A Resposta

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2017/2018

www.jornalaresposta.blogspot.com.br

UFTM/UBERABA

A RESPOSTA

A resposta vocês terão quando a receberem

Escola sem partido?

A2

A importância dos projetos e atividades acadêmicas A2 Fenômeno da polarização política chega às A3 escolas Comunidade universitária é alvo principal de assaltantes A4 EUA e Israel fecham o cerco e avançam no genocídio A4 palestino Democracia à A5 brasileira Racismo nos jogos... Até A6 quando? Centro Esportivo e Intercursos na A6 UFTM A Ascensão do A7 hip-hop Disse, open bar?

A7

A RESPOSTA online

ELEIÇÕES 2018 MORREU NA CONTRAMÃO ATRAPALHANDO O TRÁFEGO


A2

Opinião Eis A RESPOSTA Uberaba, 1º de setembro de 2017, sala 103 do Centro Educacional da UFTM. Cerca de 20 graduandos do curso de História acompanham a apresentação da disciplina eletiva "Gramsci e o Brasil". Após a exposição do conteúdo programático e indicação das leituras, o docente responsável lança a seguinte provocação: e se, ao final do semestre, em vez das tradicionais formas de avaliação, a turma editasse um jornal? Silêncio. Faces estáticas. Entreolhares desconcertados. Ousada, a proposta cobra uma tomada de posição. E não é fácil deixar de lado a comodidade do conhecido, no caso, a conveniência dos instrumentos avaliativos adotados corri-queiramente no ensino superior (artigo, resenha, seminário, relatório, fichamento, etc.), para abraçar a aventura de editar um jornal. Sim, aventura. E sob vários aspectos. É comum, por exemplo, ver historiadores valendose de jornais, revistas, periódicos, da imprensa enfim, em suas aulas e pesquisas. Inusual é ter historiadores à frente de um jornal, assumindo todas as etapas de sua produção, a saber: editorias, pautas, pesquisas, entrevistas, transcrições, textos, fotos, ilustrações, revisão, editoração, publicação e custeio. Além disso, a tarefa exige um outro comportamento em relação ao jornal, que, antes enca-rado como fonte histórica, oferece agora a possi-bilidade de apropriação da linguagem jornalística por parte dos historiadores. Desafio que os retira da costumeira zona de conforto do linguajar empo-lado, reservado a poucos e doutos, confinado a que-relas acadêmicas. A interação com o jornalismo também demanda uma importante conversão na noção de tempo histórico. Erroneamente associado ao estudo do "passado", o oficio de historiador lida na verdade com o "tempo". "A história é a ciência dos homens no tempo", sintetizou Marc Bloch

A RESPOSTA

(1886-1944). E se é assim, editar um jornal torna o "tempo presente" matéria-prima dos historiadores. Por fim, e não menos importante, a iniciativa dialoga com contribuições de Antonio Gramsci (1891-1937). Demonizado e mal lido por críticos da esquerda à direita, seu pensamento alcança diversas áreas do conhecimento, incluindo história e jornalismo. Para Gramsci, a atividade editorial deve criar um "organismo unitário de cultura", "que conduza do simples senso comum ao pensamento coerente e sistemático". Pois bem. Provavelmente nada disso motivava o espanto na sala 103. Sensível, criativa, perspicaz, aquela brava gente antevia por outras vias os obstáculos do trabalho a ser feito. Obra coletiva e plural, sua produção requeria atenção e envolvimento diferentes aos dedicados em avaliações individuais ou em grupo, afinal, todos ali atuariam para juntos produzir um único material. Arriscado, sem dúvida. Mas seria possível? Eis A RESPOSTA.

Desponto Floresço Insisto Machucam Ou matam E Quem liga? Resisto Á Lauras, Marias, Larissas Um Sol, 24 horas quase que permitidas A cara na rua, os olhares apostos PUTA FEIA GORDA PRETA!! MALDITA Uma Lua, e outras 24 horas conseguidas. Me deito com cansaço, mas NÃO desisto !! Resisto! Mesmo que quase sempre nunca realmente existindo

por Clayton Romano

por Graziela Cassolatto

DIA A DIA Poesia e resistência

A importância dos projetos e atividades acadêmicas Entre os desafios e escolhas da vida universitária, encontram-se as vivências, práticas e aprendizados que pouco a pouco nos mostram os caminhos a serem seguidos. Cada segundo vivido nesse ambiente faz com que o presente se torne um lugar especial, de construções e elaborações daquilo que somos e daquilo que pretendemos ser. O desenvolvimento de projetos e a participação em diferentes tipos de eventos, oportuniza a alunos, professores e à comunidade local, o acesso e intercâmbio de conhecimentos, criando espaço de crescimento mútuo.

Ao se envolver em atividades que promovem a interação dos conteúdos apreendidos e pro-jetos cuja ação coletiva se mostra desde a concepção à confecção e finalização do mesmo, têm-se possibilidade de ampliar o alcance das práticas acadêmicas, desenvolve e a inter-disciplinaridade e a coletividade, além de valo-rizar as diferentes habilidades e conhecimentos dos alunos. No curso de História da Universidade Federal do Triângulo Mineiro você encontra essas e outras possibilidades de aprendizado e crescimento. Venha conhecer!

por Lucas Vieira

A neutralidade das escolas como forma de alienação Diversos projetos têm sido apresentados no Congresso Nacional e nos poderes legislativos estaduais com a finalidade de discutir a “doutrinação ideológica” nas escolas. Conhecidos como Escola Sem Partido, visam determinar padrões a serem seguidos pelos professores em sala de aula, como a neutralidade nos debates, a fim de evitar a dou-trinação nas escolas, excluindo assim a reflexão principalmente das questões de gênero tão mas-sacradas pela bancada conservadora. O Escola Sem Partido nada mais é do que a redução do aluno ao estado de completa alienação, tendo em vista que os debates gerados em sala contribuem para o desenvolvimento do ser como sujeito detentor de opinião, logo, um sujeito político. Partindo do princípio de que não existe neutralidade, não há indivíduo capaz de se abster de suas ideologias e partir para o campo neutro. Entretanto, isso não significa que

a atuação do professor irá se privar de analisar com seus alunos outras vertentes . Em consonância ao debate de uma escola neutra, as questões de gênero têm sido uma vítima do Escola Sem Partido, que busca vetar o questionamento aos papéis convencionais de homem e mulher. A proibição à menção sobre as questões de gênero nos deixa à mercê de um futuro perigoso para a nossa sociedade. Perceber as diferentes formas de gênero no dia a dia não é difícil, porém com as fronteiras impostas pela sociedade, tais assuntos se tornam cada vez mais barrados e esquecidos, tanto nas ruas, no mercado de trabalho, escolas e no com-portamento da população em geral. As instituições de ensino que costumam silenciar diante de assuntos polêmicos (racismo, sexo, etc) enfrentarão as mesmas barreiras com o Escola Sem Partido. O primordial não é abordado, como por exemplo: a constituição de

amor como vínculo afetivo. E após o projeto Escola Sem Partido ser aprovado em algumas partes do país, várias instituições de ensino foram definitivamente proibidas de falarem sobre a questão de gênero e outros temas sociais. Os defensores do programa caracterizam os alunos como massa de manobra, ou melhor dizendo, alunos motivados pelas opiniões e ideologias expressas pelos professores. Partindo deste princípio, você reduz a complexidade do tema, sem levar em conta que, toda pessoa é detentora de opinião sobre diversos assuntos, sendo a ideologização aceita apenas a partir de interesses que partem do próprio indivíduo, e não funciona na forma de imposição. Impor pensamento a um indivíduo que não está aberto à aceitação desta não funciona.

por Ana Luiza Sousa e Fernando Adriel

A RESPOSTA é uma publicação da disciplina eletiva “Gramsci e o Brasil”, ofertada entre 1° de setembro de 2017 e 12 de janeiro de 2018, no Curso de Graduação em História da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (Uberaba/MG). Direção Geral Clayton Romano Editoração Lucas Vieira Ilustrações Internet, Klisman Petrus e Lucas Alexander Fotos Ana Laura Castro, Julia Silva, Internet e Ruan Festucci Textos Ana Laura Castro, Ana Luiza Souza, Breno Moraes, Bruno de Paula, Clayton Romano, Diego Nascimento, Fernando Adriel, Julia Silva, Klisman Petrus, Lucas Alexander, Lucas Vieira, Mateus Donizete, Matheus Shranck, Maycol Mundoca, Pedro Sodré, Rayany Cardoso, Ruan Festucci, Rychard de Oliveira, Sebastião Domingues e Stheffany Cruvinel. Os textos expressam a opinião dos autores e têm a concordância do jornal. É permitida a reprodução do conteúdo desde que citada a fonte. www.jornalaresposta.blogspot.com.br


A3 A RESPOSTA

Educação

Educação x Mercado: estímulos e a busca pelo ensino superior No Brasil, para grande parte dos jovens a vida de estudos chega ao fim após a conclusão do ensino médio, principalmente quando muitas empresas exigem apenas a educação básica e cursos profissionalizantes. Ao realizar entrevistas na Escola Estadual Minas Gerais, localizada na região central de Uberaba, percebemos que alguns alunos são incentivados a ingressar na universidade (pública ou privada) apenas para atender às demandas do mercado de trabalho, como uma etapa a ser concluída a fim de conseguir emprego. Os entrevistados demonstram preocupação com uma formação que esteja voltada para o mercado de trabalho. Afirmam que a própria escola transmite essa ideia de que o Ensino Superior abre portas para o mercado de trabalho. Outro ponto que percebemos durante as entrevistas é a falta de informação sobre os recur sos que a univer sidade pública

proporciona, como auxílios e bolsas estudantis. Os alunos, quando questionados sobre o porquê não ingressar em uma instituição pública em outra cidade, já que alguns cursos não são fornecidos pela UFTM, colocavam como barreira o fato de terem que arcar com moradia, transporte e alimentação e pareciam não saber sobre esses auxílios que poderiam ajudá-los na estadia. De modo geral, percebe-se que os alunos de escola pública possuem uma noção rasa acerca do ensino superior e das universidades públicas, desconhecendo seu propósito e as oportunidades oferecidas. É preciso inserir cada vez mais a universidade pública no ambiente escolar para que os alunos saibam que esse ambiente pode e deve ser ocupado por eles. por Rayany Cardoso e Stheffany Cruvinel

“[O ensino médio] incentiva mais na questão financeira, que o mercado tá muito difícil, muito concorrido, nesse sentido”. M.F, estudante do ensino médio - EE Minas Gerais

“Já pensei em fazer [ensino superior] em outra cidade, mas fui refletir sobre isso e eu não tenho condições de morar lá... achei mais fácil optar por fazer aqui mesmo”. I.D, estudante do ensino médio - EE Minas Gerais

Fenômeno da polarização política chega às escolas uberabenses A sociedade brasileira se estrutura entre a carência das camadas populares e o privilégio das camadas dominantes e dirigentes, impondo uma ideologia naturalizadora das desigualdades e exclusões sociais, expressas pelo bloqueio democrático. Nos últimos anos, a crescente identificação pública com a direita causou uma intensificação no espectro político, deixando-nos imersos no fenômeno da polarização política e nas crescentes discussões que perpassam diversas problemáticas e questões sociais, que somadas ao avanço dos meios de comunicação, especialmente das redes sociais, contribuem para a super-ficialidade dos discursos, reprodução de conceitos deturpados e para a vulgarização de teorias. Em Uberaba, os muros da Escola Estadual Castelo Branco gritam a intolerância que atinge o ambiente escolar. Ao caminhar pelos arredores da escola, é possível ler frases como “Lula presidiário 2018” e “nazismo = comunismo²”. Diante de tal situação, o professor se vê perante o desafio de lidar com essa polarização e refletir acerca do papel que desempenha enquanto formador de opinião e nos riscos que corre frente ao desmonte educacional praticado pelo governo Temer. Licenciada em História pela UFTM e professora na EE Castelo Branco, Anna Lívia Gomes alerta para a necessidade de se estabelecer um diálogo moderado para evitar grandes resistências em tempos como este. Tendo claro que a neutralidade não existe e que os alunos têm suas próprias referências, absorvem os discursos que lhes convém e os adaptam às suas realidades, trazendo para sala diferentes opiniões que vão de um espectro político ao outro, o que, em alguns casos, contribui para a ocorrência do chamado bullying político. A professora ressalta, contudo, que há também alunos alheios a situação política. A EE Castelo Branco tem um histórico ativo

Ana Laura Castro e Julia Silva

nas lutas sócio-políticas no cenário local, sendo a única escola da cidade a passar pelo processo de ocupação em 2016. Algumas das pichações no prédio escolar se deram neste período. Segundo Anna Lívia, “o prédio vai mostrando as próprias contradições que nele existem”. Após a ocupação, houve aumento na evasão dos alunos da instituição, por seus responsáveis identificarem nas lutas democráticas travadas pelo indivíduos que compõe o quadro escolar o que denominam “vagabundagem”. Tendo em vista que grande parte dos docentes vivencia o processo de precarização e proletarização em sua área de trabalho, por questões profissionais houve, nesta mesma escola, greve e paralisações, entre abril e maio de 2017, acirrando ainda mais o espectro político . De maneira geral, a escola atua na formação política, mas não adequadamente, sendo um dos problemas a construção de barreiras para que as camadas populares fossem excluídas dos processos educacionais. Na maioria dos casos o espaço escolar não possui a intenção de abertura a uma educação política consciente, e quando possui é sabotada pelo seu próprio sistema, por ter como função a perpetuação do status quo, ou seja, preservar os privilégios há muito concedidos a uma parcela da sociedade.

por Ana Laura Castro e Julia Silva


Política

A4 A RESPOSTA

Comunidade universitária é alvo principal de assaltantes A cada 10 assaltos envolvendo universitários, em 7 as vítimas são mulheres Com a implantação da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (2005), a inauguração do Centro Educacional (2007) e fundação da Univerdecidade (2009), Uberaba, especialmente as regiões onde se encontram as instalações universitárias, passou a receber diversos estudantes do Brasil e do mundo. Nos múltiplos cursos de graduação e pós-graduação a UFTM conta com aproximadamente 7.120 alunos, pertencentes a seis unidades acadêmicas (ICENE, ICS, ICBN, ICTE, IELACHS, Cefores). Todo semestre a UFTM recebe estudantes

que geralmente procuram moradia nas proximidades das unidades estudantis. Com a alta movimentação desses estudantes, em diversos horários do dia, diversos ocorrem assaltos nas aproximações da UFTM. O problema está se agravando, chegando a registrar quatro assaltos por dia envolvendo universitários. Segundo dados de 2017, a cada 10 vítimas 7 são mulheres. No ano passado houve um caso de estupro envolvendo um estudante de biologia que fazia caminhada matinal na Univedecidade. Há outros casos em que assaltantes não apenas roubam, mas praticam violência contra as vítimas. Em 24 de agosto de 2017, Uberaba recebeu o assessor especial do Ministério da Justiça. Na ocasião, a UFTM entregou ao representante do ministro um documento com reivindicações

relacionadas ao reforço da segurança nas imediações das unidades da universidade. A UFTM mantém parceria com a Polícia Militar para aumentar o policiamento nos arredores dos campi universitários. De acordo com o Te-nente Wesley Souza, há um policial para cada mil habitantes. A orientação da PM é para evitar andar com objetos de valor visíveis e não visíveis. Alguns estudantes também procuraram meios de comunicação para divulgar o problema e reivindicar mais segurança, porém não houve mudanças. Conforme alguns estudantes que foram vitimas, o não agravamento da situação pode ser contido com mais policiamento na região.

por Rychard de Oliveira

EUA e Israel fecham o cerco e avançam no genocídio palestino Em 06 de dezembro de 2017, Donald Trump, presidente em exercício nos EUA, reconheceu Jerusalém enquanto capital do Estado de Israel e tomou medidas – hoje já em vigor – para transferir a embaixada estadunidense para a mesma cidade. Fazendo isso, o presidente Trump apenas auxilia no agravamento de uma crise geral no Oriente Médio e, em específico, na impossibilidade imediata de uma resolução pacífica para os conflitos que já duram mais de 50 anos entre Israel e Palestina. O Estado de Israel foi criado em 1948 através de Resolução da Organização das Nações Unidas - ONU, em território até então habitado majoritariamente pelos povos palestinos. Estes, no momento da criação de Israel, não foram ao menos consultados, era como se simplesmente não existissem. Os conflitos inaugurados em 1967 são marcados por ocupações ilegais de terras por parte dos sionistas de Israel, falta de direitos políticos para árabes e cristãos palestinos e o não reconhecimento do Estado de Palestina e suas terras enquanto legais e legítimas. Hoje mais de 70% do território da Palestina em 1948 foi ocupado de maneira desumana por parte do Estado de Israel.

O cerco se fecha ainda mais agora que os EUA reconheceram Jerusalém enquanto uma cidade judaica, não importando para Trump nem para os sionistas que lá seja, também, uma cidade sagrada para cristãos e árabes de todo o mundo. A comunidade internacional pressiona, dentro dos limites diplomáticos possíveis, para a resolução pacífica do conflito através da divisão das terras ocupadas entre os dois Estados nacionais – Israel e Palestina. Entretanto, com tal decisão, Trump e os EUA – que sempre foram coniventes com as práticas desumanas dos sionistas israelenses – joga para o abismo da impossibilidade tal avanço nas negociações de paz.

por Pedro Sodré e Willian Amoedo

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A5 A RESPOSTA

Política

Eleições 2018: morreu na contramão atrapalhando o tráfego Não será fácil. 2018 promete muitas emoções para o nosso país. Isso porque não estamos falando da Copa, mas sim das eleições de outubro. Tal qual em “Construção” de Chico Buarque, no mais alto nível do desarranjo da crise política que se instaurou no país em 2015, passando pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e os escândalos de corrupção que fervilhavam (e que se esqueceram de fervilhar, em alguns casos) nos telejornais, percebe-se o fomento de um quadro inebriante de polarizações e incertezas para o futuro. O cenário político brasileiro não poderia ser mais conturbado. Nesse ínterim, forças e nomes tomam força e buscam, em 2018, angariar seu lugar ao Sol. Luís Inácio da Silva – o Lula – busca concentrar todos os esforços possíveis para ser a única opção da esquerda brasileira. Em meio ao afogamento do Partido dos Trabalhadores (PT) nos últimos idos da Lava Jato, o ex-presidente continua a alavancar intenções de voto para o final do ano, segundo o Datafolha. O segundo candidato mais bem intencionado é Jair Bolsonaro que lançou recentemente sua filiação ao Partido Social Liberal (PSL) como préc a n d i d a t o à p re s i d ê n c i a . D e l i b e r a l

aparentemente só o nome do partido, visto às conser vadoras declarações feitas pelo candidato. Já Marina Silva, a terceira da lista e transitando atualmente pela Rede, se coloca em uma posição de difícil análise no jogo político. O velho Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) aposta no experiente Geraldo Alckmin, colocando-o como presidente do partido. Assumindo as pautas do atual governo como é o caso da Reforma da Previdência e mantendo-se menos exposto e agressivo que o antigo preferido do partido, o prefeito de São Paulo João Dória, Alckmin ganha (ainda que modestamente) espaço nas pesquisas eleitorais. Outros nomes menos expressivos se unem aos prováveis futuros candidatos, como é o caso de Ciro Gomes, do Partido Democrático Brasileiro (PDT) e Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados e filiado ao Democratas (DEM). 2018 começou bem, e agora agoniza no meio do passeio público.

por Lucas Alexander e Sebastião Domingues

Democracia à brasileira A democracia brasileira é muito frágil. Durante a nossa história, ela sempre respirou com a ajuda de aparelhos. Para essa constatação, basta observar que todos os passos dados para que ela continuasse como forma de governo sempre foram incertos, como se pisasse em ovos. É até contraditório, nesse sentido, perceber como o nosso samba no pé consegue ser tão encantador aos olhos dos gringos. Talvez este, o samba no pé, represente apenas – para além de nosso belo carnaval – o “jeitinho brasileiro” em se acomodar com as decisões governamentais. Esta acomodação, por sua vez, é fruto de um processo que historicamente excluiu o povo – aquele, o estorvo de Luís Fernando Veríssimo – das rédeas da nação. Se a república é o sistema governamental que tem como objetivo garantir a democracia enquanto valor que rege a sociedade, no país do futebol ela – a república – surge com o golpe dos militares, em 1889, excluindo a participação popular logo no primeiro momento. A era Vargas corresponde ao aniquilamento democrático, sendo o período histórico mais autoritário por qual passamos. Em um processo de ressurreição, nossa democracia daria um suspiro de apenas mais 19 anos até o golpe de 1964, momento que fora clamado como revolução pelos militares. Dentre todas as irrupções que a democracia veio a ter ao longo de nossa história, é evidente, nos dias atuais, o seu enfraquecimento. Em tempos de clamores por intervenção militar, para o país do futebol preferimos uma posição em que a democracia seja universal, a fim de desvencilhar-la de seus aparelhos. por Sebastião Domingues


Esporte

A6 A RESPOSTA

Ruan Festucci

Racismo nos jogos... Até quando?

A bateria nos jogos Em 20 de novembro é comemorado em todo o território brasileiro o Dia da Consciência Negra. Nesse mesmo dia, no ano de 1695, morria Zumbi dos Palmares, o maior nome da resistência africana contra a escravidão. Em 24 de novembro de 2017, durante o jogo de Futsal masculino entre Med x Educa, no Intercursos UFTM, torcedores da medicina agrediram verbalmente, um jovem jogador da atlética da Educação Física de “preto e macaco”..., apenas 4 dias após o feriado da Consciência Negra. Teoricamente o Intercursos é um evento que tem como objetivo promover a pratica do esporte e, principalmente, a integração de todos os cursos da universidade. Portanto, como explicar tal prática medíocre, por parte de pessoas dignas de pena? Quanto tempo mais teremos que suportar insultos racistas, em pleno século XXI? Até quando essas práticas de desrespeito contra outro ser humano, será tolerável? É caro leitor, Djalma Santos se revira no túmulo!

Uma estudante do curso de Engenharia de Alimentos foi agredida por um estudante de Medicina ao final de um evento esportivo da UFTM, ocorrido em 9 de dezembro de 2016. Até agora, as únicas medidas tomadas contra o agressor foram notas de repúdio e a expulsão do mesmo de todos os eventos extracurriculares da Medicina. No mais, nada aconteceu. Nem a Reitoria e tão pouco a Coordenação do curso de Medicina tomaram medidas relevantes e necessárias diante de tal crime. No âmbito legal, um BO foi realizado, porém nenhuma penalidade foi imposta para o agressor. Em uma sociedade na qual não podemos contar com o apoio de órgãos representativos, só nos resta a união entre as mulheres em busca de conquistas que visem a emancipação feminina.

A importância de uma torcida animada é imprescindível em qualquer esporte. Nos jogos universitários não é diferente. Quem comanda a animação nas arquibancadas são as baterias de cada atlética. Batuque contagiante e muito ritmo, é o que podemos esperar das baterias nos jogos. Em conversa com Lucas Nóbrega Oliveira, peça fundamental na formação da bateria das Engenharias da UFTM, é notável a importância da torcida nos jogos. “Não tem como, bateria ganha jogo. A atmosfera criada por nós, juntamente com a torcida, transforma o ambiente e motiva os jogadores”, afirma o ex aluno da UFTM e atual aluno e fundador da bateria “Brocadora” da Engenharia Civil da UNIUBE. Não só as baterias, mas também o esporte não tem quase nenhum apoio da universidade. A importância do esporte na vida do universitário é enorme. Estudos comprovam a importância da atividade física para a saúde mental, fato pouco valorizado pela universidade. De fato, os jogos de nada valeriam sem o apoio da torcida. A bateria contagia todos os torcedores, deixando a experiência dos jogos ainda mais marcantes. Afinal, de que serve o esporte, sem a emoção de torcer e vibrar?

por Ruan Festucci

por Graziela Cassolato

por Mateus Donizeti e Ruan Festucci

Estudante foi agredida em 2016

Centro Esportivo e Intercursos na UFTM Apesar de Educação Física ser um dos cursos mais concorridos na UFTM, a universidade não oferece um centro esportivo próprio. Quadras, piscinas, academia entre outros, são contratados pela universidade, dificultando não só o aluno de Educação Física, mas também todo o corpo estudantil, que não tem acesso a esses centros. Diversos alunos do curso, que por segurança não quiseram se identificar, reclamam das instalações que a UFTM disponibiliza. Academias longe do Centro Educacional, com aparelhos antigos e difíceis de trabalharem é a maior reclamação dos estudantes. O pedido para construção de um centro esportivo já foi feito, tanto pelos discentes, como também pelos docentes, com sugestões ótimas,

como, a compra do terreno onde se encontra hoje o UTC e sua possível transformação em um centro esportivo. As desculpas são sempre as mesmas, “falta de verba”. Está previsto na lei, todo o aluno tem direito e acesso ao esporte. Já esta mais do que na hora, da UFTM se modernizar, trazendo um centro esportivo para a melhor formação de profissionais e melhoria na qualidade de vida. Intercursos - Um dos eventos mais importantes que são realizados na UFTM, o Intercursos ocorre sempre no segundo semestre do ano letivo, durando cerca de duas semanas. Seu objetivos são, promover a competição esportiva em diversas modalidades entre os cursos da UFTM, a interação entre os alunos, e

também uma forma de lazer em meio ao estresse do semestre. São diversas modalidades: Futsal, basquete, vôlei, handball, tênis de mesa, sinuca, peteca, pebolim. Em 2017, o evento ocorreu entre 06 e 24 de novembro. As competições ocorreram no ginásio do Nacional Futebol Clube e no Jockey Clube do centro. Nas arquibancadas a torcida marcou presença, apoiando suas equipes, com hinos, gritos de guerra. As festas também animaram o evento, trazendo artistas para se apresentarem, em ambiente perfeito para a integração dos alunos dos diversos cursos da UFTM.

por Matheus Schranck e Ruan Festucci


A7 A RESPOSTA

Cultura

Arte para quem?

As expressões artísticas caminham com a humanidade ao longo da história desde os primórdios e ocupam diferentes papéis e funções ao longo da trajetória humana no planeta. É de grande importância pensar as diferentes formas artísticas dentro e fora da universidade. O Projeto Pau e Pedra, projeto acadêmico que buscava a vivência de culturas populares como o Carimbó, atuou por dois anos dentro e fora da UFTM. Foi um dos muitos projetos artísticos culturais de iniciativa de alunos e professores que chegou ao fim nos últimos anos. A melhora na qualidade de vida dos estudantes através da dança como prática lúdica e de exercícios físicos foi um dos benefícios apontados por participantes. Com o intuito de obter maiores informações sobre o incentivo e fomento à cultura dentro da UFTM, foi realizada uma pequena entrevista de opinião com alunos dos cursos de História, Fisioterapia e Letras com as seguintes perguntas:

Como você considera que a universidade aproveita a produção artística e cultural de seus alunos? A universidade cria espaços de incentivo e disseminação das Produções Artísticas e Culturais de seus alunos? Dos entrevistados, todos relataram a falta de incentivos por parte da Universidade às questões artísticas e culturais. “Quando as manifestações acontecem, são por iniciativa dos alunos ou professores de algum departamento específico”, comenta a aluna do curso de Fisioterapia Outro ponto abordado foi a falta de espaço físico para arte, todos os alunos apontaram tal falta como prejudicial para a produção artística. A falta de apoio e incentivo a tais projetos e iniciativas parece ser uma triste marca da UFTM. Muito tem se falado sobre a necessidade de criação de espaços e tomada de ações afirmativas e de incentivo às produções

Disse, open bar? Não raro, o êxtase burguês que tem alimentado mentalidades dentro dos ambientes escolares, em especial nas universidades, tem se mostrado presente na organização e idealização de eventos culturais. Tal prática tem desviado sistematicamente valores que anteriormente permitiam a produção de eventos culturais onde artista e público interagiam, gerando contrapartidas que guiavam o desenvolvimento de um cenário cultural. Podese enxergar já há alguns anos uma prioridade dada a determinados tipos de eventos, em especial por parte do público, que os seleciona, possivelmente, com base no valor ou na gratuidade das bebidas ofertadas. Assim, as festas open bar nos arredores da UFTM tornam-se um importante ponto de reflexão na busca pelo entendimento desse cenário. Refletir sobre a forma como são ofertados e consumidos os “produtos culturais” locais nos eventos, pode sugerir caminhos para que surjam novas formas de fomento à cultura e à produção cultural local, fazendo com que essas alcancem e ganham espaço de divulgação e ação dentro e fora destes ambientes. Partindo da ideia de que ao supervalorizarem o consumo de bebidas em detrimento da qualidade das atrações e dos equipamentos colocados à disposição dos artistas, os jovens descartam grandes oportunidades de desenvolvimento de

novas frentes artísticas, trocas culturais e interpessoais, fomentando a criação e o cenário cultural dentro e fora do ambiente acadêmico.Na UFTM, temos como realidade um grande contingente de alunos advindos de outras cidades e que alegam não terem condições de pagar os aluguéis de suas respectivas repúblicas, com isso, realizam festas objetivando colaborar com no pagamento de suas despesas. Se não forem criadas alternativas para a formação de um cenário cultural no qual todos os elementos possam se desenvolver, de fato, este se torna um problema que tende a crescer e se cristalizar em nossas relações sociais. As ideias de reformas já propostas por algumas associações atléticas da universidade, não têm descartado todos os problemas que devem ser enfrentados. Essa prática demonstra o caráter pouco cultural das festas promovidas. Falemos de lucro, mesmo que pequeno, um pequeno lucro que tem corrompido a forma como esses jovens enxergam e se relacionam com o mundo. Meus caros, tentaremos modificar essa realidade ou nos sentaremos em algum bar para debatermos esses pontos degustando uma Bavária gelada? por Breno Moraes, Diego Nascimento e Lucas Vieira http://www.welts.com.br/buffet-rj/wp-content/gallery/open-bar-iluminacao-e-loungue/01-foto-bar.jpg

culturais e artísticas dos alunos. O estudante quando desenvolve melhor suas potencialidades dentro do ambiente universitário consegue criar novas perspectivas e desenvolver melhores formas de aprendizagem. Também é inegável a capacidade da arte de romper barreiras acadêmicas chegando a espaços onde as monografias e as teses não chegam, fomentando reflexões, críticas e aprendizado.

por Klisman Petrus, Lucas Vieira e Maycol Mundoca

“Não temos laboratório de teatro ou espaço para apresentações, temos apenas uma sala, o laboratório corporal, que é dividida por todos os alunos de todos os cursos”. Aluna do curso de Fisioterapia - UFTM

A ascensão do hip-hop https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/35/Sf_hiphop.jpg

No ano de 2017, pela primeira vez na história o hip-hop superou o rock’n’roll como gênero musical mais escutado e comercializado nos Estados Unidos. Tal ascensão atraiu a atenção de grandes marcas de roupas e acessórios, já que os rappers vêm alcançando uma visibilidade nunca vista anteriormente, associada ao poder imenso das redes sociais, e milhões de visualizações em seus clipes. Tais empresas vêm proporcionando uma qualidade audiovisual nunca antes imaginada pelo rap, com altos investimentos, estabelecendo uma espécie de padrão para se alcançar o sucesso e moldar a indústria do gênero, tendo assim o poder de associar artistas às suas marcas tornando-se cada vez mais populares entre os, jovens, que irão consumir, além da música hiphop, as marcas associadas a esses artistas.

por Bruno de Paula


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A8 A RESPOSTA

A RESPOSTA online


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