Capela da serra 2015 08 01 pao e poesia

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Celebração da Palavra e do Pão “Pão & Poesia” Jundiaí, 1º de agosto de 2015

O DEUS ETERNO ESTÁ PERTO DE TODOS OS QUE O INVOCAM Prelúdio: Intróito: Salmo 145.5

♫ Doxologia: [Lowell Mason (1792-1872); Adap. João Gomes da Rocha (1861-1947) — HE 90]

Saudação e acolhida: Ato memorial:

[A comunidade permanece em oração] O teu reino, SENHOR, é o de todos os séculos, e o teu domínio subsiste por todas as gerações. O SENHOR é fiel em todas as suas palavras e santo em todas as suas obras. O SENHOR sustém os que vacilam e apruma todos os prostrados. Em ti esperam os olhos de todos, e tu, a seu tempo, lhes dás o pão. Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente. Justo é o SENHOR em todos os seus caminhos, benigno em todas as suas obras. Perto está o SENHOR de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes o clamor e os salva. Justo és, Senhor, em teus altos caminhos, Grandiosas tuas obras todas! Mui perto estás, Senhor, de todos que te invocam, De todos que te adoram em verdade. Aleluia! [Boas-vindas às/aos presentes e apresentação dos motivos que inspiram esta celebração] “Irismã e eu somos muito agradecidos por essa rede de amor costurada com palavras que, qual mosaico encanta-nos os olhos. Vemos na amizade de vocês a manifestação de um amor tão genuíno que torna impossível não vislumbrar os rastros do divino nesta caminhada. Assim nos juntamos a esta nuvem de testemunhas para incluir nossas rogações, confissões de desejo e amor perante o altar da vida.” (Luciano José de Lima, 26/05/1978 – 05/06/2015) “No final do caminho me dirão: E tu, viveste? Amaste? E eu, sem dizer nada, abrirei meu coração cheio de nomes.” (D. Pedro Casaldáliga)

♫ Bendize, ó minh’alma: [Salmo 103; Liséte Espíndola]

Bendize, ó minh’alma ao Senhor. Tudo o que há em mim bendiga O seu santo nome. Amém!


PALAVRA QUE ALIMENTA Primeira leitura: Êxodo 16.2-4, 9-15

♫ Pai Nosso: [Adapt. de Mt 6.9-13 por Luiz Carlos Ramos; Música: Roy Oliveira]

Toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e Arão no deserto; disseram-lhes os filhos de Israel: Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do SENHOR, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar! Pois nos trouxestes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão. Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover do céu pão, e o povo sairá e colherá diariamente a porção para cada dia, para que eu ponha à prova se anda na minha lei ou não. [...] Disse Moisés a Arão: Dize a toda a congregação dos filhos de Israel: Chegai-vos à presença do SENHOR, pois ouviu as vossas murmurações. Quando Arão falava a toda a congregação dos filhos de Israel, olharam para o deserto, e eis que a glória do SENHOR apareceu na nuvem. E o SENHOR disse a Moisés: Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel; dize-lhes: Ao crepúsculo da tarde, comereis carne, e, pela manhã, vos fartareis de pão, e sabereis que eu sou o SENHOR, vosso Deus. À tarde, subiram codornizes e cobriram o arraial; pela manhã, jazia o orvalho ao redor do arraial. E, quando se evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e semelhante a escamas, fina como a geada sobre a terra. Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? Pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o SENHOR vos dá para vosso alimento. Pai nosso que estás no céu, o teu nome seja santo. Tua vontade seja feita, assim na terra como no céu.

A cada dia dá-nos pão p’ras nossas dívidas perdão. Livra-nos do mal e de toda tentação,

Pois teu é o reino, o poder e a glória, p’ra sempre, p’ra sempre. Amém. Salmódia: Salmo 78.23-29

♫ Pão da Vida (1ª estr.): [L: Rev. Ricardo Holden; M: Hans Leo Hassler; Harm.: Johann Sebastian Bach]

Epístola: Efésios 4.1-16

♫ Pão da Vida (2ª estr.): [L: Rev. Ricardo Holden; M: Hans Leo Hassler; Harm.: Johann Sebastian Bach]

Leitura do Evangelho: João 6.24-35

O ETERNO, ordenou às alturas e abriu as portas dos céus; fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. Comeu cada qual o pão dos anjos; enviou-lhes ele comida a fartar. Fez soprar no céu o vento do Oriente e pelo seu poder conduziu o vento do Sul. Também fez chover sobre eles carne como poeira e voláteis como areia dos mares. Fê-los cair no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas. Então, comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam. Ó Cristo, Pão da Vida, Descido lá do céu, O pão de nossas almas Que o Pai de amor nos deu!

Em ti nos alegramos, Gozando, mesmo aqui, Do alento e da doçura, Que achamos sempre em ti.

Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. [...] Assim, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. Da eterna e santa vida, Da qual tu és o Autor, Sustento e fortaleza És tu, também, Senhor.

Sem ti não nos assistem Nem forças nem poder; De ti, nosso Alimento, Queremos nós viver.

Quando, pois, viu a multidão que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, tomaram os barcos e partiram para Cafarnaum à sua procura. E, tendo-o encontrado no outro lado do mar, lhe perguntaram: Mestre, quando chegaste aqui? Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: vós me procurais, não porque vistes sinais, mas porque comestes dos pães e vos fartastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo. [...] Então, lhe disseram eles: Que sinal fazes para que o vejamos e creiamos em ti? Quais são os teus feitos? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer pão do céu. Replicou-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo. Então, lhe disseram: Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.


♫ Porque o Senhor é bom:

Ele ampara os pobres e a cada dia sobre a mesa dá o pão Porque o Senhor é bom...

[Liséte Espíndola]

E aos que sofrem dores Traz esperança e com ternura dá a paz Porque o Senhor é bom...

Oh! Aleluia, oh! Aleluia, oh! Aleluia Porque o Senhor é bom! Reflexão: “Pão & Poesia” [Luiz Carlos Ramos (cf. João 6.24-35)]

Os antigos filósofos gregos consideravam a Poesia superior à História. Isso porque a história (prosaica) fica confinada ao episódico, ao passado. Mas a poesia transcende o tempo e o espaço. Aquilo a que um poema se refere pode não ter acontecido nunca e ainda assim acontecer sempre (R. Alves). A experiência poética parece se estabelecer na medida em que uma expressão tange a nossa sensibilidade estética e nos punge racional e emocionalmente a partir de dentro. É essa punção intestina que distingue a prosa da poesia. Ora, a expressão prosaica se dá a partir de fora, é analítica, racional, detalhista, e se caracteriza, portanto, pela extensão – em geral gastam-se muitas palavras para se dizer pouco. Porém, a expressão poética se dá a partir de dentro, é sensorial, universal, sintética e se caracteriza, portanto, pela concisão/intenção/intensidade – as poesias dizem muito com poucas palavras. Pode-se dizer, portanto, que, enquanto a prosa expressa (!), a poesia impressa (!). A primeira serve para ser usada, a última, para ser amada (cf. Santo Agostinho). Ora, as multidões procuravam Jesus interessadas no pão prosaico, o pão cotidiano, e acabavam perdendo o pão poético, o Pão da Vida. “Senhor, dá-nos sempre desse pão. Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede.” O pão cotidiano nos dá forças pra viver, mas o Pão da Vida nos dá motivos pra querer viver. Conclui-se, portanto, que poesia nada tem a ver com o estereótipo dos textos “melados”, “românticos”, afetados, esdrúxulos ou piegas. É poesia o que me faz descobrir como novidade essencial aquilo que, sem ela, pareceria banal. Quando nos damos conta do que é realmente essencial, mudamos radicalmente nossas prioridades.

Pão de luz [Luiz Carlos Ramos (4 de abril de 2002)]

Quando tenho fome, são as palavras que me alimentam e é delas que me sacio – não do que significam, mas do silêncio que elas fazem. A lua é um “pão de luz” a alimentar a noite. A noite é o colo do crepúsculo. O crepúsculo é o anfitrião da manhã. A manhã é a morte do medo. O medo é a moeda da moda. A moda é o modo do mundo. O mundo é um verso: uni-verso. O universo é um pano preto salpicado de leite: Via Láctea. O leite é o deleite materno no leito da vida. A vida é ávida da dádiva havida.

Quando tenho fome como as palavras. Quando tenho fome não quero a lua, mas pão de luz; não quero a noite, mas crepúsculo; não quero o medo, mas alvorada; não a moda, nem o mundo; só um verso, o Uni-Verso. Quando tenho fome como pão com os ouvidos, ouço tudo com os olhos, cheiro muito com os dedos, saboreio o recheio cheio de vida.

DÁ-NOS SEMPRE DESSE PÃO ♫ A Ceia do Senhor: [Jaci Marashin]

Sursum corda:

Partilhar o pão, distribuir o vinho, estender a mão a qualquer vizinho, Alargar o chão, retirar o espinho, abraçar o irmão, não ficar sozinho 1.

O pão da Eucaristia é mais que pura massa, É feito de alegria e dado a nós de graça.

2.

O vinho consagrado é mais do que bebida. É sangue derramado que dá sustento à vida.

3.

Jesus, em qualquer parte, é mais que forma e rito. É pão que se reparte no mundo injusto, aflito.

4.

Permite que este trigo na terra amadureça e a fome do mendigo enfim desapareça.

5.

Que o vinho nos anime a celebrar a vida, e a todos aproxime na terra agradecida.

O Senhor seja com vocês. | E com você também. Elevemos os nossos corações. | Ao Senhor os elevamos. Rendamos graças ao Senhor. | Sim, é justo e bom render graças a Deus. Nós te rendemos graças, ó Deus, porque em Cristo tu te sentas conosco sobre a relva e repartes entre nós o Pão da Vida. Por isso te saudamos, cantando:


♫ Sanctus: [Texto litúrgico tradicional, Música: Liséte Espíndola]

Memorial: Anamnese

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus onipotente, Terra e céus estão cheios da tua glória, Glória a ti Senhor! E, enquanto comiam, Jesus tomou um pão e, tendo dado graças, o partiu e deu aos discípulos, e disse: Isto é o meu corpo dado por vós: fazei isto em memória de mim. ♫ Bendito sejas para sempre! Depois de cear, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos e disse: Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado por vós; fazei isto em memória de mim. ♫ Bendito sejas para sempre!

Consagração: Epiclese

Mysterium fidei: ♫ Come este pão: [J. Bertier; Trad.: Simei Monteiro]

Partilha eucarística:

♫ Divino Autor da Vida: [L: Charles Wesley, 1740; Trad. Luiz C. Ramos; M: Liséte Espíndola]

Eterno Deus, nosso materno Pai, nós humildemente te suplicamos que envies sobre nós e sobre estes alimentos o teu Espírito Santo e cumpras a tua Palavra, a fim de que o pão que vamos comer seja para nós a comunhão no corpo de Cristo, e o vinho que vamos beber seja a comunhão na vida de Cristo; é o que te pedimos em ação de graças; por Cristo, com Cristo, e em Cristo. Amém! ♫ Cristo morreu e ressuscitou, breve voltará! Come este pão Bebe este vinho Vem a mim e não terás fome

Come este pão Bebe este vinho Crê em mim e não terás sede

O pão pelo qual damos graças é a comunhão no corpo de Cristo; O cálice pelo qual damos graças é a comunhão na vida de Cristo. Divino autor da vida, a mesa pronta está Com vinho santo e o pão da vida eterna. O alimento lá do céu, sustente a vida que nos dás.

Com teu auxílio e amor, oh, vem nos assistir. A vida plena, enfim, queremos desfrutar; Fortalecidos por tua graça, a tua face contemplar.

AMOR DE CRISTO, EM TODA A SUA LARGURA, COMPRIMENTO , ALTURA E PROFUNDIDADE Envio: Efésios 3.14-21 (NTLH)

♫ Bênção: [L: do Livro de Oração Comum (LOC) da Igreja Anglicana; M: Liséte Espíndola]

Despedida:

Por esse motivo, eu me ajoelho diante do Pai, de quem todas as famílias no céu e na terra recebem o seu verdadeiro nome. E peço a Deus que, da riqueza da sua glória, ele, por meio do seu Espírito, dê a vocês poder para que sejam espiritualmente fortes. Peço também que, por meio da fé, Cristo viva no coração de vocês. E oro para que vocês tenham raízes e alicerces no amor, para que assim, junto com todo o povo de Deus, vocês possam compreender o amor de Cristo em toda a sua largura, comprimento, altura e profundidade. Sim, embora seja impossível conhecê-lo perfeitamente, peço que vocês venham a conhecê-lo, para que assim Deus encha completamente o ser de vocês com a sua natureza. E agora, que a glória seja dada a Deus, o qual, por meio do seu poder que age em nós, pode fazer muito mais do que nós pedimos ou até pensamos! Glória a Deus por meio da Igreja e por meio de Cristo Jesus, por todos os tempos e para todo o sempre! Amém! Que o amor de Deus no uma Que a alegria de Deus nos inspire A paz de Deus nos envolva E a coragem de Deus nos sustente. Amém. Abraço da paz

“Pão & Poesia”, Capela da Serra, Jundiaí, 1º de agosto de 2015, foi preparada por Luiz Carlos Ramos, é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercialCompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. Permissões além do escopo dessa licença podem estar disponíveis em http://www.luizcarlosramos.net  Pianista: Liséte Espíndola;  Regente: Neusa Cezar e Elenise Ramos  Ambientação: Vastí Ferrari Marques  Fotografia: Carlos Nagumo e Walfrido dos Santos;  Diagramação: Luiz Carlos Ramos  Arte do convite e ilustração: Juliana Mesquita _______________________________________________________________________________________________________________ Para ter acesso a outras liturgias da Capela da Serra e para ver fotos das celebrações anteriores, acesse: http://www.luizcarlosramos.net



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