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Editorial "Isso não é trabalho. É vida!"
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ª Perola Byington costumava falar isso quando indagada sobre o seu trabalho a frente da Cruzada Pró-Infâcia, que nasceu com o objetivo fundamental de combater por todos os meios a mortalidade infantil, criando-se recursos para a assistência, educação e proteção devidas à mãe e à criança. Hoje o “Pérola” é administrado pelo Estado tornou-se referência no atendimento à saúde das mulheres e particularmente das que são vítimas de violência. Além de um grande trabalho de pesquisas na área de reprodução humana e tratamento de câncer.
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Fazer essa homenagem aos 50 anos do Hospital Pérola Byington foi com certeza um dos mais prazerosos trabalhos realizados pela nossa equipe, pois a cada contato que fazíamos para divulgar esse projeto sempre ouvíamos uma historia sobre o Hospital, e não poderíamos deixar de registrar a emoção do gerente de produto Fabio Csermak Garcia, falando que nasceu no Pérola Byington em 15/01/1976. Destacamos também a abertura dessa edição especial com a Palavra do Diretor do Hospital Pérola Byington Dr. Luiz Henrique Gebrim nós colocando de frente com os números atuais do hospital, recomendamos a leitura da seção, Atualização Médica, Espaço IBCC e opinião. Agradecemos a todos que colaboraram para a realização deste projeto e apreciarímos desde já seu parecer sobre o trabalho realizado. Boa leitura a todos.
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Expediente
Câncer revista
Panorama da Oncologia Nacional Volume VI - Edição 19 - 2010 Diretor e Editor Dr. José Márcio da Silva Araújo j.marcioaraujo@bol.com.br Publicidade Gilberto Cozzuol gilcozzuol@hotmail.com Administração e Circulação Yvete Togni dra.ytogni@hotmail.com Secretaria Eliane Villela Castelão Produção e Publicação Lucida Artes Gráficas lucida.editorial@bol.com.br
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Fotografia Assessoria de Imprensa do CRSM Correspôndencia Rua Dra. Maria Augusta Saraiva, 74 Vila Olimpia - 04545-060 Contato Fone - 11- 2339-4710 Fax - 11 - 3849-4711 Agradecimentos Assessoria de Imprensa do CRSM As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade dos autores
Conselho Editorial • • • • • •
Dra. Lair Barbosa de Castro Ribeiro Dr. Adonis Reis L. de Carvalho Dr. João Carlos G. Sampaio Góes Dra. Clarissa Cerqueira Mathias Dra. Gildete Lessa Dra. Maria Lúcia M. Batista
Sumário 08 - Onconews 14 - Atualização Médica Um novo código para um novo tempo - A saúde diz não ao medo 18 - Palavra do Diretor Dr. Luiz Henrique Gebrim 20 - Matéria de Capa Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington 34 - Especial Gestão Hospitalar 36 - Espaço IBCC Homenagem Prof. Dr. João Carlos Sampaio Goes Jr. 38 - Opinião PET-CT: Um direito do paciente Revista do Câncer
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Onconews
Dormir pouco pode engordar, aponta pesquisa Os jovens que querem perder peso deveriam passar mais tempo dormindo, de preferência, pelo menos oito horas por noite. É o que sugere um estudo americano publicado nesta semana na revista científica Sleep. De acordo com a pesquisadora Susan Redline, que coordenou o estudo, curtos períodos de sono podem alterar cronicamente os padrões alimentares dos jovens, principalmente das mulheres. “O aumento relativo no consumo de gorduras entre aqueles que dormem menos, de 2,2% por dia, pode contribuir para aumentos cumulativos no consumo de energia, o que aumentaria os riscos de obesidade e doença cardiovascular”, destaca a especialista.
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Avaliando 240 jovens com idades entre 16 e 19 anos, os pesquisadores descobriram que aqueles que dormiam menos de oito horas por noite durante a semana comiam maiores proporções de alimentos gordurosos do que aqueles que dormiam mais de oito horas todas as noites. E, para cada hora a mais de sono, a probabilidade de os participantes consumirem grandes quantidades de calorias de petiscos caía em 21%. Além disso, os resultados mostra-
ram que a curta duração do sono também altera o horário da alimentação, o que “pode ser um estresse metabólico que contribui para disfunções metabólicas”. Os especialistas explicam que reduções no tempo de sono podem alterar a taxa metabólica e afetar a produção de leptina e grelina - hormônios que regulam o apetite. E a restrição do sono também “pode aumentar as oportunidades para comer, iniciar respostas ao estresse que promovem comportamentos de busca por recompensa, como a ingestão de alimentos, e reduzir a motivação para fazer exercícios”. Entretanto, mais estudos são necessários para confirmação e para determinar as razões da diferença entre homens e mulheres nesse sentido.
Alimentação durante quimioterapia
Pacientes com câncer que fazem tratamento quimioterápico podem apresentar diversos efeitos colaterais. Um deles é a alteração no paladar, que prejudica a alimentação. Por isso, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), criou um cardápio especial e uma programação de aulas de culinária gratuitas. O objetivo é ajudar os pacientes oncológicos a comer melhor, além de ensinar a maneira correta de preparar os alimentos. O Icesp, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, é gerido por uma organização social que tem a participação da Fundação Faculdade de Medicina (FFM), ligada a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). O projeto existe desde fevereiro de 2009. As inscrições podem ser feitas no Icesp (Av. Dr. Arnaldo, 251, Cerqueira César, São Paulo), na própria sala de espera para quem aguarda o paciente em quimioterapia. Revista do Câncer
Oportunidades no Mercado Brasileiro de Produtos e Equipamentos Médicos O mercado de produtos e equipamentos médicos no Brasil, estimado em quase R$ 8 bilhões(US$ 4,5 bilhões), está em expansão. Depois de um crescimento de 6% em 2009, na comparação com 2008, deve aumentar mais 10% em 2010, segundo estimativas da ABIMO - Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios1. O otimismo da indústria leva em conta as perspectivas de crescimento do País que deve ultrapassar 6% este ano. No mercado farmacêutico por exemplo, a expectativa é que haja um crescimento de 13% em 2010. Os números da balança comercial do setor mostram que em 2009, as exportações somaram pouco mais de US$ 500 milhões, enquanto que as importações ultrapassaram US$ 2,7 bilhões; um déficit significativo. O setor pú-
blico representou 21,5% das compras, o setor privado 68,6% e as exportações 8,8%. A constatação que o Brasil já é um importante ator ganha força no mercado internacional. No ano passado, efetivou negócios com compradores da Ucrânia, Polônia, Servia, Romênia e Moldávia e registrou mais de 3 mil contatos com representantes de 108 países na maior feira dirigida ao setor médico-hospitalar, que aconteceu na Alemanha. No entanto, os principais compradores são os Estados Unidos(25,8%), Argentina (8,1%) e México (6,9%). O Brasil possui cerca de 500 fabricantes de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos. As indústrias de médio porte representam 52,20% e as micro ou pequenas respondem por 25,7%. Leia mais sobre Oportunidades no Mercado Brasileiro de Produtos e Equipamentos Médicos - Portal Farmacêutico em pfarma.com.br
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Onconews Substância presente na pimenta pode favorecer desenvolvimento de câncer de pele Um novo estudo realizado no Instituto Hormel da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, associa a capsaicina, um componente da pimenta, ao desenvolvimento do câncer de pele. Embora os mecanismos moleculares da promoção dos efeitos da doença pela capsaicina ainda não sejam claros, os pesquisadores têm mostrado uma forte ligação com a formação de câncer de pele através de vários estudos de laboratório. A capsaicina, amplamente consumida no mundo em alimentos que contêm pimenta, é também utilizada em cremes tópicos para alívio da dor. A substância tem sido mostrada para induzir a apoptose (morte celular) nas células cancerosas. No entanto, os resultados da investigação também demonstraram que ela pode atuar como
uma substância cancerígena, especialmente na fase de promoção tumoral. A líder do estudo, Ann Bode disse que a descoberta de que a capsaicina pode induzir a inflamação e afetar o desenvolvimento do câncer é um resultado fundamental do estudo. "Notavelmente, os resultados levantam a preocupação de que um composto natural encontrado na pimenta e que também é utilizado em remédios para dor tópica, pode aumentar risco de câncer de pele." As principais descobertas da equipe foi que o efeito co-cancerígeno da capsaicina é mediado pelo receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) e não TRPV1, um receptor conhecido para a dor e que uma enzima inflamatória conhecida, cyclooxygenase-2 (COX-2) estava muito elevada em pacientes que se tratavam com capsaicina.
Pesquisa inédita revela que 90% dos adultos desconhece o câncer de pulmão 10
Os resultados do estudo Saúde Respiratória e do Pulmão, encomendado pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) ao Instituto Datafolha não poderiam ser mais estarrecedores. Entre os diversos dados que demonstram a falta de informação da população acerca das doenças que atingem pulmões e demais órgãos do sistema respiratório, 90% dos entrevistados não lembraram espontaneamente do câncer do pulmão quando indagados sobre as doenças respiratórias que conheciam. Mesmo após revelada lista com os principais males que atingem a saúde respiratória, entre eles o câncer de pulmão, 10% reafirmaram desconhecer o mal. A constatação foi recebida com surpresa pelos médicos pneumologistas. "Mesmo com todas as campanhas para conscientização, ainda é muito grande o número de pessoas que nunca ouviu falar nessa doença" , aponta a Jussara Fiterman, presidente da SBPT. Espontaneamente, as doenças mais citadas foram asma (44%) e bronquite (40%), seguidas de pneumonia (24%), gripe/resfriado/H1N1/gripe suína (19%) e tuberculose (17%). Responderam desconhecer qualquer doença 15% dos entrevistados.
Após tomar conhecimento da lista das principais patologias pulmonares, as mais conhecidas foram gripe/resfriado (99%), asma (96%), pneumonia (96%), e bronquite (95%), seguidas de tuberculose (94%) e câncer de pulmão (90%). Os 90% que, após receber a lista com as principais doenças respiratórias, afirmaram conhecer o câncer de pulmão, prosseguiram respondendo questões acerca de sintomas, prevenção, diagnóstico e outros aspectos da doença. Novamente o que se encontrou foi desinformação. Com relação aos sintomas e detecção, o alarme é ainda maior: 47% não conseguiram citar um único sintoma, 20% não foram capazes de determinar um exame para diagnosticar a doença e 49% não souberam dizer qual a especialidade médica a ser procurada em caso de suspeita da doença. Este câncer pode suscitar diferentes sintomas conforme a localização do tumor, sendo impossível generalizar. Para se ter uma ideia, enquanto um câncer central causa tosse; o periférico provoca dor torácica. Já no caso de escarro com sangue, provavelmente o câncer atinge um brônquio" , explica dr. Fernando Ludgren, diretor de divulgação da SBPT.
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Ministério da Saúde amplia atendimento contra o Câncer no SUS O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (25) a inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de nove novos tratamentos para câncer de fígado e de mama, leucemia aguda e linfoma. O pacote de medidas também prevê ampliação, em até 10 vezes, do valor pago por 66 procedimentos já realizados por hospitais conveniados. Foram liberados R$ 412,7 milhões para serem investidos na reestruturação da assistência em oncologia no Sistema Único de Saúde (SUS). “Esta é a maior mudança na atenção oncológica desde 1999, quando foi instituída a nova política para o setor. As alterações vão impactar de forma muito positiva na qualidade do atendimento dos 300 mil brasileiros que todos os anos acessam o Sistema Único de Saúde para o tratamento do câncer”, disse o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Tratamento mais inteligente O Rituximabe é um medicamento de anticorpos monoclonais, que combatem as células cancerosas preservando as sadias. Como não estava disponível no SUS, até hoje, os usuários da rede pública com linfoma vinham sendo submetidos à quimioterapia convencional, que não assegura os mesmos resultados. O pacote anunciado por Temporão também lança novas diretrizes diagnósticas e terapêuticas: para o tratamento de câncer no intestino, pulmão e fígado, e para linfoma difuso de grandes células e tumor cerebral. As cinco diretrizes ficarão em consulta pública por 40 dias, para que a comunidade científica apresente propostas e sugestões.
Câncer de colo de útero mata o dobro do registrado Nordeste é a região com números mais subestimados, mostra estudo. Atestados de óbito preenchidos sem precisão e falhas de diagnóstico explicam as distorções nos índices O número de mortes causadas por câncer de colo do útero no país deve ser duas vezes maior do que o registrado, revela pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que avaliou mais de 9 milhões de óbitos. Nas capitais da região Sul houve a menor variação: 35% mais mortes do que as registradas. No interior do Nordeste, a diferença chegou a 339%. Os autores analisaram todos os registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade de 1996 a 2005. Segundo o artigo, há óbitos que não são registrados e um grande número de mortes classificadas com causas mal definidas. Nos casos de câncer de útero, muitos não têm especificação do local exato onde ocorreu o tumor. Para corrigir as distorções, os autores da pesquisa usaram uma ferramenta estatística (fatores de expansão) criada pelo projeto Carga Global de Doenças no Brasil. "Esses fatores estimam a proporção de óbitos que estão faltando", explica a enfermeira Carmen Gamarra, uma das autoras.
Nova droga contra o câncer tem resultado “impressionante”, diz Sanofi-Aventis O novo tratamento, BSI-201, é voltado aos cânceres de mama e pulmão, e está na terceira e última fase de testes geralmente exigida para liberação nos Estados Unidos. “Vimos algumas coisas muito impressionantes, que nos dão muitas razões para otimismo”, disse o principal executivo do laboratório, Chris Viehbacher. A companhia somou 18 projetos ligados ao câncer à sua linha de pesquisa no último ano, com aquisições e parcerias.
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Onconews
Droga Anticâncer Para Alzheimer Remédio usado para leucemia é eficaz na prevenção da doença mental, revela estudo
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Exames que auxiliam o diagnóstico de demências como o Mal de Alzheimer, no Centro de Diagnóstico por Imagem a versão alterada de uma droga usada no tratamento do câncer pode ser uma opção eficaz na prevenção e no controle do Mal de Alzheimer. A substância bloqueia as placas de proteínas que danificam o cérebro, causando demência, anunciaram cientistas num estudo publicado na revista “Nature”. Eles esperam que os laboratórios possam alterar a fórmula do Glivec (mesilato de imatinib) — comprimido que mudou o tratamento de um tipo de leucemia — para que funcione de forma segura e eficaz no cérebro. A chave é a enzima que estimula a produção das placas de proteína betaamiloide. Uma nova versão do Glivec impediria a ação da enzima, diz Paul Greengard, Prêmio Nobel de 2000 por pesquisa sobre a comunicação dos neurônios. Num trabalho anterior, Greengard já havia mostrado que o Glivec bloqueava a ativação da proteína gama-secretase que eleva a produção da beta-amiloide. Coordenado por Gen He, do laboratório de Greengard, o estudo foi feito com camundongos geneticamente modificados. O Glivec, na formulação atual, não serve para prevenir o Alzheimer porque sua ação no cérebro é muito rápida. O cientista
acredita, no entanto, que os laboratórios poderiam encontrar maneiras de torná-lo ativo no cérebro por mais tempo. — O desenvolvimento de compostos que funcionem como o Glivec mas tenham a habilidade de transpor a barreira sangue/ cérebro e mirar na ativação da proteína gamma-secretase pode revolucionar o tratamento — diz Greengard. Além de ativar a formação das placas no Alzheimer, a gama-secretase participa de funções vitais como o desenvolvimento do sistema imunológico. Portanto, são necessários novos estudos. — A gama-secretase não apenas produz a beta-amiloide, mas muitas outras substâncias vitais para as células — afirma Greengard. Portadores de Alzheimer que receberam, em caráter experimental, um outro remédio que tinha a proteína como alvo tiveram sintomas piores, além de tendência maior a uma forma de câncer de pele. A doença afeta 26 milhões de pessoas no mundo. Embora seja um alvo frequente dos laboratórios — que poderiam lucrar muito com uma droga — até hoje não tem cura. Os remédios (donepezil, rivastigmina, galantamina e memantina) apenas aliviam sintomas e não impedem totalmente o declínio mental.
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Enxaqueca com aura eleva risco de morte Dor de cabeça acompanhada de distúrbios visuais indica maior chance de óbito por doença cardíaca ou qualquer outra Estudo avaliou 20 mil pacientes por 26 anos e sugere uma relação genética entre a doença e falhas circulatórias Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura -quando a dor vem acompanhada de sintomas visuais- têm mais risco de morrer de qualquer causa do que aquelas que não têm dores de cabeça crônicas ou que sofrem do tipo sem aura. O dado é de um estudo que acompanhou quase 20 mil homens e mulheres durante, em média, 26 anos na Islândia, publicado no "British Medical Journal". Vários estudos têm sugerido uma associação entre enxaqueca, particularmente a do tipo com aura, e um aumento de risco para doenças cardiovasculares. No entanto, segundo o artigo, poucos trabalhos têm avaliado a relação da doença com a mortalidade por qualquer causa. De acordo com os autores, vários mecanismos podem estar por trás do efeito, mas nenhum foi comprovado. Um desses mecanismos sugere uma relação genética entre enxaqueca e problemas circulatórios, outros apontam a enxaqueca como uma doença sistêmica, que pode levar a comprometimentos vasculares.
MAIS SENSIBILIDADE Segundo o neurologista Abouch Krymchantowski, do Centro de Avaliação e Tratamento da Dor de Cabeça, no Rio de Janeiro, na enxaqueca com aura há alteração no funcionamento dos vasos. "Os pacientes com essa forma de enxaqueca têm maior sensibilidade a fenômenos isquêmicos. Quem tem esse diagnóstico não deve fumar, usar pílula nem ser obeso e sedentário. Além disso, deve fazer acompanhamento com neurologista." "Essa é uma relação conhecida. A enxaqueca tem vários genes envolvidos com potencial lesivo aos vasos. Por isso quem tem enxaqueca tem mais risco de AVC ou de demência vascular", completa o vice-coordenador do departamento de cefaleias da Associação Brasileira de Neurologia, Claudio Brito. No entanto, os próprios autores reconhecem que a dor é um fator de risco cardiovascular menos importante do que os outros já estabelecidos, como tabagismo, diabetes ou pressão alta. Estima-se que a enxaqueca atinja 20% das mulheres e 10% dos homens. Um estudo recente, feito no Brasil, revelou uma prevalência de cerca de 15%. Mulheres são a enorme maioria das vítimas. A enxaqueca com aura acomete cerca de 14% dos portadores de enxaqueca.
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Atualização Médica
Um novo código para um novo tempo Dr. Roberto Luiz d’Avila Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)
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entrada em vigor do novo Código de Ética Médica, em 13 de abril, representa a introdução da medicina brasileira no século 21. O texto do Código – resultado de mais de dois anos de trabalho e da análise de 2.575 sugestões encaminhadas por profissionais, especialistas e instituições, entre 2007 e 2009 – não coloca em campos antagônicos o passado e o futuro, o bem e o mal. As regras agora delineadas confirmam no presente o reconhecimento de que o mundo e o homem mudaram. A ciência, a tecnologia e as relações sociais atingiram patamares nunca antes alcançados e, portanto, necessitam de um balizador atual e atento a essas transformações.
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Evidentemente, os códigos – sejam quais forem – não eliminam a possibilidade da falha, do erro. Mas oferecem ao profissional e ao paciente a indicação da boa conduta, amparada nos princípios éticos da autonomia, da beneficência, da não maleficência, da justiça, da dignidade, da veracidade e da honestidade. O novo Código de Ética Médica traz em seu bojo o compromisso voluntário, assumido individual e coletivamente, com o exercício da medicina, representado em sua gênese pelo juramento de Hipócrates. Todas as profissões estão submetidas a controle da conduta moral de quem as exerce, com base em código de comportamento éticoprofissional e mecanismos de fiscalização. São regras que explicitam direitos e deveres. Assim, num tempo em que o cidadão tem cada vez mais acesso à informação e consciência das possibilidades legais de questionar o que lhe é oferecido, o novo Código exige da sociedade ─ sobretudo dos gestores, médicos, pesquisadores e professores ─ o compromisso com a qualificação do ensino médico.
Também não podemos ignorar que o conjunto de regras que passará a vigorar preenche a lacuna aberta nos últimos 22 anos. A versão anterior data de 1988, ano de criação do Sistema Único de Saúde (SUS), época em que os planos de saúde ainda não eram regulamentados e não existiam como realidade para milhões de brasileiros, e as inovações de diagnóstico e tratamento, em alguns casos, não passavam de exercício de futurologia. Mais de duas décadas após, o novo documento se enquadra num universo onde os sonhos de cientistas se tornaram realidade e o modelo assistencial brasileiro se confirma com uma das mais importantes políticas sociais do mundo, mesmo com fragilidades que exigem reflexão sobre o seu futuro. Acreditamos que o novo Código oferecido pelos médicos à sociedade estimula esse debate. Previsões otimistas indicam que o Brasil caminha para em breve consolidar seu espaço entre as grandes potências mundiais. No entanto, inexiste uma discussão profunda e real sobre como esse novo contexto será tratado pela assistência em saúde. Se, por um lado, garantimos a atualização das regras da ética médica, por outro, queremos uma resposta que garanta o financiamento adequado ao SUS, uma política de recursos humanos para o setor atenta às necessidades das diferentes categorias e da população e, sobretudo, uma análise que considere a convivência harmoniosa entre público e privado na prestação dos serviços de saúde.
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Com isso, o novo Código de Ética Médica se estabelece também como indutor de transformações no campo da política, sem, contudo, negar sua principal contribuição para a sociedade: o reforço à autonomia do paciente. Ou seja, aquele que recebe atenção e cuidado passa a ter o direito de recusar ou escolher seu tratamento. Tal aperfeiçoamento corrige a falha histórica que deu ao médico um papel paternalista e autoritário nessa relação, fazendo-a progredir rumo à cooperação – abordagem sempre preocupada em assegurar a beneficência das ações profissionais em acordo com o interesse do paciente. Subordinado à Constituição Federal e à legislação brasileira, o novo Código reafirma os direitos dos pacientes, a necessidade de informar e proteger a população assistida. Buscou-se um Código justo, pois a medicina deve equilibrar-se entre estar a serviço do paciente, da saúde pública e do bem-estar da sociedade. O imperativo é a harmonização entre os princípios das autonomias do médico e do paciente. Permeando o novo Código, esse é o contrato tácito e implícito de todo ato médico.
Entre outros momentos, isso se materializará na tomada de decisões profissionais, quando, de acordo com os ditames de sua consciência e as previsões legais, o médico aceitar as escolhas de seus pacientes relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos propostos. E também na proibição de que deixe de obter o consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em iminente risco de morte. As inovações estendemse ao nível de se recomendar a obtenção do assentimento de menor de idade em qualquer ato médico a ser realizado, pois a criança tem o direito de saber o que será feito com o seu corpo, e à possibilidade de recusa de pacientes terminais a tratamentos considerados excessivos e inúteis. Enfim, temos um novo Código, mas não uma nova ética. Contamos agora com um instrumento atualizado, de olhar agudo para os dilemas da atualidade. Certamente, os médicos estarão atentos para realizar os ajustes percebidos como fundamentais, garantindo, assim, que a medicina brasileira continue a avançar lado a lado com a justiça e a ética
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Atualização Médica
A saúde diz não ao medo Dr. Desiré Carlos Callegari
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o Brasil, há 14 profissões que reconhecidamente estão vinculadas ao campo da saúde. À exceção da medicina, todas as outras contam com leis que regulamentam seu exercício, o que estabelece suas competências e responsabilidades. Atualmente, aguarda deliberação do Senado Federal projeto de lei, já aprovado pela Câmara dos Deputados, que preencherá esta lacuna que afeta a assistência à população brasileira. Isso porque o texto define, de forma clara, objetiva, os atos privativos dos 344.034 médicos brasileiros e aqueles que podem ser compartilhados com as outras 13 categorias. Temos assistido através da mídia a manifestação desfavorável de alguns setores com relação ao texto que tramita no Senado. Para tanto, usam argumentos infundados, distorcidos, que confundem e geram polêmicas desnecessárias. Entre os equívocos, está a interpretação de que, com sua regulamentação aprovada, os médicos agirão de forma corporativista e usurparão prerrogativas de outras categorias no exercício de sua função. Ora, o texto não desconsidera os avanços alcançados pela multiprofissionalidade da atenção em saúde. Pelo contrário, ele valoriza o espaço de enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, fonoaudiólogos, profissionais de educação física, terapeutas ocupacionais e técnicos e tecnólogos de radiologia, entre outros, ao ressaltar o que as regulamentações de cada uma dessas categorias já fizeram quando definiram o escopo de suas atuações. Pela proposta em tramitação, esses profissionais poderão participar ativamente das ações de promoção da saúde, de prevenção de doenças e da reabilitação dos enfermos e pessoas que vivem com deficiências. A grande conquista que a proposta traz para o país é a garantia de que o diagnóstico de um problema de saúde e o tratamento para enfrentálo, assim
como a realização de procedimentos invasivos capazes de gerar risco de vida, seja realizado por um médico. Ou seja, caberá a um profissional da medicina, devidamente capacitado, avaliado e fiscalizado por instâncias de controle profissional, realizar essas ações que poderão levar à cura dos pacientes. A população reconhece a importância do ato médico nestes momentos decisivos. Não é à toa que em recente enquete promovida pelo site do Senado, 62% dos internautas manifestaram apoio ao projeto de regulamentação da medicina. A opinião do brasileiro se harmoniza com o pensamento do Poder Judiciário, que em diferentes instâncias e momentos - no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - também definiram o diagnóstico e a prescrição como ações exclusivas do profissional médico. Estamos diante de um cenário conturbado, no qual a estratégia do medo busca causar confusão e influenciar a tomada de decisões. Esperamos que os senadores e gestores públicos compreendam o benefício que a regulamentação da medicina trará para o país e refutem essa ação irresponsável. A população não pode ser penalizada com a privação de acesso a uma linha de cuidados integral e articulada dentro de princípios de competência e responsabilidade, calcada na segurança e proteção aos pacientes com o objetivo de proteger a vida e o bem-estar de todos. O Brasil aguarda esta mudança, que não pode demorar mais. A regulamentação do exercício da medicina cumpre a função de tornar cristalino o espectro das responsabilidades e das competências da atividade médica, fundamental para o cuidado da saúde do ser humano. O Ato Médico deve ser entendido como uma conquista e não como instrumento corporativista, o que significa desvirtuar o debate, eliminando do seu contexto o que realmente importa: oferecer ao brasileiro saúde com qualidade.
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Palavra do Diretor
Importância da capacitação e gestão no atendimento médico de alta complexidade.
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o aceitar o convite do Secretário Estadual da Saúde, o saudoso Dr Luiz Roberto Barata Barradas, para dirigir o Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Estadual Pérola Byington) na gestão do Governador Geraldo Alckmin, enfrentamos grandes desafios, dentre eles, a redução no tempo de espera para consulta e tratamento em todas especialidades, especialmente para o câncer de mama. A atividade de Docente no Departamento de Ginecologia da UNIFESP há 23 anos, nos fez crer que o grande número de mulheres com câncer avançado de mama no Brasil (cerca de 55%) ,decorre mais da morosidade no acesso ao primeiro atendimento e aos exames para diagnóstico do que falta de recursos para aquisição de medicamentos de alto custo. O gasto crescente com quimioterápicos, não permite curar as pacientes e acrescenta um pesado ônus financeiro para os gestores públicos e privados em todo mundo.
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Dr. Luiz Henrique Gebrim
A busca pela detecção precoce é fundamental para a sobrevida dos pacientes acometidos de câncer. Assim, após um período de capacitação de alguns colegas especialistas, pudemos viabilizar no Hospital Pérola Byington, o primeiro Pronto Atendimento em Mastologia, com consulta única para pacientes encaminhadas pelas UBS, dispondo de recursos diagnósticos como: mamógrafo, ultra-som, dispositivos para realizar as biópsias com todos os resultados no mesmo dia. Assim, pudemos reduzir o tempo médio para diagnóstico de nódulos suspeitos de malignidade de 3 meses para apenas um dia. Revista do Câncer
Contando com uma equipe de 30 especialistas, foram atendidas de julho de 2005 a julho deste ano, 63.150 pacientes encaminhadas com queixas mamárias ou alterações nos exames de imagem. Cerca de 64,4% eram da Capital, 26,8% do Interior, 9,8% provenientes de outros Estados ou países vizinhos (Bolívia e Paraguai). Foram diagnosticadas e tratadas 3.248 pacientes com câncer (cerca de 10 casos/dia), sendo a maioria delas, 70,1% nos estádios iniciais (I e II) e apenas 29,9% nos estádios avançados (III e IV).
que permitiram aumentar a oferta de leitos disponíveis em 30% pela alta precoce e maior rotatividade dos leitos, que permitiram reduzir drasticamente o número de cirurgias canceladas para cerca de 6%, e o índice de infecção hospitalar para apenas 1,3%, inferior ao de muitas Instituições Privadas.
Posteriormente, implementamos as Diretrizes às demais especialidades hoje também Referências Nacionais em Oncologia Clínica, Cirurgia Pélvica e Endoscópica, Violência Sexual, Reprodução Humana e Esse novo modelo de atendimento Cirurgia Oncoplástica viabilizando o acesso além de ser ágil, tem custo baixo, otimiza e a equidade aos pacientes do SUS com os recursos disponíveis, integra e capacita qualidade, resolutividade e humanismo. novos especialistas e permite uma redução O Hospital com apenas 148 leitos, realiza imediata de casos avançados de 32%, esti- 15.000 consultas e 650 cirurgias/mês, remando-se uma redução de mortalidade de cebendo a cada ano 1.200 casos novos de 19% (muito superior à maioria dos quimio- câncer de mama e 600 ginecológicos. terápicos). Pudemos concluir que 25,6% O aprimoramento da qualidade no das pacientes foram encaminhadas desnec- essariamente ou submetidas a exames im- atendimento, permitiu ampliar o Ensino próprios, evidenciando a necessidade de médico, a residência em Ginecologia e Masprogramas de capacitação para médicos tologia e a Pós-Graduação latu sensu em das Unidades Básicas de Saúde dos Mu- Oncologia (Clínica e Cirúrgica), Reprodução nicípios. Já realizamos dois Cursos com Humana, Mastologia, Endoscopia Ginemais de 500 Ginecologistas do Município cológica e Uroginecologia qualificando-nos mostrando a custo efetividade dos exames como Hospital Universitário. Implantamos em 2009 o Centro de Pesquisa Clínica, que solicitados em Ginecologia. já se tornou numa dos principais referên O aumento do número de casos di- cias mundiais em câncer de mama. Após agnosticados acarretou uma necessidade uma recente seleção em todo Brasil, o Hosde se implantar um novo modelo de gestão pital Perola Byington foi o único selecionapara permitir remanejar recursos para ga- do para um estudo cooperativo com a Unirantir a continuidade do tratamento, au- versity of Saint Louis de Washington. mento da oferta de leitos cirúrgicos, equiNossas equipes de planejamento pamentos de última geração para biópsia estratégico e acreditação trabalham conambulatorial de mama, exames laboratoritinuamente para aprimorar a qualidade do ais e aquisição de medicamentos de alto atendimento, fundamentado em gestão, custo. eficiência e incentivo ao trabalho participa tivo das equipes médicas, colaboradores e O apoio recebido do corpo clínico e comunidade assistida. Acreditamos que o colaboradores foi fundamental para a im- diferencial das Instituições que atuam em plementação de protocolos médicos custo/ Saúde não depende apenas de recursos efetivos e normas operacionais internacio- tecnológicos, mas da qualidade dos recurnais semelhantes ao de Hospitais Privados, sos humanos. Revista do Câncer
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington
Hospital Pérola Byington 50 anos de pionerismo na luta em defesa da mulher
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s décadas de 20 e 30 do século XX, constituem, no Brasil, um período marcado por intensas atividades sociais, culturais e econômicas. Tais movimentos produziram ao longo dos anos profundas mudanças e criaram inúmeros problemas para a sociedade brasileira. Atentas à complexidade social desse momento um grupo de educadoras sanitárias, lideradas por Dª Maria Antonietta de Castro, convida Dª Pérola Byington a presidir uma ação comunitária visando promover a assistência materno-infantil.
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Dessa forma, em 12 de agosto de 1930, foi fundada a Cruzada Pró-Infância, com o objetivo de fundamental de combater por todos os meios a mortalidade infantil, criando-se recursos para a assistência, educação e proteção devidas à mãe e à criança. O início das atividades da Cruzada PróInfância, deu-se na residência da Dª Pérola Byington localizada na av. Paulista, onde permaneceu até 1931, ocasião onde foi transferida para a sua 1ª sede na rua Madalena. Desde então a Cruzada Pró-Infância tem direcionado seus esforços e recursos na busca de alternativas e soluções que amparem a mãe e a criança. O Hospital Pérola Byington, criado pela Cruzada Pro-Infância, é hoje administrado pelo Estado e tornou-se referência no atendimento à saúde das mulheres e particularmente das que são vítimas de violência. Revista do Câncer
Dª Pérola Byington
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asceu em dezembro de 1879, em Santa Bárbara, SP, descendente de imigrantes norte-americanos. Em 1930, com a sanitarista Maria Antonieta de Castro, fundou a Cruzada Pró-Infância, entidade voltada ao combate da mortalidade infantil, cujos índices eram assustadores na época. Lutou pela institucionalização do Dia e da Semana da criança, não por motivos comerciais, mas com o objetivo de chamar a atenção sobre os problemas da infância. Procurou influenciar autoridades para a execução de programas voltados ao cumprimento de direitos adquiridos pelas mulheres. Desde 1933 defendia a importância da educação sexual. No Brasil, foi uma das primeiras a defender a divulgação das causas da mortalidade no parto e pós-parto, com a finalidade de melhorar o pré-natal. Nessa defesa, em julho de 1938, na Semana das Mães, fez uma intervenção pública, enfrentando críticas. O Hospital Pérola Byington, criado pela Cruzada Pro-Infância, é hoje administrado pelo Estado e tornou-se referência no atendimento à saúde das mulheres e particularmente das que são vítimas de violência
Hospital Pérola Byington:
Em prol da infância, juventude e mulher Revista do Câncer
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington
Centro de Pesquisa Clínica do
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Hospital Pérola Byington
Hospital Pérola Byington tem como missão a assistência o ensino e a pesquisa,sempre direcionado ao desenvolvimento da saúde e treinamento em áreas específicas. Desta maneira o centro de pesquisa clínica atua como um aliado promovendo pesquisas de alto nível e promovendo o nome da instituição no meio científico nacional e internacional.
mama vem passando nas últimas décadas por uma verdadeira revolução no que se diz respeito aos novos fármacos, além das drogas quimioterápicas, entramos na era de drogas alvo que atuam especificamente em determinado ponto de desequilíbrio da célula tumoral. Além disso, temos ainda o avanço na terapia hormonal do câncer de mama também com drogas específicas.
A participação progressiva do Brasil em estudos clínicos multicêntricos internacionais tem exigido formação de equipes capacitadas e especializadas em diversas áreas. Nessa perspectiva, o Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Pérola Byington foi criado em 2007 pelos Profs Drs. Roberto Hegg e Luiz Henrique Gebrim atual diretor do Hospital que, desde então, vem promovendo atendimento especializado para pacientes com câncer de mama , sob a responsabilidade do Dr. Hegg, com grande experiência em estudos clínicos internacionais fase II III e IV. Nosso centro de pesquisa é composto por profissionais especializados, com adequado treinamento técnico-científico em Boas Práticas Clínica(GCP).
O avanço no tratamento só foi possível graças aos estudos clínicos bem desenhados que reduziram os fatores de confusão (viés) e puderam desta maneira concluir qual tratamento é mais efetivo e com menos efeitos colaterais.
Para que um ensaio clínico sobre tratamento de câncer de mama tenha sucesso é importante que um grande número de pacientes seja incluído e ainda é fundamental a colaboração de vários centros (estudos multicêntricos), pois assim os dados apresentam mais relevância e diminui-se muito a chance de erro. Nossa principal missão é o bem estar do paciente e dentro desta visão o centro de pesquisa propicia utilização de drogas modernas que ainda não estão diO desenvolvimento da medicina e mais sponíveis no Brasil com grande benefício especificamente o tratamento do câncer de para as pacientes..
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Ambulatório do Centro de Referência da Saúde da Mulher
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Dr Jorge Luiz Evangelista Farah Diretor responsável pelo PAM
ambulatório fica situado na Rua Santo Antônio 630, foi inaugurado pelo Governador Mário Covas e Secretário da Saúde Luiz Barata Barradas em março/2000. Para sua inauguração o prédio foi totalmente reformado, contando com 4 andares de atendimento médico (cada um com 17 consultórios), andar térreo com arquivo e farmácia, e subsolo com coleta de exames. Com o passar dos anos o ambulatório vem se modernizando, o que possibilita para a paciente um agendamento integrado de consultas e exames com antecedência,
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WinHosp.Net Sistema de Gestão da Saúde
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington Sub especialidades da ginecologia disponíveis: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 10)
Ginecologia Geral; Uroginecologia; Oncologia Ginecológica; Laparoscopia e Histeroscopia; Planejamento Familiar; Sexualidade; Violência Sexual; Reprodução Humana; Patologia do trato genital inferior. Endometriose Outras especialidades
1) 2) 3) 4) 5) 6)
Mastologia; Cirurgia Geral; Proctologia; Cirurgia Plástica; Cirurgia Vascular; Ambulatório de Risco Cirúrgico e Anestesia 8) Radioterapia 9) Oncologia Clínica 24 Dentre os mais procurados como referência no Estado e no Brasil o atendimento em Mastologia e oncoginecologia cirúrgica que prestam atendimento nos casos suspeitos de câncer com rapidez para o diagnóstico e tratamento. O atendimento mensal é de aproximadamente 20.000 consultas médicas e considerando o atendimento de farmácia, coleta de sangue e urina, exames de eletrocardiograma, testes urodinâmicos, atendimentos de fisioterapia, psicologia, enfermagem, terapia ocupacional e educadoras, alcançamos 60.000 atendimentos ao usuário por mês.Para a marcação da primeira consulta é necessário o encaminhamento médico do posto de saúde (UBS), haja visto que não fazemos atendimento primário (casos de menor complexidade). Para as pacientes em tratamento, as consultas subseqüentes podem ser agendadas pelo nosso call center ou pessoalmente.Contamos com um sistema que nos possibilita o agenda-
mento de consultas com até 1 ano de antecedência (Mastologia) caso a paciente deseje deixar seu retorno anual agendado. Dispomos de um moderno sistema de eletrocardiograma pré-operatório, conectado com o Hospital Dante Pazzanese (via sinal de telefone) que nos permite realizar e laudar o exame em apenas 1 hora, aumentando a rapidez da marcação das cirurgias nas pacientes com câncer. No ambulatório realizam-se também procedimentos cirúrgicos como: cirurgias de alta freqüência (CAF) e Laser para as pacientes com infecção por HPV e de alto grau de suspeita de câncer de colo do útero e da vulva. No andar térreo, o Conte Comigo acolhe sugestões, elogios e críticas e todas são encaminhadas para a diretoria e prontamente averiguadas e respondidas. Algumas muito contribuíram para aprimorar as modificações em nosso atendimento.
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Gerência de Ginecologia
A Gerência de Ginecologia contribui na formação e no treinamento dos residentes de Ginecologia do CRSM (Residência Médica do SUS). Atuam em todas as sub especialidades, sempre supervisionados por preceptores e assistentes altamente qualificados, prospectando as mais modernas e avançadas técnicas com índices/parâmetros referOs setores de Ginecologia Cirúrgica e En- enciais mundiais. doscopia atendem prioritariamente afecções Inúmeros médicos residentes de gineginecológicas de alta complexidade, sendo cologia, oriundos de diversas instituições realizadas aproximadamente 2.000 consultas ambulatoriais e 250 procedimentos cirúr- públicas de ensino, realizam cursos de Pós gicos por mês. Além disso, o setor atua em graduação latu sensu em várias especialiparceria com a Oncologia Pélvica e a Masto- dades. O setor de Endoscopia Ginecológica logia na confirmação do câncer da mulher, dispõe de 06 vagas por ano, nas áreas de bem como auxiliando no seu tratamento in- videolaparoscopia e histeroscopia. terdisciplinar. Os exames preventivos básicos, como o Papanicolaou e a mamografia, devem ser Atualmente, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde, o CRSM realiza realizados preferencialmente na rede básica Planejamento Familiar de alta complexidade, de saúde e, na suspeita de câncer , a paciente com técnicas inovadoras para impedir a deve ser encaminhada ao CRSM. gestação em pacientes referenciadas da Coordenadoria do Município de São Paulo. Também assiste os diversos setores do hospital, principalmente a Mastologia, para orientar a contracepção não hormonal das pacientes com câncer. Gerência de Ginecologia do Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM) – Hospital Pérola Byington coordena os setores de Ginecologia Cirúrgica, Endoscopia Ginecológica, Planejamento Familiar, Uroginecologia, Pronto Atendimento e Sexualidade.
O Pronto Atendimento prima pela excelência do atendimento à mulher, vítima de violência sexual. Prioriza também a assistência às complicações oncológicas e intercorrências clínicas de pacientes com câncer ginecológico acompanhadas no CRSM. Realizam-se aproximadamente 2.000 consultas por mês com essas características. O CRSM conta ainda com equipe qualificada para o tratamento da disfunção sexual feminina, Cresce a procura nesta especialidade com dinâmica geométrica. Sinal dos tempos.
Dr. Roney Cesar Signorini Filho Diretor Responsável
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington
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Gerência de Reprodução Humana
setor de reprodução assistida do Hospital Pérola Byington existe desde 1991, quando a Secretaria Estadual da saúde criou o Centro de Referência da Saúde da Mulher, Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil. Desde então o setor funciona ininterruptamente atendendo casais inférteis que necessitam de técnicas de alta complexidade para obter a gravidez, de modo totalmente gratuito, fornecendo inclusive as medicações para o tratamento, que são de alto custo. Inicialmente, o laboratório de reprodução assistida funcionava dentro de centro cirúrgico; em 1999, foi inaugurado o centro de reprodução assistida que funciona no quarto andar do Hospital. 26
Além disso, desde setembro de 2008, o setor oferece um programa de doação de oócitos, fundamental para o atendimento de pacientes com reserva ovariana diminuída, seja pela idade ou por problemas clínicos. A equipe de reprodução assistida é multidisciplinar, formada por médicos, embriologistas, psicólogas, enfermeiras e oficiais administrativos. As taxas de gravidez por transferência obtidas pelo grupo são comparáveis às das melhores clínicas particulares, atingindo, atualmente, 37% em pacientes até 35 anos de idade.
O setor, além de oferecer assistência, tem atuação determinante na área de ensino e pesquisa, recebendo residentes de toda a rede de hospitais públicos do EsO setor tem capacidade de realizar cerca tado e formando profissionais que vêm de de 300 ciclos de fertilização assistida de alta todo o Brasil para obter qualificação em recomplexidade por ano, além de 100 ciclos de produção humana assistida. O setor está, técnicas não invasivas, como a inseminação também, sempre presente nos principais intra-uterina. As técnicas de alta complexidade congressos nacionais e internacionais da são representadas pela fertilização “in vitro” área, levando contribuições importantes e convencional e pela injeção intracitoplasmáti- apresentando a experiência do grupo no tratamento da infertilidade. ca de espermatozóide (ICSI).
Dr Mário Cavagna - Diretor Revista do Câncer
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Gerência de Oncologia
Gerência de Oncologia do Centro de Referência da Mulher – alicerçado no Hospital Pérola Byington – tem como responsabilidade o atendimento dedicado às neoplasias do aparelho genital, mamário e cirurgia oncoplástica reparadora. Estamos preocupados em fornecer continuamente subsídios em educação de saúde comunitária, desenvolvimento de tecnologias específicas, pesquisa e aperfeiçoamento médico que apóiem o tratamento das neoplasias malignas, além de manter intercâmbio direto com instituições congêneres e de ensino. Para que haja um perfeito funcionamento dessa prestação de serviços e cumprimento desses ideais, há necessidade de trabalho coordenado e comprometido de todos integrantes do Serviço (médico e membros de apoio administrativo). Dessa forma, além de organizarmos um manual de condutas (Oncoginecologia-Vale-
Dr. José Carlos Pascalicchio Diretor Técnico do setor de oncoginecologia
mécum), agilizamos e mantemos “convênio” com outros Hospitais e Instituições de ensino, abrigando residentes, estagiários e internos. O atendimento ambulatorial teve incremento de consultas acima de 80% (atualmente, média de 50 consultas/dia) e em cirurgias (número médio de 150 cirurgias/mês). 2 A7 Especialidade Dal Ben Acompanhamento Hospitalar Assistência / Internação Domiciliar Assistência Materno / Infantil Assistentes Especializados Cuidados Paliativos Gerenciamento de Doenças Crônicas Preventivo de Internação Suporte a Medicina Internacional Dal Ben Home Care possui parceria com os maiores e melhores Hospitais privados de São Paulo
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São Paulo - Al. Santos, 211 - cj 1808 01419 000 - Paraíso (11) 3145 4700 www.dalben.com.br
GENLIBBS cloridrato de gencitabina 200 mg ou 1g Pó liófilo injetável USO ADULTO USO EXCLUSIVO INTRAVENOSO Indicações: câncer de bexiga. Adenocarcinoma do pâncreas, localmente avançado ou metastático. Câncer pancreático refratário ao 5-FU (fluoruracila). Câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado, em tratamento de primeira linha em uso isolado ou combinado com cisplatina. Câncer de mama metastático ou câncer de mama irressecável, metastático ou localmente recorrente, após quimioterapia para doença metastática (o tratamento prévio deve ter incluído uma antraciclina, a menos que esteja clinicamente contraindicada). Câncer de mama irressecável, metastático ou localmente recorrente, recidivado após quimioterapia adjuvante/neoadjuvante, em combinação ao paclitaxel (o tratamento prévio deve ter incluído uma antraciclina, a menos que esteja clinicamente contraindicada). Outras atividades terapêuticas: câncer renal, câncer do trato biliar, câncer da vesícula biliar e câncer ovariano; isolado ou em combinações. Câncer de pulmão de pequenas células e câncer testicular avançado refratário. Câncer cervical em combinação com a cisplatina e/ou radioterapia. Contraindicações: hipersensibilidade conhecida ao cloridrato de gencitabina ou a quaisquer outros componentes da formulação. Precauções e advertências: Gerais: a maioria dos eventos adversos é reversível não requerendo descontinuação do tratamento, embora as doses possam requerer ajustes ou reduções. Mielodepressão: o aumento do tempo de infusão e da frequência das doses revelou aumento da toxicidade. A gencitabina pode suprimir a função da medula óssea, manifestada por leucopenia, trombocitopenia e anemia. Testes laboratoriais: os pacientes sob tratamento com gencitabina devem ser monitorados antes de cada dose, quanto à contagem de plaquetas, leucócitos e granulócitos. Na ocorrência de mielodepressão, deve ser avaliada a possibilidade de suspensão ou modificação do tratamento.Testes laboratoriais da função hepática e renal devem ser realizados periodicamente. Efeitos sobre a capacidade de dirigir e operar máquinas: foi relatada a ocorrência de sonolência leve a moderada causada pela gencitabina. Os pacientes devem ser alertados para não dirigirem ou operarem máquinas até que estejam certificados de que sua atenção e vigília estejam normalizadas. Gravidez e lactação: Categoria de risco na gravidez: D. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica. Informar imediatamente o médico em caso de suspeita de gravidez. A gencitabina deve ser evitada em mulheres grávidas ou que estejam amamentando, devido aos danos potenciais ao feto ou ao lactente. Interações com medicamentos, alimentos e álcool: não existem ainda estudos específicos conduzidos sobre a interação da gencitabina com outros fármacos. Uso não concomitante com radioterapia (isolado ou em ciclos > sete dias): a análise de dados não indicou toxicidade aumentada quando da administração do cloridrato de gencitabina no período de mais de sete dias antes ou após a radiação. Os dados sugerem que a terapia com a gencitabina possa ser iniciada após término dos efeitos agudos da radioterapia ou pelo menos após uma semana após término da radiação. Uso concomitante com radioterapia (simultâneo ou em ciclo de sete dias): num estudo no qual o cloridrato de gencitabina (dose de 1000 mg/m2) foi administrado concomitantemente com radiação torácica em doses terapêuticas (por até seis semanas consecutivas em pacientes com câncer pulmonar de células não pequenas - CPCNP), foi observada toxicidade significativa, na forma de mucosite grave e potencialmente fatal, especialmente esofagites e pneumonites, particularmente em pacientes recebendo altas doses de radioterapia. Estudos posteriores sugeriram a possibilidade da administração concomitante da gencitabina, em doses menores, com radioterapia, com toxicidade previsível. Ainda não foi estabelecido um regime ótimo para uma administração segura da gencitabina com doses terapêuticas de radioterapia. Foram relatadas lesões devido à radiação sobre os tecidos-alvo em associação com o uso isolado ou combinado da gencitabina. Reações 28 Adversas: muitos dos efeitos adversos da terapia antineoplásica são inevitáveis e decorrentes da ação farmacológica da medicação. Muito comuns: náuseas, vômitos; anormalidades nos testes de função hepática; hematúria, proteinúria, anemia hemolítica microangiopática; dispneia; sintomas gripais: febre, dor de cabeça, calafrios, mialgia, astenia e anorexia. Comuns: anemia, leucopenia, trombocitopenia e neutropenia febril; constipação, diarreia, estomatite; erupção cutânea, exantema, prurido, alopecia; tosse, rinite, mal-estar, sudorese, febre, fadiga, astenia; edema, edema periférico. Incomuns: hipertensão, arritmias; sonolência; irritação, dor e vermelhidão no local de aplicação. Raras: elevação dos níveis de AST, ALT, GGT, fosfatase alcalina, bilirrubina; hepatotoxicidade; insuficiência renal, síndrome hemolítico-urêmica; broncoespasmo, pneumonite intersticial, fibrose e edema pulmonar, síndrome da angústia respiratória do adulto; hipotensão. Muito raras: falência hepática; falência respiratória; descamação cutânea, parestesia, erupções cutâneas bolhosas, necrose tecidual; reação anafilactoide; insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, vasculite periférica, hemorragia, gangrena. Posologia: as doses relacionadas são sugeridas de acordo com estudos relevantes, devendo ser reduzidas, em cada ciclo ou dentro do ciclo, de acordo com a toxicidade experimentada pelo paciente. Câncer de pulmão de células não pequenas/ Uso isolado; ciclo de três semanas (21 dias): 1.000 mg/m2, infusão IV, 30 min, repetir uma vez/semana durante três semanas. Pausa de uma semana. Repetir este ciclo de quatro semanas. Uso combinado (cisplatina); ciclo de três semanas (21 dias): 1.250 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1 e 8 de cada ciclo. Uso combinado (cisplatina); ciclo de quatro semanas (28 dias): 1.000 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo. Câncer pancreático/ Uso isolado; ciclo de três semanas (21 dias): 1.000 mg/m2, infusão IV, 30 min, repetir uma vez/semana, até sete semanas. Pausa de uma semana. Ciclos subsequentes com injeções semanais/três semanas + pausa de uma semana. Câncer de bexiga/ Uso isolado; ciclo de quatro semanas (28 dias): 1.250 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo. Repetir o ciclo. Uso combinado (cisplatina); ciclo de quatro semanas (28 dias): 1.000 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo + cisplatina. 70 mg/m2 de cisplatina, no dia 1 após a gencitabina ou no dia 2 de cada ciclo. Repetir o ciclo. Câncer de mama/ Uso isolado; ciclo de quatro semanas (28 dias): 1.000-1.200 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1, 8 e 15 de cada ciclo. Repetir o ciclo. Uso combinado (paclitaxel); ciclo de três semanas (21 dias): 175 mg/m2 de paclitaxel, infusão IV, 3h, no dia 1 + 1.250 mg/m2 de gencitabina, infusão IV, 30 min, nos dias 1 e 8 de cada ciclo. Monitoramento, titulação de doses: os pacientes recebendo gencitabina devem ser monitorados antes de cada dose quanto à contagem de plaquetas, leucócitos e granulócitos e, se necessário, a dose de gencitabina deve ser reduzida ou suspensa, na presença de toxicidade hematológica. Devem ser realizados exames físicos e verificações periódicas das funções hepática e renal para detecção de toxicidade não hematológica. A redução da dose em cada ciclo ou dentro do ciclo pode ser aplicada baseada na toxicidade experimentada pelo paciente. Reg. M.S. 1.0033.0146/Farm. Resp.: Cintia Delphino de Andrade – CRF-SP nº 25.125 LIBBS FARMACÊUTICA LTDA/Rua Raul Pompeia, 1071/São Paulo-SP/INDÚSTRIA BRASILEIRA/ CNPJ:61.230.314/0001-75/UNIDADE EMBU/Rua Alberto Correia Francfort, 88/Embu- SP/CNPJ:61.230.314/0005-07/GENLIBBS-MB01-10/Serviço de Atendimento LIBBS: 08000-0135044. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. USO SOB RESTRITO A HOSPITAIS. A persistirem os sintomas, o médico deve ser consultado. Documentação científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica, mediante solicitação.
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Núcleo de Anestesia
Núcleo de Anestesia Centro de Referência da Saude da Mulher realiza cerca de 800 anestesias por mês, sendo 80% oncológicas de médio e grande porte. Com intuito de reduzir ainda mais o número de cancelamentos de cirurgias eletivas, possui uma equipe para realizar as avaliações pré-anestésicas das pacientes internadas e cerca de 400 consultas ambulatoriais. Possui 49 médicos anestesistas que dispõem de recursos e equipamentos para realizar anestesias com segurança, esta qualidade no atendimento da população feminina se aplica também Helcio A. dos Santos no período pós-operatório imediato através da preDir. do Núcleo de Anestesia ocupação com a analgesia pós-cirúrgica e com o reestabelecimento precoce da paciente. O Núcleo de Anestesia possui desafios e metas para o futuro, buscando expandir nossa área de atuação, agilizar e melhorar ainda mais a prestação de nossos serviços ao público alvo do nosso Hospital que possui uma demanda de atendimento crescente e necessita de cuidados contínuos. 2 A9
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington
Comissão de Humanização
A Humanização é um parâmetro norteador de atendimento do Centro de Referência da Saúde da Mulher, inserida na Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. Possibilita, difundir e consolidar a criação de uma cultura de humanização democrática, solidária e crítica, criando alternativas e soluções que ajudem a melhorar o atendimento. O Hospital implantou as ações através de projetos para assegurar acolhimento ao paciente em todas as instâncias do seu atendimento: • Ouvidoria, canal de escuta qualificada, com garantia de manifestação sem represálias ou prejuízo no seu atendimento. • Conte Comigo e Programa Jovem Acolhedor, cujo objetivo é humanizar o atendimento, acolher o paciente, propiciar orientação eficiente. • Cantinho da Beleza, promoção da auto estima da paciente e cuidados com a higiene pessoal durante o período de internação. • Cantinho do Artesanato, espaço oferecido na unidade hospitalar para que os funcionários possam expor seus artesanatos.
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• Visita Aberta e Direito a Acompanhante, com a ampliação para seis horas contemplando o horário noturno. Acompanhante permitido a todas pacientes internadas conforme Lei 10.689/2000. • Acolhimento com Classificação de Risco no Pronto Atendimento, aumento na eficácia do atendimento e satisfação do paciente. • Visita multiprofissional nas enfermarias para a discussão de casos. • Terapia em grupo com pacientes da quimioterapia com o objetivo de orientá-los sobre o tratamento e seus direitos. • Datas comemorativas, promove e apóia as iniciativas do voluntariado. Dispomos ainda de uma agenda com programação anual cujo objetivo é a integração dos funcionários, gestores e usuários, tendo como principal evento, a Festa da Primavera com o desfile “Passarela da Vida” onde as estrelas do desfile são as pacientes em tratamento. A Comissão Humaniza Pérola de olho na mudança cultural institucional como rege a Política Nacional de Humanização, através da equipe que a compõe, acredita que o respeito às diferenças, as trocas de saberes, a escuta qualificada, a consideração, tanto aos usuários e entre o cuidadores de saúde, é o que fortalece e enriquece as equipes que constituem o Centro de Referência da Saúde da Mulher (Hospital Pérola Byington). Revista do Câncer
Núcleo de
Mastologia
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Núcleo de Mastologia é uma das principais frentes de assistência oncológica do Centro de Referência da Mulher, abrangendo um terço do todo atendimento da Instituição, com uma média de 3.500 consultas por mês, consolidando, assim, como uma das principais instituições do Brasil especializada em doença da mama. Conquistou essa posição ao longo da história de credibilidade e de excelência em assistência à comunidade, não apenas do Estado de São Paulo como de outras regiões do País (cerca de 20%). Pioneiro na assistência diferenciada à Mastologia, com modernos conceitos. O Núcleo conta com uma equipe de 32 mastologistas e a atuação é composta por equipe multidisciplinar, modelo vigente em toda a instituição, com especialistas oncologistas, radioterapeutas, radiologistas, clínicos, anestesiologistas, cirurgiões gerais, psicólogos, enfermeiros e outra gama de colaboradores que envolvem no mais completo tratamento da doença mamária. Para poder atender adequadamente a volumosa demanda, esse departamento de saúde é dividido em vários setores; o centro de alta resolutividade (CARE), o setor de diagnóstico e de lesões não palpáveis (LNP), setor de lesões benignas (LB), setor de seguimento ambulatorial (AMB), setores de pré e pós-operatórios (POS), centro cirúrgico (CC), e outros setores de grande relevância para compor esse complexo oncológico. O CARE é responsável pelo primeiro atendimento dos pacientes, e assiste a uma centena de pacientes por dia, com demanda média de seis pacientes por dia (6%) com carcinoma de mama diagnosticado. O esfor-
ço desse setor é no sentido de realizar todos os exames necessários para o diagnóstico seja clínico, imagenológico e cito-histológico no menor prazo possível, até no único dia de atendimento, promovendo o conceito de assistência humanizada, com uma estrutura integrada das clínicas, mastologia, radiologia e anatomia patológica. Dessa forma, permite aos casos cirúrgicos, maior brevidade para a resolução, seja de urgência ou eletiva (média de um mês). O setor de diagnóstico e de lesões não palpáveis foi desenvolvido para atuar de forma pontual no diagnóstico dos carcinomas iniciais, resultando em altos índices de cura da paciente, de forma integrada com aparelhos mais modernos de mamografia e ultrassonografia. Destacam-se os mamógrafos digitais com módulos estereotáxicos que permitem a realização de biópsia dirigida (mamotomia, biópsia de agulha grossa-CORE, punções biópsias aspirativas) e de marcações pré- operatórias das lesões, consoante com as melhores clínicas do país. Aproximadamente 30% das pacientes atendidas no CARE são encaminhadas a esse setor, ratificando a assistência precoce ao câncer de mama proporcionando melhor prognóstico. No centro-cirúrgico realizam-se cerca 200 cirurgias da mama por mês, sejam as mais variadas e complexas, associadas às reconstruções mamárias (oncoplástica), mastectomias radicais e cirurgias conservadoras. É sitio de treinamento de residentes de diversas especialidades, com ênfase em Mastologia sob supervisão dos mais conceituados especialistas de cada área. O ambulatório é responsável por acolher as pacientes no pós-operatório e segui-las
Revista do Câncer
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Matéria de Capa - Homenagem 50 anos Hospital Pérola Byington com consultas rotineiras, durante e após a vigência do tratamento adjuvante de todo tipo. Atendem-se cerca de 1800 pacientes por mês (100/dia). O público tem acesso no ambulatório situado na Rua Santo Antonio às medicações gratuitas, fornecidas pela Secretaria de Saúde de forma mais desburocratizada possível. Equipes de suporte como, o projeto Conte Comigo, psicologia, assistência social e muitos outros se somam em serviços voltados às necessidades do crescente público dessa instituição de saúde. A administração dos últimos anos tem investido na incentivação dos profissionais, com melhoria da infraestrutura e novos equipamentos, que permitiram alguns resultados
Serviço Social
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ação dos Assistentes Sociais junto às pacientes do CRSM é voltada para o pronto acolhimento, assistência humanizada e orientação às pacientes com habilidade em acolher o usuário como processo de escuta, de respeito e responsabilização frente às situações sócio-assistenciais demandadas pelos familiares e instituição. A atuação do Serviço Social é ampla na prevenção, assistência e cuidados paliativos. Possui projetos voltados paras as pacientes vítimas de violência sexual, atendimento resolutivo em Mastologia (CARE) e cuidados paliativos Incorporam neste trabalho a complexidade e a sistematização de condutas, em grupos multidisciplinares na quimioterapia, intervindo junto aos pacientes e seus familiares numa linha sócio educativa incentivando-os a participarem do processo de recuperação da saúde, fornecendo informações essenciais para aumentar resolutividade e a adesão ao tratamento oncológico. Dra. Sandra Regina Garrido. Responsável pelo Núcleo
aqui demonstrados: Desenvolvimento no atendimento ambulatorial: ano 2005 = 32.000 consultas / ano 2009 = 48.300 consultas (incremento de 50%) Eficácia de resolução cirúrgica 10.o andar: ano 2005 (in ag)= 146 cirurgias / ano 2009 (in ag)= 215 cirurgias (incremento de 45%) Como parte integrante do CRSM, essa gerência oferece a qualidade de seus profissionais, o bem estar dos pacientes e, objetiva a inovação nos seus serviços, adequando-se ao que se propõe o Hospital de Referência de Oncologia. Dr. Jorge Yoshinori Shida - Diretor:
Gerência de Apoio Técnico – GAT
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Gerência de Apoio Técnico (GAT) atua com a finalidade de dar suporte operacional à atividade fim, que é o tratamento das pacientes com câncer ginecológico e de mama e vítimas de violência sexual, prestando auxílio nos Serviços de Diagnóstico e Terapia (SADT) Compreende os Núcleos de Diagnóstico por Imagem, Farmácia, Anatomia-Patológica, Patologia Clínica e Agência Transfusional. Realiza a cada mes 3.600 exames de ultrassom, 2.600 exames de mamografia, 550 exames de tomografia, 1.500 exames radiológicos contrastados,200 exames de densitometria óssea, dispensação de 10.000 prescrições médicas, 6.800 exames anátomo-patológicos, 500 exames de congelação, 1.200 exames de citologia oncótica, 32.000 exames de patologia clínica e transfusão de 500 bolsas de sangue. Auxilia ainda na realização de 80 mamotomias por mês. Dr. André Luiz Malavasi Gerente do Apoio Técnico
Revista do Câncer
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O controle de infecção e o hospital
sos, sistema urinário, sistema respiratório e o sítio cirúrgico (feridas operatórias). Não exclusivamente, mas as ações de controle de infecção giram em torno destes cinco sítios, através de guias de recomendações de prevenção de infecções, treinamento e educação continuada. O CRSM possui taxas de infecção muito baixas e dentro do esperado é considerado aceitável. Diferentemente do que ocorre em hospitais gerais, não são as pneumonias associadas à ventilação mecânica, ou as infecções de corrente sanguíneas que O Centro de Referência da Saúde da mais nos preocupam, mas as infecções de Mulher (CRSM), seguindo a norma que sítio cirúrgico são as que mais acontecem regulamenta o controle de infecção hos- no nosso hospital, felizmente em números pitalar, ou IRAS, possui uma Comissão de muito baixos. Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Ainda como ações realizadas como composta por integrantes dos mais variados setores do hospital, como área médi- controle de infecção, destacam-se as norca, enfermagem, farmácia, infra-estrutu- mas sobre as precauções e isolamentos de ra, nutrição e setor administrativo. Como pacientes, controle e uso racional de antiintegrantes executores das ações de con- microbianos, acompanhamento de obras trole de infecção, compõem a CCIH um e reformas, treinamentos e educação conmédico infectologista e uma enfermeira. E tinuada, controle de surtos, notificação um hospital como esse, eminentemente de doenças à vigilância sanitária, quando cirúrgico, que realiza procedimentos com- compulsória, participação em campanhas plexos na área de oncologia ginecológica, de vacinação e interface entre vigilância deve possuir um rígido controle no que diz sanitária e hospital. respeito ao controle de IRAS, para a maior O processo de controle de IRAS é resegurança das pacientes. Pois é justasponsabilidade de todos que participam, mente esse controle apurado, rigoroso, além da adesão quase que irrestrita do de alguma forma, da assistência aos pacorpo clínico e de enfermagem, que faz cientes. Esta é a filosofia de trabalho do com que os indicadores de infecções se- CRSM, e é assim que nossos profissionais jam muito baixos há anos (ver gráfico mais atuam neste hospital. adiante). ão há como se imaginar um estabelecimento que tem por objetivo o atendimento à saúde das pessoas sem um eficiente e bem estruturado controle de infecção. E não é só no ambiente hospitalar, mas também em clínicas, ambulatórios, instituições que abrigam idosos, hospitais-dia, postos de saúde, etc. Por tal abrangência, o termo “infecção hospitalar” foi substituído por “infecção relacionada à assistência à saúde”, ou simplesmente “IRAS”.
Dr. Gustavo Henrique Johanson
Tradicionalmente, há cinco sítios que mais preocupam em termos de IRAS, que são: corrente sanguínea, cateteres veno-
Médico especialista em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo e Colégio Real de Londres
Revista do Câncer
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Especial
Hospital Pérola Byngton Centro de Referência da Saúde da Mulher
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Paciente é atendida na recepção do Pronto Socorro informatizado
Em 2010 o Hospital Pérola Byngton completa 50 anos de serviços a população de São Paulo. Centro de Referência da Saúde da Mulher, denominação conquistada há 18 anos, agora é também referência em tecnologia da informação. Revista do Câncer
A solução implantada dispõe de outros 80 módulos que integram uma moderna ferramenta de gestão e controle hospitalar. O Hospital já prevê a continuidade do projeto de informatização. O Hospital adquiriu um moderno Sistema de Gestão Hospitalar, o WinHosp. net da Input Center Informática. A solução implantada abrange o Ambulatório, Pronto Socorro, Internação, Estoque, Farmácia e Faturamento. Mais de 650 usuários foram treinados e operam os módulos de forma exemplar. De acordo com o Diretor do Hospital, Luiz Henrique Gebrin, o sistema permite o controle total do Plano de Gestão Organizacional, que inclui o cadastro dos pacientes, Display eletrônico, interfaceado com o sistema agendas, atendimentos, exames, estoques, para controle das senhas dos pacientes funcionários e proporciona principalmente podermos iniciar o tratamento o quanto resolutividade. antes. Com o novo sistema implantado o “Quando uma paciente é atendida tempo para abertura das fichas de atendicom suspeita de câncer, por exemplo, o mento e para a marcação de consultas foi atendimento precisa ser rápido, ágil para reduzido pela metade”, diz Gebrin.
De olho no futuro “Nós vamos implantar o Prontuário Eletrônico do Paciente, com prescrição online, formulários personalizados de Anamnese e Classificação de Risco, para o controle de gravidade dos casos e muito mais. Uma das grandes novidades será a chamada das pacientes aos consultórios de forma humanizada, com uma tecnologia que vai melhorar em muito o conforto e o atendimento oferecido pelo hospital.
todas as áreas envolvidas. Estaremos munidos de indicadores e metas para garantir a melhoria contínua dos serviços oferecidos pelo Hospital Pérola Byngton”, afirma Gebrin.
Em 2009 o Hospital investiu na compra de 30 impressoras laser, mais de 50 computadores, 20 leitores de códigos de barras além de quadruplicar a velocidade do link de internet que atualmente possui Esperamos que além de facilitar o 2 mb/s de velocidade. trabalho dos setores administrativos, como O Hospital planeja a instalação de faturamento e estatística, os gestores poderão também identificar os períodos de um novo servidor, a implantação de uma maior acúmulo de demandas, o que vai im- moderna infraestrutura de rede e ampliar pactar diretamente no consumo de materi- o parque de computadores e impressoras ais e medicamentos e no custo gerado por com equipamentos de última geração. Revista do Câncer
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Espaço IBCC - Homenagem ao Prof. Dr. João Carlos Sampaio Goes Jr.
IBCC Instituto Brasileiro de Controle do Câncer reconhecido mundialmente pela luta contra uma doença que atinge milhares de mulheres, o câncer de mama.
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Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) pode ser resumido como 42 anos de muita luta e esforço contra uma doença que a cada dia é mais presente na população, o câncer. O Instituto foi fundado no dia 4 de maio de 1968 pelo professor doutor João Sampaio Góes Júnior e tinha um objetivo fixo: prevenir, diagnosticar precocemente e tratar os cânceres de mama e do colo do útero. Naquela época, o número de mulheres infectadas pela doença era muito grande. Hoje, esse número ainda é bastante alto, o que acaba trazendo um elevado número de óbitos entre as mulheres, inclusive as mais jovens. "Levar a conscientização, a prevenção e o tratamento do câncer de forma humanizada e ao alcance de todos". Este é o lema do IBCC que traduz o seu principal objetivo, a luta contra o câncer. Nessa batalha contra a doença, os fundadores do Instituto, João Sampaio Góes Jr. e João Carlos Sampaio Góes, trouxeram ao Brasil o seu primeiro mamógrafo, em 1971, que hoje está exposto no Memorial do IBCC, juntamente com outros registros que foram fundamentais para o seu crescimento. Hoje, o Instituto realiza uma média de 7.800 mamografias por mês. “A mamografia é fundamental no diagnóstico precoce da doença. Ela deve ser feita anualmente após os 50 anos”, diz João Carlos Sampaio Góes, Diretor Técnico-científico do Instituto. O IBCC atua como hospital desde 1970 e sempre buscou um atendimento sem discriminação, desenvolvendo assim uma infra-estrutura médico-hospitalar tida como referência nacional.
Desde a sua fundação, o Instituto, que é uma Entidade Camiliana, já atendeu mais de três milhões de mulheres. Atualmente, possui 62 leitos para internação, sete salas cirúrgicas e quatro leitos para terapia intensiva, realizando uma média de 400 cirurgias e 360 internações por mês. Esses números, somados ao grande volume de consultas e exames, acabando totalizando numa média de 40 mil procedimentos médicos por mês. O local possui muitas e diferentes especialidades médicas, como mastologia, ginecologia, cabeça e pescoço, urologia, dermatologia, cirurgia plástica, oncologia clínica, radioterapia, ortopedia, gastroenterologia, colo-proctologia, cirurgia torácica, psiquiatria e neurologia. Além disso, o hospital também presta serviços, como atendimento ambulatorial, prevenção do câncer, diagnóstico (mamografia, ultra-sonografia, raios X, medicina nuclear, tomografia computadorizada e anatomia patológica), internação, cirurgias (centro cirúrgico e cirurgia ambulatorial), terapia intensiva, radioterapia (externa e braquiterapia), quimioterapia e reabilitação psicológica. As terapias complementares, como fisioterapia, fonoaudiologia, psicoterapia e terapia da dor também fazem parte desse farto repertório de atividades existentes no IBCC. Apesar de prestar todos esses variados serviços, o hospital é especificamente voltado para os cuidados da saúde feminina e toda a sua dedicação e esforço ao decorrer dos anos, serviu para torná-lo ‘ícone’ no tratamento de cânceres de mama e ginecológico.
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Aproximadamente 90% dos atendimentos no IBCC são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes do SUS são atendidos de acordo com a política de regionalização determinada pela Secretaria Municipal da Saúde. Já os pacientes conveniados e particulares podem agendar suas consultas por telefone. O hospital é reconhecido e admirado pelo seu bom atendimento aos pacientes. Porém,
de acordo com a gerencia do instituto, seria mais fácil se as pessoas chegassem lá já encaminhadas por algum Posto de Saúde, o que facilitaria o trabalho deles. “O ideal é que as pessoas cheguem ao hospital encaminhadas por um posto de saúde, já com um diagnóstico de pelo menos suspeita de câncer. Acabamos atendendo pacientes que não tem câncer e isto atrapalha muito a nossa rotina”, afirma a genrencia.
Uma Campanha em grande estilo
Há 15 anos, a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda une o fashion à saúde O Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) acertou no alvo quando trouxe ao Brasil, depois de uma parceria com o Conselho dos Designers de Moda da América (CFDA, do inglês), em 1995, a campanha Fashion Targets Breast Cancer, criada em 1994 para alertar as mulheres sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama. A iniciativa americana foi do estilista Ralph Lauren, que, após acompanhar a luta de sua amiga e jornalista Nina Hyde contra o câncer de mama, decidiu que precisava usar a moda para falar com as mulheres sobre este assunto. Criador do alvo azul, ele fez mais do que isso. Sua campanha, abraçada pelo CFDA, fez sucesso nos EUA e logo chegou ao Brasil, primeiro país a realizá-la fora dos EUA e onde ela fez ainda mais sucesso, superando até mesmo os resultados alcançados em seu país natal. Traduzida para o português, O Câncer de Mama no Alvo da Moda vem há 15 anos quebrando tabus, superando barreiras e mostrando que o câncer de mama pode ser vencido. A Campanha trouxe um ar renovador sobre o tema. Incansavelmente apoiada por empresas, artistas, celebridades, imprensa e população em geral, ela se tornou um ícone de esperança, levando informação e estabelecendo uma nova postura das mulheres frente ao câncer, ou melhor, à vida. Conheça os números da Campanha nesses 15 anos • a campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda já arrecadou cerca de R$ 57,5 milhões. • Mais de 15 milhões de produtos vendidos (camisetas, títulos de capitalização, bonecas, louças, cadernos, agendas, etc.); • Mais de 400 artistas participantes; • Mais de 100 empresas-parceiras; • Mais de 60 eventos, sendo 39 edições da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, que reuniu, em 10 anos, mais de 96 mil participantes. Revista do Câncer
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Opinião
PET-CT: Um direito do paciente
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Rafael Robba
uitos pacientes em tratamento oncológico demandam a necessidade de submeterem-se ao exame denominado PET-CT ou PET-Scan, que permite à equipe médica identificar, com precisão, a existência de pequenos focos metastáticos em qualquer parte do corpo. O exame PET-CT consiste num avanço da ciência, que utiliza os conceitos da medicina nuclear, mediante Tomografia por Emissão de Pósitrons (daí a sigla PET – Positron Emission Tomography), simultaneamente à tomografia computadorizada utilizada há vários anos pelos centros médicos. No entanto, mesmo diante dos benefícios oferecidos pelo PET-CT ao paciente, as operadoras de plano de saúde se negam a cobri-lo, sob a alegação de que o referido exame não consta do rol de procedimentos obrigatórios expedido pela ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, por meio da Resolução Normativa nº 167/2008. Ocorre que o exame PET-CT não é uma aventura científica, de eficácia questionável, tampouco uma prática experimental, haja vista ser aprovado pela comunidade médica e realizado em grandes centros oncológicos e instituições de referência. Assim, não basta a mera alegação de que o procedimento não está previsto em um rol, para se negar um exame essencial ao tratamento oncológico, até porque, a falta de previsão difere substancialmente da exclusão. Outrossim, inobstante o valor da resolução 167/2008 da ANS, pois estabelece os procedimentos MÍNIMOS que devem ser disponibilizados aos segurados, ela não acompanha o avanço da ciência médica. Desta forma, não é plausível que operadoras de planos de saúde pretendam conferir aos seus clientes a medicina do passado. Vale ressaltar que a finalidade institucional da ANS, definida pela Lei nº 9.961/2000, é fiscalizar e regular o setor da Saúde Suplementar,
promovendo a defesa do interesse público. O intrigante, no entanto, é que a ANS mantém-se inerte em relação ao exame PET-CT, mesmo conhecendo a eficiência deste recurso e sua usualidade pela comunidade médica, além das inúmeras decisões judiciais obrigando sua cobertura pelas empresas de planos de saúde. Desde sua criação, a agência pouco se preocupou com a defesa do consumidor, ao contrário, grande parte de sua atuação privilegiou as empresas de plano de saúde, ao expedir diversas Resoluções Normativas limitando aquilo que a Lei não havia limitado, deixando de regular os planos coletivos e aqueles contratados antes de 1998 (planos antigos), permitindo reajustes abusivos, muito além da inflação do país, ou seja, a ANS demonstrou não ser competente para proteger o consumidor. Diante de tantas omissões praticadas pela Agência Reguladora, o Poder Judiciário, cada vez mais acionado para resolver questões relacionadas à saúde suplementar, vem se posicionando em favor do consumidor. Sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor, negar cobertura para o exame PET-CT espelha prática de conduta abusiva, eis que “restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual”, nos moldes do artigo 51, § 3º, inciso II da Lei nº 8.078/90. Entender de forma diversa é o mesmo que aceitar a cobertura de determinada doença mas restringir o modo pelo qual se a enfrenta. Cria-se uma contradição intrínseca que afeta a própria eficácia da cláusula de cobertura contratual. Portanto, o PET-CT deve ser considerado como parte integrante do tratamento oncológico, o que obriga sua cobertura pelos planos e seguros-saúde, sempre que houver recomendação médica, pois sua exclusão compromete o objeto do contrato celebrado com o paciente.
* Bacharel em Direito pela Universidade Santo Amaro - UNISA, especializado em Responsabilidade Civil na Área da Saúde pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SP. fonte: www.vilhenasilva.com.br
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