Congresso News VI Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana do Grupo Longevidade Saudável Vi Workshop de Nutrição Bioquímica Fisiológica
I Workshop de Nutrigenômica
30 de outubro de 2017
Sob as luzes da integração científica S ob aplausos de quase mil pessoas. Foi assim que foi recebido o Dr. Antonio Carlos Lopes (Cremesp 17.052), professor titular de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), no último simpósio do VI Congresso Internacional das Ciências da Longevidade Humana. Coube a ele a palestra Integração do conhecimento médico em prol da qualidade de vida. Autor de uma das obras mais relevantes da Medicina brasileira, o Tratado de Clínica Médica, o Prof. Dr. Antônio Carlos falou que aprendeu desde cedo que é preciso integrar conhecimentos médicos diferentes ao atender uma jovem com hipertensão maligna pós-parto que foi diagnosticada com Síndrome de Sheehan e necessitou da troca de conhecimento e do acompanhamento de especialistas de diferentes áreas. Passados tantos anos, uma nova situação mostrou ao renomado médico os benefícios das Ciências da Longevidade. Ele conta que foi testemunha dessa prática quando sua filha lhe receitou essa terapêutica para um problema de saúde que enfrentou. “Sempre fui muito cético, sempre fui de confiar em práticas comprovadas cientificamente, estudos de escolas médicas”, comentou. Entretanto, o professor Antonio Carlos não se negou a conhecer essa nova área de atuação médica. E comentou: “Como professor universitário, me sinto na obrigação de agradecer ao professor Ítalo Rachid pela contribuição que tem dado ao ensino médico, embasado das melhores evidências científicas e ética profissional”. Ele classificou de preguiça intelectual a resistência que as Ciências da Longevidade Humana vêm enfrentando em parte do meio médico. “A preguiça inte-
lectual faz com que as pessoas não enxerguem novidades. Elas não sabem fazer e têm preguiça de aprender o que vem de novo”, sentenciou. Para ele, aqueles que atuam no campo das Ciências da Longevidade têm uma visão progressista sobre a saúde humana.
Prêmio Conhecimento Médico
“Para quem tem semeado o bom e o bem por toda sua vida profissional; um homem que valoriza as relações humanitárias, a relação médico-paciente; um dos mais brilhantes cientistas desse país”. Foi com essas palavras que o presidente do Congresso, o Dr. Ítalo Rachid (Cremesp 114612) entregou o Prêmio Integração do Conhecimento Médico para o Prof. Dr. Antonio Carlos Lopes. Para entregar a honraria, Dr. Rachid convidou outros três médicos ao palco, representando à família daqueles que
doam seu tempo e conhecimentos para a saúde do cidadão: Dra. Vera Lúcia Delascio Lopes (Cremesp 28637, a profa. Dra. Carla Delascio Lopes (Cremesp 115621) e o prof. Dr. João Manzano (Cremesp 100560). “Em nome de todos os médicos aqui presentes receba essa simbólica homenagem de nosso apreço, respeito, admiração e contribuição que o professor tem dado para a Ciência brasileira”, disse emocionado o presidente do Congresso. “Meu coração acaba de receber um choque de emoção”. Foi assim que o Prof. Antonio Carlos reagiu à consagração recebida. Ele que coleciona muitas homenagens ao longo de sua vida profissional, diz que todas o estimulam a querer mudar alguma coisa nas pessoas, para o bem. O presidente da SBCM finalizou dizendo que encara o seu trabalho como um compromisso social.
Colesterol fora da ‘lista negra’
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Dr. José Luiz Verde (Cremesp 47399), especialista em cirurgia cardiovascular, proferiu a palestra Desconstruindo o mito do colesterol, que abriu os trabalhos no último dia de evento do VI Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana. De acordo com o médico, o colesterol foi retirado da ‘lista negra’ nos EUA, não sendo mais considerado um nutriente preocupante ou diretamente relacionado às doenças coronarianas. “O Brasil está indo na contramão do que está ocorrendo no mundo. O colesterol não é ‘vilão’, é ‘mocinho’; ele vai na placa para nos defender”, alertou. Dr. Verde condenou o uso abusivo de medicamentos que visam reduzir os níveis da substância no organismo. Ele apresentou estudos que demonstram que as estatinas provocam deficiência hormonal, déficit cognitivo, fadiga, de-
pressão, perda de memória, insuficiência renal aguda, dores musculares, rabdomiólise, desequilíbrio imune e déficit contrátil cardíaco. “O coração sai fragilizado da cirurgia, se você usar estatina, vai aumentar o risco de mortalidade pós-operatória”, acrescentou. “Eu não prescrevo estatina para nenhum paciente e não recomendo a nenhum médico que o faça”, defendeu. De acordo com o médico, fatores de risco para doenças cardiovasculares são elevados índices de ácido úrico, ferritina, fibrinogênio, homocisteína, insulina de jejum, lipoproteína A, proteína C reativa, tireopausa (T3 livre) e triglicérides, além de baixos índices de vitamina D3, estriol e testosterona. Entre outras medidas, ele recomenda a suplementação com Ômega 3.
Citou o livro Sincronia Metabólica e Hormonal, dos Drs. Walter Pierpaoli e Ítalo Rachid, lançado durante o Congresso, que ressalta a necessidade de manter o nível de T3 livre em taxas superiores ao recomendado pelos laboratórios e o de TSH ultra sensível próximo de zero.
Energia eletromagnética e saúde O sueco Olle Johansson trouxe ao VI Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana um dos temas mais polêmicos dos tempos recentes: Efeitos adversos da energia eletromagnética na saúde. O professor foi um dos precursores no campo de pesquisa que estuda a hipersensibilidade elétrica e é uma referência na área. “A medicina clássica já não consegue nos dar as respostas necessárias para os problemas que se apresentam no nosso dia a dia. Eu venho da plataforma mais clássica de pesquisas do mundo e fiquei impressionado com o que vi aqui neste Congresso, com a forma inovadora como vocês pesquisam e os avanços que as ciências da longevidade humana têm alcançado”, comentou o professor. “Todas as doenças um dia já foram consideradas novos diagnósticos”, observou. A pesquisa de Johansson começou no final dos anos 70, quando os monitores de computador foram introduzidos aos escritórios de trabalho e algumas das pessoas que utilizavam o equipamento passaram a desenvolver problemas cutâneos e neurológicos. “Quando expomos circuitos fechados a excesso de energia, as coisas queimam.
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O mesmo acontece com o nosso organismo”, explicou o professor que introduziu ao mundo o termo ‘dermatite de tela’. O professor Johansson prendeu a atenção dos espectadores com estudos alarmantes a respeito dos efeitos da exposição a frequências e radiações elétricas em pessoas e animais. Não são apenas as pessoas com hipersensibilidade que estão sujeitas a danos à saúde causados por “essas forças invisíveis”, de acordo com ele. Foram observadas interferências no DNA, na fertilidade, no estresse cardíaco, nos sistemas imunológicos e nas células do corpo. Ele também mostrou resultados de estudo recente que expôs bactérias a celulares de última geração e verificou que elas se tornaram resistentes a antibióticos. “O ambiente em volta de nós está ativando nossas células. Nem todo mundo tem sintomas, mas o fato é que os campos eletromagnéticos estão envelhecendo as células e moléculas em nossos organismos”, alertou. Para o pesquisador, o efeito mais sério observado é o que ocorre no DNA. “Uma exposição de 24 horas a radiações de telefonia celular causa o mesmo dano que cerca de 1.600 raios X”, advertiu.
Revolução da Longevidade
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e 1950 a 2050, a quantidade de pessoas com mais de 60 anos terá aumentado dez vezes em todo o mundo. No Brasil, esse grupo populacional é o único que segue em crescimento: passará de 24 milhões de indivíduos (11,9% da população), em 2015, para 78 milhões (33,9%) em 2065. Para o gerontólogo Dr. Alexandre Kalache, as estatísticas são a prova de que vivemos uma nova era em termos de envelhecimento. Foi assim que ele abriu a palestra que encerrou o VI Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana, intitulada As implicações da Revolução da Longevidade para o Brasil no século XXI. “Com a ‘Revolução da Longevidade’, a vida deixou de ser uma corrida de 100 metros para se tornar uma maratona”, brincou o médico, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC Brasil). Com o aumento da expectativa de vida do brasileiro em 30 anos nas últimas décadas, Dr. Kalache disse que “é necessário se preparar para esse envelhecimento tão rápido, que nunca se deu na história”. O gerontólogo, que foi diretor do Programa Global de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) por 14 anos, acredita que é responsabilidade de todos cuidar dessa
revolução. “Será que estamos preparados? Uma sociedade que estiver preparada para o idoso será amiga de todas as idades”, afirmou. Tal transformação tem impactos, principalmente, na educação e na saúde. Por isso, o corte do orçamento do governo federal nesses dois setores é preocupante. Entre 2014 e este ano, a verba foi diminuída em 44,7%, segundo dados dos ministérios apresentados por Dr. Kalache: “Estamos em uma situação crítica, até porque sabemos que os investimentos sociais para os próximos vinte anos estão congelados”. Para que se tenha uma longevidade saudável, “é preciso corrigir a qualquer momento da trajetória erros nos hábitos de vida”, disse o médico, PhD em Epidemiologia pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. “Quanto mais cedo se começar a fazer isso, melhor. Mas nunca é tarde demais. Não começou aos 20, comece aos 30”, recomendou. E enfatizou: “A saúde é criada no contexto do dia a dia”. Dr. Kalache explicou que os idosos, mesmo sem o vigor da juventude e o ápice da capacidade funcional, devem procurar se manter acima do limiar da
dependência. Para isso, o controle de fatores de risco — sedentarismo, dieta pouco saudável, fumo e ingestão alta de álcool — é essencial. “Temos que mudar o paradigma e colocar o indivíduo no centro, estimulando nele o acúmulo dos capitais vital, de conhecimentos, social e financeiro. Esses quatro capitais convergem para criar resiliência, que é ter acesso a reservas para se adaptar, suportar e crescer a partir de desafios que encontramos ao longo da vida. Além disso, é preciso ter um propósito, saber o que você quer conquistar. Quem tem motivação e capital social tem mais anos de vida”, acrescentou.
Otimização hormonal
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m sua última palestra no Congresso, o Dr. Ron Rothenberg (EUA) falou sobre os Mitos e verdades da otimização hormonal em medicina preventiva. Ele discorreu sobre as formas de administração, as doses e as frequências ideais de hormônios como a testosterona, HCG, estrogênios e progesterona. “Você não tem que ficar preso a um método apenas. Pode usar na forma de cremes, pallets, orais ou injetáveis, e pode até revezar entre os modos de administração de acordo com a necessidade do momento. Alguns pacientes preferem as injeções, por questões de praticidade, mas nesse caso é preciso atentar para o fato de que muitos fazem a autoaplicação subcutânea, mas a aplicação deve ser intramuscular”, ressaltou. Ele também advertiu para o fato de a testosterona estimular a produção de outros hormônios, cujos níveis também
devem ser acompanhados e equalizados durante o tratamento. “É como estar administrando três hormônios ao mesmo tempo”, disse se referindo à associação com o DHT e o estradiol. Para o Dr. Rothenberg, os cálculos devem ser feitos pelos próprios médicos, apoiados em dados laboratoriais, mas também em percepções clínicas. Parâmetros como agressividade e libido exacerbada merecem atenção, pois, apesar do mito, não são efeitos normais quando a dosagem é adequada.
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Mais testosterona, menos doenças A exposição a agrotóxicos e metais pesados, como cádmio e chumbo, pode reduzir os níveis de testosterona nos homens. Daí a importância da detoxificação para estimular a produção endógena do hormônio. Em sua última participação no VI Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana, Dr. Jonathan Wright falou sobre algumas opções terapêuticas durante a aula Uma visão sistêmica da testosterona. “A sauna, além de ser uma maneira de se livrar das toxinas pelo suor, induz a síntese de óxido nítrico. É muito interessante para os homens”, revelou o médico. Terapia de quelação se mostra eficaz para elevar a testosterona, sobretudo para indivíduos na faixa dos 30 e 40 anos – para aqueles que já passaram dos 70, os resultados não são satisfatórios. O uso de zinco, manganês, menaquinona, magnésio e vitamina D também
Sobraf completa 5 anos
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m 2012, um grupo de médicos se reuniu para criar uma instituição para promover o conhecimento acerca da fisiologia humana e à prevenção de doenças. Assim surgiu a Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia Humana (Sobraf). Cinco anos depois, o grupo esteve novamente reunido no congresso da longevidade humana. Desta vez, o time cresceu: hoje, são cerca de 600 profissionais trabalhando em prol da filosofia de manter pessoas saudáveis.
A missão da Sobraf e sua evolução foi a tônica da assembleia ordinária deste ano, cuja pauta versou sobre prestação de contas e mudança de cláusula do estatuto social . Diretor-presidente da organização, Dr. Ítalo Rachid (Cremesp 114612) salientou dois dos benefícios de seus membros: o acesso e a publicação de artigos científicos e a assistência jurídica do advogado Jackson Domenico, que acaba de ser nomeado desembargador do TRE-DF, pelo presidente Michel Temer. A novidade da assembleia ficou por conta da parceria com a International Hormone Society (IHI). “Vamos fazer uma base única de trabalhos e evidências científicas”, revelou Dr. Rachid. Para saber mais, acesse www.sobraf.org.
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deve ser considerado. “Dez miligramas de boro por dia, durante uma semana, faz os níveis de testosterona subirem e os de estradiol caírem”, acrescentou Dr. Wright. Entre as plantas que podem ajudar no tratamento, se destacam o azeite de oliva e o óleo de coco. “Testosterona não causa câncer de próstata, e mesmo homens que sofrem da doença não têm o problema exacerbado pelo hormônio”, assegurou. Na sequência, o americano ministrou a palestra Reduzindo o risco de ataques cardíacos e AVC em 45% a 88%. Ele ressaltou que doar sangue é uma medida de prevenção bastante eficiente. A explanação ainda contemplou outros assuntos, como a administração de vitamina A e vitamina D para alívio e até eliminação dos sintomas de gripes e resfriados. Como no dia anterior, Dr. Wright reforçou a relevância de uma dieta rica em proteínas para gestantes, a fim de prevenir pré-eclâmpsia.
Vida e o conhecimento
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erca de 1.500 profissionais da saúde. Essa é a estimativa de participantes para o VII Congresso Internacional de Ciências da Longevidade Humana, a ser realizado entre os dias 16 e 18 de novembro de 2018, o que representa 50% a mais do público deste ano. No encerramento, o presidente do evento, Dr. Ítalo Rachid (Cremesp 114612), fez um discurso emocionado: “Nós, médicos, precisamos resgatar o humanismo, a qualidade da relação médico-paciente. Cada vez mais existem números e exames de laboratório, para interpretarmos. Mas e as pessoas?”, questionou. O idealizador do Grupo Longevidade Saudável disse que “é preciso alimentar a percepção de que todos nós vamos chegar lá”, referindo-se à velhice. “A vida é curta demais para ser pequena. Temos que fazer valer o aqui e o agora, porque o amanhã pode não existir”, afirmou, citando suas referências filosóficas. “A única maneira de conseguirmos resultados diferentes é fazer coisas diferentes. Fazendo o mesmo, vamos poder, no máximo, fazer melhor, mas nunca diferente”, completou. “Somos um grupo comprometido com a vida humana, para fazer valer a vida humana construída pela convicção”, enfatizou. Em seguida, o médico agradeceu a todos os participantes pela presença. “Vamos engrandecer o conhecimento. A medicina que praticamos não é melhor do que os outros tipos de medicina, mas também não é pior. Se não é errado tratar doenças, então não é errado tratar a saúde”, ponderou. Para finalizar, Dr. Ítalo Rachid convidou a plateia para um ato de ecumenismo. Todos se levantaram e rezaram juntos uma oração. E se despediu com uma saudação: “Viva a vida, até 2018!”
Publicação oficial do Grupo Longevidade Saudável • www.longevidadesaudavel.com.br Produção gráfica e editorial: SB Comunicação • www.sbcomunicacao.com.br Fotos: Gazeta Views • Edição: Cristina Miguez • Textos: Camilla Muniz e Cristiane Crelier As informações veiculadas nas palestras são de responsabilidade dos palestrantes.