es la polifonía componer música para dos o más instrumentos ¿los instrumentos hablan uno con otro como dialogan entre sí dos o más disciplinas? En el memorial habla sí de algo que tuve la suerte de conocer y acompañar desde temprano: su pasión y compromiso por la causa de Latino América. Instancia ineludible en su formación, una herida abierta en la juventud, por la dictadura, cicatrizó en su madurez al renacer la reflexión sobre la región. En este caso también abrió senderos, agregó gentes de varios países y sembró redes de trabajo y cooperación No se sí está permitido, ni si está fuera de estilo, en el supuesto que haya reglas para escribir los prólogos, referirse a afectividad emocional de los autores, pero no puedo evitar hacer conocer a los lectores algún matiz marcante de su modo de ser “en la vida como es”. Dos breves anécdotas singulares la pintan por entero y sin vueltas, extraídas de textos de algunos de sus mails. En medio de la crisis casi terminal de Argentina, janeiro 1 de 2002 “…E é neste ponto que o meu coração sangra e se angustia. O que podemos fazer, hoje, que tenha realmente sentido na conjuntura argentina?...”
se identifica con el drama de uno de los “muchos otros” En medio de agotamiento y salud quebrantada, 24 de abril de 2008 “…Nestes dias, aproveitando os feriados de Tiradentes e Zumbi dos Palmares (um viva para os revolucionários!!!), sai para Minas Gerais e comecei a melhorar um pouco…”
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en su dolencia y angustia personal, se entusiasma homenajeando a héroes populares de su Brasil. Animar a otros y animarse a si misma fue su modo de ser, su marca personal, pero también lo es, tal como perdura en este libro, su enfoque científico y su propuesta de acción, la sociología del presente. En el final arriesgo una mirada sobre la política en el pensamiento y la acción de Ana Clara Torres Ribeiro. El territorio (teoría, concepto, escenario, acción) ocupó buena parte de su formación, sus investigaciones y sus preocupaciones vitales, pero tal vez hubo un territorio en el que se enseñoreó su mirada crítica y su filoso análisis, el de las políticas socio urbanas como sitio de tensiones, contradicciones e injusticias donde se dirimen los objetivos visibles y ocultos de los modelos de dominación en el desarrollo urbano. La política estricto sensu significó para ella apenas un telón de fondo del teatro de la realidad en que se desarrolla el drama urbano. La política académica (o, mejor, la política en el medio académico), como campo de intrigas y recelos, la desafiaba por el compromiso y atracción de vida con que encaró siempre su práctica de docencia e investigación y su carrera profesional. La acción política de los desposeídos, los abandonados, los olvidados en la escena urbana le aparecía como el agua bendita o la poción mágica que untaba a los justicieros. Su modo de ser y de hacer política era de una sola pieza: torneada por ideales irrenunciables, rodeada de premios y reconocimientos que nunca buscó, sostenida en convicciones que jamás abandonó. Héctor Atilio Poggiese Advogado, Universidade de Buenos Aires, Argentina. Mestre em Administração Pública, Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, Brasil. Consutor de UNESCO, UNICEF, OPS, FAO, IICA. Investigadordocente em FLACSO Brasil (1981-1984) e FLACSO Argentina (desde 1985). Membro das Redes Planificação Participativa e Gestão Associada (PPGA). Buenos Aires, agosto de 2013
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