Cristo em mim A linda História do Amor de Deus (Neusa Cezar da Silva, Liséte Espindola e Déa Kerr Affini) Celebração Pascal, Jundiaí, 24 de março de 2013
“A alma é uma borboleta… há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose…” (Rubem Ales)
Quero entender Prelúdio: ♫ O Amor de Deus: [ L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Narração: [Texto: Déa Kerr Affini; Alocução: Vastí Ferrari Marques]
[A comunidade permanece em silêncio e em meditação] Eu sou criança e quero entender. A linda história do amor de Deus. Tanto ao mundo amou, Seu filho nos mandou, Para ser o Salvador. Maravilhoso amor! — Que estranho... Pareceu‐me ouvir novamente as vozes das crianças! Hum... Cantavam o que cantei naquele tempo distante: “... Eu sou criança e quero entender...’’ Não sou mais criança, faz tempo! Mas... querem saber? Depois de tantos anos, ainda não consigo entender o maravilhoso amor de Deus! Uma coisa eu sei por que nem eu, nem você, nem ninguém neste mundo entende... Querem saber? Porque só se entende esse amor pelo coração, não pela razão, porque Deus não é para ser entendido, mas para ser amado, e seu amor é para ser aceito, como um presente, no coração. É isso que eu sei, e não me canso de contar, porque eu estava lá! É isso mesmo que vocês ouviram. Como foi que aconteceu? Foi assim...
Palavras de amor & atos de amor Narração: [Texto: Déa Kerr Affini; Alocução: Vastí Ferrari Marques]
♫ Jesus: [ L: Neusa Cezar (inspirada em Marcos 4.23‐25); M: Liséte Espíndola]
Narração:
...Minha tia, Maria Madalena, moça bonita, era muito doente. Às vezes, ficava tão doidona, que a gente até ficava com medo dela! Diziam, então, que ela tinha 7 demônios! Um dia, Jesus passou por nossa vila, e curou uma porção de gente: cegos, coxos, l eprosos e muitas pessoas com transtorno mental, entre eles minha querida tia! Ela ficou tão contente que se juntou a outras mulheres que serviam a Jesus e passou a acompanhá‐lo em suas andanças. Daí, sempre que meus pais deixavam, eu ia junto! Mas... Acho que estou “ atropelando’’ a história. Deixem‐me ir mais devagar... O jovem Jesus, por onde andou, Ao povo pregava com palavras de amor. O jovem Jesus, por onde andou, Ao povo pregava com seus atos de amor. Pois é, ele só fazia coisa boa, ajudando as pessoas. Isso qualquer um podia ver! E por falar em ver... O que dizer do seu olhar? Gente ruim não olha assim! É, e nem acolhe crianças, assim como eu era! Enquanto todos nos tiravam do caminho, até com violência, Jesus nos convidou a ficar pertinho dele, chegadinhos, abraçando a gente e sentando‐nos no seu colo. Ai! foi demais, sentar no colo dele, encostar a cabeça no seu peito... Ficar ali, bem segura! Hum, que saudades!...
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No colo do amor ♫ No colo de Jesus:
Voz masculina
[L: Neusa Cezar (inspirada em Mar‐ cos 10.13‐16); M: Liséte Espíndola]
Crianças, venham a mim, Porque pertence a vocês, O reino dos céus. Voz feminina Eu sou pequena e já percebo O que é amor Tão grande amor, de meu Jesus. Chamando para em seu colo eu ficar, Tão grande amor, Senti em seu olhar. Todas as vozes Crianças, venham a mim, Porque pertence a vocês, O reino dos céus.
Hosana! Narração:
Pois é, e o que dizer da porção de gente que se juntou naquela manhã ensolarada, quando todos perguntavam: Coro:
Narração: ♫ O que é isto? [L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Narração:
Quanta gente, o que é isto? | | Quem é esse que vem lá? Deve ser gente importante... Ou o tal rei esperado, Para o povo | | libertar. | | Para o povo | | libertar. | | | libertar. Para o povo |
De longe se ouvia o barulho, as vozes, as aclamações, e todo mundo indagava. Quanta gente, o que é isto? Quem está p’ra chegar? Deve ser gente importante, Ou o tal rei esperado Para o povo libertar. Libertar! E quando percebi que as crianças vinham com a multidão, cantando, corri para junto delas para cantar também! [Entrada de ramos e palmas]
♫ Hosana: [ L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Hosana! Hosana! Bendito o que vem, Hosana! Hosana! Em nome do Senhor! Hosana! Hosana! Hosana! Bendito o que vem. Hosana, Hosana! Hosana! Em nome do Senhor.
Lembre‐se sempre de mim! Narração:
Ai, ai! Aquilo foi demais. Podíamos ficar naquela alegria a vida toda! E eu pergunto: por que não parou o tempo? A gente ficaria naquela alegria, cantando, agitando os ramos, enquanto Jesus passava montado num burrinho, mostrando – lhe todo o nosso amor! Mas, como vocês já devem ter percebido, o tempo não pára, não é mesmo? Passados alguns dias, fui ajudar a preparar a refeição da páscoa para Jesus e seus companheiros. [A mesa da ceia é arrumada] Quando tudo ficou pronto. Fiquei bem quieta, escutando as orações e as palavras tão antigas e tudinho que ele falou. Vi como ele olhou para cada um, cheio de amor e saudade, como quem está indo embora!... Foi então que ele fez uma coisa bonita com pão e o vinho.
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E as palavras que ele disse não eram as ‘’ velhas palavras’’ que ouvimos em toda a páscoa, eram novas e belas palavras, que entraram pelos ouvidos e caminharam direto para os corações, como se fossem bálsamo, como se fossem uma canção... [Durante a música, o pão é partido e o cálice, oferecido] ♫ Ceia:
Lembre‐se sempre de mim Ao comer o pão, Pois este é o meu corpo Que dou por você.
[L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Lembre‐se sempre de mim Quando o vinho beber, Pois este é o meu sangue, Na cruz por você. Por amor eu vim. Narração:
Por amor vivi, Por amor minha vida eu dou, Enfrentada a cruz, trago a salvação. Uma vida nova eu dou. Lembre‐se de mim.
“Lembre‐se sempre de mim...” Como esquecer Jesus? Não dá, sabe? Tanto carinho, tanto bem, tanto amor, acabar daquele jeito, naquele dia horrível, quando todo mundo enlouqueceu, gritando contra ele, querendo vê‐lo morto! Ele passou... Machucado... Ensanguentado... Carregando aquela cruz tão grande, que tinha o peso do mundo! E enquanto ele passava, eu desatei a chorar tanto que caí à beira do caminho, consumida de tristeza e dor. E perguntei ao pai do céu: — Por que o senhor não manda uma legião de anjos? — Por que não cantamos hosanas e tiramos Jesus das mãos dos soldados? — Por que não volta a estrela com seu brilho e cega essa gente má? — Por que não vem o coral de anjos com sua linda música, abafar o som duro do martelo? — Por quê? Por quê? [Apagam‐se as luzes]
Nem sinos, nem magos, nem pastores ♫ Crucificação: [L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Na morte de Jesus não houve anjos, Não houve sinos, magos, nem pastores. Somente o som pesado do martelo a Golpear os pregos. Pendurado foi, na cruz, o meu Jesus. Jesus! Ali ficando até expirar. [Silêncio]
Narração:
A escuridão mais escura que a noite desceu sobre a terra e sobre o meu coração. Me levaram para casa, e ali fiquei com febre, delirando, querendo morrer também! É, é isso mesmo, vontade de morrer também! Não sei quanto tempo se passou, mas ainda estava escuro quando acordei, com a mão de minha tia acariciando meu rosto. Com a luz da lamparina iluminando o quarto, podia ver como estava triste. Pensei: “Agora é só tristeza!” Percebi, então, minha tia pondo as sandálias e o manto, aprontando‐se para sair. — Onde vai, tia? — Shhh, fica quietinha aí! Nós vamos até o sepulcro, ungir Jesus. — Eu vou também – falei, tentando me levantar. — Não, querida, desta vez você fica! Você está muito fraquinha, e esse carinho que vamos fazer ao mestre é coisa pra gente grande mesmo, porque é muito triste! Dizendo isso, minha tia me deu um beijo e saiu para a noite fria e escura.
Uma novidade incrível Narração:
Tornei a dormir e quando acordei, os primeiros raios de sol entravam pela janela. [Acendem‐se as luzes] Mas... O que era aquilo? Pareciam gritos, gritos de alegria! Era a voz de minha tia e de suas companheiras. Será que estou sonhando?
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É isso mesmo que estão anunciando? Uma novidade incrível! ♫ Jesus Ressuscitou: [L: Neusa Cezar; M: Liséte Espíndola]
Jesus prometeu e ressuscitou Vazio o sepulcro, Madalena encontrou. “Cristo aqui não está”. O anjo veio explicar. “Vá anunciar. Cristo vivo está.” Jesus prometeu e ressuscitou, Ao povo tristonho, a esperança voltou: Cristo está entre nós. Aleluia! Cristo vivo está! Aleluia!
Cristo em mim Narração:
Pode a tristeza virar alegria? Com Jesus é assim! Como é que não me lembrei disso? Quantas vezes vi os doentes, cegos, paralíticos, chegarem a Jesus tristes, abatidos e saírem pulando de alegria? Muita gente, aquele dia, não acreditou em minha tia, mas eu acreditei e pude ver Jesus muitas vezes, antes que ele fosse para céu. Agora é só alegria, uma alegria que tem que ser repartida! Jesus vive no coração de quem o recebe e reparte o seu amor. Por isso, não me canso de contar esta história. Ainda agora, quando estou velhinha, volto no tempo, e torno a ficar maravilhada com o grande amor de meu Jesus!
♫ Cristo em mim: Lembrando a história do amor de Jesus, [L: Neusa Cezar; Que veio ao mundo p´ra nos ensinar, M: Liséte Espíndola] Com muita ternura, a criança acolheu, Eu também acolho a Cristo e a você. Já pude sentir o amor de Jesus, No colo de alguém que me ama. Abro os braços a quem precisar De carinho, de ajuda, um sorriso no olhar. De carinho, de ajuda, um sorriso. Vem compartilhar, aleluia! Cristo em nós está, aleluia! Vem compartilhar, aleluia! Aleluia! Oração:
Papai do Céu, muito obrigada, pela alegria tão grande que o Senhor nos dá, de termos Jesus no nosso coração. Muito obrigada, porque Jesus está vivo. Muito obrigada, porque nós podemos contar a história de Jesus para outras pessoas. Muito obrigada, Papai do Céu, porque com Jesus tudo é sempre alegria no nosso coração; e nós te agradecemos, em nome de Jesus, Amém!
♫ Aleluia, Cristo é vivo: Aleluia! Cristo é vivo. Aleluia! [Gordon Young, Jesus Cristo ressuscitou. Aleluia! adap. de Hora Diniz Lopes] [Saudação Pascal]
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição‐NãoComercial‐CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by‐nc‐sa/3.0/. Liturgia preparada pelo Rev. Luiz Carlos Ramos juntamente com integrantes do Centro de Estudos de Lituria, Arte e Homilética da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo, com base na cantata Cristo em Mim. São Paulo: Igreja Metodista, 2005. Pianista: Liséte Espíndola; Regente: Neusa Cezar; Ambientação: Vastí Ferrari Marques; Fotografia: Carlos Nagumo; Arte do convite: Juliana Mesquita Ilustração: Juliana Mesquisa; Diagramação: Luiz Carlos Ramos