NOMOFOBIA: Um retrato da dependência de smartphones e internet através da fotografia para uma campanha publicitária NOMOPHOBIA: A portrait of dependence on smartphones and internet through photography for an advertising campaign
Lucas Guilherme Guse Álvaro Galrão de França Neto
Resumo
O artigo apresentado tem como tema principal o termo Nomofobia, que dentre seus significados aborda a dependência do smartphone e internet. É considerado um transtorno relativamente novo e com altos índices de crescimento devido o surgimento e a popularização dessas tecnologias. Ao longo do trabalho serão apresentadas pesquisas bibliográficas e estudo de campo através de pesquisa online para conhecer o público mais atingido, suas causas e as principais consequências, além de análises de fotografias e campanhas sociais. Esses dados serão utilizados para criar uma série fotográfica que fazem parte de uma campanha publicitária para divulgar e orientar a população, onde será apresentado no memorial descritivo. Por fim será uma forma de criticar e ao mesmo tempo conscientizar as pessoas que sofrem em relação a esse transtorno devido ao uso excessivo. Palavras Chave: fotografia; nomofobia; dependência; smartphone; internet.
Abstract
The article presented has as its main theme the term Nomophobia, which among its meanings discusses the dependence of smartphone and internet. It is considered a relatively new disorder and with high rates of growth due to the emergence and popularization of these technologies. Throughout this work, it will be presented bibliographic researches and a field study by an online survey to know the most affected public, its causes and principal consequences, as well as photographs and social campaigns analysis. These data will be used to create a photographic series that is part of an advertising campaign to divulge and guide the population, which will be presented in the specification. Finally it will be a way to criticize and at the same time aware people who suffers in relation to this disorder due an overuse. Keywords: photography; Nomophobia; dependence; smartphone; internet.
1 INTRODUÇÃO
Nomofobia é uma expressão nova que vem crescendo nos últimos anos devido ao seu significado, dependência de smartphone e internet. Essas tecnologias cresceram tanto que boa parte da população do Brasil as possui e anda conectado a todo o momento. Pelo fato de proporcionar uma infinidade de aplicativos, entretenimento e comunicação, com o passar dos anos algumas pessoas
começaram a perder a noção do tempo que passam conectados nesses artifícios. O problema se torna maior quando o seu uso de forma excessiva começa a modificar o comportamento psicológico do usuário, a ponto de sentir alguns sintomas como: angústia, ansiedade, nervosismo, taquicardia, suor, tremores e até mesmo isolamento.
Além de problemas psicológicos, também tem consequências físicas como: má postura e dores no corpo. Por isso, esse trabalho de caráter social e educativo é de suma importância para conscientizar e sensibilizar as pessoas que muitas vezes não sabem que a causa de alguns problemas de saúde está relacionada ao modo como se usam os smartphones e a internet, visto que hoje são tecnologias de fácil acesso e aquisição.
O problema tratado nesse artigo é: como conscientizar de modo reflexivo as principais características do uso excessivo do smartphone e internet através da fotografia, usando materiais gráficos e digitais como forma de divulgação e orientação?
Por ser um tema que ainda é pouco divulgado e abordado, o objetivo geral desse trabalho é criar uma série fotográfica para uma campanha publicitária retratando as consequências do uso excessivo do smartphone e internet.
Para a realização do mesmo serão feitas pesquisas para identificar quais as consequências que podem surgir para o usuário e a sociedade, pesquisar quais são os perfis de pessoas mais afetadas para poder representar na fotografia, explorar referências de fotografias e ilustrações de caráter reflexivo e irônico para que colabore na linguagem visual das imagens, analisar a produção e pós-produção das fotografias.
Por fim, a escolha desse tema nasceu pela observação de como as pessoas vêm mudando o próprio comportamento depois do surgimento dos smartphones. Essa pesquisa se
justifica como
uma
forma
de
crítica
e
conscientização
pelo
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uso excessivo dessa
tecnologia,
mostrando
como
pode
ser
prejudicial
à
saúde. Assim, será possível retratar os problemas de diversas formas através da fotografia, aprimorando e abrangendo os conhecimentos nessa área e trazendo informações úteis a população. 2 METODOLOGIA
Para ajudar na organização desse trabalho, serão apresentados três tipos de metodologia. 2.1 Metodologia de pesquisa A metodologia de pesquisa que irá guiar esse artigo científico terá como base o estudo de campo de Gil (2002), porém com algumas adaptações para melhor atender o objetivo desse trabalho sendo feito em 5 etapas, em que segundo Gil (2002) é possível alterar e melhorar as etapas de um método conforme a necessidade do pesquisador.
Figura 1: Metodologia adaptada Gil (2002) Fonte: Elaborada pelo autor
Como técnica de coleta de dados foi realizado um questionário online para os usuários das tecnologias analisadas, para poder conhecer as atitudes mais comuns entre usuários e servir como inspiração para as fotos. A pesquisa é de natureza aplicada, do tipo descritivo, sendo abordada de forma quantitativa, e tendo como procedimentos técnicos pesquisa bibliográfica e questionário online.
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Coleta de dados: O questionário online foi feito através de divulgação através da própria internet, e-mail e redes sociais.
Plano de análise dos dados: Conforme Gil (2002) foi feito a redução, que compreende selecionar, simplificar e depois categorizar os dados de forma que possa ser apresentado em gráficos ou números estatísticos e possibilite a interpretação posteriormente.
Previsão da forma de apresentação dos resultados: Os resultados são apresentados de forma estatística através de números em formato de porcentagem para melhor análise dos dados.
Cronograma da pesquisa: A pesquisa com questionário online foi realizada em um período de duas semanas para a coleta de dados, começando no dia 22/09/2015 até dia 06/10/2015. Resultando em 248 participantes no total.
2.2 Metodologia de projeto Para a metodologia de projeto foi usado Bruno Munari (2008), o qual comenta a importância da utilização de um método. "Também no campo do design não se deve projetar sem um método, pensar de forma artística procurando logo a solução, sem fazer antes uma pesquisa sobre o que já foi feito de semelhante ao que se quer projetar, sem saber que materiais utilizar para a construção, sem ter definido bem a sua exata função." (MUNARI, 2008, pág. 10)
Desta forma, sua metodologia foi aplicada com alguns ajustes e melhorias nas etapas para melhorar o fluxo de trabalho. O método de projeto estará detalhado no memorial descritivo.
2.3 Mapa Conceitual
O mapa conceitual tem como objetivo facilitar a administração e conceituar o projeto a ser feito. Na figura 2, é possível visualizar a estruturação em torno do assunto 4
fotografia, que é ampliado para os tópicos mais importantes a serem estudados, como o tema, meio de divulgação, estilo e referências.
Figura 2: Mapa conceitual Fonte: Elaborada pelo autor
A seguir serão apresentadas todas as pesquisas bibliográficas e de campo que serviram como base de fundamentação para esse projeto. 3 DESENVOLVIMENTO
Para compreender melhor o contexto do trabalho, serão apresentados os tópicos principais a ponto de conhecer mais sobre o surgimento, as causas e consequências da nomofobia, a importância e o uso da fotografia e a utilização da campanha publicitária como meio de divulgação.
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3.1 Nomofobia, o surgimento de um transtorno. Para poder entender o aparecimento desse transtorno é preciso resgatar um pouco da história das tecnologias que fazem parte dela, a internet e o celular. Atualmente sabemos que apesar de terem fácil acesso, também estão em larga expansão e crescimento constante ao redor de todo o planeta, tudo por um mundo mais rápido e ágil. Mas nem tudo é como vemos hoje, onde abrimos um aplicativo e conseguimos conversar com pessoas de diversos lugares ao mesmo tempo.
Embora a criação do termo internet tenha mais de 40 anos, para Carvalho (2006) a sua popularização e fortalecimento se deu nos anos 90 devido a sua expansão comercial para usuários finais. Até então não se via o problema na facilidade e o entretenimento que ela podia proporcionar. Ainda de acordo com o último relatório do IBGE (2013), estima-se que 49,4% da população do Brasil já teve acesso a internet por meio de diversos equipamentos, sendo que 53,6% acessam através do telefone celular, só perdendo para os computadores pessoais que representam 88,4% dos acessos na web.
Por outro lado, ainda no começo da década de 90 o aparelho celular chegou ao Brasil e começou a ser mais vendido com a evolução da tecnologia, de acordo com Renato (2012), o surgimento do envio de mensagens SMS e aplicativos básicos como: calculadora, agenda de contatos, calendário e organizadores ofereceram grande facilidade e modernidade na época, além de serem aparelhos bastante semelhantes com o que temos disponíveis hoje em dia.
Porém só nos anos 2000 que começaram a surgir a febre dos smartphones, além do design, tamanho reduzido e a fixação da tela touchscreen, tornou-se possível ter acesso aos e-mails, internet em redes 3G e 4G, baixar infinidades de aplicativos, participar de redes sociais, tirar fotos e também reproduzir músicas e vídeos. Ainda conforme os últimos dados da Anatel (2015), em julho de 2015 foram contabilizados mais de 280 milhões de linhas ativas na telefonia móvel, um número que é maior que a população do país. Isso mostra como estamos conectados com esse aparelho. 6
Nesse meio é notável o crescimento dessas tecnologias e observar como elas chegaram e se popularizaram ao público consumidor quase na mesma frequência ao longo dos últimos anos, porém pode-se dizer que o sucesso do smartphone é uma consequência do triunfo da internet, pois é justamente ela que deu oportunidade para que os smartphones crescessem tanto. De acordo com Google (2015), os números de smartphones em 2015 ultrapassaram a quantidade de desktop, isso significa que ela mudou a maneira de como interagimos por causa da mobilidade e a sua conectividade, onde buscamos, decidimos e fazemos as coisas.
Para completar, sabemos que a internet e os smartphones têm ajudado muito a humanidade seja para qual tarefa e área for. Contudo, esse crescimento repentino nos últimos anos não deu a oportunidade para que nós soubéssemos utilizar essas tecnologias de forma correta e saudável. Por isso, novos problemas sociais, físicos e emocionais começaram a surgir com as pessoas e passaram a ser estudados para um tratamento correto da Nomofobia.
3.1.1. Sobre o transtorno
A nomofobia é um termo recente em que segundo King, Nardi e Cardoso (2014, p. 4) surgiu na Inglaterra a partir da expressão no-mobile, que significa medo de ficar sem o smartphone ou outros aparelhos de comunicação como o computador, redes sociais e a internet. Porém esse trabalho terá como foco apenas o smartphone, já que é uma tecnologia que tem grande popularização entre as pessoas e pode englobar todos os itens citados anteriormente.
Sobre as causas da Nomofobia e tipos de pessoas que podem desenvolver o transtorno, King, Nardi e Cardoso (2014, p. 17) dizem que pode surgir em: “Indivíduos que geralmente apresentam um transtorno de ansiedade primário, que pode ser, por exemplo, transtorno do pânico, transtorno de fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno de estresse póstraumático, alguma fobia específica, entre outros. ”
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Ou seja, a pessoa precisa ter outra relação anterior com alguma fobia para que ela use o smartphone como um meio de segurança e possa futuramente começar a apresentar os sintomas. Não é simplesmente usar o telefone celular por grande quantidade de tempo que irá caracterizar a Nomofobia. Por outro ponto de vista, segundo Amadeu (2015), o uso exagerado pode estar ligado à convivência da família e aos relacionamentos como uma forma de melhorar algo que não vai bem com a vida do indivíduo.
Em relação aos sintomas, podem ser os mais variados como comenta Oliveira (2015), o transtorno tem manifestações muito semelhantes com dependentes de drogas, como ficar irritado e ansioso se não estiver com o celular na mão. Pesquisando um pouco mais aprofundado, King, Nardi e Cardoso (2014) relatam que angústia, taquicardia, tremores, suor excessivo, alterações na respiração, insegurança, desorientação, isolamento e medo são sintomas que podem afetar o psicológico e apresentar uma possível dependência patológica.
De acordo com Amadeu (2015), o diagnóstico é muito complicado a ponto de saber se a pessoa pode ser um dependente patológico ou um usuário normal que apenas utiliza como ferramenta de trabalho e para outras necessidades. Para King, Nardi e Cardoso (2014, p. 17), essa diferença pode ser percebida na situação em que há o uso abusivo do celular e esteja prejudicando a vida social, pessoal e familiar do indivíduo.
Para as consequências pode-se dizer que existem três situações, a primeira é para a pessoa que não está usando o smartphone e pode sentir os sintomas citados anteriormente, resultados na qual são ligadas mais aos fatores comportamentais e psicológicos.
A segunda é voltada para quem está usando o aparelho e pode vir sofrer com problemas físicos. Conforme Tarantino (2015), as dores nas costas e no pescoço são devido ao grande período de tempo em frente aos smartphones, ocasionando em vícios posturais e dores persistentes.
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E por último é o convívio social, onde podemos estar sujeitos as mais diversas situações, seja ela de perigo como andar de carro ou atravessar a rua olhando o celular, podendo ser no relacionamento entre casal e familiar onde a comunicação pessoal é deixada de lado, ou até mesmo no rendimento escolar ou profissional por estar conectado demais ao aparelho.
Vale ressaltar que a intenção desse trabalho não é julgar as relações e comportamentos, mas sim, orientar e conscientizar sobre o uso excessivo do smartphone. Atualmente o Brasil está constantemente estudando sobre esse assunto, já existem algumas organizações e institutos que fornecem ajuda e tratamento gratuito. Segundo King, Nardi e Cardoso (2014, p. 20), o diagnóstico é feito sempre por um psiquiatra e posteriormente o tratamento pode ser feito através de medicamentos e uso de psicoterapia por meio de um psicólogo.
O capítulo a seguir aborda sobre a fotografia e a crítica social como modo de conscientização para problemas sociais, o que faz conexão com o assunto desse trabalho.
3.2 Fotografia
Sabe-se que hoje a fotografia exerce um papel super importante na vida das pessoas, ao longo de sua história muitos momentos ficaram eternizados, seja em preto e branco ou colorido. Dentro desse contexto e com toda a tecnologia avançada existente para câmeras, smartphones e seus acessórios, ela deixou de se tornar apenas uma imagem e se tornou um dos meios de comunicação mais importantes que temos atualmente, desde meios digitais ou impressos.
Portanto, as pessoas passaram a ter uma relação maior com ela, isso porque as câmeras e smartphones possibilitaram tirar foto em praticamente qualquer lugar. Com a grande influência das redes sociais na internet, milhões de usuários criaram o hábito de postar fotos e outros conteúdos a todo o momento, tudo para compartilhar
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com os amigos e até mesmo como uma forma de aumentar e alimentar a própria autoestima.
Dentro das diversas formas da fotografia, uma delas é a crítica social que consegue abordar melhor sobre o assunto nomofobia, um tipo de comunicação que está cada vez mais difundida na internet e na televisão. Para Carvalho (2001) toda crítica social deve ser fundamentada em algo que possa transcender a sociedade, ou seja, em algum motivo que esteja passando os limites do ser humano e que possa ser usado como uma solução para transformar a realidade e resolver um problema.
Para esse tipo de trabalho é essencial repassar com sensibilidade ao público alvo a mensagem que deseja, nesse caso, alertar e conscientizar o perigo do uso excessivo do celular. Conforme Amparo (2004, p. 3 apud SANTANA e MOURA 2013, p. 105) afirmam que “[...] para que uma ilustração, seja fotográfica ou não, alcance todo o seu potencial enquanto linguagem, é fundamental a existência de uma redação bem articulada acerca do seu conteúdo”. Esses elementos são perceptíveis em boas campanhas com o intuito de criticar e modificar a percepção das pessoas.
Ao falar sobre mensagem fotográfica, Barthes (2011) destaca que existem três etapas para que ela se complete, sendo: uma fonte emissora, um canal de transmissão e um meio receptor. A fonte emissora é o momento da captura da foto e todos os elementos que possa compor ela até a pós-produção. O canal de transmissão para esse projeto será através das redes sociais na internet e também por meio de cartazes impressos. E por último o meio receptor será o público que fazem parte desses canais através do estudo de campo.
3.2.1 Fotografia nas campanhas publicitárias
Igualmente a fotografia, as campanhas publicitárias são de extrema importância quando queremos divulgar um produto ou até mesmo trazer alguma informação interessante à população. Isso ocorre porque ela nos permite divulgar em diversos
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meios de comunicação. Segundo Muniz (2004, p. 6), a propaganda social é definida da seguinte forma: “Propaganda social - são as campanhas voltadas para as causas sociais: desemprego, adoção do menor, desidratação, aids, tóxicos entre outras. São programas que procuram aumentar a aceitação de uma ideia ou prática social em um grupo-alvo. ”
Esse ponto de vista tem por objetivo informar, educar, orientar, prevenir e despertar na população que é possível ter uma melhor qualidade de vida tomando alguns cuidados com a utilização dos smartphones.
Segundo Brito (2008), uma campanha publicitária é classificada em dois grupos: as peças de mídia, as quais podem ser publicadas nos meios de comunicação de massa. Ou seja, atinjindo um grande número de pessoas através da TV, Rádio, Internet e até mesmo nas revistas. E por outro lado, existe o grupo das peças de não mídia, que em sua maioria são materiais impressos como: display, mala-direta, cartazes ou qualquer outro tipo de material que não seja divulgado através de mídia de massa. Independente da escolha da mídia é importante ter uma identidade visual que siga um padrão em todas elas.
Tão importante quanto a imagem, a parte textual nas peças publicitárias também deve ser o mais objetivo possível, prezando pela clareza e legibilidade da mensagem textual. Nesses casos utiliza-se pouco texto para que não desvie totalmente o olhar e a atenção da fotografia, é preferível usar uma chamada curta, impactante e o suficiente para ajudar o observador interpretar da forma correta.
Ao trabalhar com fotografia nas campanhas publicitárias, pode-se perceber que existe uma estética bastante semelhante relacionada à composição, iluminação, ângulo, plano de fundo e pós-produção. Claro que a pré-produção é um elemento fundamental para que o resultado seja o melhor possível, desde equipamentos de luz, câmeras, maquiador, local das fotos e a escolha do modelo.
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Geralmente a fotografia publicitária sofre algum tipo de manipulação digital, tendo como resultado imagens com alto ganho de contraste, claridade e nitidez. Esse tipo de tratamento faz com que chame a atenção do observador e consequentemente proporcione alguma emoção ajudando a interpretar a mensagem da imagem. Diferente da foto jornalística que não pode apresentar as mesmas manipulações, retratando apenas como a imagem tem que ser, crua e o mais real possível. Na figura 3 é possível visualizar as características de uma foto publicitária.
Figura 3: Campanha de trânsito da Índia Fonte: Tatulegal (2015)
Na figura 3, a campanha de trânsito da Índia aborda sobre o uso do celular ao dirigir, uma ação que é frequentemente divulgada em vários países resultando em vários acidentes e mortes. Ainda é possível perceber que a imagem usa um plano próximo ao rosto do rapaz para que tenha mais impacto na fotografia. Além disso, a manipulação digital foi um aliado para poder fazer a composição final e o efeito de sangue saindo do celular em direção ao rosto do rapaz deixa clara a mensagem e o objetivo da campanha.
A iluminação contrastante e o plano de fundo desfocado em movimento dão mais veracidade e intensidade na peça publicitária, fazendo uma alusão ao carro em 12
velocidade e ao impacto da colisão. Por final, a mensagem textual e o logo da instituição foram aplicados na fotografia de forma sutil para que o observador que tenha curiosidade ou dificuldade em interpretar possa saber do que se trata o assunto. Da mesma forma em que é aplicada na figura 4.
Figura 4: Campanha de Diabetes na Itália Fonte: Ads of the world (2015)
Analisando a figura 4, que faz parte de uma campanha sobre o cuidado com a Diabetes na fase infantil, é possível ver que a mensagem no canto inferior direito dizendo em tradução livre “Diabetes rouba crianças” é curta, porém altamente impactante com a mensagem que quer transmitir. Isso mostra que a criança que sofre de diabetes tem a sua infância prejudicada pelo cuidado intensivo que precisa ter com os alimentos que consome. Por isso a máscara de uma pessoa adulta mostra a responsabilidade que a criança deve ter.
Olhando tecnicamente, a imagem utiliza de uma iluminação voltada para o centro e ao mesmo tempo deixando o ambiente sombrio devido ao contraste da cena. A peça tem correções de cores e claridade, além do local da foto que reforça o objetivo da campanha, aparentando ser um lugar de disciplina e concentração. Na figura 5 é possível ver a importância da locação para a fotografia publicitária.
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Figura 5: Campanha sobre o uso excessivo do celular na China Fonte: Shiyang he (2015)
A campanha criada na China sobre o uso consciente do celular é uma das poucas publicidades feitas através da fotografia que tem relação com o assunto nomofobia. A imagem focaliza diretamente na relação que se perdeu entre as pessoas por causa do uso do celular. Através da falta de criação e divulgação dessas peças, essa imagem também se encaixa como uma justificativa para esse trabalho.
Observando o enquadramento da foto que é de plano inteiro, ela mostra um ambiente familiar, onde a relação é bloqueada por um celular gigante que foi aplicado através de manipulação digital.
A iluminação é voltada em direção ao
celular que é o grande causador da cena, e o plano de fundo claro dá destaque aos elementos centrais da foto. Com o ajuste de cor e contraste, torna-se a imagem mais nítida para transmitir a sua mensagem.
Segundo Arena (2013), a iluminação serve como direcionador para o observador, primeiramente olhamos para o elemento mais claro da foto e depois para as áreas mais escuras, quando se trabalha com modelos isso serve como estratégia para garantir a decodificar a mensagem da imagem.
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Fazendo uma relação com as três últimas figuras é visível a semelhança de composição independente do enquadramento, ajustes de cor, contraste, claridade e nitidez das imagens. Também existe uma padronização quando se aplica a mensagem textual nas peças, buscando ser simples, visível e legível ao mesmo tempo para servir como base de interpretação e orientação ao observador. E por fim pode-se dizer que a manipulação digital das imagens consegue mudar a realidade das fotos e nos mostrar algo que não estamos acostumados a ver no nosso cotidiano. PESQUISA DE CAMPO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para fundamentar esse trabalho foi realizado um estudo de campo tendo uma pesquisa com questionário online resultando em dados quantitativos.
O questionário online foi elaborado com base em uma pesquisa do Instituto DELETE, o qual é especializado no estudo da nomofobia. No qual o mesmo foi divulgado através da rede social facebook e via e-mail marketing resultando em 248 respostas durante um período de duas semanas para sua conclusão. A pesquisa teve participação de pessoas de diversos lugares do Brasil, em sua maioria da região sul com 72% de participação, correspondendo a 167 respostas.
Analisando o perfil dos entrevistados a relação entre gênero foi bastante semelhante, com 57% do sexo feminino e 43% do masculino. A faixa etária que prevaleceu foi entre 19 e 25 anos, totalizando 55% da pesquisa. E ao falar sobre estado civil, 75% são solteiros, 47% tem ensino superior incompleto e 39% do total tem a renda entre R$1.001 até R$ 2.500. Ou seja, em sua maioria são jovens que estão estudando e entrando no mercado de trabalho.
Além do perfil das pessoas, a segunda parte da pesquisa buscou dados sobre o próprio comportamento dos entrevistados. Isso ajudou a entender quais são os hábitos mais comuns que podem ser relacionados com o tema nomofobia. Essa etapa contribui como base para compreender as atitudes e servir como inspiração e fundamentação para as fotografias. 15
Para que as respostas não ficassem tendenciosas elas foram feitas de modo objetiva, com apenas 5 alternativas de intensidade em ordem crescente, sendo respectivamente: “Nunca”, “Quase nunca”, “Às vezes”, “Quase sempre” e “Sempre”. Assim é possível entender que as pessoas que responderam nunca, querem dizer que não praticaram tal atitude. E para as alternativas restantes sabe-se que pelo menos alguma vez já aconteceu ou existe uma frequência maior das ações em estudo.
Ao todo foram aplicadas 11 questões sobre o comportamento dos usuários de celular. Inicialmente questionou-se sobre: Com que frequência o usuário deixaria de fazer as tarefas domésticas para passar mais tempo conectado? O resultado apontou que 53% dos usuários deixam de fazer as tarefas domésticas “Às vezes” para ficar mais conectado, 16% ”Quase sempre”, 15% “Quase nunca”, 11% “Nunca” e 4% “Sempre”, comprovando que é um número bastante alto e que prejudica nas tarefas de casa para passar mais tempo com o celular.
Na sequência foi questionado se o usuário costuma usar o celular ao ir ao banheiro? Esse tipo de ação é um dos sintomas onde a pessoa pode estar conectada demais ao aparelho, além de apresentar riscos à higiene pessoal. Os resultados tiveram 29% como “Às vezes”, 26% “Quase sempre”, 20% “Sempre”, 13% “Nunca” e 12% “Quase nunca”. Assim, mostra-se que dentre os pesquisados essa é uma atitude muito comum e que revela certa dependência.
Continuando, a próxima pergunta abordou se o usuário sente dores físicas no corpo, como dores nas costas, pescoço ou nas mãos devido ao uso excessivo do celular? Correspondendo a maioria, 35% responderam que nunca sentiram dores, por outro, lado 29% relataram como “Às vezes”, 20% como “Quase nunca”, 9% “Quase sempre” e 6% “Sempre”. Esse relato é importante, pois conforme Tarantino (2015), devido ao grande tempo que se passa curvado sobre o celular, acaba ocasionando em vícios posturais e dores persistentes.
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Em seguida perguntou-se ao usuário se costuma estar conectado ao celular ao invés de interagir com seu parceiro (a) ou amigo (a)? Como resultado, 35% colocaram que “quase nunca” fazem isso e 34% responderam como “Às vezes”, 22% “Nunca”, 5% “Quase sempre” e 4% “Sempre”. Analisando, apenas 22% das pessoas não praticam tal comportamento e o restante costuma estar conectado seja por motivos de falta de assunto com o companheiro ou preferir maior interatividade com aplicativos do celular.
Ainda foi questionado se o usuário se sente desconfortável ou ansioso ao ver que está ficando sem bateria e como resposta apenas 15% das pessoas disseram que nunca tiveram esses sintomas. Porém, ficando em primeiro lugar foi a resposta “Às vezes” com 33%, seguido de 22% “Quase nunca”, 16% como “Quase sempre” e 15% como “Sempre”. Assim é possível avaliar que existe uma predominância desse sentimento ao ver que está ficando sem bateria, apontado como um dos sintomas da nomofobia.
Outro dado que se buscou em relatos foi quanto ao usuário se sentir deprimido ou angustiado ao ficar sem internet? Com resultados semelhantes a pergunta anterior, 33% responderam “Às vezes”, 23% “Quase nunca”, 16% “Nunca”, 15% “Sempre” e 14% “Quase sempre”. Da mesma forma revela como existe uma necessidade onde as pessoas precisam ficar on-line seja por entretenimento, diversão, comunicação ou trabalho.
Através da próxima pergunta buscou-se identificar se o usuário fica irritado ou deprimido quando está sem o celular e diferentemente das duas últimas perguntas que também tratam sobre a ausência de alguma função do celular. As respostas foram 31% “Nunca”, 29% “Quase nunca”, 21% “Às vezes”, 10% “Sempre” e 8% “Quase sempre”. Analisando esses dados pode-se dizer que o celular sem internet e sem bateria obviamente não tem muita função para o usuário, assim poucas pessoas relatam uma dependência muito grande do aparelho em si.
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Na sequência questionou-se o usuário se já passou por uma situação de perigo por estar usando o celular, como por exemplo no trânsito, andando e cozinhando. Na seguinte ordem as respostas foram 49% ”Nunca”, 27% “Quase nunca”, 18% “Às vezes”, 5% “Quase sempre” e 1% “Sempre”. Se for levar em consideração que esses casos ofereçam risco de morte ou lesão ao usuário ou alguma outra pessoa, esses números são bastante significativos, pois 51% da amostra já passou pelo menos uma vez por essa situação.
Em seguida perguntou-se ao usuário se o mesmo se sente rejeitado quando não recebe ligações ou notificações. Seguindo a disposição das respostas ficou 47% “Nunca”, 25% “Às vezes”, 20% “Quase nunca”, 5% “Quase sempre” e 4% “Sempre”. Em relação a esse comportamento boa parte das pessoas demonstra não se preocupar muito com esse sentimento ou necessidade de receber alguma notificação.
Outro ponto pesquisado foi sobre a segurança do usuário, que abordada através da questão. ” Você se sente acompanhado ao sair com o celular? ”, obteve como resposta 39% disseram “Nunca”, 21% “Às vezes”, 15% “Sempre”, 14% “Quase nunca” e 12% “Quase sempre”. Esse sintoma se relaciona muito com a questão de esquecer o celular em casa e voltar para pegar ou até mesmo como precaução em caso de emergência. Por fim, a última pergunta que questionou sobre comportamento: “Você acha que o celular atrapalha o seu desempenho nos estudos ou no trabalho? “. 38% responderam “Às vezes”, 24% “Nunca”, 21% “Quase nunca”, 12% “Quase sempre” e 6% “Sempre”. Esse resultado mostra como o celular tem influência e muitas vezes prejudica o que a pessoa deveria estar fazendo. Um assunto que é muito discutido nas escolas e nos locais de trabalho para que haja um limite e hora certa para usar.
No final da análise do questionário foram coletadas informações sobre peso e altura das pessoas para saber o índice de massa corporal (IMC) a fim de verificar se existem padrões no perfil dos usuários e também ajudar na escolha dos modelos
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para as fotografias. Das 248 pessoas entrevistadas, 57% delas apresentaram o IMC como saudável, 28% foram considerados com peso em excesso e 11% são pessoas obesas.
Nesse caso não se pode fazer uma relação entre quem tem peso maior é o que mais usa o celular ou quem tem um IMC saudável usa menos, mas é possível visualizar que existem pessoas de diferentes perfis dentro da pesquisa e os níveis de intensidade do uso podem variar independente do IMC.
Por último, a ferramenta de pesquisa coletou informações interessantes sobre como as pessoas acessaram a esse questionário. O resultado apontou 59% dos acessos via Pcs (computador) e Laptops, 37% pelos smartphones e 4% por tablets. Isso prova a estimativa do IBGE feita em 2013, aonde o número dos acessos de celulares vem aumentado e com a tendência a ultrapassar os acessos por computadores nos próximos anos.
Portanto essa pesquisa foi de extrema importância para poder reconhecer se os comportamentos e sintomas colocados em questão são atitudes e ações que podem estar comprometendo a qualidade de vida dos usuários de smartphones. Além disso, despertar a curiosidade sobre o tema e incentivar os pesquisados a fazer uma análise pessoal de como o celular pode estar afetando o seu dia-a-dia, ela cumpriu o seu propósito colaborando positivamente para compor as fotografias desse trabalho. 4 CONCLUSÃO
Este artigo possibilitou conhecer mais sobre a nomofobia mesmo com pouco conteúdo e referências disponibilizadas na internet e livros. Ficou claro que o celular e a internet trouxeram facilidade e uma grande evolução no método de como vivemos, estudamos e trabalhamos.
Porém, entre o surgimento e a sua
popularização muitas pessoas não conseguiram acompanhar o rápido crescimento de modo saudável para poder lidar e conviver com tanta tecnologia, ocasionando em um novo transtorno psicológico e afetando a qualidade de vida das pessoas.
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A pesquisa de campo permitiu explorar os perfis dos usuários de celulares e analisar como o seu uso está ocorrendo de modo excessivo em muitas pessoas e trazendo consequências psicológicas, físicas e até mesmo sociais. Além disso, despertou a curiosidade e trouxe à tona um tema atual que vem sendo estudado por diversos especialistas da área.
Com a análise das fotografias e campanhas publicitárias que abordam problemas sociais, foi possível visualizar a importância dentro da sociedade como um modo de levar um assunto desconhecido para a população. Esse tipo de ação se torna mais humano, sensível e próximo por retratar cenas com pessoas em uma realidade que não estamos acostumados a viver. Isso ocorre devido toda a preparação e organização que é preciso ter em volta de uma campanha, desde pré-produção até pós-produção.
Logo, toda essa bagagem e conhecimentos adquiridos vão servir como base para compor as fotografias e a execução da campanha, a fim de conscientizar e orientar a população sobre a nomofobia. 5 REFERÊNCIAS
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ARENA, Syl. Iluminação: da Luz Natural ao Flash. Balneário Camboriú: Editora Photos, 2013. 304 p. Tradução de: Raphael Bonelli.
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