Revista Cidadania Vale do Aço

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Dezembro de 2008 . Ano 1. Número 1 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

CIDADANIA vale do aço Voluntários

o ano inteiro DIA V É UM MARCO DO VOLUNTARIADO EM MINAS GERAIS, MAS AÇÕES NO VALE DO AÇO SÃO DESENVOLVIDAS EM 365 DIAS

PAULO ASSIS

C O M U N I C A Ç Ã O

A FOTO HUGO SIQUEIRA

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PAULO ASSIS

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Assessoria de Imprensa e Comunicação Empresarial (31) 8791-7314 | 3823-1316 | p2sacomunicacao@gmail.com

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PAULO ASSIS

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PAULO ASSIS

uma única gota d’água pode fazer isso...

O trabalho em conjunto fortalece não só a indústria. Quando há união, o ser humano é o grande vencedor.


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No primeiro ano foi novidade. No segundo, foi confirmacao. Se depender das nossas acoes de governanca corporativa, nos proximos anos sera uma constante.

2009 Usiminas. Pelo 2º ano consecutivo, a única siderúrgica das Américas classificada no Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

2008

2007

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Para a Usiminas, sustentabilidade é mais que um objetivo: é um valor que norteia suas ações nos campos da ética, transparência nos negócios e compromisso com o País. Suas boas práticas de gestão e governança corporativa nasceram de sua vocação para o desenvolvimento sustentável e fazem da Usiminas uma referência em solidez econômico-financeira, tecnologia e responsabilidade socioambiental. Não é à toa que a empresa foi classificada, pela segunda vez consecutiva, em um dos mais respeitados índices do mundo: o Índice Dow Jones de Sustentabilidade. Usiminas. Inteligência em aço para um mundo que não pára de evoluir.


FIEMG

COM A PALAVRA Numa região como o Vale do Aço, importante pólo econômico de Minas Gerais e do Brasil, é natural que existam muitas empresas que destinam seus recursos e incentivem seus colaboradores a ajudar ao próximo. Inúmeros projetos são desenvolvidos no decorrer de 365 dias. Por sua vez, não é ‘natural’ que muitas dessas ações fiquem no anonimato, restritas a grupos que discutem responsabilidade social ou até mesmo apenas àquelas que as executam. Com a revista CIDADANIA VALE DO AÇO vamos mostrar, a cada quatro meses, o que é feito, desde grandes projetos de indústrias como Usiminas, Cenibra e ArcelorMittal Inox Brasil, a iniciativas - aparentemente simples - de funcionários de empresas como COMIT e Provest. Esperamos extrapolar, unir diferentes segmentos, promover a troca de informações, contribuindo, também, para a sustentabilidade dos projetos em execução no nosso Vale do Aço. Em nossa estréia, escolhemos como tema o DIA V, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), buscando fortalecer a necessidade do voluntariado permanente. A revista que hoje chega às suas mãos só tornouse possível devido ao apoio do Regional Vale do Aço da FIEMG, cujo presidente Luciano Araújo abraçou a idéia, e do Comitê de Cidadania Empresarial da Regional, que nos auxiliou na ‘garimpagem’ dos primeiros projetos que aqui estão. Agradeço ainda àqueles que puderam contribuir para viabilizar essa primeira edição e também àqueles que contribuíram com seu tempo e dedicação ao atender à nossa equipe. Boa leitura e até abril de 2009!

Editor

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COMITÊ DE CIDADANIA

Não às sacolas plásticas

UNILESTE-MG

Arte e geração de renda

SE TOQUE

Receita de solidariedade

CÂMARA DE IPATINGA

Mirins dão exemplo de cidadania

SESI

Programa auxilia empresas

PROVEST

Retalhos transformados

JAGUARAÇU

Crianças transformam lixo em enfeites de Natal

HARMONIZE

Isolamento social por falta de informação

USIMINAS

Voluntários com incentivo de aço

CENIBRA

Combinação de sucesso

COMIT

Solda da solidariedade

ATF

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Assis PAULOPaulo ASSIS C O M U N I C A Ç Ã O

Todo dia nasce um voluntário

Cidadania em alto e bom tom

ARCELOR MITTAL

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Batalhão de ações

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PAULO ASSIS

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PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO Paulo Assis Comunicação Ltda CNPJ 07.291.053/0001-58 Rua Marília, 33 A, Bela Vista Ipatinga-MG CEP 35160-194 Tel.: (31) 3823-1316 | 8791-7314 E-mail: contato@pauloassis.com.br

Jornalista Responsável e Editor Paulo Assis MG 07169JP

Textos e Fotografias Aline Alves, Gizelle Ferreira, Hugo Siqueira, Nadiele Satlher, Patrícia Benedicto, Paulo Assis, Roberta Nobre, Rômulo Amaral, Wôlmer Ezequiel e Divulgação

Diagramação Paulo Assis

Tiragem 2.500 exemplares

Foto da Capa Hugo Siqueira

A reprodução das reportagens é permitida desde que citada a fonte e o autor.

Impressão Gráfica Damasceno


SESI

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PAULO ASSIS

“Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.” Trecho extraído de A Carta da Terra

Rodovia BR 381, Km 235, S/N - Águas Claras Santana do Paraíso Telefone (31) 2109-8800 SAC 0800.723.6600 www.vitalambiental.com.br Ser uma empresa social e ambientalmente responsável é compromisso fundamental da Vital Engenharia Ambiental SA com a construção de um futuro melhor. Esse compromisso está refletido, por exemplo, na qualidade dos serviços de limpeza, na implantação de centrais de tratamento de resíduos sólidos urbanos, nas ações de educação ambiental desenvolvidas em nosso Centro de Educação Ambiental, na valorização e qualificação dos colaboradores.


FIEMG

Todo dia... “nasce” um voluntário Marisa Seoane Rio Resende* Existem duas formas de ser voluntário: Algumas pessoas dizem que nasceram voluntárias e fazem da vida uma grande dinâmica de solidariedade, altruísmo e acolhida. Quem não se lembra de uma senhora que, no passado, jamais fechava a porta da frente da casa, e se alguém batesse a porta à busca de um pedaço de pão, seria convidado a comer um prato de comida, quem sabe tomar um banho, ainda descansar um pouquinho e quem sabe até pernoitar. E se fosse uma mulher grávida, poderia encontrar ali abrigo para o nascimento do bebê. E aquele moço, na comunidade, que ensina as crianças com dificuldade na escola? Ah! Ele também leva as pessoas ao hospital, ajuda a tirar um documento, dá conselhos para o casal em conflito... Outras pessoas são convidadas ou sentem vontade de realizar um trabalho na comunidade. Um dia um grupo de pessoas resolve fazer uma festa de natal no asilo, recolhem doações, alguns se vestem de papai Noel e com muito entusiasmo chegam àquele lar. Uns tocam violão, outros dançam, outros batem papo e ali nasce um desejo incontrolável de voltar sempre. No final do dia, alguns dizem adeus e outros firmemente dizem até a próxima semana. Nasce mais um voluntário! Um professor convida seus alunos para uma visita à biblioteca comunitária. Uma campanha para arrecadar livros, já ajuda a turminha para se preparar, pois eles arrecadam, encapam e escolhem alguns livros para contar histórias. Na biblioteca, um encontro com todas a idades amplia o trabalho, agora todos organizam as “oficinas de história”, e todos trabalham recuperando e cadastrando os livros, e ao final, comemoram contando histórias escolhidas durante o trabalho. Nasce mais um, e outro, e outro voluntário. Ser voluntário é o trabalho mais contagiante que existe, basta fazer uma vez e pronto... a marca fica para sempre. O desafio é colocar essa atitude no dia-a-dia e transformar ações pontuais em permanentes e assim contribuir concretamente para que o mundo seja um lugar melhor para todos. A solidariedade é um combustível importante para a dinâmica das sociedades. É muito importante estar atento ao que acontece ao nosso redor e agir prontamente para que os pequenos problemas não se transformem em grandes transtornos para a sociedade. Tudo começa com uma pergunta: o que eu posso fazer? Todo mundo pode compartilhar suas experiências e habilidades com o outro. Basta determinação, organização e responsabilidade para começar um trabalho que vai ter começo, meio e pode até ser infinito. *Coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social do Sistema FIEMG

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“A grande missão da Regional Vale do Aço da Fiemg neste Dia V é sensibilizar a comunidade, as empresas, as entidades e o poder público para a continuidade das ações de voluntariado. Neste Dia V devemos comemorar aquilo que foi feito durante todo o ano. Afinal, devemos ser voluntários o ano inteiro. E é, com orgulho, que podemos afirmar que a sociedade está sensibilizada. Em 2005, tivemos 60 comitês e 3 mil voluntários envolvidos no Dia V. No ano passado foram 210 comitês e 9.408 voluntários. Neste dia 7 com certeza nossa festa será maior.” Luciano José Araújo Presidente Fiemg Regional Vale do Aço

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WÔLMER EZEQUIEL

FIEMG

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Não às sacolas plásticas Campanha “Vale do Aço embalando o futuro do nosso Planeta” incentiva o uso de sacolas retornáveis nas padarias da região. Uma forma de reduzir o consumo irracional de produtos que degradam o meio ambiente. POR PATRÍCIA BENEDICTO

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ensibilizar, esclarecer e conscientizar a população de que simples ações, como ir às compras levando sua própria sacola, podem influenciar de forma decisiva o quadro de degradação do meio ambiente. Presentes em praticamente todos os estabelecimentos comerciais, as sacolas plásticas geram cada vez mais preocupação devido ao tempo que o material leva para se decompor. No Vale do Aço, setores da indústria se uniram, através do Comitê de Cidadania Empresarial da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, para promover a campanha “Vale do Aço embalando o futuro do nosso planeta”. A iniciativa pretende estimular o consumo consciente de embalagens feitas com materiais retornáveis. De acordo com a presidente do Comitê de Cidadania Empresarial da Fiemg Regional Vale do Aço, Gabriela Martins Faraco, até o dia 15 de novembro dez redes de padarias já haviam aderido à campanha, lançada dois dias antes. Mas, através dos sindicatos associados, ela acredita que as ações vão se espalhar por toda a região. “Há 235 padarias cadastradas no Sinpava (Sindicato dos Panificadores); até agora dez fazem parte do projeto, mas ainda temos um público bem grande para atingir através das empresas da região, representa8

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das pelos sindicatos que também podem fazer parte do programa e contribuir para a preservação ambiental”, destaca Gabriela. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cada brasileiro usa cerca de 66 sacolas plásticas por mês. Se fizermos as contas, cada um de nós joga no lixo quase 800 sacolas plásticas em um ano. Em todo o mundo são produzidas 500 bilhões de unidades a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. A engenheira sanitarista e ambiental Daniele Lopes Lima explica que cada sacola plástica leva de 100 a 450 anos para se decompor. Assim, elas ocupam lugares indevidos nos aterros e lixões. “O uso das sacolas plásticas sobrecarregam os custos de tratamento dos resíduos, pois cerca de 10% de todo o lixo que vai para os aterros é formado por sacos plásticos. Eles diminuem a vida útil do aterro, pois sua decomposição leva no mínimo 100 anos, mas pode chegar a 450, já que depende da temperatura, pH e umidade do solo”, explica a engenheira ambiental. Conforme Daniele, ao optarmos por um modelo de sacola retornável, o número desses objetos descartados no meio ambiente reduz consideravelmente, contribuindo para a preservação dos recursos ambientais. “Quando lançados no lixo esses sacos vão direto para os bueiros, entopem as redes de esgoto e dificultam a decompo-

sição dos detritos nos aterros”, afirma. RETROCESSO Os primeiros registros das sacolas plásticas datam de 1862, mas foi a partir da década de 1960 que, devido à sua praticidade, o uso de materiais descartáveis tornou-se altamente disseminado. Quando surgiu, a sacola de plástico era motivo de status entre as donas-de-casa. No entanto, as pessoas estão percebendo que este símbolo da modernidade é, na verdade, um dos grandes vilões da degradação ambiental. Para a engenheira ambiental, as pessoas que consideram as bolsas retornáveis um retorno ao passado deveriam se atualizar. “Na verdade o que pode parecer um retrocesso é uma medida inteligente diante dos desafios ambientais que já estamos vivendo. Se cada pessoa que fosse a uma padaria utilizasse a mesma sacola teríamos uma eliminação significativa de resíduos em nossos aterros”, afirma. De acordo com o presidente Sinpava, Aloísio Pinto, cada padaria distribui entre 700 e 1.000 sacolas por dia. Se todos os 235 estabelecimentos cadastrados aderissem à campanha, até 235 mil sacolas deixariam de circular. “Estamos fazendo nossa parte e quanto mais pessoas se unirem a essas pequenas ações, mais pode ser feito para ajudar a transformar o quadro de destruição do meio ambiente”, diz Aloísio.

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COMITÊ DE CIDADANIA


COMITÊ DE CIDADANIA

Grupo de mulheres do Bethânia diversificou a produção, permitindo aumento da renda CIDADANIA. Vale do Aço

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COMITÊ DE CIDADANIA

Do meio ambiente à geração de renda Além dos benefícios gerados ao meio ambiente, as associações de mulheres artesãs do Vale do Aço também saem lucrando com o programa de sacolas retornáveis. Quatro entidades - duas de Ipatinga e duas de Timóteo - já fecharam parceria com a Fiemg para confeccionar as sacolas. Com isso, cerca de 80 famílias são beneficiadas diretamente com o projeto. “Antes realizávamos apenas bordado, crochê e pintura, mas a renda com esses trabalhos manuais é muito instável. Agora as mulheres da associação têm uma renda estável, sabendo que elas vão produzir e receber um dinheiro certo ao final do mês”, comenta a presidente da Associação de Mulheres do Bethânia,

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M U N I C A Ç Ã O

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Zilda Teixeira Fagundes. No projeto, as sacolas são produzidas pelos grupos de mulheres, que recebem o tecido através do Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindvest), um dos parceiros do projeto. E para atender ao número de encomendas e aumentar a quantidade de mulheres assistidas, a Fiemg doou mais 12 máquinas de costuras. “Essa doação foi muito importante para a associação, pois à medida que surgem mais máquinas podemos colocar mais mulheres para trabalhar. O programa ainda tem outro significado para as trabalhadoras: além de ajudar ao meio ambiente, ele também melhora a auto-estima das mulheres, pois possibilita o

crescimento delas como profissionais”, observa Zilda. Como forma de incentivar o consumo de sacolas retornáveis e, automaticamente, a renda das mulheres das associações, algumas padarias, como a Padaria do Horto, estão oferecendo desconto e brindes aos seus clientes. “Devemos acreditar que se fizermos um pouquinho hoje, amanhã vamos colher os frutos. O importante é não usar o plástico. Estamos doando as sacolas como incentivo e toda vez que a pessoa vem à padaria e traz a bolsa retornável recebe um ticket para concorrer a brindes no final do mês”, explica Marta Lara Santos, proprietária da Padaria do Horto.

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“A natureza não se defende. Vinga-se”

Daniele Lima

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UNILESTE-MG

RÔMULO AMARAL

Arte e geração de renda Pacientes do Centro de reabilitação geral do Unileste participam de projeto de inserção no mercado de trabalho POR RÔMULO AMARAL

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as mãos da paciente Sirlene Henrique Gomes, simples folhas de revista ou jornal são transformadas em verdadeiras obras de arte: porta-retratos, cestas, caixas e outros objetos. Assim como as matérias-primas, que ganham vida nova, cada um dos pacientes que participam do projeto Reabilitarte, oferecido pelo Centro de Reabilitação Geral do Unileste (CRG), perce-

be sua vida se transformar para melhor. “Aqui, descobri que o artesanato é uma ótima terapia e percebi que tenho talento e sou capaz de fazer muitas coisas bonitas”, afirma Sirlene. Criado em março deste ano, o Reabilitarte busca proporcionar aos pacientes atendidos pelo CRG Unileste uma oportunidade de reabilitação para o trabalho e o convívio social. “Por meio desta atividade, queremos que os pacientes reconheçam sua capacidade, resgatem o desejo pelo trabalho e, consequen-

temente, melhorem sua qualidade de vida”, explica a terapeuta ocupacional Fabiana Aparecida Araújo Alves, coordenadora do projeto. Nas oficinas de artesanato, que são realizadas todas as segundas-feiras, de 14h às 15h30, os participantes aprendem diferentes técnicas, dentre elas a cestaria de papel, que é simples de produzir e apresenta um baixo custo, pois utiliza apenas jornal ou revista, cola e tinta. “Além de geração de renda, a oficina procura trabalhar a inclusão social CIDADANIA. Vale do Aço

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UNILESTE-MG RÔMULO AMARAL

e desenvolver a autonomia dos usuários, potencializando seus interesses pelo processo de fabricação de um produto comercializável”, destaca Fabiana.

Sirlene (à esquerda) está cheia de expectativa para apresentar seus trabalhos na Feirarte

Curso gratuito possibilita capacitação profissional Outra importante iniciativa que conta com a parceria do Unileste e visa transformar a vida de adolescentes e jovens do Vale do Aço é o Curso de Inclusão Digital com Capacitação Profissional. Promovido pela Associação Solidariedade Brasil Togo (ASBT) e a empresa Estúdio Luz, o curso objetiva capacitar e preparar adolescentes e jovens para o mercado profissional. Durante o curso, que teve início no mês de agosto, na sede da ASBT, em Coronel Fabriciano, o Unileste é responsável por dois módulos: Informática Básica, por meio do projeto social Infosol, desenvolvido pelo curso 12

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de Computação - Sistemas de Informação; e Desenho Técnico de Edificações, atividade de extensão do curso de Arquitetura e Urbanismo. “Buscamos formar alunos preparados profissionalmente para atuarem e enfrentarem os desafios da área da construção civil, com embasamento em informática e domínio de algumas ferramentas de computação gráfica”, explica o professor Roberto Caldeira, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Unileste, que atua como coordenador do projeto. Na capacitação, que soma 220 horas, os 12 jovens parti-

cipantes contarão com aulas de Organização e Métodos, Higiene e Saúde, Segurança do Trabalho, dentre outras. ASBT A ASBT, localizada à Avenida Rubem Siqueira Maia, nº 674, no Centro de Coronel Fabriciano, é uma entidade assistencial, sem fins lucrativos, que tem como objetivo oferecer melhores oportunidades para adolescentes e jovens carentes. Além de promover a cidadania dos jovens por meio de cursos de capacitação profissional, a entidade também presta outros tipos de apoio a famílias de baixa renda.

Produtos à venda E a iniciativa das oficinas já começa a gerar os primeiros resultados. “Já temos a idéia de vender os produtos que estamos produzindo, para que possamos arrecadar recursos para a compra de outros materiais para o nosso grupo”, adianta a paciente Sirlene Henrique, que juntamente com outros participantes já iniciaram a confecção de diversos produtos. A proposta do grupo é iniciar as vendas na Feirarte de Ipatinga, ainda este ano. “As pessoas têm elogiado bastante as peças que estamos produzindo e nem acreditam que elas são feitas de jornal. Isto já é um bom início para este projeto que pretendemos levar bem adiante”, diz Sirlene, cheia de expectativas. CRG Além das oficinas terapêuticas do Reabilitarte, o CRG atende a portadores de deficiências físicas motoras e sensoriais, visando à orientação, prescrição, avaliação, adequação, treinamento e acompanhamento da dispensão de órteses e auxiliares de locomoção. A responsabilidade por efetuar a avaliação, o cadastro e o encaminhamento ao CRG é das prefeituras que abrangem os 33 municípios compreendidos nas microrregiões de Caratinga, Coronel Fabriciano e Ipatinga. O atendimento é disponibilizado de segunda a sexta-feira, de 14h às 18h, no campus III – Rua Bárbara Heliodora, 725, bairro Bom Retiro, em Ipatinga. Mais informações pelo telefone (31) 3846-5585 ou pelo e-mail crg@unilestemg.br.


SE TOQUE

Josefina: idéia que deu certo PAULO ASSIS

Receita de solidariedade POR PATRÍCIA BENEDICTO

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odo mundo sempre tem uma receita favorita da avó, da mãe, ou da tia. Um jeito diferente de preparar uma massa, um bolo ou simplesmente um sanduíche. Foi procurando unir essas experiências culinárias à necessidade de angariar recursos para sustentar a Casa de Apoio ao Paciente Oncológico que o Grupo Se Toque lançou em 2007 o livro de receitas “Toque de Sabor”. Com a contribuição de voluntárias, amigos e pessoas ligadas à instituição, a publicação entra em sua terceira edição e traz mais de 200 receitas, que podem ser usadas em vários momentos do dia-a-dia, de um simples piquenique a ocasiões mais requintadas. A idéia de montar uma coletânea de receitas surgiu da troca de informação entre as integrantes, pois em eventos beneficentes na cidade

a entidade monta barraquinhas de tortas doces e salgadas para vender. Através da produção do livro, o Se Toque obteve o retorno financeiro mais significativo em seus seis anos de existência. Assim, por meio de recursos adquiridos com a venda dos livros, associada a um recurso destinado pelo Governo Federal, o grupo pode comprar um veículo para transportar os pacientes com dificuldade de locomoção. A presidente do Se Toque, Josefina de Fátima Barroso Tavares, credita o sucesso e o reconhecimento da publicação ao fato da alimentação ser de suma importância para a manutenção da saúde e para o processo de reabilitação de pessoas enfermas. “Na casa de todo mundo é assim: quando uma pessoa está debilitada a primeira coisa que a família pensa é em preparar alguma coisa saudável e que contribua para restabelecer a saúde. No livro, as receitas são simples e de linguagem clara; os ingredientes são encontrados na dispensa e qualquer pessoa, mesmo não entendendo de cozinha, consegue elaborar as receitas”, afirma Josefina. AMIGAS E COMADRES Assim como o projeto do livro de receitas, o Grupo de Apoio Se Toque nasceu através da cara e da coragem de mulheres que viveram a experiência do câncer de mama e, inicialmente, se reuniam informalmente, em locais cedidos para trocar conhecimentos e apoiar aquelas que já passaram pela mesma situação. O câncer é uma doença que mexe com toda a estrutura física e emocional do portador e necessita do amparo de toda CIDADANIA. Vale do Aço

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SE TOQUE família para atravessar a fase mais difícil e complicada, que segundo Josefina, é justamente a aceitação da doença e a busca da cura. “Começamos como um grupo de auto-ajuda. Eu já vivi a experiência há 12 anos, assim como todas que estão atuantes no grupo já passaram pelo problema há mais de seis anos. Por isso a necessidade de nos colocarmos em campo para ajudar outros, pois somos a prova viva de que o câncer diagnosticado precocemente tem cura”, destaca Josefina. O Grupo Se Toque começou em 12 de setembro de 2002, com a participação de apenas oito integrantes. Hoje são cerca de 30 voluntários e mais de três mil pessoas beneficiadas pelas ações desenvolvidas pelas mulheres que tinham como objetivo inicial a troca de experiências. Mas o crescimento do grupo, agregado às novas experiências, fez surgir outras necessidades. A idealização da Casa de Apoio, onde pacientes com câncer tem abrigo, alimentação, medicação, tratamento psicológico e fisioterapêutico é um dos destaques. Serviços O livro “Toque de Sabor” pode ser encontrado na sede da entidade na avenida Presidente Castelo Branco, 702 – Sala 22, Horto; na Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, rua Rio Amazonas, 799, Ferroviários, ou na Papelaria Mendanha, à avenida Fernando de Noronha, 824, Bom Retiro. A publicação custa R$ 20

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CIDADANIA. Vale do Aço

Um sonho ‘quase’ realizado Com o objetivo de acrescentar mais vida aos dias dos pacientes com câncer, o Grupo Se Toque, em parceria com a COR (Centro de Oncologia e Radioisopotos), inaugurou em janeiro de 2006, a Casa de Apoio ao Paciente Oncológico, a fim de assegurar o conforto e tranqüilidade às pessoas que vinham de outras cidades do colar metropolitano e que não tinham condições de permanecer em Ipatinga até o fim de seu tratamento. A sede própria da casa é um sonho da entidade, mas apesar de ainda não terem concretizado esse desejo, este ano venceram uma nova batalha: ampliaram o número de leitos, que passaram de 33, para 45, com a abertura de uma nova casa com melhores condições de acomodação. “Nosso sonho maior é conseguir um espaço oficial que seja a sede da nossa Casa, pois nossas instalações são adaptadas e não adequadas. Já contamos com diversos apoios, mas acreditamos que o esforço conjunto é que faz as coisas acontecerem. Por isso contamos com a colaboração de toda sociedade”, apela Josefina. De acordo com Josefina

montar uma Casa de Apoio não é tarefa fácil, mas com empenho e a solidariedade de algumas empresas parceiras e do COR - que contribuem com despesas como o aluguel, luz e água -, a casa está sendo o refúgio de portadores de câncer do todo o Estado. “A demanda só aumenta, temos hospedes até de Joaíma, Norte de Minas, pois atendemos não só o colar metropolitano. Os pacientes que vinham de outras cidades, chegavam aqui em ambulâncias, passavam o dia todo no hospital e no fim do dia faziam a viagem de volta. No dia seguinte tinham que passar pelo mesmo processo, a maioria já debilitados. Agora chegam e encontram um lugar que proporciona apoio e amparo”, destaca Josefina. Os interessados em participar como voluntários, empresas ou entidades que queiram apoiar de outra forma podem fazer contato pelo telefone (31) 38246005 – da sede do Se Toque, no Bairro Horto (Av. Castelo Branco, 702/sala 23) –, ou comparecer diretamente à Casa de Apoio no Bairro Ferroviários (Rua Rio Amazonas, 485).


CÂMARA DE IPATINGA

Para quem achava que a Câmara Mirim era brincadeira, vereadores dão o recado e mostram serviço: indicações já viraram leis municipais

GIZELLE FERREIRA

Mirins dão exemplo de cidadania Adolescentes mostram como é possível exercer a cidadania cada vez mais cedo POR GIZELLE FERREIRA

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aversão à política é comum entre jovens e adolescentes. Escândalos e casos de corrupção são os principais motivos que levam ao desinteresse. Porém, estudantes do município de Ipatinga demonstram o contrário. Através de um projeto da Câmara Municipal, que começou este ano, os alunos passaram a exercer a cidadania mais cedo como vereadores mirins. O processo de escolha dos pequenos parlamentares envolve trabalho de corpo-a-corpo, distribuição de santinhos e até votação em urnas eletrônicas. Depois de eleitos, os vereadores mirins passam a ter a mesma responsabilidade de um vereador adulto. Além de aprenderem qual papel de cada poder (Legislativo, Executivo e Judiciário), os alunos eleitos pela co-

munidade estudantil também realizam reuniões ordinárias onde são apresentados em plenário os projetos de autoria própria e de interesse coletivo. As propostas são discutidas e votadas. Depois disso, as matérias são apreciadas pelos vereadores adultos. Se aprovadas, elas são encaminhadas ao prefeito para virar lei. E os projetos não ficaram só no papel. Um exemplo é que hoje os ferros-velhos estão proibidos de exporem produtos nas calçadas e vias públicas. A lei ainda prevê multa caso não seja obedecida. A proposta foi feita pela ex-vereadora mirim, Fernanda Hermsdorff, 14 anos, que atuou na primeira legislatura da Câmara Mirim. “Tive a idéia de propor o projeto depois que vi um acidente de trânsito, em que uma criança morreu. O entulho atrapalhou a visão do motorista que não viu a criança. Além do mais se não fizermos alguma coisa, daqui a pouco a cidade es-

tará entupida de lixo. Devemos como cidadão melhorar o presente visando sempre o futuro”, disse a autora do projeto que já declarou a vontade de seguir a carreira política. Outro projeto dos mirins virou lei. Hoje, é proibida a venda de bebidas alcoólicas a uma distância mínima de 300 metros das escolas, em dias de eventos como festa junina, semana da criança e do estudante. A nova lei altera a norma já existente no município desde 2007. “Porém, essa lei de 2007 não delimitava distância para a venda de bebidas. O que percebemos é que os vendedores apenas atravessavam a rua para não ficarem na porta da escola, o que não fazia diferença nenhuma”, afirma Pedro Henrique Moreira, 15, presidente do segundo mandato da câmara mirim. Ele acrescenta que irá cobrar tanto do atual prefeito como do próximo a regulamentação da CIDADANIA. Vale do Aço

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CÂMARA DE IPATINGA lei. “Se exercemos nosso papel como cidadãos ao propor esse projeto, devemos agora cobrar e fiscalizar e não parar de praticar o papel de cidadãos”, conclui. Para mostrar que o trabalho dos vereadores mirins não é brincadeira, assim como existe o dia do vereador adulto, hoje já está incluído no calendário oficial de eventos municipais o dia do vereador mirim. “Se eles (os vereadores adultos) têm o seu dia, também queremos o nosso, com direito a solenidade com presença de todos os vereadores e funcionários da Câmara”, explica Sara Beatriz Miranda, 16, autora do projeto.

Agora é lei Muitas foram as conquistas dos vereadores mirins. Prova de que o trabalho é sério e que muitas outras propostas vão virar leis municipais. Depois de um projeto proposto pelos vereadores mirins, agora é lei a execução do Hino Nacional Brasileiro em atividades desportivas e no primeiro dia útil de cada mês dentro das escolas. É lei também o Dia Municipal da Família na Escola, comemorado sempre no dia 13 de outubro. A partir de agora, os estabelecimentos comerciais terão que fornecer condicionadores (sacolas, pacote e caixa) confeccionados com materiais recicláveis que são rapidamente absorvidos pelo meio ambiente. Outras matérias propostas pelos mirins estão em tramitação na Câmara dos vereadores adultos. Uma deles proíbe o uso de telefones celulares em sala de aula. Há ainda a criação do Dia de Fazer a Diferença, em 28 de maio. Este projeto de autoria da vereadora mirim do terceiro mandato, Juliana Furtado, segue o modelo do Dia V, evento realizado pela Fiemg. “A proposta é que neste dia 28 de maio haja distribuição de roupas, alimentos, doações às instituições de caridade, realização de eventos culturais e outras atividades. Exercer cidadania é isso: fazer algo por alguém”, considera Juliana.

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COBRADOS NAS RUAS Os vereadores mirins não exercem a cidadania apenas no plenário da Câmara. O trabalho deles vai além. São reconhecidos e cobrados - de diversas maneiras - em suas comunidades e na escola. É o que acontece com Renan de Almeida, 14. Segundo o ex-vereador mirim, que teve um mandato na primeira legislatura, os moradores do bairro onde mora fazem a ele diversas solicitações para serem enviadas à Câmara. “Às vezes nem precisam me cobrar. Eu vejo as coisas. Um dia percebi que os moradores ficam por muito tempo debaixo do sol forte ou chuva à espera de ônibus. Por isso eu já fiz indicação para colocarem mais coberturas nos pontos de ônibus. Ouço a reclamação e sugestão de cada um”, relata, acrescentando que até mesmo na escola o seu comportamento teve que mudar. “Sempre tive a fama de ser bagunceiro. Hoje, por já ter sido um vereador mirim, minha postura mudou e até meus colegas me cobram isso. Não acho isso ruim. Fui vereador uma vez e quem sabe serei de novo. Exercer a cidadania amadurece. E também não abro mão do meu voto quando completar 16 anos. Se não votar não terei como reclamar”, defende o estudante. O mesmo acontece com Taís Araújo, 13. Hoje ela é a presidente da terceira legislatura da Câmara Mirim e garante que após ser vereadora passou a ganhar mais respeito dos colegas de escola. “Meus colegas me chamam de excelência e cobram postura também. Se vejo um papel no chão, pego e jogo no lixo para dar bom exemplo. Isso também é cidadania que pode ser realizado por qualquer pessoa”, diz. A coordenadora da Câmara Mirim, Elza Vieira de Paula, ex-

plica que, além das orientações do funcionamento do Legislativo, os mirins são cobrados a terem postura como verdadeiros vereadores. “É uma chance que eles estão tendo de exercer a cidadania. Oportunidade que muitos adolescentes não têm que é conhecer de perto a política, como tudo funciona. No início, muita gente achou que era brincadeira e hoje temos aí projetos que viraram leis e que devem ser obedecidas pela sociedade. Isso é cidadania. E não tem idade para ser um bom cidadão. E hoje os vereadores mirins, tanto os que passaram, como os que estão, adquiriram muito mais maturidade”, avalia a coordenadora. BONS CIDADÃOS Para o sociólogo e professor Luiz Antônio da Silva, o interesse tem proporcionado aos estudantes uma compreensão maior do papel do Legislativo e, por outro lado, contribuído para a formação da cidadania. “E isso pode ser visto em duas vertentes, seja pelo melhor entendimento dos aspectos políticos da sociedade, ou pelo conhecimento dos direitos e deveres de cada um”, afirma. O professor acredita que apesar de serem jovens demais para exercerem papéis de grande responsabilidades o exemplo de cidadania dos vereadores mirins pode colaborar para resgatar o senso democrático, que também é cidadania. “Em tempos, onde a função social do Estado encontra forças para reassumir uma posição idealizada e se busca resgatar a cidadania e o senso democrático do povo brasileiro, porque não despejar créditos naquelas que, podem ser partes ativas de um processo renovador, quais sejam, nossas crianças?”, propõe o sociólogo Luiz.


SESI

Programa auxilia empresas Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho fortalece Responsabilidade Social nas empresas Wendel Limas/fiemg

POR ALINE ALVES

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lcançar a excelência em relação às práticas de gestão e valorização de pessoas, fortalecer o exercício da responsabilidade social empresarial baseados na ética e transparência são alguns dos desafios propostos pelo Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho (PSQT). A premiação, que já se encontra em sua 13º edição, conquista empresas interessadas em promover o amplo entendimento sobre qualidade de vida no trabalho. Esse ano, 341 empresas se inscreveram no PSQT em Minas Gerais, envolvendo 53.148 trabalhadores em 73 municípios do Estado. Para Marcos Antônio Costa de Oliveira, diretor administrativo da Manipullare, empresa do ramo farmacêutico, situada em Carangola, (que desde 2004 concorre ao PSQT), participar do projeto é acreditar na seriedade do processo como um importante instrumento de validação da gestão. Hoje a Manipullare é uma empresa que tem o reconhecimento do público e é referência como empresa socialmente responsável. “O grande desafio de manter o crescimento consolidado na inovação foi superado com a contribuição do PSQT. Através dele, a família Manipullare evoluiu de simples colaboradores para associados, ou seja, talentos humanos altamente comprometidos com os resultados e co-responsáveis pelos mesmos”, declarou.

Representantes das empresas premiadas, juntamente com Luciano Araújo (esquerda) e Humberto Resende, gerente regional do Sesi

Avaliação e Seleção As empresas candidatas ao PSQT são inseridas em um processo educativo, baseado nos fundamentos e critérios de avaliação que consiste no sistema de gestão de pessoas, educação e desenvolvimento, qualidade de vida, além do desenvolvimento sócio–ambiental. A avaliação começa dentro da própria empresa, onde questionários são distribuídos aos colaboradores. Finalizando o processo, os candidatos ao prêmio recebem de forma sigilosa o relatório referente à sua empresa, que identifica pontos fortes e oportunidades de melhorias Gradativamente, o PSQT contribui para a evolução e melhorias nas empresas. A Manipullare, por exemplo, ganhou destaque e colheu bons frutos através dos relatórios anuais. No primeiro ano de participação, em 2004, a empresa obteve

o 10º lugar. Neste ano já está na final nacional. “Isso mostra que o processo gerou um aprendizado importante, em que a empresa melhorou sensivelmente a sua gestão, baseando-se nos relatórios de feedback gerados pelo PSQT”, destacou Marcos. De acordo com a assistente social da Fiemg Vale do Aço, Jucimara Lemos, o diagnóstico é uma ferramenta que possibilita às empresas prosseguirem tanto nas suas boas práticas de responsabilidade social, quanto melhorar em outras áreas. “As empresas só têm a ganhar, pois têm a oportunidade de comparar seu desempenho ano a ano galgando novos patamares”. O PSQT, além de auxiliar gratuitamente as empresas, é considerado o único prêmio do Sesi que certifica as empresas pelas suas boas ações, oferecendo às instituições oportunidades de crescer e se destacar.

Mais informações no site www. sesi.org.br/psqt ou através dos telefones 3263- 4307 e 3822-1414.

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PROVEST

Retalhos transformados POR ALINE ALVES

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egundo conceito da ONU (Organização das Nações Unidas), “voluntário é toda pessoa que, devido ao seu interesse pessoal dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou em outros campos”. Pensando nesse conceito a Provest, maior produtora de uniformes de Minas Gerais, desenvolve vários projetos que tem como autores ‘funcionários voluntários’. O projeto Colcha de Retalhos é um deles. De acordo com o diretor 18

CIDADANIA. Vale do Aço

da empresa, Luciano José de Araújo, há cinco anos a Provest disponibiliza estrutura, máquinário e aviamentos a um grupo formado por 20 empregados voluntários que confeccionam bolsas, tapetes, travesseiros e colchas a partir de retalhos de tecidos como o jeans e o brin. As peças são vendidas a preços que variam de R$ 5 a R$ 20 em bazares, realizados dentro da própria empresa ou repassados diretamente às entidades beneficiadas, para que elas possam vender e arrecadar verbas para as despesas do dia-a-dia. Por meio dessa iniciativa, creches e asilos de Ipatinga recebem doações, como caixas de leite, brinquedos, materiais de

limpeza e produtos de higiene pessoal, durante todo o ano. Segundo Luciano, o objetivo do projeto é disseminar o trabalho voluntário na empresa. “A idéia é conscientizar os funcionários da importância em doar seu tempo livre em prol da comunidade”, enfatizou. Para os voluntários, força de vontade é o que não falta. Qualquer tempinho livre é motivo de colocar as mãos nas máquinas para se dedicarem ao projeto, seja no horário de almoço, depois do expediente ou aos sábados. A costureira e voluntária Maria do Carmo Guerra, que trabalha na empresa há 12 anos, fala com entusiasmo do serviço


Atitudes que fazem a diferença

Aline Alves

Funcionários da Provest doam tempo livre na confecção de peças que ajudam a comunidade desenvolvido pelo grupo. “É muito gratificante poder ajudar ao próximo utilizando materiais que para a Provest não teriam mais valor e que para muitas pessoas serão bem aproveitados como uma colcha ou um tapete de excelente qualidade”, afirmou. Clientes elogiam A assistente de gerência de produção Adguimar Eloi Varjão, cliente fiel do projeto, adquire os produtos como forma de ajudar a motivar o grupo. “Como não sei costurar, compro e dou de presentes”, declarou. Para ela, o projeto desperta o espírito de voluntário nos funcionários. “Essas pessoas fazem por-

Além de contribuir com doações em creches e asilos, o Projeto Colcha de Retalhos, sempre que possível, ajuda pessoas que passam por dificuldades através da indicação feita por funcionários. Há dois anos, a aposentada Maria Aparecida Eloi recebeu ajuda dos voluntários para a compra de medicamento, através da rifa de uma colcha feita a partir do Projeto. Maria Aparecida sofre de derrame nas vistas e já perdeu a visão esquerda. De acordo com a aposentada, que têm dois filhos, a contribuição veio em boa hora, pois na época, seu marido estava desempregado e ela

precisava aplicar o colírio que custava R$ 105, três vezes ao dia. “Eu só tenho que agradecer e parabenizar a atitude e o apoio das voluntárias. Com o dinheiro arrecadado conseguimos comprar frascos de colírio que muito me ajudaram”, ressaltou. Importância

O voluntariado reforça a solidariedade e contribui para a construção de uma sociedade mais justa, visando ajudar pessoas em dificuldades a resolver problemas sociais e a melhorar a qualidade de vida da comunidade. Ser voluntário, mais do que nunca, pressupõe responsabilidade

que realmente gostam. Nós vemos que é por livre e espontânea vontade”, relatou. Outra cliente que é só elogios é a comerciante Robertina Bezerra da Silva, que sempre compra tapetes e colchas. “Os produtos são muito bons, costura reforçada e um acabamento de primeira”, garantiu. Já a voluntária do projeto, a coordenadora de qualidade da Provest, Valdecy Lima Rocha, que em suas férias foi visitar sua cidade natal, Ilhéus, na Bahia, aproveitou a oportunidade e levou algumas peças para serem vendidas. Segundo ela, as pessoas elogiaram e valorizaram o trabalho dos voluntários. “Vendi uma

PROVEST

e comprometimento; e para que se alcancem os resultados esperados é necessário dedicação e comprometimento por parte dos envolvidos. Seu sentido é positivo ao mobilizar energias, recursos e competências em prol de ações de interesse coletivo. Para ser voluntário não precisa ser especialista em área alguma, basta doar energia, tempo e talento e, como retorno, ganhar contato humano, convivência com pessoas diferentes, oportunidade de viver outras situações, aprender coisas novas e principalmente, satisfação em se sentir útil. Portanto, é possível afirmar: voluntariar não é doação, é troca.

média de R$ 250 que se transformaram em caixas de leite para as creches”, relatou. As entidades beneficiadas, como o Lar e Escola Gotas de Luz, agradecem a iniciativa da Provest. A creche atende aproximadamente 95 crianças, de dois a cinco anos, e recebe doações do projeto Colcha de Retalho há três anos. “A Provest realiza um ótimo trabalho, um verdadeiro gesto de solidariedade dos empregados que abdicam de seu tempo livre para ajudar as entidades mais necessitadas”, destacou Joselina Cássia de Oliveira, coordenadora administrativa da Instituição. CIDADANIA. Vale do Aço

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JAGUARAร U

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CIDADANIA. Vale do Aรงo


JAGUARAÇU

Crianças transformam lixo em enfeites de Natal no pequeno município de jaguaraçu, programa ambiental incentiva população a reutilizar produtos recicláveis. Neste ano, pets vão virar ornamentos natalinos

POR PAULO ASSIS

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ogo na chegada ao Centro Educacional Pitangueira (ou Escola Municipal Joaquim de Araújo Miranda), na pequena Jaguaraçu, com seus menos de 3 mil moradores, um aviso sobre a troca de materiais recicláveis por alimentos, cimentos e produtos de limpeza revela o que está por trás daquele enorme portão verde. Grupos de crianças e adolescentes trabalham, voluntariamente, de manhã e à tarde, na separação de garrafas pet e papéis. Ora o material se reverte em produtos diversos, ora em ornamentação para a cidade Geralda das Dores Farias Gonçalves, coordenadora da escola, explica que a cada 20 litros de garrafa pet, o doador recebe 1 quilo de alimento. Cinquenta quilos de papel transformamse em 1 saco de cimento e 20 embalagens de amaciante, detergente ou água sanitária viram uma unidade novinha. “Nós temos uma usina de reciclagem na cidade e para facilitar o trabalho deles nós decidimos fazer isso. Estamos transformando lixo em cestas básicas e ajudando na limpeza da cida-

de”, explica, orgulha, Geralda. Quando, em uma única semana, foram coletados 2 mil litros de garrafas, surgiu uma nova idéia: ornamentar a cidade com material reciclável. Orientados por duas técnicas de gestão ambiental, cerca de 100 crianças e adolescentes recortam garrafas e transformam jornais e revistas em enfeites. O trabalho voluntário dos jovens foi incentivado pelo Dia V de 2007. Houve caminhada e diversas atividades. “O Dia V do ano passado despertou o interesse nas crianças em ajudar sem receber algo em troca, incentivando a solidariedade e o voluntariado”, explica a coordenadora da escola. Na verdade as crianças ganham um saco de pipoca. Mas não é esse o motivo da empolgação, garante a pequena Fernanda Silva Duarte, 7 anos. “Quero deixar a cidade bem bonita no Natal”, explica a menina. “Consigo cortar umas 20 garrafas por dia”, completa. O exemplo da Pitangueira saltou os muros da instituição. “Vários locais terão uma árvore de natal. O projeto começou aqui na escola e acabou se espalhando por toda a cidade”, detalha Geralda. CIDADANIA. Vale do Aço

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JAGUARAÇU De acordo com as monitoras do projeto, as atividades estão promovendo a conscientização ambiental, o trabalho em equipe e até o desempenho dentro de sala de aula apresenta algumas melhoras. “Tem um aluno que é ‘impossível’ dentro da sala de aula, mas aqui ele sozinho cortou 38 garrafas”, revela Márcia Bárbara de Oliveira, técnica em gestão ambiental e monitora do projeto. Sua colega Sílvia Maria Araújo Soares destaca os reflexos também dentro de casa. “Com certeza eles já não jogam mais as garrafas no ribeirão. Hoje as crianças estão levando o que FOTOS PAULO ASSIS

Nas mãos de Geralda, Silvia e Bárbara, guirlandas de jornais e folha da palmeira

aprendem aqui para dentro de suas casas, tornando-se multiplicadoras desta educação ambiental”, avalia. Para Geralda, coordenadora da escola, a grande conquista é, justamente, os desdobramentos para a comunidade. “A escola não ganha dinheiro. A gente ganha valorização das pessoas, conscientização, sabendo que deram vida, limpeza e saúde para a cidade”, comenta. Aparentemente simples, a iniciativa de Jaguaraçu é algo que não se vê com frequência no Vale do Aço. No pacato município os moradores auxiliam na coleta, reutilizam produtos que iriam para o lixo e desde cedo os jovens aprendem a dar valor àquilo que seria descartado.


Mobilização e ação na escola “O voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...” O Instituto Educacional Mayrink Vieira, há mais de 40 anos, educa de maneira humanizada, formando jovens com capacidade para oferecer o melhor de si e contribuir para a construção de um mundo mais humano. Em todos os níveis educacionais, o planejamento pedagógico do Mayrink inclui ações solidárias nas diversas atividades do cotidiano escolar e prioriza a formação de jovens socialmente responsáveis.

Unidade Cariru: Av. Japão, 601, Cariru (31) 3825-1634 Unidade Cidade Nobre: R. Graciliano Ramos, 552 , Cidade Nobre (31) 3826-1955 Ipatinga/MG - www.mayrink.g12.br

Em 2008 várias atividades tiveram cunho solidário e social. Entre os meses de março e junho, os alunos Ensino Fundamental I, motivados por valores como a dignidade, a solidariedade, a eqüidade e, principalmente, a preocupação com o meio ambiente desenvolveram o projeto “Mayrink em defesa ao Meio Ambiente”, que em sua programação proporcionou aos alunos: visita ao aterro sanitário para conhecer o destino do lixo produzido em suas casas e a responsabilidade individual para a diminuição do lixo global através da coleta seletiva e reciclagem Atendendo a um convite da Usiminas – Unigal, ministraram a palestra “Educar hoje e preservar o amanhã” para funcionários que durante as comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente realizavam campanha de substituição de copos descartáveis por canecas de acrílico. Em especial destaca-se a Gincana “Mayrink 40 Anos” que envolveu alunos do Ensino Infantil ao Ensino Médio e, ao seu final, arrecadou através de doações: • mais de 7 toneladas de alimentos num total de 111 cestas básicas que beneficiaram diversas entidades assistenciais de Ipatinga. • 276 latas de Nutren (suplemento alimentar de grande importância para os pacientes em tratamento

contra o câncer) que foram doadas para o grupo Se Toque. • Brinquedos para a montagem da brinquedoteca da pediatria do Hospital Municipal de Ipatinga. Em um dos últimos projetos, os alunos do Ensino Médio, em estudos de Sociologia, tiveram mais uma oportunidade de refletir sobre o voluntariado, entender seus objetivos e por onde começar. Ampliaram os seus conhecimentos sobre Ação Solidária através do projeto “Vivenciar Realidades”. Num primeiro momento, refletiram e debateram através de textos a inserção do indivíduo na sociedade. Na seqüência formaram grupos que se dividiram para conhecer as entidades assistenciais da cidade; conheceram, refletiram sobre a realidade local e discutiram os mecanismos de origem social que tornam a vida prazerosa ou dolorosa, descobriram também que as entidades assistenciais surgem de ações individuais e que, portanto, eles podem fazer diferença. Essas ações fazem parte do dia-a-dia do Mayrink que sempre realiza atividades junto à comunidade, recebe entidades filantrópicas, insere-as nos eventos promovidos pela escola e, ao mesmo tempo, insere os alunos nas ações por elas desenvolvidas, reforçando a sua visão humanista da educação.


HARMONIZE

Isolamento social por falta de informação Pessoas que têm vitiligo ou psoríase sentem na pele a rejeição da sociedade

POR Nadieli Sathler

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psoríase e o vitiligo atingem o que temos de melhor: nossa aparência. Caracterizado pelo súbito aparecimento de manchas brancas na pele, o vitiligo é uma doença dermatológica crônica pouco conhecida. O mesmo acontece com a psoríase, que se manifesta com o surgimento de placas esbranquiçadas na pele. Tanto o vitiligo como a psoríase não são doenças contagiosas. Muito se ouve dizer que o problema da psoríase e do vitiligo é algo meramente estético.

Isso é uma inverdade. Os portadores de vitiligo ou de psoríase são pessoas com baixa estima, mais vulneráveis a terem depressão e extremamente complexadas. De acordo com a médica Dra. Patrícia Jorge Salgado, para o bom aproveitamento do tratamento clínico de vitiligo e psoríase é recomendado o acompanhamento psicológico. “Essas doenças têm lesões agravadas devido ao grande estresse ou de uma elevada carga emocional. O indivíduo que possui o vitiligo ou a psoríase necessita de cuidados especiais, é necessário o acompanhamento periódico do médico e um

bom tratamento medicamentoso”, explica a médica. Já existem medicamentos que controlam as lesões da psoríase e, no caso do vitiligo, remédios que ajudam a estimular a repigmentação nas manchas brancas. Mesmo com bons tratamentos disponíveis, a grande maioria dos portadores se vêem abandonados, ceifados de poder ficar junto da sociedade, em seu ambiente de trabalho e muitas vezes até com sua família, porque o preconceito pode estar dentro da própria família O preconceito vem da falta de informação. Informação é a chave de tudo. reprodução

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CIDADANIA. Vale do Aço


HARMONIZE

nadieli sathler

Depoimento Leonardo Oliveira Assú é advogado e funcionário de uma grande empresa em Ipatinga. Ele convive com a psoríase há mais de nove anos e, desde que descobriu a doença, sua vida mudou. “O ano de 1999 foi muito atípico para mim, tive uma sobrecarga de trabalho, perdas familiares e outros transtornos em minha vida particular. Acredito que toda essa carga emocional tenha sido responsável pelo aparecimento das lesões na minha pele”, conta Leonardo. Assim que recebeu o diagnóstico de psoríase, Leonardo buscou tratamento médico no Hospital de Doenças Tropicais de Goiás. “Fui analisado por uma equipe médica, fiz vários exames, e conversando com o médico ele disse que eu era um cara de sorte, pois a psoríase tinha salvo minha vida. Segundo ele, o meu organismo jogou para fora toda a carga de estresse que passei naquele ano, e isso evitou que eu tivesse outros problemas como de coração, por exemplo. Resultado: eu tive lesões de psoríase em 90% do meu corpo.” A vida social de Leonardo é um pouco limitada. Ele não freqüenta clubes, piscina ou lagoas com a sua família. Ele mesmo admite que o portador de psoríase se isola automaticamente. “As pessoas não conhecem o que eu tenho, e, naturalmente acabam me rejeitando, por isso evito freqüentar esses lugares”, pontua o advogado.

Site possibilita troca de conhecimento Quando as pessoas têm mais informação sobre o vitiligo e a psoríase, elas se despem dos preconceitos. Falamos sempre do preconceito das outras pessoas, mas imaginem um cidadão que se depara, no meio da rua, com uma pessoa com placas enormes pela pele ou com o corpo todo malhado de branco! Se ele não tem informação sobre o que é aquilo, seu primeiro instinto é o de repulsa. Não podemos simplesmente crucificar as pessoas pelo preconceito delas. Temos de informar à sociedade o que é a psoríase e o vitiligo. E depois disso, buscar políticas de tratamento para os portadores, que são muitos, espalhados pelo Brasil O maior clamor do portador de psoríase ou do vitiligo é relacionado ao tratamento da doença, porque infelizmente não há política pública voltada para essas doenças. Ambos os casos se tratam de doenças crônicas, como a hipertensão e a diabetes. E da mesma forma precisam de cuidados especiais. Os portadores de psoríase e vitiligo não têm esse cuidado especial. Os medicamentos são caros e demandam uso contínuo. Em março desse ano, foi fundada a Associação dos Portadores de Vitiligo e Psoríase de Minas Gerais, AVP- Minas Gerais. A entidade atua na região do Vale do Aço, prestando

um serviço de assistência aos portadores das duas doenças. A intenção da entidade é apoiar psicologicamente as pessoas que convivem com o vitiligo e psoríase, e também difundir informações corretas sobre as doenças para a sociedade. A missão da associação é, antes de tudo, promover a integração dos portadores de psoríase e vitiligo para proporcionar a troca de experiências e vivências; e formar grupos de apoio para orientar e esclarecer os portadores e seus familiares. Outro projeto da associação é a Comunidade Vitiligo, um site destinado a difundir pela internet informações corretas sobre a doença, bem como artigos médicos, dicas de saúde, contatos médicos, depoimentos de portadores de vitiligo e informativos com notícias recentes sobre o assunto. Disponível através do endereço www.vitiligo.com.br, o portal recebe e-mails de todo o Brasil. Para sanar as dúvidas, a associação entra em contato com médicos, farmacêuticos e psicólogos. Os resultados do trabalho da entidade já estão aparecendo. Dois eventos foram promovidos em Ipatinga, atingindo mais de 100 portadores de vitiligo e de psoríase. A associação pretende oferecer terapia de grupo, em parceria com faculdades locais. CIDADANIA. Vale do Aço

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PAULO ASSIS

USIMINAS

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USIMINAS

Voluntários com incentivo de aço POR HUGO SIQUEIRA

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oar parte do seu tempo em favor do próximo é tarefa para poucos. Não é todo mundo que tem a disposição para se dedicar. àqueles que mais precisam, nos momentos de folga. Esses heróis, na maioria das vezes, anônimos, são popularmente conhecidos como Voluntários. As atividades exercidas vão desde funções administrativas, como fazer parte de uma diretoria ou até mesmo, ter o hábito de visitar periodicamente asilos e creches dando atenção e carinho. O certo é que, as grandes empresas, já estão de olho e ganham em produtividade com uma melhora no ambiente de trabalho quando encontram empregados com esse perfil. Existe uma grande valorização dessas ações que são empenhadas após o expediente e fora dos muros da empresa. O retorno para o investimento em solidariedade acontece primeiramente dentro da própria pessoa e, consequentemente, no ambiente de trabalho. “O voluntário geralmente é uma pessoa mais motivada para o trabalho em grupo, tem auto-estima elevada, e, principalmente, são mais felizes consigo”, é que conta o superintendente geral da Usiminas, Rômel Erwin de Souza. Essa fórmula vitoriosa tanto para a empresa, quanto para a comunidade, está sendo levada muito a sério dentro da Usiminas. A siderúrgica tem acompanhado um crescimento acelerado do número de empregados que assumem funções voluntárias na comunidade. O incentivo para ampliar esse número partiu dos próprios empregados que se organizaram na formação de grupos de voluntários focados nessa vertente. A empresa faz a parte dela e ajuda com toda logística, infra-estrutura, além de disponibilizar todos os canais de comunicação para o funcionamento dessa rede de solidariedade. Enquanto isso, os empregados ficam de olho nas necessidades existentes para a mobilização das equipes. Dentro da Usiminas já são 381 empregados cadastrados, inseridos dentro dos cinco Grupos de Ações Comunitárias. A formalização desses grupos começou em 2002 com o objetivo de incrementar o trabalho voluntário já existente na empresa, através de pessoas que já tinham o hábito de ajudar entidades na região. “A idéia principal é interagir com esses empregados, permitindo agilizar o trabalho voluntário que eles já desenvolviam, atendendo, sobretudo, às demandas existentes na comunidade, bem como incentivar outros empregados e familiares a se engajarem em atividade solidárias”, complementa Rômel. Nos três últimos anos foram mais de 204 ações voluntárias, coordenadas por essas equipes. No total, foram beneficiadas 44 entidades da região. A creche Maria-Maria, situada no morro do Turim, na parte alta do Bethânia é uma delas. Lá são assistidas 220 crianças carentes da comunidade. A creche é o passaporte para que a mãe possa trabalhar com tranqüilidade e deixar o filho em um lugar seguro, longe das ruas. Segundo a presidente da entidade, Luceli Maria, sem a participação dos Grupos de Voluntários, as coisas seriam mais difíceis. “Em janeiro de 2003 recebemos o apoio de Voluntários da Usiminas. Hoje, temos uma estrutura com mais de 12 cômodos, refeitório e área de lazer. Quando eles vieram aqui, eram apenas dois e tinha capacidade para atender só 27 crianças. Eles nos ajudaram na construção, parte elétrica, e também, no acompanhamento do serviço de pedreiros contratados. Sem essa ajuda, acho que ainda estaríamos engatinhando”, disse. CIDADANIA. Vale do Aço

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Crianças da Creche MariaMaria recebem educação extra graças aos trabalhos voluntários FOTOS HUGO SIQUEIRA

Destaques dentro e fora José Rosa Alves e Flávio Elias de Azevedo, ambos com mais de 20 anos de Usiminas, já ostentaram o título de Operário Padrão e são dois exemplos desse perfil de voluntário. Sem se descuidar da família e do compromisso assumido nas oito horas dentro da empresa, ainda arranjam tempo para se dedicarem às entidades carentes que beneficiam jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. José Rosa atua como presidente da Creche Criança Feliz. A entidade fica na

Rua Nossa Senhora das Graças, próximo ao Kart Clube de Ipatinga, no Centro da cidade. O local também funciona como abrigo para crianças de 0 a 11 anos que não têm outro lugar para ir. São mais de 32 crianças beneficiadas pela entidade que sobrevive de convênio e doações. Elas recebem os cuidados necessários para um desenvolvimento saudável, como alimentação, higiene, orientação médica e, principalmente, a atenção e carinho dos voluntários.

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José Rosa conta que esse espírito de solidariedade veio há dez anos, através de seu gerente de seção que um dia o convidou para visitar a Casa da Esperança, no bairro Limoeiro. De lá para cá não parou mais. “Lembro-me também de quando era criança: minha mãe sempre colocava eu e meus irmãos para ajudar os vizinhos nas tarefas que eles precisavam. Ficávamos com raiva por não receber nada em troca, mas minha mãe dizia que sempre que ajudávamos a outras

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José Rosa e Flávio Alves não deixam de se dedicar ao próximo

da empresa pessoas teríamos um dia algum retorno”, conta. Flávio Elias também não deixa por menos quando o assunto é ajudar. Ele é o linha de frente da Casa de Recuperação Missão Resgate, com sede no bairro Cidade Nobre. O local é o único da região especializado na recuperação de dependentes químicos. A entidade atende 20 adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos, que recebem tratamento com psicólogos, terapeutas, assistente social

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e pedagogos. Flávio conta que conheceu a entidade através de trabalhos realizados pela igreja da qual congrega. “Numa dessas visitas, o pessoal começou a enxergar na gente confiança e nos convidaram para participar da diretoria. A Missão Resgate tem um reconhecimento que ultrapassa as fronteiras da cidade. Nós recebemos jovens de João Molevade, Itabira, Lagoa da Prata e também de cidades circunvizinhas”, disse. Apesar do número de vo-

luntários crescerem em todo o país, ainda é muito pouco frente à atual demanda. A responsabilidade pela inclusão e assistência, no papel, é do Estado, mas sem a ajuda do voluntário, a sociedade caminharia a passos lentos. Não espere por ninguém, faça uma experiência e procure participar de alguma entidade que julgue necessitar de seu auxílio. Tire parte do seu tempo em favor do próximo e você verá com certeza benefícios na sua vida e na sociedade.

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CENIBRA

Combinação de sucesso Parceria entre Cenibra e associações de apicultores é uma deliciosa mistura de geração de renda, preservação ambiental e ações sociais

POR patrícia benedicto

hugo siqueira

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uitas pessoas podem não saber, mas a apicultura é uma atividade capaz de causar impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos, além de contribuir para a manutenção e a preservação dos recursos naturais. Assim, no intuito de gerar postos de trabalho, protegendo as reservas nativas e plantações de eucalipto, a Cenibra, por meio do Instituto Cenibra, firmou parceria com várias associações de apicultores, permitindo o acesso dos produtores às áreas de plantios de eucalipto e florestas nativas para a instalação de seus apiários. A empresa disponibilizou 250 mil hectares de suas terras para o desenvolvimento da apicultura. Segundo o diretor executivo do Instituto Cenibra, José Geraldo Rivelli Magalhães, a presença do apicultor dentro das áreas da empresa significa apoio para vigilância do patrimônio florestal e ambiental. Desde o início da parceria os registros de problemas com fogo nas matas de eucalipto foram reduzidos. “O projeto tem significativo

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caráter social, econômico e ambiental, pois cria novos postos de trabalho que geram renda alternativa. Já do ponto de vista ambiental, os apicultores colaboram com a Cenibra na proteção do corte ilegal de madeira, incêndios e caça”, explica José Geraldo Rivelli. Oito associações e cerca de 500 apicultores integram atualmente o projeto, beneficiando diretamente 2500 pessoas. Cinco por cento do mel produzido é destinado à Cenibra, que o repassa a entidades assistenciais, creches e escolas da base de atuação da empresa. De acordo com Rivelli, dentro da filosofia do Instituto gestor do projeto, um outro foco do programa é justamente fortalecer o associativismo que consiste, basicamente, na união de pessoas, com as mesmas metas, de forma organizada. “Queremos que os apicultores sigam os exemplos das abelhas, sejam organizados, pois elas têm uma divisão perfeita do trabalhado na colméia. Cada uma tem sua função e todos sabem o que fazer sem ninguém ficar mandando. Assim todo processo é desenvolvido com eficiência”, aponta o diretor do Instituto Cenibra.


CENIBRA Apicultores seguem exemplo das abelhas. Cada um tem sua função e todos sabem o que fazer sem ninguém ficar mandando. Assim todo processo é desenvolvido com eficiência

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CENIBRA contrapõe Antônio.

HUGO SIQUEIRA

Antônio Rolla: Este é uma lado da Cenibra que a sociedade não vê.

Como se fosse feito por abelhas Firmada em 2000, a parceria entre a Associação Regional de Apicultores e Exportadores do Vale do Aço (AAPIVALE) - que conta com 72 produtores de mel - e a Cenibra tem produzido saborosos resultados. O mel exportado principalmente para a Alemanha e Estados Unidos ganhou o Certificado de Produção Orgânica. Flávio Patrocínio trabalha na Aapivale e explica que o mel orgânico chega o mais próximo do natural. “O mel orgânico é puro, livre de qualquer contaminação por agrotóxicos, já que as áreas utilizadas não são pulveri-

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zadas”, destaca Flávio. Para Antônio Rolla, gerente administrativo da AAPIVALE, a grande aceitação no mercado mostra que é possível, numa região onde predomina o aço, extrair de um produto de origem animal a renda de uma família. “Este é uma lado da Cenibra que a sociedade não vê. Ela conhece a empresa pelas plantações de eucalipto, as carretas passando nas estradas, mas não percebe que aqui na região estamos gerando cada vez mais postos de trabalho e beneficiando pessoas com um alimento nutritivo e de excelente qualidade”,

DOCE PROGRESSO Os números demonstram o sucesso da parceria. Em 2006, a AAPIVALE exportou cerca de 120 toneladas e faturou U$ 167 mil. Já em 2007 a associação exportou em torno de 145 toneladas de mel, mas o retorno ficou abaixo do esperado, uma vez que o produto é vendido em dólar e segue a oscilação do mercado. Mesmo assim a associação faturou U$ 145 mil. Porém, apenas no primeiro semestre de 2008 já foram produzidos e exportados 132 toneladas de mel, com um faturamento de U$ 543 mil. A produção deste ano foi retirada das 4500 colméias que a associação mantém, hoje, dentro das áreas disponibilizadas pela empresa. Para obter a concessão da área, o apicultor deve ser associado e passar por um treinamento. Há 16 anos, o apicultor Nardely Ramos, 35, da Associação Apícola de Belo Oriente, casado e pai de duas crianças, sustenta a família com a produção do mel das abelhas. Através da parceria com a Cenibra, Nardely aumentou em mais de 50% o número de apiários dentro das terras da empresa: saltou de 14 para 29. “Através do acordo nossa produção dobrou. Sem pasto não tem como a abelha fabricar o mel. Antes a alternativa eram propriedades particulares, mas é muito difícil, pois as pessoas têm medo de serem picadas pelas abelhas”, aponta Nardely Ramos.


COMIT

Solda da solidariedade POR ROBERTA NOBRE

A

hora da refeição na Creche Criança Feliz, no bairro Ana Moura, em Timóteo, não era das tarefas mais fáceis. Não que faltasse a papinha diária ou disposição às tias, que cuidam do berçário ou cozinha. O problema era que bebês, como Felipe e Aiany, com idade entre zero e dois anos, não tinham um local adequado para se alimentar. Mas uns outros tios, lá da COMIT (empresa especializada em montagem eletromecânica), que podem até não ser especialista em fazer ‘aviãozinho’ ou trocar fraudas, mas entendem bem de solda e montagem de estruturas, resolveram tornar a hora da refeição da creche mais prática, simples e divertida. Restos de sucata de siderurgia recolhida no pátio da Arcelor Mittal Inox Brasil – onde a COMIT atua – e boa vontade foram suficientes para que eles mesmos, os metalúrgicos, construíssem as cadeirinhas de refeições para as crianças. Foram oito meses entre pesquisa, elaboração do projeto e confecção do novo ‘refeitório’. Elas têm o mesmo tamanho, tipo de revestimento e estofado e função das cadeirinhas de papinha compradas nas lojas de bebê, inclusive, seguem os padrões de certificação e segurança do INMETRO. A diferença é que as produzidas na oficina da COMIT ganharam uma solda mais resistente: a da solidariedade.

CHÃO DE FÁBRICA A idéia de produzir as cadeiras partiu dos próprios funcionários da COMIT. Alguns já haviam participado de outro projeto social – o Soninho Seguro - que reformou os berços da Creche Criança Feliz, no ano passado. Além de grades menos espaçadas, os berços foram adaptados e ganhou nova pintura e proteção acolchoada. Mas durante as visitas para fazer os reparos e medir os berços, os metalúrgicos da COMIT perceberam que podiam fazer mais. E decidiram sugerir o projeto de confecção a partir de aço que seria descartado. “A empresa sempre atuou no social, mas as ações eram aleatórias e se resumiam em doações em dinheiro e patrocínios às entidades. Resolvemos então direcionar as nossas ações usando o know-how da empresa e dos nossos funcionários”, explica Ivna Azevedo, gerente de comunicação e responsabilidade social da COMIT. A princípio, seis funcionários se responsabilizaram pelo projeto, desde a fase da pesquisa à elaboração do protótipo da cadeira. Mas como todo o trabalho de confecção foi feito na oficina da empresa no horário de serviço, cada um dos 580 funcionários da COMIT – a maioria soldadores, mecânicos e eletricistas – puderam contribuir de alguma forma. Hoje, o voluntariado espontâneo atinge quase 70% do pessoal. “Se antes havia certa resistência, muitas vezes por

iIVNA AZEVEDO/COMIT

Nas mãos de voluntários, sucatas que seriam descartadas por siderúrgica se transformam em cadeiras para crianças de creche

As primeiras seis cadeiras foram entregues em setembro. Se antes dar papinha levava mais de uma hora, incluindo ‘corridas’ atrás dos ‘fujões’ que gostam de engatinhar pelo quarto, hoje a tarefa não gasta mais que 30 minutos

não saber como contribuir, hoje os nossos funcionários se oferecem para fazer um reparo na rede elétrica ou uma solda no portão de uma entidade perto de sua casa”, analisa. CIDADANIA. Vale do Aço

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SESI


ATF

Cidadania em alto e bom tom os quatro anos Sara descobriu o canto. Ainda menina, sua voz de soprano enchia a igreja freqüentada pela família. Aos cinco

A

tudo era escuridão. Mas aos 29, a luz voltou a preencher seu diaa-dia, ao redescobrir o talento para música e quando pisou nos palcos, pela primeira vez. Sara é um dos 17 talentos encontrados no núcleo de música do Centro de Educação Inclusiva Ativa

funcionavam como atividades complementares para os alunos com deficiência visual, matriculados no CREIA, que também atende deficientes auditivos e pessoas com dificuldade de aprendizagem. “A idéia era diversificar as

descobriu que tinha glaucoma, doença degenerativa do nervo óptico que provoca perda progressiva da visão. Aos nove, percebeu que as letras na lousa da sala de aula ficavam cada vez mais distantes. Um dia, aos dez anos, acordou sem enxergar. Parou de cantar, estudar, sair... Até os 26, quando se matriculou em uma escola para deficientes visuais e aprendeu os primeiros relevos do braille,

(CREIA), mantido pela Prefeitura de Timóteo, e que começam a ser lapidado. “O que quero é ser reconhecida pelo meu talento e não pela minha deficiência”, entoa Sara, ao lado dos integrantes, professores e parceiros do Coral e Percussão CREIA – ATA, pessoas que, assim como a soprano, passaram a enxergar a vida com olhos da cidadania. A princípio, as aulas de canto e percussão

atividades, uma vez que a educação inclusiva era um âmbito novo para gente. Percebemos que os elementos formadores da música - ritmo interno, noções de tempo e espaço – poderiam contribuir para a que os alunos com deficiência visual pudessem se situar melhor no espaço, locomover e adquirir mais independência”, explica o músico Bruno Barcelos, especialista em Gestão de Responsa-

Nair Simony Polese

POR ROBERTA NOBRE

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ATF bilidade Social pela PUC-Minas e um dos mentores do projeto do Coral, formado por pessoas cegas e com baixa visão. O que o professor não esperava, e muitos dos freqüentadores das aulas também, é que as repetições das notas musicais bastariam para revelar potenciais talentos. AJUDA EM DÓ MAIOR Hoje, a agenda dos 17 integrantes do Coral ficou apertada.

Além das atividades diárias no CREIA, eles ensaiam até três vezes por semana e recebem convites para várias apresentações nos teatros da região. Isso sem falar na gravação do DVD, em fase de conclusão. “Hoje, já dá para sonhar em cantar profissionalmente”, afirma Sara. Mas a possibilidade de profissionalização do Coral só veio de fato a partir do momento que a iniciativa privada fez a aposta.

O grupo ATA-ATF Estrutura Metálicas resolveu bancar o projeto. Comprou os instrumentos e custeia os profissionais, peças chaves para que o Coral possa cantar cada vez mais alto. “Iniciativas como esta só se concretizam a partir do momento que os três setores resolvem se unir, cada qual com sua potencialidade. O Coral veio da iniciativa pública, mas faltava o apoio do setor privado, para trazer agilidade e dinamismo”,

estudos universitários, participa do programa como o Primeiro Emprego, do Governo Federal, e ainda tem entre seu quadro de pessoal pessoas com deficiência auditiva. Isso sem falar que conseguiu trazer o conceito de cidadania para dentro da organização. Hoje, 20% do seu quadro de pessoal (220 funcionários) participa ativamente, como voluntário, de algum projeto da empresa ou fora dela. Não é por acaso

sintetiza Barcelos.

que em 2001 a empresa foi a quarta colocada empresa mineira no Guia da Revista Exame, de Responsabilidade Social. Quando questionado o porque de tamanho envolvimento na área social, o presidente da empresa, Anízio Tavares, é simplifica: “A gente só consegue multiplicar a partir do momento que damos oportunidade para que o outro também desenvolva”.

REDE SOCIAL O Coral e Percussão CREIA – ATA é apenas um das ações sociais desenvolvidas pela empresa. O grupo, sediado no Distrito Industrial de Timóteo, desenvolve projetos como o Escola de Circo – com aulas de artes circenses para crianças de bairros vizinhos – apadrinha alunos carentes até concluir os

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ARCELOR DIVULGAÇÃO

Batalhão de ações

Promovido em parceria com empresas e instituições de Timóteo, o Arraiá d’Ajuda movimenta mais de 2,5 mil pessoas por ano. Todo o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos e praça de alimentação é repassado para entidades sociais do Vale do Aço. A festa conta com o trabalho de aproximadamente 200 voluntários, a cada edição

A

atividade voluntária é uma das principais ações sociais da ArcelorMittal Inox Brasil. A empresa desenvolve ações em entidades e escolas, mobilizando empregados e comunidades a atuarem como voluntários. Em 2007, mais de 1.200 pessoas participaram das ações de voluntariado, em parceria com o poder público, empresas prestadoras de serviços e comércio local. “O estímulo ao voluntariado é uma de nossas mais importantes iniciativas, pois permite aos empregados transformar o amanhã. Estamos inseridos em várias comunidades e temos a missão de valorizar as pessoas que moram ali e contribuir um futuro sustentável”, aponta o diretor de Recursos Humanos da ArcelorMittal Inox Brasil, Rui Santiago. 38

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A Fundação ArcelorMittal Acesita trabalha como articuladora junto às redes de atuação social de Minas Gerais e do município de Timóteo. Para promover atividades voluntárias e mobilizar pessoas, a ArcelorMittal Inox Brasil, por meio da Fundação ArcelorMittal Acesita, criou, em 2000, a Central de Voluntariado – Voluntários do Vale. O objetivo é promover o trabalho voluntário como prática da cidadania, buscando a participação consciente, o compromisso e a atuação qualificada dos voluntários em entidades e projetos sociais. Atualmente, a central possui aproximadamente 700 pessoas cadastradas. Essas trabalham como voluntárias em ações como Dia V, Arraia d’Ajuda, Programa Miniempresa, Construindo o Saber, CCQ Social,

projetos ambientais, além de atender às demandas constantes das organizações sociais. Jequitinhonha Nos dias 25 e 26 de novembro foi lançado o Programa de Voluntariado Empresarial na ArcelorMittal Jequitinhonha, uma empresa subsidiária da ArcelorMittal Inox Brasil. Assim, a empresa está ampliando sua ação de voluntariado para o Vale do Jequitinhonha, estimulando para que empregados atuem como cidadãos, desenvolvendo um papel de responsabilidade social ao ajudar outras pessoas. Junto com o lançamento do programa, a ArcelorMittal Jequitinhonha também desenvolverá uma campanha para arrecadação de bolas para crianças de entidades sociais de cinco municípios de abrangência da empresa.



TÁcITO AVELAR E SILVA - Advogado e voluntário todo dia.

DIA V 2008.

SOU VOLUNTÁRIO TODO DIA. O Sistema FIEMG comemora com você mais uma edição do Dia V, o evento que marca o início de diversas iniciativas que ajudam a transformar a sociedade. Participe. Dia 7 de dezembro mostre que você é voluntário todo dia. DIA V. MULTIPLIQUE ESTA IDÉIA.

INFORMAÇÕES: 31 3263 4351 | diav@fiemg.com.br


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