EDITORIAL
O valor da interface “As homepages são o patrimônio mais valioso do mundo. São investidos milhões de dólares em um espaço com menos de um metro quadrado.” Sábias e proféticas palavras publicadas logo na introdução do livro “Homepage: Usabilidade”, escrito pelos especialistas Jakob Nielsen e Marie Tahir. Quase dez anos após a sua publicação, a obra se tornou um clássico do segmento web. Guardadas as devidas proporções financeiras, eles estavam no caminho certo ao fazer tal afirmação. Só para se ter uma ideia, a verba alocada na criação e no desenvolvimento do Portal Brasil, que durou cerca de um ano para ficar pronto, foi de 11 milhões de reais (http://tinyurl.com/77-editorial-1). Por falar neste projeto, ele é um dos 12 cases analisados na matéria “Desconstruindo interfaces” (páginas 32 a 45). Nossa fonte de inspiração acabou surgindo através de algumas consultas feitas justamente à obra de Nielsen e Tahir. Assim, decidimos criar uma versão adaptada ao mundo do design de interfaces. Por falar em livros, biblioteca é um termo que vem logo à cabeça. E também, porque não, remete a edição deste mês! Isso porque preparamos uma reportagem apontando as vantagens no uso de bibliotecas de padrões de interfaces (páginas 52 a 57). Com isso, nossa esperança é que o conteúdo desta edição enriqueça ainda mais o seu cotidiano de produção e estimule a formação de um discurso crítico na área. Boa leitura! Grande abraço, Luis Rocha luis.rocha@arteccom.com.br
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Rafael Curi
Sob o impacto da geração Y
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O consultor Sidnei Oliveira apresenta as principais características e influências nas estratégias de comunicação
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Raphael Sonsino
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Freddy Thorvaldsen
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Pedro Moura CAPA
Desconstruindo interfaces
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Inspirados no livro “Homepage: Usabilidade”, de Jakob Nielsen e Marie Tahir, preparamos um especial adaptado ao universo do design de interfaces, através da análise conceitual de 12 projetos lançados recentemente OPINIÃO
Ágil sem perder a qualidade
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Na correria de prazos curtos e a necessidade de atender a todas as demandas, como garantir um fluxo ágil de produção sem perder a qualidade da execução criativa? REPORTAGEM
Biblioteca de padrões de interfaces
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Conheça algumas das principais vantagens de sua aplicação no processo de produção de interfaces digitais e interativas ESTUDO DE CASO
O acervo lúdico de Niemeyer
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Diretores do estúdio carioca Caos! Vídeo&Design destacam as principais etapas na criação da nova versão do site deste renomado arquiteto
Tecnologia em foco CONCEITUAL
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Design de interfaces para CMS’s TUTORIAL
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Papervision 3D no Flash - Parte 3/3
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Internacional
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Webdesign
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ENTREVISTA
Sob o impacto da
geração Y
Busca constante e ousada por novas experiências, domínio tecnológico, perfil questionador e realização simultânea de tarefas. Essas são algumas das principais características dessa geração nascida entre 1980 e 1999.
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Sidnei Oliveira Consultor, autor e palestrante, expert em conflitos de gerações, geração Y, desenvolvimento de novos talentos e redes sociais. Site: www.sidneioliveira.com.br Twitter: @sidneioliveira
Para entendermos melhor todas as transformações vividas por estes jovens e o seu impacto na concepção de estratégias de comunicação, conversamos com o consultor Sidnei Oliveira, que é autor dos livros “Geração Y: era das conexões, tempo dos relacionamentos” e “Geração Y: o nascimento de uma nova versão de líderes”. Confira o resultado a seguir. WD Dentre as principais características desta geração nascida
a partir de 1980, você destaca a simultaneidade na realização de tarefas e o perfil questionador. Além destas, quais seriam as outras características fundamentais na hora de se definir um perfil resumido desta geração? SIDNEI É possível observar também a grande intimidade com tecnologia. Mesmo em jovens que têm menos acesso aos equipamentos, observamos uma rápida assimilação e aprendizagem quando recebem um equipamento moderno. Na linguagem popular, é como se estes jovens já nasceram “sabendo”. Além destas características, gosto de ressaltar que a geração Y tem “sede” por experiências e ousadia para experimentar. WD Você dedicou um capítulo exclusivo do livro “Geração Y: era das conexões, tempo dos relacionamentos” para apontar os principais grupos, tribos e tipos pertencentes à geração Y. Em termos de relacionamento, quais são os maiores obstáculos para se garantir um bom diálogo com e entre esses diferentes grupos? É comum vermos jovens inseridos em mais de um determinado grupo? SIDNEI Diferente de jovens de outras gerações, a Y é composta por jovens “mutantes” que pertencem à diversas tribos simultaneamente. A chave está em entender o grupo de relacionamento em que eles estão envolvidos no momento ou na experiência que deseja realizar. Dependendo do grupo e do cenário, não há abertura para diálogo, pois alguns grupos são absolutamente antagônicos (exemplo: pagodeiros e emos). Contudo, é possível localizar, com facilidade, jovens que frequentam ambos os grupos. O paradoxo é uma grande marca desta geração.
WD No post “Saladão do Baguete e o Y das agências” (http://tinyurl. com/77-ent-1), Jonatas Abbott apresenta algumas argumentações críticas sobre as possíveis classificações existentes sobre a geração Y e ressalta que elas são “totalmente iguais aos jovens de poder aquisitivo de qualquer tempo”. Diante de sua experiência na área, o que podemos classificar de “verdades” e de “mitos” quando falamos desta geração? SIDNEI Sempre vejo alguns artigos céticos sobre a existência ou não de uma geração realmente diferente. Quero esclarecer que existem inúmeros estudos que comprovam que os jovens nascidos a partir de 1980 têm um comportamento muito mais dinâmico que os jovens de outras gerações, principalmente por conta de todo o contexto tecnológico, social e cultural criado e desenvolvido intensamente nos últimos 20 anos. Este fenômeno atinge todas as classes sociais e não apenas os de poder aquisitivo. No Brasil, o conceito de poder aquisitivo está se transformando juntamente com a ampliação do crédito ao consumidor, por isso não representa mais alta renda. Hoje, os desejos dos jovens são relativamente uniformes. O que se altera é a marca, a qualidade e a forma de pagamento que um produto será adquirido pelo jovem consumidor. Se o jovem mais rico irá comprar um iPhone de $ 1.500 à vista, o da classe D, que ganha um salário mínimo, irá desejar e comprar o HIPHONE por 200 em dez vezes no cartão no site ComprenaChina.com. Isso significa que ambos têm os mesmos desejos e características e irão se comportar de formas muito semelhantes. Este fenômeno já foi observado por grandes comerciantes que têm dedicado especial atenção as chamadas classes C e D. Recentemente, ouvi o depoimento de um diretor de RH de uma grande empresa. Ele contou que o presidente havia decidido não participar mais do encerramento dos programas de trainees (atividade que cumpriu nos últimos 15 anos). Sua justificativa foi que antes ele podia cumprimentar os trainees colocando-se à disposição e dizendo que “a porta de sua sala estaria sempre aberta”. Agora, os trainees da geração Y estão indo em sua sala de verdade e fazendo muitas sugestões de gestão da 77 > 05/10 | webdesign |
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ENTREVISTA
empresa. A conclusão do diretor de RH foi que jovens são iguais em todas as gerações, mas que esta Y tem realmente algo diferente... WD Em um dos seus últimos artigos, “A juventude é uma religião
a que todos acabam se convertendo” (http://tinyurl.com/77-ent-2), você ressalta que “o adulto de hoje, que precisou fazer um curso de pós-graduação para aprender ‘planejamento estratégico’, não pode ficar omisso diante deste cenário. Não é mais o tempo de se surpreender por um menino estar aprendendo a fazer ‘planejamento estratégico’ com nove anos de idade”. Pensando nisso, quais seriam as consequências diretas que a geração Y trouxe para o planejamento estratégico de comunicação de grandes marcas? E o que mudou na forma como esta geração enxerga o consumo de produtos e serviços? SIDNEI A geração Y é a primeira geração profundamente estimulada
A geração Y quer realmente um contato verdadeiro com a empresa que consome o produto
hiPhone Dispositivo móvel fabricado na China, vendido com o sugestivo slogan “Não é iPhone, é melhor que iPhone”. Trata-se de uma cópia pirata do popular iPhone, criado pela Apple. Fonte: Wikipédia (http://tinyurl.com/77-ent-7) e livro “Os chineses”
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por informações. Este fato transforma completamente a forma de comunicação que pode produzir resultados satisfatórios. O jovem dificilmente consome por marca nos dias de hoje. A principal razão para o consumo está nas recomendações recebidas através de suas redes de relacionamentos. Isto cria uma pressão enorme para que as grandes marcas se posicionem nas redes de relacionamentos também. Contudo, este ainda é um território completamente novo para todos (jovens e empresas) e as “verdades” ainda estão sendo descobertas. Esta geração valoriza a coerência e a transparência e, como tem acesso irrestrito pela internet, espera que as grandes empresas mantenham canais abertos de comunicação. E não estou falando de canais como as centrais de relacionamentos feitas por URA’s e contact centers terceirizados. A geração Y quer realmente um contato verdadeiro com a empresa que consome o produto. Ele valoriza a experiência de relacionamento que, se não for satisfatória, pode determinar a ruptura no canal de consumo com um depoimento negativo na rede que pode atingir dimensões inacreditáveis. Veja o exemplo envolvendo a UNITED AIRLINES com um passageiro, que resultou em um vídeo com mais de oito milhões de acessos. WD Na reportagem “Um quinto da geração Y já chefia equipes” (http://tinyurl.com/77-ent-4), publicada pelo Estadão, ficamos sabendo de alguns resultados de estudo da empresa de consultoria Hay Group. Por exemplo: 18% dos entrevistados, entre cinco mil jovens nascidos a partir dos anos 80, já possuem cargo de chefia. Em relação às outras gerações (belle epoque, baby boomers e geração X), o que muda no perfil do chefe, até então representado pelas figuras tradicionais, quando comparamos com os atuais jovens em altos cargos na hierarquia das empresas? SIDNEI Este é talvez o maior e mais visível aspecto da chegada da geração Y no ambiente corporativo, pois o conflito está acontecendo de forma totalmente aberta e direta. Vivemos em um tempo de ampliação na expectativa de vida das pessoas. Isso está alterando a dinâmica na vida profissional destas gerações. O jovem da geração Y chega às empresas e encontra baby boomers e X ainda sentindo-se jovens e produtivos e pouco dispostos a abrir espaço. Quando esta realidade é alterada por circunstâncias quase
United Airlines O músico canadense Dave Carroll (www.davecarrollmusic. com/ubg/), da banda Sons of Maxwell, gravou um clipe chamado “United Breaks Guitar” e o postou no YouTube (http:// tinyurl.com/77-ent-3). O objetivo era criticar, de forma bemhumorada, os danos causados em sua guitarra no transporte e no descarregamento realizado pela United Airlines, além do posterior descaso da empresa. O protesto virtual acabou virando um hit nos EUA. Fonte: Blog ideavertising (http://tinyurl.com/77-ent-8)
sempre ligadas a uma elevada qualificação do jovem, que assume uma posição de liderança na hierarquia, o que tenho encontrado é um ambiente de profundos conflitos, muitas vezes silenciosos, mas presentes e negativos para a empresa. Harmonizar estas relações está entre os maiores desafios que os departamentos de recursos humanos das empresas estão encontrando atualmente. WD Falando ainda sobre o choque de gerações, é possível apon-
tar as principais convergências e as diferenças em termos de atitude, postura pessoal e profissional, visão de mundo entre outras características? SIDNEI A primeira impressão que se tem é de que as gerações estão vivendo um tempo de ruptura total, onde os mais velhos não entendem os jovens de hoje, que por sua vez consideram os mais velhos como absolutamente lentos e desconectados da realidade atual. Evidentemente estas divergências sempre aconteceram entre as gerações. O fato novo é que os conflitos atuais estão mais potencializados, principalmente pelo ritmo de vida que surgiu com as novas tecnologias. Como mencionei em meu último artigo, todos desejam ser jovens pelo maior tempo possível e até o aumento da expectativa de vida, provocado também por avanços da ciência, contribui para a intensidade nos conflitos, pois existem mais gerações lutando por um lugar no mundo. Os mais velhos sentem-se produtivos em seus postos atuais, por isso não abrem espaço para os mais jovens ocuparem estas posições. Claro que esta situação não se sustenta 77 > 05/10 | webdesign |
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ENTREVISTA
A principal razão para o consumo está nas recomendações recebidas através de suas redes de relacionamentos por muito tempo. O que é necessário é um novo modelo de relacionamento entre as gerações, onde os mais velhos substituam o papel de executivos/ operadores, guardiães dos processos e zeladores dos resultados, para assumir uma nova carreira - a de líder educador - conhecido como mentor (mentoring), deixando todo o esforço executivo para a geração mais jovem, que tem mais energia e mais habilidades para o atual contexto tecnológico. Esta conscientização também deve acontecer com os jovens da geração Y, que mesmo tendo mais habilidades, precisam reconhecer que isto é apenas fruto de um cenário de superestimulação a que foram submetidos desde a primeira infância. E isso não os torna especiais. Eles precisam entender que são e precisam ser mais preparados para o novo ambiente hipercompetitivo e que, além de todo conhecimento técnico e toda informação que conseguem absorver, precisam acessar um tipo muito especial de conhecimento - o tácito -, que apenas os mais velhos possuem, fruto de todas as experiências acumuladas em suas vidas. O caminho é a negociação de interesse entre as gerações. E esta negociação precisa acontecer com maior rapidez. WD No artigo Cybertalentos (http://tinyurl.com/77-ent-5), Cesar Paz
afirma que, diante das novas ferramentas tecnológicas, os profissionais das áreas de capital e recursos humanos foram beneficiados na hora de se buscar novos talentos pelo mercado. Em sua opinião, quais são os parâmetros fundamentais para que as empresas possam manter e motivar os talentos da geração Y?
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ENTREVISTA
SIDNEI A realidade de cada empresa dificulta a apresentação de “fórmulas infalíveis” que deem resultados reais. O caminho é a verdadeira atenção para o fenômeno (geração Y) e a abertura de canais de comunicação de acordo com a realidade de cada empresa. Primeiramente, as avaliações de clima precisaram ser analisadas com mais profundidade e levadas mais a sério nas empresas. A geração Y está muito focada em sua rede de relacionamentos, o que inclui os colegas com quem trabalha. Outra questão muito importante para motivar e manter os talentos é reavaliar a relação do jovem com seu líder/gestor imediato. Este é o elo mais frágil atualmente e certamente um dos principais motivos para que um jovem se desligue de uma empresa. Este jovem valoriza muito, muito mesmo, a relação que tem com seu chefe. Se for positiva, ele permanece e acredita que pode evoluir; se for negativa, ele se esforçará para se colocar em outra realidade. E, neste caso, não se trata de estabelecer uma relação “paternalista” ou “franciscana” entre o chefe e o jovem. O que a geração busca é um mentor que se preocupe com seu desenvolvimento e que apresente desafios estimulantes, que levem este jovem a crescer e alcançar rapidamente uma posição mais desafiadora na própria organização. WD No post “A cartolina da geração Y” (http://tinyurl.com/77-ent-6),
publicado no blog A Quinta Onda, o autor destaca como as novas tecnologias estão inseridas no processo de educação dos jovens. Levando-se em consideração este novo cenário, o que é preciso transformar nos modelos atuais de educação para atrair e estimular a formação desses novos perfis de jovens? SIDNEI É preciso promover uma ampla transformação na forma como as aulas são realizadas. Hoje, o que vejo são professores que acreditam que modernizaram suas aulas com a adoção de “PowerPoint” e tarefas por e-mail. Isso não é nada mais que a automatização da antiga lousa e das lições de casa no caderno. É necessária uma real transformação, que contemple o jovem superestimulado com total intimidade da tecnologia e completa
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exposição às informações. É preciso modificar os métodos de ensino de modo a promover as habilidades de pesquisas e a construção de um raciocínio cognitivo mais refinado. Um exemplo: os erros gramaticais. No mundo atual e futuro, cada vez mais os corretores ortográficos dos programas irão auxiliar na construção de textos, por isso os professores deveriam promover suas aulas de forma a privilegiar a interpretação cognitiva, pois o entendimento e a construção do pensamento abstrato não podem ser automatizados. Evidentemente, a desconstrução de um modelo sedimentado durante os últimos 100 anos não é simples e precisará do envolvimento de muitos educadores, que devem buscar inspirações para o novo modelo em experiências de autoaprendizado que muitos jovens alcançam, principalmente, quando o tema é tecnologia. Este é um dos grandes desafios que a geração Y e a próxima, chamada de Z, trazem para a sua própria formação. WD Boa parte da geração Y estará atingindo os 30 anos de idade
em 2010 e iniciando uma nova etapa em suas vidas. Neste processo evolutivo da sociedade, o que podemos esperar da próxima geração que irá suceder a geração Y? E quais serão os principais desafios em se manter um relacionamento ativo e saudável entre essas gerações? SIDNEI Em 2010, os primeiros jovens da geração Y estarão atingindo os 30 anos de idade, o que significa que, nos próximos dez anos, veremos cada vez mais as características desta geração determinando os destinos da sociedade. Eles terão como desafio lidar com a geração Z, que possui as mesmas características, mas de forma ainda mais intensa e profunda. Os conflitos de gerações serão em menor intensidade do que estamos observando atualmente, pois eles encontrarão um cenário já alterado pela própria geração Y. No entanto, os desafios educacionais e de comunicação se intensificarão e, assim como hoje, a comunicação e a negociação transparente de expectativas serão as chaves para um bom relacionamento.
CAPA
Des construindo interfaces Uma anรกlise conceitual de 12 cases digitais
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A
pesar de ter sido lançado em 2001, o livro “Homepage: Usabilidade - 50 websites desconstruídos” (www.useit. com/homepageusability) , de Jakob Nielsen e Marie Tahir, ainda é um material útil nos estudos sobre as diretrizes de usabilidade na web. Inspirados pelo modelo de análise feito por Nielsen e Tahir, decidimos lançar uma versão adaptada ao universo do design de interfaces, através da desconstrução de 12 projetos: 10 de agências digitais do país; um internacional (mas com participação significativa de brazucas); e outro desenvolvido no âmbito governamental. Mas antes de revelarmos o resultado deste trabalho, vamos conhecer os parâmetros utilizados ao se avaliar a qualidade de uma interface. “Eles mudam de acordo com o método de avaliação utilizado, com os objetivos do produto. O próprio conceito de ‘qualidade’ é muito difícil de delimitar. Para um site de e-commerce, por exemplo, qualidade pode ser medida pelo número de produtos comprados, pela taxa de processos de compra que foram iniciados e finalizados sem abandono de carrinho. Isso não se aplicaria a uma campanha de publicidade on-line, que busca apenas divulgar um produto ou uma marca”, explica Mauro Pinheiro (www.feiramoderna.net), professor assistente do departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Apesar dessas limitações, o professor descreve alguns princípios que podem ser levados sempre em consideração. “O primeiro diz respeito à facilidade de uso. Com algumas exceções de produtos muito segmentados, toda interface deve ser de fácil aprendizado, fácil de usar. A interface visa a permitir a utilização de um sistema de informação, seja ele voltado para: fazer compras, consumo de notícias, jogos e passatempos ou mera exposição de uma marca. Deve ser possível identificar as opções de navegação, os mecanismos de interação e poder - com pouco tempo de uso - prever resultados de cada interação. Idealmente, mesmo quem nunca usou aquele tipo de produto, deve ser capaz de aprender a usá-lo em pouco tempo.” Em seguida, aparecem os aspectos referentes à universalidade de acesso. “Já não é mais tolerável que existam sistemas que excluem pessoas com necessidades especiais. Temos tecnologia, conhecimento e talento suficientes para que isso não ocorra mais. Sistemas que não tem acessibilidade para 100% dos usuários possíveis não podem ser considerados com boa qualidade. Ao contrário, demonstram incompetência e falta de qualidade.” O terceiro, e mais subjetivo, como ressalta Mauro, está relacionado com a linguagem. “Cada produto tem um público específico, que por mais abrangente que seja, demanda uma linguagem própria para uma comunicação efetiva. Isso é traduzido não só graficamente, mas em cada elemento do discurso que é apresentado: texto, imagem, som, todos os elementos trabalham no sentido de construir essa linguagem. Mas nem sempre vemos produtos com
uma abordagem correta dessas questões. Muitas vezes seguem um modismo, sem ter visão crítica, e pecam por não usar uma linguagem adequada ao público ao qual se destinam.” Já em relação aos erros mais comuns cometidos nesta área, Mauro destaca, por exemplo, a falta de foco na ação pretendida. “Muitas vezes, algumas interfaces pecam pelo excesso de elementos e opções de navegação. Embora em alguns casos isso seja uma estratégia, na maioria das vezes causa mais ruído do que ajuda. Isso ocorre mesmo com grandes produtos: a Amazon é um caso exemplar de excesso de opções na interface. Mas, não por acaso, uma vez iniciado efetivamente o processo de compras, as opções de navegação são reduzidas ao mínimo. Ali, eles voltam a ter um foco bem claro: finalizar o processo de compra. Mas nem sempre isso é levado em consideração nos produtos interativos. Apresentar muitas informações não é necessariamente melhor. Em muitos casos, vale a máxima: less is more.” Outro lapso muito comum envolve a aplicação de determinada solução sem visão crítica sobre a sua adequação ao problema. “Incomoda-me o uso indiscriminado do Flash, por exemplo. É uma ferramenta muitas vezes mal utilizada, que gera mais problemas do que benefícios. Normalmente, os sites em Flash são mal implementados, ficando inacessíveis para pessoas com necessidades especiais, alterando comportamentos que são padrão na web ou substituindo elementos de navegação do browser por elementos próprios, mais difíceis ou mesmo impossíveis de usar. Costumo ser avaliador de sites e é assustador ver a quantidade de sites inacessíveis, que ‘corrompem’ comportamentos que deveriam ser esperados na web, sem necessidade. O mesmo tem acontecido com o uso indiscriminado de AJAX, Javascript e DHTML. Repetem-se soluções sem a menor crítica, para seguir um modismo”, argumenta. Para finalizar, o professor lembra que, atualmente, os sistemas de informação demandam uma solução multiplataforma. “Não basta funcionar neste ou naquele browser, tem que funcionar em telefones celulares, sejam eles de tela de toque ou não. O iPad, da Apple, é uma nova plataforma e outras virão. Esse é um dado que não dá para ignorar. Apesar disso, é assustador ver quantos produtos são dependentes de uma plataforma ou uma solução específica. A não ser que a estratégia seja segmentar o produto, sistemas de informação que não sejam multiplataforma demonstram falta de qualidade. Têm que funcionar em diferentes condições de uso, nem que seja sacrificando determinadas características do sistema. É possível trabalhar com versões, sem comprometer o acesso ao conteúdo. A solução mais simples, muitas vezes, é a mais adequada, mas muitos produtos ainda ignoram essa prática. Repito: temos tecnologia, conhecimento e competência suficientes para fazer direito. Desconsiderar essa questão atualmente é um erro grave.” Conhecidas algumas das principais características envolvidas na análise de interfaces, confira nas próximas páginas os conhecimentos compartilhados na descrição de cada case. Boa leitura! 77 > 05/10 | webdesign |
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