Jornal O Acadêmico - Ed. 19

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Jovens de classe média e alta estão presentes entre usuários de drogas [Página 12]

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Abrigo acolhe crianças abandonadas em Rio Verde [Página 4] Exemplos de pessoas que venceram os vícios, são esperança de quem luta para superar esses problemas [Página 13]

Consumo de álcool está ligado a diversas doenças, inclusive alguns tipos de câncer, afirma OMS [Página 10]

Animais, principalmente cachorros são abandonados em rodovias [Página 6]

O consumismo é considerado por muitos uma doença, para outros, um vício. E você, o que acha? [Página 8]

Dona Luzia, apesar de nunca ter entrado em uma escola, aprendeu o básico com sua amiga de infância e hoje consegue ler [Página 4]

Brasil é um dos países que mais produz alimentos; e ao mesmo tempo, um dos que mais desperdiça [Página 7]

Os vícios na gravidez representam riscos de saúde para a mãe e, principalmente, para o bebê [Página 11]


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EDITORIAL

Mais do que investigativo, precisa ser específico e elaborado No jornalismo, a investigação é aplicada na produção de uma matéria independente do assunto ou editoria. No caso do jornalismo investigativo, os textos são mais elaborados e aprofundados, contendo uma visão crítica e analítica de cada informação. Diferente do jornalismo diário, o investigativo tem um maior tempo de produção, as matérias são especiais e complexas, abordagem aprofundada e traz assuntos contemporâneos. A partir desse conceito e do trabalho desenvolvido dentro da disciplina de Jornalismo Investigativo, os alunos produziram reportagens especiais com

temas específicos, sendo eles, abandono, consumismo, drogas e preconceito. Diante da escolha dos temas, cada grupo ficou responsável por abordar fatos interessantes e que tivessem ligação com os tópicos em questão. Sempre levando em consideração a ética, imparcialidade, relevância e clareza das informações. Foram retratados os diversos tipos de abandonos: desde pessoas a bens públicos, assim como as características, os tipos mais comuns e o que leva a prática desse ato. O consumismo está voltado para a área alimentícia, o desperdício de alimentos, o gasto com bebidas alcoólicas e produtos

O Acadêmico

supérfluos, entre eles artigos de marca e suplementos. No caso das drogas, os assuntos apresentados trouxeram dados alarmantes e histórias de superação. E se tratando do preconceito, foram ressaltados os diversos tipos e o quanto a prática ainda é comum em um mundo moderno. Essa edição vem com um propósito novo, que é trazer conteúdos acerca de problemas sociais. O objetivo é colocar em prática tudo que foi aprendido ao longo do semestre, além de dar um enfoque mais profundo sobre as dificuldades enfrentadas por muitas pessoas. Boa Leitura!

Participe do Jornal O Acadêmico!

Amanda Morais é acadêmica do 5° período de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo e Editora-Chefe desta edição do Jornal O Acadêmico.

Jornal Laboratório do curso de Jornalismo Ano VI - n° 19 - Junho de 2014

Redação do Jornal Textos produzidos pelos alunos da disciplina de Jornalismo Investigativo, sob a supervisão do professor Esp. Bruno Kamogawa.

Faculdade Objetivo Rio Verde, Goiás CEP: 75906-577 Fone: (64) 3624-2600 Site: www.faculdadeobjetivo.com.br E-mail: oacademico@faculdadeobjetivo.com.br

Diagramação e Projeto Gráfico Brunno Rodrigues (Agência Objetiva de Comunicação)

Direção Administrativa Paulo Gomes Direção Acadêmica Stefane Barbosa Coordenação dos Cursos de Comunicação Social (Publicidade e Propaganda e Jornalismo) Márcia Raduan

Mande suas críticas, sugestões, pautas, fotos e comentários sobre esta edição para: oacademico@ faculdadeobjetivo.com.br

Editora do tema Abandono Amanda Patriota

Editor do tema Drogas Pedro Lampert

Reportagens e Fotografias Amanda Morais Amanda Patriota Andriéli Santos Angéllytha Cruvinel Bruna Pedrosa Bruna Senra Danielle Juliath Ellen Nascimento Jéssica Mendes Karlla de Oliveira Luan Barbosa Marcos Paulo Santos Paulo Teles Pedro Lampert Sarah Rocha Valdinéia Barros

Editor do tema Consumismo Luan Barbosa

Editora do tema Preconceito Bruna Senra

Agradecimentos Jales Horácio Rosa

Artes Publicitárias Jales Horácio Rosa (Agência Objetivo de Comunicação)

Editora-Chefe Amanda Morais


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ABANDONO

Terrenos baldios abandonados em Rio Verde geram transtornos

Por Amanda Patriota O abandono de terrenos baldios é uma questão que parece simples, mas pode comprometer a segurança e saúde da população. Andando pelas ruas de Rio Verde, é comum ver terrenos baldios abandonados em quase todos os bairros da cidade. As situações em que se encontram são diversas, matos altos que possibilitam a aparição de roedores, cobras, insetos como pernilongos, escorpiões, e quando há lixo como garrafas e pneus aumentam as chances de proliferação do mosquito da dengue. Segundo a agente de Saúde, Luciana Moreira, o que falta mesmo nos proprietários é amor ao próximo e consciência, pois eles sabem que precisam zelar do seu imóvel. E para acabar com a dengue seja em terrenos abandonados ou outros lo-

Por Paulo Teles

Foto: Amanda Patriota

Lotes abondonados trazem insegurança à vizinhança

cais é preciso que a lei tenha mais vigor, e que um vizinho entregue o outro vizinho se for para o bem de ambos. Amália Dourado, moradora do bairro Vila Rocha, reside próximo a terrenos baldios. Ela diz que esses proprietários são muito ir-

responsáveis, pois compram o terreno para valorizar e não para construir, acha que seria preciso cobrar o dobro do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para os donos criarem vergonha e cuidarem de seus lotes. A segurança de vi-

zinhos próximos a terrenos baldios é também um problema a ser analisado, é recomendado por órgãos públicos zelar da propriedade, cercar o lote, seja por muro ou cercas de arame, mas dependendo do lugar, o que acontece é aumentar o risco

Abandono de idosos traz preocupações

Foto: mediarfamilia

“Ação de deixar uma coisa, uma pessoa, uma função, um lugar: abandono da família; abandono do posto; abandono do lar. Esquecimento, renúncia: abandono de si mesmo”. Está é a definição da palavra abandono segundo o dicionário Aurélio. Contudo, não existe expressão que demonstre as consequências deste ato. Segundo a psicóloga Elizaine Ferreira de Araújo, “os pais estão mais ausentes dos filhos devido ao trabalho e outras atividades dos filhos”. Para ela, o fato dos pais estarem fisicamente lon-

ge não quer dizer que eles se distanciam de seus filhos afetivamente. De acordo com o advogado Marcelo Divino de Oliveira, está falta de acompanhamento e até mesmo assistência financeira, como pensão é considerado pela justiça como abandono. “Os pais têm sofrido altas multas, quando esse ato ocorre, sendo reconhecido como abandono afetivo”, afirma. No caso dos idosos, comenta a diretora do Abrigo de Quirinópolis, Guaracimar Barbosa, “eles sempre querem ficar com a família,

mas os filhos preferem coloca-los em outro ambiente”. Do total de 26 internos no abrigo, 21 são homens e cinco são mulheres. Para a diretora a disparidade entre os sexos se devem aos filhos nunca abandonarem a mãe, e o vínculo com o pai ser menor. O abandono, pontua ela, acontece quando os filhos deixam seus pais no abrigo, e não voltam mais a visitá-los. “Em 14 anos de serviço com idosos, pouquíssimas vezes um filho levou um pai ou mãe para sair ou passar datas especiais com eles”, lamenta.

de bandidos e também para ser ponto de encontro de usuários de drogas. Fiscalização A fiscalização de lotes baldios é realizada pela Secretaria da Ação Urbana, a qual só acontece mediante reclamações e denúncias de moradores próximos. Após o órgão responsável receber a denúncia o proprietário é notificado pessoalmente, caso não seja localizado o mesmo será notificado por edital em jornais do município. Se mesmo após a notificação o proprietário permanecer ausente das suas responsabilidades, a prefeitura faz a limpeza do lote, assim é gerada uma multa para o dono, será cobrada por m² e incluída para pagamento no IPTU, comentou Diretor da secretaria da Ação Urbana de Rio Verde.

Código Penal Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono. - Pena: detenção, de seis meses a três anos. §1º Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: - Pena: reclusão, de 1 a cinco anos. § 2º Se resulta a morte: -Pena: reclusão de quatro a doze anos. § 3º As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III - se a vítima é maior de 60 anos (inciso introduzido pela Lei n° 10.161, de 1° de outubro de 2003)


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Abrigo acolhe crianças abandonadas em Rio Verde Por Bruna Pedrosa O abandono de crianças e adolescentes tornou-se um problema crescente na sociedade brasileira. Exemplo disso são os bebês recém-nascidos abandonados em maternidades e até lixeiras. Segundo a conselheira tutelar de Rio Verde, Liomar Francisca Vieira,são inúmeros os casos de abandono registrados na cidade. “A negligência dos pais também é outro fator alarmante”, aponta ela. “Os adolescentes vão para rua e começam a usar entorpecentes e os pais nem querem saber deles”, relata Francisca. Quando esses menores cometem algum ato infracional, explica ela, são recolhidos, mas como não existe um local apropriado para eles, geralmente são encaminhados para o Conselho Tutelar interceder junto a família ou então em outros casos, é direcionado para o Ministério Público. Problemas inicias Existem casos, recorda a conselheira, em que usuárias de drogas infelizmente engravidam. Nestes casos, o conselho tutelar é acionado e tentar manter contato com essa mulher visando a saúde dela e das crianças. “Tem uma mãe drogada que está dormindo na calçada e o pior, com 8 meses de gestação. Tentamos levá-la ao Posto de saúde para fazer o pré-natal, porém ela se recusou e o parceiro dela não aceitava que ela fosse embora”, esclarece, sendo que na maioria dos casos essas crianças são abandonadas na maternidade pública logo após o parto. Nestes casos, comenta Liomar, a criança é conduzida ao CAT (Casa de Abrigo Temporário), sendo acompanhada por uma

assistente social que busca familiares que possam responder pelo menor. “Quando não existe ninguém, encaminhamos para a adoção”, frisa. O serviço de recolhimento da criança e adolescente para os abrigos

didas socioeducativas em meio aberto. A assistência procura medidas cabíveis para resolver os problemas dos mesmo, é quando completar a maioridade poder ter uma autonomia própria. No caso das crianças a preocupação é maior, pois não

tamos restabelecer o convívio com a família ou saber da necessidade do mesmo, se na família de origem não tiver mais solução, buscam um familiar mais próximo que queira acolhe a criança, quando não existe mais meio algum, eles abrigam a

Foto: Bruna Pedrosa

Sede do abrigo

temporários passa primeiro pela assistência social para buscar os direitos do menor. Buscando recursos do Plano Individual de Atendimento (PIA), para os adolescentes em cumprimento de me-

pode deixar por muito tempo sem o vinculo familiar. Segundo a assistente social da Casa de Abrigo Temporária de Rio Verde, Lucimeire Rodrigues de Carvalho, antes de tudo ten-

criança até encontrar uma família que queira adotar. O controle de ação que é feito com o adolescente, e propor ajudar judicialmente para que ele melhore. Nesse momento que enFoto: Bruna Pedrosa

Alimentos cultivados na horta do abrigo fazem parte da alimentação das crianças

tra a equipe de educadores como psicólogos que cuida do menor, pois tem que estar preparados para receber crianças e adolescentes de situações da rua e lidar varias temáticas como drogas, abusos, negligencia da família, violência, álcool. “Lidar com a criança ou o adolescente não é nenhum mais complicado que o outro, o que é complicado é os aspecto de cada um, e os problema estava enfrentando”, relata Rodrigues. Quando chega no CAT , as crianças passa por médicos, e procura saber se ela esta na escola se não coloca o mais rápido. Elas ficam no abrigo na máximo 15 dias por lá, explica a assistente social. O abrigo é um órgão do municipal ,mantido pela prefeitura de Rio Verde. Mantem uma equipe para receber as crianças e adolescente com os devidos cuidados ate que o processo judicial tome um medida correta. Muitos voluntários ajudam com materiais para o abrigo. Os problemas que as crianças e adolescente sempre se depara, como o abandono é uma causa que vem da família, muitos das criança não tem culpa da situação que se depara mais não é por isso que não devem ter um lar. Crianças deixadas sozinhas em casa, ensina ela, também é considerado um ato de negligência por parte dos pais. “Mesmo com a justificativa que precisam trabalhar e não tem onde deixar a criança, o conselho toma medidas para resolver essa situação e até mesmo buscar vagas em instituições de ensino e creches que possam abriga-las”, finaliza Liomar, lembrando que sempre a criança é a mais prejudicada nessas situações.


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Adoção: de um lado, esperança; de outro, burocracia Por Paulo Teles

Uma alternativa para a redução do índice de abandono é a adoção. Este princípio é posto em prática pela Associação de Apoio ao Menor Nova Era, em Quirinópolis. Atualmente, a instituição abriga nove crianças que estavam em situação de risco. Segundo a diretora, Maria das Dores Cruvinel Fonseca,“elas estudam em tempo integral, e quando voltam da escola participam de outras atividades”. A associação conta ainda com duas psicólogas, uma assistente social do CREAS, funcionários e voluntários, além de médicos. Esperança O estudante P.H. de 11 anos, está na instituição há cinco anos por determinação judicial. “Vim para cá porque meus pais brigavam muito”, afirma ele. O garoto comenta que espera ansioso a visita de sua irmã, a qual busca na justiça a tutela legal do jovem, em fase final de aprovação. “Quando sair daqui quero ser um bombeiro para salvar as pessoas”, diz o menino. Além do instituto, está em fase de implantação no município, o projeto Família Acolhedora, que receberá as crianças acima de seis anos. Neste programa, a família recebe o menor e com a ajuda do município dá os cuidados necessários para ele, além de afeto. Segundo o secretário municipal Oscar de Lima Pires Júnior, já existe uma família preparada para essa atividade, sendo Isaías de Paula Santana –

diretor da Casa do Oleiro – um integrante deste programa. Burocracia Segundo a advogada Andressa Sene, a lei (12.010) que entrou em vigor em 2009, aumentou a burocracia do processo de adoção. Ela trouxe mudanças para o Estatuto da Criança e Adolescente, e em outras leis anteriores. Para ela, “o cadastro nacional é um dos principais problemas desta nova lei”. A advogada aponta que conforme estudos, comprovou-se que a cada ano que as crianças passam em abrigos, elas perdem 20% de chances de serem adotadas. Em um processo de adoção, o tempo médio para se conseguir o julgamento em decisão primária é de um ano e meio a dois anos. “Se, levarmos em conta que todos os recursos e procedimentos

Foto: Paulo Teles

levem o mínimo de tempo possível em suas etapas”, explica. Maria Berenice Dias, vice-presidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família, do qual é uma das fundadoras, comenta que esta nova ordem pode burocratizar o processo, em seu artigo: “Esvaziar os abrigos ou a adoção? ”. “É a celeridade do processo de adoção que garante a convivência familiar, direito constitucionalmente preservado com absoluta prioridade (CF227) ”, alerta. Visão da justiça Segundo a promotora da Vara de Infância e Juventude de Quirinópolis, Ângela Acosta Giovanini de Moura, nem sempre o melhor para a criança é estar junto com os pais. Por isso, o papel da adoção é tão importante. Para adotar uma criança, explica ela, são

Depois de cinco anos, P.H, 11, está próximo de ser adotado e ter uma nova família

analisados alguns requisitos. “É necessário ser uma pessoa idônea, passar por Foto: Paulo Teles

Ângela: incentivo à adoção com responsabilidade

uma avaliação psicossocial com assistente social e psicólogo, e estar cadastrado no registro nacional”, afirma a promotora. Para ela, a morosidade da Justiça Brasileira e as exigências legais, fazem com que as crianças passem nos abrigos tempo superior ao determinado pela lei, que é de dois anos. Sobre a homo afetividade, Giovanini de Moura, explica que “eles podem sim adotar, mas até hoje em Quirinópolis não conheço nenhum caso de pedido de adoção feito por eles”. A promotora tem um filho adotivo, e diz que foi boa a interação dele com os demais irmãos. Com 10 anos, ele tem uma ótima convivência com os demais membros da família, afirma ela.


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O abandono dos incompreendidos Por Jéssica Mendes

Predisposição genética, oscilações químicas no cérebro, traumas físicos ou psicológicos, estresse elevado e estilo de vida inapropriado, como o uso de drogas, são fatores que individualmente ou em conjunto resultam em manifestações de transtornos mentais. De acordo com o diretor clínico do Instituto de Estudos e Orientação da Família (INEF), Osvaldo Lopes do Amaral, em citação divulgada pela Secretaria Estadual

de Saúde de Goiás, o transtorno mental é definido como “alterações do funcionamento da mente que prejudicam o desempenho da pessoa na vida familiar, social, pessoal, no trabalho, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de ter prazer na vida em geral. Isto significa que os transtornos mentais não deixam nenhum aspecto da condição humana intocado”.

Além dessa condição limitante, o doente mental ainda sofre com o preconceito, exclusão social e abandono, muitas vezes resultado da falta de informação sobre o assunto. Nestes casos, a alternativa usual é o tratamento em clínicas especializadas (públicas ou particulares) para o tratamento destes problemas, com internação temporária ou permanente. Em Rio Verde, a Clínica Espírita Caminho da Luz, realiza este atendimento com o auxílio de um médico psiquiatra, clínico geral e homeopata. A instituição filantrópica com capacidade para 72 pacientes, mas por exigência da Secretaria de Saúde e Ministério Público, atende apenas 60 pessoas. Abandono e falta de informação Segundo a diretora geral da clínica Espírita Caminho da Luz, Silvani Martins da Silva, as pessoas portadoras de algum tipo de transtorno mental sofrem com o

abandono da família. “Existem este casos na instituição com pessoas que não tiveram apoio familiar e hoje moram na própria clínica”, diz. Uma história em particular chamou a atenção da diretora pelo desinteresse da família. “A Secretaria de Saúde nos encaminhou um paciente e depois de algumas pesquisas fomos atrás da família. Os irmãos do paciente não quiseram nem vê-lo e hoje ele mora aqui conosco”, afirma Silvani. O desconhecimento dos diferentes tipos de transtorno e características também geram confusões e elevam o preconceito. Recentemente, foram apresentados vídeos e fotos na internet, que inclusive foram noticiadas pela imprensa rio-verdense, de uma mulher tomando banho nua em uma praça e também em uma fonte de um prédio comercial. A pedido da Secretaria Municipal de Saúde, funcionários da clínica recolher a mulher, o qual foi diagnosticada com esquizofrenia.

Segundo informações da clínica, a paciente afirma se chamar “Cajá” e até o momento nenhum familiar se manifestou sobre o caso. Para a psicóloga Edilamar Fagundes, através desse tipo de comportamento pode-se constatar a existência de algum problema. “Nós percebemos nos vídeos que algumas pessoas dão risada, mas não é nada engraçado. Na verdade, trata-se de uma situação triste, pois trata-se de uma pessoas com transtorno psiquiátrico e ninguém faz nada para ajudar”, lamenta. A ressocialização dessas pessoas após o tratamento nem sem é fácil, aponta a diretora, pois ainda existe muito preconceito por parte das pessoas quem não conhecem a doença e como se dirigir a um portador. “O apoio familiar também é essencial no tratamento e ajuda no processo de socialização. Além do medicamento específico, demanda-se paciência e carinho para com estas pessoas”, explica Edilamar.

Rodovias: locais de abandono de animais Por Jéssica Mendes O abandono de animais tem se tornado muito comum na sociedade, basta você dar uma volta na sua própria cidade, que você verá gatos e cachorros abandonados na rua, entretanto, a prática é considerado crime federal, previsto na lei 9.605/98. Hoje, a legislação em âmbito municipal, estadual e federal, protege os animais. Atos de abusos, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres ou domésticos, podem gerar penas de três meses a um ano de reclusão e multa, e pode ser aumentada em até três anos de prisão caso ocorra a morte do animal. Diante disso, com medo de serem punidas, muitas pessoas preferem abandonar os animais o mais longe possível de suas casas, a maioria das vezes em rodovias. O alto fluxo de veícu-

los nas rodovias, e a velocidade em que se trafega no local, fazem com que animais na pista ocasionem acidentes muitas vezes letais. É um grande risco, tanto para os condutores, como para o próprio animal, que em uma situação dessas não terá muitas chances de sobreviver. Em Rio Verde não existe um órgão especializado para a fiscalização e recolhimento de animais em rodovia. Segundo Moacir Pereira, Coordenador do Centro de Zoonoze, antes a Policia Rodoviária ou até mesmo a Policia Militar ligava para o Centro de Zoonoze e solicitava que determinado animal fosse recolhido, mas após a última reunião ficou determinado que o Centro se responsabilizará apenas pelo recolhimento de animais com doenças transmissíveis (como a raiva, por exemplo).

“Ficávamos com o animal durante um mês, na esperança do dono vir retirá-los, mas quando não aparecia nenhum responsável nos doávamos o animal”, afirma. Para Rislaine do Reis, Gestora de Recursos Humanos, a pessoa que abandona ou maltrata um animal, merece pagar por isso. “Sou apaixonada por cachorros, tanto que tenho quatro, e acho que o animal não é algo descartável não, que quando você enjoa simplesmente joga fora, quem abandona deve pagar por isso sim”, diz. Atuando como organização não governamental, sem possuir sede própria, a ARPA (Associação Rioverdense de Proteção Animal), tem recolhido animais abandonados, oferecendo lar provisório e efetuando campanhas para adoções através de eventos,

como feiras de adoção e redes sociais, entretanto, a mesma não tem conseguido atender a demanda de animais na cidade e a fiscalização nas rodovias se torna impossível. Antes de adotar um animal, deve-se atentar se realmente terá condições de cui-

dar do mesmo. Na falta de um órgão especifico, a denúncia de abandono ou maus tratos a animais pode ser feito na própria polícia. Geralmente algumas delegacias desconhecem essa lei e é interessante que esteja preparado, portando o número da lei. Foto: Jéssica Mendes

Cachorro abandonado na rua


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CONSUMISMO

Brasil é um dos países que mais desperdiça alimentos Por Karlla de Oliveira Aproximadamente 25 mil pessoas morrem por dia, no mundo, vítimas de desnutrição e fome, enquanto que a produção mundial de alimentos daria para alcançar a população global, mas com o elevado número de comida desperdiçada e a má distribuição, infelizmente esses alimentos não chegam a todos. A razão fundamental se escora no fato que o desperdício de alimentos, que se verifica diariamente, a partir da mesa de cada ser humano, é absurdamente gigantesco. Conforme o último relatório mundial sobre a fome, elaborado pela ONU (Organização das Nações Unidas), estima-se que existem no mundo mais de 800 milhões de pessoas subnutridas. No entanto, a produção mundial de alimentos daria para alcançar a população global, mas com o elevado número de comida desperdiçada, infelizmente esses ali-

Foto: Karlla de Oliveira

O país produz quase 26% a mais do que é necessário para os brasileiros se alimentarem

mentos não chegam para todos. O Brasil é um dos grandes produtores de alimentos do mundo, mas, com um mau exemplo, é um dos países que mais desperdiça. O país produz quase 26% a mais do que necessita o seu povo

para se alimentar. Porém, de toda essa produção, grande parte é desperdiçada. Tem o lixo como destino, enquanto muitos estão ai pedindo um prato de comida. Esse número faz do Brasil um dos campeões mundiais de desperdício. Analisando estes dados

de uma forma mais simples, isso significa que uma casa brasileira desperdiça, em média, 20% dos alimentos que compra semanalmente, o que remete a uma perda grande de alimentação que poderia ser reaproveitada. Contraditoriamente,

há um entrave legal em nosso país, que impede a distribuição de sobras de alimento, especialmente dos restaurantes e casas de lanches mesmo estando em perfeita condição de comer; é o Código de Defesa do Consumidor que impõe duras multas aos proprietários, caso estes distribuam as sobras de comida, em face da possível contaminação. A nutricionista Roberta Telles nos afirma que os alimentos têm um prazo para ser consumido, e por isso não pode ser distribuído depois de pronto, mantendo em uma temperatura adequada nas guarnições por duas horas e controlada por uma nutricionista, e quando esfria tende a contaminação, se ingerido pode causar reações em algumas pessoas, ou até uma intoxicação, com isso o estabelecimento pode ser prejudicado. O único meio de diminuir esse desperdício é a conscientização de cada um.

Jovens viram alvo do consumismo Por Sarah Rocha

O consumismo é uma compulsão caracterizada pela busca incessante de objetos novos sem que haja necessidade dos mesmos. Existem pessoas que vivem permanentemente em estado de compulsão consumista. Elas compram por comprar e estão sempre indo atrás de novidades. Criou-se uma mentalidade de que quanto mais se consome mais se tem garantias de bem-estar, de prestígio e de valorização, já que na atualidade as pessoas

são avaliadas pelo que possuem e não pelo que são. O desejo pela aquisição de um determinado produto ou serviço pode ser mais ou menos relevante em relação a outro, mas a necessidade de comprar, de adquirir e conquistar estão sempre presentes e elas podem servir de motivação ou virar frustrações, quando não saciadas. Segundo a psicóloga Renata Rodrigues, o ato de comprar e consumir é pró-

prio do ser humano. “Não vejo problema nenhum em adquirir um produto ali e outro aqui. Vira problema quanto o consumismo se torna compulsivo, ou seja, quando começa a comprar produtos desnecessários”. Jovens consumistas Passear em um shopping ou passar em frente uma loja e não conseguir comprar qualquer coisa que seja, é um desafio para os jovens.

Segundo a pesquisa feita pelo Sindicato do Comércio Varejista de São Paulo, jovens entre 16 e 26 anos, que representam quase metade dos consumidores de um shopping center, tem esse tipo de personalidade. A universitária Jéssica Mendes, quando gosta de algum produto compra sem pensar. “Sou apaixonada em comprar roupas e sapatos. Mas gosto de comprar de tudo. Sou do tipo de pessoa que não consegue dizer não,

comprometendo até financeiramente”, relata. Para a psicóloga o tipo de comportamento consumismo impulsivo está ligado com problemas emocionais, quando se sentem sozinhas ou decepcionadas com algo. O prazer está em comprar. O tratamento mais indicado para o consumismo é a psicoterapia, que irá procurar o problema e então a pessoa deixará aos poucos de comprar coisas por impulso.


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Consumo versus Consumismo Por Luan Barbosa O consumo é definido como ato de adquirir um produto ou serviço por necessidade ou sobrevivência. Já o consumismo, é que a prática do consumo para suprir uma ansiedade ou um desejo de ter aquilo que “todos têm”, ou o que está na “moda”, o status que se aplica a atual sociedade capitalista em que vivemos. O consumismo nada mais é que o reflexo da Indústria Cultural na sociedade. Através dela, segundo Theodor Adorno e Max Horkheimer, o indivíduo se torna alienado, já que os produtos oferecidos não são novos, pois apenas a estética é alterada, para que assim, o público deixe de decidir por si próprio. Adorno define ainda que o homem, é apenas uma ferramenta utilizada para o trabalho e consumo. Simone Ribeiro, 38, é um exemplo de consumista já que compra com muita frequência, sem se preocupar se vai ou não ter utilidade. “Se vejo que me agradou, quero

comprar”, afirma. Ela relata que tem preferência por roupas, sapatos ou utensílios domésticos e que muitas vezes nem chega a utilizá-los. Ela faz parte de uma parcela da sociedade que, chega a comprometer a boa parte da renda com compras sem necessidade. “Ano passado comprei duas botas, uma delas me custou R$ 600 e usei apenas duas vezes”, afirma consciente que seus gastos já renderam reclamações do marido. Simone, mesmo que prejudique uma parte de seu salário, não deixa de comprar. Com um guarda-roupas recheado, assume que é consumista, mas não se arrepende. “Sempre que termino de pagar o que gasto, acabo comprando mais”. Evolução do consumo Historicamente, a Revolução Industrial teve grande importância na mudança de comportamento do consumidor. Com a evolução da tecnologia, além dos proces-

sos de produção e fabricação que foram se modificando, o homem também começou a mudar seus hábitos de consumo. A partir daí, o comprador passou a desconhecer a origem de um determinado produto, se tornando um alvo fácil da publicidade enganosa que o aliena, fazendo com que assim não relacione o produto com o real objetivo da compra, entendendo que aquilo que é ofertado a ele, é essencial. Hoje, o consumismo também está relacionado a uma forma de aliviar o estresse, ou de ignorar um problema. A indústria cultural desenvolve um papel fundamental nessa mudança, pois através dos filmes, programas de TV, rádio, são formas de representação dos anseios do público. É o que diz o psicólogo Samir Fraga de Paiva, onde “as propagandas trazem um produto acabado, como o melhor remédio para a pessoa se dar bem na vida, ser aprovado

Foto: Luan Barbosa

Muitas vezes, o consumidor adquire um produto apenas pelo impulso

pelo social, uma forma de fazê-lo feliz e estar ladeado das

pessoas que considera mais importante na sociedade”.

Consumo: doença invisível Por Karlla de Oliveira

Há quem diga que o consumismo representa um vício tão insidioso quanto ao jogo, capaz de levar o consumista compulsivo a ter sérios problemas financeiros com reflexos diretos na própria família. Nos dias atuais, a maior exposição de produtos e serviços através da propaganda em diversos meios de comunicação contribui para esse problema. Tantos homens quanto mulheres, seja em busca de uma melhor aparência ou status, gastam quantias consideráveis, mesmo sem

condições financeiras para isso. Neste cenário, dívidas, especialmente com cartão de crédito, são comuns entre os consumistas. Os problemas decorrentes dessa compulsão são inúmeros, contudo o tratamento demanda tempo e força de vontade. Segundo a psicóloga Zilda Silva Oliveira, as mulheres são mais afetadas do que os homens, com manifestações aos 18 anos de idade. Para ela, mulheres sozinhas ou vitimizadas com algum fator que as pertur-

bem, procuram compensar tal estado saindo as compras. “A euforia advinda do ato de comprar algo novo logo desaparece e então é preciso comprar outra coisa, tornando um ciclo vicioso”, alerta. Essa incidência, afirma ela, existe porque as mulheres se detêm com mais afinco sobre seus pensamentos que as acompanham por todos os lugares assim, sendo que o pensamento reiterado se transmuda em compulsões. “A pessoa ansiosa vai descobrindo meios e modos de

minimizar angústias acumuladas tentando ‘tapar o sol com a peneira’ saindo para fazer compras mesmo que nada lhe falta dentro de casa”, aponta. O tratamento, comenta a psicóloga, é feito através de psicoterapia que visa descobrir a causa do problema que acomete o paciente e partir daí, encontrar recursos psíquicos para lidar com essa dificuldade. Coleção ou compulsão? Para Dalva Teodora, 56 anos, comprar enxovais

tornou-se uma atividade prazerosa. A grande quantidade de peças impressiona, sendo suficiente até mesmo para montar uma pequena loja. Mesmo morando sozinha e sendo viúva, ela não acredita que isso seja um problema. Já Letícia Baumgardt, 18 anos, reconhece que não resiste as vitrines e que compra roupas exageradamente. Em ambos os casos, elas apresentam características semelhantes as descritas acima pela psicóloga, fato que demanda atenção.


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Academias: os suplementos continuam em alta entre os jovens Por Valdinéia Barros Em busca do corpo perfeito, pessoas de 18 a 30 anos gastam quantias consideráveis com personais trainer e suplementos alimentares. É o caso do estudante de Educação Física, Lucas Alves de Morais, 21 anos, ele se considera um consumista quando o assunto é academia, “já cheguei a gastar mais de mil reais em suplementos em um único mês” afirma. Alves faz o uso de suplementos alimentares há um ano, para ganho de massa corporal magra.“Alguns deles foram indicados por nutricionista, outros compro em lojas próprias e até nas academias”, conta Lucas. O universitário optou pelos suplementos pelo fato de não ter tendência para ganhar peso, com eles o ganho de massa e definição é mais rápido, ele também faz o uso

Foto: Valdinéia Barros

Alto consumo de suplementos alimentares

de comprimidos que ajudam a descansar o músculo e que dão energia para o seu treino, que acontece todos os dias de segunda a sábado, duas horas diárias. Além dos suplementos alimentares, Lucas segue

uma dieta balanceada, “Evito comer sal e gordura, meus legumes e vegetais são cozidos apenas na água, como somente carne de frango e sempre grelhada”. O objetivo de Lucas é se formar como educador físico e se tornar

um fisiculturista, por isso já faz estágios em academias da cidade, que além de amar o que faz é de onde vem a renda para manter roupas, tênis e os seus fiéis parceiros de treino, os suplementos. Nos três primeiros

meses que começou a malhar, Lucas gastou tanto com os suplementos que ficou com uma dívida de R$ 800 para um amigo, fora os cartões de crédito, “Eu estava compulsivo, hoje me considero um consumista light (risos)” conta. Alves pretende abrir uma academia e trabalhar como personal trainer. Perguntado sobre se aconselharia o uso de tantos suplementos alimentares para seus amigos e futuros alunos, ele conta: “No início, dependendo do suplemento é possível ter algum efeito colateral, tontura e dor estomacal, aconselho sim o uso mas sempre acompanhado de malhação, do contrário tudo se transforma em gordura, o que não aconselho é o uso compulsivo, o desejo de comprar cada vez mais e mais”.

O consumo pela estética perfeita Por Sarah Rocha Foto: Sarah Rocha

A busca pelo corpo perfeito é tão ser consumista quanto adquirir produtos sem precisão. Na onda da moda e da beleza vem o culto pelo corpo. Quem nunca pensou em frequentar academias para seguir o perfil de acordo com o padrão de beleza exigido nas capas de revistas? Então, procuramos conhecer pessoas que encaram a rotina da academia por uma busca de um padrão de beleza melhor. A universitária Marilene Tosta Farias é um exemplo, mãe de três filhos,

sempre preocupou em manter seu peso ideal e a boa forma. A estudante disse que manter uma boa aparência e saúde. A busca pela beleza é direcionada à promoção de marcas e ao faturamento das indústrias formando identidades de acordo com o que se pede na mídia. A definição de padrões do próprio corpo acaba virando uma corrida de consumo, além de ensinar como devemos ser. A cirurgia plástica também virou uma opção de beleza, ostentar lipo-

aspiração ou uma simples modelada no nariz não é sonho para poucos. Virou algo natural nas clínicas especializadas. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2011 das 905.124 cirurgias, 211.108 eram de lipoaspiração, ou seja, correspondendo a 23, 32% do total de cirurgias. Outra curiosidade é o fato das cirurgias crescerem entre os idosos, de acordo com previsões do IBGE o número de pessoas com mais de 65 anos deve ser de R$ 58,4 milhões e a expectativa de vida deverá

passar de 75 anos para 81 em 2060. A empresária Louralina Paniago de Sena, 63, passou recentemente pelo método de Abdominoplastia, que é uma cirurgia plástica realizada para retirar o excesso de pele, gordura localizada e proporcionar a recuperação da firmeza dos músculos da região abdominal, resultando em uma barriga mais lisa e tonificada. Esse procedimento também consegue remover as estrias localizadas na região, pois há a remoção de pele.

Marilene fazendo caminhada ao ar livre


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O vilão de todas as ressacas Por Luan Barbosa

Foto: Luan Barbosa

Paixão nacional esconde riscos graves a saúde do ser humano

Tudo que é consumido de forma exagerada traz consequências, e com o álcool não é diferente. 3,3 milhões, esse é o número de pessoas que morreram em apenas um ano pelo consumo demasiado de bebidas alcoólicas. Além disso, a bebida tem influência significativa na causa de cerca de 60 tipos de doenças. Informações divulgadas pela OMS em maio de 2014, demonstram ainda que, o consumo a longo prazo pode trazer problemas, inclusive às pessoas ao redor de quem bebe. Com poucos países com políticas de controle, tanto da venda como

do consumo da bebida, o crescimento da ingestão demonstra um leve aumento, mas de forma gradativa. Menores expostos a bebida No Brasil, o relatório aponta uma queda no consumo de álcool em pessoas a partir dos 15 anos, de 2003 a 2005, foram registrados 9,8 litros de álcool ingeridos por pessoa a cada ano; contra 8,7 litros de 2008 a 2010. Mesmo com a redução, o país continua acima da média mundial, que é de 6,2 litros, que é calculada pela OMS. O psicólogo Samir Fraga de Paiva, detalha o transtorno por abuso

e dependência do álcool se apresentam comumente em crianças e adolescente, mas a necessidade de tratamento permanente é menos provável. Já “a dependência do álcool se relaciona mais à resiliência da pessoa, ou seja, sua capacidade de suportar certa quantia da droga no organismo, independentemente da idade”, diz. Admiração dentro e fora de campo Ninguém pode negar que a cerveja é uma das bebidas mais admiradas pelo brasileiro. Prova disso é que ela está presente em diversos momentos da vida de quem

a consome. Seja em uma festa, em um churrasco ou assistindo uma partida de futebol. Vale lembrar que muitos fanáticos se reúnem em barzinhos para acompanhar o jogo do time do coração. Mas como o álcool pode afetar o organismo humano? A maior parte do álcool ingerido pelo homem é absorvido no intestino delgado, mas sua concentração no sangue pode variar, conforme fatores como a quantidade de álcool ingerida em um período de tempo, massa corporal, metabolismo e alimentos ingeridos pela pessoa, sendo que 90% da bebida é absorvida em cerca de uma hora após a ingestão. A Revista Consciência detalha que o álcool age no cérebro e no sistema nervoso de forma que, diminui a capacidade mental e física do indivíduo, reduzindo assim a percepção dos sentidos para realizar diversos tipos de atividades. Paiva afirma que também existem necessidades psicológicas que, “se não atendidas conduzem a pessoa à dependência do álcool e de outras drogas, e

geralmente encontradas nos casos de fragilidade psicológicas e de desagregação sociocultural”. Ele acrescenta que “pessoas com problemas de baixa autoestima, ansiedade, pessimismo, baixo senso de realização nas áreas afetivas, sociais, profissionais, dentre outros, buscam alternativas nessa droga pela capacidade da mesma agir nos neurônios do prazer, e momentaneamente as fazerem ‘felizes’, consignando numa grave distorção da realidade”. Consequências à saúde? Quais são? Além da já velha e conhecida ressaca que vem acompanhada de uma dor de cabeça, o álcool pode trazer problemas graves à saúde do ser humano. Dentre os vários problemas associados à bebida, de acordo com a OMS, os com maior incidência estão: o transtorno pelo uso do álcool; síndrome do alcoolismo fetal (que ocorre quando uma mulher ingere bebida alcoólica durante a gestação e é passado para a criança através da placenta); cirrose; câncer de fígado; câncer de faringe e da cavidade oral; pancreatite; câncer de laringite e câncer de esôfago.


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DROGAS

Os vícios na gravidez: riscos para a mãe e para o bebê Por Ellen Nascimento

O crack é um subproduto da cocaína, usualmente consumido na forma de pedras é fumada em cachimbos. A droga, cinco vezes mais potente do que a cocaína, possui um efeito intenso e curta duração, sendo altamente viciante. Presente no Brasil desde a década de 90, foi rapidamente populariza devido ao baixo custo em relação as demais. No interior do país, a droga é acompanhada de usuários com diversos problemas de saúde e pelo aumento da criminalidade, geralmente associado ao consumo do entorpecente. O efeito mais preocupante segundo os órgãos de saúde e ONGs é o consumo de mulheres durante a gravidez. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), de dez crianças nascidas de usuárias, duas apresentam problemas físicos ou mentais, como a síndrome de abstinência, a qual causa convulsões. Além disso, poucos completam os nove meses de gestação. Este é o exemplo de E.A.F, 28 anos, que descobriu logo após o casamento que o ex-marido era usuário de crack. “Ele pediu para experimentar uma vez e isso foi o bastante para me viciar”, recorda ela que se casou com 13 anos. A jovem comenta que passou a adolescência como usuária e que chegou a morar nas ruas e até passar fome. “Quando faltava dinheiro me prostituia só para pagar o traficante e pior, acabava engravidando”, diz. A usuária teve cinco

Foto: veja.abril.com.br

filhos, dos quais três deles estão com os pais e os outros dois com a avó paterna. Todos apresentaram problemas em relação a droga, porém somente um nasceu no sexto mês de gravidez, teve quatro convulsões e duas paradas cardíacas. “O médico que cuidava da criança chegou a falar que o bebe não passaria mais uma noite vivo’’ comenta a avó materna. O recém-nascido passou seis meses hospitalizado na maternidade de Santa Helena e ainda com risco. Segundo a irmã da usuária, ela tentou vender o terceiro filho em troca de drogas. “Sorte que o Tutelar de Santa Helena descobriu e pegou o menino”, relata. A avó da criança ficou responsável pelos dois últimos filhos da usuária.

Cigarro: vício atinge diversas faixas etárias Outra drogra que também traz riscos à gravidez é o cigarro. Em uma outra época, fumar era considerado uma prática elegante e até prova de maturidade. Atualmente, o hábito causa preocupação na sociedade médica brasileira, principalmente pelo alto poder viciante da Nicotina presente em cigarros e demais produtos similares. De acordo com a OMS, em razão deste fato apenas 5% das pessoas conseguem abandonar o vício sozinhas e 67% somente com acompanhamento médico. Um índice alarmante se comparado ao número de pessoas que começam a fumar. Conforme dados da organização, o tabagismo

mata mais de 6 milhões de pessoas por ano no mundo e 200 mil só no Brasil. A projeção é que este número dobre até 2030, assim como as doenças provocadas pelo vicio como: Câncer de pulmão, estomago, bexiga e esôfago além de causador do infarto e derrame. Hábito ou vício Atualmente, as mulheres são motivo de preocupação, principalmente entre as adolescentes, que a cada ano, 2% adquirem esse novo hábito. No geral, elas começam a fumar antes dos 19 anos por influencias tanto internas quanto externas, sendo sinônimo de elegância. Já na terceira idade, os usuários justificam o vício trazido da infância como uma forma de descontração.

Severina Elvira dos Santos (64) é um desses exemplos, a qual teve o primeiro contato com o cigarro aos 10 anos de idade. A idosa utilizava o cigarro como forma de relaxar, em razão de sua infância e adolescência marcadas pelo trabalho duro. “Eu vivia trabalhando debaixo do sol quente, suada e cansada. Daí comecei a fumar para me diverti e distrair”, afirma. Mesmo sendo uma fumante, Serevina comenta que cuida de sua saúde através da prática de caminhadas diárias e exercícios na Academia da Terceira Idade, ao lado do estádio Mozart Veloso do Carmo, tendo acompanhamento de um profissional. “Nunca tive problemas de saúde por causa do cigarro, graças a Deus”, diz Serevina. Questionada sobre largar o cigarro, a idosa comenta que só “larga” com a ajuda de remédios e se realmente precisar. “Eu não largo fácil não”. Em alguns casos, o vício é interrompido de forma repentina, como foi o caso de Marinalva Alves dos Santos (57), que após 15 dias acamada resolveu largar o vício do cigarro. “Minha tosse piorou, com muitos pigarros na garganta e falta de ar constante, daí resolvi parar de fumar”, recorda. A declaração da idosa é contestada pela própria filha, Lenize dos Santos, que atribui a dengue a causa do abandono desse vício. “Minha mãe só largou de fumar depois que pegou dengue, daí ela arrepiava só de ver alguém fumando, pegou nojo”, conta.


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A polêmica sobre a legalização da maconha Por Danielle Juliath A maconha é derivada do cânhamo (Cannabis sativa), um arbusto que cresce em zonas tropicais e temperadas. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento de Psicobiologia da USP, possui o princípio THC (tetra hidro canabinol), sendo responsável pelos efeitos que a droga causa no organismo. A folha é popularmente conhecida como “marihuana ou marijuana”. Já a pasta semissólida de folhas prensadas, com grande concentração de THC é denominada haxixe. Presença na história A maconha esteve presente na história da civilização seja para uso medicinal, em ritos religiosos ou como entorpecente. Como medicamento, registros históricos mencionam seu emprego na China Antiga, Índia, Grécia e Roma.

De acordo com a pesquisa realizada pela USP, a primeira referência de maconha no Brasil é do século XVI. Nos Estados Unidos, era muito utilizada como hipnótico, anestésico e espasmolítico. Porém,a utilização terapêutica declinou no final do século passado devido a rápida deterioração da droga que ocasionava na redução de sua eficácia. Outro motivo foi o uso não-médico da maconha, sendo associada ao crime e marginalização. Efeitos Os efeitosfisiológicos e psicológicosdo uso da maconha no organismo podem variar de acordo com as características do usuário, conforme relato do biólogo Lucas Maia (Unifesp) em entrevista para o G1. Dentre eles estão: • Diminuição da atividade motora ou euforia, depen-

dendo da quantidade de THC; • Aumento da frequência cardíaca, o que pode provocar ansiedade ou pânico; • Diminuição da temperatura e aumento do apetite • Variações de humor, desde relaxamento até ansiedade ou angústia; • Declínio da capacidade pulmonar; • Prejudica principalmente a memória de curto prazo e também a chamada memória de trabalho; • Dependência baixa se comparada a outras drogas, contudo com o tempo evidencia-se a necessidade do usuário de aumentar a dose. Além disso, apresentam também a síndrome da abstinência com os sintomas de irritabilidade, falta de apetite e insônia; e • Vulnerabilidade ao câncer. Uso terapêutico • Melhora a circulação san-

guínea; • Regulariza os batimentos cardíacos; • Alivia dores; • Estimula apetite; e • Alivia a TPM. Legalização A discussão foi impulsionada pelo deputado federal Jean Wyllys, o qual apresentou um projeto de lei para a legalização da produção e comercialização da maconha. O assunto apoiado por alguns e criticado por outros levanta dúvidas e questionamentos sobre o assunto. Para Kamilla Oliveira, 20, a maconha poderia sim ser legalizada, pois se trata de um produto natural, sem química. “Não estou dizendo que ela faz bem à saúde, mas existem outras coisas que também fazem mal. Se for pensar assim, terão que proibir o bacon, a açúcar e até a carne de porco. Para mim,

a maconha é algo muito pequeno diante de problemas maiores”, afirma ela que diz nunca ter experimentado. Já a estudante de pedagogia, Elaine Confessor, 22, considera a ideia da legalização ridícula pois o Brasil não está preparado para esse tipo de mudança por se tratar de um país de terceiro mundo. “O governo não conseguiria controlar o tráfico mesmo legalizando, o problema é que as pessoas acham que aqui é a Holanda, lá é legalizado todo tipo de droga, mas lá é um país de primeiro mundo, rico”, diz a estudante. Thaynara Martins, 18, comenta que a legalização pode incentivar o uso extremo da droga e até de outras substâncias mais fortes. “Eu não gostaria que fosse legalizada, daria muita liberdade para as pessoas de usarem outros tipos de drogas”, diz ela.

Jovens de classe média e alta estão presentes entre usuários de drogas Por Pedro Lampert Quando se fala em drogas, o primeiro pensamento é direcionado para jovens de classe baixa e que residem em regiões pobres. Entretanto, este problema social também atinge pessoas com poder aquisitivo elevado, com grande influência sobre os usuários. Uma justificativa comum entre os jovens é o fato de que “fumar um baseado de maconha não influência no aumento do tráfico de drogas e nem incentiva indiretamente a criminalidade de uma maneira geral”. Este é o pensamento de Fernando (nome fictício), um rapaz de classe média que não esconde a utilização de drogas com ectasy

e a própria maconha, não se considerando viciado apesar do uso frequente dessas substâncias. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE em 2007, 62% dos usuários de drogas no Brasil pertencem às classes A e B. Além disso, 85% são brancos, dado contradiz o estereótipo de que o usuário geralmente é negro e pobre. Se analisarmos este cenário em âmbito local, não é difícil encontrar usuários de maconha, cocaína e ectasy em bares e boates de Rio Verde frequentados por pessoas de classes mais privilegiadas financeiramente.


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Exemplos são esperança de quem luta para superar o vício Por Angéllytha Cruvinel

As drogas se tornaram o mal do século. Uma afirmação comprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com uma estimava preocupante na qual aproximadamente 210 milhões de pessoas consumem drogas no mundo, sendo que destas, 200 mil morreram em decorrência disso. Além disso, na maioria dos casos, pessoas envolvidas com drogas, sejam ilícitas ou licitas, perdem bens materiais, contato com amigos e familiares e principalmente a saúde. Em casos mais graves, se desfazem de recursos financeiros e até roubam para manter o vício. Com o motorista de caminhão, Márcio Luís dos Santos, não foi diferente de muitos brasileiros que se tornaram dependentes de alguma substância. “Eu mergulhei fundo nas bebidas e já tomei de tudo um pouco. Teve vezes que cheguei a misturar bebidas,” declara ele que bebia para compensar a ausência constante da família. Com o passar do tempo, relata ele, começou a participar das “rodas de caminhoneiro”, que são pequenos churrascos onde também se joga truco, geralmente realizados em paradas de postos de combustíveis. “Certo dia, um colega de trabalho me chamou para participar de um churrasquinho improvisado, foi quando eu vi que aquela turma se reunia para fumar crack juntos”, recorda o motorista que acabou experimentando a droga. Como todo usuário, Márcio utilizou o dinheiro obtido no trabalho para manter o vício que aumentava a cada dia. “Todo o meu lucro

estava sendo desperdiçado nessa substância. Vendi por mixaria uma moto, depois negociei meu carro também para ser trocado por drogas. Quanto mais eu fumava, mais eu queria fazer o uso da droga”, relata o caminhoneiro. Com o agravamento da situação, recorda ele, perdeu o emprego e a esposa cansada da situação. “Meus pais resolveram me internar em uma clínica de dependentes químicos com o meu consentimento”, esclarece Márcio, lembrando que a droga debilitou em muito o seu organismo. Como todo processo de reabilitação, os primeiros dias nunca são fáceis. “Decidi com muita dificuldade procurar o tratamento. Não foi uma tarefa fácil pra mim, confesso”, lembra ele, que ficou nove meses no local. Há três anos reabilitado, Márcio retomou suas atividades normais e reconquistou a família. “Hoje, eu posso dizer que os tratamentos de reabilitação foram essenciais na minha vida. Lógico que se eu não tivesse um pouquinho de esperança para querer sair daquela vida, eu jamais chegaria onde estou”, reforça o empresário, proprietário de uma clínica de reabilitação. A incidência de recuperação, relata Márcio Luís, ainda é muito baixa, sendo que a cada 100 internos apenas 10 se recuperam totalmente, sem reincidência. “A força do crack vai além dos seus efeitos físicos, estando presente também na dificuldade do usuário de largar a droga”, lamenta. Durante o período em que esteve na clínica Márcio pensou em diversas vezes o que ele poderia fazer quando

Foto: Angéllytha Cruvinel

Ex- dependente químico, desenvolve trabalho voluntário

concluísse o tratamento. Logo que terminou, decidiu abrir uma clínica de reabilitação, uma maneira de agradecer pelos cuidados que recebeu dos funcionários durante o período de tratamento. Uma forma de ajudar os dependentes químicos a superar o vício. Graças a esse sonho hoje o ex-dependente conseguiu abrir a própria clínica de reabilitação, sendo o proprietário e o diretor da clínica Renascer. Com quase dois anos de funcionamento, a clínica atende aproximadamente 40 homens que assim como Márcio tem o sonho de se libertar do vício: “Aqui eles aprendem a fabricar desinfetante, tijolos. Além de dividirmos as tarefas entres os alunos, como por exemplo, a equipe que fica por conta da cozinha, outra equipe para limpar todo o quintal... Realizamos terapias

ocupacionais, com o objetivo de ocupar a mente com coisas que agregam valores a eles,” conta Márcio. Poder ajudar os alunos a superar o vício e a resgatar sonhos é uma sensação de dever cumprido, mas o diretor conta ainda que a grande maioria das coisas que a clínica possui como, por exemplo, camas, armários e roupas são de pessoas que se sensibilizam com a situação e doam: “Já comprei muitas coisas com meu próprio dinheiro, mas acaba que para mim fazer tudo sozinho é muito difícil. Os amigos que conhecem minha história faz questão de ajudar com doações, isso é o que tem nos mantido em pé,” conclui. Além de todas as tarefas que devem ser cumpridas durante o período de tratamento, os alunos aprendem ainda com os cursos profissio-

nalizantes oferecidos pelo SEBRAE que é um dos parceiros da clínica. Após a conclusão dos cursos, os alunos recebem os certificados tudo isso como uma maneira de incentivo para os alunos que queiram seguir sua própria carreira de trabalho fora da clínica. Os alunos contam ainda com a parte da fé, através dos ensinos que são ministrados pelos professores da igreja eles aprendem a colocar em prática o amor ao próximo. A clínica possui uma capela para que os alunos possam dedicar um período do dia para praticar a fé através dos louvores e ensino da palavra de Cristo: “o caráter deles é moldado, acreditamos que não tem como curar apenas a dependência sem repassar os valores morais e éticos e isso é ensinado através do ensino da palavra,” conta o diretor.


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Dona de casa deseja vencer batalha contra o tabaco Por Marcos Paulo Santos

“Eu parei durante 6 meses, depois voltei, parei de novo e agora quero vencer a luta’’. Este é relato da dona de casa Elenice Maria Andrade Oliveira, de 54 anos, a qual pertence a um grupo de milhões de pessoas quem tentar abandonar o tabagismo. Segundo ela, o consumo de cigarro começou aos 19 anos, junto com bebidas alcoólicas. “Meu marido também compartilha dos mesmos vícios, os quais considera apenas um hábito”, diz. Questionada sobre os problemas relacionados ao tabagismo, Elenice recorda que não perdeu nenhuma oportunidade por fumar, mas reconhece que já deveria ter largado o cigarro. “Graças a Deus não tenho uma doença grave, mas saúde eu per-

Foto: Marcos Paulo Santos

Lindaura: vício afeta o fumante e também o ambiente

di muita e ainda adquiri um problema no estômago por causa do cigarro. Além disso, me questiono se quero esse futuro para mim e pior, se posso influenciar negativa-

mente meus netos por causa do cigarro”, diz. Sintomas e Prevenção De acordo com Lindaura Graciano, enfermei-

ra responsável pelo setor de atendimento de causas de alcoolismo e cigarro do Cais de Rio Verde, as principais consequências de quem usa o tabaco são: perda qualidade da pele que fica desidratada e amarelado; cabelos opacos; mãos com manchas da nicotina; enfisema pulmonar e também comprometimento da saúde do pulmão que fica manchado com a fumaça do cigarro provocando câncer. “O fumante fica dependente da nicotina e se sente aprisionada. Por isso largar o cigarro é tão difícil, pois o organismo vai tentar buscar uma recompensa prazerosa como a comida”, diz a enfermeira, que também completa dizendo que quase todos os fumantes que largam do cigarro têm uma for-

te tendência a serem obesos, por ser a única alternativa de repor o que o corpo exige. Por isso, recomenda ela, é necessário um acompanhamento psicológico que auxilia o paciente no fortalecimento da autoestima. O exercício físico também ajuda na superação deste novo obstáculo, aponta a enfermeira. “Ela só tem a ganhar porque evita graves problemas de saúde. Além disso, acaba com o mau cheiro que o cigarro traz ao meio ambiente”, explica. Outra compensação, enfatiza a enfermeira, é o bem estar proporcionado ao fumantes passivos que, mesmo sem fumar, podem apresentar doenças semelhantes aos usuários do tabaco.

Polícia Civil desenvolve o Programa Rio Verde sem drogas Por Pedro Lampert Foto: Pedro Lampert

Na busca pelo combate ao uso e tráfico de drogas, a Polícia Civil criou o Programa Rio Verde sem drogas, que busca conscientizar jovens e adolescentes sobre os riscos do uso de entorpecentes e aderir multiplicadores nesse combate. Segundo Leandro de Faria, perito em drogas da Polícia Civil, o programa busca combater o uso de drogas por meio da conscientização de jovens, especialmente no ensino médio, onde são realizadas palestras interventivas. “A Polícia Civil não trabalha

apenas em Rio Verde, participando também em 19 cidades com esse projeto”, diz. Porém, conseguir resultados positivos em um assunto tão complexo como o uso de drogas não é simples. Leandro afirma que o impacto do Programa só será observado no futuro, quando os jovens que recebem tal conscientização já tiverem se tornado adultos. Em relação aos motivos que levam o jovem a começar a utilizar algum tipo de droga, Leandro diz que, na maioria dos casos, a influ-

ência de amizades ruins é a justificativa. “Se o jovem anda com usuários de drogas, a tendência é ele começar a fazer uso também. Por esse motivo sempre buscamos fazer com que o adolescente tenha boas amizades e consequentemente um futuro bom”, diz o perito. A área de atuação do programa são escolas das 19 cidades da região que a Polícia Civil de Rio Verde tem cobertura, além de outros ambientes onde a presença de jovens é grande, como por exemplo, o Tiro de Guerra de

Leandro ministrou palestra no Tiro de Guerra de Rio Verde

Rio Verde, que todo ano passa por um curso de formação

de multiplicadores no combate ao uso de drogas na cidade.


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PRECONCEITO

Preconceito religioso e pela cor da pele ainda existem Por Bruna Senra

O preconceito pela cor de pele é o que mais abrange e está espalhado em todo o mundo, seja na rua, na escola, no trabalho, ou em qualquer lugar. Isso devido às pessoas que julgam as demais por causa de sua cor, ou melhor, raça, criando um estereótipo inferior sobre elas. No Brasil, o preconceito e racismo encontraram uma terra fértil para se espalhar, devido a nossa formação histórica assentada no trabalho escravo, na grande propriedade de terras e na monocultura voltada à exportação. Essa estrutura permaneceu praticamente por 400 anos e nos gerou um atraso econômico, enorme desigualdade de renda e uma mentalidade de menosprezo pelo trabalho manual, e, ao mesmo tempo, racista e preconceituosa. O Brasil está muito longe de ser um país onde todos sejam iguais, no sentido de direito e respeito como cidadão, independente de sua cor. O espaço e a visibilidade que o negro tem em nossa sociedade, não permitem que ele sirva de referência para algo. Segundo estudos realizados pelo IBGE, mostram que no Brasil os brancos recebem salários superiores, cerca de 50%, aos recebidos pelos negros no desempenho das mesmas funções, e que o índice de desemprego deles também é maior. E, no campo da educação, o analfabetismo, a repetência, a evasão escolar, são consideravelmente mais acentuados para os negros. Um exemplo de ter sofrido preconceito por conta de ser negro, é o estudante

Foto: hypescience.com

de Jornalismo, Marcos Paulo. Ele conta que em sua infância já sofreu muito preconceito por ser negro, as crianças o zombavam chamando de “neguinho” e ele sofria muito com isso. “Quando mudei de escola pela primeira vez, passei o dia inteiro chorando dentro da sala de aula, porque mais da metade da sala começou a fazer brincadeirinhas e me zoar por conta da minha cor” diz Marcos Paulo. Marcos também diz que o preconceito hoje diminuiu muito em relação quando ele era criança. E que ainda existe, mas bem menos, pois as pessoas estão se aceitando melhor. O preconceito é uma espécie de julgamento prévio no qual se atribui qualidades inferiores a um grupo social. Ninguém nasce preconceituoso e racista, essas posturas são aprendidas em nossa so-

ciabilização. Com tudo isso, é percebido que o preconceito pela cor é um dos problemas mais graves em todo o mundo, e que as pessoas precisam se conhecer melhor, independente de sua cor ou raça, sendo branco, preto, índio ou qualquer outro tipo, devem respeitar e zelar pelo próximo. Intolerância religiosa As crenças religiosas acompanham o desenvolvimento das sociedades a milhares de anos. Inicialmente, o homem primitivo acredita na existência de espíritos vivos e presentes em todos os elementos, desde a água até animais e plantas, conhecido como Animismo. Com a evolução das civilizações, surgiram as primeiras religiões - Hinduísmo, Judaísmo, Zoroastrismo,

Budismo, Confucionismo, Cristianismo, Islamismo e Xintoísmo – as quais apresentam atualmente diversas ramificações e manifestações. Com isso, originou-se também o preconceito religioso. O termo é descrito como uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar as diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Normalmente, esse fenômeno é causado pela ignorância, isto é, o não conhecimento do outro que é diferente, e se dá quando um indivíduo é discriminado pela sua prática religiosa. Essa prática pode resultar em perseguição religiosa e ambas têm sido comuns através da história. A maioria dos grupos religiosos já passou por tal situação numa época ou noutra atingindo níveis nunca vistos

antes na história durante o Século XX, quando os nazistas desenvolveram métodos industriais de extermínio em massa e eliminaram milhões de judeus e outras etnias indesejadas pelo regime. No descobrimento do Brasil em 1500, os colonizadores portugueses o catolicismo e forçaram a conversão de milhares de índios de maneira agressiva. Atualmente, o país é conhecido pela sua tolerância religiosa assim como diversidade. Contudo, o preconceito ainda está presente de maneira mais leve, mas não menos danosa. Praticantes de religiões de origem africana como o candomblé ainda sofrem discriminação, sendo acusados de “magia negra” ou até “macumba”. Ignorância Recentemente, a massagista Maria Julia Silva foi alvo de preconceito religioso. Ela conta que foi convidada por uma cliente para conhecer um Centro Espírita para ouvir palestras que a ajudassem. No entanto, a proprietária da empresa onde trabalhava é evangélica e já tinha tentado levá-la para sua Igreja – sem sucesso. “Quando ela ouviu que eu havia aceitado o convite, me chamou do lado de fora e disse que meus dias lá já tinham terminado e não deu mas nenhuma explicação”, descreve. “Eu acredito que o motivo foi preconceito em relação a outra religião, pois ela acreditava que o Espiritismo é demoníaco. Por isso não me aceitou mais dentro da sua clínica de estética”, lamenta.


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Tatuagens e piercings: preconceito à primeira vista Por Amanda Morais

Foto: Amanda Morais

Daisa deixou a insegurança, o medo, e partiu para a próxima tatuagem

De acordo com estudos antropológicos a tatuagem e o uso de acessórios no corpo é um costume que vem desde a idade antiga. Usado anteriormente por civilizações primitivas, como Egito, Índia, Nepal, Malásia, Tailândia, Maia, Asteca, Nova Zelândia, entre outros. Nos Estados Unidos e na Inglaterra o uso dessas práticas ganhou força na década de 70, com o movimento gay e com os punks e hippies. No Brasil se tornou comum nos anos 80 com as “tribos” do underground e culturas alternativas, se espalhando entre artistas e roqueiros e depois entre as diferentes camadas sociais. Para cada civilização, o uso de tatuagens e piercings tinha um significado diferente. No Egito eram indicadores de realeza, beleza e sensualidade,

os Maias usavam por motivos religiosos e para inibir os inimigos, no Oriente era uma espécie de homenagem a uma divindade. No entanto, com o passar do tempo e a valorização da religião o preconceito contra essa atividade se tornou constante, principalmente pela cultura cristã e pela questão social, na qual pessoas tatuadas eram tidas como pecadoras e consequentemente indignas ou criminosas. Atualmente o preconceito sobre essa área é menor, muitas pessoas gostam e usam, porém tem aqueles que são contras e acreditam que gera uma má influência sobre o caráter do indivíduo. Wesley Nunes de Souza, conhecido como Vodoo é tatuador profissional há 12 anos. Fez sua primeira tatuagem com 17 anos e teve como primeiro cliente um amigo. “Come-

cei brincando, uma brincadeira que acabou se tornando profissão”, diz ele. No começo, Wesley não se via como um profissional da área. Somente anos depois, quando foi convidado por um amigo para abrir um estúdio de tatuagem que passou a levar o trabalho a sério. Segundo ele, os preconceitos sofridos não foram nada, pouca coisa. “É mais um olhar daqui, uma pontada de dedo ali”, afirma. Mas mesmo assim não se arrepende de ter se tornado um profissional e admirador dessa arte. Ele acredita que para área ser mais aceita depende não somente da sociedade, mas também dos profissionais, que precisam ter mais ética, atendimento, alertar sobre os riscos, saber orientar, e respeitar o tempo do cliente. Afinal é um trabalho como

outro. “Não é porque temos tatuagens, piercings, escutamos rock que não seremos profissionais responsáveis”, diz o tatuador. Para Daisa, cliente de Wesley, o preconceito já não é tanto quanto antigamente. E mesmo que haja ela não liga. Porém, o preconceito maior não está no julgamento que as pessoas fazem, e sim na forma que a atividade é vista diante das outras, porque não é considerada uma profissão, mas uma prestação de serviços. No Brasil a legalização exige que se tenha um espaço próprio para funcionamento do negócio, mas não tem muita fiscalização, para um estúdio ser fechado somente se tiver uma denúncia. “Se fosse considerado profissão, o trabalho seria mais reconhecido e as facilidades aumentariam”, acredita Voddo.

Falta de conhecimento ou ignorância Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 15 milhões de brasileiros têm problemas de audição. Sendo que 12 milhões são idosos com mais de 65 anos, que sofrem algum grau de perda auditiva. Porém, a maioria das pessoas que sofrem com esse diagnóstico reluta em assumir o problema e a usar o aparelho auditivo, o que agrava mais a situação. A fonoaudióloga Isabela Gomes, em entrevista ao site Deficiente online, afirma que muitas vezes, quando a pessoa procura o tratamento o caso já está mais grave. “A perda se dá de maneira lenta e progressiva e com o decorrer dos anos a deficiência atinge um estágio mais avançado”, explica ela. No entanto, o que explica essa resistência das pessoas em buscar ajuda é a falta de informação e o preconceito. Simário Santana, funcionário público perdeu uma parte da adição a trinta e cinco anos atrás. No caso dele o fator que causou a perca da audição foi a hereditariedade, mas afirma que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito. “Às vezes o que mais incomoda é ter que ficar pedindo para as pessoas repetirem o que disseram”, diz ele ao considerar a situação constrangedora. Assim como Simário, muitos sofrem com a perda parcial ou integral da audição, e como a hereditariedade existem outros tipos. No caso das pessoas mais velhas a perda auditiva seria a causa de mudanças degenerativas naturais do envelhecimento, chamadas de presbiacusia. E também há circunstância que o individuo já nasce com a deficiência. A fonoaudióloga acredita que o preconceito tem que acabar, pois o fato de ser ter a audição prejudicada ou de usar o aparelho auditivo não diminui ninguém. “Não há demérito algum em usar um aparelho auditivo”, explica Isabela.


O ACADÊMICO | 17 P

Idosos e analfabetos passam por situações de preconceito Por Paola Barberis

Foto: Paola Barberis

Foto: Paola Barberis

Maria de Lurdes afirma que o lugar em que mais sente preconceito é em transportes públicos

A educação é um direito garantido a todo cidadão, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948. Ainda assim, a baixa escolaridade e analfabetismo não são vistos como exclusão social ou violação de direitos, e sim como desvio ou fracasso do indivíduo, que acaba resultando em situações de discriminação e humilhação. Luzia Bernardes Mendes, (82), nasceu e cresceu em uma propriedade rural, não teve acesso à educação básica por ter sido impedida por seu pai de estudar. ”Meu pai dizia que mulher não precisava aprender a ler e escrever, só o homem”, conta ela. O pouco que sabe foi ensinado por uma amiga de infância enquanto ainda eram crianças. Vendo sua dificuldade sem nunca ter pisado em uma escola, se mudou para a cidade visando melhorar o estudo de seus filhos. Como não conseguiu um emprego

por conta da baixa escolaridade, fez curso de corte e costura e arrumou uma profissão por conta própria. “Na minha época, era muita gente que não sabia ler ou escrever, mas hoje em dia vejo o quanto é difícil a vida sem esse conhecimento” afirma Dona Luzia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, o número de pessoas não alfabetizadas no Brasil era de 13,2 milhões em 2012. Célia Félix, (45), não faz mais parte dessa estatística. Cursando o ensino básico no período da noite e trabalhando como diarista pela manhã, ela estuda há dois anos. Sua história é parecida com a de Dona Luzia. Impedida de estudar quando criança, teve dificuldade ao tentar entrar no mercado de trabalho e sofreu preconceito inclusive de sua família. “Me diziam que eu não era capaz de criar meus próprios filhos, que eles iam crescer burros igual a mim”, diz emocionada.

A exclusão educacional não gera apenas a falta de oportunidades, mas pode acarretar também em traumas e sentimento de afastamento da sociedade, fazendo quem encara essa realidade a viver marginalizado. A inclusão dessa pessoa em uma unidade de ensino afeta tanto sua participação mais efetiva na comunidade como sua autoestima. Como prova disso, Dona Célia conta que conseguiu seu emprego atual graças a seus estudos. “Antes não sabia escrever o nome dos meus filhos, hoje já consigo escrever, inclusive em letra cursiva” diz a estudante rindo. Na terceira idade O preconceito, de maneira geral, atinge a um grupo de pessoas que de certo modo apresenta alguma distinção dos demais. Os casos mais conhecidos são de acordo com classes sociais, religião

Nilo Inécio diz que o abandono é o pior tipo de preconceito que alguém pode sofrer

e orientação sexual. Porém o ageísmo, que é o preconceito contra algum grupo etário, também está presente na sociedade, só que pouco divulgado. Maria de Lurdes Oliveira, de 67 anos, conta que pessoas de seu ciclo social nunca a maltrataram ou ofenderam por conta da idade, mas o preconceito que vem de fora de casa é grande. De acordo com ela, há falta de educação e impaciência com as debilitações que a idade traz ao corpo, mas o pior é a indiferença. “As pessoas refugam muito a gente. Os motoristas de ônibus muitas vezes fecham as portas antes de entrarmos, os atendentes de lojas fingem que nem estamos lá”, afirma a idosa. O preconceito contra idosos, em sua maior parte, se dá por violência psicológi-

ca e não física. É o que afirma dona Leontina Caetano Vieira, de 76 anos, que diz que nunca presenciou nenhum caso de violência física, seja com ela ou com algum conhecido, mas já ouviu várias ofensas. “Por conta de problemas de circulação nas pernas, não consigo andar rápido, então já cansei de ouvir gente sussurrando perto de mim que gente velha tem é que ficar em casa para morrer. É triste” conta. Nilo Inécio, de 80 anos, conta o preconceito vem para ele em forma de abandono. Morando sozinho com a mulher de 78 anos, conta que para as tarefas diárias, como ir ao supermercado ou ao médico, pode contar apenas com a esposa. “Ninguém procura me ver ou ajudar, ninguém se preocupa na época que eu mais precisava de cuidados”.


18 | O ACADÊMICO

O ACADÊMICO | 18 P

Homossexualismo: preconceito enfrentado por gerações

Por Andriéli Santos

A palavra homofobia significa o preconceito contra o homossexualismo ou com o homossexual. Esse termo foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em meados do anos 70 e se espalhou pelo mundo dos anos 90. Tanto na Grécia quanto na Roma antiga o homossexualismo era considerado expressões normais de afeto. Já nos anos 80, o preconceito tornou a aparecer e se manteve forte por muito tempo. Nos dias de hoje, esse relacionamento e considerado normal. Por mais que ain-

Foto: nachapaquente.blogspot.com.br

da haja certo receio por parte de famílias mais tradicionais

e por algumas religiões. Em maio de 2011 o

Supremo Tribunal Federal, tomou a decisão de reconhecer o registro de uniões estáveis entre casais homossexuais. Para o movimento LGBT (lesbica, gays, bissexuais e travestis) esse foi uma conquista. “Ainda lutamos pelo principal objetivo que é a criminalização da homofobia”, afirma Rayan Marques Resende. Com 22 anos, assumido desde os 16 anos de idade conta: “Minha família e meus amigos me aceitam numa boa, meu pai que agiu meio estranho no começo, mas depois me aceitou”. Segundo Rayan Mar-

ques Resende o preconceito ainda existe: “mesmo no mundo evoluído como é hoje, ainda sofremos muito”, e ele diz mais: “preconceito é coisa de pessoas de mau caráter, pois somos seres normais e merecemos ser respeitados”. Apesar da conquista que obtiveram na justiça, a homossexualidade ainda enfrenta preconceitos. O reconhecimento legado a união homoafetiva não foi capaz de acabar com a homofobia nem protegem inúmeros homossexuais de serem ofendidos, muitas vezes de forma violenta.


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