Para termos futuro
O Grifo
Jornal de humor e política, desde outubro de 2020.
Eletrônico, quinzenal e gratuito. Publicação de cartunistas da Grafar (Grafistas Associados do RS)
Editores: Celso Augusto Schröder e Paulo de Tarso Riccordi.
Editor gráfico: Caco Bisol
OGrifo
está completando dois anos de existência. Criamos este jornal de humor e po lítica para agrupar grandes auto res de ilustrações, cartuns, char ges, caricaturas, tiras, quadrinhos, textos. Nos perturbava a disper são, num tempo em que o Brasil já vinha sendo aceleradamente destruído física, econômica, social, política, moral e eticamente.
Humor é alerta, crítica, resis tência, jamais silêncio. Era mais que tempo de um reação cole tiva. Passados dois anos, esta mos felizes e envaidecidos com
O GRIFO do Eugênio Neves
a companhia de tanta gente bri lhante, de 16 estados brasileiros e 15 países.
E nos orgulhamos de em cada número termos nos oposto ao que Bolsonaro representa, defen de, faz e desfaz, queima, vende. Não há como ser neutro neste país destruído, empobrecido e as sustado.
Por isso, nesta eleição que de finirá se teremos ou não futuro, o Grifo convida todos/as a votarem em Lula, para interromper essa tragédia e reconstruir o Brasil.
E voltarmos a rir.
Mídias sociais: Lu Vieira
Participam desta edição: Bahia: Suzart
Ceará: Cival Einstein
Espírito Santo: Vaccari
Minas Gerais: Lor Paraná: Beto
Pernambuco: Thiago Lucas
Rio de Janeiro: Carol Cospe Fogo, Lafa, Mayrink, Máximo, Miguel Paiva, Nando Motta, Roberto Neto
Rio Grande do Sul: Alisson Affonso, Batsow, Bier, Carlos Roberto Winckler, Dóro, Edgar Vasques, Edu Oliveira, Ernani Ssó, Eugênio Neves, Fabiane Langona,Graça Craidy, Jeferson Miola, Luiz Henrique
Rosa, Kayser, Lu Vieira, Moisés Mendes, Rafael Sica, Santiago, Schröder, Tarso, Uberti
Santa Catarina: Celso Vicenzi
São Paulo: Bira Dantas, Caco Bisol, Carlos Castelo, Céllus, Clóvis Stocker, Gilmar Machado, Jorge o Mau, José Simão, Luiz Hespanha, Mouzar Benedito, Rice Araújo, Synnöve Hilkner, Zepa Ferrer
E MAIS: Argentina: Mate - Matias Tejeda, nosso capista deste mês Cuba: Michel Moro Gomez
Egito: Ahmed ManSour Estados Unidos: Dan Piraro
Irã: Mohamed Taoussi Macedônia: Zlatko Krstevsky
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Ou Lula ou barbárie
Jeferson MiolaNaeleição de 2018 as oligar quias dominantes fizeram ordem unida contra o petista Fernando Haddad.
Como numa avalanche indomá vel, não havia lugar para a razão, para o argumento racional e, nem mesmo, para um mínimo de sanidade men tal. Os estamentos políticos, até mes mo aqueles segmentos autodefinidos como expoentes de uma “burguesia dinâmica, moderna e metropolitana”, estavam totalmente entorpecidos pela onda da extrema-direita lavajatista que criminalizou e estigmatizou Lula, o PT e a esquerda.
Essas elites padeceram duma si nistra amnésia; fingiram não lembrar que do lado oposto ao da civilização, ou seja, contraposto ao candidato Ha ddad, estava ninguém menos que o ca pitão expulso do Exército que idolatra torturadores, cultua ditaduras, faz ode à morte, odeia mulheres e defende o extermínio de adversários convertidos em “inimigos da pátria”.
Nesta eleição de 2022, no entan to, é impossível a alguém decente e com ínfimo apego aos ideais de de mocracia, humanidade e civilidade, alegar desconhecimento sobre a gra
vidade da situação do país e sobre o que está em jogo.
É impossível, enfim, a alguém de sã consciência e de boa-fé ética e de mocrática, não apoiar e não votar em Lula. É absolutamente inaceitável, diante de tantas e espantosas ameaças à democracia, de tamanha devastação nacional e de destruição de direitos so ciais e humanos, que algum democra ta de verdade, mesmo de direita, ainda possa apoiar Bolsonaro.
Depois da tragédia dos últimos quatro anos; depois do genocídio que ceifou mais de 680 mil vidas; depois de cruel descompaixão e da avassaladora destruição ambiental; depois da fome, do desamparo e da miséria, depois do extermínio programado de negros e povos originários, nem mes mo o maior dos cínicos pode dizer que se sente diante de “uma escolha muito difícil”, como cinicamente as elites dis seram em 2018.
Na busca de apoios para comba ter Lula no segundo turno, Bolsonaro reconheceu que seu governo é sofrível, mas ameaçou que “a mudança – com a volta do Lula – pode ser pior”. O fan tasma anticomunista, resquício embo lorado da guerra fria que ainda viceja nos quartéis e povoa mentes deturpa
das, se manifesta hoje na forma dum antipetismo doentio e odioso.
O fascismo, de igual modo que o nazismo, precisa eleger um inimigo capital; precisa de um inimigo inter no como destinatário do ódio mortal. Para os fascistas, este inimigo é um mal a ser extirpado, para que a sociedade seja “purificada e limpa” de “seres im puros e inferiores”.
Na literatura nazista documentada, o campo de concentração de Auschwitz era considerado o “o ânus da Europa” – quer dizer, local de expurgo do mal, de purificação da sociedade para o “renascentismo” com uma nova ordem, li vre das impurezas e dos “excrementos” ideológicos, étnicos, religiosos ...
É exatamente disso que se trata. Nesta eleição, estaremos fazendo muito mais que eleger o governo dos pró ximos quatro anos. No dia 30 de ou tubro decidiremos o destino do Brasil diante da trágica encruzilhada em que o povo brasileiro se encontra: entre a democracia e o fascismo, entre a vida e a barbárie.
Não existe neutralidade. É simples assim: quem não está com Lula, está com o fascismo e a barbárie. Eleger Lula é um imperativo para a sobrevivên cia da democracia e da vida humana.
O brasileiro virou um mentiroso
Moisés MendesChegamos a este ano da gra ça de 2026 com os institutos de pesquisa ainda tentando sobreviver, depois do fracasso de 2022, quando previam a vitória de Lula com 58% dos votos váli dos, mas os algarismos estavam invertidos, e Lula venceu a eleição com 85%.
Muitos institutos alteraram completamente suas metodolo gias quatro anos atrás.
Porque a conclusão genera lizada, depois de muita avalia ção das falhas de 2022, foi a de que os institutos não erraram, mas foram enganados pelos eleitores.
Os pesquisadores ouviam as pessoas nas ruas, as informa ções eram processadas e dava tudo errado.
Aconteceram erros porque os entrevistados mentiam descara damente. Até o Magno Malta se elegeu senador no Espírito Santo, e ninguém esperava, porque as pesquisas não indicavam que ele estivesse concorrendo.
Mourão era o terceiro nas pesquisas no Rio Grande do Sul para o Senado e ganhou com folga.
Por isso agora os pesquisado res perguntam em quem o elei tor vai votar e, se notarem algum indício de mentira, chamam um ajudante que vai sempre ao lado do pesquisador.
O ajudante leva uma máquina da mentira, aquele polígrafo que verifica se alguém mente.
É um polígrafo manual, pe queno, fácil de carregar. O en trevistado repete a resposta e o aparelho indica na hora se o pes
quisado mentiu. É tipo um polí grafo pix.
O TSE autorizou o uso do apa relho em substituição à marico ta, que chegou a ser usada pelos institutos, mas foi descartada. A maricota é aquela máquina de choque usada na ditadura.
Foi um exagero, mesmo que seja preciso checar o que o pes quisado diz.
O brasileiro virou um mentiro so, por culpa do bolsonarismo. Se Bolsonaro mente que foi roubado em 2022, todo mundo pode mentir.
Tinha brasileiro mentindo que votava em Bolsonaro por temer perder suas terras para o PT. Mas não tinha terra alguma.
Nem vaso com terra tinha. Mas era preciso justificar o voto no genocida, e um dos pretextos era o medo do comunismo de Lula.
Outros, que nunca entraram numa igreja, mentiam que te miam o fechamento de templos.
Outros mais diziam defender a família, a ordem, o progresso, a disciplina e a moralidade, contra pecados, vícios e gays, mas eles mesmos eram gays enrustidos.
O bom é que o uso da máquina da verdade vem reduzindo a inci dência de mentiras. As pesquisas hoje têm 99,9% de confiabilidade.
A volta da confiança nos ins titutos deu tranquilidade à de mocracia.
Hoje mesmo saiu uma nova pesquisa que indica, sem mar gem de erro, que Damares será a próxima presidente da república, na apertada disputa com padre Kelmon.
Ciro Gomes aparece com 0,1%, dentro da margem de erro.
Ereções, campanhas e férias
Luiz HespanhaMilhões
cansaram das teses sobre a virilidade brochona ro-miliciana, ainda que o Grito do Imbroxável tenha garantido lugar na história. Como as falhas logísticas na distribuição do Bolsa Viagra não possibilitaram a vitória na ereção do 1º Coturno, o papo agora é o tesão do voto no Lula e a concertação social no Brasil e seu papel na geopolítica lati noamericana e mundial. Lula tem re cebido indicações e imposições neoli berais para os ministérios. O império finge silêncio mexendo seus cordões, mas agros e ogros de Nuestra Ame rica rugem: “hay que entregar algunos anillos, mas perder los dedos jamás”.
Na mídia empresarial segue o baile. As campanhas explícitas e su bliminares contra um país inclusi vo continuarão. Foi ela quem criou a campanha “O Brasil que queremos”, que resultou no “Brasil que morre mos”; e quem deu eco e perfume à “Ponte para o Futuro” de Temer&As seclas. Só os seduzidos por luzes e massagens de apresentadores e co lunistas amestrados fingem não sa ber. Consideram de bom tom serem solidários com carrascos e capatazes
para garantir 1/16 avos da visibilida de bigbrodiana que alimenta a legião de estúpidos. Quem tem pé fincado na margem esquerda ri e anda para quem virou alvo do fascismo que aju dou a fortalecer. Só torce pela briga entre escorpiões.
Um dos grandes momentos do jornalismo nessa eleição foi assistir, na CNN, William Waack sugerir a Lula que anistiasse BozoNero. O juriscon sulto Michel Temer é outro fã ardo roso da ideia. Lula ignorou o espírito natalino de ambos. Mas os apelos do âncora murdochiano e do Michel Noel já ecoam em Rio das Pedras, onde será inaugurado o Comitê pela Anistia Cega e Criminosa pró-Familícia. Fon tes bem armadas dizem que a pro posta divide opiniões. É que uns de sejam que o presidente de honra do Comitê seja o finado Capitão Adriano Nóbrega, outros defendem o nome do calado Ronnie Lessa.
Outra campanha é a da beatifica ção em vida do Miliciano-Mór. A cone xão Rio das Pedras-Pádua, região de origem do clã Bolsonaro, está a todo fervor. Fala-se que a solicitação ao Vaticano será feita por uma comissão de homens e mulheres de bens (aqui e em Miami), formada por católicos
tradicionalistas, bispos e apóstolos pentecostais. Pena que Tommaso Buscetta não esteja vivo para somar à causa.
O fim de mandato de V. Excres cência está à altura do próprio. A aparição no Queen Elizabeth Funeral Show, com direito a sorrisos e mãozi nha sobre Charles III, foi a mais pura expressão do respeito histriônico de um vassalo energúmeno-ergonômi co. E a circunspecção de Michele “Hel pBurn” e seu maquiador? Deselegante mesmo foi o Arcebispo de Canterbury, que não deixou Malafaia exercitar seu verbo divinal in english. O vexame na ONU, dos bastidores ao discurso, foi de enrubescer Odorico. Aquele púlpito tem tudo a ver com a carroceria de um trio elétrico estacionado na Esplanada do Despautério. Mas, milhões de im broxáveis e ajudadoras votaram nele também por isso. Que glória assistir seu mito apertar as mãos do Rei, da ex-Duquesa da Cornualha, agora Rai nha Consorte Camila Parker-Bowles e do Barão da Broxuália, a mais ereta personalidade da nobreza britânica. Ereção e vexame rimam com o próprio funeral, mas não com o fim das férias. Essas merecem ser prolongadas...na Papuda ou em Bangu I, talkey?
Disputas de projetos e o futuro
Carlos Roberto WincklerApossível
vitória de Lula no segundo turno retoma um fio rompido no golpe de 2016. A tentativa de impor um modelo neocolonial fascista ba lança em meio a um desastre sem precedentes na história brasileira, onde um governo declarou guer ra ao seu próprio povo e destruiu em grande medida o patrimônio nacional acumulado e as conquis tas sociais garantidas pela Consti tuição de 1988. Apesar de tudo, o fascismo colonial dá mostras de resistência não esperadas, facilitadas pelo amplo uso de medidas econô micas oportunistas e de artifícios orçamentários espúrios.
A possibilidade de viver com a dignidade conquistada nos anos de governos democrático populares retorna em condições mais com plexas. Em meio às ruínas, parte da elite percebeu que nem ela esca paria à hecatombe. Em julho des se ano, banqueiros e empresários assinaram manifesto em defesa da democracia, organizado pela Faculdade de Direito da USP. A explicitação da posição empresarial deu-se no documento “Contribui ção para um boverno democrático progressista”, em agosto. Escrito por economistas “apartidários”, defende o projeto neoliberal sem a barbárie neofascista, com redução dos gastos obrigatórios, um pro grama de transferência de renda, melhoria da produtividade e um Estado prioritariamente fiscaliza dor. Em reuniões com empresá rios, Lula reiterou a necessidade de “estabilidade, previsibilidade e credibilidade" na relação Estado-Mercado.
O programa de governo de Lula enfatiza o papel do Estado no desenvolvimento, sua capacidade de intervenção nas políticas públi cas de saúde, educação e pesquisa científica, o aumento do salário mínimo, o compromisso com po líticas que levem à superação da fome, um programa habitacional renovado, políticas de acesso ao crédito às pequenas e médias em presas, a renegociação das dívidas das famílias, o combate à violência contra mulheres e às discrimina ções, o combate à destruição da Amazônia, avanço nos investimen tos em energias alternativas, a ampliação do acesso ao ensino supe rior e fortalecimento da lei de cotas raciais e sociais. Em caso de vitória, na fase de transição, será necessá rio rigoroso levantamento de atos administrativos do governo Bol sonaro passíveis de revogação, que corroem por dentro as instituições, ao ponto de quase transformar a Constituição de 88 em casca vazia.
A solidez dessas medidas de pende da retomada da expansão dos gastos públicos, da revisão do uso dos impostos, de uma reforma tributária distributiva e da rene gociação da reforma trabalhista. A redução do processo inflacionário e a diminuição dos custos na pro dução supõem o controle público da Petrobras, por ora submetida a interesses de acionistas privados, além da presença do Estado na Eletrobras. A politica monetária do Banco Central, independente e submetido por lei a normas neo liberais, seguirá por dois anos ain da sob uma direção nomeada pelo atual governo.
Serão anos de intensa negocia ção política com um Congresso de maioria, no mínimo, conserva dora e com forte presença fascis ta. O avanço nas negociações não poderá prescindir da mobilização popular, sob risco de se frustrar o esforço de resistência cidadã dos últimos anos.
épossível
DA SALVAÇÃO
A direita brasileira não paga mico. O negócio dela é pagar gorila.
Pedro Álvares Cabral: - A culpa é tua!
Cristóvão Colombo: - Ah, vai à merda!
O vivente já não sabe o que é pior: perder pro Bozo ou perder pro câncer.
Largue do fio terra por um tempo. Use o dedo pra apertar o 13.
Vamos ajudar a CEEE Equatorial a encontrar o Caminho da Luz?
Elizabeth não escapou, mas a Rainha Vitória foi vista fugindo da comitiva do Bozo.
Imagina um faroeste com todos os pistoleiros usando chapéus da coleção da Rainha Elizabeth...
Roberto Carlos foi visto em Londres perguntando sobre conservação...
Ciro Gomes tá isso aqui de dar a terceira via...
O triste da guerra atômica é que não vai dar tempo pra fazer chá de cogumelo.
A partir de agora, os paraquedistas do Exército serão treinados por Mary Poppins.
Que despreparo! O bicheiro foi encontrado com oito balas perdidas na cabeça!
Onix ou Leite? Às vezes eu acho que a burrice é mais hereditária do que a morte...
Quem diria que Tomás de Torquemada teria o que aprender com os neopentecostais brasileiros?
A linhagem humana controla o fogo há 1,7 milhão de anos. E o nosso exército, hoje, nem as armas de fogo...
A primavera dá um belo sol pra tirar o mofo. Escolham candidatos que não temem a luz do dia.
Bicho inteligente é o gambá: bota as crias nas costas e guarda a garrafa na bolsa.
POEMINHA FRÁGIL
A morte me disse Que falta pouco
Pensei no tempo Perdido e No que restava
Joguei fora O relógio Rasguei o Calendário
Organizei Os ódios
Troquei pelos Amores
E agora?
Tudo o que tenho É o novo dia Que nasce na Fresta curiosa Da janela
BAR DO NEREU
Futebol é sempre assunto e motivo de gritaria em boteco. Lembro que o papo era sobre jogadores mortos em campo. Na ocasião, privava da nossa educativa compa nhia um cara que tinha perdido um tio-avô durante um jogo. Havia enfartado num em bate de várzea nas antigas colônias de Santa Cruz. É dele esta história. Localizou o episó dio em Santo Ângelo, ali por 1910. O futebol era uma novidade e havia uma partida em andamento naquela tarde. Algumas pesso as estavam assistindo ao jogo em pé na bei ra dum gramadinho escasso, que agonizava nas proximidades da atual Praça Leônidas Ribas. Um homem completamente pilcha do, puxando pelas rédeas o cavalo bem ape reado, achegou-se perto de uma velha que torcia pelo neto desportista. Tirou o chapéu, cumprimentou a senhora e ficou ali, mais ou menos ao lado dela, observando a correria. Sem entender, só sabia que era futebol. Até que, varado pela curiosidade, respeitosa mente pediu licença e perguntou pra mulher: - A senhora pode me dizer as regras?
A velha olhou o xirú de alto a baixo, mas res pondeu com naturalidade. - Pois não. Quando é que o senhor mens trua?
Jornalismo não é estatística
Pesquisas são ferramentas im portantes de averiguação de si tuações, sejam eleições ou con curso de misses. Em eleições acabam se confundindo com propaganda, se favoráveis ou contrapropaganda, se desfavoráveis. Além disso elas podem ser verdadeiras ou não. Se verdadei ras, podem errar ou acertar mais ou menos, como toda projeção estatísti ca. A questão portanto é, porque está ferramenta tão falível se transformou na coisa mais importante para a im prensa, para os partidos e para o pú blico, mesmo quando, a cada eleição, os erros são grosseiros e interferem decisivamente na escolha popular?
Do ponto de vista do público e dos partidos a resposta é óbvia, por que a mídia as utilizam como especie de oráculo infalível e inquestionável, mesmo quando cercadas de “mar gens de erro” e outras relativizações. E porque a mídia as usa desta maneira quase inquestionável que acaba por convencer a própria mídia, os parti dos e, por fim, o público? Porque são mais baratas e mais fáceis do que fa
Pixs querqueescreva?
zer o velho e dispendioso jornalismo de investigação, checagem e, por fim, de interpretação. O jornalismo exige jornalistas experientes, caros e autô nomos enquanto as pesquisas pe dem somente reprodutores cordatos e submissos. Pesquisas permitem homogeneização sem sobressaltos nas coberturas jornalísticas, além de, normalmente, atenderem os contra tantes e, principalmente, garantir o grande mito da neutralidade absolu ta. Os gráficos coloridos preenchem os horários de televisão e garantem manchetes quase diárias. Pesquisas viraram um fetiche para o público que supõe entendê-las. Quando os erros ou a imputação é grosseria ao pon to da própria mídia rejeitá-la não há problema: os institutos de pesquisas descartam de si próprios e trocam de nome ou de dono, para voltarem ca muflados nas próximas eleições en ganando partidos e candidatos que erram estratégias e frustram o público que se afoga nos erros amplificados pela mídia e, principalmente, compro metem a democracia.
A imprensa está funcionando assim: passa meses fazendo notícias a partir das pesquisas que erram escandalosamente e daí a imprensa faz de conta que não tem nada a ver.
Estou fazendo como todo mundo. Quando fico um pouco decepcionado com a eleição me lembro que Bibo Nunes não se elegeu, depois o Lazier Martins e daí vou melhorando.
O crescimento da eleição de mulheres e negros se deu com o crescimento do fascismo no Brasil, portanto, por favor, vamos identificar o que REALMENTE está em jogo na política.
O senado brasileiro, que já teve figuras históricas, agora suportará a Damares. Cacareco, pelo menos, era brincadeira.
Os “erros” das pesquisas derrotaram Edegar Pretto que não foi para o segundo turno por uma titica. Houve um tempo que desconfiávamos saudavelmente destes institutos fajutos, me incluindo na autocrítica. Oscilando entre despreparo dos jornalistas e medo da paixão partidária a mídia se abraça em pesquisas de empresas que cometem os mesmos erros. A Globo, que naturalizou o bolsonarismo por quatro anos, se vê obrigada a defender pesquisas que acabam por cometer erros inaceitáveis, mesmo dentro deste universo onde erros e acertos são apenas discursos abandonados ao longo das pesquisas.
Espero que os analistas de verdade e de direito levem em conta o último debate da Globo quando Ciro e Simone, com a colaboração do padre fake ajudaram Bolsonaro a levar o debate para a galhofa e para a mentira. O surto psicótico nacional transformou o embate nacional num confronto entre realistas e alucinados.
Não quero viver numa teocracia
Paulo de Tarso RiccordiOódio
destilado pelo padre de festa junina contra não cristãos não é engraçado e pode ser letal. Sua audácia não é loucura própria. Está apoiada na crescente "bancada da Bíblia" no Congresso Nacional - determinada tanto a embolsar dinheiro público quanto a restringir direitos individuais, segundo sua rasa interpretação moral.
Desde que religiões foram impostas pelos Estados, milhões de pessoas foram assassinadas em seu nome. A mais recente, Mahsa Amini, de 22 anos, em Teerã, Irã, por estar usando muito frouxamente o hijab (pano destinado a esconder os cabelos femininos). Mahsa morreu em 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa e espancada na cabeça pela Patrulha de Orientação, a polícia da moralidade, do Comando de Aplicação da Lei da República Islâmica do Irã.
Desde então, protestos de rua tomaram o país. Mais de 90 pessoas já foram mortas em confrontos com a polícia, dos quais as mulheres estão participando com a cabeça descoberta. Numa escola, jovens estudantes tiraram seus hijab e expulsaram um oficial da Patrulha de Orientação que as advertia.
Atrizes francesas têm cortado mechas de cabelo, simbolizando o crime de Mahsa: deixar uma mecha. de fora do hijab.
Aqui, na última legislatura, a "bancada da Bíblia" já significava 20% do Congresso Nacional brasileiro. Seu alvo moralista é a revogação de direitos de mulheres, negros, indígenas, LGBTI+, ateus.
Eu me cago de medo de amanhecer em um país fundamentalista. Mas já percebo seus albores.
Não existia o brasileiro sem dívidas, agora não existe o brasileiro sem falência.
Carlos Castelo
O Brasil não está valendo nem o papel que a Casa da Moeda usa para imprimir mais dinheiro.
Carlos Castelo
Candidato bom não perde nem voto de castidade.
Celso Vicenzi
Os sambistas votam no partido-alto.
Celso Vicenzi
Assim me disse Chico Villela: “Primavera, tra-la-lá; Mês das flores, quá-quá-quá”.
Mouzar Beneditoi
Ditado da minha terra: “Pra arrastar um homem, um pentelho de mulher tem mais força do que um caminhão”.
Mouzar Benedito
Conhecerás a verdade em 100 anos, mas ela o incrimina já. Jair 17, Versículo Zero.
Luiz Hespanha
Não é tanto o que um futuro governo vai nos dar, mas o que um futuro governo não vai nos tirar.
Carlos Castelo
Religião, Machismo, Capitalismo, Males da terra são.
Tarso
Se ACM Neto for pardo, a Branca de Neve é do Ilê Aiyê.
Carlos Castelo
Aprendi quando criança que não se deve brincar com fogo. Agora, adulto, descubro que várias lideranças mundiais gostam de brincar com fogo nuclear.
Celso Vicenzi
No Brasil ricos e poderosos costumam escapar das “malhas da lei”. Tá na hora de trocar o fornecedor das malhas.
Celso Vicenzi
Trim - Alô. Minha princesa, olha aí e vê se chegou um e-mail pra mim. - Um e meio pra você, não. Até agora, só 89 mil pra mim. (O inominável pra sua conja)
Atrás de um grande homem, e de um pequeno também, sempre tem uma bunda.
Mouzar Benedito
A mentira tem pernas curtas... mas não precisa delas: ela voa.
Mouzar Benedito
Em seus transes religiosos, Michele Bolsonaro fala línguas desconhecidas. Seria a palavra imbroxável traduzível na glossolalia?
Luiz Hespanha
Qual a diferença entre Palocci e Weintraub? Nenhuma. São univitelinos nas qualificações imorais.
Luiz Hespanha
Tinha uma Idade da Pedra no meio do caminho.
Carlos Castelo
Recebi um áudio de WhatsApp tão longo que estava dividido em três temporadas de oito episódios.
Carlos Castelo
Série favorita dos imbrocháveis: Cobra Kai.
Carlos Castelo
11 dias para Elizabeth descansar. Carlos Castelo
Nem indigente brasileiro leva tanto tempo para ser enterrado.
Carlos Castelo
Quem ganhou o GP da Irrelevância nessa eleição? Ciro, Os Conjes, Janaína Pascoal, Joyce, Zambelli, Dallagnoll, Pazzuelo, Aécio ou Dória?
Luiz Hespanha
Quem vai ganhar a presidência da Academia Brasileira Dos Quase Arrependidos? Merval Pereira, Zé Padilha, Lady Cantanhede ou Miriam Leitão?
Luiz Hespanha
Deus é contraditório: não dá asas a cobras mas dá nozes a quem não tem dentes.
Mouzar Benedito
A mocidade é defeito que se corrige dia a dia. Já a velhice não tem como se corrigir.
Mouzar Benedito
A única transposição que o inominável fez, foi a própria, pro inferno.
Caco Bisol
Lula vencendo a eleição! Estou tão feliz que me faltam emojis...
Caco Bisol
Agora se sabe porque muitos políticos engordam no poder. É para empurrar os problemas com a barriga.
Celso Vicenzi
Muitos políticos fazem na vida pública o mesmo que na privada.
Celso Vicenzi
Não posso aceitar que se mimimizem os fatos!
Luiz Henrique Rosa
Reclamamos de não ver por umas semanas pessoas que não víamos há anos.
Luiz Henrique Rosa
Se a bebida é um lubrificante social, o Corote é a vaselina líquida.
Carlos Castelo
DICIONARIO CASTELO
DA LÍNGUA PORTUGUESA
Por Carlos CasteloCAFÓCATO, s. Cacófato com dislexia.
CARDIOAPATIA, s. Fase da vida em que o amor é substituído por interesses materiais, pragmáticos ou prosaicos.
O fim do mundo estava próximo. Depois que acabou, ninguém comentou mais nada.
Carlos Castelo
Censor não vota, veta.
Celso Vicenzi
No Nordeste vários políticos prometem água, mas só dão o cano. Celso Vicenzi
Ditado da minha terra: “Pra arrastar um homem, um pentelho de mulher tem mais força do que um caminhão”. Mouzar Benedito
Assim me disse Mário Pires, dito enquanto tomava uma cachaça: “Mens sana, in corpore cana”. Mouzar Benedito
O termo "ajudadora" criado por Michelle Bolsonaro é o novo sinônimo de servilismo feminino. Já tem lugar garantido nos dicionários. Luiz Hespanha
A ingratidão acaba com a vida de qualquer um. Lady Tebet não chegou ao 2º Turno porque não ouviu as sábias palavras de Michel Temer. Luiz Hespanha
Se Deus precisasse de porta-vozes contrataria gente mais gabaritada.
Carlos Castelo
Negro engajado nunca vota em branco.
Celso Vicenzi
CÍNICO, s/adj. Indivíduo que tem amigos reacionários e progressistas.
DOGMÁTICO, adj. Cachorro inflexível.
FUNERAL, s. Conjunto de cerimônias de sepultamento onde candidatos sem noção fazem papel ridículo.
GOVERNO, s. Parte da nação que não sabe o que fazer.
HUMANIDADE DE REBANHO, s. Atual momento do planeta Terra em que grande parte dos humanos está se transformando em gado.
INGLÊS, s/adj. Indivíduo que suporta longos períodos em filas.
LIBERDADE, s. Direito que os ricos têm de fazer o que quiserem.
LIVRE INICIATIVA, econ. Ficar completamente livre para exercer o desemprego.
LIVRO, s. Suporte, em forma impressa, que encalha.
MENTIRA, s. Verdade que entrou para a política.
REAL, econ. Moeda irreal.
RESILIENTE, adj. Capaz de se adaptar à uma vida no Brasil
RETICÊNCIAS, s. Ponto final democrático.
Aviso aos eleitos: tomar posse não é o mesmo que apossar.
Celso Vicenzi
No princípio era o verbo, depois veio o predicado.
Carlos Castelo
No princípio era o azeite de oliva e o alho.
Caco Bisol
Padaria artesanal, açougue gourmet, empório vegano. Só falta governo sustentável.
Carlos Castelo
Assim me disse Chico Villela: “Primavera, tra-la-lá; Mês das flores, quá-quá-quá”.
Mouzar Benedito
A ingratidão acaba com a vida de qualquer um. Lady Tebet não chegou ao 2º Turno porque não ouviu as sábias palavras de Michel Temer.
Luiz Hespanha
A cadeia também é lugar de gênios do crime. Marcola e Fernandinho Beira Mar comandam seus pupilos de dentro das celas. Steve Bannon, também.
Luiz Hespanha
A famiglia inominável joga Banco Imobiliário desde sempre.
Caco Bisol
Facebook é de direita. Na dúvida, os algoritmos ferram a esquerda.
Caco Bisol
Sem anos de sigilo no Brasil. Carlos Castelo
Tivemos muitas aulas sobre o que Deus gostava e desgostava, dadas pelas Tias.
Margaret Atwood, em Os testamentos
Fico imaginando bispos e pastores traduzindo para as evangélicas os significados bíblicos, o terreno e o celestial, da palavra imbroxável
Luiz Hespanha
Kaikai de 4
Não faço haicai, faço kaikai, uma falsificação. E já que é pra falsificar, por que tem que ser em três linhas. Kaikai de 4!
Ouvi o que o povo diz E a dúvida que há É se ele é broxa com xis Ou se é brocha com cê agá.
“Imbroxável”, “Ajudadora”, “Infustutura”. Só linguistas radicais de esquerda não consideram a contribuição da Era Bolsozóica à língua portuguesa.
Luiz Hespanha
Inteligência voltada para o mal é terrível. Agora, imagine burrice.
Carlos Castelo
Se essa elite não precisasse de cozinheira, faxineira, motorista e jardineiro, mandava logo matar todos.
Caco Bisol
Em certa medida, as redes sociais são nosso happy hour.
Caco Bisol
Volta e meio penso nos desaparecidos midiáticos, por isso pergunto: onde anda o ministro Gilmar Mendes ou você não lembra mais quem é?
Luiz Hespanha
Com fome e desempregado Mas radical bolsonarista Sente-se feliz em ser gado E miséria é sua conquista.
O país do futuro É saudoso do passado. Com presente obscuro, Sofre de bico calado.
Não há mal que nunca acabe. Só bolsonarista É que não sabe.
Primavera, muitas flores! Eba, que boniteza! Queremos também amores E fim da malvadeza!
Que saudade dos sambas Como os do Noel Rosa! Dos músicos bambas Bons de poesia e prosa.
Primavera: Esperança.
A gente espera Uma lambança
Que venha o novo ano, Dois mil e vinte três.
Que não haja desengano Pra mim nem pra vocês.
Com direitista velho, Discutir não queira. Cabelo branco, às vezes, É sinal de besteira.
Ele se julga esperto, Mas na verdade é assim: Se faz de burro Pra comer capim.
Bananão, modo de usar
Não
é de hoje que o Bananão não faz sentido. Por exem plo, a abolição da escravatu ra. É só um pedaço de papel, mas comemorado até hoje. Na prática, a abolição foi o aperfeiçoamento da escravatura e pretexto para ressarcir os prejuízos que os es cravocratas não tiveram. Mesmo assim tem muita gente querendo a volta da escravatura aos mol des anteriores e esperam que o Broxonaro libere de uma vez a compra de chibatas.
Veja as palavras. Elas não significam o que consta nos di cionários. Comunista, digamos. O PT, um partido socialdemocra ta, é chamado de comunista. O PSDB, que antes de implodir se apresentava como socialdemo crata, é de direita. O Broxonaro, de extrema-direita, é tratado carinhosamente de direita pela imprensa. O Direitão tem o ape lido esperável: Centrão. Partido político é o nome oficial de várias maltas, súcias e catervas. Não
entendeu? Quadrilhas.
No Bananão, Deus não é Deus. É como família, que não é família, claro. São álibis, apenas álibis, para se defender crenças medievais e a exploração dos explorados de sempre. Também é um espantalho para afastar comunistas e outros entes peri gosos como o Saci, a Mula Sem Cabeça e o Boneco Chucky. Bom não esquecer os bandos de ma madeiras de pirocas que sobre voam pré-escolas e pracinhas, espalhando o terror em plena luz do dia.
Os militares também não fa zem o menor sentido. Eles chu taram o Broxonauro do quartel por ser uma vergonha: planejou atentados terroristas. Mas pas saram pano para os terroristas que explodiram bancas de jornal, mataram uma moça na OAB do Rio e se arrebentaram na ten tativa de assassinatos múltiplos no Riocentro. Com essa lógica, se o Broxonauro não tivesse fica
do apenas nos planos, teria sido poupado.
A expressão salvar a pá tria enche a boca de milhões de pessoas incapazes de explicar o que isso significa. Mas é fácil, fácil. Salvar a pátria é defender torturador e milícias em geral, a indústria armamentista, os con glomerados de mineração e a legalização do jogo em nome da liberdade dos mafiosos de Las Vegas. Salvar a pátria é condenar a corrupção da esquerda e priva tizar até tua mãe se a velha der sopa. Salvar a pátria é dar cargos e dinheiro pra milicos pensarem que enfim encontraram um pro pósito na vida, justificando seu sentimento de que são superio res aos civis e merecedores das melhores próteses penianas.
Talvez, para que o Bananão fizesse sentido, se devesse co meçar por dar os nomes certos às coisas. Só assim se poderia sonhar em salvar a pátria dos salvadores da pátria.
Glênio
Peres tinha uma forte base política entre os operários das minas de carvão do Rio Grande do Sul. Numa passada por lá foi convidado a almoçar numa casa onde a senhora preparava um inesquecível pato no forno a lenha.
À mesa, conversa solta e alegre, todos comiam felizes a iguaria. Menos o menino da casa. Glênio percebe. Gentil como era, dedica atenção à amuada criança.
- O que foi? Por que não estás comendo? Não gostas de pato?
- Gosto. Esse aí era o meu.
Zlatko Krstevski Nascido em 1969 em Prilep, Macedonia. Participou de cerca de 500 exibições internationais, festivais, congressos e salões de artes visuais.