Colaterais Vol. 2 - A indústria do Carnaval no Catumbi

Page 1

Colaterais

reabilitação de espaços aFetados por CirUrGias Urbanas a indÚstria do Carnaval no CatUMbi mariana albuquerque | julho.2012 orientadora: fabiana izaga caderno tfg

fau-ufrj


2


ÍNDicE 1_premissas: 1.1 Porque colaterais? 1.2 infraestrutura e paisagem 1.3 temas dentro da cidade - clusters híbridos 2_catalisador 1: estação de metrô do catumbi 3_a indústria do carnaVal: 3.1 panorama atual - $, volume de pessoas, equipamentos do carnaval 3.2 oportunidades 4_metodologia: 4.1 estratégias 4.2 táticas: 4.2.1 Âncoras 4.2.2 chão articulador 4.2.3 elementos variáveis

4.3 stakeholders e progama 5_interVenções: 5.1 novo sistema de circulação e mobilidade 5.2 estrutura para a indústria do carnaval 5.3 Âncora 1 5.4 Âncora 2 5.5 Âncora 3 5.6 mapa de ambiências 6_cenários futuros colaterais - vol. 2 este caderno é o segundo volume do projeto desenvolvido para o trabalho Final de Graduação na Faculdade de arquitetura e urbanismo da uFrJ. o primeiro apresenta a questão inicial,- espaços resultantes de cirurgias urbanas para implantação de infraestrutura - o recorte sobre as condições atuais (e suas causas) do bairro do catumbi na cidade do rio de Janeiro, a interpretação da área a partir de diferentes escalas e focos e, finalmente, as primeiras buscas de oportunidades de intervenções.

fau-ufrj


ca 1) cirurgias tum urbanas reabilitação bi

4

urbana paisagem construída

razões para atual situação conexões grande escala ambiências pequena escala

possibilidades de intervenção 2) sistema de intervenções símbolo: recuperação, fabricação ou estímulo? espaço público


3) metrô

infraestrutura diferentes escalas

indústria do carnaval programas consequentes

cluster híbrido stakeholders

what’s next ? 4) possíveis cenários futuros

fluxograma de desenvolvimento do projeto


6

colate

O projeto parte da observação de efeitos colaterais da intensa inserção de g 1960 e 70 (viadutos, linhas expressas, grandes equipamentos, etc) a partir da lóg continuidade do tecido na micro escala. A manutenção desse pensamento nos d consecutivo ao Centro,o qual se trata de uma área consolidada e equipada de i soas e atividades possíveis e coerentes com a sua localização. Assim, foi feito um um território esgarçado e esvaziado apesar da


erais?

grandes objetos infraestruturais na cidade do Rio de Janeiro nas décadas de gica rodoviarista, de expansão da cidade e hierarquização da velocidade sobre a dias atuais justifica o esforço de tentar inverter esse paradigma em um bairro infraestrutura, mas por sofrer tais cortes não comporta a densidade de pesm recorte no bairro do Catumbi, já analisado no caderno anterior, e que hoje é situação extremamente estratégica na cidade.


1.2 infraestruturas e cirurgias urbanas

O projeto parte da observação dos efeitos gerados no tecido urbano pela implantação de grandes objetos de infraestrutura em áreas já consolidadas da cidade do Rio de Janeiro, como grandes equipamentos e principalmente vias expressas. Os cortes e sombras gerados por corredores expressos, no nível do chão ou como viadutos, provocam interrupções e bordas inabitadas, espaços-sobra, causando desdensificacão e desvalorização de uma área, além de quebrar relações de continuidade na cidade. Como esse pardigma parece não haver mudado, é necessária a reflexão sobre esse volume de obras que visa expandir cada vez mais a cidade e como alternativa, pensar na reabilitação de bairros centrais e na mobilidade urbana por transporte público como um gerador de convergência, valorização e densificação e não de dispersão do tecido urbano. Para enfrentar esses grandes objetos impostos violentamente na paisagem são necessária as seguintes premissas:

8

1.

as intervenções precisam ter tanto ou mais força na paisagem

2. Substituição do planejamento em planta para o planjamento em corte, aumento da densidade e diversidade de ocupação pela sobreposição de usos a variação desses em diferentes momentos, ou seja, estruturas que absorvam diferentes demandas a partir da mesma estrutura.

Sob o viaduto Paulo de Frontin, Rio Comprido - Rio de Janeiro

objetos limitadores x Made in Tokyo Por sua limitação física a cidade Tóquio ao longo dos anos expandiu 50% do seu território para dentro da Tokyo Bay, e gerou situações urbanas extremamente diferenciadas, onde os limites são muito mais tênues ou praticamente invisíveis. Sobreposições de usos e estruturas mutualistas visam a ocupação mais eficaz do espaço urbano. Sem propor uma reprodução de Tóquio, observamos nessa cidade uma oposição aos casos que encontramos no Rio de Janeiro, fruto de modelos de crescimento, legislação urbana, super valorização de certas áreas, etc.


Viaduto da Perimetral

Viaduto Paulo de frontin

saída túnel rebouças


1.3 temas dentro da cidade - cluster híbrido

Cluster 1. Grupo de coisas do mesmo tipo ou espécie que surgem e se desenvolvem próximo e junto. Híbrido 1. Provido de hibridação, resultado do cruzamento de espécies diferentes. Modelo Segregador x Híbrido

10

Diferente do modelo racionalista que parte da segregação das funções e especificação das edificações, o espaço urbano híbrido se caracteriza por seguintes questões: “ Devido a sua escala, estratégias de composições urbanas podem se aplicadas a um híbrido. A definição de híbrido inclui inserção da trama urbana, diálogo com outros marcos na paisagem e interelações com o espaço publico no entorno… Ocasionalmente o que é híbrido é o projeto urbano… A definição de híbrido vai além do domínio da arquitetura e atinge o campo do planjemento urbano.” Javier Mozas, This is Hybrid “A mobilidade é um condicionamente para o adensamento e hibridação” – Djamel Klouche, Grand Paris Stimulé Clusters Híbridos A cidade como rede de múltiplos centros, de temas de sobrepostos que se articulam e desempenham uma relação mutualista e de continuidade. Definição cluster híbrido = catalisador + economia + quadra de conexão (Klouche) Catalisador = tema forte que impulsiona a criação de novas situações e estímulo econômico. A partir da atividade catalisadora outras aparecem devido ao seu magnetismo simbólico e circulação de economia. “Em um cluster tradicional a quadra de conexão é um espaço central de interação, uma verdadeira quadra. Em um cluster híbrido a quadra é entendida e materializada por todas as suas conexões informais e invisíveis, mas, que conformam a unidade do todo. Ele vincula a imagem a lugar, um território autêntico mesmo não havendo nenhuma demarcação física que o limita.” - Klouche


transporte de alta capacidade + ind煤stria do carnaval + costura do territ贸rio


12

2. estação catumbi



14

2.1_linha 2: projeto original

fonte: Plano Integrado de Transportes - Companhia de Metropolitano do Rio de Janeiro

plano geral para o sistema de metrô - 5 linhas em rede, chegando até São Gonçalo


rede de metrô para o Centro e zona sul - em destaque a estação Catumbi


2_Catalisador 1: Estação de metrô do Catumbi

Como ato de costura do bairro do Catumbi na escala da cidade foi incorporado ao projeto o traçado original da linha 2 do Metrô Rio. A continuação dessa linha após a estação Estácio deveria seguir para a estação Catumbi, seguindo para a estação Praça da Cruz Vermelha e enfim chegando ao nível mais baixo da estação Carioca. Na época a previsão de capacidade das estações era de oito carros e um intervalo ainda menor do que acontece hoje, já que não ocorreria situação de sobreposição das linhas na Estação Cidade Nova. A grande vantagem desse traçado, que se articula como rede, é a ligação direta da Linha 2 com a estação de maior movimento do Centro, a Carioca. Esta, que deveria desempenhar um papel de hub, reunindo o encontro das linhas 1 e 2 , além de ser o início da linha 3 (Carioca-Praça XV-Niterói).

16

Especificamente para o bairro do Catumbi, a conexão por transporte público de massa aproxima ainda mais de outros pontos da cidade, facilitando o acesso do público das zonas Norte e Sul e Baixada Fluminense.

O mapa acima mostra a centralidade do Catumbi que abrange em um raio de até 3km, ou seja, perfeitamente ciclável, uma série de atuais zonas de valorização e importantes equipamentos na cidade como o Aeroporto Santos Dumont e Rodoviária Novo Rio. O mapa ao lado mostra a localização da estação do Catumbi, implantada no mesmo local o projeto original. A localização das suas saídas porém são inéditas e estão articuladas com as propostas apresentadas posteriormente.


traçado da linha do metrô, estação e saídas da estação Catumbi


18

3. a indĂşstria do Carnaval


panorama A indústria do Carnaval emprega cerca de 5 mil trabalhadores diretos através das vinte e quatro escolas que compõem os grupos de Acesso e Especial, muito desses trabalhadores têm tal fonte de renda como principal e outros são colaboradores temporários incorporados nos meses de maior intensidade de produção. Esta, possui um ciclo que inicia com a escolha do enredo, segue para a produção das alegorias, chega à preparação para o desfile e termina na separação do que será reaproveitado, vendido ou descartado pela Escola. Pode-se dizer então que o ano da indústria do carnaval inicia em agosto e termina em março. Quando ainda mais detalhada essa descrição inicial vemos também que os perfis de trabalhadores do Carnaval são bastante variados, englobando profissionais com nível superior até aprendizes de costureiras. Para suas comunidades as Escolas desempenham também uma função social importante, onde profissões são ensinadas, trabalhos sociais são desenvolvidos, e encontros para diversos fins além de Samba/Carnaval são realizados. Sobre o calendário do carnaval podemos associar cada fase a tipos e quantidade de profissionais envolvidos e incluir uma série de outros empregos indiretos.


“as empresas da região do Saara, popular centro comercial, contratam em média de 3,5% a 4% mais funcionários temporários para atender a demanda maior, indicam dados da associação de comerciantes da região. A rede hoteleira atingiu neste ano ocupação próxima de 81%, o que reflete crescimento de postos de trabalho temporários para garçons e seguranças. A Secretaria de Turismo do rio calcula que os visitantes vão gastar na cidade cerca de US$ 620 milhões.”

20

Revista Exame.com

carnaval antigo - Av. Presidente Vargas, Rio de Janeiro


3.2_Equipamentos do Carnaval

Ao passo que o Carnaval das Escolas de Samba do Rio de Janeiro se oficializava e crescia em dimensão, prestígio e fama internacional, grandes equipamentos urbanos foram erguidos para abrigar suas atividades. Assim, esse rito vem gradativavente perdendo a informalidade de uma manifestação popular para se tornar um mega-evento anual no calendário carioca, envolvendo mídia, grandes patrocinadores e setor turístico. Cidade do Samba A Cidade do Samba é um complexo de aproximadamente 70 mil metros quadrados compartilhado pelas doze escolas que compõem o Grupo Especial. O equipamento ocupa a totalidade da quadra onde foi implantado e não estabelece relações de troca com o espaço público do entorno. Mesmo inaugurada somente em 2006, a Cidade do Samba ainda está sob uma lógica compartimentada da cidade, onde as atividades permanecem rigorosamente setorizada e grandes equipamentos pousam na cidade sem se tornar parte desta. De qualquer forma, apesar de não apresentar uma boa solução arquitetônica ou inserção urbana satisfatória, a Cidade do Samba comprovou a necessidade de haver um espaço oficial e com infraestrutura necessária para a produção das alegorias. Hoje, há demanda de um espaço para tais atividades destinado às Escolas do Grupo de Acesso, que também já atingiram um nível significativo de produção e ambição, atraindo milhares de trabalhadores e espectadores. Sambódromo Inaugurado em 1984, o Sambódromo posou sobre a Av. Marquês de Sapucaí, desabrigando 6,6ha de residências e comércio e dando lugar a uma exclusividade de função inédita para um espaço. O neologismo obteve tamanho sucesso que foi completamente incorporado no vocabulário nacional, reforçado ainda pela arquitetura icônica de Oscar Niemeyer. Observando o seu contexto imediato o Sambódromo está em perfeita harmonia de escala e conceito de cidade do Viaduto 31 de Março. Ambos de superfície estrondosa, ambos geram bordas extremamente frágeis e degradas, e estão sob uma lógica de zoneamento em planta e valorização exclusiva da grande escala e negligência quanto a micro escala, são estruturas que resolvem os problemas para o qual foram desenhadas sem se incomodar com a geração de outros. Comparação: Cidade do Samba - Sambódromo – Catumbi

cidade do samba = 7ha

sambódromo = 6,6ha

catumbi = 14,5 ha


22

A indĂşstria movimentada pelo carnaval gera emprego para 250 mil pessoas no Rio de Janeiro, aponta estudo publicado pelo Governo do Estado do rio de janeiro.


turismo, entretenimento, audiovisual, comĂŠrcio, indĂşstria grĂĄfica e editorial, de bebidas e de instrumentos - exemplos de setores beneficiados.


3.3_Oportunidade: a Indústria do carnaval no Catumbi

24

O ciclo intermitente do Carnaval hoje é direcionado para somente os desfiles, mesmo as Escolas do Grupo Especial, que utilizam os espaços da Cidade do Samba para sua produção, não exploram o potencial dessa fase do Carnaval. O próprio nome “Cidade do Samba” já evoca uma situação de auto-suficiência e isolamento, uma pequena cidade cercada por muros altos, não permitindo trocas entre a indústria do Carnaval e o público em geral. A força dessas atividades pode ser catalisadora para aparecimento de outras, mobilizando grande número de trabalhadores, fornecedores, turistas e todo público interessado. Hoje, quando cada vez mais se busca maior transparência das Escolas de Samba, oficialização e formalização de todo o ciclo e capital gerado, abrir sua produção para a cidade é uma atitude mais coerente. Mais ainda, o Carnaval deve perder status de evento de entretenimento simplesmente e para promoção de marcas e se tornar um megaevento carioca anual, o qual retorna recursos e melhorias para a própria cidade. O Sambódromo, que tomou o espaço das quadras da antiga rua Marquês de Sapucaí, possui quase a mesma dimensão da parte habitada do Catumbi. O equipamento de enorme escala é o principal ícone internacional do Carnaval carioca, no entanto só entra em atividade por alguns dias do ano, nos outros tantos é comum vermos turistas fotografando o cenário árido distante do cenário da festa que o faz atraente. Como o Catumbi pode usar da força dessa grande figura que demoliu quase metade do bairro ? O magnetismo do símbolo do Sambódromo é capaz de justificar a implantação da indústria do Carnaval nas suas proximidades, combinando a produção ao cenário da festa. Assim, a fábrica do Carnaval se torna ponto de atração, prolongando o período de interesse sobre o Carnaval.

programa Indústria do carnaval

Atividades somadas ligadas diretamente ao Carnaval :

Programas consequentes à indústria do Carnaval

Área para produção das alegorias

Sede da Liga das Escolas do Grupo de Acesso

Hotel Low Cost – 266 quartos

Área para produção de fantasias Armazenamento, área para prova de roupa, e depósito de material Área para produção e montagens de carros alegóricos Marketing e acessoria de imprensa Setor administrativo das Escolas Depósitos Infraestrutura básica: Energia elétrica, água, esgosto, prevenção e proteção contra incêndio, internet, telefone.

Local para shows e exposições

Galeria comercial: comércio e serviços para hóspedes do hotel e público em geral Espaço comercial para o mercado imobiliario no edifício da LESGA


empreendedores imobiliários

trabalhadores temporários carnaval

carnavalescos

consumidores do carnaval

novos moradores

moradores sta. teresa

moradores catumbi

Estado

turista

comerciantes

trabalhadores de passagem pelo rio

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

stakeholders

NOV

DEZ

JAN

FEV

MAR

dinâmica das atividades durante o ano


26

4. metodologia



4.1_principais estratégias

28

costura do território afetado pelo Viaduto 31 de março privilegiando a mobilidade peatonal. transformação do espaço sob a via expressa em uma zona de convergência (não por preenchimento, mas como um vazio ativo), a partir da inserção de um tema forte suficiente para desempenhar a função de atividade catalisadora. paralelamente, pontos de maior densidade com usos mais estruturais e contínuos (Âncoras) são implantados frente ao sambódromo e ao viaduto, com uma escala coerente aos elementos vizinhos.

SITUAÇÃO ATUAL - identificação do rasgo e possibilidade de recuperação da unidade marcada pela mancha cinza

MOVIMENTO 1- linha do viaduto como linha de força

1. mais esPaÇo PÚbliCo e mobilidade Peatonal 2. liGaÇÕes entre nÍVeis toPoGrÁFiCos 3. ConeXÕes em diFerentes nÍVeis, Por ediFÍCios e esPaÇo PÚbliCo 4. linHa ProGramÁtiCa sob ViadUto Como elemento Central - Catalisador


VAZIO SOB O VIADUTO: ocupação fragmentada, parcial e mutável

ÂNCORAS - hierarquia dos pontos de ocupação. elementos de maior escala frente ao sambódromo

1. manUtenÇÃo do VaZio sob o ViadUto, PorÉm transFormando em Um VaZio atiVo. 2. estrtUra base > estÍmUlo Para oCUPaÇÃo riCa na miCro esCala e VariÁVel em desenHo e FreQUÊnCia.

1. ProGramas QUe se alimentam da atiVidade sob o ViadUto e ao mesmo temPo Criam Uma rede QUe a mantÉm. 2. ediFÍCios simUltaneamente esPeCÍFiCos e GenÉriCos - em sitUaÇÃo e estrUtUra resPeCtiVamente. antes de tUdo PossUem FUnÇÃo estrtUral Para o esPaÇo PÚbliCo.

SITUAÇÃO FINAL - novo sistema de mobilidade +linha articuladora + variáveis + Âncoras


4.2_Táticas

4.2 Táticas a. Edifícios Âncoras - abrigam atividades estruturais e permanentes durante todo ano, de escala compatível com o Viaduto 31 de Março. As Âncoras devem se inserir na paisagem com tal força que sobressaiam em relação às vias expressas, gerando espaços e fluxos novos fortes tanto na micro escala como na do bairro. Suas estruturas são os elementos mais importantes, apesar de genéricas. As estruturas definem as tipologias, mas não determinam o uso específico. Âncora 1: Nova configuração da quadra entre às ruas José Bernardino e Frei Caneca. Principal acesso à estação de metrô. Deve fazer a transição entre escalas: Viaduto / Sambódromo – pequenos lotes do Catumbi.

30

b. Âncora 2: Ligação ente níveis topográficos, se impõe sobre o viaduto como possibilidade de ocupação do espaço em um segundo nível. c. Âncora 3: Aumenta a densidade gerada pelas outras duas âncoras, gera movimento de acesso já que este acontece sob o viaduto. Chão articulador: Linha estrutural sobre a qual se instalará a produção das Escolas de Samba, coluna vertebral que amarra o novo espaço público e âncoras. Possui um desenho retilíneo e de fácil entendimento, como um “calçadão”, com objetivo de tornar o ambiente mais legível para o pedestre e haver claramente a delimitação de onde pode ser ocupado pelas estações de trabalho e o que é chão totalmente público. Sob todo o chão articulador passam redes de infraestrutura necessárias para instalação das estações de trabalho das escolas de samba. Variáveis Volumes não projetados, mas somente sugeridos, podem inclusive desaparecer ou se multiplicar conforme a necessidade. O que são projetados como fixos e invariáveis são as estruturas verticais que se agregam aos pilares do viaduto e comportam infraestrutura de banheiros, quadros de luz e outras facilidades necessárias para o trabalho da indústria do carnaval. Acessos Metrô Sempre articulados com as âncoras ou com a estrutura da indústria do Carnaval. Além de acessos para o metrô são também opções de circulação entre partes do bairro.


r. frei caneca

variáveis

arquibancada sambódromo

âncora 3 - 800 m2 âncora 2 - 1.200 m2

arco sambódromo

túnel variáveis

âncora 1:

escola municipal ponto de ônibus

r. paula mattos

1km

residencial

variáveis sobrados

praça ponto de ônibus chaminé condomínio “academia” clínica da família

1km


32

ceNÁrio iNDeseJaDo 1 recoNstrUÇÃo “FaKe”



34

O plano para a Cidade Nova, apresentado no final da década de 1970, para o bairro do Catumbi seguia os moldes dos edifícios da Selva de Pedra (Leblon, Rio de Janeiro), o que transformaria o bairro em uma quadra e a Rua do Catumbi em uma área semi-pública como a Praça Milton Campos (Selva de Pedra). Podemos observar que parte do projeto chegou a ser implantado nas proximidades do túnel Santa Bárbara.

ceNÁrio iNDeseJaDo 2 tÁBUla rasa


Catumbi no plano da Cidade Nova - desenho Carlos N. Ferreira dos Santos


36

5.intervençþes



Layers

Espaço Público + Conexões + Âncoras + Variáveis

01.Novo sistema de circulção - espaço público

02. Estação de metrô

03.Âncoras: 38

A. Edifício para a Liga das Escolas do Grupo de Acesso, assessoria de imprensa e marketing, outras funções administrativas, e espaço comercial para o mercado imobiliário. B. Hotel econômico e espaço comercial, abertura da quadra onde hoje é usada como estacionamento pela Comlurb. C. Edificío Ponte – espaço mutável para apresentações, exposições, restaurantes, tudo o que concerne objetos de consumo turístico para visitantes e conexão por elevador entre níveis topográficos.

A.Linha de infraestrutura para indústria do Carnaval – Piso diferenciado sob o qual se distribui redes de infraestrutura que permitem a instalação de oficinas de trabalho para as Escolas de Samba do Grupo de Acesso. B.Elementos verticais onde se localizam sanitários e outros equipamentos verticais ( reservatórios, condensadores de ar, etc) se acoplam às estruturas do viaduto. C. Estruturas temporárias montadas pelas escolas de samba para produção do carnaval.


03

04

02 01


5.1_espaçO públicO e mObilidade

40

antes > depois

espaço público 1:20000


Piso 1:20000


42


vista do viaduto 31 de Marรงo


corte 1

44

hotel quartos

+80.50

+20.50

serviços ho

+16.50 +8.50

NR 0.00 -4.00

galeria

galeria

acesso metrĂ´

estacionamento

serviço hotel


otel

a

os l

hall hotel

escala 1:1000


46

corte 2


+84.50 +80.50

+20.50 +16.50 +8.50

NR 0.00 -4.00 -10.00 escala 1:1000


48

corte 3

+16.00

+9.50

+16.00

+9.50


+16.00

+9.50

+16.00

+9.50

escala 1:1000


5.2_estrutura para indústria do carnaVal

50

as primeiras opções de desenho para a área sob o viaduto seguiam um modelo de preenchimento desse vazio, de maneira mais fragmentada ou em maior escala. porém, como essa linha desempenha um importante papel para costura do bairro e espaço público é escasso, optou-se pela implantação de uma estrutura base que permitisse a mutação do espaço ao longo do tempo, explorando a elasticidade do calendário do carnaval e sua criatividade construtiva. as diferenças de nível e material delimitam o espaço destinado para a indústria do carnaval e espaço público, sob esse piso correm as redes de infraestrutura que sobem verticalmente em elementos agregados ao viaduto.


13.500 m² de superfície de 15 a 19 pontos verticais de infraestrutura com redes de água, esgoto, energia elétrica, telefone, internet, combate a incêndio, e banheiros prontos.

escala 1:100

+0.45

escala 1:75


5.3_âncora 1: hotel “low-cost” + galeria comercial +acesso metrô

52

Hotel econômico inserido em um ponto estratégico na cidade para visitantes a trabalho, turistas (do carnaval ou não) e trabalhadores da indústria do carnaval. Segue o padrão das redes dessa classe de hotéis, com quartos de 1 a 3 pessoas, com cerca de 30 metros quadrados. Complementando a torre, uma galeria suspensa libera a quadra como espaço público, absorvendo o fluxo de passageiros que acessam a estação de metrô e permitindo usos espontâneos na quadra. Essa galeria reune usos comerciais de interesse dos hóspedes do hotel e público em geral, como restaurantes, academia, lojas, ou mesmo comércio voltado a produção do carnaval.

número de quartos por andar = 14 número total de quartos = 14 x 19 = 266 superfície área da galeria comercial = 1.760 m2


vista da quadra sob a galeria


54

NĂ­vel 0.00 1:1000

+8.50 1:1000


-4.00 1:1000

+30.00 1:1000


56

5.4_âncora 2: edifício ponte = oficinas de trabalho + espaço para shows /exposições + mirante


vista interna do edifĂ­cio


pro

58

o

dut o via jeçã

túnel martins de sá

rua frei caneca

Nível 0.00 1:500



60

corte 4


+23.00

+15.80

+6.50 0.00

escala 1:1000


62

5.5_Ă‚ncora 3: edifĂ­cio administratiVo (liga das escolas do grupo de acesso)+ assessoria de imprensa e marKeting + espaço comercial


6_cenáriOs futurOs

a ausência de limites físicos para as intervenções permite a expansão do território ocupado pela indústria do carnaval e aparecimento de outras âncoras. extensão a norte até a av. presidente vargas, a oeste em direção o estácio e leste para santa teresa.


64



66

Colaterais

reabilitação de espaços aFetados por CirUrGias Urbanas - a indÚstria do Carnaval no CatUMbi mariana albuquerque | julho.2012 orientadora: fabiana izaga


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.