Arolde de Oliveira
Deus quis Eleiçþes na era digital A minha campanha que contrariou todas as expectativas
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de Oliveira, naArolde era digital
casado há 58 anos com Yvelise de Oliveira, pai de dois filhos e com cinco netos, foi deputado federal de 1983 a 2018, elegendo-se senador pelo Rio de Janeiro para a legislatura iniciada em 2019. Nasceu em São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul. Evangélico, é membro da Primeira Igreja Batista do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro. É Oficial do Exército pela Academia Militar das Agulhas Negras – AMAM; engenheiro pelo Instituto Militar de Engenharia – IME; economista pela Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas do Rio de Janeiro; com extensão em Mecânica Quântica e Matemática Moderna; formado na Escola Superior de Guerra – ESG. Arolde também foi executivo na área de comunicação. No Congresso, além de integrar a Assembleia Nacional Constituinte, participou intensamente de estudos e na construção do Marco Regulatório da Internet, a Lei N° 12.965/14.
minha campanha que todas as expectativas
Nenhuma pesquisa previu. O resultaAs grande eleições depara 2018 se torn do foi uma surpresa todos, menos para o candidato pelo Rio de política e naseleito relações Estado – Janeiro apopulação uma das vagas para o Senado, necessitada e ansiosa Arolde de Oliveira, além, é claro, da sua da “coisa” pública e a presença incansável equipe de campanha. Nas interatividade. Nenhum instituto d eleições de 2018, Arolde conseguiu se urnas como no caso da eleição de eleger ao utilizar uma estratégia arrojada e moderna, “Era comclaro claroque entendimento das recurs os limitadíssimos relações interpessoais do demundo atual. que íam nha analógica, rua, e achar Desta forma, mesmo sem fazer o tempo de ninguém tePrecisaríamos o que n levisão e ascom verbas milionárias seus recursos limitadosdos só acontecem c adversários, conseguiu manter seus eleitores e, principalmente, conquistar uma nova legião, derrotando nas urnas ícones políticos cujas estratégias ultrapassadas caíram por terra. Em Deus quis – a eleição na era digital, Arolde de Oliveira conta os detalhes de sua estratégia vitoriosa e como as eleições de 2018 se tornaram um marco de mudança na política e nas relações Estado – Nação. Com uma comunicação direta e objetiva, como sua campanha, este livro é essencial a todos que queiram compreender o Brasil de hoje e os novos caminhos da política.
ISBN:
www.livrosilimitados.com.br
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Deus quis Eleiçþes na era digital A minha campanha que contrariou todas as expectativas
A EDITORA A Livros Ilimitados é uma editora carioca voltada para o mundo. Nascida em 2009 como uma alternativa ágil no mercado editorial e com a missão de publicar novos autores dentro dos mais diversos gêneros literários. Sem distinção de temática, praça ou público alvo, os editores ilimitados acreditam que tudo e qualquer assunto pode virar um excelente e empolgante livro, com leitores leais esperando para lê-lo. Presente nas livrarias e em pontos de venda selecionados, tem atuação marcante online e off-line. Sempre antenada com as novidades tecnológicas e comportamentais, a Livros Ilimitados une o que há de mais moderno ao tradicional no mercado editorial. Copyright © 2019 by Arolde de Oliveira Copyright desta edição © 2019 by Livros Ilimitados Conselho Editorial: Bernardo Costa John Lee Murray ISBN: 978-85-906493-73 Projeto gráfico e diagramação: John Lee Murray DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP) O482d Oliveira, Arolde Deus quis: eleições na era digital : a minha campanha que contrariou todas as expectativas / Arolde de Oliveira. – Rio de Janeiro : Livros Ilimitados, 2019. 202p. ; 23 cm.
ISBN 978-85-906493-73
1. Internet nas campanhas eleitorais. 2. Comunicação de massa – Aspectos políticos. 3. Comunicação na política. 4. Propaganda política. 5. Marketing – Aspectos políticos. I. Título
CDD- 324.73 Direitos desta edição reservados à Livros Ilimitados Editora e Assessoria LTDA. Rua República do Líbano n.º 61, sala 902 – Centro Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20061-030 contato@livrosilimitados.com.br www.livrosilimitados.com.br Impresso no Brasil / Printed in Brazil Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios.
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“(...) Conta as bênçãos, dize quantas são Recebidas da divina mão Vem dizê-las, todas de uma vez, Pois verás supreso Quanto Deus já fez.(...)” Elisa Rivers Smart
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ÍNDICE Agradecimentos...........................................................................9 Introdução................................................................................... 11 Contexto tecnológico da comunicação social.............................. 17 Contexto político.......................................................................27 Bolsonaro – “o mito”..................................................................35 Estratégia de campanha.............................................................43 Operacionalização da campanha............................................... 65
A campanha digital.....................................................67
Configuração da campanha digital.............................77
Desafios da campanha digital.....................................75 Campanhas digitais realizadas....................................79
Atos finais do processo eleitoral.................................................119 Conclusão..................................................................................131 Apêndice “A” – Meios Eletrônicos de Comunicação de Massa....141 Apêndice “B” – Tragédia Iminente............................................161 Apêndice “C” – A nossa causa................................................. 195
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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, acima de tudo; à minha família, sempre sacrificada nas jornadas políticas, através da Yvelise, mulher que eu amo, esposa, companheira há 58 anos, que compartilhou deste projeto com o mesmo carinho e entusiasmo de inúmeros outros ao longo das nossas vidas; à Marina, minha filha querida, a quem nunca faltaram palavras de entusiasmo e de esperança; ao presidente Jair Bolsonaro, pelo apoio e crédito de confiança no convite para que eu também fosse seu candidato ao Senado; ao senador Flávio Bolsonaro, pela carinhosa acolhida, determinação e entusiasmada parceria; ao meu partido PSD, representado pelas Executivas Nacional e Estadual, por todo apoio e crédito a este projeto; aos candidatos e líderes que, generosamente, levaram meu nome e minhas propostas às suas bases; à minha dedicada equipe que sempre se agiganta diante desses desafios; e ao amado povo do Rio de Janeiro, representado pela confiança dos meus 2.382.265 eleitores. Minha gratidão. Arolde de Oliveira
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INTRODUÇÃO A fé não facilita as coisas, mas torna todas as coisas possíveis.
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mundo político e as pessoas de um modo geral manifestaram enorme surpresa, perplexidade mesmo, com a minha eleição para o Senado da República pelo estado do Rio de Janeiro. Comentários e análises do tipo “ele não estava no radar”, “não aparecia nas pesquisas”, “de onde saiu esse azarão”, ou em tom pejorativo “só se sabe que ele é evangélico”, entre tantas outras expressões, ocuparam, e ainda ocupam, as indagações de quem se dedica a este tipo de matéria. Eu sim fiquei e continuo surpreso com a percepção equivocada por parte da mídia tradicional, de analistas políticos e de institutos de pesquisa sobre este tempo de acesso à informação transparente e sem a maquiagem da intermediação, seja de marqueteiros, seja de veículos de comunicação. Para um melhor entendimento, decidi escrever esta breve narrativa, com o auxílio imprescindível de dois integrantes da minha equipe, o jornalista Paulo César Vieira e o economista Fábio Guimarães, responsáveis pela operacionalização da campanha eleitoral. Inicialmente procuro apresentar de forma simplificada a situação presente decorrente da convergência tecnológica sobre a comunicação social. Percebe-se, a partir do advento da internet, o surgimento e a rápida consolidação de uma nova mídia, horizontal, desintermediada e psicossocial, com predominância sobre a mídia eletrônica tradicional, vertical e intermediada, constituída em especial pela televisão aberta e pela rádio. As redes sociais e seus conexos na internet assumiram a hegemonia da comunicação, principalmente em relação à televisão. Avalia-se que hoje dois terços da opinião pública é formada através das informações obtidas pela internet. Este é o sinal dos novos tempos digitais.
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Outro contexto a ser considerado, tão importante quanto o midiático, é o político, o qual procuro resumir dando ênfase à devastação ética e moral em que foi mergulhado nosso país, explicitado notadamente com o avanço das investigações da Operação Lava Jato, quando os brasileiros, revoltados com os escândalos de corrupção, passaram a clamar por uma mudança nos rumos diretivos do país. A seguir procuro demonstrar que o clamor popular encontrou seu intérprete no perfil comportamental do então candidato a presidente da República Jair Bolsonaro. Este, por sua vez, ignorado pela mídia tradicional como ator político de relevância, encontrou nas mídias horizontais e desintermediadas o espaço necessário, oportuno e contundente para interagir diretamente com a população conectada e assim mobilizar massas de pessoas, que aumentavam seu contingente a cada dia, em todos os rincões do país. Quem percebeu esse fato e passou a se comunicar corretamente, utilizando as ferramentas tecnológicas disponíveis, encontrou um ambiente político de “oceano azul” e assim conseguiu obter êxito nas eleições de 2018. A partir desse entendimento contextualizado e convergindo com o pensamento político ideológico do então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro, o mais bem avaliado em todas as pesquisas eleitorais, plenamente identificado com os anseios de mudança clamados pela população, busquei formular uma estratégia de campanha para a eleição ao Senado da República, com ênfase em barrar o avanço da esquerda no Estado e trabalhando em parceria com o também candidato ao Senado Flávio Bolsonaro. Eu tinha em mente que precisava de uma estratégia: que fosse exequível; que levasse em consideração o curto tempo de campanha e os escassos recursos disponíveis; que comunicasse o conteúdo que defendo e que estava em plena sintonia com os anseios da população; e que, também, se fazia presente na proposta de Brasil do candidato Jair Bolsonaro. Precisávamos dar
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ênfase às imagens da sólida aliança entre os dois candidatos ao Senado, estimular o trabalho eficiente dos candidatos a cargos proporcionais dos nossos partidos e o uso massivo das redes sociais da internet.
Peça publicada nas redes sociais após a eleição
Ao final desta narrativa incluo três apêndices; Meios Eletrônicos de Comunicação de Massa, um resumo da minha monografia
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no curso da Escola Superior de Guerra - ESG, que aborda os fundamentos da comunicação social e a mídia clássica, vertical e intermediada; Tragédia Iminente, um informativo parlamentar de 2014, dirigido à população conservadora, que alerta sobre o avanço da ideologia socialista-marxista em nosso país; e, A nossa causa, informativo parlamentar de 2016, dirigido aos evangélicos. Por último, preciso registrar o que deveria ser o início desta introdução e que expressa o título desta narrativa, “Deus quis”, e quando Deus quer, quem impedirá? A fé não facilita as coisas, mas torna todas as coisas possíveis. Deus não faz o que o homem pode fazer, Deus age na impossibilidade. Eu procurei fazer a minha parte.
JORNAL O ESTADO DE MINAS 7/10
FONTE: https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/10/07/interna_politica,995398/saiba-quem-e-arolde-de-oliveira-senador-eleito-pelo-rio.shtml
CONTEXTO TECNOLÓGICO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL O passado nos projetou até este momento de incontáveis, imprevisíveis e provocantes oportunidades para o futuro imediato.
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s debates sobre o Marco Regulatório da Internet, que depois de longas discussões no parlamento se transformou na Lei N° 12.965/14, colocaram-me diante do desafio de me atualizar frente às novas tecnologias e aos impactos psicossociais da comunicação, além de passar a conhecer os principais atores deste novo mundo da comunicação horizontal e desintermediada no espaço digital, constituído pela rede mundial de computadores - INTERNET. Minha última inserção no mundo da tecnologia da informação e comunicação tinha ocorrido nos anos 1990, por ocasião do processo da privatização do setor de telecomunicações, momento no qual fui relator da Lei N°9.295/96, que deu início à privatização da telefonia celular no país e abriu caminho para a transferência do Sistema Telebrás à iniciativa privada. Nessa década a internet ainda estava dando seus primeiro passos no Brasil. Nessa mesma época minha família já possuía uma empresa produtora de música gospel, a MK Music, cujo objetivo é produzir conteúdo de música gospel e seus conexos com excelência. Em 2011 a empresa, após 25 anos de muito trabalho, reconhecimento e sucesso, se viu no difícil dilema de fechar as portas ou se reinventar mudando o foco para o mercado digital, como consequência do fim previsível da distribuição e comercialização da música e seus conexos através de suportes físicos, CDs e DVDs principalmente. Utilizando os conhecimentos da minha formação acadêmica na área de telecomunicações, informação e comunicação social, decidimos investir na mudança de foco de suporte físico para a distribuição em canais digitais, uma vez que nossa espe-
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cialidade sempre foi produzir conteúdo de criação intelectual no setor musical. Depois de cinco anos de muito trabalho na mudança de mentalidade profissional e comercial dos funcionários, fornecedores e colaboradores, concluímos finalmente o processo de digitalização do nosso acervo de conteúdo em plataforma digital e conectamos, sem intermediação, através de contratos diretos com os principais atores nacionais e internacionais provedores dos canais de distribuição de conteúdo na internet. Uma vez consolidada a plataforma digital, no final de 2017, com a distribuição de conteúdo de criação intelectual de música, literatura, e de programas de softwares de suporte, decidimos avançar na criação de um portal de informações curadas (family safe) com foco no público conservador, posicionamento majoritário em nosso país. Hoje este portal é uma realidade que atende pelo nome de Pleno.News (https://pleno.news). Como coordenador destas atividades convivi com profissionais especializados nas mais diversas esferas do conhecimento, dentre as quais têm destaque as áreas científica, tecnológica e econômica. Essa convivência salutar, aliada a leituras especializadas, ajudou a moldar meu macro entendimento sobre este momento singular de ruptura psicossocial motivado pela convergência tecnológica. Entendo que não estamos vivendo apenas uma era de mudanças causadas pela tecnologia da informação e comunicação – TIC, mas que, isto sim, vivenciamos uma mudança de era que vai muito além de uma descontinuidade ocasional, transitória, e se manifesta como uma ruptura completa dos paradigmas comportamentais da sociedade. A convergência dessas tecnologias de telecomunicações, informação, comunicação social, inteligência artificial e robótica consolidaram a “morte da distância” e, nesta nova dinâmica social, o tempo e o espaço passaram a ser relativos e o local onde o processo construtivo acontece passa a ser desprezível.
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Porém, para manter a sociedade organizada e em ordem, nós precisamos de leis e regras de convivência que constituem os direitos e estabelecem as obrigações de cada um no âmbito das relações na sociedade. Ocorre que o processo regulatório é analógico, lento, enquanto as demandas sociais por regulamentação aumentam vertiginosamente, desta forma começa a se estabelecer uma situação de convivência sem regras, sem leis. Essa vacância legal, que aumenta a cada dia, acaba constituindo um espaço anárquico paralelo, onde subsiste a ordem legal. Como se trata de um processo social, nós participamos, somos atores desta mudança e muitas das vezes não percebemos exatamente o que se passa, e assim sofremos com o impacto da desordem. A consequência imediata deste processo é a incerteza, a insegurança e a imprevisibilidade, principais causas de distúrbios físicos e psicológicos, como o stress, depressão, crises de pânico e outros transtornos deste século. Por outro lado, as pessoas que vislumbram o futuro, que alimentam esperanças e sonhos de realização, constroem percepções e pontes assentadas na ordem existente ficando, assim, mais imunes ao impacto psicológico deste espaço anárquico, ou seja, são menos sensíveis às incertezas e inseguranças do processo em curso. A internet levou ao extremo a possibilidade de comunicação entre pessoas, entre pessoas e máquinas e entre máquinas. Miríades de mensagens são transmitidas simultaneamente, na velocidade da luz, alcançando de forma orgânica e não orgânica os destinatários conectados na rede mundial de computadores. Ao fim e ao cabo, os internautas são ao mesmo tempo agentes e objetos, alvos e destinatários do fluxo de comunicação horizontal e desintermediada da internet, comunicação esta que hoje é trabalhada principalmente nas chamadas redes sociais. Isto é, os internautas geram e transmitem conteúdo ao mesmo tempo que são também destinatários das mensagens que transportam esse conteúdo.
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Uma das características do internauta é que seu processo decisório é extremamente pessoal. Como opera em muitos grupos e recebe muitas informações, ele tem o hábito de aguardar até o último momento para tomar suas decisões, sempre baseadas nas informações que recebe. É como se ele, a todo instante, esperasse receber uma nova informação, aquela informação importante, de última hora, merecedora de atenção e potencialmente forte o bastante para modificar ou potencializar sua convicção sobre determinada decisão. Portanto, os internautas constituem um público-alvo para a comunicação de propaganda sobre produtos de consumo, inclusive imagens, discursos e propostas políticas – por que não? Os internautas se organizam em grupos de interesse comuns e, ao estudar suas mensagens, não é difícil categorizá-los pelos gostos, por suas ideologias, crenças, profissões de fé e convicções. Assim podemos, por exemplo, identificar internautas conservadores ou progressistas, de direita ou de esquerda, religiosos ou não. Desta forma trabalhamos nosso público-alvo buscando a formação de grupos próprios, identificados com o cerne de nossas mensagens. No nosso caso, especificamente, precisávamos atingir os conservadores, as pessoas ideologicamente ligadas ou simpatizantes com as ideias de direita e os cristãos, evangélicos e católicos. Também é muito importante considerar para o objeto desta narrativa a formação dentro deste mundo digital dos chamados influenciadores, que são criadores de conteúdo que encontram aceitação massiva entre os internautas que têm identificação com suas mensagens, e passam a segui-los e consumi-los sistematicamente em relação de forte fidelidade. O principal canal utilizado pelos influenciadores é o YouTube, com suas mensagens formatadas em vídeo e disponibilizadas permanentemente para acesso. A MK Music, já citada anteriormente, como veiculadora de conteúdo de influenciadores no Brasil, gera bilhões de minutos de visualizações no YouTube, o que lhe garante posição destacada na
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América Latina. A empresa, além de atuar na gestão dos canais de seus próprios influenciadores, é terceirizada para administrar também canais de outras gravadoras, de políticos, de conferencistas e outros geradores de conteúdo de aceitação massiva. A MK Music, como influenciadora, é referência nacional e internacional com sua inserção no mercado digital na internet.
Foto de arquivo
Ainda como referência para a narrativa da minha campanha eleitoral, preciso realçar o meu entendimento sobre a mídia clássica, eletrônica, vertical e intermediada, como instrumento de comunicação social neste momento de transição analógico / digital. A televisão aberta perdeu a hegemonia da comunicação para a internet. Avalia-se que a formação da opinião pública nas redes sociais e canais associados já supera os 70%, deixando a influência da TV aberta com pouco mais de 20% e os demais veículos com o percentual residual.
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Para um melhor entendimento dos fundamentos da comunicação social até o advento da mídia eletrônica vertical, incluí como Apêndice “A”, um resumo da monografia que fiz para concluir o Curso Superior de Guerra – ESG, intitulada Meios Eletrônicos de Comunicação de Massa. Ao analisarmos a inserção do telefone celular na pirâmide social, podemos observar que a “classe E” e parte da “classe D” ainda usam o telefone celular como seu modo original, ou seja, apenas fazer ligações, como meio de comunicação interpessoal, bidirecional entre pessoas com algum relacionamento prévio ou interesse. Na medida em que se analisa as classes sociais mais próximas do vértice da pirâmide social, o telefone passa a ser essencialmente smartphone, ou seja, se transforma rapidamente em um computador de bolso, na maioria dos casos, com formidável capacidade de processamento. Certa vez liguei para minha neta Luiza Gerk, ela me agradeceu carinhosamente e me esclareceu que em tempo de e-mail, Whatsapp e redes sociais, um telefonema é uma verdadeira prova de amor. Ela tinha razão. Esse computador de bolso é, ao mesmo tempo, herói e vilão deste momento de convergência da tecnologia da comunicação, em particular nas eleições que vivenciamos em 2018. Portanto, a televisão aberta ainda tem seu poder de comunicação na base da pirâmide social, nas “classes E” e “D” e nas cidades menores do interior. A mídia impressa e o rádio de ondas médias (AM) quase não têm mais significância na comunicação social massiva nos dias atuais. Já o rádio em frequência modulada (FM), com programação mesclada entre música, notícias e prestação de serviços, se ajustou completamente ao mundo da internet, seja com interatividade em tempo real ou não. Desta forma constata-se que, na teoria e na prática, esta transição do analógico para o digital já privilegia amplamente a comunicação psicossocial horizontal e desintermediada na internet.
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A campanha eleitoral do entĂŁo candidato a presidente Jair Bolsonaro foi feita quase que, exclusivamente, pela internet a partir de 2015. Nada mais concreto sobre esta nossa realidade midiĂĄtica.
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As eleições de 2018 se tornaram um marco de mudança na
política e nas relações Estado – Nação. O cenário indicava: uma população necessitada e ansiosa por uma transformação na gestão da “coisa” pública e a presença de novos hábitos de interação e interatividade. Nenhum instituto de pesquisa previu resultados das urnas como no caso da eleição de Arolde de Oliveira para o Senado. “Era claro que os limitadíssimos recursos não permitiriam fazer uma campanha analógica, de rua, e achar que íamos ter dois ou três milhões de votos. Precisaríamos fazer o que ninguém nunca fez. Resultados extraordinários com recursos limitados só acontecem com uma estratégia inovadora.” Arolde de Oliveira
ISBN: 978-85-906493-73
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