quartier
A sua referência nos Jardins ano 1 edição 3 t o r a
SE7E E
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DOSSIÊ VINHOS As dicas que um bon vivant precisa saber
entrevista
Consegui criar uma marca brasileira, autoral, sem pôr cocar na cabeça nem fazer estampa de arara
aDRIANA BARRA
e mais: restaurantes, baladaS, moda, compras, diversão, bem-estar...
4 Revista Quartier
Carta do Editor
EM BUSCA dO MELHOR
A
lto-astral! É com esse sentimento que preparamos os assuntos que traremos no decorrer das páginas de cada edição da Quartier, e, com o mesmo espírito, a equipe de arte se empenha em transformar todo o conteúdo que chega até você em “vitamina para os olhos”. Reparou que o título de nossa publicação ganhou estampas neste terceiro número? Elas foram cedidas a nós, exclusivamente, pela charmosa estilista Adriana Barra, nossa entrevistada da edição. Numa conversa descontraída, a artista abriu as portas de sua loja, ou melhor, de sua casa moderna, para nos receber com todos os mimos de que suas clientes estão acostumadas: bombons, paçoquinhas e pães de queijo quentinhos, e nos confidenciou que adoraria estampar a túnica do Cristo Redentor e que também não conseguiria lidar com o estresse de uma semana de moda. Convidamos a fotógrafa Joane Knaus para clicar Adriana Barra e também nosso editorial de moda, que traz o casal cheio de estilo Lívia e Fábio. Eles são modelos, moram nos Jardins e nos levaram para passear nos lugares de que mais gostam de frequentar, deixando as dicas muito bem recomendadas de cada um deles. Quando o assunto é recomendação, entra em cena a arte da enogastronomia. Passeando por nosso Quartier, notam-se várias casas importadoras de vinho, bem como restaurantes que preparam uma carta com os mais selecionados rótulos dessa bebida. Para quem ainda tem dúvidas sobre regras, acessórios e como desmistificar as harmonizações, nosso editor especial Carlos Costa organizou uma série de informações que há em torno do vinho, para que desperte o sommelier que existe em você. Outra reportagem desta edição também lhe faz um convite: buscar maneiras de equilibrar o corpo e a mente. A repórter Janaina Pereira mapeou a região e selecionou os spas e as academias que oferecem os serviços mais adequados para combater o estresse. Diminua o ritmo e faça suas apostas! Passeie ainda pelas nossas seções Gourmet e Diversão. Abriu nos Jardins uma nova brasserie com culinárias diversificadas; o bar Blá vem reunindo gente bonita e se transformando no point da região pela versatilidade de seu ambiente. Em julho se comemora o Dia da Pizza e selecionamos as redondas mais deliciosas do nosso pedaço. O espetáculo teatral A Vida que Pedi, Adeus, de Sérgio Roveri, que traz Aílton Graça no elenco, está tirando todo mundo do sério com seu bom humor, e, para quem curte música alternativa, saia da rotina e visite o democrático Studio SP, no Baixo Augusta, um lugar que inspira autenticidade.
Walquiria Botaro walquiria@editorase7e.net
4 Revista Quartier
Imagens Ilustrativas.
Informaçþes e Reservas: (19) 2117 8002 / 0800 727 69 25 www.diversaoquenaoacaba.com.br reservas@royalpalm.com.br
C O N S U LT E S E U A G E N T E D E V I A G E N S .
C O N S U LT E S E U A G E N T E D E V I A G E N S .
SE7E E d i t o r a
Diretor EXECUTIVO DOUGLAS MARQUES
Diretor de Criação Douglas marques Diretora Editorial WALQUIRIA BOTARO
A sua referência nos Jardins
Redação Diretora de redação WALQUIRIA BOTARO (walquiria@editorase7e.net) Diretor de Arte Douglas MArques (douglas@editorase7e.net) editor especial carlos costa (carlos@editorase7e.net) CRIATIVE RETOUCH FURIA Designers GABRIEL NIETO, Lygia Lyra Jornalistas AnDrea ROMANOV, RENATA DIAS e roDRIGO FAVRE Assistente-executiva beatriz dos santos silva Colaboradores CAMILA BORBA, CARLOS CESÁRIO, eduardo isola (cei - representante comercial), ÊNIO CESAR, FABIO COSTA, FURIA, Janaina pereira, JAQUELINE JANUZZI, JOANE KNAUS, JULIANA Borba, LEANDRO FLANDES e Melissa thomé
Publicidade Gerente de novos negócios roberto muller (roberto.muller@editorase7e.net) Executivas de conta alessandra vasques heloÁ bueno dos santos Para anunciar Ligue (11) 2614-4710 / 2613-6140 email (publicidade@editorase7e.net) Para se corresponder com a redação (quartier@editorase7e.net) Gráfica VOX
da
Quartier é uma publicação bimestral Editora Se7e (www.editorase7e.net) - Av. Paulista 2.006, cj. 1108 , Bela Vista, São Paulo (SP), cep 01310-200 - Tel . (11) 2614-4710
impressa na
6 Revista Quartier
Gráfica Vox, r. Dr. Rubens M eirelles, 71, são paulo (sp)
Sumário
gourmet 11
Culinárias diversificadas no novíssimo Colette “Fejuca” dos deuses no Ravello De tudo um pouco no Blá O jeitão de botequim do Ministro 1153 Os mínimos detalhes e a versatilidade do Chakras
EM BOA 18 COMPANHIA
Há sempre um ótimo vinho a ser descoberto e com ele um prato a ser harmonizado
MANUAL 24
Aspiracionais: sugestões que vão entrar para sua wish list Moda: o jeito casual e despretensioso de circular em nosso Quartier Melhor aposta: o estilo urbano e as peças handmade estão em alta
conversa 34
Adriana Barra Ela inventou a própria moda, criou uma identidade inconfundível para sua marca e despertou curiosidade até no exterior. Num bate-papo descontraído, Adriana diz que estamparia a túnica do Cristo Redentor e que usar estampa não é privilégio de quem é magérrima, mas, sim, de quem tem personalidade
diversão 40
Eclético: no Studio SP, música e cultura têm acesso livre Pai da fotografia: Imagens inéditas de Henri Cartier-Bresson em livro Em cartaz: Aílton Graça está na peça A Vida que Eu Pedi, Adeus Olhar para o novo: Fábio Cimino e Danilo Beltran, da Zipper Galeria
desacelere 44
Fuja da agitação e faça escolhas assertivas para manter-se em equilíbrio
ISTO É COOL 50
Enquanto isso, em nossas andanças pela região...
Revista Quartier
7
Colaboradores Ele previu a derrota de Collor nas eleições de 1989, fez doutorado na ECA e defendeu a tese “Por que a Playboy foi sucesso no Brasil e não na Argentina”. Filósofo, teólogo, mestre e doutor em Ciências da Comunicação, o jornalista Carlos Costa, sempre atuante por aqui, dispensa apresentações. Com ele, fala-se de tudo: política, música, cinema e também de... Vinhos! É dele a matéria Feitos um para o outro, em que discorre a arte da enogastronomia.
Joene Knaus tem duas paixões na vida: a fotografia e viajar. Quando se enveredou na profissão de fotógrafa, aspirava levar às pessoas a sua maneira de enxergar o mundo e o que estava acontecendo nele. Hoje, após ser assistente de grandes nomes da fotografia, entre eles Maurício Nahas e Bob Wolfenson, ela segue carreira-solo e ainda está encontrando seu caminho. São dela os cliques da entrevistada Adriana Barra e também do ensaio de moda. Tem o sonho de conhecer o mundo e a felicidade de trabalhar com o que gosta.
Rafael Evangelista estreia na Quartier clicando os stills da coluna Melhor Aposta. Já virou muitas noites dedicando-se aos trabalhos frilas que surgiam nos estúdios onde fazia assistência, para poder comprar os próprios equipamentos e, há pouco mais de um ano, ter seu estúdio com direito a bolachinhas e cafés para os clientes que solicitam seus trabalhos. Paulista, 29 anos, ele adora pedalar pelos parques Ibirapuera e VillaLobos, além de surfar. Diz que mata um leão por dia e que adoraria viver de arte.
Especializado em cabelo e maquiagem há mais de dez anos, o mineiro Carlos Cesário já produziu uma série de famosos, entre eles Cléo Pires, Renata Kuerten, Murilo Benício e Cauã Raymond. Quando não está dando suas pinceladas por aí, aproveita o tempo livre para fazer atividade física e pesquisar tendências de looks e referências. Nesta edição, ele foi o responsável por dar ares casuais aos personagens do editorial de moda. 8 Revista Quartier
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Gourmet
➥ docerias
/ / C a f é s / / r e s t au r a n t e s / / B a r e s / / pa da r i a s
Escondidinho de pato, mandioquinha e cogumelos, exclusividade do Colette
criativos
Divulgação
Com charme
inspirador
MODERNINHO CRIATIVO Com espírito jovem, o requintado Colette acolhe todos os paladares com uma paleta de sabores Por Walquiria Botaro
A charmosa casa da década de 40, localizada no número 1372 da Alameda Jaú, abriga um dos mais charmosos restaurantes de nosso Quartier, o novíssimo Colette. As obras da escritora Sidonie Gabrielle Colette (1973-1954) inspiraram os sócios Natasha e Nicolas Louckevitch a dar o nome à brasserie que oferece pratos com influências das culinárias brasileira, francesa e norte-americana. À frente da elaboração do menu exclusivo está a consultora gastronômica e chef Ana Soares, que criou sabores para agradar os paladares mais diversificados, e o responsável por colocar em prática cada uma das criações é o chef revelação Ricardo Fittipaldi (ex-MyNy Bar), de apenas 24 anos. Uma das recomendações do restaurante, entre as entradas, são os pasteizinhos assados, recheados com cogumelos e queijo brie; como prato principal, o escondidinho de pato, mandioquinha e cogumelos, e também o salmão-bernaise, com purê de abóboras, endívias douradas e tomates confitados. Entre as ricas sobremesas está a gateau mami, torta de amêndoas com creme ao café. Com uma área externa e dois andares, o Colette traz em sua decoração paredes rústicas, com tijolos à vista, e cores nos detalhes. O clima é convidativo tanto para casais quanto para jovens. / Colette Brasserie | Al. Jaú, 1372 | Tel.(11) 3061-5765
Os sabores brasileiros e a tradição da pâtisserie clássica estão unidos na La Vie en Douce, doceria que tem à frente das criações a chef Carole Crema. A loja oferece uma linha com mais de 30 tipos de doce, desde os mais tradicionais até as elaborações mais modernas. Para os amantes de brigadeiro, a confeitaria apresenta uma série de variações desse doce: de café, de Nescau, coberto com pistache, recheado com uva ou o de colher, que vem em minipotinhos para dar personalidade à criação. Aqui, degusta-se o chocolate quente, feito com cacau em pó extra brut 100%, que também pode ser levado para casa em potes de 250 g (foto). Aqueles que gostam de doces com frutas devem provar o casadinho de banana, o enlace de damascos ou a caixinha de maracujá. Todas as gostosuras trazem a personalidade de Carole, e é nos mínimos detalhes que se nota o envolvimento e a paixão dessa chef, que cria produtos deliciosos e de extremo bom gosto.
/ La Vie En Douce | R. da Consolação, 3161 | Tel. (11) 3088-7172 Revista Quartier
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Gourmet
Divulgação
Rica em sabores
inspirador
TEMPLO DOS SENTIDOS
O restaurante Chakras completa 8 anos com versatilidade e alta gastronomia Por Walquiria Botaro Tendas e camas asiáticas, guarda-sóis indianos espalhados pelo pátio e pelo mezanino, fonte marroquina e ambientes inusitados fazem do Chakras um espaço peculiar no coração de nosso Quartier. Com ares de oásis no meio da cidade, o restaurante foi concebido, realizado e decorado pelo paulistano Miguel Reis, que se apaixonou pelo Marrocos, em 1998, quando realizava uma viagem de carro que durou cerca de dois meses. Em clima tropical, o bar da entrada possui sofás ao ar livre, e o salão central, tem teto móvel que pode ser aberto nos dias de calor. Nesta casa vanguardista, há também várias atividades culturais: exposições de artistas plásticos, teatro, cinema, cursos e discotecagens. Assim como todos os detalhes, as trilhas que se ouvem por aqui são cuidadosamente selecionadas. / Chakras | R. Melo Alves, 294 | Tel. (11) 3087-8900
Lounge la suite
Com conceito de dorming restaurant, nesse espaço privado do Chakras podese dançar ao som de conceituados DJs e apreciar as refeições sobre almofadas e camas. Nesse ambiente, o chef Nilson propõe três menus degustação: Oriental, Europeu e à base de champanhe.
Toques marroquinos
Cores vibrantes e influência mourisca são características peculiares do Marrocos. O país desperta o fascínio dos turistas, desde pelo menos 1942, quando o longa Casablanca fez sucesso nas telonas. Marrocos surpreende pela diversidade de elementos naturais, pelos dias ensolarados e pela civilização. A beleza moderna se mistura com os traços antigos da cultura, e o cheiro de especiarias predomina no ar.
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Sour de cachaça
Apesar das características marroquinas e orientais da casa, a cozinha, simples e sofisticada, é contemporânea e sua gastronomia passeia pelas culinárias francesa e italiana. O chef Nilson cria menus sazonais, rápidos, saudáveis e aromáticos. Entre as entradas, destacam-se as vieiras grelhadas com nata de madioquinha glaciada na chicória; como prato principal, opte pelo exótico risoto de pato com favas verdes e ratatouille de pimentão. Se você for apreciador de massa, o restaurante também não deixa a desejar, a começar pelo conchiglioni recheado de ricota defumado e geleia de tomate. Para a sobremesa, a sugestão da Quartier é o suflê de chocolate Maya, servido com sorvete de menta. A casa oferece ainda requintada carta de vinhos e, entre os drinques, o sour de cachaça (foto) e o refrescante coquetel elaborado com abacaxi e kiwi.
Espaço para artes
Entre os ambientes vivazes do Chakras, está a IQ Art Gallery, espaço onde mensalmente são realizadas exposições de artistas plásticos. O local tem como objetivo promover trabalhos de revelações, além de artistas nacionais e internacionais consagrados no mundo da arte. Entre os curadores, já estiveram o multiartista Antonio Peticov e o crítico de arte Paulo Klein. Passam pela galeria em torno de 5 mil visitantes por mês, e, anualmente, chega a receber nove exibições.
originale
Novos sabores
cosmopolita
fotos: Divulgação
UM CHARME DE BISTRÔ O Bistrô Charlô surgiu em nosso Quartier com a proposta de ser um típico bis-
trô francês: aconchegante e de cardápio simples. Após 18 anos, a casa ganhou um novo chef, o francês Marc Le Dantec, que, aos poucos, foi introduzindo no menu receitas mais cosmopolitas, sem deixar para trás os pratos que haviam consagrado o restaurante, como o picadinho do Joël, o confit de pato e o bacalhau à bras. Já entre as introduções inovadoras de Le Dantec estão a lula crocante com mousseline de batatas e açafrão e legumes grelados (foto); tortelli de brie e pêra seca com sálvia e manjericão; e o carré de cordeiro com molho de hortelã, legumes assados e batata turraine. A carta de vinhos é extensa e variada, com rótulos argentinos, chilenos, neozelandeses, australianos, portugueses, italianos, espanhóis, franceses e também nacionais. Dos sócios Charlô e Maribel Whately, aqui impera o bom humor entre os habituês e o prazer em receber. Se o tempo estiver bom, aproveite o clima descontraído das convidativas mesinhas que ficam na calçada. Por Janaina Pereira / Bistrô Charlô | R. Barão de Capanema, 440 | Tel. (11) 3087-4444
o gastro-bar Ministro 1153, com jeitão de botequim, traz novidades da cozinha italiana em seu menu e carta de drinques. Em sua última viagem à Itália, Juscelino Pereira, sócio da casa, garimpou receitas e drinques de bares de diversas regiões, que agora estreiam no cardápio do Ministro. O ambiente também recebeu nova decoração, assinada por Nando Marmo. Drinques clássicos italianos agora fazem parte da carta do bar, como o tradicional Negroni e o Negroni Sbagliato, versão que combina Campari, Martini rosso e espumante. Para comer, as novidades são os crostinis de polenta, que podem ser apreciados em duas versões: a con salsiccia - fatias de polenta grelhada cobertas com ragu de linguiça (foto) - e a con gorgonzola e uvetta.
/ Ministro 1153 | Al. Ministro Rocha Azevedo, 1153 | Tel. (11) 3064-1153
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Gourmet
saborosos
Pura alquimia
deliciosa
SABOR BRASILEIRO
Imagine uma feijoada saborosa, bem temperada e com o feijão-preto no ponto certo... Não é de dar água na boca? Esse prato tradicionalmente brasileiro, e que aguça as papilas gustativas até mesmo dos estrangeiros que desembarcam em terras nacionais, é servido no aconchegante Ravello Restaurante, às quartas-feiras e aos sábados, com direito a música ao vivo nos fins de semana. A preparação é feita pelo chef José Dias, que está à frente da cozinha da casa há pouco mais de seis anos e diz que um dos segredos da feijoada do restaurante é o processo pelo qual cada etapa passa. “Os pertences são cozidos separadamente, para que fique mais light, e é no momento de escaldar que toda a gordura é extraída. Preparo o fundo com cebola, alho e bacon, para dar um gostinho caseiro à comida, e o sal não fica acentuado.” Nas panelas, os pertences ficam separados: paio e carne-seca, linguiça calabresa grelhada, lombo e costelinha, e os menos nobres, como língua, rabo e pé, ficam à parte. A farofa também tem fama na casa: “Preparo a farinha de mandioca com bacon, linguiça calabresa, cebolinha-verde e uma pitada de cúrcuma – tipo de coloral para dar cor à farofa”, conta o chef. Para acompanhar, ainda tem caldinho de feijão, torresmo cortado bem pequenininho, banana à milanesa, couve refogada com azeite e alho, bisteca grelhada, laranja cortada à francesa e o aperitivo inseparável desse prato, a caipirinha.
/ Ravello Restaurante | Al. Lorena, 473 | Tel. (11) 3051-3078 14 Revista Quartier
Instalada há mais de sete anos nos Jardins, pode-se dizer que a loja Bombay Herbs & Spices é o mundo ideal dos culinaristas que adoram se aventurar com ervas e especiarias. Especializada em temperos e pimentas, a casa abriu suas portas para atender à crescente demanda por tais produtos e, principalmente, esclarecer dúvidas sobre como e onde usar cada um dos condimentos, alguns típicos do Brasil e outros oriundos de várias partes do mundo. “Muitas pessoas são ávidas, por exemplo, por experimentar e conhecer pimentas. Além de saborosas, elas fazem bem à saúde, e, em nossa loja, oferecemos mais de 300 tipos de especiaria e de pimenta, sendo que, ao entrar, o cliente tem acesso a um guia prático pelo qual ele fica sabendo a respeito dos tipos de tempero que serão encontrados ali e onde usá-los”, conta o proprietário Nelusko Linguanotto Neto. As matérias-primas encontradas nessa casa aromática são na grande maioria importadas, minuciosamente pesquisadas por “Nelo” durante as constantes viagens que faz pelo mundo. Algumas das especiarias exóticas que podem ser encontradas aqui são cerefólio, funcho, galanga, segurelha, zimbro e mahaleb. Ficou em dúvida do que são e para que servem? Visite a loja e mergulhe em um universo de cheiros, misturas e sabores.
/ Bombay Herbs & Spices | Al. Ministro Rocha Azevedo, 856 | Tel. 3083-3999
AS MELHORES do PEDAÇO
No dia 10 de julho, comemora-se o Dia da Pizza, e consta no livro Retalhos da Velha São Paulo (1987), de Geraldo Sesso Júnior, que foi na região do Brás, bairro paulistano de imigrantes italianos, que as primeiras redondas começaram a ser vendidas, por volta da década de 50. Com o passar dos anos, a pizza passou a ganhar coberturas diversificadas e criativas. Somente em nosso Quartier há mais de uma dezena de casas que preparam combinações da tradicional à exótica, passando pelas elaborações doces dos pizzaiolos. Elegemos algumas delas que vão fisgar seu apetite. Por Janaina Pereira
Novo Sabor
Tem novidade na Prestíssimo: a pizza Sweet, que leva este nome por causa do tipo de tomate usado nela. Sobre o disco de pizza, molho de tomate fresco, mussarela de búfala, pesto de manjericão (sem alho e sem pignoli para ficar leve), tomatinhos sweet grape (menos ácido e mais doce que o tradicional) e folhas de manjericão fresco. (R$ 45 a grande). / Prestíssimo | Al.
Joaquim Eugênio de Lima, 1135 | Tel. (11) 3885-4356
A Tradicional
A pizza mais premiada de São Paulo fica bem pertinho do nosso Quartier: a Margherita, da Speranza, única do cardápio da tradicional pizzaria que não pode ser dividida com outra para que não haja mistura de sabores. A receita todo mundo conhece: são três ingredientes que representam as cores da bandeira da Itália: mussarela (branca), molho de tomates (vermelho) e manjericão (verde). (R$ 51 a grande).
/ Speranza | R. 13 de Maio, 1004 | Tel. (11) 3288-8502
Prima Donna
A pizza carro-chefe da Piola também pode ser considerada uma das mais criativas do bar/pizzaria: é a Arezzo, que leva mussarela, carciofini (coração da alcachofra), cogumelos-de-paris, tomate seco, azeitonas pretas e manjericão (R$ 56 a grande).
/ Piola | Al. Lorena, 1765 | Tel. (11) 3064-6570
fotos: Divulgação
Dal Mare
Junte cream cheese, fatias bem fininhas de salmão defumado e endro, acompanhados de molho à base de limão. Esta é a receita de sucesso da pizza Salmone, da 1900 Pizzeria, perfeita para quem gosta de uma pizza diferente e extremamente saborosa. (R$ 61,60 a grande). / 1900 Pizzeria | R. Barão de Capanema, 348 | Tel. (11) 3061-3125
Doce Pedaço
O Pedaço da Pizza, que, como o próprio nome diz, só serve a redonda em pedaços, e tem uma das melhores pizzas doces de nosso Quartier: a de chocolate com morango. A fatia de massa fica no forno por alguns segundos para chegar ao ponto exato de crocância. Depois é aplicada a receita caseira de creme de chocolate ao longo do pedaço, e, para finalizar, colocam-se suculentos morangos cortados. (R$ 6,30).
/ O Pedaço da Pizza | R. Augusta, 1463 | Tel. (11) 2597-2067
Revista Quartier
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Gourmet
à francesa
Fiel às origens
descolado
BOM DE PROSA
Um dos bares mais novos da cidade, o Blá tem atraído o público pelo seu espaço agradável e aconchegante, que lembra uma sala de estar, e também pela diversidade do que a casa tem para oferecer. A começar pelo teto forrado de lousa, onde são escritas receitas, letras de música e recados. Os ambientes são temáticos, como a biblioteca que abriga livros antigos, DJ que anima as noites da casa e, na varanda, mesinhas para o público fumante. O Blá conta ainda com lounge reservado para reuniões intimistas, uma vez que a região é rodeada de escritórios e agências de publicidade, e também com o anexo, espaço independente da casa para eventos – aqui já estiveram o cantor Sting e a banda The Killers. No horário do almoço, a casa oferece cardápio executivo, diferenciado a cada dia da semana, composto de entrada, quatro opções de prato principal e sobremesa. Às segundas-feiras, pode-se degustar risoto de carne-seca, queijo coalho, feijão de corda e cebolinha; às quintas um dos pratos servidos pelo restaurante é o nhoque de mandioquinha ao ragu de costela suína. Há também uma variedade de tipos de panini e salada. Ao cair da noite, o menu dá espaço para os finger foods, como o croquete de namorado com gengibre e as bruschetas – experimente a de brie e coulie de frutas vermelhas. Na carta de drinques, nada muito elaborado, a não ser pelas caipirinhas oriente, que leva saque, gengibre, mel, tangerina e hortelã, e pela exótica, com abacaxi, gengibre, manjericão e vodca. Cheio de gente bonita, o bar e restô Blá é sigla do endereço onde está localizado e sinônimo de conversa. / Blá Bar e Restaurante | Av. Brigadeiro Luís Antônio, 5003 | Tel. (11) 3052-2448 16 Revista Quartier
O primeiro bistrô Le Vin nasceu na Alameda Tietê, nos Jardins, há nove anos. Hoje conta com cinco casas (três em São Paulo e duas no Rio de Janeiro), sempre repletas de clientes fiéis. Criado pelo casal de restaurateurs Nancy Mattos e Francisco Barroso, com o objetivo de ser uma versão bistrô do sofisticado restaurante que eles possuíram em São Paulo – o Café Antique –, o Le Vin combina a clássica cozinha francesa com um ambiente descontraído e charmoso. O cardápio inclui sanduíches, tartines, saladas, massas, risotos e deliciosas sobremesas. Destaque para o Steak tartar com batatas fritas. Tudo isso vem regado a vinhos de uma carta muito bem elaborada, que privilegia os franceses, como um bom e autêntico bistrô. Logo do outro lado da rua está o Le Vin Boulangerie, onde são confeccionados artesanalmente pães variados, baguetes, croissants, focaccias, terrines e quiches, fresquinhos e prontos para serem levados para casa.
/ Le Vin | Al. Tietê, 184 | Tel. (11) 3081-3924
Instalado em um charmoso basement nos Jardins, em São Paulo, o Divine Wine Bar é o resultado de um intenso trabalho de pesquisa e parceria com pequenas importadoras, para trazer ao público vinhos de produção limitada, feitos com o cuidado e precisão que só um pequeno produtor pode oferecer.
Alameda Jaú, 1844 C, 11. 3063 3961 www.divinewinebar.com.br
vinhos
Feitos um para o outro
A enogastronomia celebra o “bem casado”: a harmonização do vinho com as tentações da boa mesa. A seguir, algumas recomendações de quem pratica essa arte POR Carlos Costa
Sem dúvida estava inspirado o salmista quando,
agradecendo a Deus por todas as maravilhas da criação, não se esqueceu de incluir a boa bebida: “Bendize, minha alma, a Jeová, pelo vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que o fortalece”(citação livre do Salmo 104).Vem dos tempos bíblicos o cuidado pela enogastronomia, e o próprio Cristo, no episódio das bodas de Canaã, atende à insinuação materna de que “havia acabado a bebida”, e converte água em vinho – e de qualidade melhor que a do servido antes. A esse velho amor pelo vinho acompanhado de boa comida hoje se dá o nome de enogastronomia, agora elevado à categoria de “arte de combinar a bebida com pratos bem executados”. Há quem diga que essa é a difícil tarefa, mas trata-se apenas de familiarização, experimentação e prática. Como ensina o sommelier Marcos Freitas, um dos proprietários do Tre Bicchieri: “É preciso deixar de lado a preocupação com o ritual e ir começando aos poucos”. Freitas recomenda para iniciantes o que chama de vinhos didáticos, mais leves e de bom preço, como alguns nacionais, argentinos e chilenos. “Conhecer um Pinot Noir, depois um Cabernet, ir tomando gosto. Numa etapa seguinte, provar vinhos italianos e franceses. E beber e degustar muito.” Com a experiência de quem começou a lidar com vinhos aos 17 anos no templo gastronômico que é o Restaurante Fasano, trabalhando sob a batuta de um ícone, como Manoel Beato, Freitas percorreu um longo caminho. Do Fasano, esse cearense que veio para São Paulo com apenas 3 meses de vida, foi para o Parigi e Revista Quartier
19
vinhos dali para o Gero, sempre estudando e viajando para conhecer mais sobre a bebida. Marquinhos, como é conhecido, aconselha a quem quer aprofundar os conhecimentos sobre vinhos fazer algum curso, participar de degustações com amigos. As sessões promovidas por associações como a ABS (Associação Brasileira de Sommeliers) ou os cursos da SBAV (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho) também abrem bons caminhos. “Hoje é bem mais fácil, com a internet. Quando iniciei, há vinte anos, não havia tanta oferta. Aprendi com as conversas com o crítico Saul Galvão, de saudosa memória, e sobretudo como assistente do Manoel Beato, um nome de respeito”, conta Freitas. Outra de suas sugestões é convidar amigos para ir a restaurantes e conversar com o sommelier, perguntar, pesquisar. Ele mesmo dá atenção e explicações quando um cliente do Tre Bicchieri mostra maior interesse. Tornou-se meio prática em São Paulo, ele conta, o cliente trazer um vinho que considera especial, e o restaurante cobrar apenas o “serviço de rolha”. Nesses casos, Marcos Freitas recomenda os pratos mais indicados para harmonizar com o vinho trazido. O Tre Bicchieri (três copos) é uma referência tanto à classificação dada pela revista italiana de enogastronomia Gambero Rosso, como ao trio de ex-funcionários do Grupo Fasano que criou a nova casa: Cid Simão, ex-gerente do Nonno Ruggero, o chef Rodrigo Queiroz e o sommelier Marquinhos, que vieram do Gero. Nessa nova e badalada casa, o cardápio alia receitas clássicas italianas com uma carta que destaca vinhos da região da Toscana, dos chianti e brunellos aos montepulcianos.
Temperatura, taças e acessórios ➥ temporizador Spyce
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Quebrar regras e inovar
Para Freitas, não há necessidade de seguir a ortodoxia clássica, que decretava que vinhos brancos acompanham peixes e os tintos são parceiros das carnes vermelhas. Ele até recomenda ousadias, buscar novidades de paladar. “No caso do peixe, a harmonização depende também do molho, de sua espessura. Se tiver pimenta e queijo, poderia recomendar um Dolcetto D’Alba, que é um tinto de corpo médio e aroma frutado, ou um Pinot Noir, menos estruturado, ou até mesmo um rosé”, diz. O vinho rosé é também uma das recomendações de Carlos Ribeiro para acompanhar pratos servidos em seu restaurante-escola Na Cozinha, como o pato com tucupi, o barreado ou o baião de dois. Mestre e doutorando pela Universidade de São Paulo, professor de cursos técnicos e de pós-graduação da Escola de Hotelaria e Turismo de São Paulo (Hotec), 20 Revista Quartier
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➥ decanter Spyce
R$ 20,90
A temperatura correta de serviço dá ao vinho condições para mostrar suas características. Os brancos e espumantes devem ser servidos frios, pois uma de suas características são o frescor e a acidez, que casam bem com baixa temperatura. Os brancos caem melhor se estiverem em torno de 6 a 10 graus. Os tintos ganham quando provados com uma temperatura entre 15 e 20 graus. Em tempos de muito calor, convém deixar que se esfriem um pouco na geladeira, caso contrário a exalação de álcool ficará forte, mascarando alguns aromas. Quanto às taças, faça muita economia. Embora se possa fazer uso até de um copo de vidro de extrato de tomate, o vinho merece atenções. Escolha a taça adequada para tinto ou branco, numa boa loja de vinhos (veja indicações no item 8 do quadro “10 boas ideias para ir além”). O importante é que o copo tenha parede e bordas finas, de cristal transparente e sem lapidações, para permitir a análise visual do vinho. O pé deve ser longo, para que, ao segurar a taça, não se transfira o calor das mãos para o líquido. E boca mais estreita que o bojo, para permitir que o ar entre em contato com o vinho, acondicionando seus aromas. Esse formato permite que se gire a bebida na taça, para liberar seu buquê, sem entorná-la. Saca-rolha: use uma faca para cortar a cápsula, antes de usar o saca-rolha. Passe um pano úmido sobre a boca da garrafa e use o saca-rolha de preferência com rosca sem-fim. Diante dos diversos tipos e modelos em oferta nas lojas especializadas, escolha o que parecer de mais fácil manuseio. Decanter: já estamos entrando no campo das preciosidades. Sua finalidade, como foi explicado na reportagem, é permitir que o vinho tinto entre em contato com o oxigênio, despertando seus aromas após o tempo encerrado na garrafa. Vinhos jovens podem melhorar, pois essa respiração acelera seus encantos. Justamente por isso evite deixar um vinho muito antigo em decantação, pois ele pode perder muito de seus aromas.
Roteiro básico de harmonização
para não cometer equívocos na hora de servir bem, algumas dicas são sempre bem-vindas
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Carne branca, grelhada ou em molho leve, pode ser acompanhada pela mesma receita: um branco mais estruturado, Sauvignon Blanc ou Riesling, ou um tinto jovem e menos complexo, como o Pinot Noir e Merlot. Se for preparada com molho forte, prefira um tinto médio, como um Cabernet Franc, Merlot ou Malbec.
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Carne vermelha, com molho mais leve, pode ser combinada com tintos Cabernet Franc, Merlot, Carménère e Pinot Noir; já um carneiro ou cabrito, ou uma carne assada com molho mais pesado, podem ser acompanhados por um Cabernet Sauvignon, Malbec ou Shiraz.
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Massa depende basicamente do tipo de molho. Molho leve ou branco pede a companhia de vinho branco maduro ou tinto jovem, menos encorpado. Ou seja, Sauvignon Blanc, Riesling, Gewürztraminer (brancos) ou Pinot Noir, Carménère ou Merlot. Molhos mais condimentados, com carne e tomate, combinam com tintos Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Merlot e Shiraz.
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1
Peixes e frutos do mar grelhados ou com molho leve podem ser combinados com espumante seco ou branco frutado jovem ou levemente maduro, como Chardonnay, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer. Com molho mais forte, convém um vinho branco maduro ou rosé, ou mesmo um tinto jovem, como o Carménère ou Pinot Noir. Já uma bacalhoada pode ser acompanhada por um branco mais encorpado ou um tinto leve. Ou, como dizia Eça de Queirós, escolha o seu tinto preferido, pois ele advogava que “bacalhau não é peixe”. 2
3
Sobremesa: se a proposta é uma torta doce ou bolo, um vinho de colheita tardia (late harvest), tipo Sauternes, faz boa combinação. Se for queijo e frutas, se o queijo for encorpado, do tipo gorgonzola ou roquefort, o mesmo vinho doce é a recomendação. Em princípio, a sequência em uma refeição de muitos comensais vai dos brancos aos tintos, do mais leve ao mais encorpado, do mais simples ao mais complexo, do seco ao doce . 4
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Revista Quartier
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vinhos Ribeiro já levou seus conhecimentos para alunos de instituições como Anhembi Morumbi, Faap e Senac. Em seu atelier-restaurante da Haddock Lobo, ele promove neste mês de julho um curso de harmonização de pratos da cozinha regional brasileira com vinhos do sul, como os da Casa Miolo ou da Salton. Será uma bela experiência aprender a harmonizar o baião de dois com mignon e crocante de castanha de caju, ou uma sopa de abóbora e gorgonzola, com galinhada com pequi e flan de milho verde [leia o tópico 5 do quadro “10 boas ideias para ir além”]. Há em torno do vinho uma série de agregados com pesos específicos. Os abridores, os copos, os “decanters” e baldes. Mas nem tudo é tão estrito como rezava a antiga liturgia. Os copos sem dúvida são elemento importante na prova de um vinho, pois fazem com que a bebida ganhe mais presença. Mas sem exagero, recomenda Freitas, pois a tendência hoje é utilizar taças de tamanho menor, menos grandiosas. “Provamos vinhos em copos diferentes e deu para notar que faz diferença. Copos maiores, aqueles meio teatrais, atrapalhavam um pouco a movimentação dos pratos e até a conversa. A tendência agora é escolher uma taça menor”, aconselha. Até a decantação, segundo ele, é cada vez menos recomendada. A finalidade de decantar é permitir que o vinho entre em contato com o oxigênio e “acorde” depois de alguns anos fechado na garrafa. Mas isso pode ser considerado pular etapas, sobretudo
10 ideias para ir além
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Sintonizar, sábado às 13 horas, o Adega Musical, na rádio Eldorado (FM 107.3). Apresentado pelo sommelier Manoel Beato, o programa traz sugestões de vinhos com boa música. Tem reprise às segundas, à 0h.
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Fazer um curso na SBAV (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho). Em julho há o Curso de Formação e Introdução ao Mundo do Vinho oferecido todos os sábados, a partir das 19h30. A confraria realiza também degustações e jantares. Confira no site www.sbav-sp.com.br/
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3
Dar uma conferida no Divine Wine Bar (Alameda Jaú, 1844, tel. 3063-3961). Com o lema “descomplicando o vinho”, esse bar de degustação busca simplificar o mundo dessa bebida. No menu, mais de 50 rótulos entre brancos, tintos, rosés e espumantes de pequenas vinícolas. Um dos destaques é a máquina Enomatic italiana, que permite ao cliente servir-se
de uma série de vinhos da carta. Para acompanhar, um menu de comidinhas e tábuas de queijos e frios, entre outras sugestões.
catalão imperdível). O Tre Bicchieri fica na Rua General Mena Barreto, 765, Itaim, tel. 38854004.
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5
Ir ao Tre Bicchieri e ouvir as histórias e considerações do expert Marcos Freitas. Pode até levar o próprio vinho que o Marquinhos garante indicar os melhores pratos que vão valorizar a sua descoberta enológica. Do contrário, deixe por conta desse mestre a indicação do prato e do vinho (ele poderá sugerir um Castello di Ama, um vinho especialíssimo da Toscana, ou um belo Raimat Tempranillo, vinho
Inscrever-se nos cursos de harmonização promovidos pelo professor Carlos Ribeiro em seu Restaurante e Escola de Gastronomia Na Cozinha (Rua Haddock Lobo, 955, tel. 3063 5374). Agora em julho haverá uma ousada proposta de harmonização de pratos regionais, como uma sopa de mandioquinha com mel; baião de dois com mignon e crocante de castanha
de caju, com manjar de coco com ameixas; ou um caldinho de sururu com torradas de dendê, peixe grelhado com purê de inhame e creme brulê de banana; ou ainda uma sopa de abóbora gorgonzola, galinhada com pequi e flan de milho verde. Tudo com a participação dos sommeliers Josylene Silveira e Henrique Lima, num casamento com os vinhos Miolo, Salton e de importados trazidos pela Ana Import. Caso não possa participar de todo o curso, o Restaurante e Escola de Gastronomia Na Cozinha também aceita dar aulas avulsas.
a Chardonnay, “Rainha das Uvas Brancas”, proporciona vinhos ricos e bem estruturados e se adaptou bem em várias regiões vinícolas no caso de vinhos de longa data. “Um vinho de 1963 jamais deveria ser decantado, pois isso aceleraria demais o processo. Melhor mesmo é servir na própria taça, deixar que o vinho vá aos poucos recobrando seus encantos.” A praticidade parece mais importante do que a cenografia. A taça ISO, utilizada em degustações tanto de brancos como de tintos, é uma boa sugestão [leia o quadro “Temperatura, taças e acessórios”].
Os tipos de uva
As uvas apropriadas para a elaboração de vinho são as chamadas viníferas. Embora muitos iniciantes louvem “aquele gostinho de uva” encontrado em algumas marcas mais populares (e nada contra quem prefira esse tipo de vinho), essa não é uma propriedade da bebida considerada nobre. Há uvas brancas, tintas e rosés. Vinhos tintos são elaborados com uvas tintas, e suas propriedades vêm da casca que permanece durante a fermentação e lhe dão o “tanino” e a coloração. Presente na casca, nas semen-
6
Almoçar no Tappo Trattoria (Rua da Consolação, 2967, tel. 3063-4864) e conversar com Daniela Bravin, gerente e sommelière da casa, além de responsável pela carta de vinhos do Ici Bistrô. É conversando que se aprende.
7
Procurar e ler livros e revistas especializados e analisar colecionáveis nas bancas. A Quartier
recomenda o livro Como Degustar Vinhos, de Jancis Robinson, lançado recentemente pela Editora Globo, e o Guia Ilustrado Zahar de Vinhos do Mundo Todo, da Editora Zahar.
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Reserve um tempo para visitar algumas importadoras, como a Adega World Wine (Rua Estados Unidos, 1390, tel. 3085-3055); a Grand Cru (Rua Bela Cintra, 1799, tel. 3062-6388); a Mistral Importadora Ltda. (Rua Rocha, 288, tel. 33723400, na Bela Vista), com ótimas ofertas de vinhos, taças, abridores, decanters; a Expand, com lojas no
tes e engaços, o tanino, como o açúcar da uva, passa por um amadurecimento e perde sua agressividade, tornando-se macio e sedoso. É essa propriedade que faz esse vinho ser recomendado por cardiologistas. Quanto mais grossa a casca da uva tinta, mais encorpado o vinho – caso das uvas Cabernet Sauvignon, Tannat e Merlot. Já as de casca mais fina resultam em vinhos menos encorpados e de textura mais delicada, como os Pinot Noir, Carménère e Gamay. A Chardonnay, “Rainha das Uvas Brancas”, proporciona vinhos ricos e bem estruturados, e se adaptou bem em várias regiões vinícolas do mundo. Outras brancas são a Sauvignon, que permite vinhos secos, a Riesling renana, com forte marca e acidez, a Chenin Blanc, a Sémillon, a italiana Barbera, de alta produtividade, e a Gewürztraminer, da região da Alsácia, bastante aromática. Já os vinhos rosés podem ser produzidos com uvas dessa procedência ou da mistura de uvas tintas e brancas. E há ainda o “Blanc de noir”, o vinho branco produzido com uvas tintas: basta para isso que a casca não seja incorporada na fermentação. Pois, como se disse, é a casca que dá a cor e o tanino do vinho tinto.
Empório Santa Maria (Avenida Cidade Jardim, 790, tel. 2102-7700) e no Vila Távola (Rua Treze de Maio, 848, tel. 32624292); ou ainda a Enoteca Fasano (Rua Amauri, 255, atendimento on-line e televendas: 3074-3959; e os bons vinhos da Ana Import, nos seguintes endereços: Toque de Vinho (Rua João Moura, 531, tel. 3083-2669), Villa Grano (Rua Wizard, 498, Vila Madalena, tel. 38174695) e Winepro (Avenida Cidade Jardim, 976, tel. 2609-2823).
9
Na próxima ida ao supermercado, passeie
com calma pelas gôndolas de vinho, para que você se familiarize com as ofertas de rótulos nacionais e importados. Alguns endereços da rede Pão de Açúcar surpreendem
pela qualidade de algumas ofertas. O Supermercado Sondas, da Avenida Francisco Matarazzo, e o Hipermercado Zaffari, do Shopping Bourbon, também costumam ter ótimas sugestões e promoções.
10
Acionar a internet e visitar alguns sites e blogs. Entre os recomendados, comece por : www.carloscabral.com.br www.sbavsp.com.br www.someliers.com.br/ index2.htm, www.abs-sp.com.br/ conteudo/page_cont_1. asp
Revista Quartier
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Manual
➥ M o da
& Ac e s s ó r i o s / / C a s a & D e c o r aç ão / / B e m -v i v e r
➥ TELINHA NOSTÁLGICA Antenas, botões e ajuste em P&B ou sépia fazem do modelo Série 1, da LG, uma verdadeira viagem no tempo. A televisão de 14” possui design retrô, inspirado nos modelos da década de 60, e dá um toque saudosista e moderno ao ambiente. Quem não abre mão da comodidade dos dias atuais, pode ficar tranquilo, pois o televisor vem com controle remoto, sleeptimer e relógio. Os pés são removíveis, tornando o aparelho adaptável a qualquer ambiente da casa. / Lojas Americanas | R$ 499
ECODESIGN ➥ PARA iPHONE
❦
lha Escoditor do e
Deixando de lado as tradicionais proteções de silicone, os designers Tatiana Sobral e Lucio Kanonenko criaram o BooCase, case para iPhone produzido artesanalmente de bambu. Os objetos da dupla de artistas são feitos de madeiras ecológicas, biodegradáveis e cheios de estilo, com design que permite total acesso a todos os controles do aparelho. O case traz estampas criadas pela Casco Objetos. / Casco Objetos |
a partir de R$ 89
➥ ESTILO TROPICAL Algumas bebidas ficam ainda mais irresistíveis quando servidas em recipientes cheios de estilo. É o caso das Taças Abacaxi, que vêm em múltiplas opções de cor e dão uma atmosfera light na arte de receber bem.
/ Tania Bulhões | R$ 59 (cada uma) 24 Revista Quartier
HIT MUNDIAL ➥
O novo hidratante labial da Clinique tem causado frisson entre as mulheres. Com embalagem em formato de bastão, que mais parece giz de cera, o Chubby Stick promete uma fórmula altamente hidratante e nutritiva que, além de deixar os lábios com textura e brilho naturais, os protege com um mix especial de manteigas, óleos e antioxidantes. / Onofre | R$ 75
➥ POLTRONA COM ENREDO Quem é fã de HQs pode acrescentar à sua coleção uma peça decorativa cheia de atitude. Com uma mistura ousada de estilo barroco e irreverência, a Poltrona em Quadrinhos é da marca alemã Kare que desembarcou há pouco tempo em nosso Quartier e trouxe na bagagem um portfólio com mais de mil peças de diferentes estilos e para todos os gostos. / Kare | R$ 5.800
PREPARO GOURMET ➥ Precisão, perfeição e tecnologia são as palavras de ordem da grife alemã Krups, que traz para o Brasil o Cappuccino XL20. O aparelho tem três receitas pré-programadas para um perfeito resultado na preparação do leite, e a quantidade de espuma e a temperatura são ajustadas para cada uma delas. Possui revestimento antiaderente, tampa antivazamento e desligamento automático no fim da preparação. / Raul’s | R$ 399,99
➥BRINQUEDO DE HOMEM
O futebol de mesa, popularmente conhecido como totó ou pebolim, tornou-se uma simpática miniatura que pode ser usada como peça decorativa para os amantes desse jogo. Com estrutura de madeira e metal, o jogo vem com jogadores de plástico, marcadores de pontuação e bola. Apesar de ser miniatura, claro que, nas horas vagas, é possível convocar os amigos para uma partidinha rápida.
/ Pulepuxe | R$ 146
Revista Quartier
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Manual
ensaio
Banca de jornal Onde: R. Padre João Manuel, 865 Por quê: “Sempre procuro
estar atento às revistas de moda, por se tratar de uma das minhas áreas de atuação. Gosto de me manter informado a respeito dos editoriais que faço e também das produções que participo. Além disso, como produzo e dirijo filmes, gosto de entender o que tem sido falado no mercado cinematográfico”. Experiência: “Não há muitos títulos especializados em cinema no Brasil, então, eu costumo dar preferência à revista Movie”.
Lifestyle o diretor de curtas fábio delai e a produtora executiva lívia gabriel, vivem, trabalham e se divertem em nosso Quartier... o casal de modelos leva seu estilo para passear nos lugares onde são habituês fotos Joene Knaus
ElE BLUSA, RESERVA JEANS, ARMANI EXCHANGE TÊNIS, RESERVA Ela JAQUETA, KHELF VESTIDO, SINISTRA SAPATOS, LILLY’S CLOSET
Livraria da Vila Onde: Al. Lorena, 1731 Por quê: “O lugar é aconchegante e, nos
dias frios, torna-se um refúgio cultural”. Experiência: “Estudo moda e gosto de Yves Saint Laurent. Já modelei para a marca e minha última aquisição na livraria foi a biografia Saint Laurent, A Arte da Elegância, de Marie-Dominique Levièvre”.
Temakeria e Cia Onde: R. Oscar Freire, 507 Por quê: “Além de ser
perto de minha casa, o preço é bem acessível, come-se muito bem, e o salmão desse restaurante é maravilhoso”. Experiência: “Quando quero comer algo rápido e gostoso, escolho o temaki temakeria hot roll, que vem com empanado de kani, cream cheese e salmão com molho tare”.
Lanchonete da Cidade Onde: Al. Tietê, 110 Por quê: “Gosto do clima do
ambiente. A casa remete às lanchonetes antigas das décadas de 50 e 60, e é um dos poucos lugares que consigo comer um hambúrguer vegetariano, já que não como carne”. Experiência: “O de sempre é o quitandinha, hambúrguer vegetariano com mix de cogumelos, legumes grelhados e especiarias, coberto com mussarela de búfala, tomate caqui, rúcula e pesto de manjericão, no pão preto. Para acompanhar, batata rústica e suco de tangerina. Muito bom!”.
Ela BLUSA, SINISTRA SHORTS VELUDO, BILLABONG CINTO, SINISTRA SAPATOS, LILLY’S CLOSET ElE CARDIGÃ, RESERVA CAMISA, LEVI’S JEANS, ARMANI EXCHANGE TÊNIS, RESERVA
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Sorveteria Bacio di Latte Onde: R. Oscar Freire, 136 Por quê: “Morei muito tempo em
Milão e os sorvetes que encontro aqui são os que mais se aproximam daqueles que eu consumia na Itália, uma maneira de resgatar boas lembranças”. Experiência: “O sorvete de limão e o de chocolate belga são os meus preferidos”.
ElE JEANS, Armani Exchange TRICÔ, RESERVA TÊNIS, RESERVA ElA TOP, Element JEANS, Alexandre Herchcovitch SAPATOS, Lilly’s Closet TEXTO: JAQUELINE JANUZZI PRODUÇÃO DE MODA: CAMILA E JULIANA BORBA BY SISTAMODÉ MAKE/HAIR: CESÁRIO ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: fabio costa
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Suplicy Cafés Especiais Onde: Al. Lorena, 1430 Por quê: “Costumo
andar muito a pé. É perto de onde eu trabalho e, como vivi quase sete anos em Paris, do fim de 2002 até o início de 2009, estar em cafeterias me remete a essa época”. Experiência: “Minha bebida preferida é o chai latte, chá preto com especiarias e leite vaporizado”.
Manual
➥ Cachecol
melhor aposta
Total
➥ Malha roxa mista Emporio Armani
de algodão bicolor Sergio K R$ 99
R$ 1.399
comfort
Estilos sóbrios e cosmopolitas invadem a cidade para mostrar que, enquanto as temperaturas estiverem baixas, o estilo urbano estará em alta. Peças handmade e com design singular roubam a cena, conquistando as ruas de nosso Quartier. Por Melissa Thomé
➥Colete
de tear Lolita
R$ 1.606
➥ Cinto de
Ele
A aposta é o look que privilegia os ares europeus. A cor da estação, sem dúvida, é o roxo, e os pés pedem conforto; então, a dica é optar por calçados do tipo mocassim. Em volta do pescoço, um cachecol afiançando o charme e o aconchego quando a temperatura está mais baixa.
➥ Camisa
de algodão Iódice R$ 189
➥ Camiseta manga
couro trançado Melina
longa de viscose Melina R$ 119
R$ 119
Calça de ➥ veludo cotelê cinza The North Face R$ 159
➥ Legging
➥ Capa
➥ Bolsa de
estilo jeans Mulher Elástica
para iPad de couro alemão Montblanc
couro azul com detalhes em couro metalizado Silvana Bedran
R$ 115
R$ 1.150
R$ 580
➥ Bota de
couro com fivelas e solado de borracha SAAD R$ 1.250
Ela
O hit parade da estação é a legging jeans, e você pode apostar todas as suas fichas nela. Para arrematar a produção, invista no colete de tear, mais rústico. O mix entre essas peças pede uma bolsa colorida e uma bota estilosa, acessórios que descontraem o visual.
➥ Mocassim de camurça Sergio K R$ 297
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Publi Editorial
mix jardins
CHEIOS DE REQUINTE
Exclusividade é o que Susie Rubin oferece. A loja, que possui mais de 500 produtos diferenciados, recebe ainda encomendas sob medida de peças para mesa e lavabo. / Susie Rubin | Al. Lorena, 1580 | Tel. (11) 3081-9219
PARA SE DELICIAR
Com cardápio diferente a cada dia e tudo muito bem selecionado, o Anis oferece, além de refeições balanceadas, café orgânico e drinques gelados, num charmoso ambiente. / Anis Restaurante | R. Padre João Manuel, 889 | Tel. (11) 3062-3274 | www.anisrestaurante.com.br
YES YOU CAN!
Na empresa, ou particularmente, a professora Berenice Wurmbrand dá todo o suporte necessário para que o seu inglês fique afiadíssimo. Método intensivo e horários especiais. / BW Cursos e Versões | teacher_berenice@zipmail.com.br | Tels. (11) 8512-7842 ou 9774-7674
SAFRAS FRANCESAS
O MUNDO EM XÍCARAS
Experiência! Essa é a palavra-chave do Tea Connection, que serve mais de 18 tipos de chá, sem corantes, advindos de várias partes do mundo. No cardápio, comidas naturais e saudáveis. / Tea Connection | Al. Lorena, 1271 | Tel. (11) 3063-4018 | www.teaconnection.com.ar/brasil
Excelentes vinhos franceses são encontrados na importadora Cave Jado. Eles se destacam pelas uvas originais e pelos grandes produtores, como Thierry Germain e Marc Valette. / Cave Jado | R. Dr. Amâncio de Carvalho, 212 | Tel. (11) 2478-2001 | www.cavejado.com.br
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Cristina Doretto faz um convite para que você se torne uma representante da marca de cosméticos que mais cresce no mundo! Seja uma mulher de sucesso e mude sua vida pessoal e profissional. / Cristina Doretto | empreendedora.beleza@ gmail.com | Tel. (11) 8315-8853
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CONVERSA
34 Revista Quartier
Assim como suas criações, Adriana Barra tem personalidade forte, alto-astral e encanta a todos com a maneira que tem de inventar a sua moda Por Walquíria Botaro
fotos Joene Knaus
UMA AUTÊNTICA
DESIGNER Foi despretensiosamente que a londrinense Adria-
na Barra, 37 anos, despontou no universo da moda. Conhecida por seus longos vestidos com criativas e coloridas estampas, a marca que leva seu nome traz peças femininas, românticas, cheias de estilo e com influências de tradições antigas da Europa. O mundo colorido dessa designer, que se tornou referência em bom gosto, já chamou atenção de famosos, como Sofia Coppola e Tom Ford. Quem entra em sua casa, localizada no número 1243 da Alameda Franca, logo entende por que Adriana considera o espaço onde vende suas peças muito mais do que uma loja. Ali, enquanto se mergulha nas fabulosas criações dessa artista, experimentam-se bombons, paçoquinhas e pães de queijo que saem do forno da própria cozinha da casa. Há quase um ano, nesse mesmo ambiente, Adriana inaugurou no segundo piso o Picnicdric, um lugar com chão de grama sintética, flores e casinhas de boneca que abriga mais de 500 vidros de esmalte de marcas como Dior, Zoya, OPI, entre outras desejadas. Nesse bate-papo exclusivo com a Quartier, Adriana conta sobre sua trajetória, como é o processo criativo de sua incomparável estamparia, quais são seus artistas de cabeceira e por que até hoje não a vimos desfilar em uma semana de moda nacional.
Revista Quartier
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CONVERSA Você estudou moda, mas morou em Florença, na Itália, onde cursou design de interiores. Em que momento foi o divisor de águas entre moda e decoração? Na verdade, o universo conspirou a favor da moda. Ainda na faculdade, meu trabalho começou a fazer sucesso e pensei comigo: “Vou me enveredar para o lado da moda e depois migro para o design de interiores”. Fiz um vestido para mim, que usei em um casamento, e uma amiga pegou essa peça e colocou num editorial da Elle, em página dupla. Acabei então tendo de arrumar, em um mês, um lugar e um telefone, e isso se transformou em minha primeira loja, ainda na Rua Peixoto Gomide. Com o passar do tempo, as estampas em minhas coleções ficaram mais fortes, mas foi a imprensa que viu isso em mim e não eu.Três ou quatro meses depois que eu abri a loja, a jornalista Joyce Pascowitch, que estava na revista Época, publicou uma foto minha como sendo a rainha das estampas. Sempre tive vontade de fazer algo e o segmento de roupas deu muito certo. Eu não me considero estilista... Não fico vendo tendência, nem revistas de moda, e, com o tempo, descobri que ao focar em design de interiores não se lê apenas “decoração”, é muito mais do que isso. Mas ainda tenho vontade e luto para fazer algo na área.
acabo lançando minha coleção pouco antes do que as outras marcas, mas, praticamente, na mesma época. Enquanto algumas chegam com novidades no meio de março, eu já difundi as minhas quase um mês antes. Idealmente, quando se lança uma coleção, a próxima deveria ser pensada na sequência, mas isso não acontece comigo. Trabalho bloco a bloco e há criações minhas que saem 20 dias antes de chegar à loja. Como sou dona da minha marca e do meu nariz [risos], tenho um ritmo que é meu.
Seu trabalho tem uma identidade forte, isso é resultado de pesquisa? Como é seu processo criativo? Hoje em dia, até pela falta de tempo da própria moda, essa pesquisa ficou meio visceral e intuitiva. Gosto de coisas diferentes e me inspiro nas viagens que faço e também no que vejo, então, todo o meu processo criativo parte disso. A moda não permite muito tempo de criação, é rápida e com isso preciso respeitar minha intuição. Sou livre e tenho uma equipe que me ajuda a pensar nas coleções. Fiquei famosa pelos meus vestidos longos, e, com eles, é como se eu tivesse uma tela inteira para pintar minhas estampas. Amo fazê-los.
Depois que você define sua estampa, como é sua pesquisa de material? Sou apaixonada por materiais naturais, pelas fibras e pela seda.Tenho usado muito o crepe de chine em minhas peças, porque é um tecido belo, tem brilho e um caimento incrível. Praticamente 80% da minha coleção será feita com esse tecido.Também gosto de fazer experimentações até mesmo com malharia, mas meu forte são as fibras naturais e a seda.
O ciclo de uma coleção para outra é muito curto. Você segue o calendário das semanas de moda nacional ou tem um próprio? E com quanto tempo de antecedência você define suas coleções? Tenho uma visão de loja, então 36 Revista Quartier
A moda não permite muito tempo de criação, é rápida e com isso preciso respeitar minha intuição
E quais são seus lugares de inspiração? Já criei nas situações mais inusitadas possíveis e acredito que eu criaria super bem se eu não tivesse de fazer tudo que faço e ficasse isolada numa praia. Às vezes, eu tenho de criar em 30, 40 minutos uma estampa, porque tive um insight, mas também chego a levar quatro dias. Tenho que andar com meu laptop para cima e para baixo, literalmente. Há momentos em que faço muita coisa, e outros que quero dirigir alguém
para fazer o que está em minha cabeça, e tem horas que faço os dois. Não tenho rotina, o processo de criação vai acontecendo. Eu até gostaria de ter, adoro ser dirigida por minha equipe, e espero, por exemplo, que me digam: “Você tem até tal dia para fazer”. De repente vem o insight e eu faço... Chego a criar cerca de 10 estampas em um dia.
Quais são seus artistas de referência? Nossa, seria capaz de escrever uma página inteira só sobre isso... São infinitos artistas que eu admiro, mas que não necessariamente me servem de referência. Admiro Ossie Clarck & Celia Birtwell, Barbara Hulanicki, Cardin, Courrèges, Hedi Slimane, Cristobal Balenciaga, Paul Smith, Robert Capa, Richard Avedon, Araki, Walt Disney, Jim Morrison, Simone du Beauvoir, Marcel Wanders, Terence Conran, Ingo Mauer, Jean Prouvé, Sottsass, Peter Greenaway, David Lynch, Abbas Kiarostami, Bill Viola, Gary Hill, Chéri Samba, Picasso, Calder, Chagall, Chapman Brothers, Pollock, Francesco Clemente, Basquiat, Karl Lagerfeld em todos os sentidos... Adoro de paixão o Marcelo Rosenbaum e os Gêmeos, assim como Beatriz Milhazes, Tarsila do Amaral, Adriana Varejão, Nina Pandolfo, Speto, Chris Bierrenbach e mais uma série de conterrâneos! [risos]. Qual é sua percepção a respeito do trabalho de Beatriz Milhazes? Acho que ela se supera em harmonia de cor e formas,e suas percepções são simplesmente fantásticas.Permeia um mundo lúdico e maduro, é hors-concours... Sem muitas palavras, a Beatriz tem felicidade e verdade na arte que faz. Por que você nunca sentiu a necessidade de desfilar suas coleções em uma semana de moda, seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro? Eu admiro quem faz e assumo que não consigo lidar com o estresse de uma semana de moda. Não posso ficar pirando em um desfile que dura apenas 15 minutos e se gasta muito dinheiro. Minha marca tem uma identidade forte e não sei se toda vez que eu desfilasse eu iria apresentar coisas incríveis. Já vi pessoas fantásticas, com marcas extra-
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CONVERSA
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ordinárias, jovens, como eu, serem assassinados pela crítica! Não vou entrar em um desfile para falarem: “Mas ela fez estampa de novo? Vestido longo?”. Isso é o que eu faço, é o que minha cliente espera! Valentino faz o que faz há mil anos, sempre desfila em todas as suas coleções o vestido verdeágua fluido, por exemplo, mas eu não saberia dizer se ele apresentou algo novo ou não. O que importa é que Valentino é Valentino! Desfilar não está em meu sangue... Tenho amigos que amam, adoram o backstage, eu prefiro me estressar com outras coisas.
Em sua opinião, o que lhe dá esse reconhecimento enquanto marca Adriana Barra no universo da moda nacional? Faço coisas como essa de colocar a loja em formato de casa numa vila. Ninguém acreditava em loja sem cara de loja. E fazer vestido fluido, numa época em que a brasileira queria mostrar o corpo, todo mundo me falava: “Você está louca!”. E isso é extremamente copiado hoje. Por quê? Porque deu certo! Deu certo também porque nunca estive preocupada com o que a mídia iria falar da minha roupa, da minha marca, e respeitei o que eu tinha de fazer. Consegui criar uma marca brasileira,autoral,sem colocar cocar na cabeça,sem fazer estampa de arara...Acredito que foi possível criar algo brasileiro, contemporâneo, que é com o que eu me identifico. Há quatro anos, aproximadamente, você abriu sua loja no Rio de Janeiro. Como é trabalhar com o público carioca e o paulistano? No que eles se diferem? Já desisti de entender [risos]. As cariocas, por exemplo, são loucas por saias, já as paulistanas não. Quando fiz sutiã e calcinha, lá vendeu muito, mas, aqui, encalhou. O que faço é mais ou menos na raça! Abri uma loja no Rio de Janeiro porque, além de ser apaixonada pela cidade, queria que existisse um pedaço de mim lá. Já ouvi muitas marcas reclamarem que abrir loja no Rio não dá muito certo. Eu não tive problema e percebo que minha marca tem esse ar mais praiano, sofisticado e é ao mesmo tempo cosmopolita. No Rio, minha loja fica na Rua Dias Ferreira, a mais badalada do Leblon, mas é bem escondidinha e tem gente que nem sabe que estou lá.
Por que você escolheu os Jardins como endereço para sua loja? Por ser um ícone. Aqui estão o glamour e o cafona, as pessoas caminham pelas ruas do bairro, os produtores de moda circulam por aqui... Quando abri minha primeira loja, na Peixoto Gomide, eu sabia que meu negócio tinha de estar nesse espaço de qualquer jeito, e que, quando eu saísse dali, teria de permanecer no mesmo bairro.
A CADA COLEÇÃO
100
Modelos em média são criados
Mais de
1.000
Metros de tecido são usados para produzir as peças
600
Estampas são desenvolvidas, mas as aprovadas chegam a 200
Como é a marca Adriana Barra fora do país, e suas peças são exportadas para algum lugar? Já exportei três vezes. Minha roupa é muito desejada no exterior, e eu que fico até chocada.Sofia Coppola e Tom Ford já pararam clientes minhas na rua para perguntar de onde era a roupa... Vendi para o Oriente Médio, Londres, Austrália, Japão, em cerca de 30 lugares. Primeiro você conquista o Oriente Médio, em seguida a Europa e só depois os Estados Unidos. Hoje, eu não exporto mais, porque a verdade da marca é ter duas lojas no Brasil e uma no exterior, não quero trabalhar multimarcas. Não tenho nada contra, mas quero oferecer ao meu público a experiência de entrar em minha loja. O que você estamparia? Eu gostaria de estampar a túnica do Cristo Redentor. Quando eu falo “eu quero estampar o mundo”, é porque a minha marca registrada virou a estampa, a imprensa que me deu esse nome, e eu posso estampar o que eu quiser! Se você me der a tecnologia, eu vou fazer. Falo do Cristo, porque tenho essa
paixão pelo Rio de Janeiro, e, sim, queria fazer uma túnica estampada para ele [risos].
Você usa apenas roupas suas? Normalmente, não. Adoro jeans, camiseta, roupa chiquérrima. Às vezes, em lançamentos, eu uso roupas de outras marcas, aí falam: “É do concorrente!”, e eu digo: “Não, não é!”. Eu não tenho concorrente [risos]. Adoro usar o que não é meu, sair um pouco do meu universo, porque não dá para ser esse personagem 24 horas, é uma egotrip muito grande. Alguém ainda vai vê-la de pretinho básico? Claro, eu tenho! Gosto muito de usar acessórios, brinco grande, e adoraria ter um clássico Chanel,mas não tenho...Mas vou ter, e ele vai me chamar, porque vai ser ele. [risos]. Mulheres gordinhas podem usar estampa? Podem! Você transmite com a estampa um estado de espírito e não precisa ser magra para usar. De que adianta ser magra, linda, mas ser uma pessoa sem sal, sem vida. Tem muitas mulheres que são cheinhas que vestem minha marca e transpiram estilo, arrasam! Só porque a pessoa é gordinha vai usar apenas preto? Que coisa chata! O mercado é carente disso, e, como minhas peças têm fluidez, isso acaba contribuindo.
Qual é a percepção que você jamais gostaria que as pessoas tivessem de você? Que sou mentirosa! No mundo da
moda, do design, existem coisas que você pode omitir, mas não mentir. Não quero ser Poliana, isso soa falso e penso que é mais fácil lidar com a verdade, não ser perfeito, mas, sim, ser humano. Sou polêmica e prefiro me calar a falar. Já ouvi: “Nossa, nunca pensei ouvir isso da estilista Adriana Barra”, então vai para o inferno, literalmente! Não quero que me corrompam. Aprendi que neste mundo as pessoas pensam o que querem de você e, de certa forma, são um tanto invejosas, querem sempre você mal, por isso não levo muito a sério o que elas falam de mim.
E se fosse definir Adriana Barra em uma frase... Agora foi um papo meio
Marília Gabriela [risos]... Algo que acredito que define minha marca é alto-astral, e muita gente tem essa percepção. Revista Quartier
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Diversão
➥ Ex posições
/ / C a s a s N o t u r n a s / / Te a t r o s / / S h o w s / / E v en t o s
alternativo
Na pista
MUITO ALÉM DO SOM DO DJ
Som underground
O Studio SP promove festas e exposições e sacode a Augusta com o melhor da música alternativa Por Janaina Pereira
Nascido na Rua Inácio Pereira da Rocha, no coração da Vila Madalena, e transferido para um galpão na Rua Augusta, em 2008, o Studio SP é point certo para quem curte música alternativa. A casa se transformou em referência na revitalização da área, que ficou conhecida como Baixo Augusta, e a relação com o bairro é tanta que é sede oficial do Bloco Carnavalesco Acadêmicos do Baixo Augusta. As principais atrações da nova música brasileira compõem um time praticamente residente da casa. Nomes como B. Negão, Thalma de Freitas, Turbo Trio, Davi Moraes, Vanguart e Mallu Magalhães frequentam os palcos do Studio SP. O ambiente é decorado com arte urbana, promovendo exposições fixas e eventuais. Parcerias com a galeria Choque Cultural, com o coletivo Grafiteria e com o Aprendiz fazem com que grande parte da arte paulista frequente o lugar. A video-arte também se faz presente com eventos do coletivo Bijari, além de mostras de curtas-metragens, como o festival CortoCircuito de Barcelona. Festas de lançamento e de encerramento de filmagens de produções nacionais, como O Cheiro do Ralo e Linha de Passe, e de festivais como É Tudo Verdade e Mostra Latino Americana também acontecem por aqui. Definitivamente, um lugar original , que valoriza a cultura e que respira arte.
/ Studio SP | R. Augusta, 591 | Tel. (11) 3129-7040
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A Lôca é referência do circuito underground de São Paulo há 15 anos. O clube, conhecido por ter a pista de dança mais democrática da cidade, é ponto de encontro de várias tribos e de diversos gêneros musicais. As festas rolam sempre de terça a domingo, agitando seu público fiel e conquistando novos adeptos. Às terças-feiras, a festa “Tapa na Pantera”, com som variando de pop, disco a electro, é uma das mais procuradas de nosso Quartier. A festa Revert rola nas quartas-feiras, com muito tribal e house. Às quintas-feiras são noites de Locuras, com todo mundo dançando com um mix de pop, disco, flashback e flash house. Nas sextas, a galera do old school se mistura com a nova geração da noite, na nova “Sexta com TUDO dentro”. Já os embalos de sábado à noite agora são sáBABADO, e no domingão a balada começa cedo: tem a matinê Grind, das 19 às 23 horas, e, depois, André Pomba assume os picapes com seus vários convidados. Fica parado só quem quer! / Clube Alôca | R. Frei Caneca, 916 | Tel. (11) 3159-8889
LONGA EM NÚMEROS
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Milhões de dólares foi a arrecadação do filme em todo o mundo
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Dias foi o tempo que a atriz Natalie Portman levou para aprender balé
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Milhões de dólares foi o orçamento do filme
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Anos para Darren Aronofsky fazer o roteiro
na ponta dos pés
CISNE PREMIADO Um dos filmes mais comentados a prende à realidade, arremessando-a num do ano, Cisne Negro, de Darren Aronofsky, conta a história de Nina (Natalie Portman), uma bailarina extremamente talentosa, mas instável emocionalmente, que está às portas do estrelato. Instigada ao máximo por seu determinado diretor artístico (Vincent Cassel) e ameaçada por uma sedutora bailarina rival (Mila Kunis), Nina vê se desfazer o tênue laço que
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pesadelo de olhos abertos. O DVD e o Blu-ray do filme trazem em seus extras “A metamorfose do Cisne Negro”, com depoimentos do diretor Darren Aronofsky e de Natalie Portman (vencedora do Oscar de melhor atriz), sobre a construção da complexa Nina. / Livraria Saraiva | R. Augusta,
Quilos foi quanto a atriz Natalie Portman perdeu para fazer a personagem Nina
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É a quantidade de prêmios internacionais que o filme ganhou
2843 | Tel. (11) 3082-9415 | R$ 79,90 (blu-ray) e R$ 39,90 (DVD)
Saga
A trilha sonora de Bela e Edward
Enquanto a última parte da saga Crepúsculo, Amanhecer não chega aos cinemas, a coleção Music Videos and Performances from the Twilight Saga vai matar as saudades dos fãs. O DVD e o Blu-ray trazem vídeos musicais e performances ao vivo de cantores e bandas que participam das trilhas sonoras da trilogia: Crepúsculo, Lua Nova e Eclipse. / Fnac | Av. Paulista, 901 | Tel. (11) 2123-2000 | R$19,90
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Diversão
Em foco
Retrato em branco e preto
Para rir
NOS BARRACOS DA CIDADE Reestreou em São Paulo a peça A Vida que Eu Pedi, Adeus, de Sérgio Roveri, em cartaz
até o dia 14 de agosto no Teatro Gazeta. Primeira direção no teatro da cineasta Eliane Caffé, premiada pelos filmes O Sol do Meio-Dia, Narradores de Javé e Kenoma, o espetáculo traz Aílton Graça, Vera Mancini, Antoniela Canto e Paulo Américo no elenco. Roveri apostou no bom humor para fazer uma crítica ao Brasil de hoje. Ex-integrante da classe média, o hoje falido casal Eurides (Vera Mancini) e Armando (Aílton Graça) diversificou os negócios e entrou em vários ramos de atividade. Seus representantes comerciais são muito versáteis: uns vendem balas, outros fazem malabarismo com bolinhas e tem até engolidor de fogo pelos faróis de trânsito. Afinal, o que pode fazer um casal de pouco mais de 50 anos, desempregado e sem um gato para puxar pelo rabo? Se virar, claro! E Eurides e Armando fazem tudo com muito “profissionalismo”, afinal essa é a alma do negócio. E rir, para eles e para o público, ainda é o melhor remédio. / Teatro Gazeta | Av. Paulista, 900 | Tel. (11) 3253-4102 | Bilheteria: de terça a domingo, às 14 horas até o início do espetáculo | Espetáculo: sextas, às 21 horas; sábados, às 20 horas; e domingos, às 18 horas | Duração: 80 min. | Classificação: 12 anos | Onde estacionar? MultiPark (com selo do teatro) - Av. Paulista, 867 - de quinta a domingo R$ 12 - até 3 horas (válido somente nos horários de apresentação dos espetáculos do Teatro Gazeta) | Preço: R$ 60 (sexta e domingo) e R$ 70 (sábado). Estudantes, aposentados e idosos têm desconto de 50%.
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O livro Henri Cartier-Bresson O Século Moderno, organizado por Peter Galassi, é a primeira publicação feita com acesso irrestrito à coleção e aos arquivos da Fundação Henri Cartier-Bresson, de Paris. Com mais de 450 ilustrações, a obra reúne imagens consagradas e inéditas até para os especialistas, garimpadas entre milhares de documentos do artista. Entre as raridades, mapas com roteiros das viagens, bibliografia das suas publicações na imprensa, filmografia e cronologia de suas principais exposições fotográficas e livros.
/ Livraria Martins Fontes
| Av. Paulista, 509 | Tel. (11) 2167-9900 | R$ 185
Diversão
PERSONALIDADE
ARTE DE CARA NOVA
POR Janaina Pereira FOTO Ênio Cesar
À frente da Zipper Galeria, Danilo Beltran e Fábio Cimino apostam em novos talentos da arte contemporânea brasileira
Fábio Cimino trabalha com arte desde 1983. Começou com Raquel Arnaud, depois trabalhou como consultor de arte e marchand, e fundou sua primeira galeria em 1997, a Galeria Brito Cimino. Desde então, lançar e consolidar grandes nomes da arte contemporânea brasileira sempre foi a sua meta. Já Danilo Beltran começou a atuar como produtor de arte em 2002. Formado em arquitetura e urbanismo e em administração de empresas, fundou sua primeira galeria em 2008, a Dropz Galeria. Quando Cimino e Beltran se encontraram, algo diferente aconteceu. O olhar para o novo – não só aos novos talentos, mas também aos jovens que não costumam frequentar galerias – deu a eles uma ideia: apostar e acolher artistas que estão começando, e atrair jovens consumidores para o mundo das artes. Surgiu, assim, uma nova proposta de galeria em São Paulo, aqui em nosso Quartier: a Zipper Galeria. Desde setembro de 2010, a Zipper prospecta, divulga, promove e coloca no mercado a obra de talentos emergentes brasileiros, para que uma nova geração de artistas seja consolidada. Reunidos pela vida e por seus expertises, Fábio Cimino e Danilo Beltran trazem novas caras para as artes, e dão caras novas aos colecionadores, proporcionando um saudável frescor ao mundo artístico contemporâneo. / Zipper Galeria | R. Estados Unidos, 1494 | Tel. (11) 4306-4306
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De volta aos trilhos
Spas e academias preparam um arsenal de serviços para que frequentadores possam combater o estresse e equilibrar o organismo Por Janaina Pereira
Viver em São Paulo, é respirar agitação, e ficar estressado nesta metrópole que parece não parar nunca, é tarefa fácil. Em nosso Quartier o ritmo é acelerado, principalmente porque o coração que pulsa na região é chamado de Avenida Paulista. Então, já dá para imaginar que o que não faltam nas redondezas são pessoas procurando equilíbrio constante entre trabalho e bem-estar. Há quem opte por extravasar o estresse investindo em uma boa academia, onde podem ser encontradas aulas que, além de auxiliar na queima de gordura, também contribuem para dar ânimo em todo o decorrer do dia, equilibrar o corpo e a mente, além de afastar o mau humor. Mas também existem pessoas que buscam nos diversos tipos de terapia corporal, saídas para o desgaste mental, que, consequentemente, afetam a estrutura física.
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Frequento o spa há um ano e faço as massagens a cada 15 dias. Não tenho tempo para ir à academia, pois trabalho muito, então nele encontrei um refúgio, onde aproveito para cuidar ao máximo tanto da saúde e da beleza como do bem-estar em um só lugar. Patricia Vieira Alternativas para administrar os embates da vida moderna são muitas e, em nosso pedaço, a hora de buscar relaxamento é agora! No Spa des Jardins, o cliente pode escolher entre massagens, banhos, pilates e rituais desenvolvidos exclusivamente para deixar o estresse do lado de fora. Entre os serviços mais procurados estão as massagens de-stress – feita com o gel inglês de mesmo nome, que contém pimenta, gengibre e lavanda, terapia específica para músculos tensos – e aromatique – que faz uso de óleos essenciais da Aromatherapy Associates. Adepta das duas massagens, Patricia Vieira procurou o spa para fazer tratamentos estéticos e acabou se apaixonando pelas terapias relaxantes. “Frequento o spa há um ano e faço as massagens a cada 15 dias. Não tenho tempo para ir à academia, pois trabalho muito, então nele encontrei um refúgio, onde aproveito para cuidar ao máximo tanto da saúde e da beleza como do bem-estar em um só lugar.” Já o Espaço Evoé oferece massagens relaxantes e terapêuticas, e entre as mais requisitadas estão a massagem ayurvédica e a relaxante. A primeira, proveniente da Índia, utiliza manobras por todo o corpo com o auxílio de óleo ou creme, realizando alongamentos e torções similares aos exercícios de ioga. A relaxante utiliza movimentos de deslizamento, também com óleo ou creme, aliviando pontos de tensão. Ioga, ofurô e consultas de reiki e acupuntura também são serviços encontrados no espaço. Cliente do Evoé, a professora de português para estrangeiros Mafalda Boselli optou por fazer ioga para relaxar o corpo e também para fortalecer sua coluna. “Pratico há quase cinco anos e a mudança é gritante. No dia a dia comprimo os músculos e somente na ioga que posso liberá-los, até escuto os estalos dos músculos se soltando. É também o único lugar que faço a correta respiração, ajudando na interiorização e no relaxamento, tão importantes no corre-corre da vida diária.” No Buddha Spa, as massagens mais procuradas, segundo o sócio-diretor da rede, Gustavo Albanesi, são a relaxante Buddha Spa (aplicada em todo o corpo com cremes e óleos da linha Buddha Spa) e a 46 Revista Quartier
massagem ayurvédica, mas existem aqueles que preferem massagens mais vigorosas como o shiatsu para eliminar o elevado nível de tensão. “As massagens no Buddha Spa representam uma experiência completa para o cliente. Além do protocolo técnico de qualidade, o cliente também tem a oportunidade de usufruir o ambiente diferenciado, aromas e sonorização voltada para o relaxamento. Após a sessão, a pessoa está completamente renovada”, comenta Albanesi.
Tratamentos rápidos e prolongados Para quem tem pouco tempo para relaxar, o Renaissance Spa oferece tratamentos rápidos, como a shirodara - terapia à base de óleos medicinais e ervas, vertidos sobre a testa por 20 a 25 minutos, com poder reconfortante, conferindo estímulo à região conhecida como “terceiro olho” (chakra ligado à espiritualidade). No entanto, se o cliente dispõe de um dia para aliviar o corpo e, literalmente, a alma, o Renaissance Spa também possui tratamentos prolongados, como o full day escape, ritual reanimador, estimulante e refrescante que dura seis horas e inclui café da manhã e almoço no Bytes; renaissance hamman (tratamento feito no gazebo); banho de ofurô; terapia de 60 minutos à escolha do cliente; e um facial renaissance spa. Se a sua procura é exclusivamente por massagens, a Champi Massoterapia tem até planos de fidelidade: ao adquirir um plano membership*, o cliente terá direito a uma massagem mensal por um valor bastante reduzido se comparado ao preço normal do serviço. Uma das mais procuradas é a reflexologia, que se baseia no princípio de que existem áreas nos pés e nas mãos que correspondem a cada órgão, glândula e estrutura do corpo. Massageando essas áreas, utilizando as técnicas digitais apropriadas, a tensão em todo o corpo diminui, os bloqueios são desfeitos e a harmonia é restaurada. De acordo com as massoterapeutas da Champi, Daiana Strada e Priscila Sampietri, além de relaxar a musculatura e aumentar a flexibilidade, a massagem traz benefícios ao sistema circulatório, digestivo e nervoso, desperta o corpo para novos sen-
TOP 3 RELAX!
/ Buddha Spa ~ Massagem
relaxante Buddha Spa – R$ 98 (50 minutos) | Al. Gabriel Monteiro da Silva,
77 | Tel. (11) 3062-7790
/ Renaissance Spa ~ Full Day Escape – R$ 690 (6 horas) | Al. Santos, 2233 | Tel. (11) 3069 -2081
/ Champi Massoterapia ~
Massagem (60 minutos) – R$ 130. Três sessões de massagem por um período de três meses (plano membership*) – R$ 99. Sessão adicional – R$ 89. | R. Bela Cintra, 1607
| Tel. (11) 3062-0423
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vinhos equilíbrio
tidos e proporciona autoconhecimento e bem-estar geral. “Áreas do corpo doloridas que antes passavam despercebidas recebem uma atenção maior, desobstruindo pontos de energia estagnada que prejudicam a saúde”, afirma a massoterapeuta Daiana Strada. Além das massagens, a caminhada, a dança, ioga, e as terapias corporais, como aromaterapia e acupuntura, também ajudam no combate ao estresse. “Dedicar momentos do nosso dia aos autocuidados e pequenos prazeres, praticar atividades que tragam alegria e satisfação, movimentar-se e ter bons hábitos alimentares também são atitudes que mantêm o corpo em harmonia”, conclui a massoterapeuta Priscila Sampietri.
Top 3 Mexa-se!
/ First Personal Studio
Academia | R. da Consolação, 3249 | Tel. (11) 3063-3646
/ Runner Paulista |
Av. Paulista, 854 (dentro do shopping Top Center) | Tel. (11) 3373-9400
/ Bio Ritmo | Av. Paulista,
2073 | Tel. (11) 3145-6555
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Academia de baixo impacto Já faz tempo que as academias não são locais apenas para perder peso e manter a forma. Elas também oferecem massagens e exercícios para o relaxamento, atendendo à demanda de clientes que procuram o bem-estar. A First Personal Studio Academia dispõe de massagem para relaxar e o serviço zenshiatsu, método que trabalha o corpo de forma profunda, porém suave, provando ser a dor completamente dispensável para que a técnica do shiatsu tenha efeito máximo. Praticante do shiatsu tradicional, o internacionalista Celso Costa começou com o zenshiatsu na First faz cerca de dois meses e está gostando da experiência. “Essa técnica utiliza como partida seu próprio peso nos diferentes pontos do corpo massageado, executa movimentos de alongamento e liberação da tensão, e
a circulação sanguínea melhora. Depois de 1 hora e 30 minutos de massagem, meu corpo fica alongado e sem nenhum tipo de estresse físico”, revela Costa. A Runner é outra academia que possui serviços que visam ao equilíbrio corporal, como ioga e pilates. Diana Bruck, professora de yoga da Runner e personal ioga trainner, explica que a ioga possui uma série de ferramentas que fortalecem e alongam o corpo, equilibram o emocional e disciplinam a mente, levando o praticante a um estado de saúde integral. “A vivência do ioganídra, uma técnica de descontração e relaxamento, proporciona um estado muito mais profundo de relaxamento, em que o praticante se conscientiza das tensões e aprende a descontrair o corpo, tranquilizar a respiração e recarregar suas baterias.” Segundo Diana, as pessoas estão cada vez mais conscientes de que o indivíduo feliz é que transparece beleza e que atividades físicas não são somente mais uma obrigação de manter o corpo em dia, mas, sim, um convite à saúde e ao equilíbrio integral. Por isso, qualquer atividade física bem conduzida e executada de forma correta pode ter um efeito relaxante, se não durante a prática, com certeza depois dela. “Quando fazemos atividade física, liberamos serotonina, o que gera uma sensação de bem-estar, diminuindo estados depressivos e outros problemas emocionais, além, claro, dos benefícios para o organismo”, completa a personal. O fisioterapeuta Alex Cabrera, que, além de outras academias, é personal trainer na Bio Ritmo,
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Pedale Além de ser divertido, aumenta o círculo de amizades e ajuda a eliminar substâncias que levam ao estresse. Giant Talon 1, R$ 4.882
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Quando fazemos atividade física, liberamos serotonina, o que gera uma sensação de bem-estar, diminuindo estados depressivos e outros problemas emocionais, além, claro, dos benefícios para o organismo
Diana Bruck
diz que o relaxamento não é o principal objetivo das pessoas que frequentam as academias, mas, de modo geral, qualquer atividade física, de intensidade adequada, pode ser utilizada como uma válvula de escape para liberar as tensões. “Em qualquer local é possível voltarmos a atenção para nosso corpo na tentativa de uma interação e assim descobrir os pontos de tensão e as necessidades. O objetivo de uma movimentação consciente, generosa e leve, em um ponto tensionado ou agredido pelas demandas diárias, é mudar o estado de disposição corporal, aliviando dores e tensões. O pequeno ato de respirar, mas de forma consciente, lenta, seletiva nos movimentos respiratórios, respeitando e completando cada fase da respiração, pode mudar o estado psicológico e fisiológico do corpo”, ensina. O fisioterapeuta explica ainda que uma aula de ioga ou pilates, por exemplo, não traz, necessariamente, benefícios para todos, pois algumas pessoas não conseguem
permanecer sequer 10 minutos em atividades como essas, em razão do grau de dificuldade de certas posições. Assim, conhecer o próprio corpo e perceber que tipo de atividade o deixa relaxado é fundamental para fazer o exercício certo. “É importante termos consciência de que o corpo não se vale somente do cérebro para ativar lembranças e sensações. Muitas são acionadas pelo sistema locomotor, partindo da premissa de que, estando em um estado mental alterado, modificamos consequentemente nossa postura, nossa gestualidade, nosso tônus muscular. Sendo assim, podemos agir de forma contrária em relação às consequências das alterações mentais, e em via inversa mandar informações corporais diferentes ao esperado pelo cérebro, interrompendo o fluxo entre estímulo, reação e referência corporal. Para isso, só precisamos voltar um pouco nossa atenção e generosidade para essa incrível máquina que é o nosso corpo”, finaliza Cabrera.
Tenha rituais Está mais do que provado que banhos aliviam tensões! A escova com uma das faces de cerdas naturais e a outra com pinos de madeira, auxiliam na liberação das tensões. Escova de massagem, R$ 44
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➥ Isto é cool
RECORTE DAS ARTES
Personalidades do cinema, da música, das artes e da ciência, como Rita Hayworth, Clark Gable, Marilyn Monroe, Michael Jackson, Carmen Miranda, Albert Einstein e outras centenas delas, encontram-se na Passagem Literária da Consolação. O espaço existe há mais de cinco anos, e as colagens foram feitas pelos livreiros que comercializam no local milhares de títulos dos mais diversos gêneros. “A ideia de trazer esses rostos famosos às paredes foi para afastar as pichações, manter o lugar mais limpo e com uma cara mais temática”, explica a livreira Cristina Pessoa. Por aqui também acontecem, mensalmente, várias atrações artísticas, entre elas exposições.
/ Onde? R. da Consolação esquina com a Av. Paulista
PARADA OBRIGATÓRIA
FACHADA TEMÁTICA
Para convidar os passantes a entrar em seu ateliê, a fotógrafa gaúcha Andrea Laybauer teve a ideia de colocar na entrada do espaço um mini-cavalete que traz, dia após dia, um de seus trabalhos. Andrea instalou-se em nosso Quartier há pouco mais de sete meses, e no local ela expõe mais de trinta cliques em que utiliza a técnica drop shots – fotografias de gotas de água em movimento.
A artista plástica Liège Monteiro fez uso dos tijolos que existiam na entrada de sua oficina para caracterizar em brochuras de livros. Isso porque, há mais de 15 anos, Liège realiza nesse endereço encadernação e restauro de papel e pergaminho.
/ Onde? Al. Tietê, 90, casa 3
/ Onde? R. Batataes, 196
CONEXÃO PARIS
O lustre que traz alguns pires e xícaras de café faz parte da decoração do recém-inaugurado Café Paris 6. Para dar ares parisienses à casa, o proprietário Isaac Azar e o artista plástico Flavio Rossi viajaram até a Cidade Luz para buscar inspirações. Rossi foi o responsável por fazer as pinturas no teto e nas paredes do café, e o ambiente traz estilos que visitam a art déco e a art nouveau.
/ Onde? Al. Tietê, 279
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