A PONTE
Lucas Vieira
Uberaba/MG - Marรงo/2018
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no alto de um abismo selvagem ao ponto desconhecer qualquer sentimento o pássaro que teme a queda nasce sem asas vôa sem tirar os pés do chão
1
b
o vento passa o café não tem mais sabor as garrafas estão vazias fotografias perdendo a cor
2
c
o tempo agora estĂĄ frio e esse quarto cheio de vazio e dor um pranto que causa arrepio numa cama onde nĂŁo existe amor
3
d
a sede de nada torna a ausência difícil de engolir bebo o ar que respiro devo em doses homeopáticas tento não me lembrar procuro então esquecer-me aquelas páginas não me contêm
4
e
era o tédio o prédio o remédio era a falta de gratidão o caminhão o barulho na construção era o celular o desejo a necessidade de se misturar era a maldade a doença a saudade que deveria passar era a cidade a falta de capacidade a necessidade de desabafar eram humanos pedaços de vida brancos, pretos e nativos eram vidas que se perdiam não era fraqueza ou nobreza e sim franqueza indivíduos
5
f
os violinos choram estrelas referem-se aos deuses como astronautas sugerem a existência de galåxias e o cosmo como herança de um erro que nos pertence
6
g
minha mente nada segura se prende ao se libertar acredite se puder é fruta imatura ainda no pé fragmento de grão de areia na construção oceano e deserto universo e prisão
7
h
seu cheiro senti sem querer lembrar duvidei mesmo estando lá do silêncio fiz um resumo disse tudo sem nada falar dentro de um poço vazio havia um mundo sem fundo paredes contavam segredos mesmo que todos ali fossem surdos havia uma casa macia os tapetes eram risonhos naquele jornal invisível verdades que pareciam meus sonhos preferi dormir a me aquecer
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POE ZIN E-SE