1 identificação do problema
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota
FIGURA 01. Mapa com indentificação de problemas e potencialidades. A figura faz correspondência com a Tabela 1.
INTRODUÇÃO O estudo de intervenção delineou-se a partir da análise realizada previamente, considerando as potencialidades e os problemas levantados. Considerou-se, então, diretrizes para um plano, que seria composto de vários projetos urbanísticos interligados. A área definida para reabilitação, a partir da análise, visa a Praia de Iracema e seu entorno, englobando a INACE e o Poço da Draga, a Feira da R. José Avelino, seguindo até o aterro.
POTENCIALIDADE E PROBLEMAS Analisou-se antes a legislação incidente e sua pertinência. A área possui uma complexidade única na cidade, abrigando diversos zoneamentos. É prevista pela Lei do Plano Diretor Participativo (PDP) de 2009 uma ocupação composta por comércio, lazer, proteção ambiental, serviços, baixa densidade e inserção de habitação social. É portanto uma área de grande dinamicidade e diversidade, exigindo uma conciliação delicada entre os vários usuários envolvidos. Foram identificados espaços e situações problemáticas (a serem eliminadas), potenciais (a serem valorizadas) e mistas (a serem reformuladas). (Ver Tabela 01) Os principais problemas identificados foram concernente ao conflito de usos, problemas de tráfego e questões ambientais. Observou-se que a área possui enorme potencial para lazer/entretenimento, turismo e comércio/serviços; porém está ocupada por usos inapropriados, como indústrias (INACE) e ocupações em áreas de preservação ambiental (Poço da Draga). Há também inúmeros imóveis subutilizados, atestado pela existência de ZEIS 3 em seu perímetro, zona destinada pelo PDP a prover habitação de interesse social em áreas centrais vazias.
**
A falta de integração entre equipamentos culturais e de lazer tanto para o pedestre como para o automóvel faz com que sua maior vocação esteja sendo desperdiçada. Além disso, observou-se que alguns usos, aparentemente incompatíveis, estão em conflito pela falta de organização e sinergia. Algumas áreas habitacionais se mesclam com áreas comerciais e de lazer, provocando problemas de poluição sonora e congestionamentos. A alta concentração de usos em determinados períodos dia contribui para isso, esvaziando o espaço em outros horários.
Conjunto de equipamentos culturais e de lazer
NO CE MU PO
* ** ** * *
mistas
Presença da Feira de Confecção da José Avelino (temporária) Pouca atenção para os imóveis de valor histórico
STE
* *
NE
Boa acessibilidade em relação à cidade
-OE
LB ER TO
Existência de área de ZEIS
potencialidades
TABELA 01. Situações problemáticas, potenciais e mistas.
STE
AV .A
Há entretanto boa acessibilidade em relação à cidade, uma concentração de equipamentos culturais e a previsão de ZEIS, que permitem a diversidade de usuários. Pode-se ressaltar também uma inata dinamicidade econômica, pelo comércio e feiras; e a existência de vários edifícios de valor patrimonial, reforçando sua vocação cultural.
AV. LE
** *
ROSO
. BAR AV. ALM
* *
Segregação entre população do Poço do Draga e equipamentos culturais como o Centro Cultural Dragão do Mar Conflito de usos residencial, comercial e de entretenimento Ocupação irregular em APP de riachos
** RAS
*
* ** *
AV. MONSE NH
OR TABOSA
EDIFICAÇÕES COM VALOR PATRIMONIAL HISTÓRICO
ZEIS 3 (VAZIA)
APPs DE RIACHOS OCUPADAS IRREGULARMENTE
PONTOS CULTURAIS E DE LAZER
ZEIS 1 (OCUPADA POR ASSENTAMENTO)
ÁREA COM NECESSIDADE DE ESPAÇO PARA CARGA E DESCARGA
CRUZAMENTOS CRÍTICOS DE CONGESTIONAMENTO
INACE (ATIVIDADE INDUSTRIAL SUBUTILIZADA)
FALTA DE INTEGRAÇÃO ENTRE COMUNIDADE DO POÇO DA DRAGA E C. C. DRAGÃO DO MAR
VIAS ARTERIAIS DE CONEXÃO COM A CIDADE
FEIRA DE CONFECÇÃO DA R. JOSÉ AVELINO
problemas
Congestionamentos por confluência de tráfegos
Problemas de acessibilidade para pedestres
*
TABAJ A
LEGENDA
Localização inadequada da INACE (uso industrial subutilizado) em área de grande valor imobiliário e paisagístico.
Falta de espaços para carga e descarga
R. DAS
2 diretrizes do plano
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota
TABELA 02. Diretrizes e ações propostas para o entorno e seus efeitos esperados.
criação de via paisagística ao longo da orla
efeitos esperados
ligação do terreno da INACE com o restante da orla, liberando visuais e acessos a equipamentos
maior utilização dos pedestres
implantação de traffic calming em vias de grande fluxo de pedestre
melhor visualização do comércio pelo consumidor
grupos sociais
moradores de todas as classes sociais e turistas
usuário pedestre e comerciantes
ampliação do calçadão da Praia de Iracema até o terreno da INACE
1
revitalização dos espigões
2
equipamentos esportivos, comerciais e de serviço no novo trecho do calçadão
3
construção de passagens elevadas e arborização da Av. Monsenhor Tabosa
5
maior utilização do pedestre
implantação de vias de pedestre e ciclovia para ligação entre equipamentos
evitar a circulação de carros nas proximidades dos equipamentos proporcionar interação entre equipamentos distantes
usuário dos equipamentos culturais
ciclovias equipadas com estações de aluguel de bicicleta
criar áreas de carga e descarga
evitar congestionamento de vias de grande porte com essa atividade
usuários de transporte público e particular e empresas
reservar espaços nas ruas secundárias a Av. Monsenhor Tabosa e Rua Pessoa Anta
7
desvio do fluxo de veículos da Av. Leste-Oeste e Av. Monsenhor Tabosa
melhorar a fluidez no trânsito
usuário de transporte público e particular
túnel no trecho crítico da Av. MonsenhorTabosa
8
eixo da Rua Pessoa Anta mão única
9
implantação de faixa exclusiva para transporte público
garantir maior fluidez ao trânsito e eficiência no transporte público
usuários de transporte público e particular
adequar Rua Pessoa Anta para implantação de faixa exclusiva de ônibus
10
aproveitamento de imóveis vazios ou subutilizados
aproveitamento da infraestrutura existente
proprietários dos imóveis e futuros usuários
adequar os imóveis ao uso misto, institucional ou estacionamento
11
recuperação do riacho que passa dentro da comunidade
população de Fortaleza
tipologias habitacionais e parque para recuperação do riacho
adoção do projeto de HIS da Habitafor para o Poço da Draga
melhoria habitacional movimentação da região durante o dia
adequação da feira de confecção da Rua José Avelino
organização das barracas dos feirantes ocupação da área com uma atividade compatível ao seu valor paisagístico e imobiliário
desapropriação da INACE para implantação de um equipamento público
usuário pedestre, deficientes físicos e moradores da região
moradores de baixa renda e usuários do entorno comerciantes, usuários do entorno e consumidores da feira
população de Fortaleza e turistas
reabilitar o uso de prédios históricos
promover a integração com o Centro
incentivar a implantação de serviços de primeira necessidade incentivar a instalação de edifícios de uso misto e hotéis
restrição de gabarito
possibilitar o uso residencial efetivamente utilização da área em diversos horários aumento da densidade para utilização da infra-estrutura não sobrecarregar a infraestrutura preservar a perspectiva do mar e a ambiência do bairro
turistas, população do entorno e proprietários dos imóveis
população da área
turistas, empresários e população da área
população de Fortaleza
melhoria ambiental e pasaigística
criação de um espaço público liberação da visual do mar e utilização da área subutilizada no terreno da INACE interligação entre os diversos espaços livres
maior utilização dos diversos espaços livres
LEGENDA
A intenção do plano é dinamizar o uso diurno e noturno da região, melhorar o fluxo de veículos e aproveitar a infra-estrutura instalada. Decidimos por aplicar intervenções que se encaixam nos eixos de mobilidade, uso e ocupação do solo e espaços livres públicos, pois estes são os elementos potenciais da área. (Ver Figura 02)
TRAÇADO DA CICLOVIA LIMITE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO EIXOS DE INTERVEÇÃO:
Em geral, buscamos utilizar edifícios vazios, áreas subutilizadas e vias com fluxo problemático para nossa atuação.
MOBILIDADE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
6
ESPAÇOS LIVRES
FIGURA 02. Mapa com identificação de propostas de intervenções. A figura faz correspondência com a Tabela 2 de Diretrizes.
12
2
2
adequação dos galpões para abrigar serviços e comércios
14
equipamentos esportivos
15
retirada do exército do forte N. S. da Assunção para implantanção de um equipamento cultural
16
circuito histórico
implantação de escolas e creches públicas
aluguel social
21 22
18 24
6 12
20
23
19 20
modificação dos parâmetros urbanísticos
1
17 18
operação urbana consorciada (hotéis)
15
população do entorno população do entorno
implantação de edifícios comerciais e de serviço
24
plataforma elevatória entre o Passeio Público e a INACE
25
9
11 NTA
10
3
AA AV. PESSO
11
11 25
11
13 16
23
2
2
mobiliário flexível
renaturalizar o trecho que se encontra canalizado
turistas e população do entorno
Nossas diretrizes se baseiam na análise do zoneamento do Plano Diretor Participativo de Fortaleza, nos diagnósticos apresentados em sala de aula e nas visitas de campo. (Ver Tabela 02)
13
marco zero da cidade
Melhoria de espaços
recuperação da fozpúblicos do riacho livres Pajeú
padronização dos passeios das ruas Pessoa Anta e Alberto Nepomuceno.
4
padronização de passeios com arborização, iluminação e sinalização
restaurar prédios históricos
recuperação dos espaços públicos livres
projetos urbanos
AV NE . ALB PO ER MU TO CE NO
readequação e otimização do uso e ocupação
melhoria da mobilidadee acessibilidade urbana
descrição da ação
DIRETRIZES
21 11
11 8
4 7
AV. MONSENH O
R TABOSA
3 índices e zoneamento
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota FIGURA 03 e 04. Mapas com delimitação de zoneamento pelo PDP-For 2009 e pela proposta de intervenção.
NOVO ZONEAMENTO: JUSTIFICATIVA Na escala do bairro, a proposta trabalhou o estudo de índices procurando observar os impactos do atual zoneamento (Fig. 03), definido pelo PDP-For 2009, na infraestrutra e na paisagem. A partir dessa análise, sugeriu-se um novo zoneamento (Fig. 04), de forma a preservar visuais e ambiência; permitir uma compensação para empreendedores; e facilitar a aplicação dos instrumentos Operação Urbana Consorciada e Outorga Onerosa do Direito de Construir, visando a manutenção da área.
LEGENDA
SITUAÇÃO ATUAL
ZPA 2
RESTRIÇÕES E CONCESSÕES ZO 3
Foi proposta a divisão da Zona de Orla 3 (ZO) em duas: ZO 3A e ZO 3B. Na ZO 3A, determinou-se índices mais restritivos que aqueles vigentes, por observar-se uma condição histórica de construção do bairro, composto por sobrados e bangalôs de até 3 pavimentos. Além disso, a diferença de cota do alto da duna, já toda ocupada, e a praia permite visuais interessantes da orla a serem preservadas. Para efeitos de limites, considerou-se a visual do Seminário da Prainha, edifício tombado, locado em cota alta; as edificações entre a Av. His. Raimundo Girão e o mar, com maior incidência de edificios de valor histórico ou já tombados; nas imediações do Poço da Draga, pela qualidade de Habitação de Interesse Social e pelos equipamentos culturais e tombados também. Dessa forma, justifica-se a existência de uma ambiência e de um patrimônio a ser valorizado pela manutenção do baixo gabarito. AV. AL
LB AV .A
52,50 15,00
ZO 3
DEI RO COR
RECURSO HÍDRICO
ÃO
ER TO
SITUAÇÃO ATUAL
VIA PRINCIPAL
AV. MONSENH OR TA
BOSA
R. JO
STE
UAI
-OE
AV. A LM. J ACE G
STE
R. SEN. ALMINO
ZO 3B
AV. LE
DIAGRAMA 01. Simulação de índices máximos pelo PDP-For 2009 e pela proposta na ZO 3.
LOTE HIPOTÉTICO
ZO 3A
OSO M. BARR
NE PO MU CE NO
A ZO 3B manteve seus índices, sendo apenas modificado seu índice máximo de aproveitamento, permitindo sua compra e a reversão do dinheiro em investimentos na área. A Zona de Preservação Ambiental 2 (ZPA) foi mantida, considerando apenas que, em caso de uso da Operação Urbana Consorciada, seus índices podem ser avaliados de acordo com as necessidades especiais da área. Não houve modificação também na ZO 4, apenas a apropriação de seu índice de aproveitamento básico como índice de aproveitamento máximo para a ZO 3B, mantendo uma gradação no aumento do gabarito.
ZO 4
IA básico = IA máx.
70,00
SITUAÇÃO PROPOSTA
45,00
SITUAÇÃO PROPOSTA
ZO 3B uso de IA básico
uso de IA máx.
30,00
63,00 ZO 3A
IA básico = IA máx. ARROSO
STE
DEI
-OE
ZO
4
ZO
3B
ZO
3A
AV. A LM. J
COR ÃO AV. MONSENH OR TAB
OSA
R. JO
ACE GUA I
MU C PO NE AV .A
LB
ER TO
PERFIL DE SIMULAÇÃO DA PROPOSTA
R. SEN. ALMINO
STE
EN
PERFIL ATUAL DA ÁREA
AV. LE
O
FIGURAS 05. Comparação entre situação real e simulação com índices propostos.
RO
.B AV. ALM
TABELA 03. Dados comparativos entre os índices propostos e os definidos pelo PDP-For 2009. PERSPECTIVA DE SIMULAÇÃO DA PROPOSTA
zpa 2
zo 3
zo 3a
zo 3b
PDP
PROPOSTA
PROPOSTA
PDP
PROPOSTA
IA básico
2
0,9
2
3
3
IA máx.
2
0,9
3
3
3
Gabarito
48
10
72
72
72
TO
60%
60%
60%
60%
60%
PDP
Ø
PROPOSTA
Ø
zo 4
4 sistema viário
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota FIGURA 06. Traçado da nova proposta de sistema viário com abertura de vias e sentido do fluxo
A premissa de integração entre os diversos equipamentos públicos, a necessidade de priorizar o pedestre em detrimento dos automóveis e a busca pela resolução dos problemas de congestionamento culminou na remodelação do sistema viário a partir da criação de novas vias, da mudança de sentido do fluxo do trânsito de veículos motorizados e da adoção de soluções estruturais localizadas.
NOVAS VIAS
A abertura de novas vias se configura como um mecanismo de continuação da malha viária do bairro na intenção de evitar espaços confinados ou de difícil acessibilidade. Nesse ponto, as intervenções se caracterizam pela implantação da via paisagística ao longo da orla, de vias locais provenientes do projeto habitacional da Prefeitura para a Comunidade od Poço da Draga e de vias locais propostas pela equipe. A modificação do sentido dos fluxos se deu na transformação da Rua Pessoa Anta em sentido único, funcionando como um binário junto à via paisagística, escoando o trânsito com maior eficiência. As ruas internas ao Poço da Draga também teriam sentido único, porém opostos, para evitar aglomerações em horários de pico.
SOLUÇÕES ESTRUTURANTES Como cenário que requiseram medidas intervencionistas mais enérgicas para uma efetiva resolução dos seus problemas escolhemos a Av. Monsenhor Tabosa, que se mostrou alvo de intenso tráfego de automóveis, e a Av. Pessoa Anta, que se encontra saturada pelo enorme número de linha de ônibus que circulam por lá. No primeiro caso, a execução de um túnel pareceu mais viável, no sentido de liberar o leito viário convertendo-o apenas em circulação de pedestre, além do fato de ser possível construir uma via subterrânea com maior largura.
A AV. PESSO
MU CE N
O
Já no caso da Av. Pessoa Anta, a criação de um corredor pra ônibus era favorável tanto para os usuários de transporte público como particular, já que essa faixa exclusiva dinamiza a velocidade do carros.
ANTA
CICLOVIA
ER TO
NE
PO
Valorizando a vocação turística e histórica da área procurou-se fomentar a visitação dos equipamentos culturais por meio da criação de uma ciclovia capaz de interligar alguns pontos distantes, como o calçadão da Beira Mar e o Passeio Público. Esta será locada sempre contígua à calçadas com vegetação tanto para facilitar o acesso ao lote, já que o ciclista não percorrerá grandes distâncias, como para proporcionar melhor condição de conforto.
AV .A
LB
AV. MONSENHOR TABOSA
LEGENDA
CORTES
LIMITE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO VIA LOCAL - escala 1/200
AV. PESSOA ANTA - escala 1/200
SENTIDO DO FLUXO:
VIA PAISAGÍSTICA
DUPLO ÚNICO
PROJETOS: NOVA QUADRA PROJETO HABITAFOR VIAS PROJETO HABITAFOR
TIPOS DE VIA: 2
2,5
3
3
2
3
3,5
3
3
3
3
3
3
3
2,5
CORREDOR DE ÔNIBUS
3
VIA PAISAGÍSTICA VIA LOCAL
TÚNEL
5 uso e ocupação do solo
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota
OBSERVANDO VOCAÇÕES A área estudada, o bairro Praia de Iracema e suas imediações, possui uma complexidade peculiar por reunir interesses de diversos setores sociais, que possuem objetivos igualmente distintos na ocupação da área. Essa diversidade de atuação evidencia ainda mais a necessidade de um zoneamento de usos, anteriormente ao processo de projeto de reabilitação. Foi assim delineado um plano de ocupação para a área, pensando nos usos adequados a cada região, de modo a solucionar os conflitos gerados pela sobreposição de atividades e pela falta de integração entre equipamentos.
‘Dessa maneira, observando as vocações de cada atividade, bem como os possíveis conflitos devido à disputa por espaço, o zoneamento busca acentuar um pouco mais a distância entre usos residenciais e outros, utilizando-se pricipalmente dos índices de ocupação para indução. O uso industrial foi abolido, pela clara inadequação em área consolidada. Nas proximidades da área principal de intervenção, como forma de abrir cones de visão a partir da cota mais elevada no Forte N. S. da Assunção até o mar, sugere-se áreas mais livres, voltadas aos lazer; e implantação de hotéis como forma de aproveitar o potencial turistíco da área e utilizar o instrumento de operação urbana consorciada. Para isso, foi preciso desocupar as quadras que abrigavam edificações que funcionavam como obstáculos para a contemplação e, nos seus lugares, propõe-se a criação de uma praça ampla com uma vegetação dispersa, servindo principalmente à contemplação e ao encontro.
O bairro possui uma tendência natural à ocupação residencial do lado leste, isso se dá devido à proximidade entre os bairros da Aldeota e Meireles notoriamente adensados e voltados para habitação. Nesse caso, pode-se observar o extravasamento da demanda por habitação que se reflete na verticalização do setor leste. Enquanto na parte oeste existe maior concentração de equipamentos culturais e de lazer, além de serviços ligados à indústria. A área central do bairro abriga essencialmente bares, restaurantes e pousadas, voltando-se mais para o lazer e o entrentenimento.
O mapa elaborado indica apenas a predominância de usos, não é restritivo. Porém, a indução a partir dos índices e da distribuição de equipamentos deve consolidar esse zoneamento ao longo do tempo.
FIGURA 07. Mapa com zoneamento de uso e ocupação do solo proposto a partir do existente.
LEGENDA
esc. 1:5000 PREDOMINÂNCIA DE ESCRITÓRIOS, BARES E RESTAURANTES
ÁREA LIVRE HABITAÇÃO EQUIPAMENTO CULTURAL E ENTRETENIMENTO COMÉRCIO, SERVIÇO E ESCRITÓRIOS
ÁREA RESIDENCIAL HETEROGêNEA
HOTÉIS uso de operação urbana consorciada APP DE RIACHO VIA PRINCIPAL R. DO
SO
TE BARRO
AN AV. ALMIR
JARAS
RECURSO HÍDRICO
R JO
ÃO
COR DEIR O
AV . AL
BE RT O
NE PO
MU CE
NO
S TABA
AV. MONSENHOR TABO SA
ÁREA DESTINADA À EXPANSÃO DA FEIRA ÁREA DE COMÉRCIO VAREJISTA
6 implantação
proposta _ plano urbanístico // projetos
7
PROJETO O projeto consiste retirar alguns imóveis que margeiam a Av. Leste Oeste em frente ao Passeio Público de modo que ligue tanto visualmente como fisicamente o mar com o forte de Nossa Senhora da Assunção e a Praça do Passeio Púbico, de modo que se crie um espaço livre que sirva de ligação entre a Praia de Iracema e o centro da cidade.
ufc _ cau // projeto urbanístico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nággila frota FIGURA 08. Planta de implantação da Praça do Marco Zero
esc. 1:2500
Para se resolver o problema da grande diferença de níveis entre o Passeio Público e a Praia de Iracema, foi instalado um elevador que passa por cima da Av. Leste Oeste. Dentro do Projeto estão previstos grande áreas ajardinadas, com rica arborização, uma fonte e equipamentos que sirvam de atrativo para o local, que são um conjunto de quiosques de alimentação, um centro de restaurantes, quadras de esportes e área para esportes radicais. Também será reservada uma quadra para a construção de hotéis.
PÍER
MOSAICO CERÂMICO
Além disso, o projeto prevê a criação de um monumento comemorativo do Marco Zero de Fortaleza, dada a importância daquela região que foi onde se iniciou a ocupação da cidade, inclusive dando nome à praça.
QUIOSQUE DE ALIMENTAÇÃO
Com relação aos materias de revestimento, optou-se pela mesma linguagem já desenvolvida ao longo do atual calçadão da Praia de Iracema. O mosaico cerâmico utilizado nos bancos da atual Praia de Iracema está presente em alguns trechos da painação, assim como a pedra cariri predomina ao longo da praça.
ESCADARIA DE ACESSO AO MAR
QUADRAS POLIESPORTIVAS
A fonte interativa é um equipamento voltado para o público infantil e consiste na instalação de esguichos no solo que permitem a passagem das pessoas entre eles. Foi dada especial atenção à Área de Preservação Permanente do Pajeú a partir de um processo de renaturalização do leito do rio deixando suas margens livres de qualquer ocupação.
PEDRA CASTELO
MONUMENTO AO MARCO ZERO FONTE INTERATIVA PEDRA CARIRI PARQUE DE ESPORTES RADICAIS
CALÇADÃO PEDRA APODI
ELEVADOR DE LIGAÇÃO COM O PASSEIO PÚBLICO
7 perspectivas 7
proposta _ plano urbanĂstico // projetos ufc _ cau // projeto urbanĂstico IV // professora camila aldigueri alunos leonardo ferreira // luna lyra // nĂĄggila frota