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E HOTELARIA FUTURELAND

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SOBRE OS AUTORES

SOBRE OS AUTORES

Há motivos para pensar que a pandemia de COVID-19 marcará um antes e um depois na atividade turística (Tabela 2.1.). Algumas mudanças representarão uma novidade, enquanto outras, que já estavam em andamento, sentirão uma aceleração. No entanto, a inércia do passado (o business as usual) continuará a operar em simultâneo. Do confronto dessas forças (as forças da mudança, por um lado, e as forças da resistência, por outro) resultará o novo cenário pós-pandemia.

TAB.

2.1.

Porque é que a pandemia de COVID-19 marca o antes e o depois do turismo? Dez diferenças.

Antes Depois

Mais liberalizado Maior controlo (sanitário, lotações, distâncias e outros)

Mais globalizado Mais regionalizado

Dinâmico Volatilidade, Incerteza, Complexidade, Ambiguidade (do inglês Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity, VUCA)

Mercado concorrencial Mercado hiperconcorrencial

Criatividade Criatividade extrema

Flexibilidade e agilidade Flexibilidade e agilidade extremas

Modelo de gestão dos 3 P (parcerias público-privadas)

Experiência

Modelo de gestão dos 4 P (parcerias entre sector público, sector privado e pessoas que moram no destino)

Experiência regenerativa

Socialização física Socialização com um plano virtual reforçado

Digitalização

Robotização e inteligência artificial

Sejam de um ou de outro tipo, as mudanças (evolutivas ou revolucionárias) não ocorrem espontaneamente: são o resultado de fatores externos e internos. Por um lado, encontramos o ambiente institucional em que as empresas operam e as pressões de vários tipos (derivadas de leis, normas sociais, etc.) a que estão sujeitas (Di Maggio & Powell, 1983). Por outro lado, temos a cultura organizacional, no que se refere à proatividade ou reatividade das empresas face às mudanças, que pode tornar-se uma fonte fundamental de vantagem ou desvantagem competitiva (Barney, 2001), dentro do que se conhece, num nível estratégico, como a visão da empresa baseada em recursos (Kenworthy & Verbeke, 2015). A esse respeito, Hall et al. (2020) enfatizam o primeiro dos fatores anteriormente mencionados, afirmando que não existem stakeholders suficientes no sector do turismo que questionem o sucesso definido pelo crescimento no número de visitantes ou pelo aumento no consumo

2.1. OS EIXOS DO TURISMO PÓS-COVID-19

Além do impacto da pandemia, as estratégias de destinos e empresas no mercado de turismo pós-COVID-19 terão de ter em conta outros fatores, outros vetores fundamentais de mudança que, em conjunto com o legado do vírus SARS-CoV-2, convergirão para uma profunda reconfiguração da atividade turística. Especificamente, a revolução tecnológica a que todos assistimos e que se vai adaptando aos desafios das mudanças climáticas, incluindo a aplicação dos princípios da economia circular, tema abordado no Capítulo 3 (Figura 2.2.).

A Regra dos 3 S, referida na Figura 2.1., pode ser uma excelente síntese dos fatores que terão de ser tidos em conta: paradigma smart (inteligência competitiva com o apoio de tecnologias de vanguarda e análise massiva de dados), sustentabilidade (tendo como principal referência os ODS da ONU) e, agora mais do que nunca, segurança (sanitária, mas não só).

Como exemplo do referido anteriormente, sobre a importância do ambiente institucional para estimular a mudança, o Plano de Recuperação para a Europa, dentro do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 da União Europeia (UE) e do fundo para a reconstrução designado por Próxima Geração UE (NextGenerationEU), é “o maior pacote de medidas de estímulo alguma vez financiado na Europa”, totalizando 1,8 mil milhões de euros para criar uma Europa pós-COVID-19 mais ecológica, digital e resiliente (Comissão Europeia, s.d.).

A atividade turística não fica indiferente a estas prioridades e, nesse sentido, os projetos de aplicação dos princípios da economia circular, que beneficiam destes apoios financeiros, estão a multiplicar-se. Um exemplo disso mesmo é o projeto CirTourLab,

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