Performances: 16/7, às 10h30: Engulo Histórias _ 20/8, às 10h30: performance seguida de encontro com o artista, às 11h30.
Além de dar destaque para as manifestações da cultura ligadas à memória e à tradição, o Memorial Minas Gerais Vale ainda ativa as potências do contemporâneo como forma de dar sustentação e circulação ao legado do passado. Esse gesto aproxima e coloca as dimensões do tempo em um jogo, no qual passado e presente se entrecruzam nas dinâmicas das muitas manifestações da arte e da cultura. O Programa de Exposições 2016, selecionadas pelo Edital para Jovens Artistas Mineiros, é um desses gestos que aciona a produção artística contemporânea, dando visibilidade a artistas emergentes. Nessa temporada, quatro exposições revelam o vigor da produção artística emergente. A ideia central é dar espaço para a diversidade de discursos, práticas e estratégias da arte contemporânea produzida em Minas Gerais, garantindo aos jovens artistas boas condições de exposição e de visibilidade. www.memorialvale.com.br Iniciativa:
Patrocínio:
FICHA TÉCNICA } REALIZAÇÃO: MEMORIAL MINAS GERAIS VALE / GESTOR: WAGNER TAMEIRÃO } MONTAGEM: GUILHERME MACHADO } DESIGN GRÁFICO: AD10 COMUNICAÇÃO } SELEÇÃO DAS EXPOSIÇÕES: EDUARDO DE JESUS, WAGNER TAMEIRÃO E MARIA ANGÉLICA MELENDI } COORDENAÇÃO GERAL E TEXTOS: EDUARDO DE JESUS
Parceria:
Realização:
MINISTÉRIO DA CULTURA
O Ministério da Cultura e a Vale apresentam
As obras de Efe Godoy ambiguamente se nutrem das diferenças e passagens entre comum e extraordinário, entre sonho e realidade, e entre as repetições da vida cotidiana e a inexorável passagem do tempo. O resultado é uma coleção, primeiramente, de inúmeros entreatos, recortes de meios de histórias que só podem alcançar o desfecho em nosso imaginário. Depois, são os procedimentos (rasuras, cortes e atravessamentos), as alterações nas imagens com a inserção de animais e plantas, a repetição do verde e as cenas cotidianas que parecem nos provocar uma estranha familiaridade. No entanto, é impossível colecionar o que está em movimento e que se deixa atravessar pelo tempo, isso que se transforma como sugere o nome da exposição. Essa impossibilidade aciona, mais uma vez, nosso imaginário para saber de onde, de qual sonho ou alucinação conhecemos aquelas imagens.
CICLO DE EXPOSIÇÕES MEMORIAL MINAS GERAIS VALE 2016 / 2017
Godoy aciona inusitadas narrativas que sinalizam tanto o passar do tempo, quanto a natureza híbrida do mundo em que vivemos. Apesar da suposta simplicidade do amplo conjunto de obras expostas (quase 200 pequenos desenhos, além de instalações e performances), existe algo estranho, urgente e complexo, uma espécie de obsessão que mistura arte e vida em uma espécie quase distraída de resistência aos impulsos típicos da contemporaneidade. No meio do mundo digital, o analógico. No meio do frenesi das trocas simbólicas e interações afinadas na fluidez do chamado tempo real, Godoy lança mão de outros tempos. Dinâmicas entrecruzadas entre distintas naturezas e contextos nas quase perturbadoras misturas entre humano, animal e vegetal.
EFE GODOY NO MESMO TEMPO QUE CRESCEM AS PLANTAS E TODAS AS COISAS
Os desenhos de Efe Godoy, com seus traços incompletos, cheios de rasuras, com textos ligeiramente apagados feitos em papéis cortados de forma irregular, podem revelar um gesto paradoxal: de um lado, a leveza das formas e o universo mais cotidiano, mas de outro, um traço sutilmente perturbador que imediatamente nos faz fabular. Retirados o início e o fim, os desenhos parecem nos mostrar o meio, aquele lapso no qual tudo pode ocorrer. Em uma planta uma folha caiu, outra cresceu mais um pouco. Tudo em constante movimento. O tempo passa e o precipício é logo ali adiante.
9 DE JULHO A 4 DE SETEMBRO / 2016
ENTRE HOJE, A MEMÓRIA E O AFETO: A COLEÇÃO DE INCONSTÂNCIAS
ENTREVISTA – EFE GODOY 1. Quais as questões que motivam seu trabalho?
3. Em sua produção artística, qual é a relação entre desenho e performance?
}
Efe Godoy (Sete Lagoas, 1988)
Com propostas artísticas que transitam entre desenho, música e performance, Efe Godoy iniciou a graduação em Artes Plásticas na Escola Guignard. Sua relação com o desenho é quase instintiva e começou na própria infância. Em suas obras vemos frequentemente animais e plantas em forte simbiose com o humano, além de toda uma intensa ligação com os aspectos ordinários da vida cotidiana, assim como da memória e do passar do tempo. Desde 2010 lidera os vocais do projeto musical Absinto muito. Atualmente está na residência da 6ª edição do programa Bolsa Pampulha (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, 2016). Em sua trajetória Godoy atuou como arte-educador entre 2011 e 2103 no Instituto Inhotim, assim como em uma série de outras exposições. Foi ainda estagiário em montagens de exposições no Palácio das Artes (Belo Horizonte, 2015), como: Do objeto para o mundo, Assis Horta-Retratos e 31ª Bienal de São Paulo. Entre as exposições individuais, coletivas e premiações, destacam-se:
2. Tempo e memória reverberam em seus trabalhos?
} Individuais Como se eu estivesse lá (Aliança Francesa, Belo Horizonte, 2016) Do lado de dentro da cabeça (Teatro Municipal de Anápolis, Goiás, 2015) Por enquanto pássaros (BDMG Cultural, Belo Horizonte, 2015) Ter sido passarinho tecido - Instalação site-specific (104, Belo Horizonte, 2014) } Coletivas Troco taco por Jardim - Exposição com a artista Esther de Azevedo (Casa Camelo, Belo Horizonte, 2016) Do que pode ser familiar (DAP – Arte Londrina, 2016) Do objeto que já foi de seu afeto (Projeto parede do Sesc Palladium, Belo Horizonte, 2016) Vespa - Mostra de performance (Edifício Maletta, Belo Horizonte, 2015) Sobre o que se desenha (Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte, 2015) Uma frase comprida que termina numa palavra que é frase, exposição com o artista Rafael RG (Galeria Lemos de Sá, Belo Horizonte, 2014) Mostra perplexa de performance (Undió, Belo Horizonte, 2014) Mostra Lab. (Teatro Espanca, Belo Horizonte, 2014) Eu mudo – Performance (Memorial Minas Vale, Belo Horizonte, 2014) } Residências Artísticas Ipec (Pirenópolis, Goiás, 2105) RAM - Residência Artística da Mutuca (Altamira, Minas Gerais, 2015) Laboratório CASA - De dentro pra fora de fora pra dentro (Exa, Belo Horizonte, 2013) Residência de Rua (Teatro Espanca, Belo Horizonte, 2013) } Prêmios Menção Honrosa - Salão de Itabirito (Itabirito, Minas Gerais, 2013) Prêmio Moldura Minuto (Belo Horizonte, 2013) Prêmio Paraty de Arte Contemporânea (Paraty – Rio de Janeiro, 2013) Prêmio Mostra Externa Guignard (Belo Horizonte, 2012)