Perspectivas do mercado drag queen em Porto Alegre

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Elisângela Assumpção Isadora Paranhos Lisandra Costa Lucas Pimenta

PERSPECTIVAS DO MERCADO DRAG QUEEN EM PORTO ALEGRE/RS

Projeto apresentado à disciplina Projeto Experimental de Pesquisa da Faculdade de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professora Orientadora: Rosana Córdova Guimarães.

Porto Alegre 2017 1


RESUMO Este estudo propõe compreender a nível social e econômico perspectivas de mercado drag queen em Porto Alegre. Observamos a visão dos profissionais que atuam nesta área, o perfil dos seus consumidores finais, qual a percepção do jovem porto-alegrense e, por fim, frente a este nicho, apontamos considerações sobre o objeto – como uma acentuada inserção heterossexual. Para a obtenção destes dados, foram aplicados os métodos de entrevistas em profundidade, grupo focal com utilização da técnica projetiva acróstico e questionário, de enquadramento qualitativo e quantitativo, respectivamente. Palavras-chave: Perspectivas de mercado; Drag queen; Jovem porto-alegrense; Percepção mercadológica.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO……………………………………………………………….. 4 1.1 TÍTULO………………………………………………………………………

4

1.2 TEMA………………………………………………………………………..

4

1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA………………………………………………... 4 1.4 PROBLEMA DE PESQUISA……………………………………………… 4 1.5 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………....

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1.6 OBJETIVO GERAL…………………………………………………………. 6 1.7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS………………………………………………. 6 2 DESK RESEARCH…………………………………………………………… 7 2.1 ÂMBITO SOCIAL: A IDENTIDADE……………………………………….. 7 2.2 PODER DO PINK REAL: MERCADO CRESCENTE E NICHOS COMERCIAIS .............................................................................................. 10 3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICOS .................................................. 14 3.1 PESQUISA QUALITATIVA ................................................................... 18 3.1.1 Etapa Qualitativa: Entrevistas Semi-estruturadas ....................... 19 3.1.2 Etapa Qualitativa: Grupo Focal ...................................................... 21 3.1.3 Etapa Qualitativa: Técnica Projetiva Acróstico ............................ 25 3.2 PESQUISA QUANTITATIVA ................................................................ 26 3.2.1 Etapa Quantitativa: Aplicação de Questionário ........................... 26 4 CRONOGRAMA ...................................................................................... 51 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 53 APÊNDICES ................................................................................................ 55 ANEXOS ..................................................................................................... 71 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 73

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1 INTRODUÇÃO Este projeto tem por objetivo pesquisar, analisar, reconhecer e compreender perspectivas do mercado drag queen em Porto Alegre/RS, desde a ótica dos públicos jovem e jovem-adulto (18 a 24 anos e 25 a 34 anos, respectivamente), residentes em Porto Alegre e na Grande Porto Alegre. Ainda, a identificação da realidade social drag queen e a sua relação com o mercado dos produtos relacionados com esse universo. Nossa proposta é levantar as informações, já organizadas por autores e demais pesquisadores, para embasar nosso projeto e, posteriormente, aplicar o que fora coletado em nossa amostra de pesquisa (273 pessoas). Os resultados servirão para criar um escopo de estudo para área de comunicação social, especialmente, nas que se vinculam à temática drag queen, às questões econômicas e sociais referentes ao tema e tudo que vincule-se à realidade e ao universo LGBT. Abaixo, seguem dados de especificação do estudo. 1.1 TÍTULO Perspectivas do mercado drag queen em Porto Alegre/RS. 1.2 TEMA O universo drag queen. 1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA O mercado drag queen em Porto Alegre. 1.4 PROBLEMA DE PESQUISA Qual a percepção dos jovens porto-alegrenses sobre o mercado drag queen em Porto Alegre?

1.5 JUSTIFICATIVA O estudo surgiu de nossa vontade, enquanto pesquisadores/acadêmicos, de aprimorar os conhecimentos sobre o tema, a fim de realizarmos uma pesquisa com uma abrangência mercadológica, e também em virtude da escassez de publicações 4


acadêmicas específicas desta temática drag queen1. Visto que, um estudo recente mostrou que menos de 1% das pesquisas antropológicas tratam desse grupo, “sendo que a maior parte dos trabalhos localizáveis nessa temática focaliza prostituição, construção corporal (em contextos médicos ou não) ou ativismo” (FACCHINI; FRANÇA; BRAZ, 2014). No aspecto político-social, a pertinência da temática é pautada pelo cotidiano preconceituoso vivido pelos grupos pertencentes ao universo trans 2, incluindo drag queens, inclusive em lugares públicos como, por exemplo, em shoppings centers, conforme matéria intitulada “Grupo de drag queens é barrado em shopping de São Paulo”3. Inclusive, essa “onda” drag queen já foi amplamente pautada pela mídia gaúcha4. Já no setor econômico, podemos observar que, apesar do grande preconceito (PINTO, 2016), esse nicho é gerador de riqueza no ramo do entretenimento, cultura e da indústria de alta costura, e, por exemplo, é o caso de comunidade de drag queens pernambucanas (GUERRA, 2013), como veremos ao longo do presente trabalho. Consideramos a importância desta pesquisa devido à crescente disseminação deste segmento nos últimos anos e à necessidade de identificar qual a percepção do jovem/adulto porto-alegrense quanto a este mercado, bem como, a visão dos profissionais que atuam nele. Portanto, utilizaremos a terminologia “mercado drag” ao referir-nos a esse objeto de estudo do presente projeto, a fim de dar um recorte bem específico ao trabalho. Esclarecemos que, apesar de dividirmos nossa desk research em dois grandes grupos, social e mercadológico, são segmentos transversais e que se conversam permanentemente, complementando-se um ao outro constantemente, assim corroborando no sentido desta pesquisa. 1

São homens que se vestem como mulher de maneira caricata com o intuito de realizar performances artísticas, que incluem canto e dança, geralmente em festas e casas noturnas. Disponível em: <http://especiais.correiobraziliense.com.br/transexual-travesti-drag-queen-qual-e-adiferenca>. Acesso em: 8 abr. 2017. 2 Ver Jayme, 2010. 3 Diário de Pernambuco. Grupo de drag queens é barrado em shopping de São Paulo. Disponível em: goo.gl/ev63cK. Acesso em março de 2017. 4 Disponível em: <http://revistadonna.clicrbs.com.br/comportamento-2/com-cara-s ol-fenomeno-dasdrag-queens-conquista-espaco-cativo-na-noite-de-porto-alegre/>. Acesso em: 27 jun. 2017

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Com os resultados da desk research, ou seja, da análise dos dados secundários coletados, teremos elementos que amparam e justificam a realização do nosso projeto de pesquisa, e que ajudam a compreender o cenário em que o mercado drag se insere e se expande. E assim qualificando a pertinência deste projeto, que também tem por objetivo dialogar com o mercado presente e com a sociedade atual.

1.6 OBJETIVO GERAL Investigar a percepção do jovem porto-alegrense em relação ao mercado drag queen em Porto Alegre. 1.7 OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Identificar o perfil do público jovem que frequenta e consome elementos do ‘mundo drag’. - Identificar hábitos dos públicos consumidores desse mercado. -

Compreender o cenário atual do mercado drag queen em Porto Alegre/RS.

-

Apontar perspectivas sobre o mercado drag queen porto-alegrense.

-

Compreender a visão dos profissionais que atuam no mercado drag queen.

2 DESK RESEARCH Para iniciarmos o projeto, buscamos por informações que pudessem ser relevantes sobre o tema escolhido, tendo em vista que é um assunto pouco abordado, buscamos também, sobre temáticas relacionadas, que dariam maior relevância à pesquisa. Para tanto, recorreu-se à análise de trabalhos de conclusão de curso (TCCs), dissertações, livros, artigos de blogs, jornais e revistas. Para estabelecermos uma relação entre o termo drag queen5 e o mercado de shows ao qual este grupo de pessoas faz parte, devemos conceituá-los de forma que seus respectivos significados sejam esclarecidos, portanto, de acordo com Chidiac e Oltramari (2004), 5

Utilizado, ao longo do projeto, agrupando a diversidade drag queen, drag k ing, drag queer, crossdesser etc. para representar ao que nos referirmos, quer seja mercado ou conceito, por exemplo.

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embora sejam atores transformistas, as drags distinguem-se dos travestis por andarem, em seu cotidiano, vestidos de homens, exercendo também profissões diversas, não afeitas ao transformismo durante o dia. Travestis utilizam próteses de silicone e hormônios na constituição de seus corpos femininos, permanecendo travestidas em seu cotidiano, e não o fazem de maneira exagerada e caricata (Silva, 1993; Silva & Florentino, 1996 apud Chidiac e Oltramari, 2004, p. 472).

Portanto, neste contexto exploratório, fica elucidado que existem diferenças bem traçadas entre os atores sociais aos quais buscamos estudar e qualificar neste projeto de pesquisa, e enquanto nicho mercadológico. 2.1 ÂMBITO SOCIAL: A IDENTIDADE Podem-se considerar guetos gays o mesmo que espaços de sociabilidade gay, como bares, boates, etc. Porém, usa-se hoje como mercado GLS 6, por inserirem pessoas que simpatizam com tais identidades e que frequentam estes espaços, assim como o público lésbico. Mesmo assim, existem guetos gays, porque há espaços em que pessoas heterossexuais não frequentam e nem tampouco mulheres (lésbicas ou não), como por exemplo, saunas gays, clubes pornôs ou casas de swing gays (NUNES, 2015). Advindo do teatro, o travestismo é entretenimento e, então, sai do gueto e vem para o cenário cultural7, inclusive portoalegrense8. Questões de gênero e de sexualidade são tendências para as organizações: “Em 1999, 72% delas incluíam a orientação sexual em suas políticas de nãodiscriminação. Já em 2009, 87% das companhias listadas continham políticas de não discriminação a comunidade LGBT9 e 41% incluíram a questão de gênero.” (Revista Istoé, 2017). Para Chindiac e Oltramari (2004) a maior contribuição das pesquisas no campo das ciências sociais no Brasil está nas investigações da identidade “travesti”, que apontaram 6

Sigla que significa gays, lésbicas e simpatizantes. Aqui, representa mercado de consumo de produtos e serviços, como bares, boates, festas, moda, livros, etc., voltados ao público LGBTI. 7 Cf. Trastoy e Lima, 2006, p. 97. 8 Disponível em: zh.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/espetaculos/noticia/2017/05/quem -tem-medo-detravesti-estara-em-cart az-neste-fim-de-semanaem -porto-alegre-9801116.html. Acesso em: 27 jun. 2017. 9 Nacionalmente, é a sigla mais utilizada, pois engloba o que fora decidido em um congresso nacional, no ano de 2008. Órgãos como o governo nacional elegeram esta denominação com um padrão para falar desta parcela da população. O acrônimo significa lésbicas, gays, bissexuais (orientação sexual), transexuais, travestis e transgêneros (identidade de gênero). Disponível em: http://ggemis.blogspot.com.br/2014/08/lgbt-lgbti-lgbtq-ou-o-que.html. Acesso em: 8 abr. 2017.

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uma construção cultural identitária complexa que não pode sem compreendida como uma identidade sexual e de gênero isolada de suas intersecções com classe, raça, contexto cultural urbano e de sua inserção em redes de sociabilidade. Contudo, como esses trabalhos se focaram em contextos de prostituição, acabaram invisibilizando que a categoria travesti também foi utilizada por décadas no Brasil como sinônimo da artista transformista.

Em nossa pesquisa sobre a temática drag verificou-se já no início que o reality show estadunidense RuPaul’s Drag Race foi um divisor de águas no universo obscuro dos drags queen, tanto no Brasil como no mundo todo. Idealizado por RuPaul Charles, uma super model drag, o programa busca destacar nos participantes o carisma, a singularidade, a coragem e o talento de uma drag queen, para ocuparem o título de "America's Next Drag Superstar”. Estreando em 2 de fevereiro de 2009 no canal LOGO TV 10, o reality recebeu o título de programa mais assistido nos Estados Unidos pelo canal VH1 11. E por receptividade por parte do público conseguiu estender-se por nove temporadas, sendo que semanalmente as competidoras participam de gincanas e provas onde são testadas suas habilidades em canto, dança, costura, talento, humor e personalidade. O programa tem como formato um mini-desafios, o desafio principal, o julgamento e a eliminação. O reality possui um spin-off12, em que competidoras de temporadas passadas retornam para competirem entre si, a fim de entrarem no “Drag Race Hall of Fame”. Esse subprograma teve sua edição após a quarta e a oitava temporada do reality, chamado RuPaul’s Drag Race: All Stars. No Brasil, a emissora VH1 Brasil exibiu até a quarta temporada, em 2015 a Globosat comprou seus direitos de exibição e a partir de agosto o canal Multishow teve exclusividade na transmissão da sétima temporada. A oitava temporada foi transmitida pelo canal Comedy Central. Os fãs podem assistir a qualquer momento pelo serviço de streaming da Netflix da segunda à sétima temporada. Atualmente, RuPaul Charles foi convidado para ser capa da Revista

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LOGO é um canal de televisão por assinatura americano que pertence a Viacom Media Networks. O canal tem como foco o público LGBT. 11 VH1 é um canal de televisão por assinatura estadunidense cuja sede encontra-se na cidade de Nova Iorque. 12 Spin-off significa obra derivada, ou seja, neste caso um programa, reality, que se originou de outro programa de televisão.

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Entertainment Weekly13 (FIGURA 1), para celebrar o mês do orgulho LGBT. E em abril passado foi elencado como uma das 100 pessoas mais influentes pela TIME. FIGURA 1 - Rupaul’s Capa da Revista Entertainment Weekly

Fonte: Revista Entertainment Weekly

A capital gaúcha também recebe tal influência, haja visto, as festas temáticas com as principais drags do reality, e enquanto local de fruição da temática drag, temos o WorkRoom14, onde há uma ampla circulação de diversos públicos.

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Revista Entertainment Weekly - Matéria veiculada no link http://www.foradoar.t v/2017/06/rupaulestampa-capa-historica-da-entertaiment-weekly/ . Acessado 27 de junho de 2017. 14 WorkRoom - Disponível em: zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2017/04/workroom-o-primeiro-dragbar-de-poa-sera-aberto-nesta-quinta-9768789.html. Acesso em: 27 jun. 2017.

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2.2 PODER DO PINK REAL: MERCADO CRESCENTE E NICHOS COMERCIAIS É importante um esclarecimento inicial em relação ao nosso objeto de estudo, ou seja, compreender a sigla escolhida conforme Paulo Nunes (2015) sugere mercado GLS. Utilizamos, também, como suporte para compreendê-lo o que a autora Anna Paula (2002) sugere “que atende a demanda de gays, clubbers, punks, e outras pessoas ligadas a cultura underground”. O mercado drag queen estaria inserido dentro desse segmento. Todavia, acreditamos ser mais coerente referir-nos especificamente ao mercado drag devido ao foco de nossa pesquisa. Consequentemente, trataremos dos públicos, lugares, serviços e produtos ao que o mercado LGBT (também) se destina. Ademais, apesar de quase especialmente focado em gays, entendemos que o termo “pink real” se refere ao potencial de consumo de todos os públicos que são LGBT. A partir de uma expansão e maior crescimento do segmento (CAMARGO, 2013a) e da valorização da comunidade LGBT (COUTINHO, 2012) e sua força política (DELCOLLI, 2016), podemos observar que o nicho comercial drag vem mudando,

customizando

produtos, serviços, marcas, gerando

tendências

e

especializações dos profissionais e clientes mais críticos (LONGO, 2017). Inclusive, há presença comercial drag queen em peças comerciais e gera falas sobre diversidade e autenticidade via rede sociais. Um exemplo é o caso do Burger King, rede especializada em fast food, que pela primeira vez traz o mote em um comercial seu; promoção de vendas. FIGURA 1 – A drag queen Any B em comercial brasileiro do Burger King

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Fonte: Reprodução/Burger King. Existe futuro para ampliar o mercado LGBT no Brasil. Em linhas gerais, mesmo com números subavaliados (postos à margem de erro menor; subestimados do seu valor real), no nosso país, o potencial financeiro do segmento LGBT[I] é estimado em US$ 133 bilhões, o equivalente a R$ 418,9 bilhões, ou 10% do PIB nacional (Produto Interno Bruto, total de bens e serviços produzidos no país), segundo a Out Leadership, associação internacional de empresas que desenvolve iniciativas para o público gay. (SCRIVANO; SORIMA NETO, 2015)

Essa valoração do mercado (GUERRA, 2013) permite a entrada, por exemplo, em espaços de festas heterossexuais e comercialização de marcas internacionais – pois são altos os gastos para a “montação”15 das drag queens. É um giro cíclico da roda Econômica (CAMARGO, 2013b). Evidente em festas que abrem espaço ao mercado drag queen, como é o caso da festa Xtravaganza Drag Party, com edições por diversas casas noturnas no país - incluindo Porto Alegre16. Já no âmbito governamental, por exemplo, é tema e pauta de eventos com investimento

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Nesse caso, entendida como a transformação, processo de maquiagem, vestimenta e composição etc., que pode levar horas. Oficialmente, segundo o Dicionário Caldas Aulete Online, significa “processo de vestir-se com roupas alternativas esp. em festas e shows”. Disponível em: http://www.aulete.com.br/monta%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 2 de abril de 2017. 16 Página do facebook disponível em: https://pt-br.facebook.com/XtravaganzaDragParty. Acesso em 2 de abril de 2017.

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financeiro na área de Espetáculo de Artes Cênicas 17 e Música (BAOLI, 2016), mercados em que se enquadram enquanto áreas profissionais. Ainda

assim

no

aspecto

de

Artes

Cênicas,

temos

cursos

de

“profissionalização”, abordando temas como performance, maquiagem, dublagem e presença de palco para os interessados, homens ou mulheres, sem distinções (ARAÚJO, 2016). Ressaltamos o caráter social da descoberta, impacto na comunidade e crítica política presente na realidade dos cursos (GRIGORI, 2017). Algumas edições são gratuitas, como é o caso dos cursos realizados pelo Serviço Social do Comércio - SESC (RANGEL, 2016). É interessante observarmos como a instituição SESC vem abrangendo o país com diversas edições do curso chamado “Curso drag queen”, o CDQ (Carta Campinas, 2016), já realizado na região Sul, Sudeste e Nordeste. A edição do Sesc Consolação, em São Paulo (SP), ademais, faz parte de um projeto especial local (Catraca Livre, 2016). Além disso, o mercado cinematográfico também é formado pela temática drag, como é o caso na presença do filme gaúcho “Castanha”, no ano de 2014, premiado e internacionalmente reconhecido (FEIX, 2014). Ainda, a temática rendeu produções como o documentário “Tupiniqueens”18, 2015 (DECLERCQ, 2015), que trata do boom recente na cena de drag queens brasileiras inspiradas pelo reality show norte-americano (um dos mais conhecidos no Brasil!) RuPaul’s Drag Race19. Justamente por esse espectro, temas como a política interna das organizações – como a criação de “Comissões de Diversidade” –, tocam à cúpula diretiva. Até porque, respeitar a diversidade desde o microambiente, gera maior lucro para a empresa (BEZERRA, 2017). Apesar das influências e nós de contato entre perspectivas nacionais e internacionais apontados aqui através das notícias, cremos, sobretudo, nas Artes como área guarda-chuva do trabalho drag queen brasileiro. No mundo da Moda esse

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Com o “Projeto TransMusical”, realizado pelo Ministério da Cultura. Sistema de Apoio às Leis de

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Incentivo à Cultura (Salic). Disponível em: http://novosalic.cultura.gov.br/cidadao/parec erconsolidado?idPronac=501eac548e7d4fa987034573abc 6e179MTkxODA1ZUA3NWVmUiEz NDUwb3 RT . Acesso em: 2 de abril de 2017. 19 RUPAUL’S Drag Race. Logo TV - Disponível em: http://www.logotv.com/shows/rupauls-drag-race. Acesso em: 2 de abril de 2017.

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impacto começa a pautar tendências (MIGLIACCI, 2016) e abrir (ou reabrir) espaços de fundição com o transformismo (SILVESTRE, 2016). Afinal, é nas cores, exageros e no efeito (do) visual da sua estética ímpar (SIQUARA, 2016) que as drag queens deixam sua marca, e por sua vez a deixam junto aos seus públicos, muito exigentes (QUEIROZ, 2017). Os mesmos exemplos percebemos na cena musical e fotográfica com Adore Delano, Alaska Thunderfuck, Courtney Act, Jinx Moonson, Miss Fame, Violet Chachki e até mesmo a experimental Pearl são estrelas internacionais que também seguem no mercado fonográfico drag [grifo nosso], aberto por Divine e RuPaul. No Brasil tivemos a maravilhosa Claudia Wonder e hoje nomes como Gloria Groove e As Baphonicas. (DUDX, 2015)

Já no que se refere à renda desse profissional-artista, apesar de estar diretamente vinculada à animação ou a shows na maioria das vezes, o trabalho que é sério e garante uma boa fatia da renda mensal se deve às performances segundo Guidini (2013). 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa desk research foi o ponto de partida para buscarmos ampliar as ideias de como o grupo seguiria o rumo do Projeto de Pesquisa, que foi inicialmente realizada em sites de jornais e de artistas relacionados a temática, a qual assessorou o aprofundamento do conhecimento do grupo e assim adquirir maior expertise para os próximos passos deste projeto de pesquisa. Considerando que essa pesquisa traz à tona uma temática pouco explorada academicamente optamos em iniciar nossas pesquisas com entrevistas em profundidade, ou seja, pesquisas qualitativas com pessoas especialistas nesta temática, formadores de opinião, consultores e expoentes na vida noturna desta capital. Por isso, cada entrevista terá um direcionamento, com o intuito de gerarmos futuros questionamentos que serão aplicados na pesquisa quantitativa. Portanto, conforme orienta Duarte (2002) quando escreve que de um modo geral, pesquisas de cunho qualitativo exigem a realização de entrevistas, quase sempre longas e semi-estruturadas. Nesses casos, a definição de critérios segundo os quais serão selecionados os sujeitos que vão compor o universo de investigação é algo primordial, pois interfere diretamente na qualidade das informações a partir das quais será possível construir a análise e

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chegar à compreensão mais ampla do problema delineado. A descrição e delimitação da população base, ou seja, dos sujeitos a serem entrevistados, assim como o seu grau de representatividade no grupo social em estudo, constituem um problema a ser imediatamente enfrentado, já que se trata do solo sobre o qual grande parte do trabalho de campo será assentado. (DUARTE, 2002, p. 141)

Sendo assim, convidamos para participar da entrevista pessoas relevantes no meio LGBT, como Gabriel Galli - jornalista, coordenador do grupo SOMOS 20, mestrando em Comunicação na FAMECOS e co-fundador do Grupo Freeda 21; Gisele Ramos,

produtora cultural e “mother” da Xtravaganza Drag Party; a drag

queen Sarah Vika, personagem de Rafael Mello e dois consumidores do mercado em questão estudado, Pedro Bretos e Silvio Pereira Junior, ambos universitários. Totalizando cinco atores sociais que responderam aos questionários, instrumentos de pesquisa, e os dois últimos citados, ainda contribuíram com a pesquisa, participando da atividade chamada “acróstico”, da qual falaremos com maior detalhamento

num

subtítulo

adiante,

todas

as

atividades

foram aplicadas

exclusivamente pelos autores deste projeto. Ademais, realizamos um mini grupo focal, realizado no dia 19 de abril de 2017, na Farol Coworking, com outros três consumidores e uma consumidora, ou seja, com quatro participantes de ambos os gêneros. Conforme Malhotra (2012, p. 110) propõe, a pesquisa qualitativa é utilizada para entender os sentimentos mais importantes dos consumidores, portanto, o grupo focal foi redimensionado, pois, devido a impossibilidade de alguns participantes convidados comparecerem ao local na data combinada, e também a incapacidade dos autores em mobilizarem novos participantes nesta mesma data, ficamos resumidos a quatro participantes, ou seja, um mini grupo focal. No qual o público escolhido são pessoas com idades compreendidas entre 18 e 34 anos, morando em Porto Alegre. A dinâmica se deu da seguinte forma: após uma pré-seleção via facebook, de acordo com indicações de Gabriel Galli e Rafael Mello, contatamos um grupo específico de potenciais respondentes. Um convite foi enviado aos mesmos (apêndice). Na ocasião, além do grupo focal o evento também 20

SOMOS - Comunicação, Saúde e Sexualidade - disponível em: http://somos.org.br/ e https://www.facebook.com/SomosBR/?pnref=story. Acesso em: 2 de abril de 2017. 21 GRUPO FREEDA - disponível em: https://www.facebook.com/freedalgbt/?ref= page_internal& fref=nf. Acesso em: 2 de abril de 2017.

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trouxe aos participantes a dinâmica do acróstico, sobre o qual será melhor explorado, posteriormente, no texto e em outros subtítulos. Conforme os autores Bauer e Gaskell (2002, p. 79) o grupo focal é um debate aberto e acessível a todos pois o assunto é de interesse comum, não considerando as diferenças de status social entre eles, tendo em vista uma discussão racional, ou seja, uma troca de pontos de vista, ideias e experiências, enfim, tudo o que for dito terá valor. Costa (2005) compreende que “Grupos Focais são um tipo de pesquisa qualitativa que tem como objetivo perceber os aspectos valorativos e normativos que são referência de um grupo em particular. São na verdade uma entrevista coletiva que busca identificar tendências” (COSTA In: BARROS; DUARTE, 2005, p. 181). Nossa dinâmica de grupo focal foi realizado no dia 19 de abril de 2017, na sala de espelhos, disponibilizada pelo Farol Coworking 22 à equipe. Apesar de marcarmos às 9h, começamos a dinâmica às 9h20min. O processo se estendeu até às

10h30,

aproximadamente,

tendo

como

participantes

quatro

pessoas,

consumidores do mercado drag queen, jovens de 18 a 29 anos, gaúchos, moradores de Porto Alegre/RS ou da Grande Porto Alegre/RS. Disponibilizamos bebidas (sucos, água, café e chás) e comidinhas (doces e salgados) para tornar o evento mais descontraído e assim que o grupo se sentisse mais à vontade. Em

relação

ao

comportamento

do

mediador,

a

entrevista

deve

necessariamente abarcar todas as opiniões, por isso assegurar aos “alfas” (participantes geradores de opinião; incentivadores; expoentes nas falas) identificado que não é nada pessoal se houver necessidade de ouvir mais pessoas e/ou corte de suas falas, e que isso é estritamente em decorrência de sua necessidade de cumprir o papel de mediador. Fazer um método de identificação dos participantes através de crachás foi importante para a fluidez da conversa. Em relação ao sigilo, assegurar aos entrevistados que o sigilo é garantido e que o grupo gestor da pesquisa só vai identificar genericamente as pessoas como consumidor “A” que é distinto do

22

Coworking, ou seja, espaço de trabalho para profissionais autônomos, startups, empresas, freelancers etc., localizado no bairro Moinhos de Vento, Porto Alegre/RS. Página oficial virtual: https://www.farolcoworking.com.br/. Acesso em 4 maio 2017.

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consumidor “B”, por exemplo. O anonimato é determinante segundo a metodologia proposta. Além disso, informar que o entrevistador/mediador e grupo não pertence à qualquer empresa ou organização contratante de serviço - caráter acadêmico -, e que de forma alguma algum participante do grupo, incluindo o próprio mediador, vai se sentir ofendido se alguém falar mal de qualquer empresa/profissional drag queen. O mediador não será afetado de forma alguma, essa informação traz maior tranquilidade aos respondentes. Deve, por sua vez, pedir para desligarem os celulares - trabalhar no foco e tomar cuidado com a dispersão. Dentro do grupo focal, aplicamos uma técnica projetiva de acróstico - que trata-se de uma versificação, ou seja, composição poética em que cada verso principia por uma das por uma das letras da palavra que lhe serve de tema, o Acróstico23. Ressalvamos que esse tipo de técnica pode ser compreendida, segundo Bauer e Gaskell (2002), como unidades temáticas ou semânticas [que] são definidas como características dos textos que implicam um juízo humano. Por exemplo, histórias de fada podem ser classificadas a partir de motivos básicos; cartas podem ser classificadas como cartas de amor ou comerciais. A definição das unidades de amostragem implica, muitas vezes, tais julgamentos de estratificação. Unidades temáticas separadas a partir de fundamentos teóricos sao muitas vezes contrastadas com materiais residuais irrelevantes. (BAUER; GASKELL, 2002, p. 198)

Num terceiro momento, realizamos uma coleta de dados com a pesquisa quantitativa, aonde buscaremos traduzir tudo que pode ser quantificável, ou seja, interpretaremos

em

porcentagens

as

opiniões

e

informações

dos

nossos

respondentes, para formularmos uma análise dos dados e obtermos uma conclusão condizente com o norte do projeto de pesquisa proposto. A meta que temos com esse instrumento de pesquisa é permitir a testagem de hipóteses, obtendo resultados mensurados e concretos, lembrando que a margem de erro mínima, não devendo interferir em sua interpretação, porém é considerada nas análises. Como justificam os autores Bauer e Gaskell (2002) quando descrevem que 23

Definição de "acróstico", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [online], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/acr%C3%B3stico. Acesso em: 6 maio 2017.

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a compreensão dos mundos da vida dos entrevistados e de grupos sociais específicos é a condição sine qua non da entrevista qualitativa. Tal compreensão poderá contribuir para um número de diferentes empenhos de pesquisa. Poderá ser um fim em si mesmo o fornecimento de uma “descrição detalhada” de um meio social específico; pode também ser empregada como uma base para construir um referencial para pesquisas futuras e fornecer dados para testar expectativas e hipóteses desenvolvidas fora de uma perspectiva teórica específica. (BAUER; GASKELL, 2002, p. 65)

Com este processo acabamos por enriquecer mais o resultado almejado deste projeto de pesquisa e assim entregando um resultado mais concreto. Na sequência apresentamos um quadro amostral do público almejado (QUADRO 1), na época da criação deste projeto de pesquisa, ou seja, em que seria interessante aos autores que houvesse um equilíbrio entre gênero e idade dos respondentes. QUADRO 1 – Perfil Amostral de Público Almejado FAIXA ETÁRIA 18 - 24

FAIXA ETÁRIA 25 - 34

HOMENS

MULHERES

HOMENS

MULHERES

60

60

60

60

Fonte: autores do projeto, abril de 2017. No entanto, conforme a coleta de dados a segmentação de público para um perfil específico pesquisado ficou determinada segundo o quadro abaixo (QUADRO 2), ressaltamos, contudo, que homens e mulheres transexuais só estavam presentes na faixa de 18 a 24 anos. QUADRO 2 – Perfil Amostral de Público Realizado FAIXA ETÁRIA 18 - 24

FAIXA ETÁRIA 25 - 34

HOMENS

MULHERES

HOMENS

MULHERES

68

73

56

60

Fonte: autores do projeto, junho de 2017. Ressaltamos que as classificações de gênero (homem e mulher), no caso do público com o qual foi realizado a pesquisa, parte da auto-denominação (sexo com o 17


qual se identifica) e não do sexo com que nasceu. Sendo assim, passamos para o próximo subtítulo, no qual faremos a compilação dos dados coletados, entretanto, respeitamos etapa por etapa da pesquisa realizada, a fim de contemplar cada passo e os resultados obtidos neles. 3.1 PESQUISA QUALITATIVA Após análise dos dados coletados na pesquisa desk research, com o intuito de enriquecer o questionamento que será feito através de instrumento de pesquisa quantitativa, o grupo optou em executar dois tipos de pesquisas de cunho qualitativo, com abordagem seletiva e aprofundada, em termos de questionamento direcionado à temática mercadológica do universo drag queen. Sendo assim, foram executadas entrevistas qualitativas em profundidade com personagens do universo drag, bem como com jovens expoentes e com vivências no mesmo tema com a realização de um grupo focal com o mesmo intuito. 3.1.1 Etapa Qualitativa: Entrevistas Semi-estruturadas Abaixo, apontaremos

informações

obtidas através de entrevistas em

profundidade semi-estruturadas com: o jornalista Gabriel Galli (apêndice G), Rafael de Melo, a drag queen Sarah Vika (apêndice I), e a produtora cultural Gisele Ramos (apêndice H). Em relação a Gabriel Galli, a técnica foi aplicada com o jornalista no dia 29 de abril de 2017, em um bar dentro do campus da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, durante um almoço – aproximadamente às 12h –, e teve a duração de 45 minutos, em média. Com a drag queen Sarah Vika, a entrevista foi aplicada no dia 01 de maio de 2017, na área exterior do shopping Total, aproximadamente às 11h. A duração da entrevista foi de, em média, uma hora. Já com a produtora cultural Gisele Ramos, foi realizada uma entrevista via Skype no dia 28 de abril de 2017, às 18h30min. Quanto ao mercado drag queen, os entrevistados veem a possibilidade de se viver só do trabalho como uma drag, mas isso é uma tarefa complicada e de difícil alcance. Citando Gabriel Galli “assim como qualquer artista, viver de arte é uma coisa muito difícil”. Ao que se refere à expansão desse mercado em Porto Alegre, observou-se 18


um crescimento inicial, com o surgimento de várias festas de temática drag queen e LGBT como a Xtravaganza – em que a atração principal eram exclusivamente drag queens. Seguida de um leve declínio, visto que por exemplo, as edições da Xtravaganza “com maior público eram as que traziam as drags mais queridas ou fofas do programa RuPaul`s”, explana Gisele Ramos. Mas, graças a criação do Work Room – um bar com uma proposta de cenário inspirado no programa Rupaul’s Drag Race, existe agora em Porto Alegre um novo espaço para que essas drags possam se apresentar para um público mais diversificado, que antes não era atingido. Além disso, surgiram cursos específicos nesta temática. Considerando-se microtendências. Tendo em conta esta realidade, faz-se necessário a diversificação de tipos de entretenimento oferecidos pelas drags, para que não se limitem apenas a um tipo de evento e/ou público. Quanto ao tipo de público frequentador, a sua maioria são da comunidade LGBT mas, no entanto, há cada vez mais a aderência de um público heterossexual, principalmente mulheres cisgêneros24. Enquanto consumo neste nicho de mercado, os entrevistados mencionaram que existe um termo próprio, o pink money, ou seja, uma maneira de chamar o dinheiro que gira no mercado gay. Também foi comentado sobre a convenção que ocorreu recentemente em Los Angeles/EUA a RuPaul’s Drag Con a primeira convenção de drag queens no mundo, idealizada por RuPaul e pela produtora World Of Wonder – responsável pela produção de RuPaul’s Drag Race, em que reuniu drag queens e pessoas de vários países (inclusive drags brasileiras), com interesses diversificados nesta temática, como referência ao potencial comercial deste mercado. Pode-se observar que os eventos oportunizaram a formação de laços mais profundos entre os participantes, devido a ruptura de padrões e possibilidade de ir ao encontro de seus pares, formando “novas famílias”. Além desses eventos serem um espaço em que as pessoas se reúnem e se sentem seguras, como mostra Rafael de Melo: “muitas pessoas chegam com muito carinho na gente tanto online 24

Palavra latina, significa "deste lado". Trata-se, aplicada às questões de sexualidade humana, de uma explicação simples que se você se identifica com o gênero que lhe foi designado em seu nascimento. Disponível em: https://transfeminismo.com/o-que-e-cisgenero. Acesso em 16 jun. 2017.

19


quanto nas festas, dizendo que nos adora, que são nossos fãs, que começaram a assistir o programa por nossa causa, ou que se aceitou por nossa causa, ou que ‘saiu do armário’ por nossa causa, começou a se montar por nossa causa”. Em comparação ao tratamento dado pela mídia brasileira e ao dado pela mídia internacional, nota-se que a primeira, apesar de conservadora, está aprendendo a lidar com informações sobre a população LGBT. Isso pode ser visto, em programas da Globo como: Amor e Sexo, Profissão Repórter e Fantástico que abordaram sobre o mundo drag e/ou a comunidade LGBT. No entanto há ainda muito para se evoluir, como nos diz Gabriel Galli e Rafael de Mello. Já em relação à mídia internacional, eles concordam que apesar de dificuldades, esta dá uma maior visibilidade, e existe uma maior representatividade. Quanto ao preconceito, existe uma crença de que o surgimento e a ascensão do programa Rupaul’s Drag Race tenha acabado com isso. O programa de fato deu uma maior visibilidade, desmistificou ideias, quebrou preconceitos e inspirou jovens a se “montar” como drags. Entretanto, essa ideia é falsa, pois ainda existe bastante preconceito com as drag queens, até mesmo dentro da comunidade LGBT que, como elucida Rafael de Melo, “conheço também muito meninos que começam a se envolver com outros meninos, mas quando descobrem que são drags “pulam” fora, que não entendem, acham que eles querem virar mulher e que não vão apresentar para família homens que se vestem de mulher e esse tipo de coisa”. O que mostra uma certa tendência das pessoas confundirem drag queens com travestis e /ou transexuais, denominações bem diferentes, como mostra Gabriel Galli: “drag queen é uma manifestação artística, ela não é uma identidade de gênero. É uma personagem! Não tem nada a ver com travesti ou transexual as drag queens são manifestações artísticas transgressoras”. Além deste tipo de confusão, há também situações onde ocorrem ofensas e convites indecentes (prostituição), conforme Melo. Portanto, o preconceito existe, mas os entrevistados acreditam que graças a todo um esforço coletivo para se desconstruir e lutar contra esse preconceito, e para uma maior visibilidade e representatividade desta comunidade na mídia e na sociedade em geral, com o tempo as coisas possam mudar para melhor.

20


3.1.2 Etapa Qualitativa: Grupo Focal Neste subtópico coletamos as informações obtidas através da realização da dinâmica de um grupo focal, o qual foi realizado em um ambiente preparado para tal procedimento, ou seja, uma sala de espelho, climatizada e com toda a estrutura preparada para que os participantes sentissem-se à vontade e dispostos para falar sobre os tópicos elencados pelo mediador. Foi realizado no dia 19 de abril de 2017, na Farol Coworking. Durante o tempo de 70 minutos, contamos com quatro participantes, consumidores do mercado drag queen, jovens de 18 a 29 anos, moradores de Porto Alegre e grande Porto Alegre. Dos entrevistados, D.V., G.B. e E.R. disseram possuir como orientação sexual a homossexualidade e P.P. é bissexual. Já no instante inicial, a dinâmica explicita que todos os entrevistados possuíam contato anterior com ambientes culturais aos quais a realidade LGBT e drags queens eram presentes. De acordo com o foco do nosso estudo, trata-se de um ponto determinante na realização do grupo focal. Visto que todos frequentaram de três a seis shows neste meio, até o momento da entrevista, e até mesmo atuaram como profissionais nos bastidores desses eventos. Simultaneamente, todos acompanham seriados de televisão e/ou internet, bem como documentários sobre a temática. Os relatos também contemplaram o fator gerador de interesse acerca deste tema, como conversa entre amigos conforme cita o entrevistado D.V. ao dizer que os “amigos comentavam e me interessei pelo hype (estilo) da história”, e seriados indicados pelos mesmos, por exemplo, Ru Paul’s Drag Race:All Stars segundo P.P ou o próprio Ru Paul’s Drag Race, conforme G.B. e E.R. Os entrevistados concordam em vários pontos enquanto ao profissionalismo que está crescente neste nicho. Por exemplo, que “drag é um tipo de arte” e que “ algumas cantam, outras performam” conforme diz D.V., corroborado pelos outros. É dito que cada artista tem seu estilo e personalidade, características essenciais para se manter em evidência neste meio, “drag brasileira, engraçada, divertida, fui no show pela personalidade” da drag queen, assim como G.B. comenta. Um exemplo citado por P.P é “a Silvete Montilla, engraçada”. Particularmente, os artistas geram modelos de performances na sua atuação nos palcos; como afirma E.R., o “bate21


cabelo é nosso, não existe em nenhum lugar. Identidade nossa do que é performance”. Emerge, também, a crítica aos padrões importados de drags estrangeiras, apesar da dificuldade de reprodução, afinal, “é uma outra realidade, padrão de fora inserido no Brasil”, diz G.B. corroborado por E.R. dizendo que “a mainstream 25 diz o padrão, uma reprodução do que vem do exterior” e assim contribuindo para que se pense em que valores os profissionais precisam se aperfeiçoar para manter os públicos cativos ao seu estilo e performance. Todos afirmaram que consomem shows por interesses pessoais e por se identificar com determinado profissional que fará a apresentação. Conforme sugere o entrevistado D.V. ao dizer que “você gosta daquele tipo de drag, ela tem uma caraterística própria”. Conforme G.B., “o futuro do drag é exatamente isso, porque querendo ou não, o Rupaul fez o drag ser socialmente aceito, em parte perdeu o seu papel de contestação, de choque”. Já P.P. traz como exemplo de variação de drag, comentando que “Alma Negrot, era o nome dela, era aqui de Porto Alegre, foi para São Paulo, e ela se coloca como drag queer, porque ela tem toda esta questão de questionar o gênero binário (homem ou mulher, tão somente). Portanto, a questão de ruptura de estereótipos que se carregava neste ator social/profissional com a presença de novas possibilidades de se reconhecer no coletivo como figura crítica, caricata mas política é crível. Logo, apresentar-se como drag queen “ não é modinha. Agora finalmente as pessoas podem o ser, sem correr riscos de ser morta na rua; agora a gente vê mais, não porque seja moda, mas porque não é tão criminalizado, tão marginal”, expressa P.P. Porém, seu reconhecimento dentro da sociedade ainda é restrito à algumas tribos26 – segundo os entrevistados, apenas os amigos têm maior familiaridade com a temática. Conforme comenta o entrevistado G.B ao dizer “meus amigos, todos conhecem de saber quem é RuPaul”. Já em oposição, temos entrevistados que 25

Trata-se de uma série de atividades que são consideradas tão comuns porque pertencem ou estão associados com a maioria da população. Disponível em: http://www.revistagq.com/noticias/cultura/articulos/hipster-o-mainstream/17664. Acesso em: 14 jun. 2017. 26 Aqui, termo compreendido como grupo social autônomo que apresenta certa homogeneidade (física, linguística, cultural etc.), ou seja, expressam formas comuns e específicas de socialidade. Cf. Oliveira et. al., 2003, p. 63. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ tp/ v11n1/ v11n1a07.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2017.

22


reconhecem que pessoas do seu convívio social não conseguem romper padrões preestabelecidos e que é um movimento que ainda se mantém no gueto. Conforme relata o entrevistado D.V., “tive experiência ruim com uma irmã que ela disse que é uma maquiagem pesada demais e era feio. [...] meus pais não conhecem, eles ainda pensam nas drags subúrbio dos anos 80”, ou seja, desconsidera-se que é uma arte inserida num âmbito cultural maior e pertencente a sociedade. Não há um perfil de consumidor definido deste nicho de mercado, mas há uma diferenciação entre gêneros conforme afirma P.P. quando diz “pra mim é diferente por eu ser mulher”. Já para o entrevistado D.V. “não tem muito perfil definido”. Apesar do exposto, todos têm um elo em comum: estar alinhado com a temática e reúnem-se para vivenciar esse universo, conforme fala o entrevistado P.P. ao constatar que “amigos que tem esse gosto em comum combinam, mas não convidam quem não gosta pra ir”, ou seja, fica implícito que é um universo pouco explorado ainda, tanto pelo mercado consumidor quanto pelas mídias tradicionais. Entretanto, no momento de tomar a decisão de consumir algum produto deste nicho de mercado, os participantes demonstraram atitudes diversas, uns consultam familiares ou parceiros. Ao relatar que considera a opinião de seu namorado, o entrevistado G.B. diz “meu namorado eu sempre consulto, pra não ter brigas”. Outros fazem suas escolhas por si mesmos, como afirma o entrevistado D.V. ao dizer “não pergunto pra ninguém antes”. Outra parte do grupo prefere saber outras opiniões de amigos, segundo fala do entrevistado P.P. ao citar “comento com alguém antes, para convidar pra uma festa, pra ir comigo”. Não caracterizando um consumo independente e constante por parte dos entrevistados e seus grupos relacionais. Ainda, em relação a hora de consumir, demonstrou-se por hábito da compra ocorrer através da web27, com pagamentos por cartões de crédito e débito, caracterizando que a facilidade ofertada pela internet, que aproxima os públicos de seu objeto de desejo, assim agilizando a efetivação da compra.

27

Sigla de World Wide Web, trata-se de uma rede global de interconexão de computadores, seus produtos e conteúdos. Disponível em: <https://www.priberam.pt/dlpo/web>. Acesso em: 14 jun. 2017.

23


Na dinâmica, demonstrou-se que este nicho de mercado se apresenta como um target de pessoas LGBT, em sua maioria. Segundo o entrevistado G.B., os heterossexuais “estão na fase da curiosidade”, ou seja, “sinto que eles querem consumir, mas ainda estão na fase curiosa; ver coisas exóticas e não ainda querem fazer parte mesmo”. Ou seja, a diversidade de público que se apresenta nesses ambientes pode sofrer um incremento heterossexual considerável e qualificado, saindo do nível de curiosidade para um nível de compra efetiva. No que se refere ao papel do Governo, um maior incremento geraria mais visibilidade à temática, conforme fala o entrevistado G.B., “acho que não deve ter, só em questões sociais, relacionadas a preconceitos, conscientização e etc., somente se estiver ligada a Lei Rouanet28 para promover um evento”. Sugere-se que se pense a temática através de uma perspectiva holística e, sendo assim, tornar essa performance (arte) mais acessível à população. Já no encerramento da dinâmica, trouxemos o questionamento “Vocês seriam drag?”. Dentre as manifestações de todos, obtivemos uma maioria que “sim”, o faria. Para o entrevistado G.B. a resposta foi “sim, antes de ser jornalista sou ator, adoro palco, já comecei isso, mas ainda falta aprender a me maquiar”. Este, foi acompanhado pelo entrevistado D.V. que disse “acho que sim, mas nunca me vi como uma”. Em contrapartida, o entrevistado P.P. rejeitou a proposta dizendo que “no momento acho que não, muito por timidez e vergonha, mas já pensei nisso porque admiro muito essa arte”. O entrevistado E.R. não se manifestou neste momento final. Nesta dinâmica podemos vivenciar, juntamente com os participantes, o quanto a temática se faz presente no dia a dia da sociedade e de sua relevância no meio LGBT, tal significância se fez presente na fala de todos. E assim qualificando o projeto de pesquisa que se apresenta. 3.1.3 Etapa Qualitativa: Técnica Projetiva Acróstico No que se refere à técnica projetiva de acróstico, abaixo segue um quadro acerca das palavras fornecidas pela amostra de seis pessoas (quatro participantes 28

Lei estabelece as normativas de como o Governo Federal deve disponibilizar recursos para a realização de projetos artístico-culturais. Disponível em: <http://rouanet.cultura.gov.br/>. Acesso em: 14 jun. 2017.

24


do grupo focal e dois respondentes de entrevista em profundidade). O acróstico foi feito a partir da palavras “drag”, onde o(a) entrevistado(a) descreve uma perspectiva futura do mercado através de palavras que continham, respectivamente, as letras D, R, A e G. QUADRO 3 – Palavras do Acróstico “DRAG” ENTREVISTADOS

PALAVRAS

E1

desenvolvimento, ruptura, ação, gênero

E2

mercado, possibilidade, teatro,curso, visibilidade, organização

E3

destinação (onde), respeito, amor pela profissão e por si, gostar da arte

E4

dedicação, resistência, ampliação, gratificação

E5

dinamismo, variedade, ativismo, glamour

E6

divisão (gueto e gourmet), quebra de preconceitos, aceitação, desmarginalização

PALAVRA-CHAVE

D R A G

Fonte: autores do projeto, maio de 2017. A partir do exposto, apresentamos algumas inter-relações. É muito presente a questão artístico-profissional referente ao tema “mercado” drag queen, tendo sua “organização” essencialmente vinculada ao “amor (pela profissão e por si)”, assim como o “gostar da arte”, bem como o que se refere a esse nicho sendo rico em possibilidade de “ampliação” e “desenvolvimento”. O ativismo traz o caráter político, ainda muito presente ao universo drag queen (ativismo, desmarginalização, resistência, ruptura e ação). Em relação às particularidades, o “glamour” e a “divisão (gueto e gourmet)” apontam diversidade de estilos, aspecto de “desenvolvimento” e “mercado”. 25


Não obstante, se pauta a existência de uma questão política relacionada ao tema drag queen e sua alternância na sociedade, aponta-se que a tendência é o aumento da sensação de pertença das pessoas inseridas em suas comunidades, independente de suas características e condições pessoais, e que o padrão arcaico já foi rompido (gênero, visibilidade, respeito, quebra de preconceitos e aceitação). No aspecto mercadológico, o campo de atuação é entendido como uma “possibilidade” para a inserção de práticas profissionais que envolvem “teatro”, por exemplo. Reiterado pela tendência nacional de “curso[s]”, que objetivem “dinamismo, variedade, dedicação e destinação (onde)” do profissional artista drag queen e de seu espaço no mercado de trabalho que lhe compete.

3.2 PESQUISA QUANTITATIVA A partir da análise dos dados coletados na pesquisa desk research e com os resultado obtidos com as etapas de pesquisa qualitativa, com o intuito de obter produtos numéricos sobre o tema abordado, foi aplicado questionário (apêndice K) pela

plataforma

online

Google

Formulários29,

com

abordagem seletiva

e

aprofundada. Os filtros utilizados para a pesquisa resumiam-se em: o respondente deveria ter idade entre 18 e 34 anos, residir em Porto Alegre ou Região Metropolitana de Porto Alegre e consumir do nicho de mercado drag queen.

3.2.1 Etapa Quantitativa: Aplicação de Questionário

Essa seção é destinada à descrição, categorização, aproximando-nos de uma análise

crítica

das

informações

coletadas

que,

processadas,

através

de

submetermos o conteúdo às ideias presentes no nosso referencial teórico e diagnóstico (objetivos, tema). Assim sendo, nosso trabalho trata da descrição da realização dos métodos, assim como dos elementos que os envolveram. Pois, queremos possibilitar ao leitor entender nosso estudo no contexto que foi efetivado. Procedimentos como a

29

Formulários do Google. Disponível em <https://www.google.com/intl/pt-BR/for ms/about/> Acesso em 25 mai 2017

26


codificação, a categorização e a classificação são necessários, nesse caso. Não obstante, a descrição dos dados coletados, envolvendo a codificação por meio da classificação (ideias-chave) e categorização (definição de categorias a serem trabalhadas). Nosso enfoque está justamente voltado para a concepção e discussão do mercado drag queen na capital rio-grandense. Seguem abaixo nossa apreciação. As categorias de agrupamento de dados qualitativos são apresentadas em quadros. A pesquisa via questionário obteve um total de 273 respostas úteis. O perfil, como podemos ver nos gráficos I, II, III e IV: 153 respostas são de pessoas com faixa etária de 18 a 24 anos (43,96%) e 120 na faixa de 25 a 24 anos (56,04%); 219 respondentes são de Porto Alegre e 54 são da Região Metropolitana da capital. Sobre os gêneros que os respondentes se identificam 123 se consideram “homens”, 134 “mulheres”. Unimos em uma só categoria por ser uma pequena parcela dos respondentes: uma pessoa que se identificou como “homem trans”, duas como “mulher trans”, 11 como sendo “não-binário”, um “agênero” e um “os dois” (homem e mulher). Gráfico I – Faixa etária dos respondentes

Fonte: autores

27


Gráfico II – Residência dos respondentes

Fonte: autores Das sexualidades (como podemos ver no Gráfico III), 62 respondentes identificam-se

como

“bissexuais”,

o

que

caracteriza

22,71%,

78

como

“heterossexuais” (28,57%), sua maioria é “homossexuais”, totalizando 44,69% (122 respondentes) e englobamos na categoria “outros” (4,03%): oito pessoas que se dizem “pansexuais”, um “assexual”, um “área cinza” e um “mamãe falei”.

28


Gráfico III – Orientação sexual dos respondentes

Fonte: autores

Gráfico IV – Gênero que os respondentes se identificam

Fonte: autores Sobre as outras categorias abordadas, entre as 273 respostas, 223 são 29


“solteiros”, 16 são “casados”, uma denominou-se “noiva” e 33 estão em uma “união estável”. Em relação à “escolaridade”, 16 pessoas têm “Pós-graduação completa”, 29 tem “Pós-graduação incompleta”, 133 possuem “Ensino Superior incompleto”, 74 “Ensino Superior completo”, 18 têm “Ensino Médio completo”, dois têm “Ensino Médio incompleto” e um com “Ensino Fundamental incompleto”. Gráfico V – Faixa etária e sexualidade

Fonte: autores A partir do Gráfico V podemos perceber que, entre os públicos de ambas idades a predominância, na categoria “18 a 24 anos” tem 54% e 25 as 34 45%.

30


Gráfico VI – Faixa etária e gêneros

Fonte: autores Dos 273 respondentes, há uma presença maior de mulheres. Do grupos que se identificam como “heterossexuais”, 69 são “mulheres” , 25%, e nove são “homens”, 3%. Já do público de LGBTs, as “mulheres” são 67, 24%, e os “homens” são 115, 42%. A maior parcela de respondentes (sob esse cruzamento) é LGBT, apesar de que as “mulheres” LGBTs são menos que as “mulheres” heterossexuais o que nos aponta interessante inserção destas últimas no mercado originalmente exclusivo do público LGBT.

31


Gráfico VII – Sexualidades e gêneros

Fonte: autores. Para identificar consumo, foi realizada uma pergunta de múltipla escolha para que os respondentes apontassem até cinco tipos de produtos/serviços que consomem com maior frequência, deixando margem de respostas livres (opção “Outros”). Como resultado, conforme o gráfico abaixo, há, em ambas faixas etárias, 18 a 24 anos e 25 a 34 anos, o consumo de “séries/seriados” vem em primeiro lugar, com 86,27% e 87,50%, respectivamente. Em seguida há, quase um empate entre “música” e “festas”, que estão entre 70% e 73%. A categoria “Outros” (1,96%), na faixa etária de 18 a 24 anos, agrupa “drogas ilícitas”, “transporte pago”, Uber 30 e Cabify31 e “canal do Youtube”32. Já na faixa etária de 25 a 34, “Outros” (1,66%) refere-se a “podcasts”, “curtas” (pequenos filmes) e “peças de teatro” e “livros”. Em relação às distinções entre faixas etárias, há um acentuado maior consumo de "shows" no público jovem de 18 a 24 anos.

30

Empresa multinacional norte-americana, prestadora de serviços eletrónicos na área do transporte privado urbano e baseada em tecnologia disruptiva em rede. Disponível em: <https://www.uber.com/>. Acesso em: 17 jun. 2017. 31 Empresa internacional de rede de transporte. Disponível em: <https://cabify.com>. Acesso em: 17 jun. 2017. 32 Plataforma de distribuição digital de vídeos. Disponível em: <https://www.youtube.com>. Acesso em: 17 jun. 2017.

32


Gráfico VIII – Faixa etária x O que consome

Fonte: autores. É interessante observar, no gráfico VIII, que entre “bares e restaurantes” e “shows” há pequena distinção de porcentagem de consumo (em torno de 10%). As categorias “perfumaria” e “outros” possuem o mesmo índice de consumo, em torno de 1% a 2%. Por outro lado, se compararmos o consumo de acordo com a região onde se reside (Gráfico IX), há um comportamento muito similar. Na capital, as “festas”

(72,6%)

estão

em

primeiro

lugar

de

consumo,

sucedidas

por

“séries/seriados” (61,6%), “música” (48,4%), “bares e restaurantes” (38,8%) e “shows” (31,5%). Em relação à categoria “outros” (1,83%), somente presente em Porto Alegre, referimo-nos a “curtas” e “peças de teatro”, “canal no Youtube”, “livros”, “drogas ilícitas” e “transporte pago”, Uber e Cabify.

33


Gráfico IX – Moradores de Porto Alegre e Grande Porto Alegre e seu consumo

Fonte: autores. Neste cruzamento (Gráfico IX), há uma pequena alteração no consumo entre a capital e região metropolitana. Diferentemente de Porto Alegre, a Região Metropolitana apresenta consumo de “festas” em segundo lugar, com 72,22%, uma diferença elevada do primeiro lugar de consumo nessa região, as “séries/seriados”, que apresentam 87% de consumo. Comparadas as ilustrações, é possível apontar um maior consumo de “bares e restaurantes” dos moradores de Porto Alegre; os moradores da região metropolitana consomem mais “maquiagens”.

34


Gráfico X – Gênero que se identifica e seu consumo

Fonte: autores. No gráfico X (acima) podemos notar que, em relação às respostas de “homens”, que são um total de 123 respondentes, o que eles mais consomem são “séries/seriados” (85,36%), os próximos produtos/serviços mais consumidos estão todos na faixa do 70% que são: “festas” (78,86%) e “música” (76,42%). Este padrão não se repete, com exceção do primeiro mais consumido (“séries/seriados” com 85,82%), para

as

“mulheres”, seu segundo

produto

mais consumido são

“maquiagens” com 73,88%, seguido por “música” com 70,89%; “festas” aparece somente como quarto mais consumido com 64,92%. Em “outros” gêneros, primeiro estão “séries/seriados” com 93,75% seguido de “festas” com 87,5%. Os “outros” produtos/serviços de consumos, já citados são “curtas” e “peças de teatro”, “canal no Youtube”, “livros”, “drogas ilícitas” e “transporte pago”, Uber e Cabify; estes são utilizados mais pela categoria que engloba “outros gêneros”. O gráfico XI identifica quais os produtos/serviços que mais são consumidos em relação à sexualidade dos respondentes. Como resultado, unanimemente entre está em primeiro lugar as “séries/seriados”, tendo 87,09% para “bissexuais”, 85,89% para

“heterossexuais”,

85,24%

para

“homossexuais”

e

100%

de

“outras 35


sexualidades”. Já o segundo maior produto/serviço consumido varia entre “música” para “heterossexuais” e “outras sexualidades” e “festas” para “homossexuais” e “bissexuais”. As categorias “perfumaria”, “cursos”, “vestimenta”, “acessório” e “outros” são as menos utilizadas pelos respondentes. Gráfico XI – Sexualidade e consumo

Fonte: autores. No que se refere à renda familiar, conforme gráfico XII, nota-se que a única categoria que em primeiro lugar de consumo está a “música” (89,47%) é quem tem renda de “R$ 2812,00 a R$ 4685,00”; para todas as outras faixas salariais o produto mais consumido são “séries/seriado” (91% para quem tem renda até “2811,00”; 89% mais de “9371,00”; 85,71% para renda entre “R$6560,00” e “R$ 9370,00” e 82,05% para renda entre “R$ 4686,00 a R$ 4685,00”. Da mesma forma que o gráfico anterior, notamos que os produtos/serviços que são menos utilizados são “perfumaria”, “cursos”, “vestimenta e acessórios”.

36


Gráfico XII – Renda familiar e consumo

Fonte: autores. O gráfico IX (abaixo) refere-se a quanto o preço importa nas decisões de compra, conforme a renda familiar dos respondentes. Foi-se utilizado uma escala intervalar de um a cinco, onde um e dois correspondem a pouca importância, três a média importância e quatro e cinco a muita importância Com base nas respostas obtidas, observamos que dos 91 respondentes que possuem uma renda familiar de até três salários mínimos (“até R$ 2811,00”), 9,89% acreditam que o preço importa pouco na hora da compra, enquanto 53% acreditam que importa muito. Dos 76 respondentes que possuem renda familiar de três a cinco salários mínimos (“R$ 2812,00 a R$ 4685,00”), 9,21% acreditam que o preço importa pouco na hora de decisão de compra, enquanto 56% acreditam que o preço importa muito. Já para os 39 respondentes que possuem renda familiar com mais de 10 salários mínimos (“mais de R$ 9371,00”) 74% acreditam que o preço importa muito. O que podemos concluir é que nenhum perfil de renda familiar disse acreditar que o preço tinha pouca importância.

37


Gráfico IX - Renda Familiar e a importância do preço na hora da compra

Fonte: autores. O gráfico abaixo (XIII) apresenta dados referente aos canais de efetuação de compras pelos respondentes que informaram consumir do mercado drag queen. Observamos, com base nas respostas obtidas que se consome em “local físico” (como lojas, bares, boates e shoppings) 72,16%. A segunda opção mais respondida é o “site oficial do fornecedor” (como websites de lojas, bares, boates, marcas de maquiagens e roupa), com um total de 47,25% de respostas. Precedido por “site de compras não segmentado especificamente a esse nicho” (como Submarino 33 e Mercado Livre34, por exemplo). A categoria “outros” (3,66%) agrupa os “serviços TV por assinatura” (fora citada a empresa NET35), “Youtube”, ou os consumidores apontam que “não consomem/efetuam diretamente a compra”.

33

Disponível em: <https://www.submarino.com.br/>. Acesso em: 17 jun. 2017. Disponível em: <www.mercadolivre.com.br>. Acesso em: 17 jun. 2017. 35 NET é uma empresa de telecomunicações brasileira que oferece serviços como televisão por assinatura, acesso à internet e telefonia fixa. Diponível em: <www.netcombo.com.br >. Acesso em: 17 jun. 2017. 34

38


Gráfico XIII – Canais em que os consumidores efetuam compras

Fonte: autores.

A pergunta “Para você, o grupo de consumidores desse mercado é, predominantemente, LGBT? ” revela algumas análises. Foram identificados a relação

que

há

entre

“orientação

sexual”

e

“gênero

que

se

identifica”

(respectivamente, Gráfico XIV e Gráfico XV), abaixo. Conforme apresenta a ilustração a seguir, a maioria afirma que sim. Curiosamente, uma grande maioria (46,97,74%) “heterossexual” crê que esse mercado não é predominado por LGBTs enquanto

a

maioria

“homossexual”

(48%)

acredita

que

o

mercado

é

predominantemente LGBT.

39


Gráfico XIV – Sexualidade e percepção frente ao público consumidor

Fonte: autores. Foram identificados também a relação dos “gêneros ao qual os respondentes se identificam” com a mesma pergunta anterior, de uma predominância LGBT ou não como público consumidor. Idem à análise acima, a predominância das respostas é de afirmação, “homens” 78,86%, “mulheres” 68,66% e “outros gêneros”, que englobam “homens transexuais”, “mulheres transexuais”, “agêneros”, “não-binários” e “ambos os gêneros”, 68,75%.

40


Gráfico XV – Gênero que se identifica e percepção frente ao público consumidor

Fonte: autores. Conforme apresentado, no gráfico acima (XV) as “mulheres” creem, em sua maioria (29,1%), que não há uma predominância LGBT, sendo que 2,24% crê que no futuro haverá. O mesmo ocorre com “outros gêneros”, deles, 25% creem que não há predominância. Já para os “homens”, uma pequena porcentagem (18,7%) crê que não há predomínio LGBT no mercado. Os três gráficos abaixo (XVI, XVII e XVIII) referem-se, respetivamente, ao “sexo designado ao nascer”, o “gênero que se identifica” e “orientação sexual dos respondentes”, em relação a um possível “aumento de consumidores heterossexuais neste nicho de mercado”. Dos que acreditam que há um aumento do número de heterossexuais neste mercado 44% são do sexo masculino e 55,9% são do sexo feminino. Dos que acreditam que não há uma crescente inserção 72% são do sexo masculino.Os dois 41


respondentes que preferiram não identificar o seu sexo de nascimento, ambos não concordam que há um aumento de consumidores heterossexuais. Gráfico XVI – Sexo do nascimento e presença de heterossexuais no mercado drag queen

Fonte: autores.

42


Gráfico XVII – Gêneros e percepção sobre presença heterossexuais no mercado drag queen

Fonte: autores. Pelo gráfico XVII percebemos que, dos que acreditam que há um aumento do número de heterossexuais neste mercado 38% são homens e 55,9% são mulheres. Dos que acreditam que não há uma crescente inserção há uma grande maioria de homens, com 68%. Porém, também percebemos dos que disseram que acham que não, mas que no futuro haverá também há grande número de homens (57%).

43


Gráfico XV - Orientação Sexual e percepção sobre presença heterossexuais no mercado drag queen

Fonte: autores. Pelo gráfico XVIII percebemos que, dos que acreditam que há um aumento do número de heterossexuais neste mercado, há quase uma homogeneidade entre homossexuais,

heterossexuais

e

bissexuais,

com

36,9%,

33,3%

e

24%,

respectivamente. Dos que acreditam que não há uma crescente inserção há uma grande maioria de homossexuais nos respondentes (90%), enquanto nenhum (0%) de heterossexuais respondeu “não”. com 68%. Porém, também percebemos dos que disseram que acham que não, mas que no futuro haverá também há grande número de homossexuais (53%). No seguinte gráfico (XVIII), foi analisado quais palavras melhor definem o futuro deste segmento de mercado segundo os respondentes, com base nas palavras do acróstico realizado no grupo focal. Dos 273 respondentes, 27,84% acredita que as palavras “divisão (gueto é gourmet), quebra de preconceitos, aceitação e desmarginalização”, são as que melhor definem o futuro. Seguidas de perto por 23,44%, as palavras “desenvolvimento, ruptura, ação e gênero”. As palavras com menos escolha por parte dos respondentes foram “mercado, 44


possibilidade, teatro, curso, visibilidade e organização” (8,06%). Gráfico XVIII - Grupos de palavras que melhor representa o futuro do mercado drag

Fonte: autores. No gráfico a seguir (XIX), analisamos como o modo pelo qual os respondentes

conheceram este

mercado

é

influenciado

pela

idade

deles,

ressaltando que a pergunta era de escolha múltipla, podendo escolher até duas opções. Dos 124 respondentes com idades compreendidas entre 18 e 24 anos, 53,59% conheceu “através de novas mídias” como sites e redes sociais, seguido de perto por 49,67% de respondentes que conheceram “através de amigos”. Já os respondentes com idades compreendidas entre 25 a 34 anos, 58,33% conheceram o mercado “através de amigos”, seguido por 37,50% que conheceram “através das novas mídias”.

45


Gráfico XIX – Idade x Como conheceu o mercado drag

Fonte: autores. No gráfico XX, analisamos como o modo pelo qual os respondentes conheceram este mercado é influenciado pela região onde moram, ressaltando que a pergunta era de escolha múltipla, podendo escolher até duas opções. Dos 219 respondentes que moram em Porto Alegre, 53,88% conheceram “através de amigos”, seguido de perto por 46,57% de respondentes que conheceram “através de novas mídias” como sites e redes sociais. Já dos 54 respondentes que residem na Região Metropolitana, 51,85% conheceram também, o mercado “através de amigos”, seguido por 46,29% que conheceram “através das novas mídias”.

46


Gráfico XX – Residência x Como conheceu o mercado drag

Fonte: autores. Abaixo (gráficos XXI e XXII), encontramos 3 relações com a perspectiva de se há algo que não agrada aos respondentes no mercado drag queen. Podemos observar que o desagrado em relação à “idade” é apontado, majoritariamente, por jovens-adultos (25 a 34 anos), 77,5%. Em relação à “orientação sexual”, essa negativa

está,

maiormente,

entre

“outros”,

45,45%

de

seu

montante

de

respondentes. Por “sexualidade”, a maioria “bissexual” (62,9%), “heterossexual” (88,46%), “gay” (71,31%) e “outros” (54,55) crê que não há algo desagradável.

47


Gráfico XXI – Existe algo que lhe desagrada nesse mercado e Idade

Fonte: autores Gráfico XXII – Existe algo que lhe desagrada nesse mercado e Orientação sexual

Fonte: autores Abaixo, através de uma nuvem de tags, explicitamos “o que não agrada aos respondentes”. Quando questionados sobre o que não lhes agrada nesse mercado, os

respondentes

apontam,

sobremaneira,

justificativas

relacionadas

ao 48


“preconceito”, “a realidade”, “padronização da mulher e machismo frente às drag queens”. A presença das palavras “misoginia”, “arte”, “preço”, “diversidade” e “problematização” merecem nosso destaque. Ilustração I – Nuvem de palavras para “o que desagrada?”

Fonte: autores por World Clouds. Gostaríamos, ainda, de ressaltar algumas passagens literais que demonstram essa presença de preconceito com as mulheres heterossexuais dentro desse nicho de mercado. Além das frases tratando de tanto exclusão, há palavras-chave que apontam essa realidade vivida por esse público – que originalmente não era o foco ou grupo de interesse das produções artísticas drag queens.

49


Quadro 4 – Textos de mulheres heterossexuais sobre o que as incomoda no mercado drag queen. “Sou mulher e hétero e algumas pessoas acham que não posso AMAR o universo LGBT por não fazer parte dele” “Falta de visibilidade e reconhecimento da maior parte dos mercados, que poderiam se beneficiar desse nicho se o aceitassem” “Combater a homofobia, mas tolerar racismo, machismo, etc.” “Brigas por mais espaço” “Algumas vezes o discurso G e T sobre mulheres, feminilidade, etc. acaba se tornando misógino por conta do reforço de estereótipos (ao invés de desafiá-los, já que, para mim, esse foi o ponto pelo qual a arte drag me conquistou)” “Machismo” “Estereótipo de o que é ser mulher” “É um ambiente diversas vezes muito preconceituoso, tanto machista, quanto ao definir estilos de ser drag. Como mulher e hetero nem sempre me sinto acolhida” “Machismo e transfobia” Fonte: os autores sobre respostas do questionário.

50


4 CRONOGRAMA Nesse espaço utilizaremos para detalhar o planejamento da nossa pesquisa, incluindo todos os passos a partir das chuva de ideias (brainstorming) anteriormente realizada pelos autores. Preparamos a pauta de trabalho mensal, com descrição dos dias. O quadro que segue, considerando as informações que serviram de base para nossas visõe sobre pressupostos de expansão do mercado drag - desde um olhar dos âmbitos mais mercadológicos e sociológicos, bem como de uma perspectiva geo-localizada (Brasil, Porto Alegre, Exterior, etc.), elaboramos uma síntese de passos a realizarmos, tendo em conta nossos prazos de entrega de material segundo cronograma já distribuído da disciplina a qual o presente trabalho se destina. Quadro 5 – Cronograma de trabalho Atividade/ Mês (dias) Projeto Elaboração de Relatório de Pesquisa Qualitativa Entrega do Relatório de Pesquisa Elaboração do questionário (instrumento) Seleção de amostra Aplicação de Préteste Aplicação do Questionário Produção do Relatório de Pesquisa Quantitativa Entrega de Relatório de Pesquisa Quantitativa Elaboração do Relatório Final de Pesquisa Entrega do Relatório Final de Pesquisa Apresentação da

Abril 5

Maio

1 2

19

26

x

x

x

3

10

17

Junho 2 4

31

7

14

21/28

Julho 5

x

x x

x x x x

x

x

x

x

x

51


Pesquisa (Avaliação Banca) Entrega Revisado e Finalizado do Relatório Total de Pesquisa

x

x Fonte: autores do projeto, abril de 2017.

52


5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar este estudo, descobrimos algumas informações relevantes em relação ao assunto abordado. A primeira delas é que, ao realizar a etapa quantitativa, a partir da análise tanto no gráfico de idade, quanto na de residência, a forma como os respondentes conheceram o mercado drag queen foi a mesma, sua maioria conheceu através de amigos e de novas mídias como sites e redes sociais. Outro fato que notamos é o de que muitas pessoas responderam que há algo no mercado drag queen que as desagradam, ao fazer a nuvem de palavras, com as palavras mais citadas pudemos perceber as palavras preconceito, machismo, misoginia e estereótipo com destaque. Também

observou-se

que

os

respondentes,

ou

seja,

46,97%,

“heterossexuais” crêem que esse mercado não é predominado por LGBTs, enquanto em mesma proporção de “homossexuais”, ou seja, 48%, acreditam que o mercado é predominantemente LGBT. Assim certificamo-nos de que há um equilíbrio de como esse mercado se apresenta aos diversos públicos, implicitamente, sugerindo-nos que existe muito espaço para se explorar esse mercado, e atender a todas as categorias de orientação sexual. Tristemente, um dado curioso é o aparecimento de preconceitos dentro desse mercado, a realidade social drag queen. A inserção de mulheres heterossexuais cisgênero gera desconforto e, paradoxalmente, sua presença é factual e importante no que se refere a composição do market share. Da questão da mulher cis no mercado: parece-nos algo contraditório. Uma realidade de liberdade, diversa, mas onde mulher cis “não pode ser” drag queen. Pautamos que 25 % dos respondentes foram mulheres heterossexuais, enquanto que 24 % eram mulheres LGBTs. Outro ponto a comentar é o impulsionamento via redes sociais: essa pesquisa obteve 526 respostas, sendo 273 válidas. Isso se deve, fundamentalmente, pela capacidade

das

redes

sociais

de acessibilidade e visibilidade à causas

contraculturais – como presente, ao usarmos da plataforma Facebook para coletar respondentes. Além disso percebemos que em relação aos produtos consumidos, quase unanimemente (analisando cruzamentos de idade, residência, sexualidade, gênero que se identifica e renda familiar) que o maior produto/serviço consumido são 53


séries/seriados. Acompanhados dele estão as festas, que muitas vezes apareceu como segundo maior produto consumido e as músicas. Em paralelo, levando em consideração que o maior seriado (reality show) RuPaul’s Drag Race36, referência no mundo drag queen e que tem temática de apresentações musicais, as maiores festas deste nicho que acontecem em Porto Alegre também têm similar temática; de espetáculo/apresentação musical. Podemos dizer, então, que os três maiores produtos consumidos estão interligados um ao outro. Em relação a nossas limitações de estudo, consideramos difícil encontrar respondentes que fossem reais “consumidores” deste mercado. Podemos afirmar que quase 50% dos que abriram o link do instrumento de pesquisa foram descontinuados do questionário, pois, não compravam/consumiam desse mercado. Ainda, no que se refere à desk research, há pouco do que enfatiza essa realidade que não vincule-se à puramente questões sociais e/ou gays (deixando à margem o grupo de lésbicas, por exemplo). Apontam-se, por fim, sugestões para possíveis estudos futuros, como: a percepção feminina sobre o mercado drag queen para com as mulheres feministas; o entendimento de consumidores desse mercado sobre se drag queen seria uma arte ou não; das perspectivas de homens heterossexuais sobre esse mercado; bem como uma análise etnográfica dos locais de consumo e de compra de produtos desse segmento, dentre diversas outras possibilidades.

36

“ 'RuPaul's Drag Race' Is a Cultural Force, But When Will Emmy Voters Recognize That?” Disponível em: http://www.billboard.com/articles/news/pride/7832868/rupauls-drag-race-emmy-nomination . Acesso em 14 10 jun 2017

54


APÊNDICES APÊNDICE A - Convite Grupo Focal (texto e peça gráfica enviados) Hello! Tudo bom? É o seguinte, queremos te convidar para nos dar um help! Eu e mais três colegas do curso de Relações Públicas da Famecos vamos realizar um grupo focal com o tema “O mercado drag queen em Porto Alegre”, parte de uma pesquisa acadêmica. Daí, a gente precisa ouvir a opinião de pessoas jovens e consumidoras desse mercado. Assim, como você! A data e o horário do nosso encontro é na próxima quarta-feira, dia 19/4, às 9h. O grupo focal vai ser realizado no Farol Coworking (https://www.facebook.com/FarolCoworking/ - dá uma olhada!), lugar super bacana. Obviamente, vão rolar comidinhas, bebidinhas e um sorteio surpresa! Se tu tiveres interesse e disponibilidade - ou conheces alguém que tenha avisa para combinarmos os detalhes. Valeu!? (via facebook)

55


APÊNDICE B - Crachá de identificação e selo do Grupo Focal

56


APร NDICE C - Arte para questionรกrio on-line

57


APร NDICE D - Tag temรกtica

58


APÊNDICE E - Roteiro para Grupo Focal “Consumo do mercado drag queen” Entrevistada e entrevistado(s): Delton Vaz, Eduardo Reder, Guilherme Beiró e Paola Pase. INTRODUÇÃO: apresentação do mediador; apontamento de temas e explanação de direitos e dinâmica de grupo focal; aquecimento. Bloco 1: Contato com o mercado drag queen 1. Apresentações (quem é: idade, onde mora, se tem algum vínculo com mercado drag etc.) 2. Como você começou a entrar em contato com produtos do mercado drag queen (frequentar festas, comprar CD’s, ver séries etc.)? 3. Alguém influenciou-lhe nesse primeiro contato? 4. Vocês acham que existe alguma relação entre universo drag e consumo? Como vocês enxergam isso? 5. Quais argumentos (visual/estética, algum gerador de OP, ativismo etc.) lhe levam a consumir desse mercado? 6. Quais suas motivações (política/ativismo?, moda/atualidade?, aceitação por grupo de amigos? família? profissionais conhecidos?) em consumir desse mercado? 7. O RuPaul é o mercado drag queen? 8. Sabe o que é drag king (expressão masculina) ou drag queer (expressão andrógina)? Você conhece algum(a)? 9. Enquanto consumidor, você entende esse mercado drag queen como externo a você (observa o mercado e contata a ele quando consome, por exemplo) ou você é parte dele (é o mercado drag queen também, assim como produtores de festas, por exemplo)? 10. Talvez alterar para “existe algo que lhe desagrada nesse nicho de mercado? O que seria? Bloco 2: Consumo do mercado drag queen 1. Com que frequência você costuma entrar em contato com esse mercado? série: semanal (acompanha o RuPaul, pelo PC)

59


2. Que tipo de produtos/serviços (ir a festas, ver séries, comprar e ouvir CD’s etc.) costuma comprar? 3. Por quais motivos você prefere comprar esse tipo de produtos/serviço (ir a festas, ver séries, comprar e ouvir CD’s etc.)? 4. Você consome geralmente sozinho? Por quê? 5. Você faz algum distinção de escolha devido aos preços dos produtos/serviços? Ex.: festa de ausência drag queen (mais barata) vs. presença drag queen (mais cara). 6. Você, antes de comprar, consulta algum amigo, familiar ou redes sociais para efetuar essa compra? Por quê? (dependência financeira/opinião) 7. Se você depende financeiramente de alguém para comprar, você informa que o produto/serviço está dentro do mercado drag queen? Por quê? 8. Você paga os produtos/serviços que compra de que forma? Em dinheiro? Cartão? Acredita que poderia haver outra forma de pagamento mais segura? 9. Se for o caso, você compra antecipadamente o “canal” de contato ao produto/serviço? Por quê? 10. Você se sente mais seguro com o contato através de lugares (on-line e/ou físicos) específicos para esse mercado? Por quê? (consumir série via web?) 11. Você já teve alguma experiência especificamente positiva (especial) com produtos/serviços do mercado drag queen? Qual(is)? 12. Você já teve alguma experiência negativa com produtos/serviços do mercado drag queen? Qual(is)? 13. Das vezes que utilizou o serviço/comprou o produto desse mercado, percebeu/recebeu alguma dificuldade/preconceito antes e/ou depois dos contatos realizados? 14. Você se relaciona pessoalmente com outras pessoas que têm o hábito de consumir desse mercado? Por quê? 15. Você conhece pessoas (18-34 anos, porto-alegrense) que não consomem desse mercado? Saberia apontar algum motivo pelo qual elas não compram esses produtos/serviços?

60


16. O estilo de drag queen (caricatas, hostess, misses, bate-cabelo, andróginas/góticas, monsterdrag e drag kings) e seu(s) produtos/serviço(s) interfere no seu consumo? 17. Você tem algum contato pessoal com profissionais drag queens e/ou trabalhadores/produtores desse mercado? 18. Com uma temática drag queen, em relação ao preço da festa, por exemplo, pode ser mais cara? Por quê? 19. Em comparação com outros produtos, dentro do seu panorama total de consumo, qual a importância/peso/fatia que ocupam esses produtos/serviços? Bloco 3: Sobre o mercado e o(a) consumidor(a): perspectivas futuras 1. Acredita que o mercado drag queen brasileiro está em ascensão? 2. Acredita que o mercado drag queen em Porto Alegre/RS está em ascensão? 3. Você acha que ser drag queen é mais um modismo (geração Lady Gaga) do que uma profissão, performance artística ou ato? 4. Você acha que o grupo de consumidores desse mercado é, predominantemente, LGBT? Por quê? 5. Você acha que o consumidor heterossexual tem características diferentes do consumidor LGBT? Por quê? 6. Acha que o tipo de pessoa que compra desse mercado costuma ser mais idosa, adulta ou adolescente? 7. Você acha que há algum auxílio governamental/político vinculado a esse mercado? Se sim, conhece algum? 8. Você seria/é drag queer, drag queen ou drag king? Por quê? 9. Como você definiria esse mercado drag queen? - técnica projetiva de acróstico em uma folha de ofício A4 com a palavra “drag” .

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APÊNDICE F - Folha de orientação para acróstico

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DEPARTAMENTO DE RELAÇÕES PÚBLICAS Grupo focal “Mercado Drag Queen” - Porto Alegre/RS

D R A G

62


APÊNDICE G - Roteiro do instrumento de pesquisa “entrevista em profundidade” Jornalista Entrevistado: Gabriel Galli, jornalista, coordenador do grupo Somos, mestrando em Comunicação na Famecos e co-fundador do grupo Freeda.

1. Conta pra mim um pouco da sua trajetória, de como você foi “parar” no grupo Somos (relação com o movimento LGBT). 2. Como jornalista, como você acha que a mídia vê esse grupo? 3. Você acha que a mídia brasileira e a internacional tratam esse grupo de forma diferente? 4. Como você enxerga o desenvolvimento do mercado drag queen no Brasil? Existe uma mudança em curso? 5. Você considera os shows/mercado drag uma arte ou um emprego? 6. Você acha que a mídia brasileira e a internacional tratam as drag queens de forma diferente? 7. Você frequenta algum espaço de shows de drag queen? 8. Você considera que esse mercado está em ascensão, em geral? 9. Você considera que esse mercado está em ascensão, Porto Alegre? 10. Na sua opinião, há diferença do mercado drag gaúcho/porto alegrense do mercado brasileiro, no geral? 11. Quais públicos você acha que as drags queens podem atingir, no brasil? 12. E qual mercado em porto alegre, vê oportunidades específicas em POA? 13. De onde veio a ideia de criar Freeda (app)? 14. Você enxerga alguma relação entre mercado drag queen e espaços de diversidade em POA? (acha que faltam espaços de diversidade em POA? Os espaços devem “informar” que são a favor da diversidade? Considera um assunto “delicado” quando falamos em diversidade?) 15. Como você acha que a população, num geral, em POA, reage à drag queens? 16. Na sua opinião, existe uma pressão social para posicionamento de marcas e estabelecimentos em relação a drags queens/diversidade?

63


APÊNDICE H - Roteiro do instrumento de pesquisa - entrevista em profundidade Produtor Cultural Entrevistado(s) possíveis: Gisele Ramos, Jornalista 1. Conta a sua trajetória profissional. Atua em alguma frente LGBT? 2. Como você se inseriu nesse mercado? 3. Como você vê o cenário cultural atual do mercado drag queen em Porto Alegre? 4. Como esse mercado contribui para a construção identitária cultural LGBT? 5. Como você desenharia o perfil do público que frequenta e consome elementos do ‘mundo drag’? 6. Houve alguma mudança no perfil do público nos últimos anos? 7. Em festas, por exemplo, como você percebe a entrada de maior diversidade de públicos como hetereossexuais, mulheres (lésbicas ou não) e/ou transsexuais? 8. Você percebe esse mercado como gerador de tendências? Quais? 9. Através de que canais você percebe que o público jovem consome ou tem contato com esse mercado? 10. Como você costuma se comunicar com esse público? 11. Quais os pontos de maior relevância nessa perspectiva? 12. Quais os produtos desse mercado você percebe que esse público consome? 13. Você vê algum tipo de expansão em quais frentes (festas, vídeo, etc.)? 14. Você percebe uma escassez de oportunidades profissionalizantes específicas dessa temática? 15. No âmbito governamental, quais são as perspectivas que você percebe em relação a esse mercado? 16. Que tipo de iniciativas poderia sugerir para a expansão desse mercado? 17. Quais as perspectivas futuras em relação a esse mercado?

64


APÊNDICE I - Roteiro do instrumento de pesquisa “entrevista em profundidade” drag queen Entrevistado(s) possíveis: Rafael Mello (Sarah Vika)

1. Gostaria

que

tu

me

dissesses

o

teu

nome

completo

e

idade.

(Identificação/apresentação) 2. Quando e como foram os teus primeiros contatos com o mundo drag? 3. Porque é que tu decidiste ser drag queen? (Que idade tinhas? Quais eram as tuas inspirações? Quem te inspira/ou?) 4. Como a tua família reagiu? E teus amigos? 5. (Dependendo da resposta) E como isso se dá hoje? 6. Quais foram as principais dificuldades que tu encontraste no início para constituir a Sarah Vika? 7. Qual é o estilo/personalidade da tua drag queen? 8. Que tipo de entretenimento a Sarah Vika proporciona? 9. Qual foi a tua primeira inserção no mercado drag? Como você começou? 10. Hoje em dia que tipos de trabalhos tu fazes? (Se ainda continua como o início) 11. A tua renda mensal vem exclusivamente dos teus trabalhos como drag queen? Se não, no que mais que trabalhas? 12. Tu achas que é possível viver só do trabalho como drag queen? Por quê? 13. Que tipo de público tu percebes que frequentava os teus shows? 14. E hoje, tu tens notado uma mudança de público frequentador? 15. Como tu vê a receptividade desse público? Tu tens fãs, seguidores? 16. E onde tu já estiveste com a Sarah? 17. Tu tens algum tipo de patrocinador? (É fácil, difícil conseguir um?) 18. E em comparação com outros mercados, como o eixo Rio-São Paulo, o que tu podes me dizer do mercado porto-alegrense? (Ele dá abertura, está crescendo) 19. Como tu te sente em relação a representatividade do drag na mídia brasileira? 20. Tu achas que a mídia internacional trata melhor, pior ou igual a mídia 65


brasileira? 21. Tu já sofreste ou conheces alguém que já sofreu preconceitos por ser drag queen? 22. Como tu vinculas o papel de cidadão/político com a arte drag? (ser drag para ti, é um ato político?)

66


APÊNDICE J - Roteiro do instrumento de pesquisa “entrevista em profundidade” consumidores mercado LGBT Entrevistado(s) possíveis: Pedro Bretos e Silvio Luis Junior.

Bloco 1: Contato com o mercado drag queen 11. Apresentações (quem é: idade, onde mora, se tem algum vínculo com mercado drag etc.) 12. Como você começou a entrar em contato com produtos do mercado drag queen (frequentar festas, comprar CD’s, ver séries etc.)? 13. Alguém influenciou-lhe nesse primeiro contato? 14. Vocês acham que existe alguma relação entre universo drag e consumo? Como vocês enxergam isso? 15. Quais argumentos (visual/estética, algum gerador de OP, ativismo etc.) lhe levam a consumir desse mercado? 16. Quais suas motivações (política/ativismo?, moda/atualidade?, aceitação por grupo de amigos? família? profissionais conhecidos?) em consumir desse mercado? 17. Sabe o que é drag king (expressão masculina) ou drag queer (expressão andrógina)? Você conhece algum(a)? 18. Enquanto consumidor, você entende esse mercado drag queen como externo a você (observa o mercado e contata a ele quando consome, por exemplo) ou você é parte dele (é o mercado drag queen também, assim como produtores de festas, por exemplo)? 19. Talvez alterar para “existe algo que lhe desagrada nesse nicho de mercado? O que seria? Bloco 2: Consumo do mercado drag queen 20. Com que frequência você costuma entrar em contato com esse mercado? 21. Que tipo de produtos/serviços (ir a festas, ver séries, comprar e ouvir CD’s etc.) costuma comprar? 22. Por quais motivos você prefere comprar esse tipo de produtos/serviço (ir a festas, ver séries, comprar e ouvir CD’s etc.)? 67


23. Você consome geralmente sozinho? Por quê? 24. Você faz algum distinção de escolha devido aos preços dos produtos/serviços? Ex.: festa de ausência drag queen (mais barata) vs. presença drag queen (mais cara). 25. Você, antes de comprar, consulta algum amigo, familiar ou redes sociais para efetuar essa compra? Por quê? (dependência financeira/opinião) 26. Se você depende financeiramente de alguém para comprar, você informa que o produto/serviço está dentro do mercado drag queen? Por quê? 27. Você paga os produtos/serviços que compra de que forma? Em dinheiro? Cartão? Acredita que poderia haver outra forma de pagamento mais segura? 28. Se for o caso, você compra antecipadamente o “canal” de contato ao produto/serviço? Por quê? 29. Você se sente mais seguro com o contato através de lugares (on-line e/ou físicos) específicos para esse mercado? Por quê? (consumir série via web?) 30. Você já teve alguma experiência especificamente positiva (especial) com produtos/serviços do mercado drag queen? Qual(is)? 31. Você já teve alguma experiência negativa com produtos/serviços do mercado drag queen? Qual(is)? 32. Das vezes que utilizou o serviço/comprou o produto desse mercado, percebeu/recebeu alguma dificuldade/preconceito antes e/ou depois dos contatos realizados? 33. Você se relaciona pessoalmente com outras pessoas que têm o hábito de consumir desse mercado? Por quê? 34. Você conhece pessoas (18-34 anos, porto-alegrense) que não consomem desse mercado? Saberia apontar algum motivo pelo qual elas não compram esses produtos/serviços? 35. O estilo de drag queen (caricatas, hostess, misses, bate-cabelo, andróginas/góticas, monsterdrag e drag kings) e seu(s) produtos/serviço(s) interfere no seu consumo? 36. Você tem algum contato pessoal com profissionais drag queens e/ou trabalhadores/produtores desse mercado?

68


37. Com uma temática drag queen, em relação ao preço da festa, por exemplo, pode ser mais cara? Por quê? 38. Em comparação com outros produtos, dentro do seu panorama total de consumo, qual a importância/peso/fatia que ocupam esses produtos/serviços? Bloco 3: Sobre o mercado e o(a) consumidor(a): perspectivas futuras 10. Acredita que o mercado drag queen brasileiro está em ascensão? 11. Acredita que o mercado drag queen em Porto Alegre/RS está em ascensão? 12. Você acha que ser drag queen é mais um modismo (geração Lady Gaga) do que uma profissão, performance artística? 13. Você acha que o grupo de consumidores desse mercado é, predominantemente, LGBT? Por quê? 14. Você acha que o consumidor heterossexual tem características diferentes do consumidor LGBT? Por quê? 15. Acha que o tipo de pessoa que compra desse mercado costuma ser mais idosa, adulta ou adolescente? 16. Você acha que há algum auxílio governamental/político vinculado a esse mercado? Se sim, conhece algum? 17. Você seria/é drag queer, drag queen ou drag king? Por quê? 18. Como você definiria esse mercado drag queen? - técnica projetiva de acróstico em uma folha de ofício A4 com a palavra “drag”.

69


APÊNDICE K - Questionário Online O nosso questionário está disponibilizado online através do link abaixo: /forms/d/1GdBU5YtuDds5zWv6pjtup0AN5wNREhulBtO5IrRckh4/edit

70


ANEXOS

ANEXO A - Termo de consentimento de uso de imagem CESSÃO E AUTORIZAÇÃO PARA USO DE IMAGEM

Através do presente documento atribuo e autorizo ________________________ com endereço ________________________ para obter, utilizar, reproduzir e explorar a fotografia, voz, imagem e/ou interpretação de fatos e opinião da minha pessoa: ________________________, com número de CPF/CIC ________________________ de maneira totalmente livre, ampla, irrestrita e irrevogável e definitiva para a divulgação e promoção de suas atividades profissionais, institucionais, educacionais e/ou

acadêmicas,

por

si

e

por

meio

de

terceiros.

A este respeito, sem implicar qualquer limitação, autorizo _________________________ para

realizar:

I) fotografia, filme, obter, armazenar, capturar e gravar, ou seu conjunto - por si só ou através de terceiros - total ou parcialmente a minha imagem, incluindo voz, interpretação, comentários ou reações (doravante denominada a "imagem") minhas, podendo reproduzir e transmitir o mesmo em termos aqui previstos. II) que dita imagem, opinião e/ou interpretação seja divulgada e incorporada às ferramentas de comunicação gráfica e audiovisual usados por ________________________ para fins profissionais, institucionais, educacionais e/ou acadêmicos, criadas ou a serem criadas no futuro, incluindo, mas não limitado, aos meios gráficos, ópticos, digitais, magnéticos, eletrônicos, virtuais, internet, streaming e download, TV via satélite, ar e cabo, cinema, vídeo em qualquer formato e tecnologia, vias públicas, meios de transportes, cartazes e folhetos, revistas e jornais, rádios, telefones celulares, móveis e fixos, WAP, material pop e mídia não-tradicional, mantendo a minha identidade anônima. III) editar, alterar, apagar, modificar e/ou de qualquer maneira interpretar a minha opinião, imagem, desempenho e interpretação a seu exclusivo critério e sem restrições de qualquer natureza, por si ou através de terceiros, a fim de trazê-las às atividades profissionais, institucionais, educacionais e/ou acadêmicas a desenvolver, como também realizar qualquer ato que seja necessário onde haja divulgação do conteúdo, sem restrição de tempo ou limites geográficos, bem como de meios para a sua reprodução e difusão, mantendo a minha identidade anônima. Através desta confirmo que fui informado(a) sobre a não-obrigatoriedade desta presente autorização, a mesma sendo inteiramente voluntária. Assim mesmo, entendo e concordo que a utilização e/ou o exercício dos direitos que cedo para ________________________ através deste documento é opcional e sob nenhum ponto de vista obrigatória, e que a minha fotografia, voz, imagem e/ou interpretação de fatos e opinião poderiam não ser usados até mesmo em nenhum momento.

71


Eu,

______________________________________________________________________

concordo expressamente com a transferência da minha fotografia, voz, imagem e/ou interpretação de fatos e opinião na sua totalidade, sendo certo que, desde a atribuição concedida neste ato, terá o direito de utilizar e explorar o conteúdo acima apontado conforme es tabelecido neste documento, sem limitação

territorial

ou

temporal,

desde

de

que

mantido

minha

identidade

anônima.

Finalmente, eu renuncia a começar todos os tipos de medidas legais e reivindicar para uso próprios nos termos predefinidos a(s) imagem(ns) cedidas. Eu entendo e concordo que ______________________ não é responsável pela minha fotografia, voz, imagem e/ou interpretação de fatos e opinião, que podem tratar de terceiros sem o consentimento prévio dos mesmos. Ainda assim, eu declaro e garanto que tenho autoridade legal para responder sobre essa cessão, assim como também que a autorização aqui implementada não afeta os direitos de terceiros de qualquer espécie, e não há nenhum obstáculo ou impedimento legal que poderiam afetar essa autorização. Em particular, eu garanto que não subscrevo e não há nenhum compromisso sobre o uso ou exploração da minha fotografia, voz, imagem e/ou interpretação de fatos e opinião, que poderiam entrar em colisão com a dita autorização, desde que mantida a minha identidade anônima. Afirmo que li na íntegra esta autorização antes de assinar e compreendo perfeitamente o seu conteúdo.

Porto Alegre/RS, 19 de abril de 2017.

Assinatura:________________________________________________________________________ ____

Aclaração (por extenso):__________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _____

CPF:_____________________________________________________________________________ ____

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