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Imagem 4. Traçado Vauban

Imagem 4. Traçado Vauban349

A imagem 3 foi retirada do “Tratado de defesa e ataque das praças”, escrito por Vauban em 1748. A imagem 4 é um documento usado nas aulas de engenharia em Portugal sobre o ensino do método de construção à Vauban. Essa influência manteve-se na segunda metade do século XVIII. Em 15 de julho de 1763, a Coroa estabeleceu o Plano que sua Majestade manda seguir e observar no estabelecimento, Estudos e Exercícios das Aulas dos Regimentos de Artilharia. Nesse plano, “Monsieur de Vauban” foi citado como a referência e base teórica para o conhecimento de engenharia e fortificação, tornando-se obrigatório o estudo do seu livro intitulado Ataque e defesa das Praças.

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349 “Planta, ichnographia e orthografia de hua tenalha da fortificação de Lisboa, fortificado pello methodo de M. de vauban / pello Ajudante de Infantaria com exercicio de Eng.ro Theotonio

Martins de Azevedo, em 1759”. Deve tratar-se de uma obra de fortificação para o sítio da

Palhavã, em Lisboa. Biblioteca Digital do Exército Português. Coleção: Direção de Infraestrutura do exército; Cota: 2264-2-16-22. 350 “Plano que sua Majestade manda seguir e observar no estabelecimento, Estudos e Exercícios das

Aulas dos Regimentos de Artilharia” 15 de julho de 1763. In: COSTA. Collecção Systemática das

Leis Militares de Portugal. Leis Pertencentes as Ordenanças. Tomo I, pp. 53-56.

Além da Itália e da França, Holanda e Espanha também desenvolveram tratados de fortificação. Todavia, não caberia aqui a especificação de cada método, nem também o detalhamento do conhecimento específico da arquitetura como o estudo dos ângulos, vértices e geometria. Antes importa saber como as mudanças nas operações militares, sobretudo a complexidade da técnica com a invenção da artilharia, implicaram na modernização das forças (companhias de linha e auxiliares) e das fortificações.

A prática de guerra foi a engrenagem para o aperfeiçoamento do conhecimento das estratégias de defesa. Ora, não sem razão, entre os séculos XV e XVI, França, Holanda, Espanha, Itália e Portugal desenvolveram tratados de fortificação e institucionalizam esse conhecimento. A formação de engenheiros passou a ocupar um espaço central nas políticas dos Estados.

Inicialmente, as mudanças foram realizadas nas antigas fortalezas, com interferência no rebaixamento dos muros e aumento da espessura. Tratava-se de construir “grossos muros, mais baixos e mais fortes”, “bastiões avançados, dando ao conjunto a forma de estrela, para permitir aumentar o ângulo de tiro da artilharia da praça e permitir o fogo de flanco”.351 As inovações também se experimentaram em construções completamente novas.

Do ponto de vista estrutural, as fortificações modernas desse período compunham-se principalmente pelo miolo ou núcleo, o polígono que se caracterizava por regular ou irregular. Em alguns casos, a depender do terreno, nesses espaços constituíam-se povoações e não só aquartelamentos. Vejamos.

351 Idem, p. 16.

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