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EDITORIAL

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penas três décadas e meia foram suficientes para que o Hospital do Coração - HCor, se tornasse referencia nacional no tratamento cardiológico. A Instituição que nasceu das mãos da comunidade árabe hoje atende mais de 40 especialidades com o mesmo empenho das patologias cardíacas. Como diz o superintendente corporativo, Antonio Carlos Kfouri, “Estamos caminhando para ser um hospital geral”. O HCor – Hospital do Coração, possui Certificado de Acreditação da Joint Commission International, com foco no setor de cardiologia e medicina do esporte. Nesta edição iremos destacar o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP), dirigido pelo Dr. Otávio Berwanger, Diretor do IEP do Hospital do Coração que tem como diferencial o desenvolvimento, execução e publicação de pesquisas clínicas inéditas nacionais e internacionais de larga escala. Na área de esportes e medicina preventiva o HCor oferece um programa de Sport Check-up. Nesta edição iremos mostrar o que fizeram e ainda fazem o HCor ser referencia em cardiologia filantropia e tecnologia em aparelhos diagnósticos, tornando o hospital não só um trabalho, mas um ideal e parte de suas vidas como poderemos ver nas entrevistas realizadas com os doutores Adib Jatene, Antonio Carlos Kfouri e Luiz Henrique de Almeida Mota. Ainda nesta edição estamos lançando uma nova seção “PERFIL” que trará sempre um expoente da medicina. neste número focalizado é o Dr. José Eduardo de Sousa, pesquisador emérito em ciencias médicas e hemodinamica. Agradecemos a todos e aguardamos sua correspondência com criticas e sugestões sobre o trabalho realizado. Boa leitura. Os Editores

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Expediente

Sumário

Volume XV - Nº 34 - 2011 Panorama Atual da Cardiologia no Brasil e no Mundo

Conselho Editorial Presidente: Dr. Mário F. de Camargo Maranhão Conselheiros: Dr. Armênio Guimarães Dr. Fabio Fernandes Dr. Evandro Tinoco Mesquita Dr. Jorge Pinto Ribeiro Dr. Michel Batlouni Dr. Miguel Barbero Marcial Dr. Nabil Ghorayeb Uma publicação: Lúcida Artes Gráficas Ltda Rua Dra. Maria Augusta Saraiva, 74 04545-060 Vl. Olimpia São Paulo SP 11-3349-1768 / 3849-2137 E-mail: lucida.editorial@bol.com.br Diretor - Editor Responsável Dr. J. Márcio da S. Araújo j.marcioaraujo@bol.com.br Depto Comercial Gilberto Cozzuol Administração Yvete Togni

06.........................Entrevista Prof. Dr. Adib Domingos Jatene

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10............................Cardio News Notícias

Dr. Adib Jatene

18...................Matéria de Capa Especial 35 anos do Hospital do Coração - HCor

18 Dr. Antonio C. Kfouri

42.............................Artigo O projeto do Coração Artificial Auxiliar (CAA) Eng. Aron José Pazin de Andrade

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48 .........Artigo Dr. Mario F. de Camargo Maranhão

Dr. Luiz H. Mota

50 .........Opinião A mercantilização da Saúde

Circulação Vanessa Patricia da Silva Redação Cassiana Zanini Agradecimento: Textos e Fotos Assessoria de Imprensa do Hospital do Coração - HCor

As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

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18 Dr. Otávio Berwanger

54 Dr. Eduardo Sousa

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52........Direitos Sigilo médico...

54 .....................Perfil Prof. Dr. José Eduardo Moraes Rego Sousa,


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Entrevista Prof Dr. Adib Domingos Jatene

Adib Domingos Jatene (Xapuri, 4 de junho de 1929) é um médico (cirurgião torácico), professor universitário e cientista brasileiro. Filho de imigrantes árabes, formou-se em medicina na Universidade de São Paulo, onde viria se tornar depois, professor. Conhecido e respeitado internacionalmente, além das dezenas de inovações no meio médico, como inventor de uma cirurgia do coração, que leva seu nome, para tratamento da transposição das grandes artérias em récem-nascidos, e do primeiro coração-pulmão artificial do Hospital das Clínicas. Trabalhou com o professor Euryclides de Jesus Zerbini. Jatene foi secretário estadual de Saúde no governo Paulo Maluf e duas vezes ministro da Saúde, durante o Governo Collor e, a última delas, no governo de Fernando Henrique Cardoso. É membro da Academia Nacional de Medicina. Dos filhos, três também tem grande destaque na medicina cardiotorácica brasileira e mundial: Fabio Jatene (nasceu em São Paulo, 5 de março de 1955), Ieda Jatene (nasceu em Uberaba, 9 de junho de 1956) e Marcelo Jatene (nasceu em São Paulo, 9 de outubro de 1961). 6

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Newcor - O Sr. nasceu em pecialidades reconhecidas pelo Xapuri, no Acre, poderia nos falar CFM. Como a expectativa de um pouco de sua história vida já chega próxima dos oitenta anos, são as especialidades ligaDr. Adib Jatene - Eu nasci das aos idosos como geriatria, em Xapuri, filho de imigrantes cardiologia e oncologia as que libaneses. Meu pai, com espírito pioneiro, estabeleceu-se no Acre oferecem, a longo prazo, maiores como comerciante que aviava oportunidades. Também as áreas seringais. Perdi meu pai vítima de que utilizam a alta tecnologia., uma hepatite fulminante, quando para imagem e áreas onde existe voltava de viagem aos seringais. falta de especialistas. Entretanto, Minha mãe viúva aos 28 anos, sempre serão atrativas a área de com quatro filhos, sendo eu o clínica médica capaz de atender mais novo, decidiu-se a educar os as pessoas sem usar a alta tecfilhos mantidos como modesta nologia recuperando o médico de comerciante. Em 1939, quando todos já tinhamos terminado o família. Cardiologia é especialicurso primário, veimos para Uber- dade que exige formação depois lândia onde cursei o ginásio e de terminado o curso, de pelo meo primeiro científico, vindo em nos um período adicional de qua1946 para São Paulo, terminan- tro anos em residência de clínica do o colegial no Colégio Bandei- médica e de cardiologia, e se rantes e, em 1948, ingressei na desejar se especializar em áreas Faculdade de Medicina da USP, específicas como hemodinâmica, graduando-me em 1953. Desde arritmias, etc., pelo menos mais estudante trabalhei com o Prof. Zerbini, com quem fiquei por 11 dois anos. anos, com intervalo de dois anos e meio quando trabalhei em Uberaba, onde construi meu primeiro modelo de coração-pulmão artificial e fui professor de Anatomia Topográfica na Faculdade Federal de Medicina do Triângulo Mineiro. Newcor - Quais são, em sua opinião, as áreas mais promissoras da Medicina? Como é, atualmente, a carreira em cardiologia? E quais são as perspectivas profissionais de um cardiologista recém-formado?

Newcor - Recentemente a televisão denunciou o caos do atendimento médico no interior do Brasil. O Senhor já tinha essa preocupação desde quando era Ministro. Existe solução para esse problema?

“O ensino médico está a exigir uma reformulação desde o padrão de ensino em muitas escolas, a distribuição aleatória de faculdades pelo País, que de 82 em 1996 já ultrapassa as 180 nos dias de hoje.”

Dr. Adib Jatene - O caos do atendimento no interior devese, entre outros fatores, aos baixos valores pagos pelo SUS, que impedem aos hospitais locais, a maioria Santas Casas, Dr. Adib Jatene - Medicina de atender convenientemente é profissão peculiar, pois possui a clientela SUS. Apenas para inúmeras áreas de atuação, to- avaliar a perda financeira, basta das atrativas. Hoje temos 54 es- citar que a consulta médica que Revista NewCor Revista NewsNewCor News

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Entrevista o INAMPS pagava na década de 60, valia 5 vezes mais que o valor pago hoje pelo SUS,e esse nível de perda é de, praticamente, todo o atendimento. Newcor - Como está o panorama geral do ensino médico no País? Dr. Adib Jatene - O ensino médico está a exigir uma reformulação desde o padrão de ensino em muitas escolas, a distribuição aleatória de faculdades pelo País, que de 82 em 1996 já ultrapassa as 180 nos dias de hoje. A formação também é inadequada, com promoção de especialistas antes do exercício mínimo de atendimento da população, que exige um médico clínico que o acompanhe.

O HCor iniciou com uma unidade de 100 leitos, no nº 127 da Desembargador Eliseu Guilherme, seguido pela construção do Centro de Diagnóstico, na esquina com a Rua Abílio Soares. Após aquisição de duas residências, entre o Centro de Diagnósticos e o primeiro bloco, construímos o Bloco II, que representou ampliação significativa. Seguem-se a aquisição do prédio de consultórios na Abílio Soares e a construção do prédio do hospitaldia, na Rua Bernardino de Campos. Atualmente, onde existia um conjunto de casas, em frente ao Bloco I, que foi adquirido pelo hospital, está sendo erguido Bloco III, que aumentará a capacidade atual de 250 para quase 300 leitos.

Newcor - Há mais alguma coisa que o Newcor - Como HCor entrou na sua vida? senhor gostaria de dizer aos nossos leitores? Fale-nos um pouco sobre o HCor? Dr. Adib Jatene - Apenas que o HCor Dr. Adib Jatene - O HCor entrou na min- mantém uma Residência Médica em Cardioha vida quando os Drs. Alberto Chap Chap e logia, e nas especialidades de Clínica e de Fauze Carlos me levaram à presença de D. Cirurgia Cardíaca, reconhecidas pelo MEC. No último concurso para o título de esNabiha Abdala Chofi, que planejava construir pecialista da Sociedade Brasileira de Cardioum hospital para tratamento da tuberculose e doenças pulmonares em São Paulo como logia, com índice de aprovação de 32%, todos extensão do Sanatório Sírio, que a Associa- os nossos residentes que prestaram o conção, por ela dirigida, mantinha em Campos do curso foram aprovados. Esse índice de 100% Jordão. Já estava praticamente construída a consolida a qualidade do ensino. Nosso Centro estrutura de concreto quando, graças a novos de Ensino e Pesquisa tem obtido sucesso em medicamentos, a tuberculose passou a ser congressos internacionais da especialidade com o estudo DESIRE, conduzido há nove tratada ambulatorialmente com sucesso. Após discutirmos por várias vezes, com anos, representando uma referência na Carparticipação de seu filho Sérgio, do engenhei- diologia mundial. Outras especialidades que ro Antonio Carlos Kfouri e do cirurgião Luiz compartilham os recursos do hospital, como Carlos Bento de Souza, que trabalhava comi- Ortopedia, Angiologia, Gastroenterologia e Ongo, decidimos construir um hospital dedicado cologia, Neurologia e Neurocirurgia, entre outàs doenças cardiovasculares, que diante do ras, estão transformando lentamente o hosavanço da cirurgia e da hemodinâmica era, no pital, que continua tendo a Cardiologia como nosso entender, uma lacuna que precisava ser atividade hegemônica, em hospital geral. Ênfase tem sido dada a cardiopatia concorrigida em São Paulo. Ainda não existia o gênita e neonatal, onde o HCor mantêm-se InCor, que só foi inaugurado dois anos depois como referência nacional. da inauguração do HCor, em 1976. 8 8

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Cardio News Homens casados chegam a tratamento para infarto mais rápido Mesmo um breve atraso no atendimento médico após um ataque cardíaco pode significar a diferença entre a vida e morte. Um novo estudo sugere que ser casado é fator importante para se conseguir um tratamento mais rápido. Contudo, apenas para o homem. Pesquisadores do Canadá verificaram o tempo para chegar ao local de tratamento após o início das dores no peito –um dos sintomas de um ataque cardíaco– de 4.401 vítimas de ataques cardíacos, entre elas 1.486 mulheres. Em um estudo publicado on-line na segundafeira (25), na revista “The Canadian Medical Association Journal”, cientistas definiram chegada tardia como sendo um atraso de seis horas ou mais contado do começo das dores até o início do tratamento. Em media, as vítimas casadas de ataque cardíaco chegaram ao hospital meia hora mais cedo do que as solteiras. No entanto, ao analisar os dados de homens e mulheres isoladamente, os pesquisadores descobriram que a possibilidade dos homens casados chegarem atrasados era 60% menor. Porém, para

as mulheres não havia diferença significativa no atraso de casadas e solteiras“ Com mais frequência, as esposas assumem o papel de cuidadoras e aconselham os maridos a ir para a sala de emergência”, afirmou Clare L. Atzema, principal autora do estudo e professora adjunta de medicina de emergência da Universidade de Toronto. “Porém, nas palavras do meu marido, mesmo se eu não estivesse presente para dizer a ele para ir ao hospital, ele ouviria minha voz dizendo isso. Mesmo quando não estão presentes, as mulheres exercem uma influência considerável”.

Ataque cardíaco entre grávidas aumenta nos EUA Mulheres raramente têm um ataque cardíaco durante a gravidez ou pouco tempo depois de darem à luz, mas o número de ocorrências cresceu nos EUA nos últimos anos, segundo uma pesquisa recente. “Esperávamos ver um aumento, mas ficamos surpresos com a quantidade”, comenta a epidemiologista autora do estudo, Elena Kuklina, do Centro para Controle e Prevenção, ligado à Divisão para Doenças Coronárias e Prevenção contra Ataques Cardíacos, em Atlanta, na Geórgia. No biênio 1994-1995, um total de 4.085 grávidas foram hospitalizadas com problemas relacionados ao coração nos EUA. Em 2006-2007, registrou-se um aumento de 54%, passando para 6.293. As causas ainda não foram identificadas e

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são necessárias análises adicionais, mas Kuklina acredita que um fator provável é o aumento de peso das mulheres quando engravidam. A obesidade pode provocar complicações que vão desde diabetes a pressão alta. “Quando você está relativamente saudável, o risco não é significativo”, diz. “Mas, agora, mais e mais mulheres que iniciam a gravidez já apresentam algum fator de risco para um ataque cardíaco, como obesidade, hipertensão crônica, diabetes ou doença coronária congênita.” Ela acrescenta que as grávidas são frequentemente excluídas de triagens clínicas nessa área devido ao feto e sugere a necessidade de se divulgar informações a respeito para os médicos. O estudo foi publicado no jornal “American Heart Association”.

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Fibrilação atrial Neste mês a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) lançou a Campanha pulsAção: sentindo o ritmo do seu coração. O objetivo é conscientizar a população quanto aos riscos da doença, que provoca o batimento irregular das câmaras superiores do coração. A condição muitas vezes se desenvolve silenciosamente e somente é diagnosticada já em estágio avançado. Dados da Sobrac mostram que 175 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fibrilação atrial. Estima-se que 10% da população acima dos 75 anos tenha a condição. Porém, apesar de ser uma doença comum, a maioria das pessoas sabe pouco sobre ela, seu tratamento e a importância de um diagnóstico precoce.

Assim, a organização espera que a campanha possa trazer uma melhor qualidade de vida para pessoas enfrentando a fibrilação atrial e também auxiliar na prevenção e diagnóstico da doença na população brasileira. Fonte: Blog da Boa Saúde

Anvisa publica hotsite para informar sobre descarte de medicamentos A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou nesta sexta-feira (22) um hotsite sobre o descarte de medicamentos. Segundo o órgão, remédios que sobram vão parar no lixo comum. Com isso, podem contaminar o meio ambiente e se tornam um problema de saúde pública. O texto destaca que essas substâncias põem em risco pessoas que vivem nos “lixões” e vivem do reaproveitamento. O portal tem informações sobre a legislação e a política de resíduos. No entanto, a Políticia Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi fundada só em 2010, e ainda não há uma proposta que normatize o destino de medicamentos vencidos ou sem uso. Segundo a PNRS, a responsabilidade de descartar os remédios de modo seguro fica dividida entre usuários, produtores e o poder público. A ideia é estabelecer regras para reciclar os resíduos que sobram. Revista NewCor News

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Líderes mundiais discutem avanço do turismo médico no Brasil durante o 2º Medical Travel Meeting Brazil

A segunda edição do Medical Travel Meeting Brazil - pioneiro no país na geração de oportunidades de negócios para operadoras de saúde, brokers e facilitadores internacionais - reunirá os líderes do segmento no Brasil e no mundo para apresentar e discutir avanços na estruturação da atividade. O MTMB também terá a presença de diversos profissionais dos mercados nacional e internacional e os principais players e compradores do segmento. Entre os confirmados nomes como Alexandre Padilha, ministro da saúde, Caio Carvalho, presidente da SPTuris, David Uip, diretor técnico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Arthur Porter, diretor geral do Mc Gill University Health Center de Montreal no Canadá, Greg Lindsay, jornalista e palestrante que aborda temas como inovação e o futuro das cidades e José Luiz Gomes do Amaral, presidente da AMB Associação Médica Brasileira. "Reuniremos os players mais importantes do setor em nível mundial e apresentaremos os avanços da nossa medicina para líderes internacionais que fomentam esse segmento em países estratégicos. Também teremos novidades como o projeto de lei proposto pelo congresso para o visto de saúde, a Plataforma Brazil Global Healthcare, uma rede global de players do setor e o Fórum de Discussão Setorial, que reunirá representantes de entidades médicas como, por exemplo, CRM, CFM, Anahp, entre outros", afirma Mariana Palha, sócia fundadora da Medical Travel Brasil. Sobre o Medical Travel Meeting Brazil

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Criado em 2010, o Medical Travel Meeting Brazil (MTMB) é pioneiro no país na geração de oportunidades de negócios para operadoras de saúde, brokers e facilitadores internacionais. A 2ª edição do evento acontecerá nos dias 29 e 30 de agosto no Sheraton WTC, em São Paulo. Entre outros assuntos, o evento abordará temas como a expansão e os avanços na estruturação da atividade no Brasil e o foco nos investimentos. Outra novidade para este ano é a realização do 1º Congresso Brasileiro de Spas, durante o MTMB, com a participação de autoridades e empresas líderes no segmento. Viagem de saúde É considerada a prática de viajar para outra cidade ou país para receber cuidados médicos para diagnósticos, cirurgias e tratamentos em diferentes especialidades. O Brasil se tornou uma alternativa promissora no roteiro de turismo médico, pois é referência mundial em diversas especialidades médicas e tem muitos hospitais e instituições acreditados por organizações não-governamentais que avaliam os modelos que devem ser adotados pelos serviços médicos como a JCI (Joint Comission International) e Acreditação Canadense. O setor de turismo médico movimenta no mundo cerca de US$ 60 bilhões. De acordo com o Ministério do Turismo, nos últimos 3 anos aproximadamente 180 mil estrangeiros vieram ao Brasil para realizar tratamentos de saúde.

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Portal Cardiol é eleito segundo melhor portal de saúde do Brasil A SBC foi destaque na reportagem "Os 10 melhores sites de saúde", publicada na edição de Julho da Revista Cláudia, da Editora Abril. A equipe de reportagem pesquisou mais de cem portais na internet e ouviu especialistas para eleger os dez sites que apresentam informações de forma mais clara e acessível para a população. De acordo com a publicação, " o endereço da Sociedade Brasileira de Cardiologia ajuda a proteger contra as doenças que

mais matam no Brasil". A matéria destaca as seções Cartilha do Coração, Qualidade de Vida e Receitas Saudáveis como fontes de informação de qualidade sobre prevenção. Os jogos e gibis educativos do Portal Prevenção também foram citados, assim como o Teste de Risco Coronariano e o Teste do Fumo , que calcula o valor total gasto na compra de cigarros durante a vida de um fumante, com o objetivo de conscientizar a população sobre os males provocados pelo tabagismo.

Lei paulista proíbe

Renato Lopes

médicos e profissionais de saúde de usar jalecos e aventais fora do ambiente de trabalho A lei 14.466/11, de autoria do deputado Vitor Sapienza (PPS), proíbe os profissionais da saúde de usarem equipamentos de proteção individual fora do ambiente de trabalho. Pela nova lei, o profissional que infringir as disposições estará sujeito à multa de 10 (dez) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP), aplicada em dobro em caso de reincidência.

é premiado como melhor orientador/mentor da Duke O cardiologista brasileiro Renato Delascio Lopes, da Duke University Medical Center, foi premiado como o melhor orientador/mentor da instituição no ano passado. O anúncio da premiação foi feito durante o jantar de graduação dos fellows da Duke, durante o qual Renato recebeu o “Robert M. Califf Best Mentorship Award”. O prêmio inclui uma carta elogiosa do diretor e dos fellows e o nome do médico brasileiro foi também gravado em lugar de honra, na parede junto à entrada da sala do diretor da instituição. Além de ser o primeiro não americano a receber o prêmio, Renato foi também o premiado mais jovem até agora e o laurel ganha ainda maior importância, por ter terminado seu fellowship há pouco tempo, menos de dois anos. Ao informar à presidência da SBC do prêmio, Renato Lopes disse que o recebeu também como representante do Brasil e da cardiologia do seu país.

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Cardio News Melhorar imagem pessoal ajuda na perda de peso Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é um dos dez principais problemas de saúde pública no mundo e afeta cerca de 300 milhões de pessoas. Ela é fator de risco para diabetes, doenças cardíacas e diminui consideravelmente a expectativa de vida das pessoas. Mas além de dietas e exercícios, um estudo publicado no periódico Journal of Behavioral Butrition and Physival Activity aponta que estas pessoas precisam também melhorar a imagem que fazem de si. “Problemas com a imagem pessoal são comuns entre pessoas obesas ou com sobrepeso. Geralmente isso as leva a comer emocionalmente e aos mais rígidos padrões de alimentação, que são obstáculos à perda de peso”, explica o autor do estudo Pedro Teixeira, da Universidade Técnica de Lisboa, em Portugal. Segundo Teixeira, intervenções no sentido de melhorar a imagem que obesos fazem sobre si são mais eficazes na perda e controle de peso do que programas que foquem apenas em dietas e exercícios. O estudo envolveu mulheres com sobrepeso e obesidade em um programa de perda de peso com duração de um ano. Metade do grupo

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– o grupo controle – recebeu informações sobre saúde em geral, boa nutrição, gerenciamento de estresse e a importância de cuidar de si mesmo. A outra metade frequentou 30 sessões semanais de uma intervenção em grupo, onde foram abordadas questões como exercícios, o comer emocional, reconhecer e melhorar a imagem corporal, como superar barreiras pessoais à perda de peso e lapsos da dieta. No grupo de intervenção, houve uma melhora considerável na imagem que as mulheres faziam sobre si e sobre a forma de seu corpo. Elas estavam mais capacitadas a autorregular sua alimentação e perderam em média 7% de seu peso, em comparação com 2% do grupo controle. “Nossos resultados mostraram uma forte relação entre a melhora da imagem pessoal, especialmente na redução da ansiedade sobre a opinião das outras pessoas e uma mudança positiva no comportamento alimentar”, diz. “Desta forma, acreditamos que todo programa de controle e perda de peso deve incluir este tipo de intervenção”, conclui.

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Elo entre sal e doenças do coração não é automático Ninguém discute mais que o consumo excessivo de sal faz subir a pressão sanguínea. Mas um estudo em grande escala dos efeitos da redução do sal na dieta teve resultados inconclusivos, informa Ricardo Bonalume Neto em reportagem na Folha deste domingo. A análise de sete pesquisas internacionais, envolvendo 6.257 pessoas, das quais 665 morreram (293 por doenças cardiovasculares) não apontou um elo claro entre a diminuição da pressão resultante do menor consumo de sal e a prevalência dessas doenças, ou a morte causada por elas. O trabalho foi feito pela Cochrane Collaboration, uma rede internacional de pesquisadores, e publicado na revista médica “American

Journal of Hypertension”. A equipe, liderada por Rod Taylor, da Universidade de Exeter, Reino Unido, garimpou 3.035 artigos e terminou com apenas sete estudos relevantes. O estudo não é uma “licença para comer salgadinhos”, contudo; ele simplesmente mostrou que a redução do consumo de sódio não é necessariamente boa para todos. Houve até casos em que a redução do consumo foi nociva em pacientes com insuficiência cardíaca. O brasileiro consome em média 8,2 gramas de sal por dia (3,3 gramas de sódio), mais que as recomendações internacionais de ingestão de um máximo de 6 gramas (2,4 gramas de sódio), o equivalente a uma colher de chá.

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Matéria de Capa

HCor Hospital do Coração

A expansão do Complexo Hospitalar HCor

35 anos de Excelência em Atendimento Cardiológico 16

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Dr. Antonio Carlos Kfouri, superintendente corporativo do HCor. Quando, em 1918, um grupo de senhoras da comunidade árabe se reuniu em torno de um importante projeto elas não poderiam imaginar que aquele trabalho iria frutificar tanto e dar origem ao que é hoje o complexo hospitalar do HCor – Hospital do Coração. O início desta conquista empreendedora começou em 1947 com a inauguração do Sanatório Sírio de Campos do Jordão, para tratamento de pacientes tuberculosos carentes. Quase trinta anos após este grande feito foi inaugurado, em 1976, o primeiro hospital em São Paulo, atual sede do complexo, na Rua Desembargador Eliseu Guilherme, no bairro do Paraíso, que se tornou um

importante centro de referência em cardiologia nacional e internacional. “Graças ao empenho dessas senhoras, hoje o HCor é reconhecido pela sua excelência no tratamento de doenças cardíacas e também em outras especialidades que atendemos com o mesmo padrão de qualidade que marcou o crescimento da instituição”, afirma Antonio Carlos Kfouri, superintendente corporativo do HCor. Hoje o HCor está em uma fase de plena expansão. No primeiro trimestre de 2012 será inaugurado um novo prédio em frente ao atual complexo hospitalar com 13 andares, com destaque para duas salas cirúrgicas híbridas. Uma delas para Revista NewCor News

“O HCor tornou-se referência no mercado pela alta qualidade da unidade de diagnóstico por imagem, que conta com equipamentos de última geração e profissionais altamente qualificados.”

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Matéria de Capa procedimentos cardiológicos, integrada à hemodinâmica, e outra destinada à neurocirurgia, integrada ao equipamento de ressonância magnética. Ambas salas serão polivalentes e funcionarão de acordo com os procedimentos necessários. Haverá também 45 apartamentos com nível de hotelaria diferenciado, ampliando para 310 o número total de leitos do HCor, centro de convenções com amplo auditório para eventos científicos e estacionamento com mais de 200 vagas. Este novo prédio terá três ligações diretas com o edifício principal. Duas passarelas e uma passagem subterrânea, que facilitarão a circulação dos colaboradores e pacientes pelo complexo do HCor. Outra novidade é a inauguração até o final deste ano de um novo Centro de Diagnósticos, com quase 4 mil metros quadrados, em um dos pontos mais nobres e movimentados de São Paulo, a região da Nova Faria Lima. Primeira unidade externa da instituição, o Centro surge para solucionar uma limitação física das instalações atuais, na Rua Desembargador Eliseu Guilherme, frente à uma demanda cada vez maior para agendamento de exames. “O HCor tornou-se referência no mercado

pela alta qualidade da unidade de diagnóstico por imagem, que conta com equipamentos de última geração e profissionais altamente qualificados. Agora, vamos oferecer todo know how que temos na área neste novo Centro com serviços diferenciados focados em saúde da mulher, check-up clínico e esportivo, reabilitação cardíaca e pulmonar, colonoscopia e endoscopia, laboratório de análises clínicas, além de uma estrutura completa para exames de imagem”, afirma o superintendente corporativo. Já para 2013 há um importante projeto em que as obras já se iniciaram. Trata-se do Centro Integrado de Oncologia, que ocupará um prédio inteiro também na Desembargador Eliseu Guilherme e oferecerá tratamento completo por meio de uma equipe multidisciplinar que atuará desde a fase diagnóstica até a etapa terapêutica (quimioterapia e radioterapia). Atualmente, o Hospital já oferece tratamento clínico para pacientes oncológicos, mas a ideia é expandir significativamente os serviços nesta especialidade. “Toda esta expansão contempla as necessidades dos nossos pacientes que têm a oportunidade de tratar em um único centro de excelência outras patologias, além da cardiologia”, explica Dr. Kfouri.

HCor amplia estrutura

de atendimento e lança novas especialidades O HCor é classificado pelo Ministério da Saúde como hospital de excelência no Brasil. A Instituição que é referência no atendimento cardiológico desde a sua fundação, hoje é visto como idealizador e propulsor de novas tecnologias, tratamentos e pesquisas nacionais e internacionais na área da saúde por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP). Desde a sua inauguração, o HCor ampliou de forma significativa os seus serviços, lançando novas especialidades e centros diferenciados. Essa expansão foi pautada por um aprimora18

mento constante na qualidade de atendimento, tanto que em 2009 o hospital ingressou no seleto grupo de instituições reacreditadas pela Joint Comission International (considerada a mais importante certificação na área da saúde), com conformidade total em 98,33% dos 1.138 elementos de mensuração, atendendo aos índices máximos nos padrões de qualidade. Entre as novas especialidades lançadas pelo HCor destaca-se o Centro de Medicina do Sono, pioneiro na integração entre diagnóstico e tratamento das diversas patologias ligadas ao sono.

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A instituição lançou também o novo serviço de otorrinolaringologia, que dispõe de diversos recursos que possibilitam o diagnóstico e tratamento clínico e cirúrgico de doenças como obstrução nasal, rouquidão, entre outros. Ainda dentro das novas especialidades, o HCor inovou ao expandir o Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço com uma equipe multidisciplinar composta por especialistas em cabeça e pescoço, endocrinologistas, otorrinolaringologista e cirurgiões plásticos. Já em 2011, o hospital inaugurou o Centro de Obesidade com moderna infraestrutura, que dispõe de uma equipe multidisciplinar para cuidar dos pacientes obesos por

meio de exames diagnósticos de última geração, orientação nutricional e programas de reabilitação cardiopulmonar e metabólica. Em março deste ano, o HCor lançou também o Centro de Medicina Reprodutiva com o objetivo de identificar e tratar os problemas que acarretam a infertilidade masculina e feminina, além de realizar procedimentos laboratoriais e cirúrgicos para a fecundação de óvulos, bem como o congelamento de óvulos e embriões, entre outros. O Centro reúne diversos serviços como Unidade de Medicina Fetal HCor, Cardiologia Pediátrica, equipe de Diagnóstico por Imagem, ginecologistas e urologistas.

Centro de Diagnóstico por Imagem do HCor

é pioneiro na utilização de tecnologias e equipamentos de última geração Os exames de imagem têm sido essenciais para o diagnóstico precoce de doenças, pois permitem analisar de modo não invasivo a anatomia e o funcionamento de diferentes órgãos do corpo humano. Esse vasto arsenal, que inclui radiografia, ultrassonografia, medicina nuclear, ressonância magnética, tomografia computadorizada, entre outros, fornece informações que permitem confirmar diagnósticos e orientar o tratamento de doenças com precisão e segurança cada vez maiores. Os avanços alcançados no desenvolvimento desses métodos ampliam as possibilidades da pre-

venção nas diferentes especialidades médicas. O HCor – Hospital do Coração, por meio do seu Centro de Diagnósticos por Imagem, reúne o que existe de mais avançado em tecnologia de análise anatômica, funcional e metabólica, além de profissionais com larga experiência focados em obter diagnósticos eficazes e precisos. A Instituição foi a pioneira na utilização da tomografia “multislice”, que registra centenas de imagens por segundo, reduzindo o desconforto do paciente, com imagens não invasivas das artérias coronarianas e aorta (angiotomografia). Revista NewCor News

“A Instituição que é referência no atendimento cardiológico desde a sua fundação, hoje é visto como idealizador e propulsor de novas tecnologias, tratamentos e pesquisas nacionais e internacionais na área da saúde por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP)”

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Entre as várias opções de diagnóstico, a tomografia das artérias coronárias é um dos exames que está revolucionando o tratamento da doença coronária. Esta tecnologia pioneira foi introduzida no Brasil pelo HCor há aproximadamente 10 anos. Com as tomografias de 64 cortes, a tomografia coronária atingiu sua maturidade, porém com uma carga de radiação que limitava a sua utilização. Hoje com o Somaton Definition Flash, novo equipamento adquirido pelo HCor, a dose de radiação equivale a 10 radiografias de tórax ou menos, sendo que os pacientes podem checar suas coronárias muito mais cedo, sem os inconvenientes da dose de radiação mais alta dos demais equipamentos, cuja radiação equivale a mais de 200 radiografias de tórax, por exemplo.

O tomógrafo também pode ser utilizado para a realização de exames em outras regiões como tórax, abdômen, vasos e crânio, entre outras, com os mesmos benefícios e menor dose de radiação e alta velocidade de aquisição de imagens. “O Centro de Diagnóstico por Imagem do HCor sempre foi o cartão de visita da Instituição com know how e prestação de serviço de excelência aos pacientes. Com a nova equipe de especialistas no setor, contratados no ano passado com garantia de exclusividade na área hospitalar privada, o HCor mantêm o seu pioneirismo, vanguarda e diferencial na área de diagnóstico por imagem”, explica o Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota, Superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor.

“O Centro de Diagnóstico por Imagem do HCor sempre foi o cartão de visita da Instituição com know how e prestação de serviço de excelência aos pacientes.”

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Matéria de Capa Dentro do Centro de Diagnósticos da Instituição, os pacientes contam com a medicina nuclear - especialidade que emprega radioisótopos com finalidade diagnóstica e terapêutica. Os materiais radioativos utilizados têm meia-vida curta, o que significa que os pacientes são expostos a dose mínima de radiação por exame realizado. A radiação emitida é do tipo gama, similar à do raio X. O tempo de permanência dos materiais radioativos no corpo do paciente é bastante reduzido e muitas vezes eles são eliminados rapidamente pelo organismo. O equipamento de medicina nuclear realiza a leitura dos radioisótopos por meio da radiação emitida (cintilografia), fornecendo informações quanto à função e o metabolismo dos órgãos em avaliação. Essas informações são obtidas sob forma de imagens digitais. O CD HCor dispõe também da ressonância magnética - utilizada para diagnosticar principalmente as doenças na área neurológica, ortopédica e relacionadas ao esporte, principalmente a coluna vertebral e as articulações como joelho, tornozelo, ombro, quadril, cotovelo e punho. As imagens permitem ao médico ver pequenas lesões dentro das articulações, como alterações dos ligamentos, cartilagem, etc. É bastante útil para diagnosticar e caracterizar infecções e tumores, inclusive metástase, envolvendo ossos e articulações. Órgãos do abdômen e mama também podem ser examinados por meio da ressonância magnética, que atualmente está se tornando uma interessante alternativa para o diagnóstico de câncer de mama. Por trabalhar sem nenhuma radiação ionizante (raios x), é utilizada para geração de imagens dos órgãos reprodutores masculinos e femininos, envolvendo pélvis, quadris e bexiga. Além da ressonância magnética, o HCor oferece aos seus pacientes o equipamento PET CT – um dos maiores avanços na área de Medicina Nuclear e de Radiologia, 22

que utiliza a tecnologia agregada em um único equipamento, que tem como finalidade principal possibilitar o diagnóstico de câncer combinado à tecnologia de Tomografia Computadorizada (CT) por múltiplos detectores (16 detectores) com a de uma câmara de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) ultra-rápida e dedicada. A tomografia computadorizada (CT) fornece dados da anatomia do corpo humano, detalhando a forma, o volume e a alteração de densidade dos diversos órgãos. Embora a detecção de anormalidades estruturais seja extremamente eficiente na confirmação de diversos tumores, por vezes essas mesmas alterações não são ainda visíveis pelas técnicas mais avançadas atualmente em Tomografia Computadorizada. Contudo, alterações moleculares ou funcionais já podem estar presentes nas células acometidas pelo câncer. Com o uso da Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET), pode-se registrar a anormalidade funcional com o intuito de identificar o local do tumor, antes mesmo que anormalidades estruturais sejam perceptíveis pela CT. Para a realização deste exame não é necessária a administração de contrastes iodados por via endovenosa, exigindo-se apenas a administração de uma quantidade muito pequena de um tipo especial de glicose (açúcar) que, por sua vez, não provoca reações alérgicas ou efeitos colaterais de qualquer natureza. Como a maioria dos tumores é ávida por açúcar, pode-se detectar a área acometida pela doença e assim planejar a melhor forma de tratar o paciente. O ultrassom é solicitado ao paciente com indicação de obter imagens que possibilitam o estudo da anatomia e a identificação de doenças em vários órgãos do corpo humano. As ondas de ultra-som emitidas pelo aparelho interagem com os órgãos do corpo humano e retornam ao aparelho que as emitiu. Conforme a natureza do órgão sobre o

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qual o ultra-som incide, sua composição identifica se há ou não doença, as ondas serão refletidas de maneira distinta e as imagens compostas permitirão ao médico que interpreta realizar diagnósticos precisos. A ultra-sonografia é um método seguro, pois as ondas sonoras não promovem nenhum tipo de agressão as células do corpo humano. Por isso, mulheres grávidas e crianças podem ser submetidos a exames repetidos sem que exista aumento do risco para estes pacientes. Por outro lado, a ma-

mografia é uma radiografia das mamas sendo o principal método de imagem para o rastreamento populacional do câncer de mama e avaliação das doenças mamárias. Ela é capaz de detectar pequenos tumores que não determinam sintomas, o que associado ao tratamento adequado aumentam as chances de cura da doença. Mulheres que realizam mamografias periódicas apresentam uma taxa de mortalidade significativamente menor pelo câncer de mama.

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“O equipamento de medicina nuclear realiza a leitura dos radioisótopos por meio da radiação emitida (cintilografia), fornecendo informações quanto à função e o metabolismo dos órgãos em avaliação.”

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Equipamento Somatom Definition Flash – Siemens Exames de alta qualidade para visualização das artérias coronárias com o mínimo de dose de radiação possível são as principais características do mais novo equipamento de tomografia computadorizada do Hospital do Coração (HCor). Na avaliação das artérias coronárias por tomografia, a alta qualidade de imagem com grande definição e precisão na definição das lesões necessita de aquisições ultrarrápidas que permitam o congelamento da imagem do coração em movimento. Esta é uma das qualidades do equipamento Somatom Definition Flash, que tem a maior resolução temporal do mercado, podendo atingir reais 75 milésimos do segundo. Isto só pode ser obtido pela presença de dois tubos de raio-X que funcionam simultaneamente, diminuindo pela metade o tempo de aquisição de imagens. A aquisição de imagens cobrindo todo o coração é obtida dentro de um único batimento cardíaco em um piscar de olhos. Toda esta velocidade permite olhar as artérias coronárias que estão em constante movimento rápido e complexo em imagens completamente estáticas e com perfeita delimitação das bordas. Isto leva a diagnósticos mais precisos e rápidos das estenoses coronárias. Os equipamentos antigos de 64 colunas de detectores tinham como característica básica realizar angiotomografias de coronárias com relativamente alta dose de radiação. A alta velocidade de aquisição associada a novos processos de aquisição e reconstrução de imagens permitiram a redução drástica da dose de radiação no novo equipamento Definition Flash. As angiotomografias de coronárias podem ser hoje obtidas com doses menores do que 1 mSv, o que equivale a uma redução de mais de 10 vezes a dose de radiação das antigas máquinas de 64 detectores. Assim, com excelente qualidade de ima24

gem e a muito baixa dose de radiação para o paciente, em protocolos bem desenhados, podemos dar ao paciente o melhor e contribuir de forma definitiva para o diagnóstico da doença arterial coronária, estratificação prognóstica e manejo do paciente. Inovações advindas desta nova tecnologia ainda incluem a possibilidade da realização de perfusão miocárdica do paciente com doença coronária. Esta técnica permite avaliar e quantificar o déficit de sangue para o músculo cardíaco em uma região de uma artéria coronária com obstrução, o que pode ajudar a definir qual tratamento o paciente precisará fazer. Em outras palavras, podemos fornecer um mapa do fluxo de sangue no músculo do coração com alta definição. A integração das imagens anatômicas e de fluxo do sangue pode fornecer dados completos que permitem ao clínico e cardiologista definir a conduta a ser seguida para o paciente com segurança, rapidez e qualidade.

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Hospital do Coração inaugura UTI Cardiopediátrica e se consolida como referência no atendimento a neonatos e crianças portadoras de cardiopatias congênitas

Além do aparato tecnológico, unidade conta com aparelho de assistência circulatória artificial utilizado a beira do leito, considerado o mais moderno na área pediátrica como suporte artificial coração-pulmão O HCor inaugurou recentemente, no dia 25 de maio, a UTI Cardiopediátrica para um atendimento humanizado de neonatos, lactentes, crianças e também adolescentes internados para o tratamento clínico e cirúrgico de cardiopatias congênitas. A nova unidade conta com equipe especializada para o acompanhamento de crianças que passaram pelo serviço de cirurgia cardíaca pediátrica – e dispõe também da mais elevada tecnologia em diagnóstico por imagem seja pré-natal, précirúrgico, intra-operatório ou pós-operatório. Além de todo aparato tecnológico, o HCor conta com um diferencial na UTI Cardiopediátrica - o ECMO - aparelho de assistência circulatória artificial utilizado a beira do leito, que é considerado o mais moderno equipamento na área pediátrica como suporte artificial coração-pulmão. Para manuseá-lo, foi criado o ECMO Team - time de assistência circulatória a beira do leito. A equipe, que recebeu treinamento em Pittsburgh (EUA) - um dos maiores centros de assistência circulatória mecânica do mundo - tem como objetivo atuar sempre que uma grave complicação intra ou pós-operatória colocar em risco a função cardiopulmonar da criança. “O time composto por médico, enfermeiro e perfusionista está disponível 24 horas por dia e entra em ação sempre que a assistência circulatória mecânica a beira do leito se fizer necessária, além de atuar em tempo integral até a recuperação da função cardíaca 28

ECMO

aparelho de assistência circulatória artificial

da criança”, explica o coordenador médico responsável pela UTI Cardiopediátrica do HCor, Dr. Carlos Regenga Ferreiro. Segundo Dr. Ferreiro, no HCor foram operadas de 2004 a 2010, 3309 crianças portadoras de cardiopatias congênitas - com uma

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Matéria de Capa média de 472 cirurgias por ano. No ano passado foram realizados 415 procedimentos hemodinâmicos, sendo que aproximadamente 40% deles foram de neonatologia (recém-nascidos com até um mês de vida). “As patologias foram as mais variadas, porém 60% delas eram cardiopatias congênitas complexas. Dentre os neonatos uma patologia frequente foi a síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (raro defeito congênito do coração, caracterizado pela não formação do ventriculo esquerdo ), no qual o HCor realiza um procedimento híbrido, que envolve a equipe cirúrgica juntamente com a hemodinâmica. Esse procedimento, em que a Instituição é referência, evita que o recém-nascido seja submetido a cirurgia com circulação extracorpórea no período neonatal - que é uma das principais causas de desequilíbrio orgânico após a cirurgia, o que aumenta consideravelmente a morbi-mortalidade ”, esclarece Dr. Ferreiro. A nova UTI Cardiopediátrica do HCor foi desenvolvida seguindo um dos mais modernos projetos em termos de adequação do espaço físico às normas estabelecidas em lei, que prevêem um espaço físico distinto e individualizado para os neonatos, além de uma equipe médica e multidisciplinar também individualizada e especializada para a assistência a este grupo tão especial de pacientes. Um outro ponto importante na nova UTI Cardiopediátrica do HCor está na arquitetura do local, que foi elaborada seguindo os mais modernos

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conceitos de utilização de cores e texturas que, além de diminuir nas crianças o estresse e o medo da internação, permite que o pai ou a mãe acompanhe confortavelmente em tempo integral a criança, enquanto a mesma permanecer na Unidade de Terapia Intensiva. Com taxas de ocupação média superiores a 92% nos últimos quatro anos, a Instituição amplia agora sua capacidade de atendimento com a inauguração de uma nova Unidade de Terapia Intensiva Cardiopediátrica com 19 leitos individualizados, sendo 11 leitos destinados à lactentes, crianças e adolescentes com até 16 anos e oito leitos para neonatos (recém-nascidos com até 30 dias de vida). Considerado referência no atendimento de crianças com cardiopatias congênitas, o HCor apresenta índices de sucesso comparáveis aos melhores centros de tratamento dessas moléstias no mundo. “Com a inauguração desse novo espaço dedicado exclusivamente a crianças e neonatos, a Instituição afirma que essa população infantil contará com estratégias de diagnóstico e terapêutica mais avançadas e adequadas à sua condição, em um ambiente confortável para ela e seus familiares, adicionando a mais alta tecnologia à uma equipe assistencial multiprofissional que atua 24 horas por dia, focada em competência aliada à humanização”, explica Dr. Carlos Regenga Ferreiro, coordenador médico responsável pela UTI Cardiopediátrica.

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QUALIDADE

Hospital do Coração,

Uma Instituição com Qualidade Internacional Instituição conquista pela segunda vez a certificação da JCI e avança para ser acreditado como instituição que melhor trata doenças do coração como Insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio. O HCor - Hospital do Coração, em São Paulo, é uma instituição que trabalho continuamente para garantir as melhores praticas, esta constatação é feita a cada auditoria da JCI - Joint Commission Internacional - um dos mais importantes selos de qualidade e segurança do país e do mundo, representada no Brasil pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA). nas auditoria são avaliadas conformidades em 1138 elementos de mensuração com 98,33% de efetividade, um recorde entre os acreditados no Brasil. Acreditado em 2006, 2009 e renovando em 2011, o método segue as recomendações internacionais de segurança e garantia de melhores praticas por meio de analise de indicadores referentes a recomendam uma maior interação dos pacientes nas Instituições de saúde, protocolos, procedimentos e rotinas com foco na gestão e no cuidado do paciente e família . “Este grau de eficiência é possível graças à experiência profissional e qualificação das equipes que trabalham de forma integrada e participativa, capaz de executar suas funções com a qualidade e segurança que caracterizam o cuidado integrado ao paciente. A cada reacreditação afirma a posição da Instituição entre os melhores Hospitais do país e do mundo”, explica a Superintendente de Qualidade e Responsabilidade Social do HCor, Bernardete Weber. A OMS - Organização Mundial da Saúde - definiu programas que permitem reduzir riscos à saúde utilizando recursos de segurança, muito simples como evitar quedas, lavar as

mãos, verificar a correta administração de medicamentos, uso correto da tecnologia, entre outras ações que podem aumentar a segurança dos pacientes. A segurança, portanto, está diretamente associada à qualidade da gestão hospitalar que proporciona uma equipe muito bem preparada, com foco no paciente e na família aliado a um ambiente com recursos necessários para oferecer o tratamento e um relacionamento digno e respeitoso em um ambiente acolhedor e confortável. “Outra vantagem para a comunidade que utiliza um hospital acreditado como o HCor é o padrão dos colaboradores de todas as áreas que passam pelo crivo dos auditores, onde são validados os diversos programas de capacitação e educação ,para garantir eficiência e eficácia no manejo e no cuidado com doente e familia. Alguns padrões, considerados fundamentais, são reavaliados e aprimorados constantemente no HCor, entre eles, melhoria da qualidade e segurança do paciente, educação e qualificação de profissionais, gerenciamento do ambiente hospitalar, segurança e da informação, entre outros”, esclarece a Superintendente.

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Matéria de Capa A importância da Acreditação Hospitalar

A Acreditação é uma Metodologia de avaliação que contempla todas as atividades que acontecem dentro de um hospital, e são organizadas para evitar falhas ou erros no cuidado do paciente, desde registros e identificações corretos, cuidados na administração de medicamentos, cirurgias e procedimentos com anestesia seguros, vigilância para a lavagem de mãos, cuidados com o ambiente e os equipamentos, entre outras medidas descritas nos procedimentos operacionais. Tudo isto

controlado por indicadores comparados melhores Hospitais do Brasil e do mundo. “Para nós, o desafio este ano é obter o selo de qualidade como o Hospital que melhor trata as doenças do coração, por meio da certificação dos programas de cuidados clínicos em cardiologia. O que significa estar em conformidade com os mais avançados padrões internacionais de qualidade técnica em cardiologia”, afirma a Superintendente.

Hospital do Coração amplia atendimentos de estrangeiros em busca de tratamentos médicos De acordo com dados divulgados em 2004 pelo Ministério do Turismo/Embratur, houve um aumento na procura de tratamentos médicos no Brasil. Área crescente no país nos últimos seis anos, o chamado “Turismo de Saúde” tem sido uma prática de pacientes estrangeiros que buscam hospitais e médicos para o diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças. Segundo o Ministério do Turismo, o estrangeiro que vem ao Brasil por motivos de saúde é o que permanece por mais tempo no país (cerca de 22 dias), com gasto médio de 120 dólares por dia. Ao todo, aproximadamente 200 mil estrangeiros já vieram ao Brasil nos últimos anos para tratamento médico. Para atender a esta demanda, muitos hospitais estão se aprimorando. Além de adaptar sua rotina administrativa visando facilitar o atendimento desses pacientes, os hospitais buscam certificações como a Joint 32

Comission International para obter reconhecimento da qualidade internacionalmente. O HCor – Hospital do Coração, conta com um departamento especializado para atender e acompanhar estes pacientes em sua passagem pelo hospital. Alocada na Gerência Comercial, a Coordenação de Relacionamento com Pacientes Internacionais auxilia em questões culturais como idioma, adaptação ao ambiente hospitalar brasileiro e à alimentação, entre outras necessidades. Entre os pacientes estrangeiros mais atendidos estão àqueles vindos de países que compõem a América do Sul e de países da África, como é o caso de Angolanos. De acordo com a Gerente Comercial do HCor, Fernanda Crema, houve um aumento na procura por atendimentos especializados no Brasil, por conta da qualidade dos procedimentos realizados no país. “Estamos certos que o reconhecimento do HCor e de seu corpo clínico vem

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Fernanda Crema Gerente Comercial do HCor também de nossa contribuição científica em nível mundial, incluindo publicações de trabalhos, pesquisas e apresentações em congressos internacionais”, explica a Gerente Comercial. “Nossa meta é manter e ampliar o nosso reconhecimento internacional como um hospital altamente qualificado, no que diz respeito à tecnologia de ponta e assistência diferenciada ao paciente. Para isso, contamos com o auxílio de todos os setores do hospital para exercer o atendimento de excelência ao qual nos propomos”, relata Fernanda Crema. Outro atrativo para o Turismo de Saúde é o preço. Países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil investem em novas tecnologias e buscam difundir novos tratamentos. Prova disso são as

diversas pesquisas clínicas realizadas no país que são aplicadas e reconhecidas mundialmente. Os tratamentos em sua maioria são considerados mais baratos e trazem em sua bagagem a mesma qualidade aplicada em outros países. O HCor, reacreditado pela Joint Comission International acredita que o selo de certificação auxilia os pacientes internacionais na procura de hospitais de excelência e que possui qualidade necessária para atender esse público. “A certificação pela Joint Comission International garante o padrão de qualidade do atendimento internacionalmente, e faz do HCor um dos destinos mais seguros para tratamentos médico-hospitalares”, completa Fernanda. Revista NewCor News

“Nossa meta é manter e ampliar o nosso reconhecimento internacional como um hospital altamente qualificado, no que diz respeito à tecnologia de ponta e assistência diferenciada ao paciente.”

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Matéria de Capa IEP

Instituto de Ensino e Pesquisa HCor destaca-se por projetos em parceria com o Ministério da Saúde

O Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do HCor tem como diferencial o desenvolvimento, execução e publicação de pesquisas clínicas inéditas nacionais e internacionais de larga escala. Além de seus projetos próprios, o HCor assumiu o papel de coordenador nacional em projetos multicêntricos internacionais de grande porte mediante parceria com Institutos de Pesquisa de Excelência da América do Norte, Europa, Austrália, Nova Zelândia, Índia, entre outros países. O IEP dispõe de uma equipe de médicos pesquisadores e possui uma série de iniciativas e apoio das diversas áreas da Instituição como Setor de Arritmias, Hemodinâmica, Cirurgia Cardíaca e não cardíaca, Unidade Coronária, Emergência, Terapia Intensiva, Cardiopediatria, Cardiologia, Setor de Diagnóstico por Imagem, Nutrição, Psicologia, entre outros. O objetivo do Instituto é ter foco em pesquisa clínica, isto é, identificar quais exames diagnósticos são mais precisos e quais são as curas e tratamentos mais eficazes para as doenças cardiovasculares e não cardiovasculares. Além de ter como principal parceiro o Ministério da Saúde na condução dos projetos de pesquisas. O HCor possui convênio de Apoio Institucional ao Sistema Único de Saúde – SUS. Além do atendimento gratuito prestado pela instituição à população mais necessitada na área de cardiologia pediátrica, o HCor contribui de forma importante na questão de avaliação de tecnologias em saúde, em programas de melhoria de qualidade assistencial no SUS, na condução de pesquisa clínica que gere conhecimento relevante para a melhoria de saúde da população e capacitação de 34

recursos humanos ligados ao SUS, além de apoiar instituições de ensino comprometidas com igualdade e inclusão social. Além de qualificar a rede de atendimento pré-hospitalar, o HCor investe no aprimoramento do atendimento de emergência. Assim, a Instituição possui um programa de eficácia de melhoria de qualidade assistencial, denominado Bridge, que visa melhorar o atendimento de infarto do miocárdio (ataque cardíaco) em emergência da rede pública de todo o País. Com mais de 30 anos de experiência no atendimento deste tipo de doença, o HCor desenvolveu uma série de ferramentas de fácil aplicação, as quais garantem que todos os pacientes sejam atendidos de forma rápida e recebam intervenções com benefício comprovado. Na área de avaliação de novas tecnologias, o HCor, em parceria com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, desenvolveu e testou a eficácia de um coração artificial e de uma bomba centrífuga, ambos com tecnologia de ponta nacional e que poderão beneficiar um grande número de pacientes com doenças cardíacas avançadas. Espera-se que estes dispositivos possam ser oferecidos, em um futuro próximo, para pacientes necessitados que normalmente não teriam acesso a este tipo de intervenção, caso o País fosse dependente de tecnologia estrangeira. O IEP idealizou e coordenou de forma inédita e em todo território nacional, o maior estudo clínico da história na área de prevenção de nefropatia (lesão ou doença renal) induzida por contraste, em pacientes submetidos a procedimentos angiográficos (método de visualização dos vasos sanguíneos) diagnósticos e

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Matéria de Capa terapêuticos. O estudo, denominado de ACT Trial, avaliou a eficácia da acetilcisteína (um antioxidante) em prevenir problemas renais que podem acometer pacientes que realizam exames com contraste, como o cateterismo cardíaco. Antes da aplicação do contraste para a realização do cateterismo, são administradas uma a duas doses de acetilcisteína e, logo após o término do exame, são aplicados mais duas a três doses. O objetivo do estudo ACT Trial é reduzir o risco renal em pacientes com predisposição à doença como diabéticos, maiores de 50 anos e com problemas de insuficiência renal durante o uso de contrastes. Segundo o Diretor do IEP HCor, Dr. Otávio Berwanger, pelo número de Instituições envolvidas, este estudo multicêntrico representou um dos maiores já realizados em território nacional, principalmente por não contar com o auxílio de Instituições estrangeiras. “Iniciativas como essa colocam o HCor em uma posição de destaque dentro do cenário da pesquisa clínica nacional e internacional”, acrescenta o Dr. Berwanger. Os pesquisadores do IEP acabaram de finalizar, juntamente com pesquisadores de outros seis países, a fase inicial de um estudo que tem a missão de reunir, em uma única pílula, quatro medicamentos para prevenir doenças cardiovasculares, a principal causa de mortes no Brasil e no Mundo. Conhecida como polipílula, o medicamento tem como principal objetivo prevenir problemas de risco cardiovascular moderado, reduzir a pressão arterial e controlar o colesterol. Ela combina em um único comprimido os compostos da Aspirina (que previne entupimento dos vasos sanguíneos do coração)em baixa dosagem, a Sinvastatina (controlador de colesterol) e de dois medicamentos para controle da pressão arterial Lisinopril e Hidroclotiazida (ou beta-bloqueador). As vantagens desta polipílula para pacientes predispostos a problemas cardiológicos são a adesão ao 36

tratamento (visto que é necessária uma única dose por dia e portanto facilita a vida dos pacientes) e custo (muito inferior ao valor dos quatro medicamentos somados). Segundo o Dr. Berwanger, a polipílula combina um princípio ativo que evita o entupimento de artérias do coração, outro que baixa os níveis de colesterol no sangue e dois para reduzir a pressão. Considerado referência em cardiologia e cirurgias cardíacas de alta complexidade e atuando há aproximadamente 30 anos em Cardiologia Pediátrica, o HCor – Hospital do Coração firmou no final de 2008 uma parceria filantrópica com o Ministério da Saúde para atender e tratar bebês e crianças portadoras de cardiopatias congênitas graves. Nesse contexto, a parceria entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e HCor, por meio do Projeto Mãe Paulistana realiza, após triagem feita pela Rede Pública, o diagnóstico precoce e acompanhamento do feto cardiopata desde a sua formação até o nascimento. O atendimento fornecido pelo HCor para fetos e crianças portadoras de cardiopatias congênitas tem o seu início a partir do atendimento realizado pelo SUS. Caso os exames realizados pela rede pública durante o prénatal constatarem problemas cardíacos no feto, a gestante é encaminhada via Central de Regulação para fazer o ecocardiograma fetal. Uma vez confirmada a malformação do coração, gestante e neonato são atendidos no HCor, que prestará a eles todo o atendimento médico especializado, assim como o suporte da equipe multidisciplinar. Com a finalidade de oferecer aos pacientes todo o atendimento e auxílio de que necessitam no que diz respeito ao tratamento cardiológico nas fases pré-natal e pós-parto, a parceria tem como objetivo aumentar a taxa de detecção pré-natal de cardiopatias congênitas tratá-las precocemente e oferecer a gestante, bebê e família um atendimento

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Dr. Otávio Berwanger, Diretor do IEP HCor. multidisciplinar especializado e humanizado. Investindo na capacitação de bons profissionais, o HCor possui uma parceria com o Instituto Afro Brasileiro de Ensino Superior que oferece gratuitamente cursos técnicos em enfermagem. A parceria filantrópica tem como objetivo proporcionar uma melhor qualificação profissional e ampliar expressivamente as oportunidades de trabalho, por meio de todo aparato tecnológico e científico oferecido pelo HCor e sua equipe. A Instituição oferece toda a estrutura necessária (logística, tecnológica e acadêmica) para auxiliar na formação de estudantes afro-descendentes. Para isso foram construídas duas salas de aula com ca-

pacidade para 50 alunos, biblioteca especializada, laboratório para aulas práticas com recursos materiais e tecnológicos de última geração como, por exemplo, os manequins de simulação que permitem maior aprendizado do conteúdo aplicado e menores chances de erros na prática assistencial. Outro diferencial do curso técnico em enfermagem é oferecer estágios nas áreas do HCor como unidade de terapia intensiva adulto e pediátrica, centro cirúrgico, central de material e unidades de internação de longa permanência. Esses alunos poderão usufruir dos melhores hospitais do SUS para a habilitação técnica exigida e necessária na profissão Revista NewCor News

“HCor, por meio do Projeto Mãe Paulistana realiza, após triagem feita pela Rede Pública, o diagnóstico precoce e acompanhamento do feto cardiopata desde a sua formação até o nascimento.”

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Projeto de filantropia do HCor leva segurança e qualidade para UTI’s dos hospitais públicos do Brasil Como parte dos projetos filantrópicos dos hospitais de excelência junto ao Ministério da Saúde, desde 2009 o Hospital do Coração vem auxiliando alguns hospitais públicos do país na padronização do atendimento em suas unidades de terapia intensiva (UTI). Esta ação faz parte da parceria entre o HCor e o Ministério para melhoria de 18 UTI’s das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Conhecido como QUALITI (Aprimoramento de Qualidade Assistencial em Terapia Intensiva), o Projeto é dividido em quatro fases e teve início com visitas técnicas, seguidas de diversas ações para melhoria de qualidade assistencial, incluindo videoconferências, cursos de especialização e pós-graduação promovidos por uma equipe do HCor aos profissionais da saúde que lidam diretamente com os pacientes de UTI. O QUALITI visa a aprimorar a qualidade assistencial no cuidado a pacientes internados em unidades de tratamento intensivo de hospitais em regiões geograficamente distantes no Brasil, pela adoção de práticas médicas baseadas em evidências e adaptadas à realidade local. A primeira fase do projeto (QUALITI I), foi composta por visitas aos hospitais e UTI’s participantes do projeto, para a avaliação detalhada das estruturas, processos e resultados trazidos pela UTI, com o objetivo de elaborar proposta de projetos individuais para melhorias assistenciais nesses locais. A segunda fase (QUALITI II) está em andamento com o Programa de Atualização em UTI’s interligando as 18 UTI´s participantes ao 38

HCor, por meio de videoconferências periódicas (a cada 3 semanas) iniciadas em agosto de 2010. Nestas videoconferências são debatidos temas relacionados à qualidade em UTI e de assistência em medicina intensiva. Neste ano, a terceira fase do projeto (QUALITI III) prevê a realização dos cursos semipresenciais de pós-graduação lato sensu em medicina intensiva e em terapia intensiva para enfermeiros. Paralelamente, estão sendo realizados nos locais onde estão as UTI’ s, cursos de FCCS (Fundamental Critical Care Support) e BLS (Basic Life Support), todos promovidos pelo HCor. “Em abril o HCor recebeu 17 profissionais de 9 UTI’s, coordenadores de enfermagem e médicos das UTI’s participantes, para o “Intercâmbio HCor e UTI’s tuteladas QUALITI: Boas Práticas em Gestão Hospitalar. Em junho, houve o II Intercâmbio com a participação de 30 profissionais das outras 9 UTIs” explica o Coordenador Médico responsável pelo Projeto Qualiti no HCor, Dr. Alexandre Biasi Cavalcanti. Nestes eventos os participantes tiveram a oportunidade de assistir a palestras - sobre temas relevantes para boa gestão de uma UTI - ministradas por diversos colaboradores do HCor. Acima de tudo, puderam interagir e conhecer de perto diversas ferramentas úteis de gestão que podem ser aplicadas em suas unidades para melhorar a qualidade assistencial. Desde fevereiro, esse intercâmbio é consolidado pela visita de alguns dos responsáveis pelo projeto no HCor às UTI’s para o acom-

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Dr. Alexandre Biasi Cavalcanti. Coordenador do Projeto Qualiti no HCor panhamento e aplicação dos métodos e procedimentos trazidos ao longo do QUALITI. “Os desafios serão muitos, mas as potencialidades também. O papel das lideranças e dos profissionais envolvidos no QUALITI é fundamental para o sucesso do programa, que promove o aprimoramento de qualidade e significa uma mudança de cultura dos profissionais da saúde no tratamento aos pacientes em UTI’s”, finaliza Dr. Cavalcanti. O Programa de Atualização em Terapia Intensiva do QUALITI são reuniões científicas realizadas a cada 21 dias, envolvendo todas as UTI´s participantes por videoconferência, onde são abordados temas importantes da assistência em UTI. Os palestrantes são lideranças em UTI com com-

petência nacionalmente reconhecida em seus temas. As apresentações são sempre dirigidas ao cuidado multidisciplinar integrado em UTI. Para isso, em cada reunião, temos a apresentação de um médico e de um enfermeiro, fisioterapeuta ou psicólogo que atua em UTI. “Outro projeto que temos é a avaliação de novas tecnologias também vinculadas a cardio-pediatria, que é o uso de algumas tecnologias novas usadas fora do país em que nós estamos testando para ver a adequação de uso ou não ao SUS. Hoje, temos 24 projetos desenvolvidos pelo SUS”, finaliza o Superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor, Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota. Revista NewCor News

“O QUALITI visa a aprimorar a qualidade assistencial no cuidado a pacientes internados em unidades de tratamento intensivo de hospitais em regiões geograficamente distantes no Brasil.”

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“Compromisso com a vida. Compromisso com a evolução” O HCor – Hospital do Coração está ingressando em uma nova fase marcada por grandes evoluções. Reconhecido nacionalmente pela excelência na cardiologia, a instituição vem ampliando nos últimos anos seu leque de especialidades e sua estrutura física para poder oferecer aos pacientes o que há de mais avançado na área de saúde. “Estamos estendendo toda a qualidade de serviços da instituição para novos segmentos. Nosso carro-chefe continua sendo a cardiologia, pois somos referência nesta especialidade, mas ampliamos expressivamente as áreas de atuação”, afirma o superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor, Luiz Henrique de Almeida Mota. Baseado em um novo posicionamento que será a assinatura do HCor em sua próxima campanha publicitária, “Compromisso com a Vida. Compromisso com a Evolução”, a instituição ressalta que além de possuir excelência na cardiologia o hospital oferece também novas especialidades focadas nas preocupações da vida moderna e do crescimento acentuado da prática esportiva sem orientação. Na esteira destas necessidades é que foram criadas unidades como o Instituto do Joelho, Centro de Obesidade, Instituto do Sono, Medicina Reprodutiva, Centro de Tratamento de Dores na Coluna e, futuramente, um Centro de Atenção ao Paciente Oncológico. “Estamos acompanhando a evolução do mercado de saúde e dando ênfase ao tratamento das patologias de maior incidência”, acrescenta Dr. Mota. Na área de ensino e pesquisa o HCor também vem se fortalecendo como gerador 40

de conteúdo científico. Por meio do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP-HCor), a instituição vem ganhando projeção nacional e internacional pela coordenação de grandes projetos na área de saúde. Por conta da assinatura do convênio com o Ministério da Saúde de “Apoio Institucional ao Sistema Único de Saúde – SUS”, em novembro de 2008, o Hospital passou a desenvolver vários projetos que impactam diretamente a saúde da população como, por exemplo, o sistema de telemedicina para análise de eletrocardiogramas feitos pelas ambulâncias do SAMU em nível nacional. “Os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) têm à disposição nas ambulâncias do SAMU um sistema que, por meio de sinais sonoros transmitidos por um telefone celular, repassa os batimentos cardíacos para uma central que codifica esses dados e os envia para o HCor. O Hospital por sua vez, por meio de uma equipe de cardiologistas, analisa os traçados da vítima e repassa o laudo para a equipe do SAMU nas ambulâncias. A partir daí os socorristas avaliam os procedimentos que devem ser aplicados no paciente no momento do resgate”, explica Dr. Mota. Só para se ter uma ideia do alcance do projeto, entre novembro de 2009 e maio deste ano foram analisados quase 7 mil eletrocardiogramas. Outro projeto filantrópico que proporciona um aprimoramento significativo na área da saúde pública é o Qualiti (Qualidade em Terapia Intensiva), que leva capacitação profissional e segurança para as UTIs de 18 hospitais das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Por meio de um programa de atu-

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Dr. Luiz Henrique de Almeida Mota Superintendente Médico e de Relações Institucionais do HCor alização científica desenvolvido pelo HCor e oferecido aos profissionais que atuam nessas unidades, o Qualiti visa à melhoria da qualidade assistencial no cuidado a pacientes internados em unidades de tratamento intensivo de hospitais em regiões geograficamente distantes no Brasil. “Estamos disseminando o conhecimento e levando a excelência do HCor para várias regiões do país”, afirma Dr. Mota. Mesmo com novos projetos de alcance nacional na área de filantropia, o HCor mantém sua vocação na área de cardiopediatria com o atendimento de crianças cardiopatas. Considerado uma das principais referências nesta especialidade, o hospital realizou 3309 cirurgias de alta

complexidade em crianças com cardiopatias congênitas, entre 2004 e 2010, sem contar os 415 procedimentos hemodinâmicos feitos só no ano passado, sendo que 40% deles foram de neonatologia (recém-nascidos com até um mês de vida). Ainda direcionado à filantropia, o HCor está criando o Instituto Social Hospital do Coração, que possibilitará atuar na gestão de hospitais públicos de São Paulo e levar seu padrão de qualidade para o atendimento de pacientes das redes municipais e estaduais. Com isso, a instituição reafirma ainda mais seu compromisso com a saúde da população. Compromisso com a vida, compromisso com a evolução. Revista NewCor News

“HCor mantém sua vocação na área de cardiopediatria com o atendimento de crianças cardiopatas. Considerado uma das principais referências nesta especialidade”

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Artigo

O projeto do

Coração Artificial Auxiliar (CAA) Dr. Eng. Aron José Pazin de Andrade,

1. Introdução

1.1 Assistência Ventricular O projeto do Coração Artificial Auxiliar (CAA) teve início em Setembro de 1997 no Instituto “Dante Pazzanese” de Cardiologia (IDPC) como resultado da cooperação entre o Instituto e o Baylor College of Medicine de Houston (Texas), Estados Unidos. Utilizou-se como base a tecnologia do Coração Artificial Total desenvolvida e testada pelo Baylor College. A proposta de desenvolvimento de um Coração Artificial Auxiliar que pudesse ser implantado em paralelo ao coração natural do paciente é inédita e inovadora. O CAA eletromecânico poderá ser totalmente implantável e, desta forma, poderá ser utilizado por até cinco anos. A maioria dos pacientes cardíacos, possíveis candidatos a um transplante poderão ser beneficiados com o CAA a um custo inferior aos similares com propulsão eletromagnética ou pneumática. Além disto, com o Coração Auxiliar não existe a necessidade da retirada do coração natural, como é o caso da utilização do Coração Artificial Total, evitando, assim, a eliminação de todo o balanço e controle fisiológico das pressões e fluxos sangüíneos que é realizado pelo coração natural (Andrade, 1998).

1.2 Suporte Biventricular como Ponte para Transplante e Coração Artificial Atualmente, o transplante cardíaco é reconhecido como sendo a melhor terapia em casos terminais de doenças cardíacas graves. Todavia, devido às dificuldades encontradas no sistema de captação de órgãos, muitos candidatos a receberem um transplante cardíaco morrem enquanto esperam por um doador. Esta discrepância entre possíveis receptores e doadores disponíveis gera uma grande necessidade de dispositivos de assistência circulatória para suporte à vida destes pacientes 42

enquanto esperam pelo transplante cardíaco. A assistência circulatória mecânica foi usada inicialmente em falência cardíaca no pós-operatório, porém mais recentemente, este tipo de equipamento tem sido usado para suporte cardíaco (ponte para transplante), até que um doador de coração se torne disponível para a realização do transplante. O primeiro uso clínico de um coração artificial como ponte para transplante foi realizado em 1969 por Cooley, quando ele implantou um dispositivo suportando a vida do paciente por 64 horas até que um doador cardíaco se tornasse disponível para o transplante.

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1.3 Descrição Coração Artificial Auxiliar O Coração Artificial Auxiliar (CAA) é um dispositivo eletromecânico, em que o fluxo obtido é pulsado através de ejeção alternada das câmaras de bombeamento, esquerda e direita. A ejeção é realizada por um motor “Brushless” (sem escovas) de corrente contínua (BLDC) que é acondicionado em um corpo central de alumínio. O motor BLDC trabalha em ambos os sentidos de rotação e através de um atuador mecânico, um parafuso planetário de roletes, seu movimento de rotação é transformado em deslocamento linear dos diafragmas (Andrade, 1998). O projeto CAA é composto de três módulos ou Sub-Sistemas: 1) A unidade de bombeamento (Sub-Sistema CAA) é composta de: duas câmaras de bombeamento de sangue com placas propulsoras e diafragmas, um atuador mecânico que movimenta os diafragmas e um conversor de

energia composto por motor elétrico sem escovas de corrente contínua (BLDC). 2) O dispositivo de volume variável (SubSistema Câmara de Complacência) previne sucção ou aumento da pressão no espaço entre os diafragmas, esquerdo e direito, das câmaras de bombeamento de sangue. Estas variações nas pressões podem ocorrer devido a diferenças na velocidade de enchimento e de ejeção das duas câmaras. 3) O terceiro módulo (Sub-Sistema Elétrico) é composto de todos os componentes elétricos do CAA, sendo um conjunto de baterias e um controlador (Andrade, 1998). Os principais componentes do Sub-Sistema CAA são: a) As bombas esquerda e direita; b) O corpo central; c) O sistema de acionamento eletromecânico; d) A placa suporte e o parafuso de roletes; e) As placas propulsoras e os diafragmas; f) Os conectores de entrada e de saída, conforme a Figura 1. Câmera esquerda Diafragma Placa Propolsora esquerda Placa Suporte Eixo Estabilizador

Imã Parafuso de Roletes Sensor Hall para placa propulsora esquerda

Sensor Hall para placa suporte

Estator do Motor

Imã

Rotor do Motor

Bucha guia estabilizadora Placa Propulsora Direita

Câmara Direita

Figura 1. Desenho Esquemático da montagem dos componentes do Coração Artificial Auxiliar (CAA). Revista NewCor News

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2. Ensaios Realizados 2.1 Testes “In Vitro” Os testes “in vitro” realizados estão descritos a seguir:

e avaliar o impacto do dispositivo em relação à hemólise. Nesses testes foram obtidos valores de Índice Normaliza2.1.1 Ensaios hemo- do de Hemólise (NIH) do CAA dinâmicos – realizados com com 3 diferentes velocidades o objetivo de: determinar do motor (720, 900 e 1.200 volume de ejeção estática rpm). O CAA apresentou baixversus o deslocamento do di- os índices hemolíticos para afragma; simular sistema cir- todas as velocidades do moculatório humano; comparar tor estudadas. os resultados com outros tipos de bombas; verificar a 2.1.3 - Ensaios de resposta da bomba para a visualização de fluxo - As operação com enchimento características do fluxo de limitado ao invés dos modos sangue exercem um papel de enchimento completo; importante na sobrevida dos verificar o desempenho hidrô- pacientes receptores de um dinamico; estudar o funcio- coração artificial. É muito imnamento geral do CAA como portante evitar-se áreas de Dispositivo de Assistência estagnação de fluxo que poVentricular Esquerda (DAV); dem facilitar a deposição de verificar a capacidade de res- sangue criando uma potencial posta ao enchimento; Identifi- embolização. Por isso foram car possíveis vazamentos nas realizados estudos a fim de conexões ou defeitos de fabri- analisar o comportamento do cação; verificar alterações na fluxo de sangue no dispositivo relação pressão e vazão (fluxo CAA. ou débito cardíaco em funOs resultados dos enção da pré-carga) operando saios mostraram que o CAA em frequência variável e em possui excelentes caracterísfrequência fixa de 100, 200, ticas hidrodinâmicas, não 130 e 140 bpm. apresentando áreas de estagnação do fluxo, regiões de re2.1.2 Ensaios de circulação ou turbulência no hemólise – realizados com o seu interior. objetivo de: analisar o desempenho do CAA como disposi2.1.4 Testes de durabilitivo de assistência ventricular dade – realizados a fim de ob44

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ter dados de durabilidade dos componentes e do sistema como um todo. Na primeira etapa de testes, para verificar a durabilidade de cada parte ou componentes do CAA, foram realizados testes de durabilidade sob condições semelhantes às fisiológicas, por um período total de 4 meses. Foi possível analisar a geração e a dissipação de calor. Na segunda etapa, foram construídos circuitos de testes compostos por: um CAA configurado como DAV esquerdo, um controlador eletrônico (não implantável), uma fonte de alimentação, uma caixa de acrílico com duas câmaras, um fluxômetro e um monitor multiparâmetro. Foram contabilizadas 200 horas de ensaio o que corresponde a 960.000 ciclos e nenhuma ocorrência de falhas mecânicas, elétricas ou de funcionamento do CAA foram registradas. 2.1.5 Ensaios de Segurança Elétrica Os ensaios de segurança em equipamentos eletromédicos têm como objetivo, verificar se as condições que geram riscos elétricos ao paciente estão dentro de limites


de segurança, onde não pos- ensaios preliminares de segusam causar riscos a saúde do rança elétrica, com objetivo paciente. de verificar riscos de choques elétricos ao paciente. 2.1.5.1 Correntes de fuga: Foram realizados os en2.1.5.2 Rigidez dielétrisaios de correntes de fuga per- ca: Em todos os pontos submanentes e auxiliares como metidos às tensões não houve

registro de centelhamento ou ruptura do dielétrico. Os resultados são considerados satisfatórios e não houve falha de isolamento. A Figura 2 mostra o DAV, o controlador eletrônico e a bateria utilizados nos testes.

Figura 2. Foto do Dispositivo de Assistência Ventricular (DAV), do controlador eletrônico e da bateria.

2.2. Avaliação “In Vivo” A fim de viabilizar a aplicação do dispositivo, foram realizados novos estudos com implante paracorpóreo do dispositivo, permitindo a visualização do funcionamento do dispositivo e detecção de possíveis coágulos no seu interior; monitorar a

temperatura do dispositivo; verificar o funcionamento das válvulas cardíacas artificiais e possibilitar uma rápida troca do dispositivo em caso de falhas; avaliar as alterações causadas pelo Dispositivo de Assistência Ventricular (DAV) ao organismo do animal e Revista NewCor News

analisar o desempenho do DAV funcionando em conjunto com o coração natural do animal. A Figura 3 mostra o dispositivo implantado em um animal, após 30 dias de experimento 45


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Figura 3. Dispositivo implantado em um bezerro de forma paracorpórea, após 30 dias de experimento Foram realizados seis experimentos com implante paracorpóreo, utilizando bezerros com características definidas e previamente selecionados. Durante todo o experi-

mento, foram realizados exames pré-operatórios e pósoperatórios. Após o óbito, foi realizada a necropsia do animal.

obtidos pode-se concluir que os dispositivos funcionaram corretamente e não causaram danos aos animais, estando aptos para utilização nas próximas fases de estudo, ou Analisando os resultados seja, em avaliações clínicas.

3. Referências ANDRADE, Aron. Projeto, Protótipo e Testes “In Vitro” e “In Vivo” de um Novo Modelo de Coração Artificial Toatl (TAH) por Princípio Eletro-Mecânico de Funcionamento. Tese de Doutorado, Campinas, 1998 Outras Informações:

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Dr. Eng. Aron José Pazin de Andrade, Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia / Departamento de Bioengenharia Av. Dr. Dante Pazzanese, 500, Ibirapuera, São Paulo, SP - CEP: 04012-180 Fone: 11-50856230 ou 11-50856041

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Controle dos Fatores de Risco Sem Medicamentos: Papel do Estilo de Vida Saudavel de Prevenção das Doenças Cardiacas.

Dr. Mario F. de Camargo Maranhão, médico cardiologista e Presidente do Instituto Qualivitae.

Um pequeno percentual da população dispende a maior parte da verba existente na assistência médica para as populações brasileira e mundial, com doenças devidas ao estilo de vida inadequado e maus hábitos. Isto é, as pessoas adoecem pela maneira que escolheram viver e não por situações independentes de sua vontade, como genética ou meio ambiente. Vários estudos científicos, demonstraram que 80% dos problemas de saúde se deve à problemas como tabagismo, inatividade física, alimentação incorreta, estresse emocional e do alcoolismo, levando não só a pandemia global das doenças cardiovascu48

lares, diabetes, obesidade, e do câncer prostático ou de mama, os quais são amplamente preveniveis e mesmo reversíveis, com adoção de hábitos saudáveis. Com relação à doença coronária, a maioria dos pacientes mostra obstruções que fatalmente levam ao infarto agudo do miocárdio e à morte súbita. Procedimentos como angioplastia coronária e cirurgia de revascularização miocárdica, com pontes de safena ou mamária, custam mais de 100 bilhões de dólares somente nos Estados Unidos. Apesar disso, as pontes arteriais ou venosas podem estar bloqueadas em alguns anos, e as artérias coronárias, em alguns meses após a angioplastia. Geralmente os médicos recomendam aos pacientes, após tais procedimentos, adotar um estilo de vida saudável, para evitar novos episódios ou para retardar o progresso da doença, como por exemplo, abandonar o cigarro, equilibrar a alimentação, praticar exercícios moderados e procurar conviver com o estresse psicológico. Apenas 10% deles, seguem as recomendações. Muitos acreditam que a solução dos problemas está no progresso da medicina, em novos medicamentos ou em técnicas sofisticadas e de alta complexidade, mas que representam igualmente custos elevados, e es-

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quecem que simples escolhas em suas vidas, são igualmente poderosas como drogas ou cirurgias, ou ainda melhores, como comprovou o cardiologista Dean Ornish, fundador do Instituto de Medicina Preventiva e Pesquisa e da Universidade da Califórnia de San Francisco. www.pmri.org Tais escolhas são particularmente eficazes em Cardiologia e estudos clínicos envolvendo grande numero de pacientes, demonstraram que as alterações no estilo de vida, podem prevenir até 90% das doenças cardiovasculares, com redução na perda de vidas preciosas e ajudando a controlar os custos na

saúde pública universal. Recentemente, o mesmo pesquisador e seus associados , publicaram o primeiro estudo, demonstrando que a adoção de hábitos saudáveis estimulam a expressão dos genes que previnem doenças, além de inibir aqueles que os promovem em apenas três meses. Por outro lado, a adoção de hábitos saudáveis promove aumentos significativos da telomerase e o comprimento dos telomeros, que são terminações de nossos cromossomos, ajudando a controlar o envelhecimento e prolongar a vida.

• Professor de cardiologia da UFPR e Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná. • Fundador e Presidente do Instituto Qualivitae – www.qualivitae.org • Ex-Presidente das Sociedades Brasileira, Interamericana e Federação Mundial de Cardiologia • Presidente do Conselho Editorial desta revista

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Opinião A mercantilização da Saúde A saúde suplementar brasileira, que tem 45,5 milhões de usuários e movimenta mais de R$ 60 bilhões por ano, está à beira de uma grave crise. Indignados com a conduta abusiva das operadoras e cansados das improdutivas negociações por reajuste de honorários, médicos de diversas especialidades em todo o país têm avaliado a possibilidade de suspensão do atendimento a vários planos de saúde. Este cenário é resultado da intransigência das operadoras que ameaçam os médicos de descredenciamento, cancelam ou atrasam o pagamento de serviços previamente autorizados, interferem na autonomia do médico, negam autorização de procedimentos essenciais para o paciente e recusam as propostas de reajuste anual de honorários. A adesão de grande parte dos 160 mil médicos credenciados a planos de saúde à paralisação nacional de atendimentos eletivos no último dia 7 de abril expôs o grau de insatisfação da categoria. Pressionadas pela opinião pública, as operadoras reagiram ao movimento. Curvando-se subservientemente aos interesses destas empresas, a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça lançou uma arbitrária nota técnica que proibia as entidades médicas de liderar movimentos de paralisação. Esta afronta ao legítimo direito dos médicos de reivindicação por melhor remuneração foi prontamente cassada na Justiça. O juiz considerou que a SDE não tinha competência sobre a atividade médica e suas entidades, pois não se tratam de empresas, mas, sim, de profissionais liberais e seus representantes. É importante ressaltar que os constantes aumentos das mensalidades não refletem em aumento do valor pago ao médico. Não é mera coincidência que as operadoras estejam nas mãos dos empresários mais ricos do país, que até figuram como novos bilionários em listas de revistas internacionais de economia. Com a omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador que deveria atuar em defesa do usuário, estas empresas aplicam sucessivos reajustes às mensalidades com a justificativa de variação de custos "médicos". Sem contar que, atualmente, só credenciam os médicos como pessoa jurídica, burlando a legislação tributária. Com o discurso

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Dra. Márcia Rosa de Araujo presidente do Cremerj. de que os reajustes liberados pelo ANS são insuficientes para cobrir seus custos, elas arrocham os honorários médicos para manterem seus lucros intocáveis. Entre 2000 e 2009, estes reajustes acumularam 133%. Realidade completamente oposta à dos médicos, que não recebem reajuste anual e ainda têm gastos crescentes, como impostos, salários e informatização dos consultórios. Sem forte fiscalização da agência reguladora, a saúde suplementar é terra de empresários que tratam o bem-estar da população brasileira como negócio e promovem desmandos econômicos como monopolização e cartelização do mercado. Dentre as novas tendências deste setor está a compra da carteira de clientes de operadoras pequenas e de rede de hospitais, além da criação de planos populares a preços acessíveis com rede credenciada e coberturas reduzidas. Com o slogan "os melhores médicos pelo preço que você pode pagar", alguns planos - que cobram R$ 35 por mês - iludem os usuários insinuando que eles terão todo o tipo de atendimento necessário. Em vez de questionar a criação de planos populares com rede credenciada reduzida, a ANS determinou recentemente prazos máximos de atendimento para consultas e exames. Tal norma está sendo questionada na Justiça pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), porque vai interferir na relação entre médico e paciente. Isto porque o usuário certamente cobrará que o médico tenha agenda livre para cumprir a determinação da ANS. O critério usado para definição destes prazos, inclusive, deve ter sido um mero exercício de criatividade. Medicina não é ciência exata e o tempo da consulta médica depende de cada paciente. Não se pode tratar a agenda do consultório médico como a linha de produção de uma fábrica. Este tipo de pressão da ANS e das operadoras faz com que o paciente entenda que há uma relação de "consumo" com o seu médico, que deveria se preocupar apenas em atender o seu paciente com qualidade, presteza e atenção.

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Direitos Sigilo médico deve ser respeitado em requisição judicial

Quando o médico recebe requisição judicial para apresentar prontuário, deve apresentar resposta ao ofício, esclarecendo que este documento é revestido de sigilo profissional, conforme determina o art. 73 do Capítulo X, do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.897/09), orienta o departamento jurídico do Cremesp.

Henrique Carlos Gonçalves, coordenador do departamento jurídico do Cremesp.

Se houver autorização do paciente para o envio do prontuário para sua defesa em juízo, a vedação do sigilo é relativizada e, neste caso, o médico pode enviar o documento. Porém, deverá solicitar ao juiz que o prontuário médico seja colocado à disposição de um perito nomeado. Se não houver autorização do paciente e o juiz não aceitar a resposta de que o prontuário será disponibilizado a um perito ou insistir no pedido (com advertência sobre crime de desobediência), o médico deverá impetrar habeas corpus preventivo por se encontrar na iminência de sofrer coação ilegal na sua liberdade de ir e vir. “As tentativas de banalização do sigilo profissio-nal do médico por parte de algumas pessoas, e até de autoridades, têm sido barradas nos Tribunais brasileiros, notadamente nos Superiores, onde repousa a jurisprudência do bem maior social que representa”, afirma Henrique Carlos Gonçalves, coordenador do departamento jurídico do Cremesp.

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Perfil Prof. Dr. José Eduardo Moraes Rego Sousa, É médico cardiologista pioneiro da Cardiologia Intervencionista (hemodinâmica), fez as primeiras cineangiocoronariografias no Brasil (1966) e é o criador da técnica (2001) de revestir o stent a ser implantado na artéria coronária com um fármaco (rapamicina), que reduz a reestenose, isto é, impede que a artéria desenvolva novamente estreitamento no sítio tratado. Foi também diretor do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. É membro da Academia Brasileira de Medicina. Livre-docente da Escola Paulista de Medicina e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Concluiu a especialização em cardiologia pediátrica, pela Harvard Medical School, em 1963, e o doutorado em cardiologia pela Universidade de São Paulo, três anos mais tarde. Tem livre-docência pela Universidade Federal de São Paulo, em 1974. Moraes Rego foi diretor técnico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia entre 1983 e 2004. Atualmente, é presidente do conselho de curadores da Fundação Adib Jatene, dire-

tor médico e chefe do serviço de cardiologia intervencionista do Hospital do Coração da Associação do Sanatório Sírio. É professor de pós-graduação e orientador da Universidade de São Paulo desde 1993. Publicou cerca de 400 artigos em periódicos especializados, como autor e/ou co-autor e 744 trabalhos em anais de eventos. Possui 64 capítulos de livros publicados. Participou de mais de uma centena de eventos no exterior e no Brasil e ainda recebeu dezenas de prêmios e homenagens. Nos últimos 12 anos, participou de 85 projetos de pesquisa. Tem experiência na área de medicina, com ênfase em cardiologia intervencionista. Atua principalmente nos seguintes temas: stents, stents coronários, reestenose e infarto agudo do miocárdio.

Memória No dia 10 de abril de 2007, tomou posse na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro, o Prof. Dr. José Eduardo Moraes Rego Sousa. O Prof. Eduardo Sousa ocupou como menbro Titular, a cadeira nº 9 - Patrono Miguel Couto - em uma solenidade onde foi saudado pelo Acadêmico Prof. Dr. Adib Domingos Jatene em nome de todos os Acadêmicos.

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