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Editorial

A Gloriosa Chega aos 110 anos

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eferência no Brasil quando o tema é o campo, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) chega aos 110 anos de existência em plena forma.

Recebe diariamente cerca de dois mil alunos em seus seis cursos de graduação e outros 986 frequentam os 17 programas de pós-graduação. Formou mais de 12,7 mil profissionais nos cursos de graduação e 9 mil titulados, entre mestres e doutores, pelos programas de pós-graduação. Além do campus de Piracicaba, a escola tem ainda as estações experimentais de Anhembi, Anhumas e Itatinga, mais de 50% da área total da USP. Atualmente, a escola disponibiliza 12 departamentos e 148 laboratórios nas áreas de engenharia agronômica, engenharia florestal, ciências econômicas, ciências dos alimentos, ciências biológicas, e gestão ambiental. É um nome de respeito para o agronegócio em geral e para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar no Brasil a Esalq é uma referência. O setor sucroalcooleiro é um carro-chefe das pesquisas da escola. A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) nasceu do idealismo e iniciativa de Luiz Vicente de Souza Queiroz, que doou em 1892 ao governo de São Paulo a fazenda onde se situa hoje a parte principal do campus de Piracicaba. A Esalq foi uma das faculdades fundadoras da Universidade de São Paulo (USP) em 1934, mas antes mesmo de ser anexada à universidade estatal ela já estava na ativa. Suas primeiras aulas foram dadas em abril de 1901. Agradecemos à todos os parceiros, patrocinadores e personalidades presentes nesta edição e esperamso poder contar com vocês na edição dos 120 anos. Aguardamos sua analise sobre o nosso trabalho. Boa leitura a todos. Os Editores.

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Expediente Volume IV - Nº 4 - 2011

Agricultura & Engenharia Panorama da Agriculrura Nacional Conselho Editorial

Sumário 6

AgroNews Notícias da agricultura Nacional

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Palavra do Diretor Jose Vicente Caixeta Filho - Dir. ESALQ

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Matéria de Capa Especial - 110 anos ESALQ 20

A Gloriosa Historia da ESALQ

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Estrutura e Funcionamento

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A ESALQ

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Muitas Conquistas...

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Presente de Aniversário

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A Maravilha de Piracicaba

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Simbolos da ESALQ

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Reconhecimento Social

Depto Comercial Gilberto Cozzuol

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Profissionais de Destaques

Administração Yvete Togni

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Prof, Roberto Rodrigues

Circulação Vanessa Silva

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Homenagem Dow AgroSciences

Presidente: Prof. Dr. Roberto Rodrigues Conselheiros: Prof. Dr. Paulo Sergio G. Magalhães Sr. Cesário Ramalho da Silva Prof. Dr. Roberto Testeziaf Prof. Dr. Silvio Crestana Uma publicação: Lúcida Artes Gráficas Ltda Rua Dra. Maria Augusta Saraiva, 74 04545-060 Vl. Olimpia São Paulo SP 11-2339-4711 / 2339-4710 E-mail: lucida.editorial@bol.com.br Diretor - Editor Responsável Dr. J. Márcio da S. Araújo j.marcioaraujo@bol.com.br

Redação Lucida Editorial Ltda

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Agronegócio “Um Futuro Seguro E Muito Promissor”

Agradecimento: - Luciana Joia de Lima - Rel. Públicas Assessoria de Comunicação (Acom) USP ESALQ - Jornal de Piracicaba - Jornal da USP

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Mercado Expansão do mercado atrai cada vez mais profissionais

As opiniões expressas ou artigos assinados são de responsabilidade dos autores.

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AgroNews

Avançam as áreas Subcomissão discute pasemeadas com grãos de recer sobre compra de terras por estrangeiros verão no RS

O plantio das lavouras com os grãos de verão teve um bom avanço nesta semana devido ao clima favorável. As condições do campo permitiram que a semeadura cedo do feijão chegasse a 30% da área estimada para a safra. O milho alcançou 39% da área inicialmente prevista, reduzindo o pequeno atraso em relação aos outros anos.

O trigo também foi beneficiado. A cultura encontra-se nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e, nesta semana, majoritariamente, em enchimento de grãos, com 37%, já apresentando também 2% da área na fase de maduros e prontos para colheita. Devido ao clima quente e úmido dos últimos dias, os produtores observam a presença de doenças nas plantas, principalmente oídio e ferrugens, havendo necessidade de controlá-las. Mesmo assim, a cultura ainda apresenta bom potencial produtivo, e os agricultores se mobilizam com os tratamentos fúngicos. O stand das lavouras de cevada até o momento ainda é considerado bom, mantendo estimativa de produtividade em 2,7 t/ha. A cultura encontrase principalmente na fase de formação das espigas, e com presença de doenças fúngicas, principalmente ferrugens e manchas folhares, as quais estão sendo controladas com agroquímicos.

A subcomissão que analisa a compra de terras rurais brasileiras por estrangeiros se reuniram no dia 28/09/11, para discutir a estratégia de trabalho do grupo para o relatório do deputado Beto Faro (PT-PA). A expectativa é que o parecer seja divulgado até dezembro. No último dia 14, o colegiado, que é vinculado à Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, realizou a última audiência pública com especialistas e entidades do setor. Beto Faro já afirmou que é favorável a um recadastramento obrigatório de propriedades rurais no Brasil, a fim de verificar quantas delas estão nas mãos de pessoas ou empresas estrangeiras. Os dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – 34.371 propriedades sob comando estrangeiro – são considerados defasados. Por sua vez, o presidente da subcomissão, deputado Homero Pereira (PR-MT), adiantou que o grupo vai elaborar um projeto lei que, ao mesmo tempo, preserve a soberania nacional e dê segurança jurídica ao investidor estrangeiro que queira comprar terras no País

Míldio da videira pode comprometer 100% da colheita de uvas Segundo dados divulgados pela Embrapa Uva e Vinho, o plantio em áreas tropicais pode comprometer 100% da colheita, devido à fácil proliferação do míldio da videira - o qual ataca folhas, frutos e ramas da brotação à maturação dos cachos. Doença que assim como o oídio, a prodridão e a antracnose, pode ser desenvolvida durante todo o ciclo da cultura. Para Ademir Santini, gerente de Culturas Hortifrúti, Maçã e Feijão da Diretoria Sul da Bayer CropScience, a aproximação do clima quente e das chuvas frequentes requerem atenção do viticultor à umidade. "A BayerCropScience dispõe de três importantes fungicidas para o controle do míldio da videira - o Aliette®, o Censor® e o Antracol® - que atuam de forma sistêmica, translaminar e de contato, respectivamente, podendo ser aplicados em intervalos e fases diferentes", explica Santini.

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Quase 50% do milho safrinha já está negociado Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontam que 45% da safrinha de milho 2011/2012 já foi comercializada. Historicamente esta é a primeira vez que a produção é negociada com antecedência de cinco meses à plantação do milho. Ao todo foram comercializados quatro milhões de toneladas do cereal. A estimativa de produção para o próximo ano é de aproximadamente nove milhões de toneladas, comparada com quase sete milhões de toneladas produzidos na última safra. As antecipações foram motivadas principalmente pelos altos preços da saca de milho, chegando a R$ 22 em Canarana. Semana passada, os preços pagos variaram na faixa dos R$ 17 nas cidades de Sorriso e Sapezal, alcançando a faixa dos R$ 21 em Campo Verde e Canarana. Ano passado os valores médios praticados na safrinha foram de R$ 15. “A troca está muito boa e é totalmente atípica. O produtor já está travando [negócios] com o

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preço em alta, assegurando a rentabilidade”, avalia o gestor do Imea, Daniel Latorraca. Apesar do clima de otimismo, 5% da safra 2010/2011 ainda não foi vendida. Quanto às exportações, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasi já exportou 4,6 milhões de toneladas em 2011, equivalente a U$ 1,2 bilhão recebido pelos exportadores. No mesmo período do ano passado, as exportações totalizavam R$ 3,5 milhões de toneladas. Segundo análise do Imea, enquanto os embarques nacionais aumentaram 29,6%, o montante que os exportadores receberam aumentou 92,5%.

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AgroNews

Basf vende maior parte de unidade de fertilizantes à EuroChem A EuroChem, controlada pelo magnata russo Andrei Melnichenko, concordou em comprar a maior parte da unidade de fertilizantes de nitrogênio da Basf por cerca de 700 milhões de euros (943 milhões de dólares). A Basf, maior empresa química do mundo em vendas, disse em um comunicado divulgado nesta terça-feira (27) que planeja concluir as transações até o final do primeiro trimestre de 2012. A empresa anunciou no início deste ano que iria

vender as unidades principais de seu negócio de fertilizantes, que está sob pressão de produtores de baixo custo no Oriente Médio, como Saudi Basic Industries. O presidente-executivo da EuroChem disse que o acordo vai impulsionar os negócios na Europa. "A aquisição ... é um marco importante na estratégia de crescimento da EuroChem para aumentar sua exposição no mercado europeu", disse ele em um comunicado.

Arysta oferece produtos para controle das plantas daninhas na cana

Levar informação e orientação ao campo e investir no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias são pilares do trabalho da Arysta LifeScience com iniciativas que visam, de uma lado conscientizar os produtores rurais sobre os benefícios da utilização correta e racional dos defensivos agrícolas, e de outro oferecer soluções no controle dos problemas que acometem as lavouras de todo o país. Nesse sentido, a Arysta LifeScience está investindo em soluções para o combate à tiririca, uma das principais plantas daninhas da cana-de-açúcar, que aparece praticamente o ano todo, sendo altamente adaptada às condições adversas, com resistência e multiplicando-se mesmo em períodos secos ou frios. “Apesar dos grandes investimentos que têm sido realizados para controlá-la, a tiririca ainda tem forte presença nos canaviais, principalmente em áreas altamente férteis e em cana planta, após o revolvimento do solo”, comenta Caio Giusti, responsável de Marketing para cana da Arysta LifeScience. Caio complementa que o controle de tiririca tem sido feito com aplicações de herbicidas em pré ou pós-emergência. Para combater a tiririca, a Arysta oferece ao mercado o Sempra, um herbicida seletivo, aplicado

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em pós-emergência e com alta seletividade para a cana. “Somente 5% da infestação se multiplica por sementes, a maior parte é por tubérculos, sendo seu principal meio de propagação. O herbicida Sempra é aplicado em tiririca com 15 e 20% de florescimento, adicionado de um adjuvante, o Lanzar®, que ajuda na absorção do produto e também melhora a distribuição das gotículas no momento da aplicação”. “Apesar de nenhum produto controlar a tiririca em 100%, para conseguir a redução do banco de tubérculos e a diminuição da infestação é necessário manejo ao longo dos cortes, e também aplicação de herbicidas no plantio”, comenta Caio. “A Arysta está constantemente buscando novas alternativas para o manejo da tiririca. Para outras plantas daninhas, além do já consagrado Dinamic, que possui o melhor desempenho do mercado em folhas largas, como as cordas de viola, também estamos desenvolvendo novas misturas prontas de produtos para o controle de fol has largas e folhas estreitas, em cana soca seca ou úmida e cana planta”, completa Caio. Revista Agricultura & Engenharia


Bayer e Cotrisal promo- Secretaria de Agricultura vem Café de Negócios pade - SP - corta ra produtores de leite/RS seguro da citricultura A Bayer Saúde Animal – Unidade Bovinos e o departamento veterinário da Cotrisal estão promovendo, em todas as filiais da Cooperativa no Rio Grande do Sul, uma série de eventos intitulados “Café de Negócios”.

A Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo cortou o programa de subvenção ao seguro sanitário para indenizar citricultores que erradicassem plantas contaminadas com greening e cancro cítrico. O programa foi anunciado em junho de 2010 como o primeiro do gênero no setor agrícola Realizado pelo médico veterinário e promotor da do País, com uma verba anual destinada de R$ 35 Bayer, Matheus Tassotti, os encontros são destina- milhões. dos a produtores de leite e têm como objetivo promover o produto Catosal B12, que é utilizado nos A decisão foi tomada ainda em junho pela Secanimais no período pós-parto imediato visando a retaria de Agricultura, mas os citricultores da melhoria do desenvolvimento produtivo e reprodu- maior área comercial de laranja só tomaram tivo dos animais, bem como o incremento de peso conhecimento do corte agora, quando os seguros na criação de terneiras e gado de corte. “O Catosal começariam a ser renovados. Ainda em junho, B12 não possui carência no leite e na carne, pois no dia 17, o governador paulista Geraldo Alckmin é apenas uma fonte de fósforo e vitamina do com- (PSDB) chegou a citar o programa de fomento aos plexo B12”, explica Tassotti. citricultores com um dos feitos do governo

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AgroNews

Norma que determina a definição de mata ciliar a partir do leito regular dos rios, incluída no projeto de reforma do Código Florestal (PLC 30/2011) para alterar a regra em vigor que determina que seja a partir do leito maior, no período de cheias, foi criticada pelo professor Ricardo Ribeiro Rodrigues, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP). Ao falar aos senadores em debate conjunto das comissões de Meio Ambiente (CMA), de Ciência e Tecnologia (CCT) e de Agricultura (CRA), o pesquisador explicou que, se virar lei, a norma representará uma redução das Áreas de Preservação Permanente (APP). Ele também se posicionou contra a dispensa de recuperação de reserva legal em pequenas propriedades, conforme proposto no projeto aprovado na Câmara e que tramita no Senado. Conforme ressaltou, as APPs ao longo dos rios exercem papel de filtro para conter sedimentos, reduzindo em até 97% o carreamento de resíduos para os cursos d'água, além de contribuir para impedir a poluição dos recursos hídricos e para impedir a erosão do solo. Rodrigues também

Acervo fotográfico A&E

Professor da Esalq critica redução de área protegida

Prof. Ricardo Ribeiro Rodrigues destacou a importância da reserva legal, destacando o papel das matas como corredores ecológicos, essenciais para sobrevivência das espécies. Também frisou que mesmo pequenos fragmentos são essenciais, atuando como trampolins ecológicos. Ele citou o uso desses fragmentos por morcegos que fazem a dispersão de sementes e por insetos responsáveis pela polinização. - A maioria de nossas culturas depende de polinizadores que têm abrigo nas áreas de preservação - disse. O professor disse considerar um equívoco liberar pequenas propriedades da recuperação de áreas de reserva legal. O especialista cita estudos mostrando que o agricultor poderá ter com a exploração de reserva manejada um rendimento superior, por exemplo, à exploração de laranja e milho.

Suzano não deve sair do negócio de papel A Suzano Papel e Celulose não tem interesse em se desfazer de todos os seus ativos de papel e se focar apenas na produção de celulose, como fez a concorrente Fibria. Para o presidente da companhia, Antonio Maciel Neto, existe a possibilidade de alienação "de alguns ativos" no longo prazo, e o executivo mostra-se otimista em relação ao caixa e ao endividamento da companhia. A Suzano possui um forte plano de crescimento até 2024, quando completa 100 anos de existência. O plano consiste em investimentos no aumento da capacidade de produção de celulose e abre novas frentes de negócios em biotecnologia e energia. Além disso, o plano também fala sobre "a liderança do mercado de papéis da America Latina". Atualmente, de acordo com o próprio presidente, a Suzano tem 36 por cento do mercado interno de papel e 30 por cento da distribuição do produto. Maciel garantiu ainda que não existe nenhuma negociação em andamento para as eventuais vendas dos ativos de papel ou participações nos projetos de celulose. “O aumento de capital (para aumento do caixa) é a última alternativa porque é a mais cara para os acionistas”, disse Maciel.

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AgroNews Com a atual expansão do agronegócio, as usinas sucroalcooleiras e o cultivo de cana cresceram exponencialmente nos últimos anos. Os 8 milhões de hectares cultivados fazem do Brasil, hoje, o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Sabendo do potencial brasileiro nessa área, uma comitiva da Universidad de San Pablo de Tucumán, Argentina, visitou, nessa quarta-feira (1/9), a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ) a fim de estabelecer contato com docentes envolvidos na produção e transformação da cana em etanol e açúcar. A comitiva, composta pelo presidente da Universidade Jorge Rocchia Ferro e pela vice-presidente Catalina Inês Lonac, além de José Coronel, gerente geral e David Sayeg Junior, empresário brasileiro, foi recebida pela vice-diretora Marisa A. B. Regitano d´Arce. Em seguida, assistiram às palestras dos professores Antonio Sampaio Baptista e Sandra Helena Cruz, ambos do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), que lhes apresentaram as pesquisa sobre açúcar e álcool em andamento na Escola.

suprir a demanda doméstica de produtos como cereal, leite e carne e passará a depender de importações. Por outro lado, países produtores, com áreas cultiváveis e abundância de água, poderão atender seu mercado doméstico e exportar os excedentes, abastecendo as demais nações. Segundo Érika, "é preciso eliminar as barreiras mercadológicas, desenvolver a tecnologia e manter investimentos".

Professor premiado

Acervo fotográfico A&E

Argentinos na ESALQ

Aluna da ESALQ apresenta trabalho em Moscou Erika Romero, 20 anos, graduanda do curso de Engenharia Florestal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq), apresentou em setembro, sua pesquisa "Demanda Mundial Crescente e o Futuro das Florestas Brasileiras" no 8th International Junior Forest Contest, em Moscou (Rússia). Com orientação do professor Luis Carlos Estraviz Rodriguez e apoio da Agência Florestal Russa e do Serviço Florestal Brasileiro, órgão do Ministério do Meio Ambiente, a aluna participa do evento que promove, anualmente, a participação de jovens do mundo todo no debate de temas florestais. Nessa edição, o Brasil será representado por Erika e por um aluno da Universidade Federal do Amazonas. O estudo, escrito com a colaboração de outros alunos do curso de Engenharia Florestal, prevê que a maioria dos países desenvolvidos não conseguirá

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Roberto Sartori Filho, professor do Departamento de Zootecnia (LZT), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, recebeu o Prêmio Assis Roberto de Bem, por Produtividade Científica do Ano. A premiação aconteceu na XXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, realizada entre os dias 18 e 20 de agosto, em Cumbuco (CE). Durante o mesmo evento, José de Oliveira Carvalho Neto, aluno do curso de Pós-Graduação em Ciência Animal e Pastagens, venceu a competição de estudantes, com o trabalho Sexagem por citometria de fluxo não afeta o padrão de metilação dos genes IGF2 e IGF2R de espermatozóide bovino. O pesquisador é orientando do professor Sartori em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Revista Agricultura & Engenharia


As estrelas do Guia do Estudante (GE), da Editora Abril, configuram-se em reconhecido índice de qualidade dos cursos de graduação no País. Ano após ano, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (USP/ESALQ), preocupa-se com esse tipo de qualificação informando dados gerais sobre seus seis cursos. Em 2011, quase 3 mil pareceristas avaliaram 10.692 cursos, de 1.516 instituições de ensino superior. Nesse universo altamente competitivo, 4.329 cursos, de 697 escolas, foram indicados com as desejadas estrelas. E o resultado ratificou a ESALQ como um centro de excelência. Obtiveram classificação 4 estrelas (muito bom) os cursos de Ciências Econômicas e Gestão Ambiental; e 5 estrelas (excelente) os cursos de Ciências Biológicas, Ciências dos Alimentos, Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal. Esses selos de qualidade como melhores instituições de ensino superior obtidos pela ESALQ, constarão da publicação GE Profissões Vestibular 2012, que passa a circular nas bancas no início de outubro e, posteriormente, no endereço www.guiadoestudante.com.br . A avaliação é realizada por consultores com currículos cadastrados na Plataforma Lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que fazem parte do Banco de Avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (BASis), conforme portaria MEC nº 1.751, de 27/10/2006. Saiba mais sobre os cursos de graduação da ESALQ em www.esalq.usp.br/graduacao .

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Acervo fotográfico A&E

Guia do Estudante


Palavra do Diretor

JosĂŠ Vicente Caixet

Roberto Amaral

Diretor da ESALQ

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D ta Filho

esde que assumi a Diretoria da ESALQ, em 17 de janeiro de 2011, venho sentindo uma enorme mudança em minha vida. Mesmo há quase 22 anos na ESALQ, parece que estou em um “emprego novo”, honrado, motivado e entusiasmado com os novos desafios. Durante estes quatro anos, espero que prevaleçam a transparência e a participação democrática dos membros de nossa comunidade. Nesse sentido, iniciei a gestão 20112014 na Diretoria da ESALQ com a oportunidade de conversas individuais com todos os nossos docentes e servidores não-docentes, com agenda específica de fevereiro a abril, e as surpresas foram das mais diversas. Tanto no que tange a recomendações de ações voltadas ao incremento da qualidade do ambiente da nossa ESALQ quanto ao simples olhar sorridente que muitos demonstraram ao adentrar pela primeira vez na sala da Diretoria da ESALQ. Tal sinergia já vem sendo fundamental para o refinamento do Plano de Gestão 2011-2014, em constante apreciação ou mesmo revisão por nossos órgãos colegiados. Como exemplo, na reunião de nossa Congregação, ocorrida no dia 17 de fevereiro, assuntos relacionados a temáticas relevantes para o nosso futuro institucional passaram a ser incluídos na pauta da reunião, para serem amplamente discutidos e avaliados pelas representações que compõem esse importante Colegiado. Também acredito bastante na implementação de mecanismos de gestão que sejam pautados pela desconcentração administrativa. Já estamos em fase de testes de modelo descentralizado de compras, de tal forma que cada Seção ou Departamento da ESALQ seja atendido por uma equipe específica e devidamente treinada. Tudo isso fazendo parte de um processo em que treinamentos internos serão oferecidos sistematicamente aos representantes qualificados de cada Seção ou Departamento, visando uma maior eficiência ao cumprimento dos quesitos relacionados aos pedidos de compra e a partir de agora também ao monitoramento do pós-venda tanto de bens quanto de serviços. Entendo ainda que, nesse ambiente que envolve mais diretamente os nossos servidores não-docentes, oportunidades serão criadas com o intuito de facilitar a mobilidade e até mesmo a transferência desses recursos humanos entre Seções e Departamentos, de forma a proporcionar tanto maior eficiência a processos dos mais abrangentes quanto maior motivação aos colaboradores envolvidos. Sinalizador muito importante para qualquer plano de gestão: ter a clareza da identidade institucional que nos une.

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Roberto Amaral

Palavra do Diretor

“A Gloriosa continuará a galgar passos seguros se o trabalho for realizado de forma integrada, responsável e sustentável nos próximos quatro anos.” Prof. Caixeta filho Diretor da Esalq

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Não tenho dúvidas que todos queremos o melhor para a nossa ESALQ. A Gloriosa, que em 3 de junho de 2011 completou 110 anos com a realização de vários eventos acadêmicos, científicos e de entretenimento, começa pela visão do próprio Luiz de Queiroz, evidenciando a recorrência do empreendedorismo que nos une. A renovação de nossos quadros é patente. Levantamentos recentes informam que entre os 240 docentes há mais de 20 tipos distintos de formação acadêmica. A Escola que continuará sempre a ser lembrada pela excelência de suas atividades em Ciências Agrárias, hoje abriga cursos de graduação que extrapolam o recorte estanque de uma ciência específica. Nosso ambiente acadêmico, inspirado pelas boas práticas de empreendedorismo, tem observado experiências de natureza multi e interdisciplinar envolvendo não somente o curso de Engenharia Agronômica, mas também o de Engenharia Florestal (início em 1972), de Ciências Econômicas (início em 1998), de Ciências dos Alimentos (início em 2001), de Gestão Ambiental (início em 2002), de Ciências Biológicas (início em 2002) e as licenciaturas em Ciências Agrárias e em Ciências Biológicas, assim como o recém-implantado curso semipresencial de licenciatura em Ciências e a aprovação recente do curso de bacharelado em Administração, em sessão do Conselho Universitário da USP realizada no dia 28 de junho, e que terá início em 2013. São mais de 470 novos alunos de graduação que recebemos

anualmente e que chegam à nossa ESALQ, com sonhos dos mais diversos a serem decodificados pela Instituição. Essas experiências que envolvem essa multi e interdisciplinaridade devem ser incentivadas e ampliadas e, quem sabe já num futuro próximo, com mais alguns novos cursos de graduação na ESALQ. Nessa linha de pensamento, a perspectiva de maior envolvimento do próprio aluno de graduação às pesquisas conduzidas pela ESALQ é clara, tomando-se inclusive como referência os incentivos e oportunidades que vêm sendo formalizados a partir da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP). Esses alunos de “Iniciação Científica” podem vir a se juntar a alunos de pós-graduação dos inúmeros programas da ESALQ. Pós-graduação que nos envaidece e nos honra pelo reconhecimento do grau de excelência de seus Programas, o que certamente implica o desafio de conseguirmos pelo menos nos manter nesse patamar de destaque e, em sendo possível, galgar degraus ainda mais elevados. A Universidade de São Paulo, no geral, e a nossa ESALQ, em particular, se orgulham em poder participar da construção de ambientes tão importantes para a formação de profissionais diferenciados; da formação de alunos que tenham a oportunidade de cursar disciplinas com conteúdos inovadores e que façam sentido para as necessidades de um mercado de trabalho cada vez mais exigente; da motivação de egressos que efetivamente contribuam para a revisão constante de nossas estruturas curriculares; Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


do preparo de profissionais que vão se pautar pela ética, pela qualidade, pela responsabilidade social e ambiental, pela vida. A ESALQ faz...faz muito...e precisamos certamente comunicar melhor o que fazemos. Seja por meio de mídias que alcancem aquele cidadão mais distante, seja do claro acenar ao cidadão mais próximo, de Piracicaba e região. Importante falar de Piracicaba. A ESALQ representa muito para a cidade. O Diretor – eu não imaginava – é uma referência muito importante para o município, que tem a enorme responsabilidade de se dispor a executar atividades de interlocução das mais variadas, de forma a evidenciar que a ESALQ está interessada em participar de iniciativas sérias, sustentáveis, que prezem por um futuro promissor para o município e região. Enfim, o desafio do diretor-gestor se inicia com a identificação das habilidades e das boas vontades que são trazidas pelos talentos humanos, sejam eles servidores docentes ou não-docentes. Não acredito que existam

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pessoas que não possam ser aproveitadas nesse processo. Todos podem contribuir. Se a gestão for pautada por uma delegação devida de competências e a identidade institucional bem referenciada, recursos materiais não serão a limitação para uma comunidade que queira o bem de sua instituição. Ainda falando um pouco da função de Diretor da ESALQ, compartilharei a gestão 2011-2014 ao lado da primeira vice-diretora na ESALQ, a professora Marisa Aparecida Bismara Regitano d´Arce, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição, que tomou posse em 27 de maio de 2011. A professora Marisa demonstra essa motivação, esse ânimo enorme em trazer novas contribuições para a ESALQ. É uma responsabilidade que temos pela frente e o desafio é fazermos com que este entusiasmo e motivação sejam contagiantes. A Gloriosa continuará a galgar passos seguros se o trabalho for realizado de forma integrada, responsável e sustentável nos próximos quatro anos.

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Capa - Especial 110 anos Esalq

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Acervo fotográfico da ESALQ

eferência no Brasil, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) chega aos 110 anos de existência em plena forma. Recebe diariamente cerca de dois mil alunos em seus seis cursos de graduação e outros 986 frequentam os 17 programas de pós-graduação. Formou mais de 12,7 mil profissionais nos cursos de graduação e 9 mil titulados, entre mestres e doutores, pelos programas de pós-graduação.

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Além do campus de Piracicaba, a escola tem ainda as estações experimentais de Anhembi, Anhumas e Itatinga, mais de 50% da área total da USP. Atualmente, a escola disponibiliza 12 departamentos e 148 laboratórios nas áreas de engenharia agronômica, engenharia florestal, ciências econômicas, ciências dos alimentos, ciências biológicas, e gestão ambiental. Se é um nome de respeito para o agronegócio em geral, para a cadeia produtiva da canade-açúcar no Brasil a Esalq é uma referência. O setor sucroalcooleiro é um carro-che-

Escola Superior de Agricultura reconhecida mundialmente pela fo Revista Agricultura & Engenharia


110 anos fe das pesquisas da escola.

A Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) nasceu do idealismo e iniciativa de Luiz Vicente de Souza Queiroz, que doou em 1892 ao governo de São Paulo a fazenda onde se situa hoje a parte principal do campus de Piracicaba. Na época de sua fundação, Piracicaba estava acompanhando a história brasileira, saindo da era escravagista e entrando na era agrícola, recebendo imigrantes europeus, no início majoritariamente italianos, para cul-

tivo de algodão, cana-de-açúcar e café, as culturas predominantes naqueles anos. A Esalq foi uma das faculdades fundadoras da Universidade de São Paulo (USP) em 1934, mas antes mesmo de ser anexada à universidade estatal ela já estava na ativa. Suas primeiras aulas foram dadas em abril de 1901. Conheça agora a história da Gloriosa.

ra Luiz de Queiroz (Esalq/USP), ormação de líderes do agronegócio. Revista Agricultura & Engenharia

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Capa - Edição especial

surgimento da Escola Agrícola Prática de Piracicaba foi a realização de um sonho do agrônomo e fazendeiro Luiz Vicente de Souza Queiroz. A história da instituição teve sua gênese vinculada à história de vida de Luiz de Queiroz. Nascido em 12/06/1849, formado em agronomia na França (Grignon) e Suiça (Zurich), era herdeiro de uma rica família da nobreza rural de São Paulo. De volta ao Brasil após o término de seus estudos, Souza Queiroz se deparou com o atraso das práticas agrícolas nacionais e entendeu ser de fundamental importância a divulgação das mais avançadas técnicas e práticas agrícolas à população, e assim esboçava a idéia de uma escola. O sonho da instalação de uma escola agrícola para desenvolver a região era reforçado quando via perecerem os algodoais de seus fornecedores, atacados por pragas e moléstias desconhecidas. Em 1888, após a libertação dos escravos com a Lei Áurea, causa pela qual militava, decidiu viajar à Europa para melhor conhecer jardins botânicos, hortos florestais, escolas de agricultura e instituições de pesquisa. Presenciou na Inglaterra discussões acerca da restauração da fertilidade dos solos, por meio de ossos moídos (fertilizantes), ou através do emprego da rotação de cultivos, conhecimentos estes que foram acalentando o desejo de fazer em Piracicaba uma escola de Agronomia de ensino científico. Na volta, começou a materializar seu sonho, Luiz Vicente de Souza Queiroz solicitou auxílio a amigos ricos, familiares e fazendeiros para a construção da escola agrícola. Face à recusa geral, resolveu tocar o projeto por conta própria, até onde tivesse fôlego financeiro, e encomendou a dois ingleses o projeto para uma Escola Agrícola e Fazenda Modelo. Em viagem aos Estados Unidos, Luiz Vicente de Souza Queiroz contratou dois arquitetos espanhóis e um professor de agricultura americano e os trouxe a Piracicaba. Ao retornar começou a erguer a escola, contratando 200 trabalhadores para a empreitada. Nos Estados Unidos deparou-se com o uso da eletricidade pela primeira vez na vida,

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Acervo fotográfico da ESALQ

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História da Esalq

ficando fascinado principalmente em função do grande potencial que teria para o Brasil o emprego de tal fonte de energia, tendo em vista suas inúmeras quedas de água. Estabeleceu um contrato com o poder municipal de Piracicaba para que ele próprio comandasse a construção de uma usina, e importou dos Estados Unidos toda maquinaria necessária, contratando o engenheiro eletricista americano T. Alvim Call. O prédio de pedras em estilo americano para a futura usina foi rapidamente construído à margem esquerda do rio Piracicaba. Luiz Vicente de Souza Queiroz tinha prazo certo para a inauguração da usina, o que lhe demandava esforços e investimentos tão grandes ou maiores que os destinados à construção da escola agrícola. Resolveu então pedir apoio do governo para a escola, solicitando isenção alfandegária e frete gratuito para os materiais a serem utilizados na construção do estabelecimento, mas sem sucesso. Em 1892, mesmo ano desta recusa, foi estabelecida a Secretaria da Agricultura de São Paulo, que oficialmente já existia desde a promulgação da Constituição Política do Estado em 14/07/1891. Apesar do desinteresse do governo estadual em relação à escola, a Câmara dos Deputados do Estado promulgou a lei nº126, de 11/05/1892, autorizando o executivo a fundar uma Escola Superior de Agricultura e a estabelecer nos lugares apropriados dez estações agronômicas com seus respectivos campos experimentais. Luiz Vicente Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


de Souza Queiroz resolveu então doar ao governo a Fazenda São João da Montanha com todas as benfeitorias existentes com a condição de, no prazo de dez anos, ser concluída e inaugurada sua sonhada Escola Prática de Agricultura.

“A Escola Agrícola Prática de Piracicaba tem por missão difundir no Estado de São Paulo as noções, preceitos e práticas mais úteis à agricultura por meio de lições teóricas elementares sobre as diversas disciplinas que constituem o seu programa de ensino e as demonstrações essencialmente práticas a elas correspondentes”. (art. 2º)

Os trabalhos de construção da Escola caminhavam tão lentamente que preocuparam Luiz de Queiroz, a ponto de pensar que os dez anos dados como prazo não seriam cumpridos. Ele tentou mobilizar as autoridades estaduais, por meio de artigos na imprensa, sobre o ensino e outros assuntos agrícolas, em vão. O Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Jorge Tibiriçá, paralisou as obras por completo, contrariando os desejos de Luiz Vicente de Souza Queiroz, que morreu pouco depois, em 11 de junho de 1898, sem ver seu sonho realizado.

Em março de 1901 Cândido Rodrigues, então Secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo, foi à Piracicaba conhecer o estabelecimento, e ficou tão bem impressionado com a obra deixada por seu idealizador que propôs ao governo a inclusão do nome de Luiz de Queiroz no da instituição. Finalmente em 03 de junho de 1901 era inaugurada a Escola Agrícola Prática “Luiz de Queiroz”.

Em 29/12/1900, por meio do decreto-lei nº 683A, do então Presidente do Estado de São Paulo Francisco de Paula Rodrigues Alves, foi criada oficialmente a Escola Agrícola Prática de Piracicaba, a qual teria os seguintes objetivos:

Houve importantes diferenças entre a concretização da escola e os projetos que antecederam sua inauguração. Foi implantado apenas o regime de externato e mesmo assim para alunos maiores de dezesseis anos, quando o decreto previra idade

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Capa - Edição especial culos com a proprieinicial de quinze dade fundiária, mais anos. A abolição do de 49% deles eram regime de internato filhos de fazendeiros denotou uma preDados que denotam coce elitização da uma perspectiva de instituição, visto que formação da classe tal regime seria mais dirigente agrária paucondizente com um lista por parte da espúblico-alvo dotado cola. Nas palavras de de menores recurArthur Torres Filho, sos. Outra diferença orador da turma de marcante foi o fato formandos de 1910, de a escola ter sido tal perspectiva ficava inaugurada sem que evidenciada: as instalações experimentais previstas na “(…)E tenho eslei - a fazenda modeperança de que lo e o posto zootécseremos nós, nicoestivessem meus colegas, os concluídas, o que filhos espirituais somente ocorreu três desta Escola, nós anos mais tarde após os orientados por a contratação de um tão extraordináprofissional norterios mestres, que americano. Fato este armados com a que distanciou a es* Luiz Vicente de Souza Queiroz ciência, com o cola de sua definição Patrono da ESALQ trabalho, que é a inicial, a de ser uma vida do espírito, com uma vontade inqueescola essencialmente prática. brantável, com um real patriotismo, aliado ao amor pela profissão abraçada, abriremos Ainda assim, em 1º de maio de 1901 foram abera fulgida estrada por onde passará o carro tas as matrículas, e iniciadas as aulas no dia 03 triunfante do progresso agrícola da Pátria de junho contando com onze alunos regularmente bem amada” matri-culados e três ouvintes. O número de candidatos à matrícula na Escola Agrícola Prática “Luiz de Queiroz” foi crescendo consideravelmente com Em 1911 foram matriculados 166 alunos vindos o passar dos anos, recebendo, em 1903, 29 alu- de vários estados brasileiros, sendo 101 de São Paulo, 22 de Minas Gerais, 14 da Capital Federal, nos. 9 do Rio Grande do Sul, 7 do Rio de Janeiro, 4 de Entre 1901 e 1930 a escola teve um total de Mato Grosso, 2 do Paraná, 1 (de cada um dos es2.763 alunos inscritos, dos quais apenas 558 tados) do Rio Grande do Norte, do Maranhão, de diplomaram-se. Com relação à procedência dos Santa Catarina, do Piauí, do Ceará, de Pernambuestudantes verificou-se que mais de 82% dos alu- co e do Espírito Santo. nos eram originários do centro-sul brasileiro, em sua maioria (56,8%) paulistas. *Acervo fotográfico da ESALQ Apenas 21% destes estudantes não tinham vín-

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Capa - Edição especial

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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Escola Agrícola Prática de Piracicaba, ao ser criada em 29/12/1900, pelo decreto nº 683A, tinha como objetivo a difusão, no Estado de São Paulo, de noções e práticas úteis à agricultura por meio de um programa de ensino teórico e prático. Para tal a Escola teria como anexos: uma fazenda modelo, com campo de experiências de cultura e estrumação; jardim botânico; horta; pomar; forrageal e áreas para cultivo do café, algodão, cana de açúcar, fumo e cereais; e um posto zootécnico, com instalações para animais de serviço e de criação.

deveriam ser aprovados (grau de 2,0 a 10,0) e assim receberiam, ao final do curso, o diploma de agrônomo. O diretor da escola, que deveria ser um profissional diplomado por qualquer estabelecimento de ensino superior (nacional ou estrangeiro) dedicado às ciências agronômicas, seria escolhido entre os lentes e nomeado pelo Presidente do Estado, sob proposta do Secretário de Agricultura do Estado.

Os lentes ou professores, que seriam também nomeados pelo Governo do Estado, deveriam ser preferencialmente profissionais nacionais que tivessem se destacado em instituições congêneres. A Congregação seria composta O curso de agricultura, segundo o decreto de pelos professores e pelo diretor, e se reuniria criação da instituição, seria ministrado em uma vez por mês para discutir, organizar e totrês anos, com as seguintes disciplinas: mar providências sobre tudo o que dizia respeito à instituição. 1º ano - matemática elementar, botânica, química inorgânica, mineralogia, físiEm termos de instalações, a então Escola ca, zoologia e geologia. Agrícola Prática de Piracicaba teria uma biblioteca com acervo (livros e periódicos espe2º ano - geologia, agrologia, agrimencializados) de interesse agrícola. A escola sesura, química orgânica, agricultura, e ria dotada, também, de gabinetes: de física zootecnia. e meteorologia; de geologia, mineralogia e 3º ano – química agrícola, economia agrologia; de botânica, zoologia e zootecnia; rural, anatomia, fisiologia e exterior e de desenho, agrimensura e contabilidade. dos animais domésticos, fitopatologia, Haveria um laboratório para os trabalhos de cirurgia, higiene veterinária, construções análise de terras, cinzas e adubos, e um mururais e contabilidade agrícola. seu especial com coleções de animais, plantas, rochas, sementes, aparelhos de bonifiPelo referido decreto, a escola funcionaria cação dos produtos, esqueletos de animais, em regime de externato, ao contrário do que estampas de tipos nacionais e estrangeiros de haviam proposto tanto Luiz Vicente de Souza animais domésticos e amostras de madeiras. Queiroz, quanto Leão Affonso de Morimont, Desde a inauguração, em 1901, até sua inresponsável pela construção da escola. Os corporação à estrutura universitária nos anos alunos teriam exames semestrais, teóricos 30, a Escola Superior de Agricultura "Luiz de (prova escrita e oral) e práticos, nos quais Queiroz" (ESALQ) passou por oito alterações 24 24

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Q ESAL

Acervo fotográ fi

co da E SALQ

da ráfico fotog o v r e Ac

curriculares e/ou regimentais, respectivamente nos anos de 1905, 1908, 1912, 1917, 1919, 1925, 1930 e 1934. Estas várias alterações foram resultado da disputa entre os que lutavam para que a instituição tivesse nível superior e os que a queriam mais elementar, de ensino médio. A história da ESALQ, no que diz respeito à sua estrutura curricular e programática, pode ser dividida em duas fases: de 1901 até 1916 e daí até 1934, quando de sua incorporação à Universidade de São Paulo. Enquanto a primeira esteve marcada pela tentativa de transformá-la numa escola modelo, de caráter prático, a segunda fase pautou-se pela luta de seu reconhecimento enquanto instituição de nível superior.

grau – grau de confirmação) para habilitar agrônomos para os serviços mais elevados da agricultura.

O novo regulamento e currículo procuravam conferir uma maior "cientifização" ao ensino professado na escola, que seria intuitivo e largamente demonstrativo, devendo os professores desenvolverem o espírito de observação do alunato por meio de considerações compreensíveis, de experiências e de demonstrações, quer no gabinete, quer no campo, para que os alunos convencidos da exatidão das regras, leis e preceitos científicos, pudessem achar na prática a evidência dos fatos O primeiro grande passo na direção de trans- observados formá-la em escola modelo foi dado pelo decreto nº 1.266, de 18/02/1905, que reorga- O curso geral permaneceu com três anos nizou a Escola, dando-lhe novos regulamento de duração, compreendendo as seguintes e currículo. O curso geral da ESALQ ficou di- disciplinas: matemática elementar; física vidido em: curso elementar (de 1º grau) para (compreendendo meteorologia) e noções preparar charrueiros e abegões; curso médio de mecânica; construções rurais; química (de 2º grau) para preparar regentes ou admi- mineral e noções essenciais de mineralogia; nistradores agrícolas; curso superior (de 3º química orgânica e agrícola e tecnologia das grau) para formar administradores rurais, ger- indústrias agrícolas; botânica, micologia e entes de indústria, professores de agricultura, fitopatologia; agronomia (agrologia, essenfuncionários para serviços agronômicos e sim- ciais noções de geologia agrícola); cultura ples agrônomos; curso de recapitulação (de 4º da horta, do pomar, dos campos, das maRevista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

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Capa - Especial 110 anos Esalq tas e economia e legislação rurais; zoologia geral; zootecnia especial; criação de aves, do sirgo(bicho-da-seda) e de abelhas e entomologia agrícola; arte veterinária; higiene rural e medicina de urgência. Entretanto a cadeira higiene rural nunca foi efetivamente implantada e a de economia rural foi retirada. Aos alunos seriam exigidos trabalhos, exercícios e demonstrações práticas para cada curso, e a organização de uma "memória" ou "monografia" sobre um ponto de sua predileção, que seria apresentada à Congregação, a qual lhe conferiria o diploma de Agrônomo Confirmado, se a achasse meritória. No regulamento de 1905 foram mantidos a fazenda modelo, o posto zootécnico, os gabinetes, o museu e a biblioteca, já previstos anteriormente. O antigo laboratório para trabalhos de análises de terras foi configurado como um laboratório químico, com mais espaço e os aparelhos necessários para análises de terras, cinzas, adubos e substâncias orgânicas úteis à indústria agrícola ou à alimentação de animais domésticos. Foram previstos, ainda, a instalação de uma leiteria ou casa especial para manipulação do leite e fabrico de manteiga, queijos e requeijão, e de um hospital veterinário. Em 1905 a escola contava com 40 alunos, em 1906 com 49 alunos matriculados, e em 1907 haviam 60 alunos matriculados no primeiro grau, 24 no segundo e 6 no curso superior. Foram diplomados em 1907 dois administradores agrícolas, que haviam concluído o curso médio, e três agrônomos que haviam finalizado o curso superior (RELATÓRIO, 1909). Em 1919 a instituição voltou a ter seu regulamento alterado através do decreto nº 3.070, aprovado em 10 de junho. Em seu artigo primeiro, o novo regulamento trazia a menção especial à produção econômica das plantas e animais mais úteis e adaptáveis ao Estado de São Paulo, assim como incentivava a aproxi26 26

mação com as indústrias mais ligadas à agricultura. O regulamento dizia que a escola passaria a ter três cursos: o fundamental (um ano), o geral(três anos) e o de revisão(mais um ano). Aos alunos aprovados em todas as matérias dos cursos fundamental e geral seria concedido diploma de "agrônomos". Os diplomados que tivessem feito o curso de revisão receberiam um atestado de especialização concedido pelo Diretor da escola e assinado pelo professor catedrático da cadeira em que houvessem se especializado. Foi introduzido também o concurso para admissão de seu corpo docente. O regulamento de 1919 criava ainda uma oitava cadeira, que pretendia ensinar a disciplina de Tecnologia Rural (ESTADO DE SÃO PAULO, 1919). Ainda em 1919 foi definida a introdução de exercícios militares obrigatórios nas duas primeiras horas de aula do dia, para os alunos da escola: "a) evoluções militares; b) instruções práticas de atirador; c) preleções em aula, no recinto da Escola; d) nomenclatura do fuzil "Mauser" e seus acessórios; e) esgrima de baioneta; f) exercícios de tiro" A Lei nº 2.111, de 30/12/1925, que reorganizou a escola, definiu a criação da 9ª cadeira, zoologia, como cadeira específica, a qual versaria sobre entomologia, parasitologia, apicultura’ e sericultura, anatomia e fisiologia dos animais domésticos. Ficou instituído estágio no Instituto Agronômico de Campinas, nos estabelecimentos zootécnicos ou em outros estabelecimentos que proporcionassem a especialização agronômica dos engenheiros agrônomos diplomados pela escola. Aos alunos que apresentassem maior aproveitamento no estágio ficava facultado o aperfeiçoamento dos estudos em instituições estrangeiras à custa do Estado. Foram criados os cursos de administrador rural e de capataz rural, anexos à escola. Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


Os alunos aprovados em todas as disciplinas do curso fundamental e geral receberiam o diploma de engenheiro agrônomo e não mais de agrônomo, atendendo à intensa reivindicação de alunos e professores e fortalecendo a idéia de se fazer da escola uma instituição de ensino superior.

Em 1930 foi feita uma reforma através da qual deu-se provimento para que as cadeiras com mais de um auxiliar fossem desdobradas em cadeiras distintas, preservando-se no mais toda a estrutura anterior. No ano seguinte a escola ganhou status de estabelecimento de ensino superior, tornando-se a Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz".

Compunha, nesta época, o pessoal da Escola Agrícola "Luiz de Queiroz": diretor, professores catedráticos, professores auxiliares, ajudantes de laboratório e gabinete, mestre de leiteria, auxiliar de agrostologia, auxiliar de bromatologia, mestres de oficina, administrador da Fazenda Modelo, escriturários, porteiro, bedeis, zeladores de laboratórios e gabinetes, fiscal, mensageiro e serventes.

Pelo decreto nº 6.606, de 16/08/1934, a escola foi transferida da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio para a da Educação e Saúde Pública, sendo incorporada à Universidade de São Paulo, adotando a denominação de Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo, que permanece até os dias atuais.

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Capa - Especial 110 anos Esalq

A Esalq

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(Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz números e projetos)

oltada ao ensino, pesquisa e extensão universitária, a instituição vinculada à USP (Universidade de São Paulo), oferece anualmente 390 vagas em seis cursos de graduação.

Em um século e uma década, a Esalq já formou 12.788 profissionais. A universidade oferece também 15 cursos de pós-graduação nos níveis de mestrado e doutorado.

Ao longo das últimas décadas, contudo, sua área de atuação foi significativamente ampliada, por meio da criação de novos cursos de graduação e pós-graduação, os quais além da atividade de ensino propiciam o fortalecimento da pesquisa e extensão universitária dentro de suas áreas de atuação.

Atualmente, a Esalq oferece graduação em engenharia agronômica, engenharia florestal, ciências econômicas, gestão ambiental, ciênOs diversos cursos da Esalq abrigam cerca de cias biológicas e ciências dos alimentos. Está 2.000 alunos de graduação e 1.200 alunos em andamento o projeto de um novo curso de de pós-graduação, sendo ministrados por 238 graduação, em administração, previsto para docentes, em sua quase totalidade com título iniciar em 2012. de doutor. Além disso, a instituição conta com o trabalho e a dedicação dos quase 540 cola- Na pós-graduação, a Esalq oferece 15 cursos boradores que trabalham em 12 departamen- stricto-sensu, nos níveis de mestrado e doutos da escola. Com localização privilegiada, a torado, nas áreas de: agronomia estatística Esalq possui uma área territorial de 3.825,4 e experimentação agronômica, fitopatologia, hectares, o que corresponde a 49% da área genética e melhoramento de plantas, micrototal da USP em todos os campi do Estado de biologia agrícola, solos e nutrição de plantas, São Paulo. ciência animal e pastagens, ciência e tecnologia de alimentos, ecologia aplicada, economia Em 1934, a Esalq foi uma das escolas funda- aplicada, engenharia de sistemas agrícolas, doras da USP, junto com a Faculdade de Di- entomologia, fisiologia e bioquímica de planreito do Largo São Francisco, Escola Politéc- tas, fitotecnia internacional, biologia celular e nica, Faculdade de Farmácia e Odontologia da molecular vegetal e recursos florestais. USP, Faculdade de Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina e Instituto de Educação. A Esalq, desde o início de sua história, procura manter sua posição de destaque em suas Durante grande parte de sua história inicial, áreas de atuação. Dessa maneira, a instituio foco principal de atuação da Esalq esteve ção constitui um ambiente onde convivem em voltado à agricultura e à agropecuária, desen- harmonia, docentes e estudantes dedicados volvidas dentro de seu tradicional curso de à resolução dos mais profundos problemas graduação em engenharia agronômica e nas sociais, como a questão fundiária, ao lado atividades e pesquisas em áreas correlatas à daqueles mais voltados às ciências básicas ou agronomia. ao desenvolvimento de tecnologia de ponta. 28 28

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Capa - Especial 110 anos Esalq

Muitas conquistas a comemorar

Esalq completa 110 anos de fundação e contabiliza os inúmeros benefícios trazidos ao País – entre eles, a realização de pesquisas que ajudaram a transformar a agricultura e a pecuária brasileira.

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trado e doutorado. “A os 110 anos, Esalq tem uma tradição completados muito grande, no Brano último mês sil e no exterior. É uma de Junho, a escola muito conhecida Escola Supenas ciências agrárias em rior de A gricultura Luiz de todo o mundo e tem uma Queiroz (Esalq) da USP, em contribuição extremaPiracicaba, tem muitas conmente importante para quistas a comemorar. De a posição que o Brasil suas pesquisas saíram melocupa atualmente no horamentos de hortaliças agronegócio”, diz o proe de outros produtos, com fessor Adolpho José Melfi, repercussão nos hábitos docente da unidade e reialimentares dos brasileiros. tor da USP entre 2001 e De seus laboratórios se ori2005. ginaram novas variedades de plantas e soluções para Para Melfi, algumas das controle de doenças e pracontribuições destacagas em diversas culturas. das da Esalq estão nos Também surgiram na Esalq melhoramentos vegetais, trabalhos sobre o uso de ferprofessor Adolpho José Melfi na genética, no combate tilizantes minerais, utilização a pragas e no desenvolvide ervas medicinais, experimentos pioneiros em mento de variedades que trouxeram evolução e silvicultura e programas de melhoramentos de esvalor econômico ao setor. “Outro papel extremapécies florestais, além de estudos sobre o desenmente importante é que, mesmo antes da criavolvimento de máquinas agrícolas. ção do sistema de pós-graduação na USP, a Esalq já possuía a sua, em convênio com instituições É muito, mas ainda não é tudo: a escola foi berço americanas”, ressalta o ex-reitor. Na última avalida entomologia, da nematologia e da acarologia ação trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento no Brasil, bem como da estatística experimental de Pessoal de Nível Superior (Capes), 82% dos proagrícola. gramas oferecidos na unidade foram considerados de muito bom a excelente e 18%, de regular Da Esalq vieram muitos estudos publicados em a bom. revistas internacionais de impacto, como o do sequenciamento completo do genoma da bactéria Xylella fastidiosa, na Nature, e a descoberta de Doação – A criação da escola está ligada à doabactérias até então desconhecidas na mata atlân- ção da Fazenda São João da Montanha ao governo tica, na Science. Neste um século e uma década de São Paulo, em 1892. A condição manifestada de história, já são quase 13 mil profissionais for- pelo doador, o engenheiro agrônomo Luiz Vicenmados, além de mais de 7,2 mil defesas de mes- te de Souza Queiroz, era que ali fosse construída

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Acervo fotográfico A&E

Prof. Antonio Roque Dechen

uma instituição de ensino. O engenheiro era neto do brigadeiro Luiz Antonio de Souza Queiroz, o maior proprietário de terras do Estado. Em 1896 foi lançada a pedra fundamental do prédio principal da escola. Luiz de Queiroz não chegou a ver a construção ser inaugurada. O agrônomo morreu em 1898, um dia depois de completar 49 anos de idade. Em 1900, um decreto governamental criou a Escola Agrícola Prática de Piracicaba, cujas aulas foram iniciadas em 3 de junho de 1901. Em 1925, a escola foi elevada à condição de nível universitário, tornando-se uma das primeiras faculdades do País. Na comemoração dos 30 anos de início das aulas, recebeu a denominação atual e, em 1934, deixou de ser vinculada à Secretaria de Agricultura do Estado para dar origem à Universidade de São Paulo, junto a outras instituições de ensino já existentes, como a Faculdade de Direito. “Luiz de Queiroz foi um empresário e um empreendedor, um homem de grande visão”, considera o professor Antonio Roque Dechen, diretor da Esalq entre 2007 e 2010 e atual vice-reitor executivo de Administração da USP. Para Dechen, a Esalq “é uma escola voltada para a mesa dos produtores, para as nossas mesas e para o bemestar de cada um”.

Inserção política – No campus da Esalq funcionam também o Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), instituto especializado voltado para a pesquisa avançada em utilização de energia nuclear na agricultura e no meio ambiente, e o Centro de Informática (Ciagri). A Esalq engloba ainda a Casa do Produtor Rural, que atende à demanda Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

de pequenos agricultores que buscam orientação técnica, e a Incubadora Tecnológica (EsalqTec), que abriga empresas de tecnologias voltadas ao setor agroindustrial num sistema compartilhado de incubação. Outra característica da unidade é a forte internacionalização, manifestada por muitos convênios e intercâmbios com instituições do exterior. O ex-diretor Antonio Roque Dechen sustenta que é o sucesso dos egressos que justifica o conceito da Esalq dentro e fora do Brasil. Essa trajetória, cita Dechen, resultou inclusive numa significativa inserção política: nada menos do que nove ministros da Agricultura foram formados na escola, além de 18 secretários estaduais da pasta e quatro secretários estaduais de outros setores, como Fazenda e Ciência e Tecnologia. Muitas lideranças de empresas e de entidades representativas do setor privado também passaram pela Esalq. Num cenário em que a demanda de alimentos vai seguir em crescimento no País, o docente aponta que um dos compromissos da unidade é continuar desenvolvendo a produção de alimentos baseada no tripé da sustentabilidade, expresso nas dimensões econômica, ambiental e social. “É aí que entra a técnica”, considera. Para o atual diretor da escola, José Vicente Caixeta Filho, a responsabilidade da Esalq “é continuar a trazer as mais diversas formas de contribuição num ambiente acadêmico e de mercado cada vez mais pautado pela competitividade sustentável”. Fonte: Jornal de Piracicaba

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Capa - Especial 110 anos Esalq

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Lançamento do Nucleo de Apoio a Pesquisa

renováveis em geral e sustentabilidade ambiental. O núcleo, porém, deve criar condições institucionais para a integração do conhecimento desenvolvido, muitas vezes disperso pela fragmentação geográfica de unidades e campi. Espera-se que esse centro incremente a produtividade das pesquisas e também a Pesquisadores e grupos da USP que atuam transferência de conhecimento e tecnologia na área de bioenergia acabam de ganhar um para o setor produtivo. importante estímulo às suas atividades. No último dia 3, foi lançado na Escola Superior O NAPBS envolve grupos de pesquisa que de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, trabalham desde agricultura e genética de em Piracicaba, o Núcleo de Apoio à Pesquisa plantas, estudos de paredes celulares e meem Bioenergia e Sustentabilidade (NAPBS). O canismos moleculares da decomposição da evento, liderado pelo reitor João Grandino Ro- celulose até o desenvolvimento de tecnologias das, ocorreu simultaneamente às comemora- de bioenergia de segunda geração em escala ções pelos 110 anos da Esalq, completados industrial, uso racional de energia, química verde, e impactos socioeconômicos e ambino dia 3 de junho. entais. Para o reitor João Grandino Rodas, o Atenta às necessidades do mundo contem- lançamento do NAPBS é quase que um coroporâneo, a Universidade já conta com diver- amento dos 110 anos da Esalq. “A importânsos grupos trabalhando em ciência básica cia do núcleo não está somente nos assuntos e aplicada em biocombustíveis, energias tratados, mas em suas características, que ara celebrar um século e uma década de existência, Esalq inaugura o Núcleo de Apoio à Pesquisa em Bioenergia e Sustentabilidade, que reunirá pesquisadores da USP e de outras universidades

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Roberto Amaral

Presente de aniversário


devem inspirar os demais grupos, sendo um centro interunidades e interdisciplinar. Algo que é muito difícil de se fazer: o saber não é dividido, nós o dividimos por necessidade da mente humana. Esperamos, porém, que isso ajude a inaugurar um outro momento da Universidade”, afirmou. Sem sede fixa anunciada até o momento, inicialmente integram o NAPBS pesquisadores da Esalq, Instituto de Química (IQ), Escola de Engenharia de Lorena (EEL), Instituto de Química de São Carlos (IQSC), Instituto de Física de São Carlos (IFSC), Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp), Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCF), Faculdade de Direito de Ribeirão Preto (FDRP) e Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), todos da USP.

as carreiras oferecidas pelos cursos da Esalq são as profissões do futuro, podemos dizer que esse futuro já chegou, seja para a própria Esalq, seja para o nosso país. Passaram pelos nossos bancos centenas de milhares de profissionais que hoje são claramente identificados e reconhecidos pela sua competência. É esse compromisso com a nossa identidade institucional nos dá a segurança de que muitos outros ‘110 anos’ poderão ser comemorados com o sucesso das atividades de ensino, pesquisa e extensão”, projetou o diretor. Para o reitor Grandino Rodas, muito mais que uma unidade, a Esalq reúne as condições de uma verdadeira universidade dentro de Piracicaba. “A marca extremamente forte da Esalq em Piracicaba fez com que ela tomasse um rumo diferente de outros campi, como São Carlos e Ribeirão Preto. Mas na prática ela é uma universidade”, sugeriu.

Segundo o vice-reitor administrativo da USP e coordenador científico do núcleo, Antonio Roque Dechen, a meta é constituir um programa de pós-graduação interuniversidades, com a participação da USP, Unesp e Unicamp. Precoce – Nos 110 anos da instituição, o diretor da Esalq, José Vicente Caixeta Filho, lembrou que a escola foi precocemente elevada de profissionalizante (Escola Agrícola Prática de Piracicaba, em 1901) para o nível universitário graças à sua qualidade de ensino e pesquisa, com “uma história de sabedoria, inspirações, paixões e sonhos.”

Os elogios à Escola não vieram desacompanhados de uma forma objetiva de reconhecimento. Durante a solenidade no Salão de Eventos da Esalq, o reitor anunciou a mobilização de verba para a construção de um Centro de Convenções, que poderá também ser acompanhado de um Centro de Exposições, segundo ele “necessários para a região, servindo à USP e à Esalq, mas também à comunidade como um todo, já que a Universidade precisa estar ligada ao restante da sociedade. A Esalq também não seria o que é sem as pessoas de fora”, salientou.

De acordo com Caixeta Filho, se por um lado a Esalq herdou uma série de desdobramentos decorrentes das ações empreendedoras de Luiz Vicente de Souza Queiroz (proprietário da fazenda doada para a construção da Escola), por outro, ela tem “a responsabilidade de trazer sempre mais contribuições a um ambiente acadêmico e de mercado cada vez mais pautado pela competitividade”, declarou.
”Se

Grandino Rodas afirmou ainda que o campus de Piracicaba será o primeiro do interior a ser dotado de um projeto de iluminação nos mesmos moldes do que foi feito para o campus de São Paulo, e que é semelhante ao que já foi instalado em locais como a avenida Paulista e o Parque do Ibirapuera, na capital paulista.

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Fonte: Jornal de Piracicaba

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Roberto Amaral

A maravilha de Piracicaba

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Edifício Central

oi em 26 de agosto de 2007 que a Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) conquistou a primeira classificação entre as sete maravilhas de Piracicaba, com 7.570 votos, durante pesquisa realizada com moradores do município sobre os locais mais apreciados da cidade. Além disso, o parque e parte do conjunto de construções que compõem o campus Luiz de Queiroz foram enquadrados na categoria de bem cultural, histórico, arquitetônico e ambiental, tombados como patrimônio público estadual em 12 de dezembro de 2006 pelo Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).

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A idéia de eleger as construções mais admiradas de Piracicaba foi inspirada na eleição das Sete Maravilhas do Mundo, que indicou o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, como uma das obras mais belas do universo. Hoje, além das contribuições expressivas não só no campo das ciências agrárias, como também em ambientais e sociais aplicadas - destinadas ao ensino, pesquisa e extensão universitária -, a Esalq torna-se um marco histórico, que envolve lembrança e preservação por parte do município. “Quando falamos de Piracicaba e Esalq estamos falando de uma unificação. A Esalq é a identidade do município, tanto é que foi a escolhida para representar o primeiro lugar das sete maravilhas de PiraciRevista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


Atualmente, a instituição conta com 238 professores, 534 funcionários e cerca de 3.000 alunos. A Esalq oferece seis cursos de graduA área construída no campus Luiz de Queiroz ação, 16 programas de pós-graduação, dois compreende 231 mil metros quadrados. O es- programas de pós-graduação interunidades e paço territorial ocupa 3.825,4 hectares, que um programa de pós-graduação internacional. corresponde a 48,85% da área total da USP. A área e Piracicaba compreende 914,5 hect- Em maio de 2006 foi instalado um gabinete ares. Além da Fazenda Areão, existem ainda da Universidade de Wageningen, na Holanda, quatro estações experimentais localizadas que opera em nível internacional em todos os nos municípios de Anhembi, Anhumas e Itat- continentes. No Brasil, a instituição estabelece inga, que ocupam 2.910,9 hectares. um estreitamento com a América Latina para o desenvolvimento de novos programas de Aproximadamente 13 mil profissionais se pesquisa, principalmente as de combustíveis formaram na Esalq. A instituição também biológicos. Importante destacar que qualquer vem se fortalecendo a cada dia por meio de aluno de graduação pode cumprir disciplinas cooperação acadêmica existente com univerno exterior, em instituições de ensino superior sidades estrangeiras. Seu corpo docente é reconhecido internacionalmente pela qualidade conveniadas ou não com a USP (Universidade de suas publicações e pela participação em de São Paulo), desde que a faculdade pretendida aceite estudantes de fora do país. eventos técnico-científicos. caba”, explica o diretor da Escola, José Vicente Caixeta Filho.

Os símbolos da Esalq Edifício Central: projetado em estilo neoclássico pelo arquiteto inglês Alfred Brandford Hutchings, O Edifício Central se mantém como símbolo maior da Escola até os dias de hoje. Bonde: trazido pela empresa Britannica South Brazil Eletric Co., fez sua primeira viagem por Piracicaba em 16 de janeiro de 1916. Eram três linhas que cobriam a cidade e uma delas servia a Escola de Agronomia, que ficava a três quilômetros do centro da cidade. O bonde e o reboque, atualmente protegidos das intempéries, valorizam o parque da Esalq, motivando agradáveis recordações.

das cores que compõem o estandarte da Esalq. Parque: construído em estilo inglês, o parque Professor Phillipe Westin Cabral de Vasconcelos foi concebido por Arsène Puttemans, arquiteto e paisagista belga que atuou na escola até 1913. Único no estilo existente no Brasil, o local possui grandes gramados e amplos caminhos em área de rica variedade vegetal com espécies nativas e exóticas, como o ipê, pau-brasil, jequitibá, alecrim-de-campinas e o jatobá, o estilo inglês rompe a retidão e simetria das linhas e distribuição dos maciços arbóreo/arbustivos, promovendo uma nítida aproximação com a natureza.

Bandeira: confeccionada por Archimedes Dutra e instituída oficialmente pela Comissão de Usina de Força: inaugurada em abril de 1920, Arte e Peças Honrosas da USP, em 1916, há a usina era movida a óleo diesel e fornecia iluuma simbologia específica para cada uma minação para toda a escola. A Societé Suisse Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

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Capa - Especial 110 anos Esalq de Construções de Locomotivas e Máquinas Winterthur, através da Sociedade Comercial e Industrial Suíça do Brasil, forneceu os equipamentos e montou toda a instalação.

gens mais difundidas da Esalq por iluminar o hall de entrada do Salão Nobre. Instalado em 1951, o painel de vidro traz cenas do cotidiano agrícola da escola.

Quadros de Formatura: moldados em madeira, expõem fotografias dos formandos, desde a primeira turma, concluída em 1903, até 1973, quando foram substituídas por placas de bronze. Através de cada quadro é possível saber quais foram os diretores e reitores da época, os homenageados, patronos e paraninfos de cada turma, respectivos formandos e personalidades, que passaram pela escola e contribuíram com sua história.

Herma de Luiz de Queiroz: instalada diante do Portal da Escola, a herma foi inaugurada em 3 de junho de 1935. Feita em bronze e medindo 0,80m x 0,60m, está posta sobre pedestal de granito polido medindo 2,5m x 2m. A obra é do sueco Ferdinando Frick e a iniciativa da homenagem foi de representantes do Calq (Centro Acadêmico Luiz de Queiroz). Na parte fronteira do pedestal, abaixo do busto, há a seguinte inscrição em bronze, de alto relevo: “Luiz Vicente de Souza Queiroz, pela Quadros da Deusa Ceres: o desembarque sua dádiva”. Há ainda três placas em bronze do café no Porto de Santos e a colheita e o be- esculpidas em alto relevo, representando as neficiamento de algodão, pintados em 1911 três fases da agricultura: arar, semear e coe 1916,respectivamente, por Oscar Pereira da lher. Na parte inferior, existe outra placa em Silva (1865-1939), retratam a deusa Ceres, a homenagem ao fundador da instituição; esta cultura, colheita e comercialização dos produ- inaugurada em 12 de outubro de 1973 por extos agrícolas. alunos da Esalq. Lagos: os espelhos d’água da Esalq atraem garças, gansos, marrecos, cisnes e outras aves como os biguás, que mergulham para se alimentar. Os lagos tornaram-se uma fonte de atração para os visitantes e principalmente para as crianças.

Medalha Luiz de Queiroz: a medalha Luiz de Queiroz, projetada pelo artista plástico Archimedes Dutra, é galardão destinado a destacar personalidades, nacionais ou internacionais, por seus méritos pessoais em atividades ligadas à agricultura no Estado de São Paulo. É medalha circular em ouro, com três centímetros e meio de diâmetro, onde estão estampados símbolos representativos da docência, pesquisa, extensão e os múltiplos campos do conhecimento desenvolvidos pela Esalq, suspensa por fita emblemática com as cores verde, amarela, branca e castanha avermelhada. Foi instituída pelo Decreto Estadual nº 11.035 de 29 de dezembro de 1977, pelo governo de Paulo Egydio Martins.

Lápide: foi construída em frente ao Prédio Central. Em 12 de junho de 1964, data de aniversário de Luiz de Queiroz, houve o translado dos restos mortais dele e de sua esposa, Ermelinda Ottoni de Souza Queiroz. O sepulcro foi projetado pelo artista piracicabano Archimedes Dutra, de forma simples e modesta. Com essa homenagem, concretizou-se o sonho dos admiradores do casal de vê-los repousando para sempre em terras da antiga Fazenda São João da Montanha. Portal da Esalq: o Portal de entrada foi projetado pelo professor Orlando Carneiro, que Vitral: de Conrado Sorgenicht, considerado lecionou matemática na escola entre 1926 o maior vitralista brasileiro, é uma das ima- e 1958. A proposta foi aprovada pela con36 36

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Museu Luiz de Queiroz - antiga residência do diretor da Esalq: a construção da casa do diretor da Esalq, que hoje comporta o Museu e Centro de Ciências, Educação e Artes Luiz de Queiroz, foi idealizada pelo professor José de Mello Moraes (diretor da Esalq entre 19271939) e amparada pela Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, como parte da reforma geral da escola, ocorrida entre 1943 e 1945. Embora o projeto da construção fosse de valor elevado, o discurso do professor Mello Moraes legitimava a grandeza da obra tomando como referencial os prédios das universidades norte americanas. Essa inspiração pode ser notada nos aspectos arquitetônicos

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Acervo fotográfico da ESALQ

gregação e tinha como intenção ser o local de ingresso do bonde que trazia professores, funcionários e alunos do centro da cidade. A construção foi executada no início da década de 1950, ocupa uma área útil de 57,60 metros quadrados, tem o barrado revestido em pedra Miracema e na parte superior foram assentadas pedras São Tomé em forma de filetes.

Bonde da fachada frontal do edifício, que nos remetem à arquitetura colonial das fazendas no sul dos EUA. O prédio deixou de ser utilizado como casa do diretor na gestão do professor João Lucio de Azevedo, que abdica em 1991 do direito de usar o espaço e fica a favor do museu, que desde sua fundação, em 1984, procurava espaço para abrigar seu acervo.

Fonte: Jornal de Piracicaba

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Acervo fotográfico A&E

110 anos de liderança e reconhecimento social

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João Grandino Rodas Reitor da Universidade de São Paulo

reconhecimento social e o conceito de excelência de um ente apoiam-se não apenas em um momento brilhante de sua existência. É preciso conhecer sua história e revisitar a linha do tempo para se aquilatar sua devida importância no contexto do ambiente social. A Esalq chega aos 110 anos. O ano de 1892 foi o marco inicial, quando Luiz Vicente de Souza Queiroz doou ao governo do Estado de São Paulo a fazenda São João da Montanha “com a obrigação de, no máximo em dez anos, ali instalar uma escola pratica de agricultura”. Em 29 de dezembro de 1900, o decreto nº 863 criava, em Piracicaba, a Escola Agrícola Prática Luiz de Queiroz, e, em 3 de junho de 1901, o secretário da Agricultura, 38 38

Antonio Candido Rodrigues, iniciou solenemente as aulas. Sob o manto da Secretaria da Agricultura, foi se desenvolvendo e crescendo, formando pesquisadores e extensionistas que se espalharam pelo Estado de São Paulo. Diversos deles se alojaram nos institutos de pesquisa (Instituto Agronômico de Campinas, Instituto Biológico e outros) e em estações experimentais, alçando o Estado paulista à hegemonia da agricultura brasileira e a disseminador de conquistas biológicas e tecnológicas em diversas culturas comerciais, mormente o café, o algodão e a laranja. É tão significativa essa importância, que a Escola Agrícola Prática, em 1931, recebe a denominação de Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz). Em 1934, criada a Universidade de São Paulo, a Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


A Esalq não para e se ajusta às demandas sociais. À frente de seu tempo cria, em fins de 1900 e inícios deste século, novos cursos de graduação e de pós-graduação, fortalecendo a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão e a inter e multidisciplinaridade. Continuando a crescer e a se desenvolver, chega aos 110 anos. Hodiernamente administra 3.825,4 hectares (48,85% da área total da USP) e 231 mil metros quadrados de área construída, seis cursos de graduação e duas licenciaturas (12.788 alunos formados), 16 programas de pós-graduação e um de pós-graduação internacional (7.250 mestres e doutores titulados), 65 grupos de extensão, 43 convênios internacionais e programas de dupla diplomação. É uma universidade dentro da Universidade de São Paulo. E, crescendo e desenvolvendo, não para no tempo! Não “fica deitada em berço esplêndido” Seus cursos caracterizados pela inter e multidisciplinaridade associam e harmonizam a tríade sócio-econômico-ambiental, na busca de reconhecimento como centro de excelência no ensino nas áreas de ciências agrárias, ambientais e sociais aplicadas; buscando ser instituição formadora de opinião e de tomada de decisão no agronegócio e no desenvolvimento sustentável. Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

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Esalq foi a única escola do interior a compor a Universidade, junto com outras sete instituições sediadas na capital. A Esalq continuou a crescer e a se desenvolver. Os egressos do curso de agronomia estão por todo o Brasil e também no exterior. Essa escola é pioneira, tanto no tocante à pós-graduação, quanto na internacionalização. Na década de 1960, foi a primeira unidade da USP a iniciar a pós-graduação, bem como a enviar, sistematicamente, seus docentes para obterem títulos de mestre e doutor em universidades estrangeiras, mormente norte-americanas.

Barjas Negri - Prefeito de Piracicaba “Este é, sem dúvida, um grande marco que a cidade comemora e festeja. A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz é reconhecida e referenciada internacionalmente pela qualidade de ensino, pesquisa e extensão universitária que desenvolve, e contribui sobremaneira com a projeção piracicabana. O que comemoramos este ano é o início de suas atividades de ensino em 1901, mas a história começou antes, quando em sua lúcida visão de futuro, Luiz Vicente de Souza Queiroz, em 1892, doou ao Estado a área de sua propriedade, chamada Fazenda São João da Montanha. Era seu sonho ver ali instalada uma “Escola Agrícola”. E o sonho não só tornou-se realidade, mas superou as expectativas iniciais e hoje abriga mais de 3.000 alunos em seus cursos de graduação e pós-graduação, formando profissionais de qualidade, mas principalmente, homens que contribuem com o desenvolvimento do país e com o avanço científico e tecnológico de todo o mundo. Parabéns a todos os esalqueanos pela história que ajudam a construir!”

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Capa - Especial 110 anos Esalq A Esalq - É uma universidade dentro da Universidade de São Paulo, crescendo e desenvolvendo, não parou no tempo! Não “ficou deitada em berço esplêndido”

Como que para coroar o início das comemorações dos 110 anos, a Esalq lançará o Núcleo de Apoio à Pesquisa em Bioenergia e Sustentabilidade, com linhas de pesquisa inseridas em contexto institucional único, apto a permitir integração de esforços na busca de desenvolvimento coordenado de relevância científica e econômica, além de maior transferência de conhecimentos para o setor produtivo. A Universidade não pode deixar de premiar a trajetória vitoriosa da Esalq, bem como os esforços que vem fazendo para atingir futuro brilhante. A reitoria acaba de autorizar os fundos para duas importantes obras. A consecução de moderníssimo projeto de iluminação do campus Luiz de Queiroz (nos mesmos moldes prestes a ser implantado na Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, na capital); bem como a construção de amplo e moderno Centro de Convenções, em área de mais de duzentos mil metros quadrados, que possibilitará locus que contribuirá para fortalecer a presença e a integração da Esalq em sua região. A linha do tempo da Esalq demonstra invejável trajetória ao longo de seus 110 anos, sendo motivo de orgulho para toda a Universidade de São Paulo. Prof. João Grandino Rodas Reitor da Universidade de São Paulo. Fonte Jornal de Piracicaba 40 40

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Prof. João Grandino Rodas

Geraldo Alckmin Governador do Estado de São Paulo Temos muito a comemorar nestes 110 anos da Esalq. A Escola Superior de Agricultura nasceu do desejo de um sonhador, o produtor rural Luiz de Queiroz, que doou a sua fazenda para os primeiros campos de experimento, a mesma área onde atualmente funciona o campus que leva o seu nome em Piracicaba. Hoje, a Esalq é uma referência para a agricultura brasileira e mundial. De lá saíram alguns dos profissionais mais respeitados do país, entre eles dezenas de secretários e ministros. É uma instituição que forma pensadores para agricultura brasileira. Sua excelência se reflete também no desempenho do agronegócio brasileiro, fundamental para a geração de emprego e renda em todo o Brasil. Parabéns à USP, aos diretores, professores, alunos, a todos aqueles que fazem da Esalq um verdadeiro orgulho para São Paulo. Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


ESALQ

Forma profissionais de destaque

“Fiz agronomia por pura paixão, pois quase pendi para o racional fazendo engenharia civil, e troquei minha inscrição na Fuvest no último minuto”, lembra Antonio Carlos Ortiz, diretor rural do Rabobank, que é líder mundial em agribusiness. “Sem uma formação analítica, quantitativa, e uma formação em fundamentos agroeconômicos fortes que tive na Esalq e na Purdue University (EUA), não teria tido base para desenvolver o trabalho nesses anos todos, abrir frentes num negócio muito concorrido. A Esalq está muito bem posicionada para manter a liderança que teve nesses 110 anos, mas precisa evoluir rapidamente para mantê-la, precisa estar adiante do mercado. Afinal de contas, é supridora nessa cadeia agro, fornecendo talentos, tecnologia, ideias, genética”, disse. “Estudei na Esalq de 1961 a 1965 e estes foram os anos mais deliciosos de toda a minha vida. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

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Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) em seus 110 anos de história sempre manteve e até mesmo supera a cada ano o nível de excelência de seus cursos. Quem estuda na Esalq entende ao longo dos anos a importância dessa querida instituição e fala com orgulho que é um “esalqueano”. O diploma da famosa escola agrícola é o acesso mais rápido para o mercado de trabalho. Muitos são os ex-alunos que tiveram destaque em suas carreiras, muitos são os profissionais que fizeram e fazem história no país e até mesmo no mundo. Nesses 110 anos de Esalq, o depoimento de alguns deles:

Antonio Carlos Ortiz, diretor rural do Rabobank, Rodrigues, e o presidente da Unica (União da Indústria de cana-de-açúcar), Marcos Jank, estão entre os ex-alunos da instituição em Piracicaba construí as amizades definitivas que até hoje seguem inabaláveis e encontrei os amores mais genuínos. E na gloriosa Luiz de Queiroz, templo formidável da melhor tecnologia agrícola do país, aprendi não apenas a última palavra em agronomia, mas também quais os corretos caminhos da vida. Os mestres, funcionários e colegas esalqueanos, com seus valores e princípios estruturados na honestidade, na solidariedade, na democracia, no patriotismo e na lealdade, mostraram sempre o formidável compromisso que os filhos da Esalq devem ter com a justiça e o desenvolvimento sustentável do Brasil. Este grande farol voltado para o futuro iluminou meus passos e os de outros milhares de graduados na Esalq, definindo nossa vida profissional para todo o sempre” disse o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. “A Esalq foi absolutamente fundamental para 41 41


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Marcos Jank, presidente da Única (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) a minha vida pessoal e a minha carreira. Foi nela que eu descobri que a agronomia, na qual me formei em 1984, é uma profissão multidisciplinar maravilhosa, capaz de abrir inúmeras frentes de atuação para os profissionais que a ela se dedicam, nas áreas das ciências exatas, humanas e biológicas. Sou exemplo disso. Cheguei à escola disposto a seguir uma carreira tradicional de agrônomo de campo, seguindo a bela trajetória do meu pai, que é agrônomo formado na Esalq (vai completar 50 anos de formatura em outubro desse ano) e conhecido produtor de leite e laranja. A Esalq me abriu os olhos para a área de economia e administração dos agronegócios, nas quais fiz mestrado (economia agrícola), doutorado (administração) e livre docência. Fui professor da escola durante 13 anos, ajudando a montar o bacharelado em economia. Acredito que ela não é única apenas na sua longa história, tradição e qualidade de ensino e extensão, mas também na sua capacidade de oferecer aos estudantes que nela aportam valores fundamentais para a futura vida profissional e familiar, como espírito crítico, discernimento, formação de personalidade e bom senso, além de amizade, alegria, vida em comunidade nessa cidade tão generosa que é Piracicaba,

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“A Esalq proporcionou uma intensa vivência universitária em suas diferentes dimensões: cultural, afetiva, política, esportiva e acadêmica. Entrei na Esalq com 19 anos em um momento no qual estava construindo grande parte da minha visão do mundo. Destaco as experiências que tive no movimento estudantil como presidente do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz (Calq) e representante discente nos órgãos colegiados da Esalq. Estas experiências foram essenciais na definição dos meus valores, rumos profissionais e representam uma grande parcela da minha formação. Mais do que a marca em um diploma, a Esalq representa um dos momentos mais importantes da minha vida”, disse Renato Morgado, do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola). Formado em 2007 em gestão ambiental, Morgado realiza projetos e ações em Piracicaba que buscam fortalecer a capacidade de participação da sociedade civil local na gestão de políticas públicas e criar instrumentos de transparência e controle social e presido o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba, órgão responsável por analisar e propor as diretrizes das políticas ambientais do município. Fonte: Jornal de Piracicaba

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e saudades, muitas saudades”, disse Marcos Jank, presidente da Única (União da Indústria da Cana-de-Açúcar).

Renato Morgado, do Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


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ESALQ - Uma das primeiras faculdades do Brasil Desafio da escola é acompanhar as mudanças e necessidades dos profissionais formados pela instituição

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o mês de junho a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) comemora 110 anos de fundação. A instituição, que nasceu da transformação de uma fazenda em uma escola agrícola, já formou mais de 12 mil profissionais. A história da escola começou em novembro de 1892 quando seu idealista, Luiz Vicente de Souza Queiroz, um homem de posses, resolveu doar ao governo do Estado de São Paulo a sua fazenda para que fosse instalada uma escola agrícola, que foi aberta em 1901. Seis anos depois foi construída a sede. O edifício, em estilo neoclássico, foi projetado por um arquiteto inglês, onde atualmente funciona o gabinete do diretor, José Vicente Caixeta Filho, e a sede administrativa da Esalq. O prédio tem quase cinco mil metros quadrados. Fica de frente para um grande parque, onde estão os restos mortais do fundador da escola e da esposa dele, Ermelinda Queiroz. No interior do prédio há quadros das primeiras turmas de agrônomos formados pela instituição. O professor Evaristo Marzabal, que foi diplomado em 1966, entrou na Esalq com 20 anos de idade e não saiu mais. – Quando eu entrei, fiquei maravilhado com este parque, com tudo. Vi o prédio, com sua imponência. O bonde chegou, desci e falei, é aqui que eu vou me formar. 44 44

O aluno Evaristo virou professor e diretor da Esalq, estando à frente da instituição de 1995 a 1999. Uma das primeiras faculdades do Brasil, a instituição já formou 12,7 mil profissionais. A Universidade de São Paulo (USP) surgiu a partir desta instituição e de outras sete que já existiam no Estado. Por ano, a escola recebe quase 400 alunos matriculados em 21 cursos de graduação e pós-graduação. –Todas áreas são compreendidas pelas ciências agrárias. São departamentos, ou mais de um departamento que se encarrega da formação deste profissional. Do cerne deste profissional que poderá também adicionar as disciplinas oferecidas por outros cursos – explica a vice-diretora da Esalq, Marisa Regina d’Arce. O perfil dos alunos nas salas de aula hoje é diferente de 50 anos atrás. A maioria mora nas cidades. O perfil dos profissionais também é outro, lembra a vice-diretora, que assumiu a função há pouco mais de quatro meses. O desafio da escola é acompanhar estas mudanças. – Nós temos que formar profissionais que, conforme as suas habilidades, o seu perfil pessoal, possa se dirigir tanto pra academia como instituição de pesquisa , como também ir direto ao campo, direto ao setor comercial. No terceiro ano do curso de agronomia, Fernando Uchiyama é um dos poucos alunos que Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


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A ESALQ é muito mais do que uma universidade com a formação acadêmica. É uma escola de vida extraordinária Roberto Rodrigues. tem origem no campo (seu pai é fazendeiro em Mato Grosso do Sul) e diz que não foi por acaso que ele escolheu este lugar pra estudar. – Só pelo nome da escola já é diferenciado. É orgulho para mim e para todo mundo que faz Esalq estar aqui, estudar e honrar este nome. Roberto Rodrigues, que já foi secretário de agricultura no Estado de São Paulo e ministro do governo Lula, é um engenheiro agrônomo formado na Esalq. Ele é da turma de ouro, como faz questão de dizer. Hoje trabalhando como coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, lembra os tempos de faculdade e fala da Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia

Esalq com orgulho e gratidão. O ministro, como muita gente ainda o chama, diz que a decisão de estudar na instituição deu a ele mais que uma formação profissional. – Ela é a continuação do lar. No lar a gente recebe as informações básicas, dos pais da gente. Do pai e da mãe a gente recebe a informação básica sobre a vida, caráter, personalidade, honestidade, transparência. Isso a gente aprende em casa. Mas a escola consolida isso e transforma estas características no horizonte do compromisso com o coletivo. Então a escola de Piracicaba é muito mais do que uma universidade com a formação acadêmica. É uma escola de vida extraordinária – declara Rodrigues. 45 45


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Escrevendo a história do agronegócio brasileiro

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Dow AgroSciences

Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP), comemora 110 anos como uma das mais importantes instituições de pesquisa e ensino agrícola no país. Além de sua excelência na formação de profissionais para o segmento agropecuário brasileiro, a ESALQ se destaca pelo comprometimento com a sociedade. Estes são motivos mais do que suficientes para que a Dow AgroSciences se orgulhe por manter uma relação de parceria tão próxima e repleta de sucessos com esta instituição.

Mario Von Zuben

“Um dos pilares da Dow AgroSciences é a busca constante por produtos, tecnologias e soluções que auxiliem o homem do campo. Ter a ESALQ como parceira em muitos dos nosso projetos gera mais resultados relevantes para o departamento de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa, além de ratificar nosso papel de instituição referência”, conta Mario Von Zuben, diretor de Registros e Relações Institucionais da Dow AgroSciences.

Dow AgroSciences

“Além do fato de muitos funcionários da Dow AgroSciences terem se formado nesta importante e mundialmente reconhecida Instituição de Ensino e Pesquisa, temos importantes projetos desenvolvidos em parceria. Os resultados oriundos de projetos de pesquisa de novas tecnologias e de ações de sustentabilidade corroboram a relevância da parceria da Dow AgroSciences com a ESALQ”, comenta Ildo Pedro Mengarda, diretor de Pesquisa & Desenvolvimento da empresa. Um bom exemplo disso é o projeto das Olimpíadas USP de Inovação, em que a Dow AgroSciences e a Agência USP de Inovação estimulam alunos, docentes e funcionários desta Universidade a desenvolverem projetos inovadores associados à ciência, tecnologia e sustentabilidade. Ildo Pedro Mengarda

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“A Dow AgroSciences enxerga nessa parceria um estímulo à criatividade e ao desenvolvimento de ideias inovadores, que podem parecer espontâneas depois de concluídas, mas que sempre precisam de apoio para a sua concretização”, diz Ildo Revista Agricultura & Engenharia Revista Agricultura & Engenharia


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Agronegócio

Trator MF

Pojeto Agrovision: “Novo Brasil 2020”

“Potencial para Melhores Negócios e Investimentos no Centro-Norte e Nordeste do Brasil após as ferrovias, hidrovias, rodovias, novos portos profundos e usinas gigantes, em construção acelerada até 2019” –

“UM FUTURO SEGURO E MUITO PROMISSOR”

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al Projeto apresenta as melhores oportunidades negociais e para investimentos que surgirão nas Regiões Centro-Norte e Nordeste do Brasil após as conclusões das 04 novas ferrovias, 04 novas hidrovias e 03 grandes usinas hidroelétricas – em cons-trução acelerada através do PAC ou em fase de projetos e/ou liberações ambientais – e ainda com a nossa auto-suficiência em fertilizantes até 2020. E isto sem contar as 2 usinas em construção na Bolívia e as mais 6 planejadas nos rios Tapajós/Jamanxim (com potencial igual a Itaipu). Teremos ainda a hidroelétrica gigante em Belo Monte-PA no Rio Xingu e já em construção. Com acessos aos portos do Peru ou via o novo Canal do Panamá, teremos como exportar muito mais commodities e produtos processados para países da Ásia – ou importar de forma muito bara-

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Prof. Clímaco Cezar de Souza tas as matérias-primas e máquinas - e utilizando navios gigantes e que ainda não chegam aos nossos portos. Também, teremos melhor acesso aos países da América Latina, dinamizando as correntes de comércio e de onde poderemos trazer fertilizantes das minas de Bayovar (Peru), pertencentes a Vale, e outros itens. Nossa competitividade no Pacífico aumentará muito, tanto na produção e exportação, em parcerias, para abastecer a Ásia, Caribe, Costa pacífica da América Latina mais oeste dos EUA, como para importações desses países. Com distâncias e custos muito menores, a tendência é de suplantar rapidamente a nossa atual corrente de comércio ape-nas com o Atlântico Norte e a Ásia, via sul da África ou por outras rotas muito mais longes e com portos rasos e navios velhos. Com as novas ferrovias e hidrovias, e muito mais Revista Agricultura & Engenharia


energia disponível, nossa logística exportadora melhorará bastante, reduzindo os custos diretos, indiretos e de transação e possibilitando a instalação de grandes agroindústrias, empresas de mineração, siderúrgicas, metalúrgicas etc., além de empresários rurais arrojados e ambientalmente conscientes, e produtores familiares bem orientados (com renda liquida sustentável e bem maior). Os escoamentos e as entradas de insumos e de “bens de capital” ocorrerão através dos portos do Peru, de Itacoatiara (AM), Espadarte, Santarém e Barcarena (PA), Itaqui (MA), Pecém (CE), Suape (PE) e do programado porto offshore de IlhéusAritaguá (BA). Além dos fertilizantes provindos do Peru e de outros países – via nova Ferrovia de Integração Oeste-Leste –, teremos diversas minas de fosfato e até de potássio em franca produção no Brasil em 2020, possibilitando não só nossa auto-suficiência, como até exportações. Nossos custos de produção agrícola e todos os custos industriais devem cair bastante, também com os menores custos dos fretes e que serão mais pelas ferrovias e hidrovias, rápidas, automáticas e confiáveis (inclusive de retorno). Este Projeto teórico “Novo Brasil 2020” contempla 02 pólos gigantes para atração de negócios e de investimentos: a) Centro-Nordeste ou “fora da Floresta Amazônica” e b) Norte ou “Amazônico Florestal = dentro da floresta”. Ambos terão elevado desenvolvimento e com atração de muitos imigrantes internos, ou seja, muito mais consumos e desenvolvimentos sócio-ambientalmente sustentáveis. A área total nos 02 pólos corresponde hoje a cerca de 60% do Brasil, mas somente detêm 42% da população atual, embora esses pólos sejam muito mais próximos dos grandes consumidores dos países ricos do Norte do Mundo, inclusive da Ásia. O Pólo Centro-Oeste/Nordeste – atualmente com cerca de 200 milhões de hectares ou 24% do País - está contido no heptágono partindo de Goiânia (GO) direto até Ilhéus (BA); de lá para Suape (PE), Pecém (CE) e Itaqui (MA); voltando para o Acre e de lá para Bayovar no Peru (via centro de TO e centro-norte de GO, norte de MT, sul de RO e sul do AC); retornando para Cuiabá-MT e de lá Revista Agricultura & Engenharia

alcançando Goiânia (GO). Nesta área haverá muitos grandes projetos, sócio-ambientalmente sustentáveis, de grãos; bioenergias (etanol de cana e biodiesel de grãos, palmáceas e outros); carnes; lácteos; madeiras processadas; reflorestamentos para celulose, carvão e chips; minérios; pedras preciosas; fertilizantes e, em especial, alimentos processados. Este Pólo exclui as áreas da Floresta Amazônica. Já o Pólo Norte do “Novo Brasil 2020” – hoje com cerca de 300,0 milhões de hectares ou 35% do País – representa a área da Floresta Amazônica onde, legalmente e de formas sócio-ambientalmente corretas, serão explorados madeiras processadas em Projetos de Manejo Florestal Sustentável; reflorestamentos; biodiesel de palmáceas; seringueiras para borracha; plantas medicinais e aromáticas; turismo rural e ambiental; frutas exóticas e suas polpas/sucos e ainda minérios e fertilizantes etc.. O melhor é que dos 851,0 milhões de hectares totais, o Brasil ainda tem cerca de 206,0 milhões de há disponíveis para muito bem explorar sócioeconomicamente e fora da Floresta Amazônica, seja em novos projetos e/ou recuperando áreas degradadas, e onde poderemos produzir até 1,0 bilhão de toneladas de grãos/ano até 2050, segundo alguns estudos. Atualmente, só cultivamos o total de 80,0 milhões de há, sendo 49,2 milhões de há na produção de 151,0 milhões de t de grãos + algodão, e cerca de 30,0 milhões de hectares com cultivos permanentes (cana, café, frutas, florestas etc..). Com tanta atratividade negocial esperam-se muitos novos investimentos e progressiva migração de até 30,0 milhões de pessoas das capitais e grandes cidades do Sul/Sudeste para aqueles novos pólos com previsto forte desenvolvimento até 2050 (que já iniciou e está ampliando). Nos dois pólos certamente haverá significativos aumentos das rendas “per capita”, maiores consumos, inclusões sociais/cidadanias, tecnologias/capacitações, desenvolvimentos e divisas. Isso ocorrerá com as maiores proximidades desses 02 pólos com os grandes compradores mundiais e fornecedores de matérias-primas, grãos e fertilizantes e as maiores facilidades futuras de escoamentos e de acessos e por custos bem menores.

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Agronegócio

“UM FUTURO SEGURO E MUITO PROMISSOR” PORTOS: a) O Porto offshore de Açu-RJ (Eike Bastista) está 80% pronto (+2 siderúrgicas + 2 fábricas de cimentos) e a inaugurar no inicio de 2012; b) O Porto offshore de Ilhéus/Aritaguá-BA deve entrar em concorrência em setembro/2011 (pela Pres. Dilma). Está em fase de licenciamento ambiental; c) A VALE comprou, em leilão, grande área no futuro Porto offshore de Espadarte, um dos mais profundos do Mundo. Com 25 metros de profundidade, ele receberá navios de até 500 mil t e a VALE já recebeu 01 navio para 400 mil dos 19 encomendados da China; HIDROVIAS: Concluída a eclusa de Tucurui-PA (Rio Tocantins) e iniciando as eclusas nas grandes barragens de Estreito-MA (em conclusão) e de Lageado-TO (em conclusão). Em Estudos ambientais 6 usinas e a hidrovia do Teles Pires-Tapajós (MT e PA); Transposição do Rio São Francisco (fornecimento de água do Leste para Nordeste do País). Com custo de apenas R$ 4,5 bilhões (diante de R$ 34,6 bi do TAV do RJ a SP, R$ 19,0 bi de Belo Monte e de R$ 5,4 bi da Transnordestina), beneficiará 12,0 milhões de pessoas muito pobres do nordeste semi-árido, elevando muito a demanda. Eixo Leste deve ser inaugurado em Set./2012 e Eixo Norte em Set./2013; FERROVIAS: a) FNS – A Norte Sul está 95% pronta e a inaugurar em setembro/2011; b) O prolongamento da FNS de Anápolis-GO a Estrela D’Oeste-SP - com destino final Santos-SP via Ferrovia Vicente Vuolo - teve as obras iniciadas, a inaugurar em 2014, e com trilhos todos pagos e chegando do exterior; c) na FIOL – De Ilhéus-BA a Figueirópolis-TO (encontrando a FNS), as obras do 1º trecho até Caitité-BA foram iniciadas, a inaugurar em 2013 e com todos os trilhos já comprados e em transporte; d) A FICO – de Campinorte-GO (iniciando na FNS perto de Uruaçu-GO e Brasília-

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DF) a Vilhena–RO e com destino final ao Peru está em inicio de construção; e) Na FTN-Transnordestina, as obras foram iniciadas de Eliseu Martins-PI ao Porto de Pecém-CE e de Salgueiro-PE ao porto de Suape-PE; f) A Ferrovia Vicente Vuolo, ex Ferronorte teve as obras reiniciadas e aceleradas de Alto Araguaia-MT a Rondonópolis-MT e a inaugurar em 2012; RODOVIAS: a) BR 364 do interior do Acre a divisa com o Peru está 100% concluída. Ao lado de parte desta rodovia será construída a Ferrovia Transcontinental ou Inter-oceânica (FICO + FIOL + ferrovia no Peru) até o porto de Bayovar e outros no Peru; b) BR 163 de Cuiabá-MT a Santarém-PA: em obras aceleradas pelo Exercito e a inaugurar em dezembro de 2012; HIDROELÉTRICAS: a) Iniciadas as obras de Belo Monte-PA; b) As obras estão aceleradas e antes das datas previstas em Jirau-RO e Santo AntônioRO; c) Em final de estudos, a usina binacional de Guarajá-Mirim-RO na divisa com a Bolívia; Novas Minas De Ferro descobertas ou reveladas (todas em regiões muito pobres e ainda com baixíssimas demandas): a) Salinas-MG, no Vale do Jequitinhonha e a 600 km do Porto de Ilhéus pela futura ferrovia FIOL (minas já com alta disputa pela VALE, Anglo-American, BHP Billiton, BAMIN Mineração etc.. e com visível e estratégico apoio do Governo de Minas Gerais); b) Paulistana-PI, próxima a Ferrovia Transnordestina; c) Coração de Maria-BA a 160 km do Porto de Cotegipe/AratuBA; d) Mirassol D’Oeste na divisa Bolívia com MT e perto da Ferrovia Vicente Vuolo e da FICO; e) Inhamuns-CE, Pentencoste-CE e Ina-CE, perto do porto de Pecem-CE, via Nova Transnordestina e antiga Cia Ferroviária do Nordeste; e) Cruzeta-RN e Jucurutu-RN, perto da Nova Transnordestina e do Porto de Pecem-CE. Atualizado em junho/2011

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Mercado

Agronegócio: Expansão do mercado atrai cada vez mais profissionais

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omo entrar nesse mercado, qual a formação específica necessária e qual o tamanho do mercado de agronegócios no Brasil são informações que o profissional iniciante precisa obter logo de início. A boa notícia é que a expansão deste mercado tem sido tão boa que gerou uma série de efeitos colaterais positivos para quem está na área.

"Profissionais na área de planejamento logístico, marketing e comércio exterior são cada vez mais necessários para agronegócios", conta o professor da FGV. O aumento das exportações determinou o perfil do novo profissional, que deve entender bastante de mercados financeiros e dominar a transação em moeda estrangeira, além de fluência em idiomas. O mais interessante na expansão do mercado é a atração que os jovens urbanos sentem agora pelo mercado. "Estamos chegando a uma época em que as propriedades agrícolas, principalmente no centro-sul, estão chegando à terceira geração de proprietários. Estes, não se acham muito motivados para manter o negócio, então preferem migrar para os centros urbanos. Já os jovens urbanos, deixam as metrópoles para substituir esses proprietários, em uma nova era de gerenciamento", conta o professor da FGV-PR. A indústria da alimentação é a maior responsável pelo novo paradigma de gerenciamento. Tradicionalmente, a indústria de processamento de

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Acervo fotográfico A&E

"O mercado está em transformação, exige a participação de outras áreas que antes não tinham tanto interesse por agronegócios", conta o professor da FGV-PR, Robson Gonçalves. Além de agrônomos e veterinários, o mercado de agronegócios têm se voltado cada vez mais para profissionais envolvidos no processamento de alimentos, setor industrial. alimentos tinha uma pequena participação no PIB brasileiro. É grande a produção in natura mas mudanças já estão sendo apontadas. "Os recém-formados em carreiras como engenharia de alimentos, têm papel importante tanto no campo quanto nas grandes cidades no crescimento destas indústrias", afirma o professor. Carências significativas As áreas de maior carência de profissionais no mercado de agronegócios não são difíceis de identificar. Os especialistas concordam com a falta de dois profissionais com perfil definido: gestão ambiental e TI aplicada aos agronegócios. "A área de gestão ambiental é aquela que, originalmente, era ocupada por formados em engenharia florestal ou ambiental, responsável por viabilizar uma série de certificações necessárias para exportar produtos para países desenvolvidos, principalmente nos setores de papel e móveis", conta o professor.

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A procedência certificada é essencial para a produção brasileira. A preocupação com o desenvolvimento sustentável aumenta e a exploração dos recursos naturais é bastante diferenciada hoje. A segunda grande carência é na área de TI (Tecnologia da Informação). "A necessidade de profissionais de TI com capacitação específica para prestar suporte ao mercado de agronegócios é muito grande", conta o professor da FGV-PR. Dicas para recém-formados: busca de emprego e especialização O recém-formado que quer entrar na área de agronegócios deve começar por valorizar seu desempenho na universidade. Para o professor Aécio Flávio Lemos, diretor da Faculdade de Administração da Universidade de Franca-UNIFRAN, "ter sido um ótimo estudante com alto aproveitamento é a principal dica".

"Já nas cidades", completa o professor, "o emprego divide-se no setor industrial e de serviços. No primeiro, o emprego pode~ser alocado para pessoas que venham trabalhar tanto com insumos técnicos voltados à produção no campo, como com desenvolvimento de maquinas e equipamentos de plantio e colheita, por exemplo". A área de serviços é outro destaque, de acordo com o professor. A dica é "aliar conhecimentos específicos aos diversos segmentos possíveis, até porque o agronegócio engloba diversos estágios de produção e agregação de valor até que o produto final chegue às mãos do consumidor", diz o professor Costa. Tamanho do mercado e média salarial

O professor da Unifran lembra ainda que "toda e qualquer área exige especialização" e que o recém-formado com interesse em agronegócios deve procurar "ser generalista e especialista".

Para o professor Aécio Flávio Lemos, diretor da Faculdade de Administração da Universidade de Franca-UNIFRAN, o tamanho do mercado de agronegócios é "um dado com uma enormidade de variáveis". A média salarial dos recém-formados, por exemplo, muda muito "entre o Sul e o Acre, as diferenças são substanciais, todavia, os salários iniciam, para os estagiários, giram em torno de R$1.000,00 mensais".

O professor Marcelo Farid, da UEM, afirma que a melhor dica para o recém-formado é "conhecer a sua área". Nada melhor, portanto, do que "fazer um curso de especialização, que estão mais completos e podem suprir as deficiências da graduação". Ter um bom desempenho na universidade e ter feito um bom curso de graduação também são dicas importantes. "A inscrição em congressos como o da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural também deve ser interesse do profissional da área", completa o professor.

O professor Marcelo Farid do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), concorda com a dimensão variável do mercado de agronegócios. "O agronegócio não está só no campo mas também na produção de insumos, transformação de todos os produtos do agronegócios, está em cooperativas, usinas, fábricas de processamento de alimentos, parte administrativa, contábil, TI etc.". O que se pode dizer, de acordo com o professor, "é que o PIB do Agronegócio cresceu em 2003 mais do que outros setores da economia".

Para o professor Écio Costa, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), "o recém-formado pode procurar entrar no mercado de agronegócios tanto no campo quanto nas cidades.

O professor Guilherme Cunha Malafaia, do MBA em Gestão de Agronegócios da UCS (Universidade de Caxias do Sul), dimensiona o agronegócio dentro de um contexto nacional. "O agronegócio gera 17,7 milhões de empregos, 37% do total nacional", afirma o professor.

No campo, as pessoas podem trabalhar junto aos empreendimentos agrícolas, na parte de organização da produção,comercializaçãoo interna e externa, levantamento e aplicação de tecnologias na empresa etc.". Revista Agricultura & Engenharia

O professor da ESALQ/USP e pesquisador do CEPEA, Sérgio de Zen, também situa o mercado de agronegócios no contexto nacional, "o número de

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Acervo fotográfico A&E

Mercado

O mercado de agronegócios não é a primeira idéia no horizonte de profissões de um vestibulando. No entanto, o mercado é um dos que mais cresce no Brasil e a absorção de profissionais de novas áreas torna o mercado de agronegócios cada vez mais interessante como perspectiva de longo prazo. pessoas envolvidas direta ou indiretamente no agronegócio corresponde a um universo de 20 a 30% dos empregos, dependendo de como se define a amplitude do agronegócio na economia". A média salarial para o recém-formado, para o professor Marcelo Farid da UEM, "depende da função desenvolvida, as áreas que mais prometem são o processamento de cana de açúcar, com a necessidade crescente do álcool como combustível alternativo". O tamanho do mercado, de acordo com o professor Écio Costa da UFPE, é "difícil de ser apontado, pois engloba não somente o setor agrícola, mas também todos aqueles outros setores que estão conectados a ele por meio das cadeias produtivas". A média salarial para um recém-formado nesse mercado, de acordo com o professor, "pode girar em torno de R$ 1.000, podendo chegar até a R$ 30.000 reais no auge da carreira, principalmente nas áreas que são voltadas à exportação de commodities". Tendências para o futuro Apesar de ter vivido uma grande expansão nos últimos dois anos, o mercado de agronegócios ainda requer, como qualquer outra área, cautela por conta do profissional. "É possível que aconteça um prolongamento da situação atual mas continua positiva a perspectiva do mercado de agronegócios", diz o professor da UFPE, Écio Costa. "Depois de tanto tempo de expansão, é previdente pensar que pode vir um tempo de vacas magras à frente

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e preparar-se para ele", diz o professor da FGV-PR, Robson Gonçalves. "O mercado de agronegócios ainda será um mercado interessantíssimo por muitos anos", diz o professor Écio Costa, da UFPE. "No entanto, tem que ser pensado em conjunto com as perspectivas para o comércio exterior", diz o professor. "As negociações intensas do Ministério de Relações Exteriores deverão fazer com que o mercado tenha possibilidades de crescimento ainda maiores". O desempenho dos índices do mercado de agronegócios é muito influenciado pela economia dos maiores clientes do Brasil: Estados Unidos e Europa. "No caso do Nordeste, 98% da produção de camarão do Brasil é da região, 65% é exportada; o preço do camarão é determinado diretamente por mudanças na exportação", diz o professor da UFPE. O crescimento do número de profissionais com pós-graduação também deve ser esperado na área. "È muito interessante buscar formação na área pois o leque de opções têm aumentado cada vez mais, tanto no âmbito das instituições privadas como particulares", afirma o professor. Para se ter uma idéia do crescimento do mercado, basta ver o aumento das exportações nos últimos cinco anos, soja chegou a 18,5% a mais, carne bovina teve aumento de 660%, aves mais de 200% e suínos ficou também com mais de 200% de aumentos. E só o leite, aumentou em 100% a quantidade de exportações no último ano apenas. Revista Agricultura & Engenharia


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