proposta de oficinas infanto-juvenis sobre arquitetura, arte e urbanismo
CID ADE para toda
A construção da cidade contemporânea na nossa cidade e na grande maioria das cidades do interior paulista é atravessada por camadas da história que nos forma enquanto povo paulista. Nossos costumes, crenças cotidiano e relações de afetos estão, de maneira explícita ou não, no território. Explorá-las se torna uma necessidade para entendermos nosso rumo enquanto indivíduos e conseguirmos imaginar um futuro próspero a partir de quem somos na nossa comunidade. Em outras palavras, aqui, o espaço urbano é explorado como a forma de organização social inerente ao nosso período histórico e, portanto, não alheio ao avanço do tempo e da sociedade e que também possui atributos das necessidades imediatas propriamente humanas. Proponho, assim, uma série de atividades e oficinas que despertariam o olhar infanto-juvenil (a partir da esfera lúdica) ao urbanismo, enquanto disciplina, procurando na prática artística um norteador de olhar sobre a cidade. Separo as proposições em interesses:
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Desenvolvimento de um repertório sensível sobre a cidade: apresentação da comunidade como espaço de experimentação e identidade artística e cultural.
2
Técnicas e linguagens: exploração da técnica (pintura, fotografia, desenho, etc.) como linguagem para o discurso infanto-juvenil.
3
Construção lúdica do tempo e espaço: trazer com leveza e cuidado a conexão da pessoa com o urbano propiciando uma ligação profícua do ser com o meio.
A proposição vem de uma necessidade pessoal e profissional de ajudar a construir um espaço mais democrático e popular da arquitetura e urbanismo enquanto disciplinas. Minha formação em Arquitetura e Urbanismo na USP-São Carlos lapidou um olhar para o interior paulista e a experiência no campo das oficinas e extensão universitária me dão aval para a proposição de tais atividades. Assim, com um olhar horizontal do oficiante com o público, espera-se multiplicar conhecimentos sobre nossa cidade e, assim, desmistificar a linguagem arquitetônica/urbanística e dilui-la no cotidiano popular.
luiz filipe rodrigues gambardella mais informações e contato no final
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A partir do mapa geográfico da cidade (totalidade urbana, centralidade, arredores, praça, escola, etc.) constrói-se um mapa do sensível da região. Com essa leitura, vamos perceber as ausências, qualidades, presença vegetal, de espaços livres, etc. dentro do recorte e, assim, incentivar a criança e adolescente a ter uma visão crítica do espaço. Antes o que se passava desapercebido se constituirá como sensibilidade coletiva e, assim, passível de melhora da comunidade pela comunidade. Com “pins” coloridos, palavras, linhas e um mapa, conseguimos ligar espaços de interesse, fazer notações no espaço e propor atividades futuras ou apenas atiçar a mente à melhor observação do nosso meio, a atividade pode se extender, ou não, ao espaço externo. Alguns elementos que podem ser explorados na cartografia: percursos; relevo; cheiros; presença de comércio e serviços; massa arbórea; preferências pessoais dentro do percurso; etc. Após o termino haverá uma discussão em grupo sobre os resultados.
CARTOGRAFIA SENSÍVEL – LOCALIDADES E AFETOS Materiais: Mapa Impresso em tamanho grande; Alfinetes coloridos; canetas; “post-its”; papeis; linha de costura; outros materiais diversos de anotação disponíveis. Faixa Etária (*): Terceira infância; pré-adolescência; adolescência. Noções Desenvolvidas: Geografia; memória; notação e síntese; percursos e território; sentidos; paisagismo básico (botânica paisagística); habilidade de comunicação. Tamanho do grupo e duração: De 3 a 10 participantes por atividade. Uma a duas horas de duração.
c
moça que canta todo dia
ligar a cidade
Com a construção de um repertório de leitura muito parecido com a da oficina anteriormente proposta, aqui conectamos o que é a sensibilidade do território comum ao grupo (seu arredor, bairro, cidade) à representação disso na esfera da internet. Com repertório bibliográfico transmitido pelo oficiante (*) o grupo sintetiza o que é o mais importante sobre a nossa cidade e o disponibiliza junto as plataformas do Google Maps, Facebook e Instagram.
gravar o som do céu da rua para o Spotify (!!!)
Produziremos assim um mapa virtual com pontos de interesse; uma página em rede social com um assunto gerado de nossa discussão; ou outra ideia criada em conjunto que propicie a discussão do urbano nas plataformas digitais diversas. Conseguimos, assim, discutir o que é identidade local e como a globalização da informação pelos meios digitais modifica essa percepção do nosso próprio lar. Após o termino haverá uma discussão em grupo sobre os resultados.
CARTOGRAFIA DIGITAL – DO LOCAL AO (“GLOCAL”): Materiais: Mapa Impresso em tamanho grande (responsabilidade do oficiante); Alfinetes coloridos; canetas; “post-its”; papeis; linha de costura; outros materiais diversos de anotação disponíveis; Computador ligado à internet; Projetor (opcional). Faixa Etária (*): Pré-adolescência; adolescência. Noções Desenvolvidas: Ética e educação virtual; geografia; memória; notação e síntese; percursos e território; sentidos; habilidade de comunicação. Tamanho do grupo e duração: De 3 a 15 participantes por atividade. Uma a duas horas de duração.
casa da vó
pra lá é a padaria !!!
CENÁRIOS COLAGEM (COLAGEM UTOPIA) Materiais: Jornais; revistas; panfletos; livros; etc.; Canetas; “post-its”; papeis; outros materiais diversos de anotação disponíveis; Tesoura sem ponta; Estilete (em posse apenas do oficiante). Faixa Etária (*): Terceira infância; pré-adolescência; adolescência. Noções Desenvolvidas: Criatividade; desenvolvimento artístico; observação; notação e síntese; sentidos; habilidade de comunicação. Tamanho do grupo e duração: De 3 a 20 participantes por atividade. Duas a três horas de duração.
Entende-se, aqui, a argumentação da cidade como construção histórica comunitária que não é apenas um amontoado de indivíduos, mas um cenário afetivo (entrando com na questão da colagem). Assim, apresento o material para a prática da oficina as revistas, jornais, folders promocionais, etc. para colocarmos tais elementos que representam esses símbolos da cidade em novos locais dentro do campo pictórico. Atiçamos os sentidos infanto-juvenis para a imaginação de novas realidades e surpresas. Procura-se, aqui, tornar o jovem um ser apaixonado e preocupado com o futuro de nossas cidades. Com o recorte dos elementos do jornal, por exemplo, e colocando-os em novos contextos criados, conseguimos de maneira lúdica imaginar novos cenários ligados, ou não, à realidade paisagística do espaço estudado. Após o termino haverá uma discussão em grupo sobre os resultados.
DESENHO CEGO Materiais: Lápis; caneta; Papel. Faixa Etária (*): Segunda infância; terceira infância; Pré-adolescência; Adolescência. Noções Desenvolvidas: Criatividade; desenvolvimento artístico; observação; notação e síntese; sentidos; habilidade de comunicação. Tamanho do grupo e duração: De 4 a 20 participantes por atividade. Uma a duas horas de duração.
A proposta dessa atividade é a observação e comunicação das crianças individualmente e em duplas. Em uma etapa, escolhemos objetos presentes no espaço (livros, cadeiras, bebedouros, etc.) e os desenhamos sem olhar para o papel. Dessa maneira divertida, conseguimos aumentar o poder de observação sobre o objeto, assim como ficar mais atento aos seus detalhes. Em uma segunda etapa, em duplas, uma criança desenha olhando, ou não, para o papel, enquanto outra descreve o mesmo objeto ou paisagem a ser escolhida. Desenvolvemos assim o poder de memória, comunicação e imaginação da criança. Após o termino haverá uma discussão em grupo sobre os resultados.
JOGO DOS SENTIDOS
textura da parede
Materiais: Vendas. Faixa Etária (*): Segunda infância; terceira infância; Pré-adolescência; adolescência. Noções Desenvolvidas: Noção de espaço; aguçamento dos sentidos; observação; proporção e espaço; sentidos; relações entre medidas; comunicação interpessoal. Tamanho do grupo e duração: De 4 a 20 participantes por atividade. Uma a duas horas de duração.
Em duplas, uma criança escolhe um ponto de partida (A) e um ponto de chegada (B); a outra criança, com os olhos vendados, escutará orientações sobre como realizar o percurso AB, explorando os outros sentidos, para além da visão (audição, olfato e tato) dentro do espaço arquitetônico.
cuidado com o choque!
madeira escondida!
No percurso AB, a criança que guia deve apontar características diversas: chão áspero, degrau, direita e esquerda, cheiro de grama, cheiro de comida, barulho de porta, passar por baixo, passar por cima, etc. Em dado momento, as duplas trocam de função, para que as crianças exercitem todas as habilidades propostas. Após o termino haverá uma discussão em grupo sobre os resultados.
isso é plástico ou borracha?
Essa oficina propõe uma série de ações para trabalhar noções corporais e a relação do corpo com o espaço. Munidos de duas simples ferramentas, fita métrica e giz, iremos realizar diversas medições, no corpo e no espaço e relacioná-las entre si. Vamos medir passos, braços abertos, alturas, tamanho do pé, tamanho da mão aberta; colocar em ordem, da menor para a maior altura; calcular, na prática, quantas crianças cabem em um quadrado de 1m² e em um círculo de raio de 1 m; comparar quantas vezes a minha altura tem a altura da porta; comparar que objetos do espaço consigo medir a partir do próprio corpo; reparar quais equipamentos do espaço são altos ou baixos para mim; encontrar coisas do meu tamanho exato, etc. Todas essas medições vão ficando registradas no espaço durante a oficina.
CORPO E MEDIDAS: A CRIANÇA NO ESPAÇO: Materiais: Giz; lápis; etc; Fita métrica. Faixa Etária (*): Segunda infância; terceira infância; Pré-adolescência. Noções Desenvolvidas: Noção de espaço; observação; proporção e espaço; sentidos; matemática; relações entre medidas. Tamanho do grupo e duração: Mínimo de 5 participantes por atividade. Uma a duas horas de duração.
quanto mede meu passo?
(*) Referências: BIANCONI, Mayra; “5 oficinas de arquitetura e cidade para crianças” (adaptação) - EDITAL SME Nº 06/2018/2020 – São Paulo/SP BRANCEHR, V.; NASCIMENTO, C; OLIVEIRA, V - A construção social do Conceito de Infância, Editora Unijuí, 2008 BROUGÉRE, G - A criança e a cultura lúdica, 1998 HENRI, Lefebvre - “O Direito à Cidade”; 2000 HORTA, M; GRUNBERG, E; MONTEIRO, A; Guia Básico da Educação Patrimonial, 1999 Projeto “Olhe a Cidade” (2016) – São Carlos/SP (optativa do IAU-USP) “https://www.facebook.com/olheacidade/” Faixa etária: Segunda infância: 4 aos 6 anos de idade; Terceira infância: 6 aos 10 anos de idade; Pré-adolescência: 10 à puberdade (12 anos); Adolescência: 12 aos 17 anos de idade.
Experiência:
2013 - 2019 Universidade de São Paulo - USP Bacharel em Arquitetura e Urbanismo Pesquisador em Arquitetura e Urbanismo (IAU-USP) 2017-2018 (1 ano) Educação Patrimonial: sistema interativo lúdico de dobraduras de papel sobre o instituto cultural engenho central (Orientador - Prof. Dr. Paulo César Castral) 2015-2017 (2 anos) Esboço e processo projetual: uma abordagem semiótica do ensino de desenho no curso de arq. e urbanismo e Esboço e comunicação de massa: uma abordagem crítica e semiótica das publicações de arquitetos (Orientador - Prof. Dr. Paulo César Castral) 2014-2015 (1 ano) Não lugares: aproximações entre fotografia e concepção teórica (Orientador - Prof. Dr. Luciano Bernardino da Costa) Estágio Profissional: 2018-2019 (13 meses): Coordenadoria de Comunicação Social da UFSCar Estagiário em Design Gráfico e Fotografia Eventos e oficinas aplicadas: Encontro Regional dos Estudantes de Arquitetura EREA Carlão 2018 (São Carlos/SP) Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura ENEA 2017 (Goiânia/GO) Encontro Nacional dos Estudantes de Arquitetura ENEA Rio 2015 (Rio de Janeiro/RJ) Encontro Regional dos Estudantes de Arquitetura EREA Sanca 2014 (São Carlos/SP) Concursos: Arquitetura, Urbanismo e Design: 2019 Concurso projetar.org “Imagine Parque do Minhocão” Fotografia e Arte: 2017 SESC Prêmio Culturais (Brasília/DF) 2017 Prêmio Brasil Fotografia (São Paulo/SP)
Contato: Luiz Filipe Rodrigues Gambardella (19) 99743-9045 (16) 99798-7607 luiz.gambardella@gmail.com https://issuu.com/luizgambardella Todas as artes presentes no caderno sĂŁo de autoria prĂłpria.