Ponta Grossa, 2022-1
Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da UniSecal
MEIO AMBIENTE
Contaminação no Lago de Olarias, o que os olhos não veem, o nariz sente Um dos mais novos parques de Ponta Grossa, o Lago de Olarias (foto), é agraciado por sua beleza, mas ainda peca na falta de qualidade ambiental, causando um cheiro forte de decomposição. Crédito: Maria E.Malucelli
CULTURA
POLÍTICA
Ameaçados pelo digital, sebos investem em vendas on-line
Voto feminino tem poder decisivo nas eleições do município
A concorrência com livrarias de projeção nacional, a facilidade de acesso a livros digitais e a baixa adesão a leitura entre os brasileiros.
Mulheres representam maioria do eleitorado ponta-grossense. Política 5
Cultura 18
ENTRETENIMENTO
ENTRETENIMENTO
Como se divertir em Ponta Grossa com R$ 50 no final de semana Ponta Grossa tem vários locais para se divertir aos finais de semana, com pouco dinheiro. Confira algumas dicas e opções de lazer na nossa cidade. Entretenimento 15
Oscar busca maior diversidade nas premiações Após receber duras críticas com o chamado “Oscar’s so White”, Academia tem tentado diversificar seus membros e indicados. Ao chegar próximo ao lago, já se avista uma placa sobre probição de nadar no local.
Entretenimento 20
CULTURA
SAÚDE
TECNOLOGIA
SAÚDE
TECNOLOGIA
Eventos voltam a Ponta Grossa após pandemia
Síndrome de Burnout atinge trabalhadores do mundo todo
Pix ainda gera desconfiança nos brasileiros
Ponta Grossa: cidade das farmácias
População brasileira passa em média 3h42 na internet
Com a volta 100% de todas as programações de entretenimento no Brasil, a cidade de Ponta Grossa não poderia ficar de fora.
Considerada por muitos um problema nascido com a pandemia , o Burnout é uma doença antiga ligada diretamente ao trabalho.
Lançado em novembro de 2020, o Pix é um sistema de pagamento digital criado pelo Banco Central que se tornou um fenômeno.
Cultura 16
Saúde 13
Tecnologia 9
Apesar de ser a quarta cidade mais populosa do Paraná, Ponta Grossa perde em número de farmácias por habitantes. Saúde 14
Segundo pequisadores brasileros só perdem para os filipenses com 4h15 e para os colombianos que passam em média 3h45 Tecnologia 11
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OPINIÃO
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Novos começos
N
o período de pandemia vimos inúmeras coisas acontecerem. Muitas mortes por conta do covid-19, alta na inflação levando o preço dos combustíveis e alimentos às alturas, e quando tudo parecia voltar a normalidade, um conflito entre dois grandes países, Rússia e Ucrânia, foram instaurados. Neste contexto analisamos que o Jornalismo nunca parou, mesmo quando muitos se isolaram ou se refugiaram, estávamos lá, cobrindo tudo e fazendo valer da nossa missão. Depois de dois anos com aulas a distância, retornamos. Foram meses de incerteza, mudança de mente e vida, e claro, de novos começos. O Jornal Nova Pauta é tradição no curso de Jornalismo da Unisecal. E nada melhor que agora, com o retorno das aulas presenciais, podermos apresentar a vocês um conteúdo dinâmico, compacto e preciso. Tudo isso no papel. Os anos podem ter passado, e o avanço da tecnologia ter permitido a entrada de novos meios de comunicação, mas nada substitui o jornal impresso. Jornal este que leva a notícia à pessoas dos mais distintos meios sociais, com a mesma característica de sempre, pautado na veracidade dos fatos. Aqui falamos com liberdade e responsabilidade sobre variados assuntos. Saúde, tecnologia, política, meio ambiente, cultura e entretenimento. São diversos temas reportados por diferentes acadêmicos, mas com um único objetivo, trazer a informação com credibilidade. Por João Maciel, editor-chefe Nova Pauta
EXPEDIENTE NOVA PAUTA - Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da UniSecal - 2022 Professores- Helton Costa e Ligiane Malfatti Reportagem, fotos, textos e diagramação - Alan Cristian, Ana Julia Rodrigues, Bianca Haile, Eduardo Vaz, Elisangela de Quadros, Elizangela Schimidt, Fabrizio Reusing, Gabriel Cabral, Gabriel Ramos, Gabriel Ribeiro, Izabele Antunes, Jeniffer Case, João Maciel, Júlio César, Kamila Ferreira, Leticia Antunes, Luana Abrantes, Lucas Franco, Lucas Veloso, Maria Malucelli, Maryellen Ferreira, Mayara Pontes, Maysa Vitória, Milena Batista, Nicola Francisco, Raissa Galvão, Renato PItela, Sirley Silveira, Vinicius Machado, Willian Koziel, Yago Almeida
SAUDOSA BIBLIOTECA Ainda lembro o tempo em que frequentei os bancos escolares. A tecnologia ainda não estava ao nosso favor. Pesquisas para trabalho ainda eram feitas pelo bom e velho método de ir à biblioteca, pesquisar em qual livro estaria o tema a ser trabalhado e somente depois disso, começar o trabalho de ler e resumir o conteúdo. Mais tarde, com a chegada da internet, a aventura aumentou, as pesquisas puderam ser feitas de casa. O computador era gigante comparado aos que temos hoje em dia, a velocidade da internet nem se fala. Os custos eram altos, pois utilizavam os pulsos da linha telefônica para fazer a navegação. Com isso, a velocidade era baixa e o telefone ficava sempre com o sinal ocupado. Para que esse custo fosse mais baixo, usávamos a internet entre a meia-noite e seis da manhã, quando era usado apenas um pulso, ou aguardávamos pelo fim de semana quando, salvo engano, após as 12h de sábado até às seis horas da manhã de segunda, o custo era de apenas um pulso. E ‘ai’ daquele que ousasse tirar o telefone do gancho, pois a internet ‘caía’ e os downloads, que demoravam uma ‘era’ eram perdidos. Hoje, a tecnologia está ao lado de todos. Computadores mais potentes, internet mais veloz que permite pesquisar, ouvir música, jogar, estudar e até viajar sem sair do lugar. Porém, podemos constatar uma questão contraditória: quanto mais acessível e tecnologia, que facilita tudo o acesso para os jovens, mais acomodados parecem ficar. É a famosa turma do ‘control+c, Control+v’. Tudo se copia e nada se aprende. Se antes, para ‘copiar e colar’ eu necessariamente precisava ler, hoje, em questão de minutos, temos um ‘trabalho pronto’. Esta é uma questão preocupante. Quando começo a ler comentários de posts aleatórios nas redes sociais, chega a me bater um certo desespero ao deparar com uma inundação de erros que variam desde digitação até concordâncias, ausência de pontuação e inúmeros outros. Quero encerrar por aqui deixando um apelo aos jovens: usem e abusem da tecnologia, porém a usem com consciência, com o desejo infinito de aprender. Essa ferramenta é uma enorme aliada para o crescimento, mas não deixem de lado o bom e velho hábito de ler. Leia livros, revistas, jornais, quadrinhos, mas leiam. Aliem a leitura e a internet e com toda certeza vocês terão o mundo em suas mãos. Julio Cesar FreePik
MEIO AMBIENTE
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Contaminação do Lago de Olarias parece estar esquecida
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Ao chegar próximo ao lago, já se avista uma placa alertando os visitantes sobre a proibição de se nadar nele, pois, se trata de um lago somente contemplativo. Crédito: Reprodução
Maria E. Malucelli Muito se falou na falta de qualidade da água no Lago de Olarias quando o mesmo estava para ser inaugurado em meados de 2019 e início de 2020, porém, hoje em dia, parece que todos convivem em harmonia com a paisagem onde os olhos não veem, mas o nariz sente. Ao chegar próximo do lago, já se avista uma placa atentando os visitantes sobre a proibição de se nadar nele, pois, se trata de um lago somente contemplativo. O fato de servir para contemplação não é apenas para manter a estética elitista, mas sim porque a água é completamente imprópria para pesca, mergulhos ou qualquer tipo de consumo que não seja o visual.
Segundo a página não-oficial do Lago de Olarias que leva o nome do mesmo, a causa do mau cheiro se intensifica com o calor por conta da quantidade de plantas aquáticas invasoras que se proliferam em grande quantidade no local, causando um forte cheiro de decomposição e acarretando na proliferação de insetos. A página é de apelo popular, onde se publicam notícias acerca do lago, funcionando como um banco de dados do ponto de lazer e onde os visitantes deixam seus comentários a respeito do mau cheiro vindo do lago como nos exemplos ao lado: Como se não bastasse a decomposição e os insetos, logo que o lago virou assunto em meados de 2018, o Grupo de Educação e Química Ambien-
tal da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sob a coordenação das professoras Elizabeth Weinhardt de Oliveira Scheffer e Patrícia de Los Weinert, que realizaram uma pesquisa para verificar a qualidade da água no ponto que se tornaria uma das maiores áreas dedicadas ao lazer e esportes de toda a cidade. A pesquisa tinha como base a comparação de classificação que vai de 1 até 4, onde a classe 1 é apropriada para contato direto e a 4 é um estado impossível de convivência. Foi revelado que a água se situava na classe 3 e 4 em diferentes pontos do lago, tornando inconcebível a existência de lazer dentro da área. Para mais detalhes, acesse o artigo Nosso Lago de Olarias, publicado pela professora Elizabeth disponível em: https://dcmais.com.br/ponCrédito: Maria E.Malucelli
Foi revelado que a água se situava na classe 3 e 4 em diferentes pontos do lago, tornando inconcebível a existência de lazer dentro da área.
O secretário afirmou não poder fornecer essas informações ta-grossa/artigo-o-nosso-lago-de-olarias/ Atualmente, a construção do segundo lago está em andamento. Até então, não foram divulgadas mais pesquisas a respeito da qualidade da água do primeiro lago, tanto por parte da UEPG, quanto da prefeitura. Foi tentado o contato com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde o responsável André Luis Pitela afirmou que até a data do fechamento desta matéria, traria informações a respeito de questionamentos sobre novos estudos referentes a qualidade da água no Lagode Olarias e medidas a serem tomadas com a finalidade de garantir a qualidade da água no lago, porém na data limite, o secretário afirmou apenas não poder fornecer essas informações por conta da correria de seu dia. A assessoria não deu retorno algum.
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MEIO AMBIENTE
Animais estão ameaçados de extinção nos Campos Gerais Estudos apontam que os fatores como aquecimento global, fragmentação e ocupação humana ajudam no processo de extinção das espécies mais conhecidas dos Campos Gerais.
Alan Cristian De acordo com o biólogo Roberto Artoni, os grupos que correm maior risco são conhecidos por possuírem comportamentos restritos, como habitar locais específicos (Endêmicos), e por muitas vezes terem seus ciclos de alimentação dependentes de alguns animais ou plantas exclusivas. Se tais vegetações e faunas entrarem em falta na natureza, os impactos serão drásticos diante das alterações encontradas no meio ambiente. Habitats e Espécies em apuros Os lambaris das furnas do Parque Estadual de Vila Velha são modelos específicos de animais que vivem isolados há milhares de anos, pois eles não têm outras formas de se adaptar em outros ecossistemas, precisando de conservação junto do meio onde vivem. Muitas populações acabam entrando em decadência, e várias
Lobo Guará em seu habitat natural
são conhecidas na ciência e na mídia comum, uma das mais notadas é a do Lobo-guará, que por meio da ocupação humana, seja por cidades, indústrias, até mesmo pela agropecuária, vem tendo o seu habitat reduzido, porém, os grandes predadores são os que mais se prejudicam, mostrando os maiores
efeitos, como relatos atuais de Onças Pardas que fogem da natureza e vão parar em centros urbanos, para buscar recursos de sobrevivência. Com a diminuição das florestas e o aumento das geleiras, as diversidades decaem. Na ecologia é possível encontrar uma teoria recente, que se refere à defaunação das florestas, onde a vegetação é intacta, mas a diversidade animal é baixa, e o motivo mais notável é a intervenção humana, com a poluição e o desmatamento. “Na história do planeta Terra, estamos em um período chamado interglacial, onde o aquecimento ocorre lentamente”, relatou Artoni. Aves ameaçadas Os canários, saíras e guaxes, são as espécies mais representadas. Em seguida os bem-te-vis e papa-moscas, além dos famosos Joões-de-barro, gaviões e falcões. Restam apenas 4,9% das espécies conhecidas
no Paraná, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada do Paraná. “Outras que entraram em ameaça são as Águias-cinzentas, os Curiangos-do-banhado e os Macuquinhos-da-várzea”, revelou Antenor Capão, biólogo. Encontra-se um grupo enquadrado na categoria criticamente em perigo, 11 em perigo e nove nas vulneráveis, sete são de hábitos florestais, outras na mesma quantidade são campestres, quatro semiflorestais e três palustres. De acordo com muitos estudos da avifauna da região e revisões bibliográficas foram identificadas três espécies localmente extintas da região dos Campos Gerais inhambucarapá, ema, e a arara-vermelha-grande. Estas espécies desapareceram certamente por consequência da perda de ambiente natural, neste caso de campos, campo-cerrado e a floresta.
Por que pilhas e baterias devem ser descartadas corretamente? Osvaldo R. Izidoro Junior Na composição de pilhas e baterias são encontrados diversos tipos de metais pesados que são extremamente perigosos a saúde humana, além de representarem riscos de contaminação do solo e da água, dependendo do lugar onde forem descartados. Por isso é importante na hora de se livrar das pilhas e baterias não jogar junto com o lixo comum. O correto é levar estes tipos de resíduos a um ponto de coleta próprio. Em Ponta Grossa há vários locais, geralmente localizados em supermercados como Tozetto, Condor e Atacadão. Ou-
tros pontos de coleta podem ser consultados em um próprio site que a prefeitura disponibiliza. Algumas pessoas tem o hábito de descartar estes resíduos. `` Eu descarto pilhas e baterias pelo menos uma ou duas vezes ao ano, dependendo da quantidade que tenho separado em casa, pois uso bastante o rádio a pilha que tenho em casa e o controle da tv, mesmo que seja uma pequena atitude eu sei que faz diferença``, diz Antônio de Paula. Geralmente estes resíduos são repassados aos fabricantes ou importadoras. As pilhas e baterias podem ser recicladas, reutilizadas, ou podem passar por
Pessoa descartando pilhas no local correto
algum tipo de tratamento que possibilite um descarte não nocivo ao meio ambiente. As substâncias que estão dentro das pilhas e baterias se acumulam na natureza por não serem biodegradáveis, ou seja, elas não se decompõem por isso o alerta do descarte que se não for feito corretamente tem o perigo dos resíduos serem amassados ou estourados deixando
vazar o liquido toxico. Algumas dicas podem ser usadas para aumentar a vida útil das pilhas e baterias como nunca guardar em lugares expostos ao calor, isso ajuda a evitar vazamentos e sempre que possível optar por pilhas e baterias recarregáveis, pois tem mais durabilidade e dá uma ajudinha na preservação do meio ambiente.
POLÍTICA Mulheres representam maioria do eleitorado ponta-grossense
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Voto feminino tem poder decisivo nas eleições do municipio.
Mayara de Pontes A conquista do direito ao voto do gênero feminino não é tão antiga do ponto de vista histórico como muitos acreditam, no Brasil há menos de um século as mulheres não participavam das escolhas políticas do país, foi somente em 1932 que o Código Eleitoral Brasileiro passou a assegurar o voto feminino e em 1934 foi incorporado na Constituição Federal, porém nem todas as mulheres podiam votar, apenas as casadas, com autorização dos maridos, solteiras e viúvas com renda própria. A primeira mulher brasileira a votar foi a professora Celina Guimarães Viana, que foi às urnas em cinco de abril de 1928 na cidade de Mossoró, no interior do Rio Grande do Norte, Celina solicitou seu registro para participar da eleição municipal em um cartório de Mossoró, antes do decreto do pre-
Foto reprodução
Celina Guimarães Viana, primeira mulher brasileira a votar
sidente Gettttúlio Vargas (que só assumiria o poder em 1930 e autorizaria o voto feminino em 1932). Celina ingressou na lista de eleitores baseando-se na constituição estadual do Rio Grande do Norte, a iniciativa dela incentivou outras mulheres a fazerem o mesmo. Em Ponta Grossa, o número de eleitores aptos a votar chega a quase 240 mil, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desse total, as mulheres representam 53% da população votante.
Victória Cabrini Ribas tem 90 anos e faz questão de votar em todas as eleições. A primeira vez que votou foi aos 20 anos de idade. Além de ressaltar a importância do voto feminino, Victória diz que se fosse mais jovem queria participar ativamente da política se candidatando a algum cargo político. “Nunca deixei de votar, sempre fiz questão, pois sempre gostei muito de política e acho muito bom e importante que as mulheres participem das eleições, se eu fosse mais nova, gostaria de me candidatar”, conta. Enquanto Victória tem uma longa experiência exercendo sua cidadania através do voto, a estudante Sthefany Freitas está começando a trilhar esse caminho. A jovem tem 15 anos e confessa que não se interessa muito por política ainda, mas que tem uma boa expectativa para seu primeiro voto.
“Não me interesso muito por política mesmo sendo um assunto muito importante, não consigo ter uma opinião formada, mas acho interessante escutar e me informar. Mesmo não me interessando muito, estou animada, como é meu primeiro voto desejo ser certeira e firme nele, quero que minha ideia e percepção estejam corretas”, relata. Apesar de política não ser um assunto de grande interesse para a estudante, Sthefany conta que em sala de aula observa que a maioria dos adolescentes gostam de debater o assunto. “Principalmente nas aulas de filosofia e sociologia, vejo que a maior parte da sala de aula em que estou, se interessa pelo assunto e discute sobre ele. A maioria já tem opinião formada e assim o debate dura a aula inteira”, diz.
Marketing Político: como um candidato pode ser transformado em mito Jeniffer Case Marketing Político é uma forma de divulgar ideias e ações de um político, com um conjunto de técnicas e estratégias da comunicação. Muitos políticos usam para divulgar suas ideias e ações, fortalecendo sua imagem na mídia para atrair a confiança das pessoas. Marcus Delcolli, que é consultor político e gestor em marketing, ele explica sobre a diferença entre marketing político e marketing eleitoral. “O marketing eleitoral é reservado ao período da disputa pelo cargo público eletivo, e tem um objetivo claro: fazer com que o político vença as eleições. Já o marketing político acontece depois que o candidato conquistou uma cadeira e começa
a exercer o seu mandato. Nesse caso, temos estratégias de comunicação que podem visar a diferentes objetivos, como preparar o parlamentar para uma próxima eleição, ou fortalecer sua imagem junto à população para ter seu apoio em momentos cruciais. Assim, trata-se de um conjunto de ações a longo prazo”, comenta. Ele também falou da importância do planejamento e marketing político, afirmando que não adianta querer se candidatar a vereador, deputado ou prefeito nas eleições e não ter um planejamento de comunicação e marketing político definido. “Basta pensar que, mesmo políticos que estão no páreo pela reeleição e são nomes muito conhecidos,
possuem uma forte equipe de comunicação com profissionais experientes e capacitados. “Para o eleitorado isso também é muito importante, para ficar a par de tudo que o seu candidato tem feito”, argumenta. A jornalista Adriane Silva, atuante na área de marketing digital, conta que com o advento da internet, o marketing político ganhou novas abordagens, mas na essência do trabalho segue métodos antigos. “Não precisamos ir tão longe para se deparar com dois exemplos bem-sucedidos no Brasil. Um mais antigo e outro mais atual. De um lado o presidente pobre que se repaginou rico, do outro o que já era rico e vestiu o personagem de pobre humilde. Estamos falando
de Lula e Bolsonaro. Apenas a figura carismática do Lula não era capaz de elegê-lo. A repaginada na imagem do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, por branding feito em cima do petista, ex-metalúrgico e trabalhador de classe baixa foi a ponta do iceberg da estratégia executada na campanha de 2002. De lá para cá a imagem mudou, mas a essência permaneceu a mesma, uma figura pública diplomática, capaz de dialogar com todas as classes sociais, mesmo tendo como bandeira os mais pobres. Jair Messias Bolsonaro não fugiu às regras do marketing político, apenas foi ajustada a estratégia conforme o perfil.”
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POLÍTICA
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População vistoria vereadores O trabalho da população vai muito além de apenas eleger um vereador
Fabrizio Reusing e Nicolas Francisco A população deve vistoriar o trabalho de qualquer político eleito. O que pode ser feito é verificar se as promessas de campanha estão sendo cumpridas e se o trabalho do político em questão está sendo bem feito. A população pode verificar o trabalho do vereador através das sessões abertas ao público, nas segundas e quartas feiras. Um método de verificar o trabalho dos vereadores é através do portal da transparência, no portal da Câmara Municipal. Neste site, há diversas formas de ficar informado sobre todo o trabalho feito pelos vereadores e políticos da cidade de Ponta Grossa. O jornalista Afonso Werner, que acompanha o trabalho na Câmara de Vereadores, explica que é de fundamental impor-
tância a fiscalização dos eleitores sobre o trabalhos dos políticos eleitos, sejam eles vereadores ou de outros cargos políticos. “É muito importante a participação da população na câmara”, afirma o vereador Filipe Chociai, que complementa dizendo que “sempre defendeu o diálogo, pois, cada bairro tem uma demanda diferente e deve ocorrer esse acompanhamento para pautar o trabalho do vereador, para no final ter um resultado efetivo para a vida dos cidadãos”. Assim como a população tem o dever de fiscalizá-los, os vereadores têm o dever de fiscalizar a administração, cuidando da aplicação dos recursos e observando o orçamento. É dever deles acompanhar o Poder Executivo, principalmente em relação ao cumprimento das leis e da boa aplicação e gestão do dinheiro público.
Segundo vereador: “É muito importante a participação da população na câmara”,
Segundo a vereadora Joce Canto, é de extrema importância que todos acompanhem as assembleias. Ela diz, que sempre posta em suas redes sociais e convida a todos para acompanhá-los. Joce ainda ressalta que o povo deve entrar em contato com os vereadores, enviando demandas e ajudando na fiscalização para o bem da cidade. Após o envio, o vereador encaminha para o poder executivo realizar a obra e se for requeri-
mento, para responder no prazo estipulado. Os vereadores fazem parte do poder legislativo, e discutem e votam as leis e matérias que envolvem impostos, saúde, educação e esporte. Também é trabalho dos vereadores a fiscalização de contas, com ajuda do tribunal de contas municipal, o qual acontece todos os anos. Por ser do poder legislativo, o vereador deve basicamente fiscalizar o poder executivo.
Especialistas falam sobre como lidar com fake news eleitorais Maysa Taborda No dia 2 de outubro teremos eleições para presidente da república, governadores, senadores deputados federais e estaduais. “É importante ressalta que as informações a respeito da moral e da ética do político, que a meu ver são as mais importantes, sejam transmitidas de forma verdadeira tendo em vista que as maiorias dos eleitores priorizam votar em pessoas com bons princípios. E infelizmente o jogo sujo das Fake News busca principalmente manchar a moral do seu concorrente, e nestes casos o posicionamento de quem sofre com as Fake News deve ser claro e firme, deve-se utilizar de todos os meios possíveis, para resta-
FAKE NEWS NÃO PODE INFLUENCIAR O RESULTADO DAS ELEIÇÕES: Estudantes
76%
+ de 60 anos
Empresários Ganha + de 10 salários
92%
24% 9%
belecer a verdade”, diz Reinald Mendes, Assessor parlamentar Assembleia Legislativa Estadual do Paraná. “A primeira e mais urgente é colocar em prática o seu plano de contingência. A segunda é encaminhar o caso para o setor jurídico da campanha para avaliar se a Fake News poderá ser classificado como um crime
de calúnia, difamação e injúria prevista no capítulo V do Código Penal em seus artigos 138, 140 e 145”, conta Edson Gomez Radialista e Assessor. Os Posicionamentos de quem sofrer Fake News nas eleições são: As estratégias que oriento para se proteger das Fake News é criar um plano de contingên-
cia com um grupo de apoiadores, parceiros enfim todas as partes interessadas – os chamados stakeholders – preparadas para manter um monitoramento com objetivo de identificar o mais rápido possível o surgimento de uma notícia falsa sobre sua organização. Faz parte da equipe de marketing manter permanente esta atenção através de palestras, cursos e orientações ao grupo. Depois de identificada a Falsa Notícia o grupo deve colocar em prática o plano de contingência e que pode ser uma resposta rápida e em massa deste grupo denunciando a Fake News repassando as informações verdadeiras sobre o assunto para amenizar os efeitos do boato.
POLÍTICA
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Boca de urna ainda existe em PG e Justiça está atenta Um exemplo é a contratação de trabalhadores-fiscais para o dia do pleito Willian Koziel Antigamente, o cabo eleitoral fazia a propaganda e pedidos de votos para seu candidato próximo ao local de votação e em filas de seções eleitorais, o que se caracterizava um delito, lei n° 9.504/1997 - a lei das eleições. Hoje, tudo que envolve a questão de tentar promover candidatura ou interferir na decisão do eleitor é considerado boca de urna. A Justiça Eleitoral e a Polícia Militar são responsáveis pela transparência e a lisura do processo de votação. Alessandra Kopp, chefe de cartório da 15ª zona eleitoral conta que em Ponta Grossa, o órgão responsável pelo encaminhamento de quem pratica boca de urna é a PM. “Acionada pelo 190, a polícia vai ao local onde está havendo o delito e leva o indivíduo até a delegacia, onde ficará à disposição do Juiz Eleitoral”. Caso comprovado o crime eleitoral a pena é de seis meses a um anode detenção ou multa que pode ser
Foto: Willian Koziel
dato. Tenho consciência, busco a história e a índole dele”, comenta. Segundo Edson Gomes, radialista, publicitário, pós-graduando em ciências políticas e escritor, atualmente, a boca de urna que acontece na região é a contratação de pessoas por R$ 50 para serem fiscais. Cabos eleitorais e o próprio candidato saem nas vilas na última semana, contratando lideranças de bairros, os ‘agenciadores’. A contratação influencia o eleitor-fiscal na hora de votar. “Não só o voto dele, mas o da família, decidindo a eleição”, explica Edson. Envolvidos podem perder direito políticos e serem cassados
Em ano eleitoral, a Justiça está atenta para identificar ações ilegais
negociável com o juiz em troca de serviços à comunidade, convertida em cestas básicas, por exemplo. Crime ainda acontece A eleitora Flávia Mello conta que já presenciou boca de urna e candi-
dato sendo levado pela polícia após tentar influenciar eleitores. Diz que nunca pegou santinhos na rua e nunca foi influenciada por boca de urna. “Sempre tomo minha decisão de voto após conhecer cada candi-
Como denunciar? Qualquer cidadão que presenciar boca de urna pode denunciar através dos canais do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), como o aplicativo ‘Pardal’ anexando imagens e relatando fatos anonimamente, pelo número 190 do plantão da Polícia Militar, pessoalmente ou por meio eletrônico no Ministério Público Eleitoral.
Estudos apontam que Brasil não é exemplo de Democracia Fotos: Acervo Pessoal
Renato Pitella Segundo o relatório Mundial de 2022 da ONG internacional Human Rights Watch (HRW), o presidente Bolsonaro violou os direitos políticos e civis ao longo de 2021, aponta a Folha de São Paulo (13/jan). Estudos mostram que o Brasil já foi um país mais democrático, hoje, aponta um governo politicamente antidemocrático. Em Ponta Grossa, o doutor em sociologia política e professor de Direito da faculdade UniSecal, Aknaton Toczek Souza conta que é difícil mensurar a real ideia de entender a democracia. “Podemos dizer que democracia
Aknaton Toczek prof.de Direito - Unisecal
é uma palavra vazia, poli fórmica e difícil definir de forma objetiva”. Segundo o professor, Aknaton uma forma de situar a existência da democracia é onde circula riquezas.
Fotos: Acervo Pessoal
de como é possível entender e fortalecer a democracia no país. “Deve ser ass gurada na forma da valorização e manutenção das Instituições do Estado democrático de Direito”. “O modo de entender a democracia e de como ela pode ser classificada, determina como ela é aplicada” finaliza. Segundo o político Robert Dah citado na matéria do portal politize um modelo moderno lista as Edgar Talevi - colunista -Jornal D’Ponta News condições necessárias para que os “Um lugar onde não há clareza de processos de escolha representem como funciona, tem tendência de ao máximo a vontade das pessoas. Uma delas, o direito de voto, e o respouca democracia”, explica. Já o colunista e professor de Le- peito às minorias em busca pela tras Edgar Talevi mostra outra ideia equidade”.
TECNOLOGIA Em funcionamento há mais de um ano, Pix ainda gera desconfiança nos brasileiros Banco Central garante que o sistema de transações instantâneas é 100% seguro
Ferramenta pertence ao Banco Central Foto - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Lucas Franco Lançado oficialmente em novembro de 2020, o Pix é um sistema de pagamento digital criado pelo Banco Central que se tornou um verdadeiro fenômeno. O recurso é utilizado diariamente por 70% dos brasileiros, aprovado por aproximadamente 85% dos usuários e hoje conta com mais de 380 milhões de chaves registradas, de acordo com um levantamento realizado pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Com a ferramenta, é possível enviar dinheiro de uma conta para outra a qualquer hora do dia e em apenas alguns segundos, tudo isso por meio de um smartphone. Entretanto, mesmo com tanta praticidade na palma da mão, alguns brasileiros continuam desconfiados e optam por não utilizar o Pix, escolhendo fazer os pagamentos do jeito tradicional. A aposentada Maria de Lourdes Simões conta que não possui muita afinidade com os novos meios de pagamento. “Eu não uso porque tenho muita dificuldade com essas coisas mais modernas. Acho que falta acessibilidade para quem tem mais idade. Isso sem falar nos
golpistas, que sempre estão de olho tentando tirar dinheiro da gente”, conta. O relato de dona Maria corrobora com dados divulgados pelo Banco Central, que apontam que a ferramenta é mais utilizada por pessoas que possuem entre 20 e 29 anos de idade. Nesta faixa etária, o volume de transações corresponde a aproximadamente 35% do total de movimentações financeiras. Em contrapartida, brasileiros com mais de 50 anos de idade realizaram menos de 10% do volume total de pagamentos por Pix registrados entre novembro de 2020 e janeiro de 2021. Preocupação com a segurança De acordo com Adalberto Gomes, que atua como gestor de vendas de uma instituição financeira na região dos Campos Gerais, por mais que as possibilidades digitais sejam seguras e estejam sempre à disposição, alguns usuários seguem receosos com as tecnologias. “Existem clientes mais conservadores que não passam os dados bancários via WhatsApp, por exemplo. Eles preferem ir até o atendimento presencial”, explica. Ele ainda chama a atenção para a necessidade de ter muita cautela ao enviar dados bancários por ambientes digitais. “Ao tratar com terceiros, a recomendação é exatamente essa: nunca se deve passar dados via WhatsApp. Porém, em negociações diretamente com a instituição financeira, os canais digitais são até mais práticos. Mesmo assim, é importante ter cuidado”, diz.
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Pesquisa aponta aumento no número de idosos que utilizam aparelhos celulares na internet Vinicius Machado O número de idosos que acessam a internet aumenta ano após ano. É o que indica a pesquisa de 2021 da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas. Em comparativo com o ano de 2018, quando eram 68%, o número elevou para 97%. A mesma enquete mostrou que 84% dos entrevistados costumam utilizar a internet por smartphone, sendo assim o principal meio de acesso dos idosos para a internet. Isso demonstra o impacto da pandemia na vida do idoso, que devido ao isolamento, teve que ficar mais tempo em casa, já que a grande maioria é do grupo de risco. De lá para cá, já passou um ano, e os idosos continuam acessando a internet pelos aparelhos celulares, onde buscam acessar as notícias, fazer compras online, entretenimento, e o principal: contato com a família. Assim como milhares de motoristas de todo o Brasil, o Fernando Souza, 64, é caminhoneiro há quase 40 anos, e como passa muito tempo longe de casa e da família, costuma utilizar o aparelho para manter-se conectado com os parentes. ‘’A facilidade no uso e o quanto eles nos ajudam para manter o contato é algo que não imaginava há 10 anos atrás’’, lembra ele, sobre a importância e a facilidade do acesso para a internet por meio do smartphone. Fernando ressalta que é graças à videocha-
madas que consegue ver o rosto e o sorriso dos familiares, quando passa tempos longe de casa. ‘’Ajuda a matar a saudade enquanto estou na rodagem’’, conclui. No comércio, o vendedor Renan Gracheky, que atua em uma rede de comércio de eletrônicos e eletrodomésticos em Carambeí, contou sobre o impacto e a procura na compra dos aparelhos por idosos. ‘’Hoje eles procuram modernizar o celular comum e optam pelos smartphones’’. Segundo ele, o aumento foi nos ‘’smartphones, pois eles facilitam o acesso as redes sociais e as notícias’’, finaliza Gracheky. O número total de idosos no Brasil é estimado em 29,9 milhões (2020), dos quais 97% utiliza a internet.
Idoso manuseando um smartphone moderno, em busca de entretenimento e passatempo. Foto: divulgação
TECNOLOGIA 10 NFTs: Entenda melhor o que significam os novos investimentos virtuais Ponta Grossa, 2022-1
Provavelmente você já escutou ou leu a frase ‘token não fungível’, mas afinal, o que isso significa exatamente? Raíssa G. Ribeiro
Os NFTs estão entre os assuntos mais discutidos do momento na internet, com famosos e influencers comprando a ideia, alguns lucrando milhões através dos tokens e o resto de nós pensando se isso não é mais uma fraude. O que com certeza você não sabe é que, os NFTs existem há anos, explodindo somente agora no mundo da arte digital. Mas o que exatamente é um NFT? Você deve realmente comprar um? O que são os NFTs? NFT é uma abreviação que significa ‘non fungible token’, no português ‘token não fungível. Eles são separados em duas partes, ‘token’ e ‘não fungível’. Algo que é fungível é considerado como moeda de troca, então ‘não fungível’ é tudo o que é único. O token significa um bem digital, que fica armazenado em uma blockchain, através disso, o adquirente possui sua validade para comprovação de aquisição do token comprado e não será questionado sobre sua veracidade. Apesar de o exemplo mais comum de NFTs hoje ser através da arte digital, existem várias coisas, como GIFs, músicas, vídeos, e moedas digitais para jogos. Após a compra, você faz um registro como proprietário desse produto na blockchain, assim você será o proprietário de uma pintura física ou outra coisa que pagou da qual só você tem uma cópia. Mas como funcionam os NFTs? Um NFT necessita de duas peças de tecnologia, sendo blockchain e criptomoeda. Blockchain é um banco de
dados digital, como um livro eletrônico onde muitas informações são armazenadas, neste caso, a autenticidade desses bens não tangíveis que são adquiridos e registrados para comprovar sua veracidade. Para comprar NFTS, você depende das criptomoedas. Como por exemplo, as mais faladas, Ether e Bitcoin. Além delas, há diversas outras moedas digitais ativas no mercado, tudo depende de qual NFT você irá comprar. Após comprar um NFT utilizando suas criptomoedas, seu produto é adicionado ao blockchain. Por seguinte, haverá provas de que você possui o NFT, pois existe uma forma de ‘contrato inteligente’ que mostra como este bem foi adquirido e transferido para seu nome. Para que um NFT pode ou será usado? Os exemplos mais comuns que vemos na tv ou na internet, são NFTs de arte. Mas além desses, podem haver fotos, ilustrações, GIFs ou outras peças de arte criadas por pessoas, mas esse não é o único tipo de NFT no mercado. “Os NFTs foram criados para serem super autenticados, essa é a diferença do poder de compra deles, como por exemplo quando você compra um veículo ou um imóvel e o mesmo é autenticado em cartório para comprovar a compra, nesse caso a diferença é sobre um ser tangível e o outro não, além de um estar registrado em um local físico e o outro estar em um banco de dados digital”, explica Franciely Oliveira, contadora, investidora e conselheira de criptomoedas.
Os NFTs são golpes? Apesar do conceito de um NFT não ser um golpe e a grande maioria ser legítimo, isso não significa que todos são seguros. A tecnologia por trás dos NFTs é nova e complexa, por isso, há pessoas tentando se aproveitar desta confusão. “Quando comecei a me interessar por esse mundo eu era muito leigo no assunto, não sabia quais caminhos utilizar para chegar aos lugares confiáveis, assim comecei a seguir instruções de alguns influencers e profissionais de marketing digital, infelizmente tive um grande prejuízo e nenhum retorno”, conta Kaio Correia, mecânico e investidor. “As pessoas consideram algo passageiro, um truque de pirâmide, e claro, muitos são golpes. Mas as pessoas não devem ter uma impressão errada, só é bem importante buscar entender melhor.” Atualmente Kaio é investidor no jogo BombCrypt, que vem sendo um sucesso na internet. “O jogo é bem estilo RPG, você compra as Bcoins (criptomoedas do jogo) e com elas pode comprar guerreiros e melhores qualificações para que eles escavem mais Bcoins para você, e assim depois de uma certa quantia de moedas em cofre, você pode resgatar em dinheiro para sua conta, parece difícil mas é bem simples, eu já consegui recuperar meu investimento e fazer um extra.”
Exemplos de NFTs Axie infinity (Eixo infinito)
Axie Infinity é um jogo que explodiu imensamente desde a sua criação. Ele possui algumas semelhanças comparado a outros games e é um dos exemplos mais exclusivos dessa tecnologia. Jogando é possível comprar ‘Axies’ através de suas criptomoedas. Os ‘Axies’ são guerreiros que você usa para batalhar, construir e caçar. O jogo também possui algumas similaridades com o BombCrypt citado acima.
Iate clube do macaco entediado
Eminem, Jimmy Fallon e Paris Hilton, são proprietários de um Bored Ape Yacht Club NFT. Uma coleção de milhares de imagens, esses NFTs representam diferentes macacos, cada um com seus estilos e faces para serem únicos. Se quiser adquirir algum, você precisará pagar milhões com o preço elevando continuamente.
Neymar é uma das celebridades que investiu milhões no Iate clube do macaco entediado. . FOTO: Isto é dinheiro.
TECNOLOGIA Brasileiros gastam muito tempo na rede social Segundo pesquisa, são quase quatro horas diárias que a população passa conectada Gabriel Ribeiro De acordo com a pesquisa divulgada pela plataforma Cupom Válido, o Brasil está no top três, do ranking de país que mais usam as redes sociais. No estudo, foram reunidos dados da Hootsuite e WeAreSocial. Segundo os números, a população brasileira passa, em média, 3h42 minutos online. Quem lidera o ranking, é a Filipinas (4h15) e Colômbia (3h45). O estudo também aponta que a faixa etária que mais passa tempo conectada está entre os 16 e 24 anos. A região do Sudoeste do país tem uma maior taxa de usuários que utilizam as redes sociais, sendo 78% de pessoas conectadas do local. De acordo com a pesquisa, a rede social mais acessada é o Youtube, sendo 96,4%. Esse número acaba sendo preocupante, pelo fato de os vídeos infantis serem os mais assistidos. Como é o caso do clipe de “Baby Shark”, que lidera o ranking de vídeos mais assistidos, somando mais de 10 milhões de visualizações. A ajudante geral, Jéssica Jaine, mãe de duas meninas, uma de 5 e outra de 6, conta que as duas passam somente o tempo permitido no celular. “Eu dou o celular na mão delas ‘bem rapidinho’, só para ver um vídeo ou outro. Se deixar, elas passam o dia inteiro na frente do celular.”, conta. Hoje também existem as televisões com acesso à internet, consequentemente o Youtube também faz parte do mix de plataformas que podem ser acessadas no televisor. Jessica afirma que tenta mes-
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O Facebook é a rede social mais acessada do país. clar o tempo de suas filhas em frente a TV e brincadeiras ao ar livre. “Geralmente deixo elas ficarem assistindo o Youtube quando eu estou arrumando a casa, para elas ficarem quietas. Mas as vezes mando elas irem brincar lá fora”, finaliza. Finalmente chega o momento esperado e o príncipe observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, uma a uma, ele anuncia o resultado e indica a bela jovem como sua futura esposa. As pessoas presentes tiveram as mais inesperadas reações. Ninguém compreendeu porque. Fala dos especialistas De acordo com a Oftalmologista Juliana Wagner D ada, 32, o uso contínuo das crianças com a tela do celular, pode ocasionar problemas visuais. “Problemas como a miopia e para a população em geral, cansaço visual, dores de cabeça, olho seco e estrabismo”, explica a doutora. Para evitar os problemas ocasionados por passar horas na tela de celular, especialistas fazem algumas recomendações, como diminuir o brilho do celular e fazer pausas regulares.
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Crimes cibernéticos aumentam com o avanço tecnológico Maryellen Nogaretti A tecnologia vem avançando cada vez mais rápido ao longo das últimas déca das, as redes trouxeram mais rapidez e agilidade para o nosso cotidiano, atualmente tudo se resolve em apenas um clique, porém essa agilidade também tem sido muito útil para criminosos. Os crimes cibernéticos estão cada vez mais frequentes causando danos financeiros e emocionais em suas vítimas. De acordo com a consultoria alemã Rouland Berger, o Brasil foi o 5° país que mais teve registros de crimes cibernéticos em 2021. Assim como em todo Brasil, Ponta Grossa também vem sofrendo com esses ataques, segundo o delegado Dr. Nagib Nassif Palma chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, o crime mais comum na cidade e em toda região dos Campos Gerais sempre foi estelionato, porém desde o início da pandemia outros crimes como, extorsões, golpe de vendas, golpe do amor, entre outros, vem sendo muito frequentes. Os criminosos escolhem a dedo seus alvos e as vítimas são sempre as pessoas mais vulneráveis como explica o delegado. “As pessoas mais maduras que estão começando a lidar agora, estão às vezes mais sensíveis e acabam esquecendo de alguns cuidados”, explica ele. *Maria da Silva* nome fictício, foi uma dessas vítimas. Ela teve seu perfil do Instagram invadido por hackers e os criminosos usaram a conta para praticar o golpe de vendas utilizando o nome e imagem de Maria. A vítima afirma que não tomou todos os cuidados. “Não tomei todas as precauções
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Brasil foi o 5° país que mais teve registros de crimes cibernéticos em 2021. e eu nem sabia que existiam. Também assumo que usei um e-mail desatualizado na criação da conta”, afirma ela. Maria diz que as vítimas perderam cerca de R$ 2,5mil acreditando que era ela quem estava administrando o perfil. A alta exposição nas redes sociais e a liberação de dados são portas abertas para os criminosos. O delegado Nagib reforça os cuidados que devem ser tomados. “Como quase todos os cuidados que temos que ter como cidadãos de bem para não sermos vítimas fáceis de qualquer crime, é ter bom senso e duvidar de tudo o que está fácil ou vantajoso, ter cautela, checar as informações”, alerta o delegado. Em maio de 2021 o presidente Jair Bolsonaro sancionou o Projeto de Lei n 4.554/2020 que amplia as penas para os crimes de estelionato e furtos utilizando dispositivos eletrônicos. O projeto cria um agravante com pena de reclusão de quatro a oito anos.
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SAÚDE A EFICÁCIA DO MEDICAMENTO GENÉRICO NO BRASIL Ponta Grossa, 2022-1
Com preço mais em conta, fármaco é opção entre demais medicamentos de marca
Kamila Ferreira Medicamento genérico é um fármaco idêntico ao de referência, ou seja, possui as mesmas características e produz no organismo os mesmos efeitos que um medicamento de marca, eles passam por vigorosos testes de qualidade antes de obterem seu registro e comercialização autorizada. Somente assim podem ser vendidos de forma segura. São considerados genéricos os medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação que o medicamento de referência, sem o nome fantasia (ou marca). Os genéricos, portanto, podem substituir os medicamentos de marca. Surgimento No Brasil a lei que regulamentou esses medicamentos é a n°97987, de 10 de
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preços menores “por serem cópias de medicamentos já conhecidos, sendo assim não precisam de investimentos em pesquisa para seu desenvolvimento”. Segundo Edna Silvana Camargo os medicamentos genéricos só se diferenciam dos demais pelo nome científico, de acordo com ela comprar por um preço mais “acessível” vale mais a pena. “A eficácia é a mesma então não tem por que precisar escolher entre um e outro, o preço é variável e fica acessível para todas São considerados genéricos os medicamentos com a mesma substância ativa, forma farmacêutica as pessoas que optarem por um medie dosagem e com a mesma indicação que o medicamento de referência, sem o nome fantasia camento genérico ou um medicamento de marca”. fevereiro de 1999, mais conhecida como Consumidor “lei do genérico”, com ela a saúde públiO consumidor tem direito a conheComo identificar ca do país se estabeleceu após ampliar cer os medicamentos genéricos e ter O farmacêutico explica que é poso acesso da população a esses medica- acesso a eles, pois o genérico pode subsmentos e melhorar a qualidade dos pro- tituir o medicamento de marca com ga- sível identificar um medicamento gedutos do ponto de vista sanitário, além rantia do mesmo efeito terapêutico, por nérico através da própria embalagem de tornar o mercado farmacêutico mais um preço muito menor. De acordo com “medicamento genérico - lei 9.787/99” e competitivo. o farmacêutico Bruno Marcelo Barboza, ao lado a letra G com uma tarja amarela. esses medicamentos são vendidos por
Pacientes recuperados da covid-19 podem apresentar sequelas prolongadas Milena Batista
Segundo pesquisadores da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos, mais da metade das pessoas que foram infectadas pela covid-19 desde 2019, podem ter sequelas em até seis meses após a recuperação. De acordo com estes estudos, tanto crianças quanto adultos podem apresentar problemas de saúde. O coronavírus atinge principalmente os pulmões. Trata-se de uma infecção causadora de sintomas parecidos com os da gripe, como febre, dor de cabeça, tosse, dores no corpo e coriza. Em alguns casos, devido ao agravamento da doença, é necessário o internamento hospitalar. Principais Sequelas No geral, a grande maioria dos infectados apresentaram cansaço, fraqueza ou perda do olfato/paladar. De acordo com os pesquisadores, existem algumas tendências entre os sobreviventes: como perda de peso, falta de mobilidade, dificuldade de concentração, falta de ar, queda de cabelo, falta de apetite. Conforme a enfermeira Dayane Diniz, pessoas com comorbidades e com
idade avançada, podem apresentar sequelas por mais tempo. “As pessoas que tiveram um acometimento pulmonar grave, podem ficar com sequelas permanentemente, já que a recuperação é mais demorada nesses casos”. “A vacina não previne 100% da doença e, mesmo que contraída juntamente de sintomas leves, essas sequelas tem chances de permanecerem após a recuperação da covid. As sequelas mais comuns são o cansaço e a perda de memória, onde a pessoa fica com os pensamentos mais lentos”, completa Diniz. Dayane ainda fala a respeito da área de saúde sobrecarregada. “Os hospitais e pontos de atendimento continuam sobrecarregados, ainda possuem leitos de covid disponíveis. Mesmo que hoje, as pessoas contraiam sintomas de maneira mais leve, existe uma procura muito grande por atendimento. Muitos assintomáticos procuram pontos de atendimento sem necessidade, ou por medo, causando assim, uma superlotação”. Ela comenta que a maiorias dos pacientes internados em leitos de covid atualmente, são as com comorbidades e as que não tomaram nenhuma dose da vacina. No caso de Maria Andreia Dal Col,
que possui pressão alta e obesidade, os sintomas foram tosse seca, dor de garganta, coriza, indisposição e fraqueza. “Os sintomas eram leves. Por exemplo, a dor de garganta e a coriza, duraram pelo menos cinco dias, já a fraqueza, durou mais tempo. Às vezes, ainda tenho (fraqueza), sinto um cansaço inexplicável”. Por outro lado, a filha da dona Maria, a Letícia Maria Dal Col, de 21 anos, além da dor de garganta, sentiu dores no corpo e na cabeça. “Contraí a covid-19 duas vezes. Minhas recuperações foram rápidas, e não sinto cansaço ao praticar atividade física”. A Rosane Salache, de 49 anos, foi infectada pelo vírus uma vez e teve dores de cabeça. “Foi uma recuperação lenta. Mesmo depois de estar recuperada, senti cansaço, tive queda de cabelo e memória fraca”. Já o Fernando Lirman, de 31 anos, teve bronquite quando criança. Após contrair o coronavírus, ele sentiu dores no peito, febre e muito cansaço. “O cansaço permaneceu até mesmo depois da recuperação. Tive 75% do pulmão comprometido pela doença. Mas graças a Deus, me recuperei rapidamente, três meses se passaram e já estava praticando atividade física normalmente”.
Porque o Covid-19 deixa sequelas Pesquisadores dizem que, no momento em que ocorre a infecção, o corpo produz uma grande quantidade de substâncias inflamatórias, conhecidas como citocinas. Elas têm o objetivo de aumentar a ação do sistema imunológico para, dessa forma, combater o vírus. Porém, as citocinas podem se acumular em órgãos e sistemas do corpo humano, causando inflamações e sequelas.
Divulgação revista Veja
SAÚDE 13 Conheça a Síndrome de Burnout e os sintomas que atingem trabalhadores do mundo todo Ligada a ambientes de trabalho desfavoráveis e cargas horárias não definidas, a Síndrome de Burnout tem sido Ponta Grossa, 2022-1
Gabriel Ramos Em 1974 o médico americano Freudenberger classificou uma doença psicológica ligada ao trabalho, que só viria a receber grande atenção, inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS), décadas depois: a síndrome de Burnout. Caracterizada por sintomas como exaustão física, emocional e psíquica, além de fadiga, sentimento de vazio e baixa autoestima, esta síndrome tem uma importante diferença para outras doenças semelhantes, que é a relação direta com o trabalho exercido pelo paciente. Em conversa com a psicóloga Solange Schmidt Cochinski, especialista em saúde mental e atenção psicossocial, a profissional esclarece que a Síndrome Burnout é o resultado de um árduo e longo processo de tentativas de lidar com o estresse decorrente do trabalho. Segundo ela, é essa relação estreita com o exercício laboral que diferencia a síndrome de outras doenças. Com a recente atenção que a doença vem recebendo da mídia, muitas pessoas associam diretamente a síndrome a algumas mudanças trazidas pelo COVID-19, como a implantação da modalidade de home-office. Ao ser questionada sobre esta possível ligação, a psicóloga é pontual. “Tendo em vista
muito comentada recentemente que as características do trabalho executado podem influenciar na evolução do Burnout, alguns fatores como sobrecarga de trabalho com pouco tempo para descanso e lazer, o isolamento social e a diminuição do apoio e suporte dos colegas ou chefia, a dificuldade de comunicação, ambiente físico e sonoro inadequado, assim como não ter tempo e local de trabalho bem delimitados, podem estar relacionados com o aumento de casos da Síndrome de Burnout”, explica. Para Solange, a nova classificação da síndrome pela OMS, como doença ocupacional é de grande importância para a prevenção da Burnout, já que ao ser reconhecida como produto de um ambiente de trabalho desfavorável novas medidas de prevenção podem ser praticadas, seja pelas empresas ou pelos indivíduos. “Estes programas de prevenção, intervenção e tratamento atuam nas condições de trabalho com objetivo reduzir os fatores de risco – além de orientar e apoiar o tratamento em casos que o quadro já ocorre”, comenta a psicóloga. A especialista dá dicas importantes, para que empresas evitem ocorrências de Burnout dentro do quadro de funcionários, como por exemplo garantir
Síndrome de Burnout está diretamente ligada ao ambiente e condições de trabalho/iFoto: CCRMed - Síndrome de Burnout
boas condições físicas no ambiente de trabalho, gerar um ambiente colaborativo e de bons relacionamentos, jornada e horários de trabalho bem delimitados, permitir a participação nas decisões bem como a realização de feedbacks dos desempenhos profissionais. Também no âmbito pessoal, Solange aponta questões importantes para se evitar a doença: “Ter o suporte social e familiar; com relações que permitem ter diálogo com abertura e confiança, poder contar com ami-
gos em momentos de angústia e fragilidade, além de manter o hábito do autocuidado com momentos de lazer, atividade física, sono de qualidade e alimentação saudável”. Segundo a profissional, o diagnóstico deve ficar sempre por responsabilidade de um psicólogo ou médico, e comenta que o tratamento pode ser realizado com medicamentos e terapia cognitivo comportamental, para desenvolver habilidades e estratégias eficientes para prevenção e controle de eventos estressores.
PMPG orienta que os usuários procurem atendimento nas instituições de ensino que ofertam essas especialidades por um valor mais acessível.
com os funcionários. Precisa melhorar com mais remédios para quem necessita”, conta.
Como obter tratamento dentário gratuito em PG João Maciel
Quando se fala em tratamento bucal, logo se imagina em gastar muito dinheiro. Mas você sabia que esse serviço também é encontrado no serviço público de saúde? Em Ponta Grossa, todo cidadão tem o direito de ser atendido pelo profissional dentista, e esse atendimento é encontrado em 37 Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. A saúde bucal é muito importante para todos. Ela vai muito além de prevenir apenas uma cárie, por exemplo, e evita a perda de dentes, além de melhorar a autoestima. De acordo com a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG), para se obter um tratamento dentário, o usuário deve se dirigir ao posto de saúde mais próximo de sua residência, que
conte com uma equipe de saúde bucal. Lá ele será acolhido e avaliado pelos profissionais, que farão o atendimento ou agendamento conforme a situação clínica diagnosticada. Serviços Segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS), as equipes de saúde bucal ofertam procedimentos de restauração, extração, profilaxia, raspagens, aplicação de flúor, selantes, consultas de orientação de higiene oral e medidas de prevenção e promoção de saúde bucal, entre outros serviços. O que não é fornecido A oferta das especialidades de Implantodontia e Ortodontia não estão no escopo da atenção primária, que é de responsabilidade do município. A
Usuários A ponta-grossense Érika Godói, conta que já conseguiu marcar atendimento através do telefone e pessoalmente. Ela disse que o serviço é de boa qualidade e que precisa melhorar apenas no período do tratamento. “Eles determinam um tempo e depois aumentam. Mas o atendimento é muito bom. Não tenho do que reclamar”, disse. Luciane Kochinski, que também é usuária do serviço odontológico público, relata que quando vai à UBS, consegue atendimento. “Sempre vou ao posto. Se tenho dúvidas converso com a agente comunitária, me dou bem
TEMPO DE ESPERA A Prefeitura informa que para atendimento inicial não há grande demora e que situações de urgência são atendidas conforme avaliação clínica. Ainda explica que casos eletivos podem gerar uma espera de uma ou duas semanas dependendo do diagnóstico.
SAÚDE 14 Ponta Grossa: a cidade das farmácias? Ponta Grossa, 2022-1
O Nova Pauta comparou dados das cinco cidades mais populosas do Paraná para descobrir a relação entre farmácias e habitantes no município. Eduardo Vaz PopularmenteacidadedePontaGrossa vem sendo chamada, pelos próprios moradores, de ‘Cidade das Farmácias’. O apelido deve-se à impressão da grande quantidade destes estabelecimentos espalhados pelo município. Unindo dados do IBGE e também do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, o Nova Pauta foi descobrir e responder à pergunta: seria Ponta Grossa a cidade das farmácias? Apesar de ser a quarta cidade mais populosa do estado, Ponta Grossa perde em número de farmácias e também na estatística de farmácias por habitante para Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel, que têm as maiores populações do Paraná. Ao todo, registradas no CRF-PR, Ponta Grossa tem 157 farmácias, entre estabelecimentos comunitários, comerciais, públicos e de manipulação, o que coloca o município na quinta colocação em números totais de estabelecimentos desta modalidade entre as maiores cidades do estado. Por outro lado, o quantitativo representa uma farmácia para cada 2,2 mil habitantes, o que indica Ponta Grossa como a cidade com mais farmácias proporcionais a habitantes entre as maiores cidades do Paraná, à frente da própria capital, Curitiba. Especialistas alertam para o risco da automedicação Fluoxetina, bicarbonato de sódio, paracetamol, entre tantos outros compostos químicos, fazem parte do dia a dia do brasileiro. De acordo com um estudo da Close-Up Retail Market, o ‘Dorflex’, medicamento à base de dipirona, foi o campeão de vendas no ano de 2020, entre os compostos que não exigem a prescrição médica, com quase 24 milhões de unidades comercializadas. Apesar da alta procura, especialistas vem alertando que é preciso atenção ao consumo descontrolado de remédios. Everson Krum, farmacêutico e professor da UEPG, explica que os medicamentos são classificados conforme os riscos que podem oferecer à saúde do paciente e, por isso, alguns deles apenas são comercializados com prescrição
Foto: Eduardo Vaz
médica. “Aqui no Brasil nós não temos a tradição de fazer uma fiscalização rígida da venda dos medicamentos tarja vermelha, a não ser aqueles que necessitem da retenção de receita e os antibióticos”, conta. “Mas a legislação se baseia conforme o risco ao paciente”. O professor conta que os medicamentos que podem ser vendidos sem a prescrição são chamados de OTCs (over thecounter – ‘além do balcão’, em tradução livre), ao redor do mundo, e MIPs (‘medicamentos isentos de prescrição’) no Brasil. Eles oferecem um risco muito baixo de dependência química. “São, principalmente, os xaropes, os antiácidos, os analgésicos e os antitérmicos. Esses medicamentos não têmna sua caixa original a tarja vermelha mas, apesar do risco baixo, é preciso que o paciente tome cuidado com possíveis reações que possam acontecer”, afirma. Sintomas como perda de consciência, dor aguda e mudança na coloração da urina podem indicar uma intoxicação medicamentosa, porém, o farmacêutico conta que a perda de consciência ou sono além do comum são sinais de que algum remédio pode estar agindo em excesso no corpo. “Aí, é preciso a procura por um serviço de saúde, porque existem formas de se tratar diretamente a intoxicação, com uso de recursos e de produtos que vão fazer a quelação, ou seja, que vão fazer a absorçãodesse excesso, bem como proteger de possíveis danos aos rins, fígado, estômago e intestino, que podem provocar situações muito mais graves”, alerta. Entre os medicamentos em que são exigidas as prescrições, estão os antibióticos. De acordo com o professor, o motivo seria evitar o desenvolvimento de bactérias super resistentes devido à superexposição ao composto químico. “No Brasil, quem pode fazer essa prescrição são médicos, dentistas e veterinários, que são os profissionais que têm o conhecimento, juntamente com os outros profissionais de saúde, para fornecer as receitas tomando o cuidado para que uma pessoa não use exageradamente os antibióticos e venham a trazer resistência bacteriana”, ressalta.
Ponta Grossa tem 157 farmácias,, o que coloca o município na quinta colocação em números totais de estabelecimentos desta modalidade entre as maiores cidades do estado
Conselho segue atento O gerente técnico científico do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Jackson Rapkiewicz, reforça os perigos da automedicação. “Ela não é adequada quando realizada com medicamentos que precisam de receita, por tempo prolongado, por indicação de amigos e parentes. A automedicação inadequada pode resultar em mascaramento de sintomas de uma doença em progresso, uso de doses inadequadas ou por períodos de tempo muito curto ou longo, surgimento de reações adversas, ocorrência de intoxicações e interferência do medicamento com outros tratamentos”, explica. A dona de casa Sandra de Freitas, 42, afirma que entende os perigos da automedicação, mas que prefere tomar um remédio próximo da data de vencimento, ainda que não precise, do que descartar o medicamento. “Não consigo jogar fora. Sei que não deveria,
mas fala mais alto que eu. Nunca tive problemas de intoxicação e tento tomar cuidado,mas quem não gosta de tomar um remedinho?”, brinca. Everson conta que o medo constante de desenvolver problemas de saúde e o vício em medicamentos pode ser caracterizado como hipocondria. “Algumas pessoas têm essa preocupação excessiva com a saúde e questionam até mesmo sinais naturais que normalmente aconteceriam com o corpo, já achando que pode ser alguma doença grave e já querem procurar o tratamento ou diagnóstico. Nestes casos é preciso avaliação de um profissional e a recomendação pode ser de terapia”, explica. Para Rapkiewicz, do CRF-PR, há fatores que podem contribuir com a condição. “A dificuldade de acesso a outros serviços de saúde e o hábito de buscar nos medicamentos a cura para todos os problemas”, diz.
15 Artistas e marcas investem no TikTok ENTRETENIMENTO
Ponta Grossa, 2022-1
Artistas e músicos incluem a plataforma em planejamento musical
Letícia Antunes O uso do Tiktok se tornou popular em todo o mundo e passou a ser fonte de renda de muitos influenciadores. O que a grande maioria nem imagina, é faturamentos recebidos pelo aplicativo. Os desenvolvedores do aplicativo tinham como objetivo inicial criar uma rede de descontração, o que eles não esperavam era que se tornaria uma febre mundial. A empresa que é de propriedade chinesa, tem um valor estimado em US$ 75 bilhões e nos últimos meses ultrapassou dois bilhões de downloads. Você já deve ter visto famosos e anônimos dançando e fazendo coreografias das músicas mais estouradas no momento. Para especialista em publicidade e propaganda, João Manoel Godoy, o TikTok
Redes Sociais
Ponta-grossense ultrapassou três milhões de curtidas no Tiktok
impulsiona a música e ajuda na potencialização das contas e vídeos, ou seja, esse tipo de investimento no mundo da música é um dos mais impor-
tantes. Se o artista tiver uma música viralizada no tiktok, em questão de semanas ela estará no top 10 do Spotify. Segundo Godoy antes mesmo de uma música ser lançada existe um planejamento estratégico que é inserido dentro de um plano de investimentos e perspectiva de lucro futuro. “Vale lembrar que são utilizadas diversas maneiras de engajamento e que sempre dão retorno lucrativo, muita das vezes o tráfego pago alcança pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo”, explica. Ainda de acordo com Godoy, é feita uma análise minuciosa, entre elas, estão os tiktokers mais estourados do momento, ques são listados e escolhidos para saber qual melhor se encaixa na estratégia de publicidade, pois, é preciso estudar qual engajamento será maior
e não deixar de lado o objetivo principal da música a ser passada aos usuários. Em Ponta Grossa, a influenciadora Gaby Scheiffer, conta que conseguiu, através do TikTok, parcerias com grandes marcas e já teve seus vídeos viralizados em 1 milhão de acessos. Segundo Gabriele o valor do investimento neste mercado depende muito, e ainda existem as famosas permutas entre os músicos, marcas famosas e os influenciadores digitais. “Eu comecei a ganhar muito destaque utilizando a plataforma do Tiktok, várias marcas me encontraram através dos meus vídeos, e hoje minha fonte de renda é influenciar pessoas. Eu também trabalho com divulgações através do meu Instagram, porém, o que o Tiktok me proporciona é muito maior”, conclui.
Como se divertir em PG com 50 reais
Ponta Grossa tem vários locais para se divertir aos finais de semana, com pouco dinheiro. Além dos parques, bares, shoppings há ainda muitas opções para quem quer um momento de lazer, de entretenimento, gastando pouco.
A cidade oferece muitos locais em que a entrada, pode até ser livre sendo cobrado apenas o consumo. Outra opção são os parques, para fazer uma caminhada, acompanhado de uma água mineral com uma barrinha de cereais. A internauta Denise Rio Branco comenta o que faria
para se divertir com 50 reais: “Eu compraria frutas, algumas bebidas e salgadinho e faria um pic-nic em um parque”, comenta. Maria Fernanda também cita algumas opções: “Ir ao shopping comer uma porção e tomar uma coca”. Já Amanda Vieira e Cynthia Ferreira falaram que com R$ 50, elas comprariam cerveja e visitariam as cachoeiras da cidade. Outras opções, seriam ir ao cinema e curtir um filme e uma pipoca, ou até mesmo na praça de alimentação com um combo de R$ 15 um sanduíche e um refrigerante, ou um açaí
de R$ 6. Mas para que seu dinheiro possa render, nós dois dias do final de semana, você pode optar por ir de ônibus, ou até mesmo a pé, economizando um pouco mais para gastar em outras coisas. Segundo o acadêmico de direito, Gabriel Diniz, as suas opções para o fim de semana, seriam “jogar um futebol society, com a taxa de inscrição de dez reais, ir à cachoeira da Mariquinha comR$25,a entrada ou na Cachoeira do São Jorge, pagando R$15 e comendo um pastel e um litrão, fechando o valor”.
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Ponta Grossa, 2022-1
ENTRETENIMENTO
Eventos voltam à Ponta Grossa após pandemia Após fase conturbada do coronavírus eventos voltaram a ocorrer no ano de 2022 Bianca Haile
Com a volta de 100% de todas as programações de entretenimento no Brasil, a cidade de Ponta Grossa não poderia ficar de fora. Após a fase conturbada do coronavírus e com à população 79% vacinada a cidade voltou a receber atrações nacionais. Está sendo feita uma escolha seletiva de atrações, mas como diz o produtor de eventos, Iran Taques, “está relacionado ao momento”. “Busco sempre por atrações que estão em ascensão ou que já figuram como as mais tocadas do Brasil e por fim analisamos o histórico de outras regiões e contratamos”, explica ele. Já para Alexandre Gasparello, que também produz eventos na cidade, diz que tem escolhido os artistas considerando o gosto do público, a qualidade do seu show e o orçamento. Willian Sassaki também trabalha com shows e eventos. Ele explica que tem procurado os cantores em alta na mídia porém, que sempre analisa o gosto musical da população. Pandemia Com a pandemia ocorreram muitos prejuízos de shows e eventos adiados. Tivemos muitos prejuízos. Primeiro por aqueles ‘em andamento’ que foram adiados. Depois por aqueles que deixamos de fazer. Foram exatos dois anos sem a realização de shows e isso impactou muito financeiramente falando”, lamenta Iran Taques. Alexandre Gasparello também teve perdas. “Em nosso
Formaturas, casamentos e shows.
ramo e em muitos outros, os prejuízos foram de não poder trabalhar, lidar com a falta de dinheiro, questões psicológicas como estresse e ansiedade”, relata Willian Sassaki também precisou arcar com prejuízos “Trouxe prejuízos enormes não só para as classes artísticas, mas também para quem realizava os eventos. Por exemplo, aqueles que eu já agendei em tempo pandêmico, agora que eu estou conseguindo entregá-los, então prejudicou bastante essa situação”, explica. Volta dos shows Os shows estão voltando, mas, os produtores não abrem mão dos cuidados “Pelo que notamos, a vida está normal devido ao alto índice de vacinação e baixa letalidade, principalmente entre os jovens. O COVID nunca mais vai embora. Temos que conviver com ele. Claro que exige muita responsabilidade individual. Nós,
promotores, deixamos sempre o álcool a disposição e indicamos o uso de máscaras”, defende Iran Taques. Já para Alexandre Gasparello “os eventos estão começando a voltar”. Vejo que existe a preocupação com a Covid e nossa produtora possui a consciência de que é necessário se cuidar e cuidar do público”, garante o produtor.” Para Willian Sassaki os cuidados precisam ser contínuos. “Nós adotamos protocolos e a cidade na totalidade reagiu bem à vacina. Estamos conseguindo realizar alguns eventos sem tantas preocupações”, lembrou. Empregos E com a volta desses eventos a economia se movimenta com empregos provisórios/ temporários. Segundo Iran Taques, “na prática, o festival do Pizro, realizado no último dia 13 de fevereiro de 2022, gerou 469 postos de trabalhos temporá-
rios, sendo 20 deles por mais de 20 dias”. “Hotéis, restaurantes, postos de combustíveis, lojas de roupas, salões de beleza, barbearias e até mesmo ambulantes tiveram receitas devido ao festival. Estimo que mais de R$ 1 milhão tenha girado entre estas categorias”, afirma ele. Alexandre Gasparello também vê os empregos e a economia sendo afetados.“A economia do evento depende do tamanho dele, da sua estimativa e planejamento. Em relação aos empregos, gera-se bastante, como pessoas no marketing, na produção de ingressos e pulseiras, fornecedores de bebidas e gelo, funcionários no bar, na entrada, equipe de segurança, equipe de iluminação e som, artistas, entre outros” Sassaki responde que “em cada evento que nós realizamos gira a economia com os empregos provisórios, que no meu caso sempre são mais de 60”.
17 Literatura indígena no currículo escolar ENTRETENIMENTO
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A literatura indígena se deu início na década de 1980, pela procura de materiais didáticos utilizados nas escolas. Sua contribuição no ensino é valorizar a diversidade, cultura e sociedade. Elisangela de Quadros Segundo a lei 11.645/08, a inclusão de História, cultura Afro-Brasileira e indígena em todas as escolas brasileiras, públicas e privadas do ensino fundamental e médio é obrigatória, porém foi notado que essa obrigatoriedade não está sendo cumprida, mesmo que seja um assunto essencial para o aprendizado, poucos colégios aderem ao ensino. A representante do CEAI – Coletivo de estudos e ações indígenas, Leticia Fraga contesta que a literatura, de maneira geral, não é necessariamente foco nas escolas. “Até esse momento, não existe nenhum colégio que tenha inserido a literatura indígena em seu currículo escolar. Nesse sentido, entendemos que dependerá do planejamento docente o trabalho com autores e autoras indígenas em suas aulas”, comenta. Exemplo do Curso e Colégio Dynâmico, o qual aderiu em seu currículo escolar à disciplina de arte indígena. A ex-aluna Emily
Fonte: CEAI- Coletivo de estudos e ações indígenas.
Kauany da Silva, alega ter aprendido a respeitar e amar outras culturas com os ensinamentos. “É legal você aprender sobre outros povos, aprender suas danças, músicas, suas falas e posicionamentos. Acredito que teríamos um mundo melhor se todos tivessem a mesma oportunidade que eu tive, assim amenizaria o preconceito cultural”, afirma. Fraga, explica a importância de trabalhar com diferentes
culturas com os alunos, “Em termos culturais, seria primeiramente discutir e problematizar com estudantes outra maneira de olhar e compreender a literatura brasileira. E, para além da compreensão do que seria essa literatura, a leitura de escritores/ as indígenas trará discussão de temas e visões de mundo muito diferenciadas, o que possibilitará uma ampliação de conhecimento de variadas culturas”, alega. Trabalhar com diversas culturas, também é uma forma de crescimento pessoal do aluno, tanto para o convívio em sociedade, quanto para uma futura vida acadêmica. Existem alguns artigos que trabalham essa ausência, a exemplo do trabalho de Ana Paula Teixeira; Porto, Luana Teixeira, que discute a questão em “O espaço do texto literário na Base Nacional Comum Curricular”. <https:/./online.unisc.br/ser/.index.php/signo/article/view/12180>).
Fontes: Elisangela e Lucas Veloso
Ponta Grossa tem música típica? Gabriel Cabral A cidade de Ponta Grossa tem 198 anos de existência, com isso, ao longo dos anos muitas influências contribuíram para a cultura local, e no ramo musical não foi diferente. Mas, qual seria a música típica da cidade? Para responder essa pergunta, o jornalismo do Nova Pauta foi falar com os músicos locais, para descobrir se existe uma música que represente o município. “Eu acredito que não, claro, nós temos o hino da cidade e também as músicas mais cí-
vicas, porém, não acredito que haja mesmo.”, comenta Rafael Novossad, professor de música no conservatório maestro Paulino há cinco anos. Quem vive da música também opina. É o caso do Rogério Salles, cantor há 11 anos. “Ponta Grossa tem todos os estilos de música, mas música típica da cidade não existe, até onde eu sei”, ressalta. Ricardo Corrêa, professor de música há mais de cinco anos também segue a mesma linha de raciocínio. “Música típica é um pouco difícil. No Paraná sempre teve a questão do fandango. Até onde eu sei, nós
não temos uma música típica da cidade, como é com as músicas gaúchas ou as músicas alemãs em SC”, aponta. Scilas Oliveira, graduado em música pela Universidade Estadual de Ponta Grossa e músico há 22 anos, explica que a falta de uma música local se deva às próprias características do povo. “Na minha visão, é por a cidade ser muito eclética musicalmente, e isso se deve à própria origem de sua população. Ela é formada por pessoas de várias regiões do Paraná. Como exemplo, os gaúchos e os descendentes de europeus”, cita.
Foto: Conservatório Maestro Paulino
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CULTURA
Ameaçados pela era digital, sebos investem em vendas on-line “Não podemos depender apenas da venda na loja física” diz proprietário de sebo
Foto: Izabelle Antunes
Além dos livros, os sebos comercializam CDs, DVDs e discos de vinil que segundo o proprietário Roberto, tem uma procura significativa.
Além de livros, os sebos vendem CDs, DVs, e discos de vinil, que tem muita procura pelos clientes
Izabelle Antunes A concorrência com livrarias de projeção nacional, a facilidade de acesso a livros digitais e a baixa adesão a leitura entre os brasileiros, são alguns dos desafios que os sebos precisam enfrentar. Em Ponta Grossa, Roberto Belliato é proprietário de um sebo em uma das principais avenidas da cidade. O espaço tem 18 anos e ele conta que a ideia de empreender com sebos é familiar. “Na década de 70, em Londrina, um tio tinha uma banca pequena de revistas, ele começou a trocar gibis. A iniciativa popularizou e ele estendeu para outros materiais”, diz Roberto. Hoje possui sebos da mesma família em Londrina,Curitiba, Uberlândia e Ponta Grossa.
Roberto comenta que com o passar dos anos foi necessário pensar em estratégias para que o sebo não fechasse. A alternativa encontrada para rentabilizar o empreendimento foi a criação de uma estante virtual. Através de um site, que é atualizado diariamente com os livros que entram no sebo, as obras são comercializadas, e podem ser adquiridas por pessoas de qualquer lugar do Brasil. Quando iniciou o empreendimento em 2004, Roberto diz que ele não se sentia ameaçado pela internet, mas com o passar dos anos, ele percebeu que depender apenas da venda física, não seria possível. Segundo o proprietário, a pandemia potencializou para que os compradores das lojas físicas se afastassem.
Clientes gostam Bruna Oliveira diz que ama ler e sempre recorre aos sebos. “Eu compro tanto na loja física quanto em loja virtual. Eu até tenho alguns livros digitais, mas ainda não sou adepta da leitura virtual, gosto de ter o livro em mãos, folhar as páginas”, comenta a estudante. Vinícius Castelari comenta que nos últimos anos está lendo mais, mas que optou por um kindle (aparelho eletrônico desenvolvido especificamente para leitura de livros, é semelhante a um tablet). Para o estudante, “nos sebos estou preso a oferta do dia, e normalmente não encontro os livros mais procurados. O custo de um livro kindle é baixo, podendo até ser grátis”, lembra o jovem.
Origem do nome Não se tem uma versão de exata de qual foi a origem do nome sebo, mas existem algumas explicações. Uma matéria da revista superinteressante traz duas versões. Uma delas, diz respeito ao uso da luz das velas para leitura, que antigamente eram feitas de gordura e de sebo, conforme derretiam, sujavam os livros, deixando-os engordurados. A outra versão, mais popular, é que estudantes carregavam tanto os livros debaixo do braço que acabavam sujando-o, deixando ‘ensebado’. Ainda, existe uma terceira alternativa. Uma matéria publicada no site da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), conta uma história um pouco mais regional. Um livreiro pernambucano teria sido o precursor da ideia de se vender ou trocar livros usados. Ele teria dado o nome de sebo ao seu estabelecimento, e a gíria se espalharia pelo resto do Brasil.
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Projeto voluntário estimula leitura e arte há mais 15 anos para crianças e jovens Encontros do Bando da Leitura não pararam na pandemia e voltaram de forma presencial todas as sextas
Foto: Divulgação Luana Abrantes O projeto voluntário Bando da Leitura, idealizado pela pedagoga e especialista em Contação de Histórias e Literatura, Lucélia Clarindo, nasceu com amissão de estimulara leitura e a linguagem das Artes nas crianças. Com sede, localizada no Bairro de Oficinas, o Bando completou 15 anos em março desse ano e conta com diversos apoiadores e contadores de histórias que se reúnem todas as sextas e buscam por meio dos livros, despertar a imaginação
Foto: Daniely Neiverth
dos ouvintes. O projeto surgiu logo quando a professora Lucélia decidiu se aposentar, ao encontrar duas ex-alunas Ana Paula e Bianca, de nove e dez anos na época, que pediram para que as rodas de leituras, feitas em sala de aula, continuassem. Assim começou o Bando da Leitura, com um simples encontro em casa entre as três mulheres e que foi crescendo ao passar do tempo até chegar aos seus 15 anos. Mas o amor de Lucélia pelos livros vem de outros tempos. “Quando era criança e lia escondida o livro de Lampião e Maria Bonita. Minha história com livros não é uma história a parte porque é a minha história”, conta Lucélia. Assim como nos outros setores, o Bando da Leitura precisou se adaptar em meio à pandemia. Para isso, os encontros ocorreram de forma online com os contadores e as crianças ouvindo atentamente tudo o que era narrado, inclusive com presenças de ilustradores, escritores e crianças de outros lugares. Com o avanço da vacinação e flexibilização das medidas restritivas, desde o dia 18 de março os encontros voltaram de forma presencial na sede do grupo. Maria Georgina Santos Avila é mãe da Emanuelle Avila e ambas participam do Bando da Leitura desde o segundo semestre de 2021. A mãe conta que durante a pandemia, procurou atividades que estimulassem a leitura para a filha
Foto: Divulgação e que foi no Bando que elas encontraram o que buscavam. “O Bando da Leitura é uma experiência maravilhosa, recomendo muito! Lá além da troca de experiências, interação com pessoas de várias idades, assuntos divertidos, não só sobre leitura propriamente dita, mas também sobre culturas diversas e arte, fizemos amigos! Amantes da leitura como nós!”, frisou Georgina. Atualmente os encontros acontecem em uma sala de leitura construída pelo Rotary Alagados no Bairro de Olarias. O espaço conta com aproximadamente dois mil livros, além de gibis e toda estrutura construída com materiais alternativos e com recursos pró-
Foto: Daniely Neiverth
prios para rodas de leitura.Além de parceria com acadêmicos de vários cursos, o projeto conta coma ajuda com materiais do Rotary e das mães que podem acompanhar os filhos e também atuar como voluntárias.
O Bando da Leitura está localizado na Rua Roberto Auer, 141, no Bairro de Oficinas. Para mais participar basta entrar em contato com Lucélia, através do telefone: 42 99972-6424
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Oscar busca representatividade e mudanças nas premiações Após duras críticas, a Academia tenta trazer mais representatividade ao cinema
Elisângela Schmidt Após sofrer com duras críticas desde 2016, com o chamado “Oscar’s so White”, em que apenas pessoas brancas eram indicadas nas categorias principais, a Academia tem tentado diversificar seus membros para que resultados diferentes fossem vistos nos prêmios. É o que explica o jornalista e crítico de cinema, Gabriel Fornazari. “O Oscar ainda está bem mal
nesse quesito, especialmente em diversidade, mas vem mudando e evoluindo muito, e digo que comparado com todas as outras premiações grandes (Globo de Ouro, Critcs Choice, BAFTA e SAG), ele é o que está indo melhor.Com essas mudanças, nós vimos algumas coisas como “Moonlight”, um filme sobre a experiência LGBTQIA+ na cultura negra, vencendo melhor filme em 2018. “Parasita”, o primeiro fil-
me de língua não-inglesa, vencendo melhor filme em 2020.”, explicou Fornazari. Em entrevista à AFP, em 2016, representantes da Academia revelaram que de seus 6.000 membros, 93% eram brancos e 76% homens, com idade média de 63 anos. Após o anúncio, mudanças começaram a surgir. A principal delas foi a extinção do voto vitalício, seguida pela inclusão de mais mulheres, negros e estrangeiros. Mas afinal, quem são as pessoas responsáveis pelas indicações? A Academia é composta por profissionais do cinema de 17 áreas de atuação, como atores, estilistas, figurinistas, editores, produtores, diretores, roteiristas, entre outros, chegando a mais de 8 mil membros. Para compor a bancada é necessário que o candidato seja indicado por pelo menos dois membros. Entre os brasileiros convidados estão Wagner Moura (ator e diretor), o diretor de fotografia Lula Carvalho, ABC (“Tropa de elite”) e João Atala, documentarista de “Democracia em Vertigem” (2019). Para o artista e amante do cinema, Wlader Better, as mudanças aconteceram por questões financeiras. “Só houve mudanças significativas nos últimos anos, quando a academia começou a sentir no bolso o quanto essa falta de representatividade estava sendo prejudicial para a imagem do Oscar. O fato de ter uma categoria para melhor filme e outra para melhor filme estrangei-
ro, (ou em língua não inglesa) mostra que a academia ainda não se globalizou”, disse Better. Neste ano, a luta para aumentar a representatividade continua. Duas atrizes LGBTQIA+ estão indicadas: Ariana De Bose, na categoria Melhor Atriz Coadjuvante por “West SideStory” e Kristen Stewart em Melhor Atriz por “Spencer”. Além disso, podemos ver filmes estrangeiros e artistas negros na lista.
‘Coda: Ritmo do Coração’ venceu o Oscar de Melhor Filme de 2022