NOVOS POETAS
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Copyright @2022 ISBN: 978-65-86198-10-2 Londrina- 2022 1ª edição Concurso Novos Poetas Londrix promovido pelo Festival Literário de Londrina - Londrix Projeto Promic nº 19-004/2019 Coordenação Editorial Chris Vianna Editora Assistente Beatriz Vianna Boselli Fernanda de Abreu Josiane Monte Projeto gráfico e editoração Marco Tavares Comissão avaliadora Claudia Freitas, Frederico Fernandes, Marcos Losnak
Catalogação na publicação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) N945 Novos poetas Londrix / Coordenação editorial Chris Vianna.— Londrina : Atrito Arte, 2022. 140 p. Concurso Novos Poetas Londrix promovido pelo Festival Literário de Londrina – Londrix. ISBN 978-65-86198-10-2 1. Literatura brasileira - Poesia. 2. Poesia brasileira. I. Vianna, Chris. II. Título. CDU 869.0(81)-1 Elaborada pela Bibliotecária Eliane M. S. Jovanovich – CRB 9/1250
Rua Isaías Canete, 685 - Londrina-PR - CEP 86067-020 atritoart@gmail.com - londrixfestival.com.br - (43) 9 9941-7414
Índice Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Alexandre Ken Rossini Murakami . . . . . . . . . . . . 13 Ana Clara Brustolin Szlachta . . . . . . . . . . . . . . . 19
Ana Clara Sacchetto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 André Furlan Rodolpho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Beatriz Vieira Ramos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 Danilo Bronzatti Siqueira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Evelyn Gabrielly Barros Dias . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Fernanda Saori Hatumura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Fernando Ulian Leme . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Francisco Perez Beraldo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Gabriel Nakagawa Adamszuke . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Gabriel Oliveira Eugenio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Iris Castelani . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Louise Bianchini Melo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Marina Hara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Marina Nemoto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Pedro Henrique Campos Boeno . . . . . . . . . . . . . . . 109 Sarah Isabele Santos Neves . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Sofia Lopes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Suzana Maya Asai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129
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Prefácio A literatura é um encontro e o livro Novos Poetas Londrix que entregamos é mais que o resultado do concurso homônimo organizado pelo Festival Literário de Londrina – Londrix. Foram 159 poemas inscritos, textos de alunos de Escolas de Ensino Fundamental II e Ensino Médio, tanto da rede pública quanto particular de Londrina-PR. Cada trabalho selecionado, apresenta ideias, palavras, sensações e imagens que traduzem os anseios juvenis e desvelam a cidade e as relações pessoais a partir de suas percepções de mundo. Versam esses jovens escritores sobre o amor. Versam sobre a amizade. Versam sobre o convívio. Versam sobre seu autoconhecimento, suas angústias. A publicação desse livro é uma pista reveladora para nós leitores. E essa pista foi também indicada pelos professores que incentivaram seus alunos a participarem do Concurso. Esses mestres são a própria poesia, pois constroem um território de linguagem e pensamento por meio da literatura. Impressiona saber que o livro Novos Poetas Londrix reúne 20 textos de jovens, alguns bem jovens e que esses indivíduos podem com a literatura refletir sobre sua existência e se compreender melhor como ser humano no mundo. Não só os que se debruçaram nessa árdua tarefa de escrever poesia, mas também nós leitores. Manter tais questões vivas talvez seja a razão de ser da poesia e dos poetas em cada contexto em que surjam e atuem. E qual a razão de um Festival promover um concurso de poesia? A pergunta serve antes como um instrumento para desvendar ainda mais a poesia, compreender gerações, estimular a criatividade e a sensibilidade à vida. Promover a poesia não é uma simples função do Londrix. Promover a poesia significa estar atentos para a verdade de mundo que se coloca por meio desta arte. E para justificar a serventia de 9
um livro de poemas, empresto as palavras de Leminski: “A poesia é um inutensílio, a única razão de ser da poesia é que ela faz parte daquelas coisas inúteis da vida que não precisam de justificativa porque elas são a própria razão de ser da vida. Querer que a poesia tenha um por que, querer que a poesia esteja à serviço de alguma coisa, é a mesma coisa que querer, por exemplo, que um gol do Zico tenha uma razão de ser, tenha um por que, além da alegria da multidão. É a mesma coisa, de querer, por exemplo, que o orgasmo tenha um por que. É a mesma coisa de querer, por exemplo, que a alegria da amizade, do afeto, tenha um por que. Acho que a poesia faz parte daquelas coisas que não precisam ter um por que... As pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma coisa. Servir. Prestar. O serviço militar. Dar lucro. Não enxergam que a arte (a poesia é arte) é a única chance que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da necessidade. As utopias, afinal de contas, são, sobretudo, obras de arte. E obras de arte são rebeldias. A rebeldia é um bem absoluto. Sua manifestação na linguagem chamamos poesia, inestimável inutensílio. As várias prosas do cotidiano e do(s) sistema(s) tentam domar a megera. Mas ela sempre volta a incomodar...” Os leitores, nesse livro, mais que um “debut” de jovens alunos escritores, podem reconhecer a presença literária marcante de uma geração que deseja fazer vale sua voz. Preciso aqui lembrar que a ação do concurso foi desenvolvida durante o pico da Pandemia e enfrentou como a sociedade inúmeros problemas, um deles foi a prorrogação do próprio concurso, que teve início em 2020. Agradecimentos especiais aos colegas que aceitaram essa empreitada e doaram seu tempo para leitura e avaliação dos textos enviados para seleção: Claudia Freitas, Frederico Garcia Fernandes, Marcos Losnak. Chris Vianna Diretora do Festival Literário de Londrina - Londrix 10
ALEXANDRE KEN ROSSINI MURAKAMI Londrinense, estuda no Colégio PGD, 3° ano do Ensino Médio. Para Alexandre a leitura tem sua importância em si mesma, ela permite alcançar a realidade em que uma obra foi produzida e o universo de cada autor, gerando a catarse e a libertação individual à medida que o diálogo entre leitor e texto ocorre. Gosta de escrever para colocar no papel palavras difíceis de serem ditas.
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O último poente do inverno
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O último poente do inverno Em ruas vazias, não há espaços para quaisquer multidões desalinhadas. As apressadas árvores secas congeladas. A inércia e a paciência são meros terraços. Expressões vagamente insólitas. Longos discursos inócuos escondendo desculpas inóspitas. Apreensões que ocultam os recuos. Mas se alteram as inclinações. Que sejam disruptivos solstícios ou equinócios de conciliações. Ao final, são vagos os suplícios. Neste longo entardecer atemporal. Os últimos raios solares iluminam o amanhã. Que seja equestre o movimento universal. Mas não se esqueça de carregar o divã. A primavera floral aguarda. As felicidades eternamente efêmeras. O amor platônico em derrocada. Embora as estrelas brilhem corriqueiras...
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ANA CLARA BRUSTOLIN SZLACHTA Nascida em Londrina-PR. Estuda no 9º ano do Ensino Fundamental II, Colégio Londrinense. Ana reflete que a leitura é importante para todos. Alguns podem ler por prazer, pelo prazer que é viver 1000 vidas diferentes em poucas horas do dia. Outros leem pelo simples fato de quererem melhorar em sua escrita e leitura, sem contar em como ela pode muito nos ensinar. Ainda pontua: O fato de ler para mim é importante e é porque gosto, e me inspira todas essas histórias sobre amor, por isso fiz o poema. Através da leitura consigo sentir o personagem e posso colocar esse sentimento em estrofes e rimas.
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Amor não correspondido
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Amor não correspondido O amor não correspondido O amor não falado A história de um amor complicado. Onde um está incluído E o outro é rejeitado Mas os dois são amados Sendo um lado falado: “Eu só queria ser amado”. E o outro: “Olhe para mim. Olhe como você é amado por mim. Como é amado e aceito dentro de meu íntimo. Onde meus sentimentos são puros como um tecido delicado E sinceros como um cântico entoado dedicado somente à ti”. Essa especificidade em alguém tão errado. Como um míssil armado. Prestes a se atirar para todos os lados. Para que seja matado o lado não correspondido desse empenho desesperado. Também conhecido como amor.
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ANA CLARA SACCHETTO Nascida em Maringá-PR. Estuda no Colégio PGD, 3° EM. Para Ana Clara, a leitura sempre foi um local de refúgio. Um local de aprendizado, conexão e reflexão onde pode-se ser e conhecer quem quiser.
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Águas Profundas
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Águas Profundas Águas profundas que percorri e reparti não por completo, nem por acaso, mas por amor, aquele amor que guardei para você somente para você.
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ANDRÉ FURLAN RODOLPHO André Furlan Rodolpho é londrinense. Estuda no Colégio Estadual Professor Newton Guimarães, 6º ano do Ensino Fundamental II. Para ele, a leitura é importante para ajudar na criatividade usada para fazer histórias e fortalecer o vocabulário.
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O tempo
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O tempo O tempo passa, Vêm chuvas e ventos, Nos gira como cata-ventos E nos ultrapassa. Nos leva para a vida. Nos leva para sofrer, Com uma história vivida, E nos chama a sobreviver. Enquanto o mundo gira, Existiremos por um tempo. E vamos, ao som da lira, Brincando com passatempos. O tempo anda sem parar. Temos que aproveitar! Temos que despertar, Antes que tudo acabe. Em nós, o tempo sempre cabe. Vamos! Porque... Deus sabe!
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BEATRIZ VIEIRA RAMOS É londrinense. Depois dos livros se tornarem sua salvação, começou um novo amor pela escrita. Estudante do Colégio Estadual Professor Newton Guimarães, está no 9º ano do Ensino Fundamental II, é aluna também da sala de atendimentos de Altas Habilidades/Superdotação e na oficina “Ateliê Literário”. Foi incentivada por sua professora e escritora Franciela Zamariam a valorizar o que escrevia. Bia, como chamam-lhe os mais íntimos, é uma garota que busca pela liberdade de expressão e valorização a educação. O seu lema desde de pequena é “Tenha coragem e seja gentil” e a partir do momento que escutou essas palavras, tenta aplicá-las no seu dia a dia para o mundo se tornar melhor.
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Despedida
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Despedida Tenho o desejo de saber voar, Longe da lembrança tão dolorida, Para onde eu mal consiga pensar. A vida já não é mais colorida. A angústia gera desesperança, Nos faz presos ao mero sofrimento. Tais asas me fariam criança, Assim me tornaria firmamento. O ato perverso gerou o vazio, Culpa tornou-se minha companheira, Ó céus! Serias tu menos sombrio? Na montanha, meus pés estão à beira... Como alguém consegue ser tão ímpio? Enfim, voarei só, além das fronteiras.
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DANILO BRONZATTI SIQUEIRA Nasceu em Londrina e estuda no colégio Pontual, no 8º ano. Para ele a leitura edifica o conhecimento, trazendo informações novas para o leitor, conceitos novos, e, também, constrói uma relação extremamente forte com a imaginação, a leitura constrói mundos inteiros, que servem também, como uma válvula de escape.
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Beleza Oculta
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Beleza Oculta Poema, abstrato concreto Forma artística de escrita Algo que em si não faz sentido Mas, mais afundo Tem uma característica total Algo que é, mas não é Algo que sempre está, mas nunca estará Prazer, sua consciência Uma beleza escondida dentro de você E que cada vez que me conecto A sua pessoa fica mais leve Eu sou você Você sou eu Eu te aconselho Você faz Mas, somos o mesmo.
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EVELYN GABRIELLY BARROS DIAS Nascida em Londrina - PR. Estuda no Colégio Albino Feijó Sanches, 8° ano. Ler para Evelyn é como se por um instante estivéssemos em um mar de palavras e pudéssemos ao mesmo tempo saborear cada uma delas. A leitura além de ser um ótimo meio de aprendizagem, nos faz viajar por mundos através das páginas.
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(Beijos não beijados...)
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Beijos não beijados Abraços insaciados Saudades do que nem se quer viveu Sentimento único Somente o toque não compadeceu Uma paixão insaciada Um amor vivido pelo simples ato de sentir A simples chama do amor Uma faísca que foi capaz de explodir Um amor que vai além do que tem aqui Ou ali Um sentimento quase genuíno Corações tão próximos Corpos tão distantes Um sentimento que é abundante Um olhar cativante Um sol quase que radiante Diante do mesmo céu Diante da mesma terra. Um amor distante Porém suficiente. Esse é meu romance Uma das histórias mais lindas que já li. Que mesmo sem querer esteve aqui Que bagunçou tudo aqui dentro De uma forma tão bonita Mas quase sou capaz de sentir Nossos peitos batendo no mesmo ritmo A mais bela das harmonias A música que eu escutaria minha vida inteira 53
Nosso amor. A melhor poesia. Sinto que se sussurrasse você escutaria Já que meu peito grita a todo instante Que o meu amor por você é constante Meu sol Minha lua. Tão reluzente Tão distante. Meu amor por você Arde. Transborda Intensifica.
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FERNANDA SAORI HATUMURA Estuda no Colégio Londrinense. Para a jovem autora nascida em Londrina-PR, ler é essencial no aprendizado de uma pessoa tanto adulta quanto criança. A leitura pode ensinar coisas diferentes para pessoas diferentes, como: uma criança que pratica a leitura, melhora a escrita, um adolescente passando por um momento difícil pode achar um personagem que passa por algo parecido, mas faz com que as coisas melhorem, o que serve de exemplo, para o adolescente.
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O que é ser humano?
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O que é ser humano? Começa como um paraíso Você começa a sorrir Você faz muitas amizades E as coisas continuam alegres Mas tudo começa a piorar Você vai crescendo E tudo vai se complicar Você finge que está tudo bem Sua vida fica um tanto difícil Mas para os outros sua vida é fácil E começam a ignorar seu bem-estar Porém do que adianta Fazer os outros felizes quando pode se machucar Por isso você pensa que tem apenas duas opções Continuar sofrendo pois você é gentil demais Ou ignorar eles como fizeram com você Mas existe mais uma opção Ficar na média Pensar nos outros e em si mesma Só que quase ninguém pensa assim Você é um arrogante ou um “trouxa” O humano é algo tóxico Mas essa é a verdade? Eu digo que sim.
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FERNANDO ULIAN LEME Nasceu em Londrina-PR. Estuda no Colégio Londrinense, 3° ano do Ensino Médio. A leitura para ele é um passatempo cujo benefício é desfrutar da criatividade do outro.
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Empatia
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Empatia Meu coração derrama Um sangue diferente do meu Que, no entanto, Eu assumo e digo: sou eu Não são minhas ações Mas, sim, deles Que habitam o meu coração Nesse mundo de podridão Não é um trabalho fácil Muito menos curar, Mas todos querem ser Sem mesmo saber O peso de não ser você
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FRANCISCO PEREZ BERALDO Nascido em Arapongas - PR, criado na cidade de Londrina. O extrovertido Francisco Perez Beraldo cursa o 9° ano no Colégio Estadual Professor Newton Guimarães, e tem muito interesse em seguir carreira na área do cinema. Desde pequeno se interessa por filmes. Participa da sala de recursos de altas habilidades e foi incentivado por amigos e pela professora e escritora Franciela Zamariam, através da oficina “Ateliê literário”, a escrever alguns contos e poemas. Desde pequeno é muito motivado a ler livros, alfabetizado com a ajuda do livro ‘’O pequeno príncipe”. Reconhece o quanto é importante a leitura para o desenvolvimento de cada pessoa. Seu gênero literário favorito é o terror.
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Sociedade dos Poetas Mortos
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Sociedade dos Poetas Mortos Quando você descobre, enfim, a vida, descobre, também, não poder viver. Pois ensinam-nos a sobreviver: querendo mais, a pessoa é punida. Nunca, jamais ultrapasse os limites; não pense, não resista, não questione; apenas ecoe, apenas funcione! O mundo não está aberto a debates. Quando descobre não poder viver, entende que o mundo deve alterar, mas percebe que é mais fácil morrer: se tentar o sonho vão te vedar. E com isso você deve aprender que nada nunca, jamais vai mudar.
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GABRIEL NAKAGAWA ADAMSZUKE Londrinense, estuda no Colégio Pontual, 9° ano. Criar uma rotina de leitura ensinou Gabriel a ter mais disciplina, mostrou palavras novas para deixar seu vocabulário mais completo, trouxe muitas formas diferentes de pensar sobre um mesmo assunto e contribui com outras áreas de conhecimento que são de suma importância, com destaque ao amadurecimento intelectual.
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Eu sou um homem doente
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Eu sou um homem doente Eu sou um homem doente Tenho uma doença da cabeça Muitos devem conhecê-la por consciência Ela me faz pensar Mais do que deveria talvez Ela me faz noites virar Refletindo sobre a vida outra vez Por sua causa, “amizades” desfiz Por sua causa, muitos livros eu li Por sua causa, me sinto infeliz Mas, em certo ponto isso não é ruim Posso estar triste Mas, ainda estou ali Fico feliz em me sentir infeliz Pois mesmo nos piores momentos Sei que ainda sou capaz de sentir Sabe me orgulho de aguentar essas coisas Mostro para todos como sou forte Mas, eu sei que sinto tudo E isso pode levar a minha morte Mas, vamos ignorar tudo Só relaxar e respirar fundo Lembrar que eu estou bem Que ao meu lado não vou ter ninguém E que lá no fundo sou só mais um alguém Mas, a vida é assim Os que se dizem estar doentes recebem toda a atenção Mas e aqueles que não estão doentes? Tem a vida rodeada por solidão Eles podem até estar bem agora Mas, a falta de um ombro amigo Depreciaria até o Ghidorah 77
GABRIEL OLIVEIRA EUGENIO Nasceu em Londrina-PR, estuda no Colégio Pontual e cursa o 6º ano. Aprecia artes em geral, como Cinema, Poesia e Desenho. Tem como hobbies criar histórias em quadrinhos, Animações em Stop Motion e Vídeos para o seu canal do YouTube.
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A paixão pela orquestra
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A paixão pela orquestra Uma vez um menino estava andando pela floresta Ele estava caminhando e viu uma orquestra Ele tentou entrar mas o ingresso era caro Mas ele encontrou o cachorro que usa o seu faro Com a ajuda do cachorro ele encontrou uma entrada E na orquestra a plateia estava bem concentrada O menino conseguiu entrar E na orquestra, conseguiu assistir e ficar
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IRIS CASTELANI Londrinense, estuda no Colégio Pontual, 9º ano. Gosta particularmente de ler poemas e biografias, pois trazem conhecimento sobre as pessoas e seus pontos de vista sobre o mundo. Acha muito importante a função da literatura de ajudar a ver esse mesmo mundo de uma forma diferente.
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O valor do amor
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O valor do amor Sinto sua falta... Gostaria de ouvir sua voz uma última vez Talvez ouvir sua história em italiano ou te ensinar português. Queria poder arrumar seus pezinhos na almofada ou rir de você tentando falar inglês Sim, você me faz falta Sua personalidade, sua bondade e sua serenidade, eu tinha tantas coisas para aprender Mas você partiu antes que eu conseguisse entender o valor que era te ter.
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LOUISE BIANCHINI MELO Nasceu em Londrina-PR, estuda no Colégio Londrinense, 1º ano do Ensino Médio. Ler, para Louise é fundamental em vários aspectos, físicos, psicológicos, sobre sonhar, imaginar, viver. O mundo está terrível, muitas mortes, a felicidade indo embora, a “magia” que existe no mundo está sumindo, já que ninguém mais lê livros, ninguém mais entra em um mundo sem ser o seu para espairecer, a maioria fica parado nesse mundo sem buscar conhecimento.
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O Gigante e a Criança
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O Gigante e a Criança “Deixa-me, Gigante!” Dizia A Criança cheia de terror O Gigante da Alma Fria Fazia-o sentir dor. “Deixa-me, deixai-me, Gigante!” Dizia a criança a gritar: “Eu fui nascida debaixo da ponte Não tenho culpa do meu lar!” O Gigante da Alma Fria Sempre com seu grito “zoador” A Criança fugia e corria Mas não escapava da dor “Ai meu coração! Eu só falho O Gigante sempre me aborreceu Ai, como eu sou falho Como eu queria entrar no céu!” Chorava a Criança e gemia Branca, pálida de terror E o Gigante da Alma Fria Em seu coração não tinha amor Adeus pessoas amadas Adeus luz do sol Ai, lágrimas derramadas Todas as noites em meu lençol!
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“Agora meu coração está leve Minha alma está a voar Gigante, até breve Será que um dia aprende a amar? Que turbulências da vida E o mundo não tem amor Não faça que você decida Tirar a própria vida pela dor
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MARINA HARA Marina Hara, estuda no 3o ano do Ensino Médio, NeoDna. Ler é me achar sob os olhos de um outro. É admirar a junção de palavras que se transformam em sentir. Sua forma de leitura favorita é no contato com o humano, com o não humano, com um eu que ainda está no caminho de encontrar. Declara: “É ler a vida ordinária que me recita poemas o tempo todo. Basta estar de olhos, ouvidos, boca, tato e coração atentos para decodificar.”
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Vernissage
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Vernissage Mania ruim de palavras ficarem presas na boca Enquanto a garganta se rasga querendo dizê-las Mania ruim de me esquecer do que sou E lembrar do que colocaram sobre meus ombros Não nego minha participação Em deixar-me moldar em mãos alheias Não nego o desassossego confortável de continuar nessa posição Mas afinal, o que é meu então? Pulsão de vida divina que tenho Vontades súbitas que vem e vão Ações não contínuas que me fazem continuar Gravetos frágeis queimando como carvão Vendo beleza em minhas ranhuras Deixando ir a abatida dor sem sentido Incapaz de mostrar o que há de mim Em uma quadro de aquarela, intitulado “ser” Hora de abrir as cortinas Amanhar o salão Tornar a tábua com tinta uma tela Digna de exposição
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MARINA NEMOTO Nascida em Londrina-PR. Estuda na Sala de Recursos do NAAHS. Adora escrever, principalmente romances. Além da escrita como sua arte, ama desenhar e pintar. A arte é um dos meios que usa para expressar tudo o que sente, com ou sem palavras. Marina destaca: “expressar algo que eu não posso ou não quero contar a ninguém, que quero guardar para mim para, quem sabe, num futuro ler ou apreciar e para que só eu saiba o que estava sentindo naquele momento.” A leitura também é algo muito importante para ela, afinal o que você lê define muito sobre você. Gosta de ler os mesmos gêneros que gosta de escrever, livros de fantasia e romance, com um pouco de drama para apimentar as coisas.
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Todos os ritmos
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Todos os ritmos Num balanço constante, A frieza da água congelante Mas seu ritmo é estimulante. Os movimentos delicados Ao som do violino encantado Liberdade Faz o vento soprar E o corpo dançar A mágica está no ar É só respirar Deixe-se levar! A chuva, a terra molhada Tudo é uma patuscada! O coração acelerado Deixa seu sorriso iluminado Posso bailar contigo?
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PEDRO HENRIQUE CAMPOS BOENO Pedro nasceu em Londrina-PR. Estuda no Colégio Professora Maria do Rosário Castaldi , 2° Ano do Ensino Médio. “Eis o Homem, em vida, mergulhado nas trevas da ignorância, do medo e da insegurança. Em momento oportuno, surge a Iluminação: um livro, um poema, uma crônica, uma frase escrita por um Iluminado que nos protege, salva-nos, dos males que permeiam a existência.” Eis a importância da leitura!
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O corvo
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O corvo Eis que na noite escura penso, Calculo, meço, formulo. E, no fim, continuo tenso. Meus passos silenciam-se. O tempo não passa. O silêncio me atordoa, bate-me. Então irrompe a batida na janela: Eis o som que temo na noite. Quem vem em tal hora e em tal tormento? O silêncio era um sonho, agora o som, Tal som, me atormenta. Batidas, batidas, batidas. Diga, quem és? Fale, fale, ó tal criatura, fale! Mas não há respostas, só batidas. Decido abrir. Por que abrir? Por que permitir a tal tormento entrar? Porque não sei se é tormento. A esperança matou-me. Abro. Da bela noite branca, surge uma ave. Tal Ave negra, algoz, por que vens a mim? Não é minha hora, disto eu sei. Mas por que bates em minha janela? Ela, pairando em meu quarto, responde: - Trouxe-lhe coisas, porquê tu és merecedor. 113
- Ora, trouxe-me, nesta aflição, bençãos? - Sim. Meu senhor mandou a ti. Depois de algum tempo pairando, A Ave desce e pousa em meu ombro. E fala-me: - Eis o que te trago: Sabedoria. Porém terás o desejo de ter mais. - E que maldade há nisso, Ave? - Há maldade, pois, a tristeza habita aqui. Se por este caminho andares, A felicidade andará ao contrário de ti. - E o que mais tu trouxeste a mim? - Isto. A ave, em meu ombro, crava suas garras. E diz-me: - Esta dor és tua amiga. Esteja com ela. - Não posso me livrar dela? - Podes, com sabedoria. - Ave, algoz, sina, o que és? Pousaste em meu ombro e não sairás? - Não. Nunca mais. - Por que fizeste isso a mim? Não fui, eu, homem de bem? Não lutei até então com esforço? Por que agora dizeis que é benção? Diz-me merecedor de tal sina, Mas como posso, eu, ter de sofrer? - Porque és digno. 114
Então, tal como entrou em meu quarto, Foi-se embora a Ave. Desapareceu em meu ombro. Sinto que não foi embora. A sua habitação é em meu ombro. Suas garras penetram fundo em minha carne. Só me resta a sabedoria. Neste caminho a tristeza é presente, Tanta que a dor é quase inexistente. A ave é sábia. Ofereceu-me dois caminhos: A dos sábios e a dos tolos. Ser sábio é sofrer por aquilo que se deseja. Ser tolo é se contentar com aquilo que não se alcança.
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SARAH ISABELE SANTOS NEVES Atualmente vive na cidade de Rolândia-PR. Estuda no 2º ano do Ensino Médio. Seus interesses variam de línguas à mídias obscuras dos anos 90 e 2000. A leitura sempre teve um papel importante na sua vida, servindo não só como passatempo, mas também como uma válvula de escape para se libertar e conservar sua sanidade.
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Do amor e sua natureza
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Do amor e sua natureza Amor, a potência descomunal Que Eros concebera à própria imagem Não somente instinto, também viagem Até o eixo da alma, ritual. Mas que o terno poeta não o confunda Com a luxúria, ou qualquer fantasia Pois a paixão que finda com o dia É mundana, sem ferida profunda Porém, em situação reprovável Do amor pode surgir feito odioso Assim que em Tróia se fez memorável. Mas não cede a teu rumo doloroso O eremita, na busca insaciável Pela gota do elixir amoroso.
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SOFIA VITÓRIA LOPES Está finalizando o 7° ano do Ensino Fundamental II e participa do NAAH’S. Há cinco anos faz aulas de balé e sapateado. Gosta de ler e acredita que a leitura nos faz crescer. Para ela, a leitura pode ser tudo o que sua imaginação permitir, pois ler é imaginar enquanto aprende, é muito importante ler para desenvolver a criatividade, para aperfeiçoar a leitura e se divertir de várias maneiras. Ler faz parte da vida em todo momento.
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Você não vem?
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Você não vem? Querida amiga, que passaste aqui na rua. Por que, tão bonita, me fazes sofrer assim, Teu olhar brilha como a luz do luar. E me encantas, com seu cantar. Amiga, que passaste por aqui, por que não vens para o meu lar, para podermos conversar, e um chá tomar? Amiga querida, que vieste para cá, tu podes me retornar? Estou aqui para te ajudar, comigo pode contar, sempre que precisar. Amiga que passaste em minha rua. Por que sempre estás tão longe de mim? Distante e bela como a lua, Por que, minha amiga, tem que ser assim, Um sofrimento sem fim?
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SUZANA MAYA ASAI Nascida em Londrina-PR. Estuda no Colégio Londrinense, 6º ano do Ensino Fundamental II. Para ela a leitura sempre foi uma forma de expressar melhor os sentimentos, a leitura também é um momento que desperta várias emoções e a criatividade. Seu estilo de leitura favorito é comédia e romance! Suzana declara: gosta como eles a deixam entretida e focada em cada letra. Você pode pensar que irá ser chato ler mas quando começa fica animado para saber o final e vai lendo sem parar!
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Lembranças
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Lembranças O olhar que ali fica Na montanha significa Os olhos em lágrimas Se torna em alegria De que adianta esconder? Sei que irei me render, Os seus braços viraram lembranças Lembra de quando éramos crianças? Nessa mesma montanha? Comendo castanhas Fugindo de pessoas estranhas...
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Novos Poetas Londrix foi composto em Swift light e impresso em Papel Pólen 90g (miolo) e cartão supremo 240g (capa) em 2021
PATROCÍNIO:
PROMIC: 19-004/2019