REVISTA DA
XVIII MOSTRA CULTURAL Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
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Sócias Fundadoras: Jeannette Alicke De Vivo; Maria de Lourdes Pereira Marinho Aidar; Marília de Azevedo Noronha; Sylvia Figueiredo Gouvêa. Diretor Geral: Alexandre Abbatepaulo. Diretora Educacional: Karyn Bulbarelli. Diretora de Currículo: Fabia Helena Chiorboli Antunes. Diretores de Unidade: EFII - Antonio Sérgio Pfleger de Almeida; EM - Alexandre Abbatepaulo. Coordenadores de Série: Andréa Bivar Correia; José Fernando de Barros Nogueira; Ariane Leal Montoro; Fernanda Ferreira de Mattos Silvares; Gisele Cova dos Santos Rodrigues; Daniela Maria Bertero Coccaro. Coordenadores de Área: Beatriz Villarroel Andrade Glaessel; Eduardo Zayat Chammas; Leandro Evangelista Martins; Fabiana Ferreira Queirolo; Margareth Polido Pires; Maria Daltyra de Magalhães C. Pante; Roberta Hernandes Alves; Stefano Bigotti. Coordenador dos Cursos Extracurriculares: Evandro Faustini Garcia. Coordenador do EJA: Miguel Castilho Jr.
Foto da capa: Estudo de Campo Brasília - 9º ano, 2016. Tiragem: 1500 exemplares - Distribuição interna e gratuita OUTUBRO DE 2016
REVISTA DA
XVIII MOSTRA CULTURAL 04
MAPA DA MOSTRA
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ENSINO FUNDAMENTAL II
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6º ano COMO EU ME RELACIONO COM OS PROBLEMAS DO MUNDO? 7º ano PATRIMÔNIOS E HERANÇAS: COMO O PASSADO SE FAZ PRESENTE EM NOSSAS VIDAS? 8º ano COMO CONHECER O OUTRO TRANSFORMA O MODO DE ME RELACIONAR COM O MUNDO? 9º ano EM QUE MEDIDA SOU PRODUTO DO MUNDO E CAPAZ DE TRANSFORMÁ-LO?
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ENSINO MÉDIO
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1ª série O HOMEM VÊ TUDO O QUE É NATURAL COMO OBJETO? 2ª série PROJETO CIENTÍFICO
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LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO
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LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO: APRENDER COM AS MÃOS RELEVO INTERATIVO
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OFA - OFERTA FORMATIVA AMPLIADA
20 20 21 21 22 23
CLUBE DA PROGRAMAÇÃO SCRATCH INTRODUÇÃO À ROBÓTICA COM ARDUINO E SCRATCH PROJETOS CIENTÍFICOS E INVESTIGANDO O MUNDO QUÍMICO E FÍSICO ARTES VISUAIS NÚCLEO DE PROJETO SOCIAL (NUPS) - EFII e EM OFICINA DE BANDAS E PESQUISA MUSICAL
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
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EJA - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Mapa da Mostra
PISO INFERIOR
Sala de Projetos
Biblioteca *OFA: NUPS
Sala de Expressão EJA
Pátio da Biblioteca
Palco
*OFA: Artes Visuais
*OFA: Bandas
Lab. Criação
Sala 01
PROJETOS DE CRIAÇÃO E *OFA
CIÊNCIAS DA NATUREZA EFII
Sala 02
Sala 03
6º ANO
6º ANO
Cantina
Entrada Rua Bueno Brandão
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Entrada Rua Jacques Félix
8º ANO
PISO SUPERIOR
Sala 103 9º ANO
Sala 101
Sala 102
9º ANO
CIÊNCIAS DA NATUREZA - EM 2ª SÉRIE - EM
Lab. Ciências *OFA: Projetos científicos e Investigando o mundo químico e físico
Sala 11
Sala 12
Sala 13
Sala 14
1ª SÉRIE EM
1ª SÉRIE EM
7º ANO
7º ANO
*OFA - Oferta Formativa Ampliada
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Ensino Fundamental II - 6º ano
COMO EU ME RELACIONO COM OS PROBLEMAS DO MUNDO? Salas 02 e 03
Os estudantes do 6º ano, ao iniciarem a segunda etapa do Ensino Fundamental, têm contato com diferentes professores especialistas. Dessa forma, podem aprofundar seus conhecimentos em diversas áreas do saber. A especialização, aqui, não é uma separação radical entre os diversos ramos do conhecimento. A multiplicidade disciplinar serve à promoção de diálogos entre as distintas áreas. Na Escola Lourenço Castanho, os diferentes saberes articulam-se nos projetos integradores. Eles são os responsáveis pela criação de caminhos comuns entre as áreas. Por meio do trabalho em equipe, estudantes e professores investigam o mundo de modo integrado, com o objetivo de compreender e dar respostas aos problemas da contemporaneidade. A partir da questão-problema “Como eu me relaciono com os problemas do mundo?”, proposta no início do ano letivo de 2016, os trabalhos desenvolvidos tiveram por objetivos: •
Estabelecer conexões entre as questões do mundo e as experiências dos jovens estudantes;
•
Conectar saberes das diferentes linguagens e ciências na compreensão das questões do mundo;
•
Proporcionar situações de aprendizagem para investigar o mundo e comunicar conhecimento.
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Relacionar-se com os problemas do mundo implica responsabilizarse por aproximações reflexivas. É comum que alunos do 6º ano nos perguntem: “O que eu tenho a ver com isso?” - reveladora indagação: É preciso, justamente, lapidar a visão, aferir o olhar, para que “o mundo” se mostre também nosso, para que possamos aventar hipóteses sobre os conflitos, desafios e potencialidades contemporâneas. A partir de diferentes estratégias e vivências, estudantes e professores trilharam os caminhos de construção do conhecimento e, agora, na Mostra Cultural, vêm apresentar seus percursos e seus trabalhos.
APRESENTAÇÕES NA MOSTRA CULTURAL A comunicação do conhecimento, importante etapa de socialização do saber adquirido, será realizada por meio da apresentação de dois trabalhos.
Trabalho 01 - O processo do trabalho integrador A partir de uma linha do tempo, construída por recortes de trabalhos, colagens, imagens, registros, os estudantes apresentarão: •
A atividade mobilizadora inicial;
•
As atividades investigativas realizadas na Escola e em campo;
•
Os momentos de sistematização dos problemas investigados;
•
A elaboração dos produtos finais.
Trabalho 02 - Problema do mundo / Produto final Veja a programação:
Cada grupo de estudantes apresentará, com o suporte da plataforma Sway, as reflexões que realizaram a respeito de um problema do mundo que estudaram.
Locais – Salas 2 e 3, em sessões simultâneas às 9h, 10h e 11h.
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Ensino Fundamental II - 7º ano
PATRIMÔNIOS E HERANÇAS: COMO O PASSADO SE FAZ PRESENTE EM NOSSAS VIDAS? Salas 13 e 14 A partir da pergunta problema do projeto integrador do 7º ano - “Como o passado se faz presente em nossas vidas?”, oferecemos caminhos para investigações e reflexões sobre patrimônios e heranças que, de algum modo, estão relacionados com a nossa vida. Consideramos que, no início da adolescência, os jovens ainda têm uma ligação forte com a família, mas já buscam sua própria identidade, o que os leva a observar mais atentamente outros grupos sociais. E é justamente no contexto familiar e na sociedade que se encontram inúmeros patrimônios representativos, muitos dos quais não são valorizados. A atividade disparadora do projeto, o filme “A invenção de Hugo Cabret”, evidencia a importância da valorização dos legados culturais de nossos antepassados e, ao mesmo tempo, nos remete a um patrimônio pouco valorizado: o cinema mudo. Através
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das reflexões realizadas acerca dos acontecimentos do filme, os alunos puderam perceber a importância da permanência para a valorização dos patrimônios. No estudo de campo realizado na região de Paraty, retratado pela “Revista eletrônica”, os alunos tiveram a oportunidade de entrar em contato com a história de uma importante cidade colonial brasileira e com a realidade do povo local, através de vivências, pesquisas e entrevistas, para investigar as relações das pessoas com seus patrimônios culturais, históricos e ambientais. Também exploraram diversos ecossistemas litorâneos e florestais para conhecer a biodiversidade local e compreender as relações que se estabelecem no Bioma da Mata Atlântica. A partir das observações e reflexões que realizamos nesse contexto, os alunos passaram a compreender a importância da preservação dos patrimônios naturais.
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A visita ao Museu da Imigração também foi uma importante etapa do projeto integrador. Lá, os alunos constataram que a diversidade étnica e a pluralidade cultural do povo brasileiro se constituíram graças aos movimentos migratórios e da miscigenação que ocorreu ao longo de nossa história. A partir dessa visita, idealizamos a montagem do muro dos imigrantes, juntamente com as árvores genealógicas familiares. A proposta do projeto integra todos os componentes curriculares que, dentro de seus respectivos contextos pedagógicos, abordam questões inerentes à complexidade sociocultural da sociedade brasileira e seus patrimônios.
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Ensino Fundamental II - 8º ano
COMO CONHECER O OUTRO TRANSFORMA O MODO DE ME RELACIONAR COM O MUNDO? Sala de Projetos e Quadra A sala apresenta a exposição dos trabalhos realizados pelos alunos a partir das propostas do projeto integrador de série que se orienta pela questãoproblema: “Como conhecer o outro transforma o modo de me relacionar com o mundo?” Durante o ano, os alunos realizaram pesquisas, em diferentes componentes curriculares, nas quais aprofundaram as temáticas da diversidade e das fronteiras, investigando diferentes culturas, saberes e refletindo sobre o mundo e sobre eles mesmos. O estudo de campo, no Vale do Ribeira, foi um importante momento investigativo da série. Por meio da integração com os alunos das escolas Lourenço Castanho e Maria Antônia Chules Princesa, escola pública rural localizada no município de Eldorado, que atende as comunidades quilombolas da região, os jovens desenvolveram procedimentos de pesquisa e coleta de dados e promoveram a troca de saberes e olhares sobre a preservação da diversidade ambiental e cultural. Num primeiro momento, os alunos da Lourenço Castanho trocaram cartas com os demais colegas, alunos da escola Chules Princesa, refletindo sobre os diversos aspectos relacionados ao cotidiano, nos lugares vividos pelos jovens das duas escolas. Essa troca permitiu uma primeira aproximação das duas realidades e de seus sujeitos. Em campo, os alunos das duas escolas tiveram a oportunidade de trocar experiências, falar de seus diferentes cotidianos e vivenciar diversas formas de saberes. Munidos de questões e pesquisas, os alunos foram instigados, durante as etapas de trabalho, a construírem conhecimentos. Parte desse conhecimento está presente no site colaborativo e na exposição fotográfica, na qual registraram elementos representativos da biodiversidade e cultura local, refletindo sobre a necessidade de conservação desse ambiente. Outro trabalho importante foi a elaboração dos croquis cartográficos, realizados nos componentes Geografia e História, nos quais os alunos puderam comparar elementos socioespaciais do quilombo de Ivaporunduva com os do bairro Vila Nova Conceição. Além disso, elaboraram uma releitura histórica do quilombo de Ivaporunduva a partir da análise da organização do quilombo dos Palmares. Os componentes curriculares, ao longo do ano, promoveram a reflexão sobre a diversidade e preconceitos, fazendo com que o aluno percebesse a importância de conhecer e respeitar o modo de vida dos diferentes grupos, em diversos tempos e espaços e em quaisquer formas de manifestação, contribuindo para a formação de um aluno mais reflexivo e cidadão.
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TRABALHOS: Sala de Projetos •
Podcast – Narrativas de Resistência;
•
Croquis – Territorialidades;
•
Exposição fotográfica – Vale do Ribeira: Olhares;
•
Troca de cartas entre os alunos da Lourenço e da Chules;
•
Experimentos – Formação de Espeoleotemas;
•
Site colaborativo Benfeitoria – Jovens quilombolas em São Paulo.
Quadra •
Apresentação de música e dança – Somos todos índios, negros e muito mais.
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Ensino Fundamental II - 9º ano
EM QUE MEDIDA SOU PRODUTO DO MUNDO E CAPAZ DE TRANSFORMÁ-LO? Salas 101, 103 e nos muros da Escola
O Projeto Integrador de Série dos 9ºs ano teve como tema central a “Identidade”. O desenvolvimento de uma temática complexa como esta envolve bastante tempo e questionamentos de diferentes naturezas. Durante todo o ano foram realizados diversos trabalhos em todos os componentes curriculares para possibilitar esta discussão tão complexa.
Para nos guiar por esse amplo campo de investigações, apresentamos aos alunos a seguinte pergunta: “Em que medida sou produto do mundo e capaz de transformá-lo?”. A partir dessa questão eles foram convidados a refletir sobre as transformações das suas identidades e dos laços que os conectam ao outro e ao mundo, bem como compreender algumas estruturas da nossa sociedade.
Compreender quem somos, o que é a adolescência, que papéis ocupamos na vida, como é o país em que vivemos, e como tudo isso está articulado foram caminhos percorridos por estes alunos. A construção desta história passa por diferentes eixos de pesquisa, alguns mais focados em elementos individuais e outros em elementos coletivos. Aprender a olhar para si, para o outro e para o mundo, é ponto de partida para que seja possível crescer e se tornar agente ativo deste processo.
Nesta sala, apresentaremos produções que utilizam diferentes linguagens. Os alunos transitaram pela memória, pela fantasia, pela sua projeção para o futuro, pela observação objetiva, seus desejos e devoções, além de pesquisar e analisar a memória coletiva, os discursos socialmente construídos, as organizações da sociedade tanto na nossa cultura como na cultura de outros países. Esta é uma tarefa contínua que nossos jovens terão que seguir pesquisando e refletindo para construir seus percursos.
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TRABALHOS: Sala 101 •
Propaganda - A importância da leitura, inspirada na obra Fahrenheit 451;
•
Vídeo - Lugares de memória na cidade, democracia e direitos humanos;
•
Cardboard - Uma visita a Pachamama;
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Cápsula do tempo - Identidade e conhecimento;
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Narrativas - A experiência das entrevistas no trabalho de campo em Brasília;
•
Desenho - O quarto em perspectiva;
•
Colagem poética - O que é ser produto do mundo?;
•
Módulos - Diálogo entre os grafites de Brasília e os painéis de Athos Bulcão.
Sala 103 •
Minidocumentários – Brasília em nós: recortes e sínteses; Sessões às 9h, 9h50, 10h40, 11h30 e12h30
Veja a programação:
Nos muros da Escola •
Grafite
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Ensino Médio - 1ª série
O HOMEM VÊ TUDO O QUE É NATURAL COMO OBJETO? Salas 11 e 12 “[...] tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista alcança. Não é apenas formada de volumes, Mas também de cores, movimentos, atores, sons, etc.” SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: HUCITEC, 1988.
Assolados pelo ritmo da vida moderna, tendemos a nos esquecer de que somos apenas mais uma espécie no planeta. Conduzidos pela rotina frenética, especialmente a que é observada em grandes metrópoles, acabamos por não priorizar nossas percepções e reflexões. Por que nos sentimos tão superiores em relação à natureza e, especialmente, por que alguns homens se sentem superiores a outros, sentindo-se no direito de explorá-los ou subjugá-los? Quando se investiga como o conhecimento ocorre, tende-se a privilegiar a objetividade, descartando a subjetividade. Desse modo, o conhecimento passa a ser um fenômeno baseado em representações mentais que fazemos do mundo. Entretanto, pensar dessa forma reforça nossa crença de que o mundo é/contém um objeto a ser explorado pelo homem e, ao fragmentar a realidade, tem-se, com mais nitidez, a separação do sujeito e do objeto.
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“(...) a ideia de que o mundo é construído por nós, num processo incessante e interativo, é um convite à participação ativa nessa construção. Mais ainda, é um convite à assunção das responsabilidades que ela implica.” MARIOTTI, Humberto. Prefácio. In: MATURANA R., Humberto & VARELA G., Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 1987.
Nesse sentido, a proposta do Projeto Integrador da 1ª série do Ensino Médio de 2016 foi a de permitir que o estudante percebesse a “paisagem” de Milton Santos. Assim, objetivou-se propiciar oportunidades para desenvolver a habilidade e a sensibilidade de perceber o meio, reconhecendo situações eventualmente de exploração, negação e mesmo harmoniosas que traduzem a relação do homem com o ambiente, do homem com outros homens. Os estudantes, individualmente, sob orientação de seus professores e por meio de aulas e leituras acadêmicas, elaboraram suas próprias questões, como um recorte à questão problematizadora do projeto: “O Homem vê tudo o que é natural como objeto?” Ao longo dos cursos, nos diferentes componentes curriculares, na preparação e na viagem de estudo de campo, os alunos vivenciaram momentos de pesquisa sobre questões mais específicas, procurando informações e reflexões que pudessem substanciar uma discussão teórica mais sólida sobre as perguntas ou hipóteses levantadas.
com suas facilidades ou dificuldades no embate que é reconhecer-se parte do ambiente. A realidade não é simples. Logo, é de esperar que as respostas aos questionamentos dos alunos não sejam conclusivas, o que pode abrir espaço a futuras questões. Dessa forma, consideramos igualmente relevante o comportamento científico e prudente em não assumir as primeiras impressões como respostas conclusivas e definitivas. A Mostra Cultural permite apresentar os caminhos percorridos nessa produção de conhecimento. Portanto, a 1ª série apresenta mais do que conclusões: apresenta processos e reflexões. Convidamos todos a compartilhar a nossa percepção da realidade e a pensar de forma crítica sobre a relação do homem com o meio que o cerca. Veja a programação:
Desse modo, os estudantes puderam problematizar suas próprias perguntas e iniciar a discussão dos métodos de coleta que melhor atenderam ao fornecimento de dados. Esses dados os levaram tanto a desenvolver respostas possíveis para suas hipóteses, quanto a considerar projeções de suas questões. Ao todo, foram realizados 21 trabalhos: cada qual com sua pergunta e seu percurso de problematização, MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
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Ensino Médio - 2ª série
PROJETO CIENTÍFICO Sala 102 O Projeto Científico tem como principal objetivo inserir o aluno de Ensino Médio no universo da pesquisa científica, fomentando a produção do conhecimento formal e o desenvolvimento de habilidades nas diversas áreas do conhecimento, mediante uma atitude crítica, reflexiva e dinâmica. Os objetivos específicos do Projeto são: •
Utilização de princípios e normas metodológicas para a produção de textos científicos;
•
Desenvolvimento de senso crítico, de uma postura proativa e de autonomia para o aprendizado;
•
Formação e consolidação de Grupos de Pesquisa;
•
Estímulo à participação de docentes e discentes em congressos e feiras científicas;
•
Realização de acordos de cooperação com universidades, instituições, organizações e redes de pesquisa;
•
Vivência mais aprofundada, por parte do aluno, de temáticas da área pela qual optou, valendo-se de um tipo de conhecimento que dificilmente se experimenta em sala de aula;
•
Interação com o professor (pesquisador), criando uma relação de troca de conhecimentos, o que proporciona enriquecimento para ambas as partes;
•
Orientação para uma abordagem inter e multidisciplinar dos temas de pesquisa.
No ano vigente, o Projeto contou com professores das diversas áreas do conhecimento e foi obrigatório para todos os alunos da 2ª série do Ensino Médio. A tabela abaixo relaciona os professores orientadores e as respectivas áreas de trabalho:
Ciências Humanas
Ciências da Natureza
Linguagens e Códigos
Adenílson Bezerra
Cláudia Ferraz
Ademir Emboava
Ednílson Quarenta
Jorge do Valle Neto
Amanda Lacerda
Eduardo Chammas
Rafael Cancian
Cássia Araújo
Vinícius Soares
Soraia Namora
Gabriele Schumm Regina Fernandes Roberta Alves Stefano Bigotti
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O desenvolvimento do projeto se deu ao longo do ano, e as etapas podem ser visualizadas no fluxograma abaixo:
Nos dias 31 de outubro e 1º de novembro, na unidade do Ensino Médio, os alunos apresentarão seus trabalhos para uma banca de professores convidados que farão a avaliação do projeto. É com muita satisfação que convidamos todos para prestigiar esse momento que marca a conclusão de uma importante etapa da formação dos alunos na construção e produção do conhecimento.
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Laboratório de Criação
O laboratório de criação é um espaço dedicado à criatividade, experimentação e à colaboração multidisciplinar com vista à criação, formação e investigação na junção de matemática, ciência, engenharia e tecnologia. O novo ambiente pode ser visto como um laboratório, uma oficina ou um estúdio onde professores e alunos podem trocar conhecimento e experiência para construir algo. O laboratório integra alguns ambientes de produção e criação: O makerspace, com estrutura completa para a construção e prototipação dos projetos, pode acolher os trabalhos/produtos dos alunos em manufaturas com diferentes materiais: madeira, plásticos, papelão, equipamentos eletrônicos, artefatos digitais, entre outros; o hackerspace, com a estrutura necessária para a produção e criação de dispositivos eletrônicos e digitais, envolve robótica educacional e as linguagens de programação, por exemplo, a linguagem scratch e as interfaces arduino;
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o fablab que tem por objetivo a produção de artefatos digitais e multimídia, equipado com um conjunto de ferramentas flexíveis controladas por computador, entre elas incluem-se softwares multimídia para edição/produção dos alunos e uma impressora 3d. O objetivo é trazer para os alunos um aprendizado "hands-on", palavra americana com livre tradução para “mão na massa”, pois a possibilidade do aprender fazendo e a formulação de ideias com base na experimentação e na prática são estratégias fundamentais para que a inovação e o aprendizado surjam, de forma divertida e alinhada às premissas da educação para o século XXI.
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LABORATÓRIO DE CRIAÇÃO: APRENDER COM AS MÃOS Laboratório de Criação Seguindo a filosofia do faça-você-mesmo, do inglês do-it-yourself (diy), a atitude maker tem como essência a curiosidade, a criatividade e a inovação. A junção entre essas habilidades faz com que o movimento maker tenha importância à educação. Segundo o professor Paulo Blikstein da universidade de Stanford (USA), um dos responsáveis pela propagação dos laboratórios de fabricação digital – fablabs nas escolas, o “[...] Fazer é igual a aprender” (Blikstein, 2014). Espaços de aprendizagem como o laboratório de criação permitem ao aluno imaginar, planejar, criar, testar, questionar, refletir e compartilhar, motivando-o a pensar criticamente. Incentivá-lo a criar soluções práticas é importante para fazer com que desenvolva o senso de que pode transformar o meio ao seu redor e, consequentemente, aprender. Durante as aulas, o alinhamento entre prática e teoria ocorre por meio da interdisciplinaridade STEM, sigla em inglês que designa justamente as disciplinas que mais se beneficiam desse método: ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Apresentando problemas para serem resolvidos na prática pelos alunos, os professores ministram as disciplinas, envolvendo-os em cada fase do aprendizado. Os 8ºs e 9ºs anos em 2016, produziram uma série de objetos para testar/validar conceitos físicos e matemáticos.
RELEVO INTERATIVO Laboratório de Criação Aliando a tecnologia à aprendizagem, a caixa de relevo propõe que o aluno trabalhe de forma interativa com o conhecimento discutido em sala. Nesse projeto, o aluno pode não só entender como também vivenciar conceitos básicos da geomorfologia (estudo do relevo) e da hidrografia (estudo das águas), através de propostas desafiadoras que incentivam o uso da aprendizagem desenvolvida ao longo das aulas. O uso dos recursos tecnológicos que constroem a caixa é feito de forma contextualizada à realidade prática do aluno e da atividade, superando a utilização apenas reprodutiva de tecnologias digitais e oferecendo ao aluno, na experiência sensorial, a oportunidade de consolidar o que aprendeu em sala. Esse projeto foi produzido originalmente por pesquisadores da UC Davis W.M. Keck Center for Active Visualization in the Earth Sciences (KeckCAVES, http://www.keckcaves.org), apoiado pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA, de número DRL 1114663. Para mais informações, visite https://arsandbox.ucdavis.edu. MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
Veja como funciona:
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OFA - Oferta Formativa Ampliada
CLUBE DA PROGRAMAÇÃO SCRATCH Laboratório de Criação A oficina clube da programação scratch tem como objetivo introduzir os estudantes no mundo da ciência da computação e da programação de computadores, utilizando o programa scratch, que apresenta uma interface gráfica intuitiva e que possibilita a criação de jogos, animações e histórias interativas. Durante as aulas, os alunos produziram três games: o cheese chasing, o circle wars e kinepong. Integrado ao sensor kinect (microsoft), o kinepong permite que os jogadores utilizem os movimentos do corpo para interagir com o game, tomando como princípio a transformação de objetos do mundo físico em objetos digitais.
INTRODUÇÃO À ROBÓTICA COM ARDUINO E SCRATCH Laboratório de Criação A oficina é destinada aos estudantes interessados no universo maker (do it yourself), possibilitando noções introdutórias para o desenvolvimento de circuitos, dispositivos sonoros, criação de artefatos tecnológicos, objetos interativos, instalações interativas e impressões 3D. O arduino é um dispositivo versátil que facilita a interação entre o mundo físico e as tecnologias da informação por meio do uso de sensores e botões que controlam luzes, motores, sons e outros acionadores.
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Trabalhando em grupos durante as aulas, os alunos produziram os seguintes artefatos eletrônicos: um sensor de presença, uma reconstrução do clássico Genius, o simple system plus (ss+), nova versão dos computadores ss1 e ss2, apresentados em Stanford, MIT e USP, o simple tablet e uma readptação do snes (super nintendo). Utilizando o arduino, o raspberry pi, o scratch e recursos/ferramentas disponíveis no laboratório de criação.
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PROJETOS CIENTÍFICOS E INVESTIGANDO O MUNDO QUÍMICO E FÍSICO Laboratório de Ciências As oficinas de ciências são espaços privilegiados para os alunos enfrentarem uma diversidade de investigações sobre o mundo natural. Nelas, são oportunizadas novas propostas de questões e experimentos, ampliando ainda mais as habilidades investigativas dos alunos. Dentre as diversas atividades realizadas, os sextos e sétimos anos escolheram apresentar resultados das seguintes investigações: A decomposição do isopor, realizada pelos insetos tenébrios; o que existe nas batatas de fast food?; projeto horta na escola. Já os alunos dos oitavos e nonos anos apresentaram algumas experiências que foram por eles consideradas como as mais significantes e interessantes para explorar os fenômenos relacionados às reações químicas.
ARTES VISUAIS Pátio da Biblioteca 1º semestre Os alunos da oficina de Artes Visuais do 1º semestre trabalharam com a técnica de pintura em dois momentos: •
Projeto das pequenas intervenções, em que o próprio espaço da escola determinava o tema da pintura;
•
Projeto painel, uma pintura de grandes dimensões em que primeiro houve a elaboração do tema para depois discutir qual a melhor forma de representar esse tema visualmente através de formas, cores e composição.
Para os dois projetos foram observadas imagens de obras de vários artistas modernos e contemporâneos. 2º semestre Os alunos da oficina de Artes Visuais do 2º semestre experimentaram a técnica de modelagem em argila como forma de expressão. A proposta final foi a criação de um personagem a partir da composição de um rosto humano. MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
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OFA - Oferta Formativa Ampliada
NÚCLEO DE PROJETO SOCIAL (NUPS) - EFII E EM Biblioteca O Núcleo de Projetos Sociais (NUPS) realiza ações no Fundamental II, desde 2011, sempre com o intuito de oferecer aos alunos experiências e vivências sociais distintas daquelas em que estão inseridos. Nossas ações pretendem ir além da assistência, proporcionando uma imersão em novas realidades e uma troca de saberes com aqueles com quem interagimos. Nesses anos de existência, já conhecemos: tribos indígenas; movimentos de moradia no centro da cidade; a casa de Estevão Conceição – o Gaudi brasileiro – na comunidade Paraisópolis; estabelecemos parcerias com escolas públicas e instituições que atendem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, com as
quais realizamos oficinas de integração; montamos bibliotecas comunitárias e bazares; realizamos andanças pela cidade de São Paulo para conhecer, juntos, os limites dessa imensidão sociocultural que é a pauliceia. Como dizem os ex-alunos que estão agora trilhando seus caminhos no Ensino Médio ou na faculdade: “passar pelo NUPS proporciona uma grande mudança no modo de ver o mundo. Mostra que existe um mundo lá fora e que devemos dar nosso máximo para conhecer e entender essas ramificações. Permite acreditar em sonhos que eu nunca pensei que pudesse realizar. É nossa pequena contribuição para uma sociedade mais humana e democrática.”
No Ensino Médio, a Oficina de Projetos (NUPS) tem como objetivo tornar os alunos participantes e envolvidos em projetos e temáticas desenvolvidos por eles. Durante os encontros, fomenta-se o senso crítico dos alunos por meio de discussões sobre as nuances do ambiente urbano. Partindo do princípio de que o aprendizado não deve ficar restrito à sala de aula, busca-se o contato com os personagens em seus respectivos ambientes.
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OFICINA DE BANDAS E PESQUISA MUSICAL Palco A “Oficina de bandas e pesquisa musical” proporciona aos alunos da Escola que estudam ou se interessam por música, oportunidades para que pesquisem e vivenciem a prática em grupo, em busca de aprimoramentos em seu conhecimento e execução musical. É fato que o cenário musical atual é bastante diverso e determinante para a formação das “tribos”. Os jovens constroem seu entorno social com base em suas preferências e crenças e a música tem um papel significativo nesse processo. Na oficina procuramos visitar algumas vertentes musicais através de conversas, pesquisas e execução de versões das músicas que as representam. O repertório é escolhido pelos próprios alunos. A partir da música original construímos os arranjos, considerando as possibilidades de execução de cada componente da banda. Desse modo, apresentaremos algumas músicas de nosso repertório, escolhidas pelas bandas para apresentar o trabalho realizado na oficina.
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Ciências da Natureza
CONCURSO DE CIÊNCIAS Ensino Fundamental II - Sala 01 POLUIÇÃO - EXTINÇÃO DE ESPÉCIES - SAÚDE HUMANA - QUÍMICA, AMBIENTE E SAÚDE. As 4 temáticas acima conduzem as propostas de trabalho de Ciências da Natureza em cada uma das séries, do sexto ao nono ano. São temáticas que se alinham com leituras, conceitos, experimentos e atividades variadas, permitindo uma aproximação do olhar científico sobre as questões. Elas permitem também uma reflexão sobre si mesmo, a sociedade, a relação com o entorno e sobre os caminhos de solução que havemos de pensar. Foi proposto que cada série se mobilizasse em busca de uma possibilidade de solução, pequena ou grande, que afetasse o entorno próximo ou distante, que potencializasse uma ação local ou global, mas que, como ideia, pudesse ser viável, exequível e potente. Essa proposta foi incrementada com um elemento diferenciado. Além de ser uma proposta acompanhada e avaliada no componente, também faria parte de uma atividade maior, promovida pela área de Ciências, um concurso, de modo a permitir que os trabalhos que se destacassem em cada
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série pudessem ter uma forma diferenciada de comunicação. É esse resultado que traremos para nossa MOSTRA – onde poderemos acompanhar as soluções que os alunos construíram para esses problemas atuais e tão sérios. Na sala 01, seguindo o cronograma apresentado no final, os 3 trabalhos finalistas de cada série serão apresentados. As equipes nos contarão sobre os problemas investigados e sobre a solução que construíram. Após as apresentações, professores promoverão a entrega do prêmio para as equipes que se destacaram na construção da proposta de ação/solução a esses problemas. Venham participar e prestigiar esses alunos, esses jovens pesquisadores e solucionadores de problemas. Veja a programação:
MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
CIÊNCIAS EM AÇÃO Ensino Médio - Sala 102
No Ensino Médio, os projetos de Ciências da Natureza, confrontam os alunos com situações-problema que precisam ser solucionadas por meio de habilidades e conhecimentos formais adquiridos nas salas de aula. Tais projetos geralmente envolvem interdisciplinaridade, trabalho em equipe, raciocínio crítico, criatividade e avaliação de recursos. Para a Mostra Cultural selecionamos três projetos desenvolvidos durante o ano vigente: 1ª série: •
Construção de Máquinas Térmicas - são sistemas que realizam a conversão de calor ou energia térmica em trabalho mecânico. Neste projeto os protótipos deveriam utilizar os princípios de troca de calor para produzir variações significativas de temperatura, tornando o ambiente mais agradável.
2ª série: •
Construção de uma máquina de Rube Goldberg: máquina que executa uma tarefa simples de uma maneira extremamente complicada, geralmente utilizando uma reação em cadeia. Essa expressão foi criada em referência ao cartunista americano e inventor Rube Goldberg, autor de diversos dispositivos com essa base de funcionamento.
3ª série: •
Projeto radiatividade – com criatividade, os alunos exploraram os diferentes aspectos deste tema tão polêmico.
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EJA - Educação de Jovens e Adultos
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Sala de Expressão Apresentação de Geografia – Giovana Luz (professora de Geografia) ESTUDO DO MEIO – CIDADES COLONIAIS DE MINAS GERAIS: O CONTEXTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL Durante a realização do Estudo do Meio nas cidades mineiras de Ouro Preto, Mariana e Tiradentes, os alunos conheceram o casario dessas cidades, construído no auge do ciclo do ouro. O belo conjunto arquitetônico erguido com técnicas construtivas rudimentares nos conta um pouco da vida privada da colônia, além de expor as precariedades de saneamento básico. Essa viagem permitiu aos alunos do EJA conviverem com uma parte da história do Período Colonial, sendo inevitável a reflexão sobre as condições de vida às quais os escravos eram submetidos. Ao escutarem os professores e guias visitarem museus e o simples caminhar por essas cidades, surgiram muitas descobertas, dentre elas o calçamento das ruas, conhecido como pé-de-moleque. Em um primeiro momento, o calçamento pareceu bucólico, quase nostálgico. Entretanto, quando os alunos descobriram que os escravos caminhavam descalços por aquelas ruas, ficaram perplexos, havendo grande questionamento sobre as diferenças entre as classes sociais na colônia. Essas e outras reflexões fizeram os nossos alunos-trabalhadores se confrontarem diretamente com o mundo do trabalho na época colonial. A culinária mineira, bastante elogiada por nossos alunos e alunas quituteiros, foi um convite para conhecer Minas Gerais sob um outro viés. Ao passear pelas ruas de Ouro Preto, durante o estudo do meio, os alunos do EJA saborearam pratos já conhecidos como torresmo, doce de leite, entre outros. Entretanto, no contexto de subir e descer ladeiras, e imaginar os poucos recursos alimentícios disponíveis na época os alunos começaram a indagar e elaborar hipóteses acerca dos pratos símbolos da Cultura Mineira.
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Apresentação de História da Arte – Claudia Muniz (Arquiteta - voluntária) MINAS GERAIS E SUAS PAISAGENS: EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DOS ALUNOS DO CURSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Por meio de uma exposição fotográfica os alunos mostrarão seus olhares, suas surpresas e suas percepções sobre a arquitetura, urbanismo e religiosidade das cidades visitadas. Com a convivência com o jeitinho mineiro das pessoas e seus “causos”, os alunos mudaram seu olhar de turista para um olhar de viajante, ao fotografar elementos que foram além da estética. Apresentação de Ciências – Maria Isabel Soncini (Bióloga - voluntária) AMBIENTES BRASILEIROS E OS AMBIENTES NATURAIS DOS ALUNOS DO EJA
planas por meio de um famoso quebra-cabeça, o Tangram. Os alunos aprenderam e manusearam as diversas figuras geométricas e, ao elaborar os seus próprios Tangrans, descobriram que, com apenas 7 peças, era possível construir uma série de figuras estilizadas. Eles ficaram encantados com as figuras que obtiveram. O trabalho com geometria nas fases 8 e 9 (correspondente ao 9º ano) consistiu na introdução de conceitos envolvidos em figuras da geometria espacial, como cubo, paralelepípedo, prismas, pirâmides, esfera, cone e cilindro. Durante as aulas, os alunos construíram algumas figuras geométricas espaciais (3D) cujos volumes teriam de ser de 1.000 centímetros cúbicos, ou 1 litro. Essas atividades serviram para concretizar os conceitos de geometria espacial e contribuíram para prepará-los para o estudo e compreensão de volumes e capacidades de objetos encontrados no cotidiano.
O trabalho aqui apresentado é resultado do processo de ensinar e aprender que se desenvolveu durante um semestre nas fases 6 e 7 (correspondente ao 7º ano), em que estiveram presentes, o tempo todo, saberes oriundos das vivências dos alunos e saberes do conhecimento historicamente sistematizado.
Apresentação da Coordenação do EJA – Miguel Castilho (Coordenador); NUPS - Juan Carlos Mondejar (Coordenador NUPS)
Muitas dúvidas, perguntas, leitura e muita produção de textos marcaram nosso caminhar. E chegou o momento de os alunos dividirem com os colegas da escola o que conquistaram:
Durante o 2º semestre de 2015, alunos do EF II, participantes do NUPS dessa unidade, coordenados pelo professor Juan Carlos participaram de um levantamento estatístico a respeito das condições socioeconômicas, profissionais e escolares dos alunos de todas as fases – desde Alfabetização ao Ensino Médio – do curso de Educação de Jovens e Adultos.
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Uma exposição das aprendizagens, feita por meio de cartazes de diferentes ambientes (localizando-os em mapas e identificando teias alimentares a eles pertencentes);
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Textos produzidos pelos alunos;
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Músicas relacionadas ao assunto tratado e a criação de um programa de rádio em que os alunos propunham questões e traziam mais informações ao público.
Apresentação de Matemática – João Antônio de Oliveira César (Professor de Matemática) CONCRETIZANDO A GEOMETRIA
PERFIL DOS ALUNOS DO EJA: ESTRUTURAS E DESAFIOS RESULTANTES DA PESQUISA
Dois objetivos fundamentaram a realização dessa pesquisa: um maior convívio e conhecimento entre alunos dos cursos diurno e noturno e uma investigação sobre a caracterização, do ponto de vista pessoal, profissional e escolar, do alunotrabalhador que frequenta a nossa escola. De posse dos resultados da pesquisa, a equipe de professores do EJA traçou uma linha de atuação, visando a dar respostas aos desafios que os números trouxeram.
O trabalho, junto às fases 4 e 5 (correspondente ao 6º ano), foi pautado no aprendizado e reconhecimento de algumas figuras geométricas MOSTRA CULTURAL LOURENÇO CASTANHO - 2016 | EFII, EM E EJA
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