CongressoNews V Congresso Internacional de Fisiologia Humana da WOSAAM e do Grupo Longevidade Saudável 30 de outubro de 2016 V Workshop de Nutrição Bioquímica Fisiológica
Uma sinfonia complexa No segundo dia do V Congresso Internacional de Fisiologia Humana, o professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), Dr. Ron Rothenberg, apresentou uma aula sobre a importância de hormônios como a testosterona, o GH, o IGF-1, a melatonina e a vitamina D para a saúde do coração. “Não se trata da atuação de apenas uma substância. Os hormônios são uma sinfonia. Devemos pensar neles como um conjunto”, destacou o médico. Por meio da modulação bioidêntica, ainda segundo Rothenberg, é possível promover a prevenção e tratamento das doenças cardíacas crônicas e agudas. Ao elevar a dosagem de testosterona livre, por exemplo, há uma redução no risco de aterosclerose e de infarto – o segundo, devido ao efeito da testosterona na diminuição das citocinas inflamatórias. O IGF-1, por sua vez, promove a vasodilatação, inibe a oxidação do LDL colesterol e reduz o risco de isquemia. Já a correção dos níveis de vitamina D pode diminuir em 80% o risco de cardiopatias. “A vitamina D reduz a pressão, aumenta os metabólitos antivirais e antimicrobianos, aumenta a sensibilidade à insulina, reduz a pressão, previne a hipertrofia ventricular esquerda e a insuficiência cardíaca”.
Além de apresentar pesquisas científicas que demonstram a segurança e a eficácia dos tratamentos disponíveis atualmente, Dr. Ron Rothenberg apontou, ainda, algumas tendências terapêuticas para o futuro, como a utilização endovenosa da melatonina, antes ou depois do infarto do miocárdio, junto ao tratamento tradicional.
Mitos e evidências científicas Mais tarde, durante palestra com o tema “Hormônios: mitos e evidências científicas”, o Professor Ron Rothenberg resumiu as medidas necessárias para envelhecer com saúde e bem-estar.
“Aproveite a vida fisicamente, mentalmente e espiritualmente!” “Mude seus paradigmas, cuidado com os mitos, otimize seu estilo de vida e seus hormônios e mantenha seus telômeros longos, evitando o estresse, praticando exercícios e adotando uma alimentação saudável. Aproveite a vida fisicamente, mentalmente e espiritualmente!”, aconselhou.
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30 de outubro de 2016
Dor e sono As pessoas estão dormindo cada vez menos. Se no passado costumavam dormir de 8 a 10 horas por dia, atualmente dormem no máximo seis. A afirmação foi feita pelo médico norte-americano Jacob Teitelbaum ao iniciar sua apresentação sobre tratamentos efetivos da Fibromialgia e da Síndrome da Fadiga Crônica, doenças que, segundo ele, têm os distúrbios no hipotálamo como denominador comum.
600mg), e os relaxantes Ciclobenzaprina (3mg) e Tizanidina (4-8mg). “As pessoas têm que dormir bem, caso contrário, a dor não desaparece”, disse.
De acordo com Teitelbaum, o Alzheimer também tem a ver com deficiências nutritivas e infecções (como a urinária, por exemplo) e requer um olhar sobre a anemia.
Teitelbaum lembrou que, além da disfunção hipotalâmica, outras causas para a Fibromialgia são baixos níveis de iodo e as deficiências nutricionais. “É necessário ter uma dieta com proteína e pouco carboidrato”, sugeriu.
“O hipotálamo controla o sono, o sistema hormonal e a regulação de temperatura, de modo que a insônia, os distúrbios hormonais e as baixas temperaturas são sintomas que podem ser explicados por uma disfunção hipotalâmica”, afirmou.
Demência e Alzheimer
“Um pequeno aumento da função cerebral pode ajudar com os problemas de memória causados pela doença. Quanto à nutrição, podemos usar o óleo de côco. Vitaminas B podem ajudar na prevenção e no tratamento. Tratá-la com essas coisas é muito mais eficaz do que qualquer uma das medicações. Pessoas com bom nível de ácido fólico têm 50% menos chances de desenvolver Alzheimer. A vitamina B12 também reduz o risco da ocorrência da doença significativamente. Alzheimer e demência podem ser prevenidos. São doenças tratáveis que os médicos não conhecem”, concluiu.
“As pessoas têm que dormir bem, caso contrário, a dor não desaparece” De acordo com o médico, por serem doenças causadas por uma crise de energia relacionada a disfunções fisiológicas, a Fibromialgia – síndrome que provoca dores por todo o corpo por longos períodos – e a Síndrome da Fadiga Crônica são passíveis de tratamento. Como tratamento, o médico recomendou combinar terapias naturais – com magnésio, valeriane, lúpulo, lavanda – com doses baixas de fármacos como o Zolpidem (5-10mg), a Trazodona (25-50mg), a Gabapentina (100-
“Muitas pessoas diagnosticadas com Alzheimer não estão sendo avaliadas adequadamente. Em muitos casos, não se trata de Alzheimer, mas sim de demência”, sustentou Teitelbaum. Para ele, o tratamento está indicado no acrônimo DEMENTIA (inglês para “demência”), onde o “D” se refere às drogas, o “E” ao emocional, o “M” ao metabólico, o “E” aos olhos e ouvidos (“eyes” e “ears” em inglês), o “N” à nutrição, o “T” aos tumores, o “I” às infecções e o “A” à anemia. “A demência não se cura com drogas. As pessoas nesta condição chegam a tomar 15 remédios. Caminhar no sol é mais eficaz que o Prozac. Além disso, podemos prescrever angélica. Não temos que recorrer a medicações”, disse. Segundo ele, para tratar o emocional do paciente, uma saída seria tratar os distúrbios do sono. Com relação ao metabolismo, o que pode estar por trás é o hipotireoidismo e outras deficiências hormonais. “Basta otimizar a função tireoidiana, do estrógeno e da testosterona”, disse.
Errata: Na matéria “Sobraf tem Nova Diretoria”, Dr. Francisco Ronald Sampaio Canejo Junior foi eleito para seu primeiro mandato como Vice-Presidente da Sobraf, na gestão 2016-2020.
30 de outubro de 2016
Resistência à testosterona
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Ron Rothenberg é laureado com Prêmio Longevidade Saudável 2016 Fonte de inspiração e atualização para milhares de médicos, por quase três décadas, Dr. Ron Rothenberg foi o ganhador do prêmio Longevidade Saudável 2016, concedido aos profissionais que mais se destacam na disseminação da Medicina Integrativa no Brasil e no mundo. As edições anteriores premiaram os médicos e professores Thierry Hertoghe e Walter Pierpaoli.
A queda dos níveis de testosterona ao redor do mundo deve ser encarada como um problema de saúde pública. O alerta é do Dr. Malcolm Carruthers, professor adjunto da Universidade Edith Cowan, na Austrália, que apresentou suas pesquisas sobre a deficiência de andrógenos durante a tarde de sábado (29). “Se, hoje, a preocupação mundial é o crescimento acelerado da população, em breve, acredito que teremos um problema oposto: a redução na taxa de natalidade devido à falta de testosterona”, apontou o médico que, há quase 30 anos, estuda o assunto. Entre os fatores que podem afetar a secreção de testosterona, Carruthers destacou os disruptores endócrinos – como os xenoestrógenos presentes nos utensílios de plástico – que promovem o que ele chamou de um “caos hormonal”. Muitos medicamentos também podem impactar negativamente a produção do hormônio sexual masculino. “Mais de 200 tipos de drogas interferem na produção da testosterona. É o caso dos betabloqueadores, dos diuréticos, de algumas estatinas e dos psicoterápicos”, afirmou.
Menor mortalidade em homens Mais cedo, o Professor Ron Rothenberg também abordou a importância da testosterona em uma de suas palestras. Segundo uma das pesquisas apresentadas pelo médico, a mortalidade entre homens que estão em terapia de reposição do hormônio é 56% menor do que naqueles que não fazem o tratamento. “Um estudo piloto também aponta que níveis ótimos de testosterona podem melhorar os sintomas do Alzheimer”, ressaltou.
Ao anunciar o escolhido deste ano, o Presidente do Congresso, Dr. Ítalo Rachid, destacou sua trajetória na Medicina. “O conjunto da obra do Dr. Rothenberg, o pioneirismo com que ele se dedicou a essa Medicina que tem tanto potencial de mudar a vida das pessoas e de nos transformar em tratadores de saúde são inspiradores. Ele tem uma grande importância na minha formação e me influenciou para que eu me mantivesse firme nas minhas crenças e na certeza de que nós estamos trilhando o caminho do bem”, afirmou. Muito aplaudido, Dr. Rothenberg brincou: “Parece que ganhei o Oscar. Não esperava, estou muito honrado e sem palavras. Trabalho com essa Medicina porque quero ver todos saudáveis, felizes. Agradeço humildemente por essa homenagem”, afirmou.
Sobre o ganhador Formado em Medicina pela Universidade Columbia, em Nova York, Dr. Ron Rothenberg fez Residência em Medicina de Emergência no Los Angeles County General, um dos maiores hospitais públicos e mais conceituados centros de formação médica dos Estados Unidos. Atualmente, ele é professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
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30 de outubro de 2016
Hormônios e a Síndrome de Burnout Insônia, fadiga, problemas gastrointestinais, dores de cabeça, irritabilidade, ansiedade, depressão e vulnerabilidade a várias doenças são sintomas da Síndrome de Burnout. A síndrome está relacionada ao estresse crônico, caracterizada por exaustão emocional e baixa realização profissional. Acomete, principalmente, profissionais em áreas de grande envolvimento interpessoal, tais como policiais, enfermeiros e professores, estando também associada à deficiência de múltiplos hormônios, como o cortisol e a aldosterona.
“O maior problema é a deficiência de cortisol, que gera o esgotamento. A sensação principal deste esgotamento é a falta de capacidade de lutar e um desespero por achar que tudo é demais. Em momento de estresse, se produz mais adrenalina, e isso pode causar problemas nos relacionamentos interpessoais. Por isso é preciso intervir nessas deficiências hormonais”, afirmou o médico Thierry Hertoghe, em sua palestra de sábado (29).
A suplementação matinal de cortisol ajuda a elevar os níveis. Mas qual seria a dosagem adequada? “Precisamos de 15 a 40 mg. O mínimo na mulher é de 15mg e no homem 25mg. Homens precisam de 20 mg de hidrocortisona pela manhã e mais 10mg ao meio dia”, explicou o médico belga. A fadiga e a queda de pressão, como efeitos da Síndrome, estão associadas à baixa da aldosterona, e os tratamentos consistem em elevar os níveis deste hormônio, através de dosagens matinais. Para a lentidão de pensamento, associada à Burnout e causada pelo hipotireoidismo, o tratamento inclui dosagens de 30 a 120 mg/dia. A Síndrome também produz uma reação exagerada aos ruídos, que pode ser causada pela deficiência do hormônio DHEA. O tratamento inclui dosagens sublinguais de 15 (deficiência amena) a 50mg (severa) em homens, e de 5 a 30mg (casos mais severos) em mulheres. Já a fadiga no esporte, provocada pela Síndrome de Burnout e associada à deficiência de testosterona, pode ser tratada com doses injetáveis do hormônio, que variam de 0,5g a 3-4g/dia. A insônia decorrente da Burnout pode ser tratada por doses orais ou sublinguais que variam de 0,05mg a 1mg/dia. Para ajudar a tratar o déficit nutricional facilitador da Síndrome, Thierry Hertoghe recomendou o uso do magnésio, que ajuda a relaxar os músculos, o temperamento e o coração, através de doses que variam de 100-400mg ao acordar e de 100-200mg no almoço.
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Deficiência de Vitamina D A médica Catarina Porto apresentou, na tarde de sábado, o trabalho científico “Associação entre Deficiência de Vitamina D e risco cardiovascular em idosos”. Segundo a pesquisa da cardiologista, que foi aluna da Pós-Graduação Master em Ciências da Fisiologia Humana, em 2014, ficou comprovada a associação entre a deficiência de Vitamina D e o aumento dos riscos cardiovasculares e de insuficiência cardíaca nos idosos. As evidências apresentadas no estudo – e respaldadas na literatura científica – podem ser muito importantes para a saúde pública, considerando o progressivo envelhecimento da população e a alta prevalência da deficiência de Vitamina D em idosos, como também o fato de ser uma condição tratável com suplementação de baixo custo.
Tabela associativa para marcadores inflamatórios A Farmacotécnica trouxe para o congresso uma novidade dentro das opções terapêuticas magistrais. Segundo Leandra Sá de Lima, farmacêutica e coordenadora da área científica da empresa, foi desenvolvida uma tabela associativa para marcadores inflamatórios que se propõe a trazer resultados de forma mais rápida e pontual para que os médicos possam atuar de forma assertiva para cada paciente. “Os dados sobre o perfil inflamatório estão disponíveis na literatura e o que fizemos foi uma revisão bibliográfica extensa, com mais de 50 artigos científicos, verificando para qual especificidade é indicado aquele ativo e para modulação de qual marcador ele é mais eficaz, de acordo com esses estudos científicos. É um trabalho inovador, que não estava disponível no mercado antes”, explica Leandra. Segundo a farmacêutica, a praticidade da tabela é que o médico, de forma rápida, pode consultar o marcador, o ativo que vai ter essa funcionalidade para aquele marcador e a dose que vai ser utilizada para compor as formulações específicas. Os médicos interessados no produto devem fazer contato direto com as farmácias Farmacotécnica e Roval. “Somos consultores técnicos e essa tabela será muito melhor utilizada se o médico for devidamente orientado”, conclui.
Publicação oficial do Grupo Longevidade Saudável • www.longevidadesaudavel.com.br Produção gráfica e editorial: SB Comunicação • www.sbcomunicacao.com.br Fotos: Gazeta • Textos: Simone Beja, Thamyres Dias e Washington Castilhos As informações veiculadas nas palestras são de responsabilidade dos palestrantes.