Traumatologia Desportiva

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24mm

A prática desportiva, nas suas diversas vertentes, sofreu, nos últimos anos, um incremento avassalador. Hoje em dia, tornou-se uma metodologia terapêutica, social, económica e vivencial, obrigando os profissionais da área da saúde e das ciências do desporto a uma melhor compreensão da envolvência dessa prática e das suas consequências, nomeadamente no que diz respeito à especificidade das lesões desportivas. Neste contexto, multiplicam-se os estudos, procurando conhecer em pormenor os conceitos da cinesiologia, as modificações de um organismo em esforço, as limitações fisiológicas, a recuperação da fadiga, a prevenção de lesões e a história natural da própria lesão. Este livro dá a conhecer, de uma forma simples mas abrangente, as principais lesões desportivas na sua generalidade e especificidade regional, bem como a envolvência das mesmas desde que acontecem até à reinserção desportiva, passando pelas diversas fases de diagnóstico, reabilitação, prevenção e perspetivas futuras de abordagem terapêutica, visando uma recuperação mais rápida e de melhor qualidade.

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Trata-se de uma obra que pretende ser um guia de apoio, suporte e referência para todos aqueles que se interessam pelo desporto e pelas lesões com ele relacionadas.

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Pedro Pessoa – Assistente Graduado do Hospital Ortopédico Sant´Iago do Outão; Responsável pela Cirurgia Ortopédica do Sporting Clube Portugal; Coordenador da Região Sul e Ilhas do Colégio de Ortopedia da Ordem dos Médicos (2009-2015); Professor Convidado de Ortopedia do Instituto Politécnico de Setúbal - Escola Superior de Saúde; Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia (2010-2012); Membro do Comité de Artroscopia da ESSKA (2012-2014); Membro da Secção do Joelho da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT; 2005-2007); Membro da Direção da SPOT (2013-2015); Diretor clínico da Clínca Ortopédica da Algodeia. Henrique Jones – Especialista em Ortopedia e Medicina Desportiva; Mestrado em Medicina Desportiva; Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital da Força Aérea (2003 -2011) e Diretor Clínico do Hospital da Força Aérea (2009-2011); Ortopedista e Médico de Campo da Seleção Nacional de Futebol (desde 2000); Professor Convidado da Universidade Lusófona, Lisboa; Presidente da Direção da AMEF (1996-1999); Membro do Comité Médico da UEFA; Vice-Presidente do Comité de Traumatologia Desportiva da ESSKA (2012-2014); Membro da Direção da EFOST; Vice-Presidente da SPMD (2013-2015); Presidente da Assembleia Geral da SPAT (2012-2014); Membro do Conselho Nacional do Exercício da Medicina de Ordem dos Médicos; Diretor Clínico da Clínica Ortopédica do Montijo.

ISBN 978-989-752-029-7

9 789897 520297

www.lidel.pt

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TRAUMATOLOGIA DESPORTIVA

TRAUMATOLOGIA DESPORTIVA

17cm x 24cm

TRAUMATOLOGIA DESPORTIVA


Autores

COORDENADORES/AUTORES Pedro Pessoa

Assistente Graduado do Hospital Ortopédico Sant´Iago do Outão; Responsável pela Cirurgia Ortopédica do Sporting Clube de Portugal; Coordenador da Região Sul e Ilhas do Colégio de Ortopedia da Ordem dos Médicos (2009­‑2015); Professor Convidado de Ortopedia do Instituto Politécnico de Setúbal ­‑ Escola Superior de Saúde; Ex­‑Presidente da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia (2010­‑2012); Membro do Comité de Artroscopia da ESSKA (2012­‑2014); Membro da Secção do Joelho da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT; 2005­‑2007); Membro da Direção da SPOT (2013­‑2015); Diretor clínico da Clínica Ortopédica da Algodeia.

Henrique Jones

Especialista em Ortopedia e Medicina Desportiva; Mestrado em Medicina Desportiva; Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital da Força Aérea (2003­‑2011) e Diretor Clínico do Hospital da Força Aérea (2009­ ‑2011); Ortopedista e Médico de Campo da Seleção Nacional de Futebol (desde 2000); Professor Convidado da Universidade Lusófona, Lisboa; Presidente da Direção da AMEF (1996­‑1999); Membro do Comité Médico da UEFA; Vice­‑Presidente do Comité de Traumatologia Desportiva da ESSKA (2012­‑2014); Membro da Direção da EFOST; Vice­‑Presidente da SPMD (2013­‑2015); Presidente da Assembleia Geral da SPAT (2012­‑2014); Membro do Conselho Nacional do Exercício da Medicina de Ordem dos Médicos; Diretor Clínico da Clínica Ortopédica do Montijo.

COAUTORES Álvaro Machado

Assistente Hospitalar de Ortopedia Graduado em Chefe de Serviço do Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE – Hospital de Santa Maria.

Ana Rita Almeida

Interna de Formação Específica de Medicina Física e de Reabilitação – Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais.

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António Cartucho

Coordenador do Núcleo de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Hospital CUF Descobertas; Conselheiro Científico do Ombro e Cotovelo da EFORT; Delegado Nacional da Sociedade Europeia de Cirurgia do Ombro e Cotovelo; Membro fundador da European Shoulder Association; Examinador do European Board of Orthopaedics.

António Marques

Diretor do Centro Materno­‑Infantil Norte (Centro Hospitalar do Porto, EPE); Professor Associado – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

António Martins

Diretor de Serviço de Ortopedia do Hospital Ortopédico de Sant’Ana; Coordenador de Orto­‑Traumatologia do Sport Lisboa e Benfica.

XI


Traumatologia Desportiva

Artur Pereira de Castro

Especialista em Ortopedia e Medicina Desportiva.

Basil Ribeiro

Especialista e Mestre em Medicina Desportiva; Coordenador Clínico e Médico da Equipa do Rio Ave Futebol Clube; Médico da Seleção Nacional de Futebol de Praia; Médico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia­‑Espinho, EPE (Ortopedia/Urgências).

Carlos Martinho

Especialista em Ortopedia e em Medicina Desportiva; Assistente Hospitalar de Ortopedia no HPP – Hospital de Cascais; Médico das Seleções Nacionais da Federação Portuguesa de Futebol.

Carlos Ribeiro

Assistente Hospitalar Graduado do HOSO.

Filipe Morais

Interno de Medicina Física e de Reabilitação – Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais; Pós­‑graduado em Medicina Desportiva pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Filipe Serralva

Especialista em Medicina Interna; Competência de Emergência Médica; Pós­‑graduação de Medicina Desportiva; Colaborador da Disciplina de Medicina de Emergência na Faculdade de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

Frederico Varandas

Especialista em Medicina Física e de Reabilitação; Diretor Clínico do Sporting Clube de Portugal.

Gonçalo Borges

Assistente Hospitalar de Fisiatria do Hospital da Prelada – Dr. Domingos Braga da Cruz (Porto); Diretor do Serviço de Fisiatria; Responsável pela consulta do ombro e de Medicina Desportiva e Diretor do Internato Médico do mesmo hospital; Convidado na Pós­‑graduação em Medicina Desportiva na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Docente convidado na pós­‑graduação da Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário; Responsável pelo Departamento Médico da Secção de Natação do Futebol Clube do Porto; Responsável pelo Departamento Médico da Secção de Rugby do Centro Desportivo Universitário do Porto; Médico da Associação de Rugby do Norte; Presidente da Secção de Músculo-Esqueléticos da Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação.

Hélder Pereira

Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Póvoa de Varzim – Vila do Conde; Clínica Espregueira­ ‑Mendes Centro Clínico de Excelência FIFA, Porto; Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho; Presidente do Basic Science Research Comitee da ESSKA.

Horácio Sousa

Assistente Graduado Sénior do SESARAM; Coordenador de Ortopedia da Clínica da Sé; Redator da Revista Portuguesa de Ortopedia; Ortopedista/Traumatologista do Club Sport Marítimo.

Inês Lucas

Assistente Hospitalar de Medicina Física e de Reabilitação no Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais.

Jacob Frischknet

Hospital CUF Infante Santo; Clínica CUF Belém; British Hospital; Assistente Hospitalar Graduado de Ortopedia; Especialista em Medicina Desportiva.

Joana Silva­‑Correia

Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho.

XII


Autores

João Branco

Médico; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação.

João Cannas

Especialista em Ortopedia/Traumatologia desde 1995; Docente convidado.

João Espregueira­‑Mendes

Diretor da Clínica Espregueira­‑Mendes Centro Clínico de Excelência FIFA, Porto; Professor da Universidade do Porto e Professor da Universidade do Minho; Investigador Sénior do Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho; Past­‑President da ESSKA.

João F. Santos

Interno Complementar de Ortopedia.

João Gamelas

Especialista em Ortopedia e Traumatologia e em Medicina Desportiva; Doutorado em Ortopedia pela Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa; Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa; Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital dos Lusíadas – Lisboa.

João Torres

Especialista em Ortopedia e Traumatologia – Hospital de São João, Centro Hospitalar de São João, EPE; Docente de Ortopedia na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

João Páscoa Pinheiro

Médico de Medicina Física e Reabilitação; Medicina Desportiva; Professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

João Pedro Araújo

Diretor Clínico do Departamento Médico do Al Ahli FC Dubai – Nad Al Sheba Sports Complex (NAS); Consultor do Espregueira­‑Mendes Centro Clínico de Excelência FIFA, Porto; Docente Convidado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e na Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.

João Pedro Oliveira

Assistente Hospitalar de Ortopedia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE.

Joaquim M. Oliveira

Investigador Principal do Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho.

Joaquim Ramos

Assistente Hospital em Ortopedia do Centro Hospitalar do Porto, EPE desde 2005.

Jorge Correia­‑Pinto

Diretor do Serviço Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga; Professor Catedrático de Saúde Materno­ ‑Infantil da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho.

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Jorge Laíns

Diretor de Serviço, Diretor do Internato Médico e Adjunto do Diretor Clínico do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais; President Elect – International Society of Physical and Rehabili‑ tation Medicine.

Jorge Mineiro

Diretor Clínico do Hospital CUF Descobertas desde 2007; Responsável pelo Programa Nacional de Apoio ao Internato Complementar de Ortopedia desde 2005; Consultor de Patologia Vertebral para o Hospital Dª Estefânia desde 2001; Responsável pela Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital CUF Descobertas – Lisboa desde 2000; Presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (2013­‑2014); Chairman do AO® Trauma Educational Committee de Portugal (desde 2009); Chairman of European Board Examining Committee of the EBOT desde 2000; membro de diversas sociedades portuguesas e internacionais.

XIII


Traumatologia Desportiva

José Carlos Noronha

Ortopedista; Doutorado pela Universidade do Porto; Investigador na Universidade de Aveiro – Departamento de Engenharia Mecânica; Cirurgião da equipa principal do Futebol Clube do Porto, Diretor Clínico da Federação Portuguesa de Futebol; Coordenador Clínico da Gestifute; Líder de Opinião da BTI (Biote‑ chnology Institute).

José Carlos Vasconcelos

Radiologista; Diretor Clínico do grupo SMIC (Serviços Médicos de Imagem Computorizada); Ex­ ‑radiologista do quadro do departamento de Imagem do Hospital Geral De Santo António (CHP) do Porto com o grau de chefe de clínica. Ex­‑assistente da disciplina de Imagiologia do Curso de Medicina do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar do Porto.

José Filipe Salreta

Assistente Graduado de Ortopedia; Coordenador da Unidade de Artroscopia e Cirurgia do Joelho; Hospital Gracia de Orta, Almada; Ex-membro do Knee Committee da ESSKA; Membro fundador do EKA (Eu‑ ropean Knee Associates).

José Manuel Lourenço

Especialista em Ortopedia e Traumatologia; Cirurgia do ombro.

José Mário Beça

Doutorando em Ciências do Desporto, tendo como tema de trabalho e investigação “O Ligamento Cruzado Anterior”; Pioneiro da artroscopia em Portugal; Membro fundador da ESSKA desde 1983; Membro fundador da ISAKOS em 1994; Fundador em 1994 da Associação Portuguesa de Artroscopia e o primeiro presidente a exercer o mandato; Presidente da Associação Portuguesa de Traumatologia do Desporto, da qual também é fundador.

José Pardete Ferreira

Ex­‑Diretor Clínico do Hospital de São Bernardo – Setúbal; Ex­‑Diretor do extinto do Centro de Medicina de Setúbal.

José Pedro Marques

Interno de Medicina Desportiva do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

José Sardinha

Radiologista nos Hospitais CUF Descobertas e CUF Infante Santo; Diretor Clínico da Remagna.

Luís Barroso

Especialista de Ortopedia da Unidade de Coluna do Hospital CUF Descobertas; Membro da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

Luís Branco do Amaral

Chefe de Serviço de Ortopedia; Diretor do Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar de Lisboa Central; Coordenador da Secção do Joelho da SPOT 2011­‑2013; Membro da Direção da SPAT.

Luís Duarte Silva

Mestrado integrado em Medicina – pós­‑graduação em Reabilitação no Desporto; Pós­‑graduação em Medicina Desportiva; Interno de Ortopedia no ULS – Guarda; colaborador na clínica do Dragão – Clínica Espregueira­‑Mendes FIFA Medical Center of Excellence.

Manuel Cassiano Neves

Responsável da Unidade de Ortopedia da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Descobertas.

Manuel Gutierres

Professor Auxiliar da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Assistente Hospitalar Graduado do Hospital de São João, Porto.

XIV


Autores

Manuel Resende Sousa

Assistente Hospitalar de Ortopedia; Chefe da equipa do Pé e Tornozelo do Hospital Beatriz Ângelo; Membro da equipa do Pé e Tornozelo do Hospital CUF Descobertas; Responsável médico das modalidades do Sporting Clube de Portugal.

Manuel Vaz

Especialista de Pneumologia no Centro de Medicina Desportiva de Guimarães.

Manuel Virgolino

Médico Assistente de Ortopedia na Clínica Ortopédica do Montijo; Médico Assistente de Ortopedia na Força Aérea Portuguesa.

Marco Sarmento

Especialista em Ortopedia e Traumatologia; Assistente Hospitalar de Ortopedia no Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE – Hospital de Santa Maria; Ortopedista no Hospital CUF Descobertas; Assistente Convidado de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Mário Tapadinhas

Assistente Hospitalar Graduado de Ortopedia do Hospital Garcia de Orta – Almada; Docente da Escola Superior de Saúde Egas Moniz; Assistente do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve; Presidente do registo Português de Artroplastias (2013­‑2014).

Monika Furriel Thüsing

Médica Especialista em Ortopedia; Serviço de Ortopedia do Hospital Dª Estefânia.

Mota

da

Costa

Coordenador da Unidade de Cirurgia do Punho e Mão – Unidade de Ortopedia e Traumatologia do Hospital CUF Descobertas.

Nelson Puga

Diretor Clínico do Departamento Médico do Futebol Clube do Porto; Especialista em Medicina Desportiva.

Nuno Côrte­‑Real

Assistente Graduado do Serviço de Ortopedia do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Coordenador da Unidade do Pé e Tornozelo; Coordenador da Ortopedia da Unidade de Cirurgia Ambulatória; Coordenador da Patologia do Pé e Tornozelo do GIGA.

Nuno Loureiro

© Lidel – Edições Técnicas

Diretor Clínico do Departamento Médico da Federação Portuguesa de Ciclismo; Membro da Comissão Médica do Comité Olímpico de Portugal; Membro do Departamento Médico de Formação e Modalidades do Sporting Clube Braga; Docente Convidado na Pós­‑Graduação em Reabilitação em Medicina do Exercício e do Desporto na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; Clínica Espregueira­‑Mendes Centro Clínico de Excelência FIFA, Porto; D. Henrique Research Centre.

Nuno Moura

Núcleo de Patologia do Ombro e Cotovelo do Hospital CUF Descobertas.

Nuno Sampaio Gomes

Assistente Hospitalar do Hospital das Forças Armadas (Porto) e Hospital CUF Porto; Vogal da Secção do Ombro e Cotovelo da SPOT (2007­‑2008 e 2013­‑2014).

Patrícia Gomes

Interna do Internato complementar de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE.

XV


Traumatologia Desportiva

Paulo Amado

Diretor Clínico da Clínica Rio Tinto; Coordenador da Unidade de Medicina Desportiva e Artroscopia do Hospital Lusíadas do Porto; Docente da Universidade Fernando Pessoa.

Paulo Barreira

Fisioterapeuta Coordenador de Reabilitação do Al Ahli FC Dubai – Nad Al Sheba Sports Complex (NAS).

Paulo Beckert

Assistente Graduado Sénior do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca – Serviço de Medicina Física e de Reabilitação; Diretor Clínico da Clínica CUF Alvalade – Unidade José de Mello Saúde; Médico de Equipa e Coordenador Clínico da Unidade de Saúde e Performance da Federação Portuguesa de Futebol ­‑ Seleção A.

Paulo Felicíssimo

Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE.

Paulo Rego

Diretor do serviço de Ortopedia do Hospital Beatriz Ângelo; Coordenador do grupo de patologia da anca do Hospital da Luz; Assistente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

Pedro Beja

da

Costa

Especialista de Ortopedia; Assistente Graduado de Ortopedia; Diretor Clínico do Grupo Integrado de Gestão de Acidentes.

Pedro Dantas

Responsável pela Consulta de Patologia da Anca do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE; Unidade da Anca e Bacia – Hospital CUF Descobertas.

Pedro Figueiredo

Médico; Especialista em Medicina Física e de Reabilitação.

Pedro L. Ripoll

Diretor da Ripoll y de Prado Sports Clinic Murcia­‑Madrid, Centro Clínico de Excelência da FIFA; Professor da Universidade de Múrcia, Espanha.

Pedro Lemos

Assistente Hospitalar Graduado de Medicina Física e de Reabilitação no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Pedro Lourenço

Assistente Hospitalar de Ortopedia e Traumatologia – Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE; Unidade de Patologia do Ombro.

Pedro Martins

Assistente Hospitalar em Cirurgia Geral do IPO – Porto; Membro da Equipa Médica de Emergência do Estádio do Dragão; Formador do Curso Emergências no Terreno de Jogo – competências e responsabilidade do médico de equipa, promovido pela FPF e AMEF.

Pedro Rocha

Interno do complementar de Ortopedia no Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE – Hospital de Santa Maria; Médico da Força Aérea Portuguesa.

Pedro Varanda

Assistente Hospitalar de Ortopedia e Traumatologia – Clínica Saúde Atlântica – Porto FIFA Medical Center of Excellence; Assistente Hospitalar de Ortopedia e Traumatologia no Hospital de Braga; Instituto Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho /3B´s Laboratório Associado.

Raphaël F. Canadas

Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho.

XVI


Autores

Raul Maia e Silva

Especialista em Medicina Física e de Reabilitação e em Medicina Desportiva pela Ordem dos Médicos; Membro da Comissão de Ética da Associação Nacional de Médicos de Futebol.

Ricardo Aido

Assistente Hospitalar Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital Geral de Santo António, EPE; Departamento Médico da Federação Portuguesa de Voleibol (Seleção de Seniores Masculinos).

Ricardo Sampaio

Médico Radiologista – radiologia musculesquelética da Unidade de Imagiologia do Hospital Lusíadas do Porto.

Ricardo Varatojo

Coordenador da Unidade de Cirurgia do Joelho, Tornozelo e Traumatologia Desportiva do Centro de Ortopedia do Hospital CUF Descobertas; Assistente Hospitalar Graduado em Consultor de Ortopedia; Ex­‑Presidente da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia Desportiva (SPAT) (2008­‑2010); Membro do Comité de Artroscopia da ESSKA (2006­‑2010 e 2014­‑2016); Membro do Communications Committee do ISAKOS (2011­‑2015); Coordenador da Secção do Joelho da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) (2013­‑2015).

Ruben Ferreira

Fisioterapeuta do Al Ahli FC Dubai – Nad Al Sheba Complex (NAS); Formador Oficial do Método de Kinesio Taping (CKTI) – Kinesio Taping Association International (KTAI).

Rui Claro

Assistente Hospitalar de Ortopedia; Responsável pelo Grupo de Patologia do Ombro – Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar do Porto – Hospital Geral de Santo António, EPE.

Rui Duarte

Assistente Hospitalar de Ortopedia no Hospital de Braga; Assistente Convidado da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho; Investigador do Instituto de Ciências da Vida e Saúde da Universidade do Minho.

Rui L. Reis

Diretor do Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho.

Sandra I. Correia

Grupo de Investigação 3B’s da Universidade do Minho.

Teresa Alves

da

Silva

Ortopedista no Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, EPE; Fellow of the European Board of Orthopaedics and Traumatology.

Venâncio Caleira

© Lidel – Edições Técnicas

Chefe da Unidade de Cirurgia do Membro Superior – Hospital do Litoral Alentejano; Coordenador da Unidade de Cirurgia da Mão do Hospital de Santiago – Setúbal.

Víctor Coelho

Assistente de Ortopedia e Traumatologia no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE; Especialista de Medicina Desportiva.

Virgílio Fonseca

Assistente Hospital Graduado em consultor; Corresponsável pelo núcleo do Pé e Tornozelo do Hospital de Outão.

Virgílio Severino

Assistente Graduado do Hospital Ortopédico Sant´Iago do Outão; Especialista em Pé e Tornozelo; Pós­ ‑graduação em Medicina Desportiva; Perito da Segurança Social.

XVII


Prefácio

O acesso à educação médica, onde as ciências básicas e as inovações médicas associadas ao avanço tecnológico são indispensáveis, representa um desafio do qual estamos cientes e procuramos difundir em todo o mundo. Esta demanda em investir na educação na área da Traumatologia Desportiva, em língua portuguesa, resulta na compilação deste livro. Tanto o acesso à tecnologia como à educação tecnológica são essenciais para providenciar iguais oportunidades. Realidades díspares descritas por internos e jovens médicos (oriundos de diferentes regiões do país) com extraordinárias capacidades de aprendizagem e forte motivação, alertam-nos para a responsabilidade em promover a educação e difundi-la. Este passo é, hoje em dia, uma realidade em curso. Por isso, e com uma determinação sagaz e enorme colaboração de muitos, este livro contribui para o acesso à educação médica sem ter a distância como obstáculo. Consequentemente, o leitor terá ao seu dispor conhecimento orientado pelos mais experientes e reconhecidos especialistas. Esta atitude é a melhor forma de melhorar os cuidados com o doente. Nas páginas deste livro dedicado à Traumatologia Desportiva, o leitor vai ter conhecimento do estado da arte na Traumatologia Desportiva. Esta generosa partilha de conhecimento preconiza um feito no âmbito da educação em Traumatologia Desportiva no nosso país, sendo uma mais-valia e um reflexo do empenho dos autores face à missão educacional. A assertividade, a atualidade e o interesse deste livro revelam o que de melhor se faz pelo desportista, aliando ciência ao talento e à paixão que a Medicina necessita. Hoje, os autores agradecem a vossa leitura. Amanhã, serão os doentes.

© Lidel – Edições Técnicas

João Espregueira-Mendes Presidente da European Society of Sport Trauma Knee Surgery and Arthroscopy

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Siglas e abreviaturas

A AAP AAS ACI ACM AINE APA APL

American Academy of Pediatrics Ácido acetilsalicílico Implante de condrócitos autólogos ou implante autólogo de condrócitos (autologous chondrocyte implantation) Artéria cerebral média Anti-inflamatórios não esteroides Associação Portuguesa de Artroscopia Abductor policis longus

C CERC CFA CK

Curto extensor radial do carpo Conflito femoro-acetabular Creatino-quinase

D DDA DRC

Displasia discal do adolescente Distrofia raquidiana de crescimeno

E ECRB ECRL EGF EIAI EIAS EMG EPB EVA

Extensor carpi radialis brevis Extensor carpi radialis longus Fator de crescimento epidérmico Espinha ilíaca ântero-inferior Espinha ilíaca ântero-superior Eletromiograma Extensor policis brevis Escala visual analógica

F FC FGF-b FIMS

Fatores de crescimento Fator de crescimento fibroblástico Fédération Internationale des Médecins du Sport

G GUT

Graft from the uuper tiobio-fibular joint

I ICRS IF IFD IFP XXII

International cartilage repair society Interfalângica Interfalângica distal Interfalângica proximal


Siglas e Abreviaturas

IGF IKDC INDU

Fator de crescimento insulínico International Knee Documentation Comittee Inspeção Nacional do Desporto Universitário

L LCA LCL LCM LDH LERC LUCL

Ligamento cruzado anterior Ligamento colateral lateral Ligamento colateral medial Desidrogenase lática Longo extensor radial do carpo Ligamento colateral ulnar/cubital lateral

M MACI MB MF MSC MTCF

Matrix-induced autologous chondrocyte implantation Mioglobina Metacarpofalângica Células estaminais mesenquimatosas adultas Metacárpica-falângica

O OTO

Osso-tendão-osso

P PDGF PRP

Fator de crescimento derivado das plaquetas Plasma rico em plaquetas

R RICE RM

Repouso, gelo, compressão e elevação Ressonância magnética

S SI Sacroilíaca SLAP Superior labrum anterior to posterior SPAT Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia SPECT Tomografia computadorizada por emissão simples de fotões (single photon emission computed tomography) STC Síndrome do túnel cárpico

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T TAC TC TGF-β TN TNF

Tomografia axial computorizada Tomografia computadorizada Fator de crescimento transformado beta Troponina Fator de necrose tumoral

U UCL

Ligamento colateral cubital ou interno

V VEGF VEO

Fator de crescimento vascular endotelial Valgus extension overload

XXIII


Introdução

Normalmente a introdução de um livro serve para realçar o valor do conteúdo e explicar as razões da sua concretização. Não queria seguir este caminho, embora o valor de uma obra deste tipo irá sem dúvida absorver algumas das minhas palavras. Para mim, ligado à Ortopedia e à Medicina Desportiva há mais de 40 anos, esta introdução obrigou-me a refletir no que foi e no que é atualmente a Traumatologia Desportiva. As diferenças são enormes, com aspetos positivos e negativos, embora sem dúvida os primeiros se evidenciem naturalmente, pois de outra forma a evolução não existiria. Há 40 anos, que exames auxiliares de diagnóstico possuía eu? A clínica, sobretudo o aprender a ouvir e o examinar um doente, eram de importância enorme para o diagnóstico. Uma lesão meniscal era despistada pela história, sabendo ouvir o doente e procurar os sinais que a pudessem confirmar. Tínhamos o Rx e o estudo com injeção intra-articular de ar e produto de contraste, vulgar artropneumografia, que nos dava menos de 50% de garantia de diagnóstico. Mas era o que possuíamos. Surgiu depois a TAC, com as suas limitações, e só depois a artroscopia como meio de diagnóstico. Sim, a artroscopia foi inicialmente um exame e não uma forma de tratamento. Com a RM, a artroscopia, também pela sua evolução, foi-se tornando cada vez mais um meio de tratamento das diversas formas de lesões, envolvendo todas as articulações. Dos meniscos, que eram retirados na totalidade, até às técnicas de artrotomias agressivas para tratamento de lesões ligamentares, tendinosas e cartilagíneas, tudo se simplificou em benefício do atleta. Como diagnosticava eu uma rotura muscular ou tendinosa e a confirmava? Hoje temos exames que nos dão uma tradução precisa da lesão. No meu tempo havia a “dedografia” e com a sua experiência obtínhamos bons resultados. Não existia também uma reabilitação como a atual, quer técnica, quer apoiada nos diversos tipos de equipamento auxiliar. Tudo se foi fazendo, sempre na procura das soluções ideais. É esta a lógica da vida e da evolução da ciência na constante busca do Homem por novos e melhores caminhos na sua existência. Permito-me antever e confiar ser esta obra uma porta das muitas e novas portas a abrir no futuro próximo Desfrutem-na. J. Carlos Leitão Ex-chefe de Serviço de Ortopedia do Hospital de Santo António, Porto

XXIV


Onde a Cor é Fundamental

Figura 2.4  •  Corpo livre intra-articular.

Figura 4.3  •  Aplicação �������������������������������� de PRP numa lesão muscular tipo 3B do gémeo interno.

Figura 4.4  •  Abordagem cirúrgica de rotura total do reto anterior da coxa.

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A

B

Figura 4.5  •  A: Hematoma quístico in situ; B: Excisão em bloco da formação pseudoquística.

XXV


Parte

II

LESÕES DESPORTIVAS GENERALIDADES   Caracterização da lesão desportiva   Lesões musculares   Lesões tendinosas   Lesões ligamentares   Lesões da cartilagem   Fraturas e luxações mais frequentes no desporto   Lesões da criança desportista


3 Caracterização da Lesão Desportiva Artur Pereira de Castro

A lesão desportiva pode ser considerada como sendo uma lesão resultante da prática desportiva, nas suas várias vertentes, desde o desporto amador e de recreio, até ao despor‑ to de competição ou profissional. No decurso da sua prática desportiva, os atletas de lazer ou competição podem sofrer traumatismos de varias intensidades, úni‑ cos e violentos, e traumatismos de repetição. A lesão reveste­‑se da mesma importância para qualquer um dos atletas – é a mais im‑ portante, pelo menos naquele momento. As lesões desportivas são causadas por traumatismo de diferentes tipos, intensida‑ des ou graus. Para simplificar, consideramos as lesões como: s

Traumáticas (provocadas por macro‑ traumas);   De sobrecarga ou overuse (provoca‑ das por microtraumatismos de repe‑ tição).

s

s

14

Lesões de tecidos moles – musculares, tendinosas, ligamentares e cartilagíneas;   Lesões esqueléticas – fraturas.

s

Enquanto os macrotraumatismos podem ser únicos e violentos (a dor é intensa e leva a uma evidente impotência funcional que im‑ põe uma paragem desportiva), os microtrau‑ matismos podem resultar do simples gesto técnico feito no limite da sua funcionalidade, ou mesmo para além desta, repetitivo e du‑ rante muito tempo. As lesões microtraumáticas têm origem na sobrecarga das estruturas articulares e periarticulares no decurso das atividades desportivas. Podem atingir a cartilagem ar‑ ticular, os tendões e os músculos, os nervos adjacentes e mesmo o próprio osso. Do mesmo modo, as lesões desportivas podem ser divididas em lesões agudas e le‑

sões de sobrecarga, dependendo do mecanis‑ mo de lesão e do início dos sintomas. Assim, as lesões agudas ocorrem subitamente e têm uma causa determinante ou mecanismo de ação bem definido, e as lesões de sobrecarga ocorrem de forma gradual e progressiva. As lesões agudas ocorrem geralmente em desportos de alta cinética ou velocidade, com alto risco de quedas (esqui, snowboard), e em desportos de equipa caracterizados por contacto físico frequente e de alta energia (futebol, hóquei, andebol e rugby). As lesões de sobrecarga são mais fre‑ quentes em desportos aeróbicos que reque‑ rem um treino repetido, longo e monótono (corrida de fundo, ciclismo e cross country skiing), ou em desportos técnicos que reque‑ rem um gesto técnico repetitivo (ténis, salto em altura e lançamento de dardo). As lesões desportivas também se podem dividir em:

O princípio básico do treino é que o cor‑ po reage de uma forma previsível a uma carga de treino físico específica, com uma adaptação específica dos tecidos. Se a carga de treino exceder a capacidade de adaptação dos tecidos, a lesão pode surgir. Para o diagnóstico correto de uma lesão desportiva, é necessário conhecer bem a mo‑ dalidade que o atleta pratica, o envolvimento de treino, o tipo de piso em que treina e com‑ pete, o ambiente em que o faz, as condições climatéricas, o tipo de calçado, o gesto técnico


Lesões Desportivas – Generalidades

M. bicípite femural, longa porção

M. semitendinoso M. semimembranoso

Tipo 4 Tipo 3a e 3b Tipo 1a

Tipo 2b

Tipo 2a

Tipo 1b Tipo 3a e 3b Tipo 4

Figura 4.1  •  Localização preferencial e classificação das lesões dos isquiotibiais. M – músculo.

Tabela 4.1  •  Classificação das lesões musculares de acordo com Mueller-Wohlfahrt e colaboradores (2013). Mecanismo

Tipologia

s

Tipo 1A – L. de fadiga   Tipo1B – DOMS   Tipo 2A – NM medular   Tipo2B – NM periférica   Tipo 3A – rotura minor   Tipo 3B – rotura moderada   Rotura subtotal ou total   Avulsão tendinosa

s s s s s s s s

Lesão muscular funcional: – Tipo 1 – hipersolicitação – Tipo 2 – neuromuscular   Lesão muscular estrutural: – Tipo 3 – parcial – Tipo 4 – subtotal

s

s s s s

Lesão muscular indireta   Lesão muscular direta   Contusão   Laceração

Morfologia

L – lesão; NM – neuromuscular; DOMS – delay onset muscle soreness.

18

Caracterização das lesões musculares

Diagnóstico

Quando a lesão acontece, é importante lembrarmos as três noções fundamentais: o diagnóstico, o tratamento e o prognóstico.

Deve ser clínico, em primeiro lugar (his‑ tória clínica e mecanismo lesional, inspeção, exame clínico, incluindo testes funcionais e localização da lesão), complementado por ecografia ou RM (Fig. 4.2).


Lesões Musculares

A

B

Figura 4.2  •  Lesão muscular do gémeo interno. A: Corte axial; B: Corte T2 com saturação de gordura.

Os testes laboratoriais, incluindo creati‑ no quinase (CK), mioglobina (Mb) desidro‑ genase lática (LDH) ou troponina (Tn)[10], podem apresentar valores elevados, mas têm um valor limitado na interpretação das le‑ sões musculares e não apresentam, nos casos de lesão, especificidade diagnóstica.

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Tratamento O principal tratamento das lesões mus‑ culares passa por uma adequada codificação da lesão e uma correta adaptação à gravida‑ de clínica e imagiológica. O tratamento imediato para a lesão do sistema musculoesquelético, ou qualquer outra lesão traumática de partes moles, é co‑ nhecido como o princípio do RICE (repouso, gelo, compressão e elevação), com o intituito de minimizar a hemorragia local, controlar a inflamação pós-traumática, prevenir uma maior retração das fibras lesionadas e, sub‑ sequentemente, uma maior reação cicatricial. O uso precoce de crioterapia[2] está assim as‑ sociado a um hematoma significativamente menor no local da rotura das fibras muscu‑ lares, menor inflamação e regeneração acele‑ rada. De acordo com os conhecimentos atuais, é recomendável a combinação do uso de gelo e compressão[11] (ligaduras frias) por perío‑ dos de 15 a 20 minutos, com intervalos de 30

a 60 minutos. Este tipo de protocolo diminui em 3 a 7 °C a temperatura intramuscular e 50% do fluxo sanguíneo intramuscular. A elevação do membro leva a uma diminuição da pressão hidrostática, reduzindo a acumu‑ lação de líquido no espaço intersticial. Nesta fase inicial, que compreende cerca de cinco dias, há que evitar manobras ina‑ propriadas, nomeadamente massagens vigo‑ rosas, calor húmido ou medicação com corti‑ coides ou anti-inflamatórios não esteroides[7] (AINE) pela interferência negativa no proces‑ so inicial de reparação (fase inflamatória) do tecido conjuntivo das fibras musculares, bem como na adesividade tissular. No entanto, esta prática não é consensual, pois existem poucos estudos controla‑ dos que confirmem a validade dos AINE no tratamento de lesões musculares em huma‑ nos. O’Grady e colaboradores[9] reportaram que o uso de anti­‑inflamatórios resulta numa melhoria transitória na recuperação da lesão muscular induzida pelo exercício. O uso de indometacina tem sido indicado nos casos em que existe suspeita de evolução calcificante/ /miosite ossificante. Nesta primeira fase, en‑ tre o 1.º e o 4.º dias, o recurso a evacuação eco‑ guiada do hematoma pode estar recomenda‑ dada, bem como a utilização de terapêuticas favorecedoras da otimização regenerativa (fatores de crescimento, citoquinas, suramin, 19


Lesões Desportivas – Generalidades Tabela 9.1  •  Osteondroses mais frequentes relacionadas com a prática desportiva e sua localização. Centro de ossificação

Localização

Nome

Primário

Escafoide cárpico

Doença de Preiser

Semilunar

Doença de Kienböck

Cuneiforme médio

Doença de Buschke

Escafoide társico

Doença de Köhler

Epífises vertebrais

Doença de Scheuermann

Crista ilíaca

Doença de Buchman

Sínfise púbica

Doença de Pierson

Junção isquiopúbica

Doença de Van Neck

Tuberosidade isquiática

Doença de Valtancoli

Pequeno trocânter

Doença de Monde­‑Felix

Grande trocânter

Doença de Mandl ou Buchman

Polo inferior da rótula

Doença de Sinding­‑Larsen­‑Johansson

Tuberosidade anterior da tíbia

Doença de Osgood­‑Schlatter

II metatarso

Doença de Freiberg

Base do V metatarso

Doença de Iselin

Grande tuberosidade do calcânio

Doença de Sever

Clavícula

Doença de Friedrich

Côndilo interno do úmero

Doença de Froelich

Côndilo externo do úmero

Doença de Froelich

Capitelium do úmero

Doença de Panner

Cabeça umeral

Doença de Hass

Epífise proximal do rádio

Doença de Schaefer

Epífise distal do cúbito

Doença de Burns

Secundário

crescimento nesta zona (grupo etário 12­‑14 anos) é responsável pelo aparecimento das queixas. Na maioria das situações, está asso‑ ciada a um encurtamento dos músculos an‑ tagonistas. São exemplos de outras osteocondro‑ ses por tração: doença de Sinding­‑Larssen­ ‑Johansen, no polo inferior da rótula, a doen‑ ça de Iselin, localizada na base do V metatar‑ so, e a osteocondrose do osso acromial, típica dos remadores[2].

56

Osteocondroses por compressão Nesta situação, são os traumatismos por impacto direto local que levam ao apareci‑ mento das alterações vasculares da epífise. A doença de Freiberg (Fig. 9.3) envolvendo a “cabeça” do II metatarso (mas também pode atingir os outros metatarsos) é o exemplo mais comum das osteocondroses por com‑ pressão, em particular nos praticantes de atletismo. Outro exemplo de osteocondrose por compressão é a doença de Panner, atingindo


10 A Coluna

10.1

Traumatologia desportiva da coluna vertebral

Jorge Mineiro, João Cannas, Luís Barroso

Introdução Vivemos num mundo em constante com‑ petição, em que nos é incutido o “dever” de nos prepararmos da melhor forma para os desafios que nos são lançados no dia a dia. São desafios de índole variada, em que a nos‑ sa performance tem de ser sempre otimizada, pois somos comparados regularmente com os nossos pares em relação aos resultados da nossa atividade, seja ela profissional ou desportiva. O desporto faz parte da vida de muitos de nós. Quando realizado de uma for‑ ma programada, tem, sem dúvida, inúmeras vantagens, no entanto, pode também ser a fonte de múltiplas lesões, agudas e crónicas, quando desconhecemos as regras ou quando ultrapassamos a compliance do nosso apare‑ lho musculoesquelético, tendo em conta vá‑ rios fatores, que tentaremos abordar neste capítulo. Como é do conhecimento geral, o exercí‑ cio físico e a participação em atividades des‑ portivas têm inúmeras vantagens para a saú‑ de e bem­‑estar. Melhoram não só a performance cardiovascular e pulmonar, mas também a força e a flexibilidade musculotendinosa e articular, contribuindo ainda para o contro‑ lo do peso, fator importante na otimização da função dos vários órgãos e sistemas, em particular dos aparelhos musculoesquelético 66

e cardiovascular. No sexo feminino está bem demonstrado o quanto é importante o exercí‑ cio físico com ação da gravidade, como forma de prevenir a osteoporose. Sabemos também que, após a menopausa, a mulher perde mas‑ sa muscular como parte do processo fisioló‑ gico e que o exercício físico apropriado con‑ tribui para a preservação desta massa mus‑ cular, tão importante para o seu bem­‑estar físico e psíquico nesta fase da vida. O exercício físico tem também reconhe‑ cido benefício ao nível dos sistemas nervoso e imunitário, e a literatura mostra hoje que a atividade física pode prevenir o efeito imu‑ nológico nefasto do stress sobre o corpo hu‑ mano[1]. O desporto pode também contribuir para a redução do stress na vida diária, para além de a maior parte das pessoas que o pra‑ ticam regularmente afirmarem que é também uma fonte de prazer! No entanto, na sociedade moderna em que vivemos, o desporto e a atividade física em geral estão na moda, e por isso, são mui‑ tas vezes praticados em situações fora das condições ideais para a idade ou para as limi‑ tações individuais do nosso aparelho muscu‑ loesquelético, em particular da nossa coluna vertebral (por exemplo, desporto juvenil). Adequar a atividade desportiva à nossa coluna vertebral implica conhecer as altera‑ ções estruturais que a nossa coluna adquire ao longo da vida, passando não só pela fase de desenvolvimento, mas também pelo pro‑ cesso degenerativo a que o nosso aparelho musculoesquelético está sujeito e ao qual ne‑ nhum de nós consegue fugir. Por este facto, ao falarmos de trauma‑ tologia desportiva, o clínico deverá ter uma


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A Coluna

visão global das patologias, dos desportos e das lesões mais características, bem como do tipo de atleta. As lesões que um atleta de fim de semana com 30­‑40 anos de idade sofre são seguramente diferentes das que um atle‑ ta federado que pratica canoagem, rugby ou qualquer outro desporto regularmente sofre. A coluna vertebral no seu dia a dia de atividade desportiva está sujeita a uma so‑ brecarga mecânica, de uma forma ocasional ou mantida, para além de exercer um papel de pivot muito importante na mecânica de outras articulações, como o ombro, e mes‑ mo de outras estruturas, como os plexos e as raízes nervosas. A harmonia deste conjunto de funções e do seu posicionamento axial com a qual se articulam todos os membros dá à coluna vertebral um papel de relevo na otimização destas tarefas, quadro clínico esse que se torna bem evidente nas disfun‑ ções crónicas da cintura escapulotorácica dos atletas que utilizam o membro superior do‑ minante para fazer arremesso de um instru‑ mento (bola, dardo, etc.). Do mesmo modo, também a cintura lombopélvica necessita de estar bem equilibrada para otimizar a performance do membro inferior para qualquer atleta, mas de uma forma particular para os que correm e saltam (por exemplo, saltadores de comprimento e altura). Por estas razões, o tratamento das lesões desportivas tem de ter por base um profundo conhecimento não só das alterações estrutu‑ rais da coluna vertebral inerentes às diferen‑ tes fases da vida, mas também exige a per‑ ceção plena dos mecanismos da lesão, tipos de lesão bem como de um conjunto de parti‑ cularidades que fazem parte de cada despor‑ to. Neste contexto, as circunstâncias em que surgem os traumatismos da coluna vertebral no adulto devem ser conhecidas de todos, de modo a que se possam não só prevenir, mas também proteger o desportista no campo, no transporte e tratá‑lo até à sua reintegração desportiva.

F isiopatologia e epidemiologia do traumatismo vertebral

Em muitos aspetos, o tipo de lesão de‑ pende muito da forma e do momento em que a coluna vertebral recebe a “carga” excessi‑ va e, por esta razão, há desportos em que a coluna se encontra bastante mais vulnerável a este tipo de traumatismos. As exigências do desporto fazem com que pelo “triângulo” de articulações forma‑ do pelo disco intervertebral e pelas facetas articulares passem forças de compressão e de cisalhamento várias vezes superiores ao peso do atleta. O disco intervertebral é bastante tolerante às forças de compressão mas pouco tolerante às forças de cisalhamento e de rota‑ ção, com potencial para rasgar as fibras ex‑ ternas do anel fibroso quando sujeito a forças superiores a 3 graus de rotação segmentar[2]. Os desportos com mudanças rápidas de direção, em particular os que se jogam em piso rápido, aumentam o risco de sobrecar‑ ga e falência do disco intervertebral. O disco degenerado, com ou sem rotura, vai compro‑ meter a estabilidade segmentar intrínseca, contribuindo para a rotura discal por incapa‑ cidade de tolerar a sobrecarga mecânica nes‑ se tipo de desporto. As idades mais jovens, ao contrário do que se possa pensar, não estão imunes às lesões discais e existe mesmo uma certa pre‑ disposição genética para a degenerescência precoce do disco intervertebral[3]. Deste modo, podemos constatar que exis‑ tem formas de traumatismo agudo da coluna vertebral e outras formas de microtraumatis‑ mos repetitivos que lesam também a unidade funcional da coluna vertebral (complexo for‑ mado por dois corpos vertebrais e pelo disco intervertebral). No que respeita aos acidentes de mergu‑ lho, por exemplo, que, como sabemos, repre‑ sentam uma pequena percentagem dos aci‑ dentes aquáticos, se a lordose está invertida no momento da flexão, a coluna cervical não é capaz de dissipar as forças axiais (pela mus‑ culatura paravertebral e pelos discos inter67


Lesões Desportivas – Especificidades Regionais

vertebrais como na lordose fisiológica) que se exercem no momento do impacto. Este facto resulta na transmissão das forças de compres‑ são às estruturas ósseas e disco­‑ligamentares, acabando por provocar a rotura das mesmas com fratura ou mesmo fratura-luxação da coluna cervical[4]. Nos desportos de contacto, a variabili‑ dade é grande. No rugby, que é um desporto agressivo mas com regras e disciplina, cer‑ ca de 10% das lesões são na coluna cervical (ocorrendo com mais frequência nas forma‑ ções ordenadas), sendo os avançados de pri‑ meira linha (talonador em particular) aque‑ les que estão expostos ao maior risco[5,6]. No futebol americano, apesar do equipamento mais sofisticado, verifica­‑se ainda uma alta taxa de lesões da coluna cervical e do plexo braqueal, mas que diminuiu com a introdu‑ ção de equipamento protetor[7,8]. As artes marciais, desportos com séculos de existência, acarretam riscos de lesão grave da coluna cervical, em particular com algu‑ mas manobras que estão hoje bem estudadas e cujo impacto momentâneo se assemelha ao traumatismo cervical por mecanismo de chi‑ cote (no condutor que sofre impacto pela tra‑ seira do veículo). Estes modelos biomecâni‑ cos estudados, muito semelhantes aos deste tipo de traumatismo rodoviário, mostraram que as forças intervenientes nas manobras de Goshi, Souplesse, Guillotine e Supplex são da mesma ordem de grandeza e, por isso, capa‑ zes de provocar lesões graves neste segmento da coluna vertebral. Outro facto relevante é que neste tipo de desporto não existe ainda qualquer dispositivo protetor que possa, de alguma forma, prevenir este tipo de lesão[9,10]. No trampolim, a incidência deste tipo de lesões era igualmente elevada, facto que contribuiu para que, nos Estados Unidos da América, a Sociedade de Pediatria tenha de‑ saconselhado o uso de trampolim nas esco‑ las, bem como nos parques infantis, noutros espaços recreativos ou mesmo em casa, ten‑ do assim baixado drasticamente o número de lesões da coluna vertebral com este tipo de atividade desportiva. 68

Nos desportos de alta velocidade, como o esqui alpino e o snowboard, são também frequentes os traumatismos da coluna ver‑ tebral, no entanto, as lesões encontram­‑se repartidas pelos seus diversos segmentos. A incidência no snowboard é cerca de 3 a 4 vezes superior à dos praticantes de esqui e, nestes, cerca de 80% dos traumatismos estão relacionados com os saltos e ocorrem mais frequentemente na coluna toraco­‑lombar.

Tipos de lesão não óssea mais frequentes

Nos traumatismos da coluna vertebral em geral e com maior incidência na coluna cervical, são frequentes as lesões de partes moles, maioritariamente de etiologia variada, com musculoligamentares, discais ou disco­ ‑ligamentares e da medula espinhal. Se, por um lado, a coluna cervical está mais exposta à lesão do que as outras regiões da coluna vertebral nos desportos de contac‑ to, nos desportos de alta velocidade a incidên‑ cia é mais uniforme em todos os segmentos da coluna, visto que qualquer um pode ser afetado por este tipo de traumatismo ocasio‑ nal. Para além das lesões de partes moles, é natural que se mencionem também as fratu‑ ras da coluna, mas relativamente a estas, o âmbito deste capítulo apenas pretende dar orientações de conduta imediata e, neste con‑ texto, referir os cuidados pré-hospitalares e no transporte para os centros hospitalares de diagnóstico e tratamento.

Lesões ligamentares A coluna vertebral é constituída por 3 articulações e um conjunto de 8 ligamentos principais, que funcionam conjuntamente para dar estabilidade a cada unidade funcio‑ nal da coluna vertebral (constituída por duas vértebras e um disco intervertebral). Neste grupo que liga os corpos vertebrais, os liga‑ mentos estão distribuídos na parte da fren‑ te pela coluna anterior e média – ligamento longitudinal comum anterior, ligamento


Especificidades Imagiológicas das Lesões Desportivas

Figura 23.3 · Rx oblíquo da tibiotársica, com impingement anterior (seta).

(píxeis/vóxeis) numa escala de cinzentos. As estruturas que atenuaram mais a radiação X vão ficar mais densas (hiperdensas) e as que atenuaram menos a radiação X, menos den‑ sas (hipodensas). O feixe de Rx utilizado na TC é mais colimado, originando menos ra‑ diação difusa e menor irradiação por corte do que a radiologia convencional. A dose de radiação utilizada é, no entanto, dependente das características do equipamento, dos pa‑ râmetros selecionados (quilovolts, miliam‑ peres) e do número de cortes e espessura de corte necessários para estudar a região de interesse. Em estruturas de pequeno volume, a TC permite realização de cortes diretos axiais, coronais, sagitais ou oblíquos (por exemplo, punho), mas, nas estruturas de maior volu‑ me, permite apenas a realização de cortes axiais (por exemplo, anca e joelho). Os mo‑ dernos equipamentos de multicorte permi‑ tem, contudo, a obtenção de reconstruções multiplanares e tridimensionais (Fig. 23.5) de elevada qualidade, muito úteis na caracteri‑ zação de lesões e no planeamento cirúrgico. A maior parte do material metálico ortopé‑ dico produz artefactos que podem impossi‑ bilitar a interpretação das imagens nos cortes

Figura 23.4 · Rx da tibiotársica de face stress em varo, alargamento da entrelinha articular externa por lesão ligamentar.

Tomografia computorizada A TC, tal como a radiografia convencio‑ nal, utiliza radiação X para obtenção das ima‑ gens. A ampola de raios X, em vez de estar fixa, como na radiologia convencional, gira à volta da zona a estudar, que é colocada no centro do túnel. A radiação X, depois de atra‑ vessar a área de interesse, em vez de ativar uma película radiográfica, vai incidir em de‑ tetores, que não são mais do que transforma‑ dores analógico-digitais que vão transformar a informação recolhida numa imagem cons‑ tituída por uma rede de pequenos pontos 224

Figura 23.5 · Reconstrução 3D volume rendering com face interna do tornozelo, estruturas ósseas, tendinosas e fáscia plantar.


Especificidades Imagiológicas das Lesões Desportivas

flap e quistos parameniscais. As lesões verti‑ cais/radiais do menisco externo podem ser subtis, necessitando de interpretação cuida‑ dosa. A RM é, também, uma boa técnica para o estudo de meniscos operados, necessitando,

no entanto, de contraste intra­‑articular (artro­ ‑RM) quando as meniscectomias forem im‑ portantes. A RM tem excelente acuidade diagnósti‑ ca na deteção de lesões parciais e completas

A

B

Figura 23.21 · Rotura do músculo reto da coxa direita (RM). A: Corte axial em T2 com saturação de gordura. B: Corte sagital em T2 com saturação de gordura.

A

B

Figura 23.22 · Lacerações meniscais (RM). A: Laceração horizontal menisco interno; corte sagital DP com saturação de gordura. B: Laceração vertical/radial do menisco externo; corte sagital ponderado em T1.

A

B

Figura 23.23 · Laceração “asa de cesto” do menisco interno, com deslocamento de fragmento meniscal. A: Corte sagital RM em DP com saturação de gordura. B: Corte coronal RM em DP com saturação de gordura.

234


Membro Inferior

dos ligamentos, nomeadamente dos ligamen‑ tos colaterais (Figs. 23.24 e 23.25) e cruzados (Fig. 23.26), bem como de possíveis lesões associadas. É, igualmente, a técnica escolhida para o estudo de complicações pós-operató‑ rias de lesões ligamentares, mais frequentes em cirurgias do LCA. Assim, além de pós-ligamentoplastia do LCA, assim como de roturas parciais ou completas (Fig. 23.27A) do neoligamento, podem ocorrer faltas de isometria ou conflitos com a chanfradura intercondiliana, motivadas por mau posicio‑ namento dos túneis, lesões de artrofibrose secundárias à cirurgia nomeadamente na for‑ ma localizada (cíclope) (Fig. 23.27B), edema adjacente aos túneis da ligamentoplastia e extrusão de parafusos de fixação. Acrescem

ainda complicações no local de colheita do enxerto para a ligamentoplastia (tendinopa‑ tias ou roturas do tendão rotuliano, lesões dos músculos isquiotibiais, etc.). A RM tem acuidade muito elevada no diagnóstico de lesões de overuse associadas ao desporto, tais como a síndrome da banda iliotibial (Fig. 23.28), tendinopatias (nomea‑ damente do tendão rotuliano), infiltrados da gordura do bolsa de Hoffa (hoffite) e fraturas de stress. A RM é a melhor técnica para o estudo da cartilagem de uma forma não agressiva (sem recurso a complementos artrográficos), nomeadamente da cartilagem patelar (Fig. 23.29). É, também, a técnica de eleição para o estu‑ do de instabilidades rotulianas pós-luxação

Figura 23.24 · Lesão de grau II do ligamento colateral interno; contusão do pratotibial externo; corte coronal DP Sat.

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A

Figura 23.25 · Lesão/arrancamento do ligamento colateral externo, contusão e fratura do côndilo interno, contusão do pratotibial externo, corte coronal DP Sat.

B

Figura 23.26 · Lacerações dos ligamentos cruzados. A: LCA; corte sagital DP Sat. B: Ligamento cruzado posterior (LCP); corte sagital ponderado em T1.

235



24mm

A prática desportiva, nas suas diversas vertentes, sofreu, nos últimos anos, um incremento avassalador. Hoje em dia, tornou-se uma metodologia terapêutica, social, económica e vivencial, obrigando os profissionais da área da saúde e das ciências do desporto a uma melhor compreensão da envolvência dessa prática e das suas consequências, nomeadamente no que diz respeito à especificidade das lesões desportivas. Neste contexto, multiplicam-se os estudos, procurando conhecer em pormenor os conceitos da cinesiologia, as modificações de um organismo em esforço, as limitações fisiológicas, a recuperação da fadiga, a prevenção de lesões e a história natural da própria lesão. Este livro dá a conhecer, de uma forma simples mas abrangente, as principais lesões desportivas na sua generalidade e especificidade regional, bem como a envolvência das mesmas desde que acontecem até à reinserção desportiva, passando pelas diversas fases de diagnóstico, reabilitação, prevenção e perspetivas futuras de abordagem terapêutica, visando uma recuperação mais rápida e de melhor qualidade.

C

Trata-se de uma obra que pretende ser um guia de apoio, suporte e referência para todos aqueles que se interessam pelo desporto e pelas lesões com ele relacionadas.

M

Y

CM

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CMY

Pedro Pessoa – Assistente Graduado do Hospital Ortopédico Sant´Iago do Outão; Responsável pela Cirurgia Ortopédica do Sporting Clube Portugal; Coordenador da Região Sul e Ilhas do Colégio de Ortopedia da Ordem dos Médicos (2009-2015); Professor Convidado de Ortopedia do Instituto Politécnico de Setúbal - Escola Superior de Saúde; Ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia (2010-2012); Membro do Comité de Artroscopia da ESSKA (2012-2014); Membro da Secção do Joelho da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT; 2005-2007); Membro da Direção da SPOT (2013-2015); Diretor clínico da Clínca Ortopédica da Algodeia. Henrique Jones – Especialista em Ortopedia e Medicina Desportiva; Mestrado em Medicina Desportiva; Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital da Força Aérea (2003 -2011) e Diretor Clínico do Hospital da Força Aérea (2009-2011); Ortopedista e Médico de Campo da Seleção Nacional de Futebol (desde 2000); Professor Convidado da Universidade Lusófona, Lisboa; Presidente da Direção da AMEF (1996-1999); Membro do Comité Médico da UEFA; Vice-Presidente do Comité de Traumatologia Desportiva da ESSKA (2012-2014); Membro da Direção da EFOST; Vice-Presidente da SPMD (2013-2015); Presidente da Assembleia Geral da SPAT (2012-2014); Membro do Conselho Nacional do Exercício da Medicina de Ordem dos Médicos; Diretor Clínico da Clínica Ortopédica do Montijo.

ISBN 978-989-752-029-7

9 789897 520297

www.lidel.pt

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