BRAZIUZIUZIU
Moro que se vá… PÁGINA 3
LANTERNA MÁGICA
Nº 16 16/31 JAN 2022
JORNAL DOS CARTUNISTAS DA GRAFAR
Bonson, chargista catarinense PÁGINA 17
Quadrante
Ruge a crise
Edgar Vasques apresenta os quadrinhos do Grifo
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Contagem regressiva e atenta
É
fácil saber quantos dias faltam para terminar o governo Bolsonaro. Basta recorrer a um dos aplicativos específicos disponíveis, ou seguir alguém que tuita a contagem regressiva. Tanta gente está fazendo isso porque tá difícil a vida no país comandado por um governo gerado na cruza golpe parlamentar com maracutaia jurídica. Contar os dias pode ser uma forma de esperança nesse ano que seria de tantas efemérides, e quando a gente pensa numa, vem nova modinha atucanar nossas distrações. Moro, por exemplo. O juiz parcial que ilegalmente orientou o procurador Dallagnol a criar efeitos midiáticos para evitar a candidatura de Lula em 2018, agora é candidato à presidência da República. Desde 2020, a imprensa brasileira que investe no jornalismo tem mostrado os erros da Operação Lava Jato. Foram tão graves que as sentenças todas contra Lula foram anuladas, pois ficou provado, no STF, que Moro não foi imparcial.
O GRIFO de Simch
Agora, um dos grandes geradores do governo que rasteja para o pior do capitalismo mundial renega a criatura. Ah, para. Já se sabe quem ele é. Não é só ano para contagem regressiva da troca de presidente. É ano de várias comemorações, como volta das eleições diretas para governador em 1982 e principalmente comemorar, com voto, os 20 anos da eleição que estancou o avanço neoliberal no Brasil. É isso que vale 2022.
QUINZENAL
O GRIFO não sossega. A partir desta edição, vamos circular a cada duas semanas, para acompanharmos a vida com mais agilidade, e menor número de páginas. Também estreia a seção QUADRANTE, mensal, comandada por Edgar Vasques, e que apresentará o trabalho de quadrinista por vez. Alguns conhecidos, como o próprio Edgar, algumas novidades. E Caco Bisol produziu um novo - e lindo projeto gráfico. Enfim, a gente acha que 2022 vai gerar um ano seguinte melhor que do que recebeu.
Grifo - jornal eletrônico quinzenal de humor. Publicado desde outubro de 2020. Realização de cartunistas da Grafar (Grafistas Associados do RS) Editor: Marco Antonio Schuster Editores adjuntos: Celso Augusto Schröder e Paulo de Tarso Riccordi. Edição gráfica: Caco Bisol Participam desta edição: Minas Gerais: Genin Guerra, Janete Chargista e Quinho. Pará: JBosco. Rio de Janeiro: Aroeira, Carol Cospe Fogo, Millôr Fernandes Sílvio Tendler e Ulisses Araújo. Rio Grande do Sul: Alisson Affonso, Bier, Carlos Roberto Winckler, Edgar Vasques, Fetter, Hélio Ricciardi, Jô, José Weis, Juska, Kayser, Lu Vieira, Mário Quintana, Moisés Mendes, Óscar Fuchs, Rodrigo Schuster, Schröder, Simch, Tarso, Uberti e Wagner Passos. Santa Catarina: Celso Vicenzi, Cesar Valente e Cláudio Duarte. São Paulo: Bira Dantas, Caco Bisol, Carlos Castelo, Céllus, Jota Camelo, Miguel Paiva e Mouzar Benedito. E MAIS: Cuba: Adán e Brady Izquierdo. Espanha: Lucas Levitan. Irã: Mahnaz Yazdani. Itália: Marghe Allegri.
Expediente
editorial
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Inimigos do povo
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gora, Sérgio Moro, o juiz parcial, traíra da nação, é inimigo de Bolsonaro. Os dois andam se ofendendo (nunca se sabe quando eles dizem verdades) para ocupar espaço no palanque eleitoral, valendo dedo no olho, soco no estômago e pontapés proibidos pelas normas. Ofendem-se, mas dão os mesmos golpes, sempre baixos, em outros integrantes do palanque, afinal, já foram identificados pela “conje” de um deles como “uma coisa só”. Isto quer dizer: “Enfrentam o mesmo inimigo”, frase de um aliado que ficou chateado um dia. Enfim, os dois são os mais legítimos representantes da atual política de governo. Uma política que resultou na destruição da indústria brasileira, na venda da exploração do pré-sal para a iniciativa privada estrangeira (e o fim dos royalties para educação), aumento do desmatamento e garimpo ilegal, inflação, enriquecimento recorde dos muito mais ricos, desemprego, orçamento secreto, sigilos governamentais. Agora, o ex-juiz que quando conduzia um processo para atender interesses da CIA disse que nunca entraria para política, diariamente tartamudeia alguma frase política. Seriam até engraçadas, se não fossem tão infelizes. “Por que a Inglaterra cresce e a Somália, não? São as instituições”, por exemplo. Para defender as instituições, ele esqueceu – vai ver, não sabe – os séculos de colonialismo europeu sobre os africanos. Eles não são reais inimigos entre si. São inimigos da maioria dos brasileiros.
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A Batalha de Termópilas e Bolsonaro Carlos R. Winckler
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lastrou-se nas redes virtuais a expressão “noivinha de Aristides”. O Mandatário daNação foi vítima de boato de que tivera um affair, na Academia das Agulhas Negras, com um instrutor de judô. Uma cidadã, depois de ter dirigido vitupérios ao Mandatário, foi detida. Registrou-se a ocorrência como crime de injúria. Após foi liberada. Seguiu- se um providencial silêncio. Mas deixemos de leviandades. Abriu-se um debate entre aqueles que compartilharam memes e posts debochando sem meias medidas o Capo dei capi, e aqueles que reprovam essa forma de combate, em nome da moralidade nos meios para se atingir uma genuína emancipação. Mais frutífera é a abordagem, inspirada na Batalha de Termópilas, que combina erotismo, fúria, lágrimas e traição. Há uma conexão entre Aristides, o misterioso instrutor; o general Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional; o Acampamento dos 300 na Esplanada em abril/maio de 2020; a retomada de ofensiva em 7 de setembro de 2021; o ex-ministro Salles, Moro, Michele e Bolsonaro. Aristides porta o nome de estratego ateniense, contemporâneo das guerras greco-persas e o saber herdado pelo judô, originário de lutas praticadas por guerreiros feudais nipônicos do Período Kamakura. Tem, entre os discípulos, um favorito. Transmitiu o espírito de ação ao cadete dedicado aos esportes, futuro presidente. Um cavalão, segundo colegas de farda. Nada do intelectualismo de Lira Tavares, da sensibilidade de Figueiredo ou da perspicácia política de Villa Boas, sintetizada no twitter dirigido ao STF, recomendando prudência
quanto ao pedido de habeas corpus para Lula. Um guerreiro de hábitos eróticos sublimados pelo cristianismo, diversos da formação militar grega, que admitia uma relação de “amizade sublime” regulada entre o erastés (o homem mais velho) e o erómenos (o efebo), que fortalecia a camaradagem e forjava o cidadão-soldado. Hoje as paixões são temperadas pela moral cristã e pelo código militar. Nem sempre possível, dizem céticos. Outro mentor do Capo é o General Heleno, com notável folha de serviços prestados no Haiti, como comandante de tropas de paz da ONU,convidado a retirar-se. Comum a ambos: a visão agônica do mundo, onde se combate eternamente o comunismo, cujas máscaras podem variar. Nas sombras espreita, hoje, o Comunavírus. O Acampamento dos 300 do Brasil exigia o fechamento do STF e retorno da Ditadura. Na busca de excelência os acampados viam o filme 300 de Esparta, inspirado na obra de Frank Miller, assistiam às aulas do Brasil Paralelo, jogavam
War e ouviam música sertaneja. Ao final, Trinta Indômitos marcharam com archotes, conduzidos por Sara Winter, a musa guerreira. Com efetivos precários, mal transpuseram o desfiladeiro dos Ministérios. Abandonada, Sara, após alguns dias de cadeia, aos prantos, denuncia Heleno como orientador das ações dos 300. Heleno nega as acusações. Outros escapuliram. Há aqueles que caem com honra. Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, caiu sob pressão de “globalistas” estadunidenses. Denunciou Moro como traidor. Nova tentativa de romper o cerco deu-se em 7 de Setembro, com forças concentradas em São Paulo e Brasília. Outra derrota. A fumaça das sucatas, em desfile, que tisnou os céus, e a cautela de comandantes, levaram ao desespero e às lágrimas aqueles que aguardavam a Libertação. As palavras enigmáticas proferidas por Michele, a Pitonisa do Planalto, comemorando aos pulinhos a vitória de Mendonça, como novo ministro do STF, talvez, desvendem o Porvir.
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A coroa de Carluxo
Moisés Mendes
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gabinete da presidência está lotado, mas só com a família e gente do núcleo duro do governo. Falta um mês para a eleição e Bolsonaro sabe que irá perder. Lula tem 63,8% das intenções de voto nas pesquisas. Estão ali os generais, a família toda, os ministros e o gerente das rachadinhas Fabrício Queiroz. Augusto Heleno anuncia em voz alta que Bolsonaro vai fugir para o Paraguai. Os filhos começam a chorar, todos ao mesmo tempo. Heleno explica que tem uma hora que não há como resistir. Foi assim com Dom João VI, que fugiu de Portugal para o Brasil. Dom Pedro I teve de renunciar e Dom Pedro II também teve de ir embora, lembrou o general. – Jair fugirá amanhã – diz Heleno. Sem esperar que alguém diga qualquer coisa, ele completa: – Vamos restaurar a monarquia, antes da eleição. Alguns fazem uaaaau na sala, outros murmuram pelos cantos, e
Heleno diz que Carluxo irá assumir o lugar do pai. – Sou jovem demais – grita Carluxo. Heleno rebate de pronto: – Pedro I foi imperador aos 24 anos. Pedro II foi príncipe regente com cinco e imperador com 14 anos. Carluxo tenta escapar, movimenta-se em direção à porta e é contido por Onyx. Heleno explica que Bolsonaro irá fugir com a família num balão para o Paraguai. Queiroz será o piloto do bolão. Ouve-se um ooooh no gabinete e Queiroz olha ao redor e sorri para os presentes, com ar de orgulho e satisfação. Só então Bolsonaro entra na ala. Carluxo ergue-se e o abraça com força. Flavio, Eduardo e Jair Renan também se juntam aos dois e ficam os cinco abraçados no meio da sala. Bolsonaro diz que Carluxo permanecerá no Brasil para manter o poder. – Você fica por enquanto como príncipe regente – diz Bolsonaro, explicando que Osmar Terra será o seu tutor.
Carluxo começa a soluçar, desmaia, cai para trás e desaba no colo do jaburu Michel Temer, chamado às pressas para escrever a cartinha de renúncia de Bolsonaro. Temer segura Carluxo no colo e diz ora, ora, ora, enquanto Queiroz põe e tira o capacete de piloto do balão. Hamilton Mourão ainda tenta argumentar que ele deveria ser o sucessor, e Bolsonaro diz que Mourão deve é cuidar dos garimpeiros e dos grileiros da Amazônia. No meio do climão, entra um funcionário do cerimonial com uma coroa. O homem se dirige a Carluxo. – Vamos experimentar – diz o servidor. Mas a coroa é pequena e não encaixa no cabeção do Carluxo, que se incomoda e volta a chorar, enquanto o pai sai porta afora, seguido por Queiroz, Flavio, Eduardo e Jair Renan. O jaburu pega a coroa que havia sido jogada no sofá e enfia na própria cabeça. – Do meu tamanho – diz o jaburu, com os olhinhos arregalados e dando gargalhadas. Carluxo corre para o colo de Damares e desmaia de novo.
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A mentira como realidade
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s empresas de jornalismo e comunicação influenciam na sociedade muito mais do que admitem, mas muito menos do que gostariam. Talvez alguns alunos, ou debatedores em algum fórum, se lembrem desta frase que eu repetia com uma certa frequência em determinada época. Certamente não é uma frase decisiva na teoria do jornalismo, mas me servia para rebater por um lado um comportamento público constante de empresários que assumiam uma modéstia calculada de diminuição das suas capacidade de modificação de realidade a partir de formatação da opinião pública. E, por outro lado, eu usava a frase para reagir a uma postura imobilista que setores da esquerda, principalmente os frankfurtianos, atribuíam de forma derrotista aos meios de comunicação. De maneira que, enquanto negava influência, a mídia reforçava e ampliava os mecanismos de domínio e manipulação. A minha frase, enfim, era legalzinha porque, embora denunciasse um poder espúrio e ilegítimo exercido por verdadeiros partidos midiáticos, também se propunha a enfrentar um leviatã que não era invencível. Passados alguns anos, a situação mudou um pouco, embora a manipulação exista e cresça de alguma maneira. Se a influência das mídias diminuiu realmente, não pelo controle social, mas pelas novas tecnologias, isto não resultou numa esfera pública mais democrática, ao contrário. De uma maneira aparentemente paradoxal, o fim ou a crise da mediação do jornalismo remeteu a sociedade para uma situação anterior à esfera pública burguesa,
e o resultado mais dramático é a crise da racionalidade e a ameaça ao Iluminismo. A mentira como realidade é o resultado mais assustador de uma época em que em poucas décadas a própria imprensa começa a discutir a vacina e a esfericidade da terra, por exemplo. Esta refeudalização se manifesta em todas as instâncias da vida: da política à econômica, passando, claro, pela
cultural. A existência de um espaço político para um Bolsonaro, que é a negação da razoabilidade mínima, demonstra o quanto a mídia ainda consegue, mesmo encurralada, enfraquecida e ambígua, sacar Moro como alternativa para seus interesses. Moro é o fake news criado a partir da velha mídia manipuladora agora aliada do mundo de fantasia surgido a partir da internet.
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José Weis
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arde quente de fevereiro em Porto Alegre, estou no Mercado Público, em pleno bar Naval. Necessitava de dinheiro, precisava não beber. Sem grana, garganta seca, prometi que não ia beber. Não foi pra minha mulher, nem pros meus filhos ou até para minha mãe. Foi para mim mesmo. Suado, cansado de dar pernadas por aí. Louco de sede, e todos estes caras bebendo ao meu redor. De repente me dei conta que amanhã é dia de Navegantes, da Senhora deles, porque de mim ela nunca foi. Foi o Gordo de Itaqui quem marcou comigo no Naval, o filho da puta, foi de propósito. O Gordo sabe atucanar a gente – até parece que sou um traficante que vai me passar um bagulho. O livro pesa na minha mão, a sede por cerveja, uma vontade de beber e a força que eu pra não be-
ber. Sei que tem muito sebo bom querendo o livro. Também, é coisa rara para bibliófilo, palavrinha difícil, babar. O livro está em bom estado, é Os Ratos, do Dyonélio Machado, que foi médico de louco, era comunista, foi preso e tal. Não é bem um livro raro, só que o que eu trago comigo tem o autógrafo do cara. É isso mesmo, traz a assinatura do homem e uma data: Dyonélio Machado, Porto Alegre, 11 de maio de 1938. Já li, foi sorte ter achado o livro. Na verdade, acho que tava de cu pra lua aquele dia, entrei num sebo, peguei o livro entre outros tantos numa daquelas cestas de ofertas, acho que os caras da livraria não devem ter notado o que tinha naquele volume. Eu sempre gostei de ler, tanto quanto gostava de beber. Agora só leio, não bebo. E eu aqui, livro na mão, louco por uma cerveja, sem grana, merda – como este Gordo demora. Até parece a situação do cara da história do livro, sujeito endividado
como o leiteiro, vê se pode, dívida de leite? E vai à luta pra juntar a grana, no fim ele consegue, será que eu consigo? Naquela outra mesa tem um sujeito com cara de funcionário público, eu conheço o tipo de vista, dos tempos de copo e de bar. De repente ele vem e me oferece um copo bem servido, na mão dele, um raio de sol atravessa a cerveja brilha. Eu agradeço a gentileza, doeu mais em mim do que nele. A enorme figura do Gordo de Itaquí adentra no Naval, me cumprimenta de forma gentil, o interesseiro. Foi jogo rápido, já tínhamos acertado valores. Negócio fechado, o livro com o Gordo, o dinheiro na minha mão. Lógico que o Gordo vai revender o livro, no mínimo pelo triplo do que pagou pra mim. A sede, uma vontade e a contra vontade, tudo balança na minha cabeça. Não bebo, saio em seco. Só por hoje eu não bebi. Entre o bar Naval e a festa de Navegantes eu sou mais um náufrago.
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Grifo causídico Paulo de Tarso Riccordi
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ontar causos é um dos melhores passatempos da humanidade. Mas não se confunda caso com causo. Este é a versão humorística daquele. Tampouco confunda causo com piada, que é toda inventada. Já o causo, ainda que exagerado e distorcido, é um caso melhor contado. Um dos grandes contadores de causos foi o jornalista (e político) gaúcho Glênio Peres. Aguerrido, boa praça, gozador. O nome desta coluna, Grifo Causídico (de contador de causos, não de advogado) é inspirado em um dos causos do Glênio:
O JURISTA
Um conhecido vereador, agiota na roda, que me conhecia pouco, e advogado, gostava de dar chave perguntou: - A farra foi longa ontem? de galão em discussões dizendo-se - Não é isso, eu não bebo. jurista. - Nunca? O Glênio um dia o cortou: - Faz tempo. - Fulano, não confunda jurista - Mas que desperdício dessa cara com aquele de vive de juros. de borracho!
MARINHA
Meio de tarde de um verão pavoroso, Glênio avisou aos assessores: - Vou sair. Se alguém me procurar, digam que fui a uma reunião na Marinha. E partiu para o bar Naval.
TRINTRIM
Em abril de 1977, num golpe dentro do golpe, o ditador Ernesto Geisel emparedou o ministro do Exército, de um lado, e fechou o Congresso Nacional, de outro. Naqueles dias perturbadores, alguém ligou, por engano, para a COQUETEL O chefe da Casa Civil no go- Livraria Lima: - Alô, é da Segurança? verno de Alceu Collares, Mathias Respondeu o Mário Lima: Nagelstein, portava olheiras pro- Não. Aqui é da insegurança. fundas. Gozador, ele próprio contava esta: GALÕES - Eu estava em uma roda de Durante a ditadura civil-militar conversa em um coquetel. Cada (1964-85), encontraram-se num vez que passava um garçom eu pegava um copo de água. Alguém elevador o deputado-coronel Pedro
Américo Leal e seu colega Celestino Goulart, reconhecido articulador político. Ambos eram da Arena, o partido da ditadura. - Celestino, com a minha inteligência e o teu talento, eu estaria longe! - Pois, Pedro, com o meu talento e a tua farda eu estaria ainda muito mais...
ÓRFÃO
O grande jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano contou este causo no programa de esportes de que participava em uma emissora de rádio em Montevidéu: Antes do começo de um jogo de futebol, fizeram respeitoso minuto de silêncio pela morte da mãe do árbitro. Começou a partida e, ao primeiro erro do juiz, a torcida cantou, em coro: - Ór-fão-da-pu-ta, ór-fão-da-pu-ta, ór-fão-da-pu-ta!
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PALAVRAS DA SALVAÇÃO Agradeço a todos os membros do meu corpo por termos ficado juntos em 2021. Uma coisa eu aprendi: coach é um cara que faz tudo nas coach. A mais rápida forma de eliminar a dor de cabeça ainda é a guilhotina. Acredito em alienígenas. Eu não confio é nos terráqueos. Se depender do número de doses, eu posso viver até o ano de 2647. Taí o Cannabidiol. E eu ria quando o pastor dizia pra eu não tomar maconha... Banco fazendo empréstimo pra negativado é vampirismo elevado à enésima potência.
Que fique bem claro: eu não tenho intolerância aos glúteos. Durante a última crise do inominável, foi visto em Brasília um caminhão onde se lia DESENTUPIDORA ARISTIDES. Depois do andaço na prefeitura, alguns vírus recolhidos foram vistos vomitando ao microscópio. Esgoto nas praias: Se o xirú cagar em Torres ao amanhecer, pode viajar até Pinhal e reencontrar o tarugo para o almoço. Doei meu cão pastor. Vivia me pedindo o dízimo. Depois de tanta cirurgia, será que o capetão ainda consegue fazer xixi em pé?
POEMINHA DAS COSTAS Da vida e seus desconfortos Uma grande inveja me toca Por ter dores na coluna Nunca verei ir ao médico Uma única minhoca
POEMINHA DA MESA Há uma coisa que Me intriga na chuleta Não sei se é o tempero Ou a rima que me inspira O capeta
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Quadrante Era só o que faltava: depois das charges, dos cartuns, caricaturas, tiras, textos, ilustrações e entrevistas, chegou a vez dos quadrinhos na Grifo! Mês a mês, vamos mostrando a produção autoral de HQs no nosso quadrante, passada, presente e futura (trabalhos em andamento), tanto dos desenhautores (que ilustram seus próprios roteiros) quanto da usual parceria roteirista/ilustrador. O filtro será sempre a qualidade, e vamos dar o contexto de cada trabalho, além de comentá-lo tecnicamente. Assim, Grifo vai expor aos leitores todo um universo de quadrinhos de grande qualidade e variedade, de autoras e autores de muitas gerações, com temas, técnicas e gêneros de todos os tipos. Alguns já publicam outros trabalhos na Grifo, mas o leitor vai conhecer também agradáveis surpresas... Edgar Vasques editor da secção
Ruge a Crise Roteiro e desenhos de Edgar Vasques
Edgar Vasques (Porto Alegre/RS, 1949), autor da série Rango, talvez a mais antiga tira dos quadrinhos brasileiros (publicada desde 1970) e das ilustrações do Analista de Bagé, de L.F. Verissimo, entre inúmeros outros trabalhos em 54 anos de desenhos, comparece abrindo a primeira Quadrante com a HQ “Ruge a Crise”. Uma história curta (3 páginas) executada em 1991, em plena crise nacional do governo Collor de Mello. O autor reage ao caos do desgoverno reinante metaforizando o país como um imenso oceano cheio de perigos para o barquinho de cada brasileiro. Mal sabíamos do que vinha pela frente de 2016 em diante... Desenhada em preto e branco, em nanquim com bico de pena e cabo de pincel (técnica característica do autor). Atenção ao trabalho de bico de pena, que permite a variação da espessura do traço num mesmo movimento, pela pressão maior ou menor sobre a pena flexível, também recurso usual do autor. Notar ainda o paralelismo entre o grafismo exasperado e o texto mais melancolicamente lírico, duas reações diferentes mas possíveis no contexto.
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Bonson, o artista gráfico de Florianópolis
Cesar Valente Sérgio Luís de Castro Bonson foi um artista gráfico catarinense de múltiplos talentos. Na década de 70, em Florianópolis, sua cidade natal, publicou charges políticas e histórias em quadrinhos em O Estado e depois no Jornal de Santa Catarina. Foi um pioneiro que abriu caminhos, desbravou terrenos e inspirou seguidores. Mas, como lembra o ilustrador e cartunista Frank Maia, “pra ser amigo dele tinha que perder o medo de passar vergonha no bar. Ele falava o que pensava e falava beeeeem alto”. Na década de 80, assim como Henfil foi tentar a América, Bonson foi tentar São Paulo. Publicou nos maiores jornais do País e depois voltou para Florianópolis onde, ao que tudo indica, sentia-se melhor. Na década de 90 Bonson passou para a aquarela, técnica que utilizou nos últimos anos da vida. Com ela Bonson retrata a cidade de uma maneira
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única. E aí também se revelou um enorme talento, produzindo obras de grande sensibilidade e apuro técnico. Morreu, de complicações do câncer no pulmão, dia 8 de dezembro de 2005, aos 56 anos. Os personagens principais de suas histórias em quadrinhos eram o Soiza, um locutor de rádio e político de cabelo glostorado e discurso ensaboado, a Waldirene, empregada doméstica de língua ferina, ouvinte do Soiza no rádio e o Henricão, um surfista. Algumas dessas histórias foram reunidas em livros: Waldirene, a AM, de 1987, e Tudo pelo Soizial, de 1990. Uma coletânea de charges
políticas, com textos e legendas do jornalista Eloy Galotti, foi publicada no livro Bonson sem censura: 10 anos inticando com os reis do nhenhenhén, de 1996. Boêmio, iconoclasta, admirado por sua irreverência, autodidata nas artes, Bonson era, contudo, formado em História pela UFSC (1972). E, conta o amigo Frank, “era uma enciclopédia da história da arte e toda vez que a gente sentava pruma cerveja, era uma aulinha”. Na apresentação de uma exposição de desenhos da arquitetura do centro de Florianópolis, em 1999, Cleber Teixeira (editor e tipógrafo) diz que “Mesmo sem ter desejado Bonson pode estar dando a Florianópolis a sua personalidade gráfica, um pouco como fez Steinberg, cartunista e aquarelista como ele, com Nova Iorque.” Um dos movimentos mais ousados e, de certa forma, surpreendente, do Bonson, foi quando se aventurou numa viagem à Europa, para conhecer a cidade que tinha o seu sobreno-
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me. O historiador Emerson Cesar de Campos conta o episódio: “Em 1991 ele viajou para Village de Bonson, recebendo hospedagem franqueada pela Prefeitura da cidade e, a seu convite, em 1992, realizou uma exposição na Mairie de Bonson, com aquarelas feitas a partir de observação do local. Também nesse ano Bonson fez aquarelas da cidade francesa de Roquesteron”. Como todo grande artista, Bonson não só deixou uma obra que vale a pena conhecer, mas lembranças vivas em todos e todas que o conheceram nas redações, nos bares ou nas ruas.
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beto stodieck
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21 BLAU Bier
BIOMA PAMPA Celso Schröder
DR. ROBALO Kayser
Wagner Passos
tiras
22 COLARINHO, PÃO E VINHO João Bosco
ONOFRE, O GAUDÉRIO DE APÊ Óscar Fuchs
MORGANA, A BRUXINHA Celso Schröder
RANGO Edgar Vasques
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ecologia
Seja floresta Wagner Passos
Cartunista e Doutor em Educação Ambiental pela FURG Instagram: @wagnerpassoscartum
Litografia de Miriam Tolpolar, mestra em Poéticas Visuais
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ilton Krenak disse outro dia: “comecem a produzir floresta como subjetividade, como uma poética de vida, cultivem essa lógica dentro de vocês, diminuindo a velocidade, essa tensão que a vida implica, e criem uma essência afetiva, colaborativa, que é a natureza da floresta”. Conhecemos a floresta de fora, pelo viés científico, biológico, que assistimos nos documentários da TV. Sabemos que na floresta existe uma biodiversidade gigantesca de animais, plantas e também, pessoas. Mas não conhecemos a floresta por dentro, pelo olhar de quem vive A Floresta. Quem de nós é capaz de ler as plantas, os rastros, as águas, os sons e movimentos da floresta? Quem é capaz de sonhar com uma erva de chá para curar a dor de alguém? Quem sobreviveria meia hora sozinho no meio da mata? Veja, quantos sentidos naturais atrofiamos vivendo nas cidades e na lógica capitalista. Não é só isso. Há ainda uma tecnologia molecular capaz de colocar uma pessoa em contato direto com conhecimentos ancestrais, matemáticos, químicos, físicos, em comunhão com seu passado, seu corpo, plantas, animais, espíritos e o Cosmos. Um outro processo de educação. O acesso a uma biblioteca universal disponível em nosso DNA. A maioria das pessoas julga a experiência da ayahuasca como mera alucinação, simplesmente porque não acreditam na capacidade e complexidade da potência humana. Os Huni Kuin, etnia do estado do Acre,
se conectam a natureza em uma experiência viva e sensível, que existe para quem vive a floresta. Por isso os territórios indígenas são sagrados, ali os espíritos estão vivos, presentes, materializados, como qualquer outro ser. Nós, humanos urbanos, céticos, esquecemos que também somos seres da floresta. Que nossa natureza grita nas pulsões, nas crises de ansiedade, na depressão, em um pedido de socorro que vem de dentro da prisão e opressão de uma vida condicionada e não natural. Optamos por nossa versão ególatra e idolatramos quem ostenta e concentra poder. O mercado neoliberal, que se coloca como o salvador de todos e de tudo, patrocinou o negacionismo. Legiões de empresários fizeram campanhas e carreatas incentivando as pessoas a furarem o
isolamento, a não usarem máscara e a não se vacinarem. O resultado foi à ascensão de 62 brasileiros, entre 2020 e 2021, à lista de bilionários da revista Forbes. E do lado do povo trabalhador, 621 MIL mortos de covid-19. Os Huni Kuin, incentivadores do xamanismo urbano, reconhecem a humanidade como uma só, por isso compartilham com as pessoas da cidade seus conhecimentos e medicinas, para que tomemos consciência da natureza que nos habita. Mas também, na esperança que cada um ouça o chamado do guerreiro, para somarem suas qualidades e esforços na luta contra a lógica anti-vida. Que um dia possamos juntos caminhar na mata, ver o fluxo das luzes, das cores, em um lugar sensível e amoroso, contemplando as estrelas em plena noite de Lua Nova.
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antirracismo
Reverso do Avesso Rodrigo Schuster
no. Muitas coisas podem ser reversas em vários sentidos. O racismo não é uma delas. Isso já vem sendo explicado por gente como Silvio Almeida, que fala sobre o assunto com muito mais propriedade, tanto por vivência quanto por estudo, do que eu e do que calhordas que defendem ideias estapafúrdias. Mas segundo o próprio Silvio, “com eles não se deve gastar energia que possamos compartilhar, divulgar e comentar textos de gente realmente disposta a pensar.” De minha parte, ficam o lamento pelo sumiço das jaquetas reversíveis e a ingestão super lenta do meu purê excessivamente salgado.
"Nunca houve nem haverá uma mulher como Elza Soares" Chico Buarque de Holanda
ulisses araújo
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eu primeiro contato com o verbo reverter foi com o arremesso lateral do futebol. Um movimento ilegal do atleta faz a cobrança passar para o outro time, me levando a interpretar o termo “reverso” com o sentido de outro lado da mesma coisa. Por isso entendi perfeitamente como seriam as jaquetas reversíveis do comercial da Tevah, uma roupa que se tu usar ao contrário não vai estar virada pois foi feita pra isso. Mas não entendi o Flash Reverso, que ao invés de ter super lentidão, tinha super velocidade,
igual ao Flash original, só que atuava do lado do mal. Eobard Thawne na verdade deveria ser chamado de Barry Allen reverso, possui os mesmos superpoderes mas com a índole oposta. Reverter também pode significar uma volta ao estado anterior; como quando uma condenação na justiça é revertida por instância superior, devolvendo ao réu o status de inocente. Algumas reversões, porém, são impossíveis. Não dá pra dessalgar a comida, depois de posto o sal. A quantidade vai ser aquela ou maior. O reverso pode ser um oposto, um avesso, um contrário, um retor-
quinho
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entrevero Para mim, cinema é entretenimento. Filme cabeça é para neurologista. Carlos Castelo
Se Átila, o Huno, fosse vivo estaria na Pastoral do Dízimo. Carlos Castelo Fiquei milionário com os meus fracassos. É que sempre vendi muito caro as minhas derrotas. Celso Vicenzi Médico antivacina é tipo padre ateu Madame T Há dois tipos de opinião pública: a que dá opinião e a quem dão opinião. Carlos Castelo O pior presidente da história brasileira enfrentará o melhor presidente da nossa história. Quem vencerá? Caco Bisol Aprendi a dar a mão à palmatória, mas só na presença de um bom advogado. Celso Vicenzi Cuidado: choque elétrico Não estamos vivendo uma polarização e sim um curto circuito. Schröder Vendo apartamento de frente para a pandemia, com vista para a H3N2. Carlos Castelo
Manifesto Camarões do mundo todo, uni-vos!!! Schröder
Epitáfios do poeta Hélio Ricciardi O pior aqui no Céu é que Deus, não tendo mulher, acha que a gente não precisa. O Céu para mim? Para o santo que fui o Inferno seria o prêmio. Aqui é muito pior. O tempo não passa, fica. Está bem que fosse feita a Sua vontade. Mas... e a minha? Citados pelo contista Sérgio Faraco
O homem veio do barro. E alguns continuam na lama. Celso Vicenzi A vida é boa, ruim é o preço das prestações. Carlos Castelo Tem partido que só falta exigir casa, comida e roupa lavada pra selar a aliança. Caco Bisol Com as redes sociais, nossa Literatura se tornou uma Epidemia Brasileira de Letras. Carlos Castelo
GGG
Se, depois dos 70, você não for uma biblioteca, passou tempo demais vendo TV. Carlos Castelo
Nunca se construiu tanta destruição na história desse país como de 2019 para cá. Carlos Castelo
Brasil. Idi Amin com 5G. Carlos Castelo
Identitarismo O homem morto foi dado como indigente. Não por ser negro. Mas por ser pobre. Por coincidência, a maioria dos pobres é negro ou pardo. Caco Bisol
Diálogo Querida, eu quero envelhecer com você! Mas querido, você já é velho… Caco Bisol
Traficantes e milicianos envolvidos com a política têm preferência por eleições viciadas. Celso Vicenzi
Superego A cobertura do esporte da RBSTV parece samba-enredo exaltação. É só “grandeza”, “riqueza” e tais e cousas para todo lado. Parece que estão falando da Champions League. Schröder
Vaidade Não ter vaidades é a maior de todas. Millôr Fernandes
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Segundo as pesquisas, se Ciro for pra Paris, Lula ganha no primeiro turno. Caco Bisol Hay desgobierno? Soy contra! Carlos Castelo
A falsa modéstia é o último requinte da vaidade. Jean de la Bruyère
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A modéstia é a vaidade escondida atrás da porta. Mário Quintana
26 Se não inventarem logo uma vacina contra estupidez, a humanidade morrerá estupidamente. Carlos Castelo Luta de classes é isso: o capitalismo resolve os problemas dos capitalistas. Caco Bisol
entrevero
A colaboradora do Grifo, Nahid Maghsoudi, do Irã, recebeu o prêmio de melhor cartum no Festival Internacional "Return", em Weimar, Alemanha, com este cartum:
Nesse Carnaval, as lágrimas vão rolar. Carlos Castelo Agricultor autoritário gosta de plantar sementes de ódio. Celso Vicenzi A semelhança entre uma livraria e um prostíbulo é que ambos vendem romances. Carlos Castelo
Nahid Maghsoudi também foi premiada na 21ª Bienal do Cartum de Humor e Sátira da Eslováquia.
Ironia é humor, sarcasmo é humor. Mas um genocida fazendo piada com nosso sofrimento é sadismo. Caco Bisol Se é verdade que Jesus voltará à Terra antes do fim do mundo, é melhor se apressar. Celso Vicenzi Os idiotas adoram abrir clubes. Carlos Castelo Meu legado Antes que um desnaturado tenha a ideia: não quero estátuas. Acho que não fico bem e a careca só fica legal no Lenin. Pessoas com menos de 1,75 m deveriam exigir revisão métrica do escultor ou modelador. Além disso estátua é a consagração de uma vida produtiva, verdadeira ou não. Acho que não mereço nem ao menos um busto ou mesmo uma miniatura, daquelas de colecionador, não consegui produzir ou convencer alguém que produzi o suficiente para uma estátua. Aceito uma caricatura do Edgar Vasques para botar no escritório ou um esboço do Santiago. Para quem acha que isto é modéstia, estão enganados. É puro exibimento. Schröder
O fundo da questão brasileira: nunca saímos do fundo. Carlos Castelo Se bem entendi o momento atual, o negócio funciona mais ou menos assim: o câmbio flutua, a classe média boia e o pobre afunda. Celso Vicenzi O último a sair apaga o SUS. Carlos Castelo
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Nunca menstruei. Mas, todo fim de mês, entro no vermelho. Carlos Castelo
O último a sair apaga o SUS. Carlos Castelo Só os alpinistas ainda conseguem acompanhar a escalada de preços. Celso Vicenzi
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entrevero
Mentalidade asinina: Só falam mentiras E odeiam vacinas.
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Não são só fúteis... São truculentos, Babacas e inúteis.
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Chega de bílis Agora é hora De muitos Chiles
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Bem alta, minha prima Me disse assim: É mais pra cima! Deu no jornal ”Justiça espanhola valida sexo oral como pagamento de dívida”
De dez em dez anos, o Brasil desmoraliza uma ideologia. Carlos Castelo
Uma mulher pediu ao ex-cunhado um empréstimo de 15 mil euros (R$ 100 mil). Combinaram que o pagamento seria 16 meses de sexo oral.
Pelo menos em relação a juízes envolvidos em crimes não dá para dizer que são foras-da-lei. Celso Vicenzi
Mas no final do prazo ele ainda quis receber dinheiro. O caso acabou no Tribunal Constitucional da Espanha, que decidiu 1) que, “desde que seja consentido”, sexo oral vale como pagamento de dívida; 2) e que a dívida estava paga. Um amigo meu disse que vai emigrar pra Espanha e viver de rendas... Sílvio Tendler Heinze pegou Covid de novo. Vai pra Rancho Queimado. Lá não tem casos de Covid. Nem hospital. Caco Bisol Por aqui, o contrário de burguês não é proletário, é pobre de direita eleitor do Bolsonaro. Carlos Castelo
A Itapemirim mal decolou e já caiu. Carlos Castelo Moro, vaidoso e burro tem alguma chance de superar o inominável: genocida e burro? Caco Bisol Brasil profundo Outro dia no Ceasa vi um homem ser muito grosseiro com a esposa. A moça da banca de verduras, que assistiu, falou: esse tem que matar aos pouquinhos. Sorriu.
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Lembrei do que contou uma amiga que trabalhava com agricultoras no interior do Maranhão. Elas apanhavam dos companheiros(?), e em resposta, elas envenenavam os companheiros(? ) com chumbinho na comida. Lentamente, mas funcionava. Não é apologia ao crime. Tampouco à violência doméstica. Caco Bisol
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Coisas da vida, irmão: Seio pra criança é comida. Pra adulto é diversão.
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Na TV, que emotivo! Defunto importante Tem enterro ao vivo!
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A palma de minha mão, Quem mais conhece, não minto, Não é outro se não meu pinto
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Do cérebro, só sai bosta. Da boca só sai bosta. Do fiofó, nada de bosta!
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Da obstrução cerebral, Todo mundo já sabia. A novidade é a intestinal.
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E não se esqueça: Camarão TAMBÉM tem Merda na cabeça.
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Que bicho comunista virá Depois da ema e do camarão? Será que é um tubarão? Mouzar Benedito
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artesdrásticas
bier