Fiesc inadimplencia do consumidor

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Núcleo de Pesquisas Mês de março apresenta alta mensal do percentual de famílias endividadas e com contas em atraso. Entretanto, na comparação anual o percentual de atrasos caiu. O percentual de famílias catarinenses endividadas apresentou elevação em março, na comparação mensal a expansão foi de 2,4%, passando de 88% em fevereiro para 90,4% em março, e na comparação anual o índice cresceu 6,5%. Já o percentual de famílias inadimplentes cresceu 1,3% mensalmente e caiu 3,9% anualmente, o que demonstra uma pequena piora mensal e uma melhora na comparação anual. Síntese dos resultados Situação da família

Meses Mar/11 Fev/12 Mar/12

Total de endividadas

83,9%

88,0%

90,4%

Dívidas ou contas em atraso

25,5%

20,3%

21,6%

6,7%

9,3%

8,3%

Não terão condições de pagar

Análise do endividamento A parcela de famílias catarinenses endividadas cresceu em março, tanto mensalmente (2,4%) quanto anualmente (6,5%) o resultado foi este. O percentual fechou março em 90,4%, o que demonstra a recuperação do consumo através do crédito, já que o mesmo teve uma série longa de queda nos últimos meses em virtude do aperto monetário realizado pelo Banco Central no segundo semestre do ano passado. Já na comparação por faixa de renda, as famílias com rendimentos inferiores a 10 salários mínimos (S.M.) apresentaram um percentual de 89,5%, menor do que os 93,6% das famílias com renda maior que 10 salários mínimos que estão endividadas. Desta forma, a nova expansão do crédito por parte das autoridades federais e os ganhos de renda das famílias catarinenses desse início de ano começam a impactar nos índices de endividamento, mostrando que as famílias do estado estão propensas a adquirir novas dívidas nesse início de ano. Outro fator que também cresceu acompanhando o mesmo movimento foi o nível de endividamento familiar. O percentual de famílias muito endividadas passou de 42,8% em fevereiro para 46,5% em março. As famílias com renda superior a 10 S.M. são as mais endividadas, sendo que 55% delas estão em tal situação. Já nas famílias com renda menor que 10 S.M., o percentual de muito endividadas é de 44,3%.


Categoria

Nível de endividamento Fev/12

Mar/12

Muito endividado

42,8%

46,5%

Mais ou menos endividado

36,7%

37,1%

8,6%

6,8%

12,0%

9,6%

Não sabe

0,0%

0,0%

Não respondeu

0,0%

0,0%

Pouco endividado Não tem dívidas desse tipo

No que tange ao tipo de endividamento das famílias, o cartão de crédito aumentou sua participação na composição das dívidas catarinense. Se em fevereiro ele correspondia a 44,1% das dívidas, em março ele representou 49,2%. Na sequência aparece o financiamento de carros (25,1%), os carnês (10%) e os financiamentos de casas (8,2%).

Tipo de dívidas Não respondeu

0,0% 0,0%

Não sabe

0,0% 0,2%

Outras dívidas Financiamento de Casa

1,3% 1,3% 8,2% 9,9% 25,1% 24,0%

Financiamento de Carro

Crédito pessoal

Fevereiro

3,3% 3,7%

Crédito consignado

1,5% 1,3%

Cheque pré-datado

1,0% 1,7%

Cheque especial

1,0% 2,2%

Cartão de crédito

Março

10,0% 12,1%

Carnês

49,2% 44,1%


Em relação ao tempo de comprometimento médio das famílias com as dívidas, em março ele ficou em 5,9 meses, ou seja, exatamente igual ao tempo médio do mês de fevereiro. No entanto, apesar desse tempo médio de praticamente meio ano, a maioria absoluta das famílias (51%) tem dívidas de até três meses, sendo que completa o quadro os 6,7% com dívidas entre três e seis meses, os 7,1% entre seis meses e um ano e os 35,1% já endividados por mais de um ano. Por fim, outra questão bastante relevante para verificar a saúde das dívidas catarinenses é a parcela média de comprometimento da sua renda com o pagamento das parcelas das dívidas. Em março a parcela da renda comprometida ficou em 27,2%, demonstrando um pequeno crescimento em relação ao mês anterior, onde ela havia sido de 26,3%. Entretanto, apesar do crescimento mensal, a parcela da renda comprometida em Santa Catarina é baixa, o que dá segurança de que o alto endividamento não se converta em uma crise de inadimplência.

Parcela da renda comprometida com dívidas Menos de 10%

De 11% a 50%

Superior a 50%

7,1%

Não sabe / Não respondeu

0,2% 22,6%

70,1%

Análise das contas em atraso Juntamente com o aumento mensal do número de famílias endividadas, também o percentual de famílias com contas em atraso cresceu mensalmente, passando de 20,3% em fevereiro para 21,6% em março. Se comparado ao mesmo mês do ano anterior, no entanto, o percentual caiu 3,9%, já que naquele mês os inadimplentes representam 25,5% do total das famílias catarinenses. Isso se explica pela melhor situação financeira das famílias de Santa Catarina, já que o quadro de expansão do emprego e da renda vivido nos últimos doze meses garantiu essa menor inadimplência na comparação anual. Se analisarmos por faixa de renda, as famílias com renda inferior a 10 S.M. são as em pior situação, já que 25% delas têm contas em atraso. Por outro lado, apenas 8,3% das famílias com renda maior estão inadimplentes, o que se explica pela própria capacidade financeira maior destas famílias.


Para estas famílias com dívidas em atraso, apenas 25,4% afirmaram que irão quitar seus compromissos integralmente, enquanto que 35,1% irão pagá-los apenas em parte e 38,6% não irão quitar suas dívidas atrasadas. Já em relação ao tempo médio em que as contas dos catarinenses estão atrasadas, em março o resultado ficou em 64 dias, ou seja, praticamente dois meses. O resultado é melhor do que o de fevereiro, onde o tempo médio de atraso havia ficado em 67 dias. Olhando de uma maneira seccionada, 22,8% das famílias têm contas atrasadas de até 30 dias, 28,9% está atrasado entre 30 e 90 dias e 48,2% estão inadimplentes a mais de 90 dias. Análise das famílias que não terão condições de pagar suas dívidas Por fim, o último elemento da pesquisa analisado é como as famílias se declararam para o futuro. Desta forma, 8,3% das famílias disse que não terão condições de pagar suas dívidas no futuro, percentual inferior ao do mês passado em 1% e maior do que o de março de 2011 em 1,6%. Conclusão A melhor situação financeira das famílias neste início de ano, resultado do cenário de expansão do emprego e da renda, aliado a condições mais atraentes de crédito fizeram com que as famílias catarinenses buscassem com mais afinco o crédito para consumo. Isto se manifestou no crescimento do percentual de famílias endividadas, tanto na comparação mensal quanto na comparação anual. Entretanto, a maior concessão de crédito no caso catarinense está umbilicalmente associada a uma melhora constante da renda das famílias, o que fez com que anualmente a inadimplência caísse e que a parcela de comprometimento da renda das famílias com as dívidas se situasse em um patamar bastante seguro, de apenas 27,2%. Assim, o aumento do endividamento no estado pode ser considerado seguro e positivo, já que o mesmo estimula o consumo e dá dinamismo à economia local. Para os próximos meses a tendência é que a nova flexibilização do crédito se faça sentir cada vez mais, o que provavelmente fará com que os indicadores de endividamento continuem crescendo, porém de maneira controlada. Metodologia Foram entrevistados consumidores em potencial, residentes no Município de Florianópolis, com idade superior a 18 anos. Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido “p” por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto “d”(erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de consumidores em potencial.


Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de consumidores a serem entrevistados foi de 500, ou seja, com uma amostra de no mínimo 500 consumidores, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.


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