1º dia Acolhimento; Apresentação da proposta de formação: O MMGV, o Memorial Itinerante, os eixos temáticos, o percurso Africanidades e Memória; A abordagem das ações afirmativas no Memorial Minas Gerais Vale e os subtemas: Visões de África, Ilê-Ayê, Palmares e Baobá; Lei 10.639/2003 e Lei 11.645/2008, levando em conta as três dimensões em que elas se articulam: história e cultura africanas; história e cultura afro-brasileira e indígena, educação das relações étnico-raciais; Exibição de vídeos e debate – reflexões acerca do racismo e das disparidades existentes entre brancos e negros no Brasil: • “Vista minha pele” – Joel Zito Araújo • “Antropólogo e professor Dr. Kabengele Munanga fala sobre preconceito no Brasil” Espelhos
MEMORIAL MINAS GERAIS VALE – BREVE HISTÓRICO O Memorial Minas Gerais Vale, museu em funcionamento na Praça da Liberdade desde novembro de 2010, é caracterizado como um museu de experiência e se propõe a apresentar um recorte histórico da formação e representação da memória do estado de Minas Gerais. O prédio, que abriga o museu, foi construído para sediar a Secretaria do Estado da Fazenda de Minas Gerais sendo inaugurado em 1897, ano de fundação da cidade de Belo Horizonte e atualmente capital do estado de Minas Gerais. A construção é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG e o projeto de Curadoria e Museografia do MMGV é assinado por Gringo Cardia, artista brasileiro de relevância internacional.
Setor Educativo A partir de 2013, com uma nova coordenação veio, também, uma nova metodologia de trabalho e mediação do espaço expositivo, que buscam levar o visitante a se sentir cada vez mais sujeito de sua história e de seu processo de aprendizagem, como expõe o Plano Educativo publicado em 2014. O Setor Educativo é composto atualmente por dezessete educadores, das mais variadas áreas de formação, que trabalham no atendimento dos grupos visitantes – agendados e espontâneos –, na elaboração de pesquisa e desenvolvimento de materiais e práticas pedagógicas.
EIXOS TEMÁTICOS Buscando dar mais sentido e significado às visitas, que duram em média uma hora e trinta minutos, definimos diversos eixos a partir de recortes temáticos.
EIXOS TEMÁTICOS 1. Literatura e Memória
2. Artes Visuais, Imagem e Memória 3. Africanidades e Memória 4. Cartografia e Memória 5. República e Memória
6. Mineiridades 7. Infância e Memória 8. Mulheres Geraes 9. Culturas Indígenas e Memória
AFRICANIDADES E MEMÓRIA
Apresentação Em consonância com a Lei 10.639/03, que busca ampliar a discussão e reflexão a respeito de questões Étnico-Raciais nas escolas, O Memorial Minas Gerais Vale propõe ações de fortalecimento das identidades e apropriação das matrizes africanas presentes na sociedade brasileira através do percurso “Africanidades e Memória”, num movimento de resgate e valorização da cultura afro-brasileira, reafirmando o seu compromisso com questões sociais contemporâneas. A partir de seu acervo, pesquisas foram desenvolvidas em quatro eixos:
VISÕES DA ÁFRICA, PALMARES, BAOBÁ E ILÊ AYÊ
VISÕES DA ÁFRICA A desconstrução de uma visão homogênea sobre a África; Discursos construídos para determinar/qualificar o outro (alteridade); Percepção e valorização da diversidade étnico-cultural.
PALMARES As diversas maneiras de resistência dos africanos e afrodescendentes à escravidão, desconstruindo-se a visão de inércia, consentimento e passividade colocada diante de tal fato; Os “lugares de resistência” - ruas, quilombos, chafarizes, igrejas da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário etc; A preservação e valorização das formas de resistência como bens culturais.
BAOBÁ A transmissão de saberes e fazeres através da oralidade; A valorização do mestre como guardião da cultura de um povo, representada pela figura do Griot; A troca de conhecimentos e histórias celebrada no ato do encontro, aos pés do baobá; O baobá desconstruindo a mácula da árvore do esquecimento através da preservação da memória.
Ilê Ayê Ile-Ayê, em iorubá, significa “Casa no Mundo”; A presença e o lugar do negro no mundo; O resgate da cultura afrodescendente presente na formação sociocultural brasileira; O entendimento e reconhecimento das origens étnico-culturais - a importância da celebração, preservação e divulgação.
SALAS CONTEMPLADAS O MMGV apresenta 31 espaços expositivos e para percurso Africanidades e Memória foram escolhidas seis salas: Sebastião Salgado, O povo mineiro, A fazenda mineira, Vilas mineiras dos séculos XVIII e XIX, Celebrações Festivas em Minas Gerais e Vale do Jequitinhonha. Esse recorte se justifica, sobretudo, pelos elementos presentes nos espaços expositivos que se relacionam à resistência dos povos africanos frente à escravidão nos séculos XVII e XVIII, à simbologia artística, à oralidade, às manifestações culturais e religiosas dos povos africanos e a possibilidade de desconstrução de pensamentos preconceituosos, carregados de exotismo, frente a uma das culturas formadoras da nossa identidade brasileira.
SebastiĂŁo Salgado
O povo mineiro
Celebraçþes Festivas em Minas Gerais
Vilas mineiras dos sĂŠculos XVIII e XIX
A fazenda mineira
Vale do Jequitinhonha
MEMORIAL INTINERANTE – AFRICANIDADES É um projeto que tem como objetivo levar à população do interior do estado de Minas Gerais um recorte do Memorial Minas Gerais Vale, a fim de ampliar a discussão e reflexão a respeito das questões étnico-raciais, propondo ações de fortalecimento das identidades e apropriação das matrizes africanas presentes na sociedade brasileira. Serão duas vertentes de atuação: Educacional: ação de política afirmativa que visa a formação de profissionais da área da educação, acerca das relações étnico raciais, pautada no trabalho realizado pelo setor educativo do MMGV e nas determinações da lei 10639/2003;
Cultural: exposição temporária composta por uma reprodução de seis ambientes do MMGV, que dialogam com a presença da cultura africana na formação de Minas Gerais. O Memorial Itinerante recebeu 1º lugar no edital de educação do Ibermuseus, que visa ampliar a capacidade educativa dos museus e do patrimônio cultural. O programa Ibermuseus é uma iniciativa de cooperação e integração dos países ibero-americanos (América Latina, Portugal e Espanha) para o fomento e articulação de políticas públicas para as áreas de museus e museologia.
Justificativa O Brasil aprovou em 2003 a Lei 10.639 que trata da obrigatoriedade da inserção, nos currículos escolares, da história e da cultura afro brasileira. Na primeira década de existência da Lei, a sua
execução tem enfrentado uma série de desafios, mostrando a importância de ações que apoiem professores e gestores na sua implementação.
Soma-se a isso, a experiência positiva do projeto “Um dia no Memorial”, iniciativa da gerência de educação da Fundação Vale, realizado no Memorial desde 2014, que ofereceu a profissionais da educação pública uma vivência ao percurso “Africanidades e Memória” do museu, acompanhada de capacitação sobre a temática étnico-racial. Essas experiências demostraram a necessidade de um processo de formação continuada. Assim, foi estruturado um plano que pudesse tratar dessas questões de forma dinâmica e próxima da realidade do docente.
Objetivo Capacitar profissionais da área de educação e cultura de quatro cidades do interior do estado de Minas Gerais; Possibilitar a apropriação de conhecimentos sobre história e culturas africanas e afro-brasileiras; Discutir questões de alteridade e valorização da diversidade étnico-cultural; Possibilitar o contato do público, das cidades indicadas, com parte do acervo e das ações
educativas do Memorial Minas Gerais Vale, em um movimento de ampliação do acesso a espaços culturais.
Execução do Projeto Exposição temporária aberta à comunidade; 20 horas de formação para profissionais da área da educação e cultura, divididas em 4 encontros presenciais de 4h cada e uma visita à exposição com posterior registro de suas vivências. Cada participante receberá um declaração de participação com as horas do curso. O material didático é composto por textos inéditos acerca da temática, sugestões de atividades a serem trabalhadas em sala de aula, além de um material cujas abordagens estimulam o potencial criativo e narrativo, bem como a leitura e a pesquisa; No plano de formação de professores estão previstas 4 horas para o registro das vivências que
serão compartilhadas em um blog, construído pela equipe do MMGV, para o projeto; O blog
também será alimentado com indicações de textos, vídeos, sites, entre outras
referências; Cria-se, assim, uma rede de comunicação entre os profissionais participantes, possibilitando a
aproximação e a troca de experiências.
"A Educação de que precisamos há de ser a que liberte pela conscientização. A que comunica e não a que faz comunicados". Paulo Freire