PROJECTO 33
MAGAZINE
REPORTAGEM
António Carvalho Rui Miguel Cunha Hóracio Graça
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O MUNDO À FRENTE DAS OBJECTIVAS
ANA
PORTFÓLIO
Bruno Saavedra
Jelisa Peterson
“...Ele resistiu e ela também. Comerciante astuta, habituada a entrelinhas e a partilhar a vida de um sonhador da revolução, seguiu sempre em frente sem hesitações. Apoiou o filho militante e beijou com cuidado o mais pequeno, o artista...”
trimestral
Lives of children in coastal Through these images, made over two decades, I want to introduce viewers to the lives and experiences of children living in Chocas Mar, Inhambane, Ilha de Moçambique, Pemba and Vilanculos, Moçambique.
ABRIL MAIO JUNHO
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EDITORIAL 02.2019
04. ANA Bruno Saavedra “...Ele resistiu e ela também. Comerciante astuta, habituada a entrelinhas e a partilhar a vida de um sonhador da revolução, seguiu sempre em frente sem hesitações...”
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ANTÓNIO CARVALHO
Convidada do mês de Abril “...acredita que nesta paixão, todos os dias ambiciona fazer “ A SUA FOTOGRAFIA “.
RUI MIGUEL CUNHA
Convidado do mês de Maio “Inpirado na vida diária contemporânea...”
HÓRACIO GRAÇA
Convidado do mês de Junho Tenho a Pateira como um mundo. O Mundo do Maravilhoso e do Fantástico!
38. PORTFÓLIO Jelisa Peterson Through these images, made over two decades, I want to introduce viewers to the lives and experiences of children living in Chocas Mar, Inhambane, Ilha de Moçambique, Pemba and Vilanculos, Moçambique.
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ANA
Bruno Saavedra
Delicada, miúda, elegante? Fina. O termo define duplamente a sua presença: distinta e perspicaz. Nascida nos anos 20 na Madragoa, do lado próspero, e de raiz nortenha, como quase todos os seus vizinhos, tinha um pai comerciante em casa de quem se comia manteiga. Mas Ana, traquina e sem peneiras, corria a casa das primas a comer pão com banha.
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Casou com um homem do bairro, de família operária, a antítese do orgulho burguês da sua gente. E nasceu um filho. Bem mais tarde nasceria ainda outro, a provar a força daquela resolução de vida. Viveram na linha do Estoril, mais perto ou mais longe de Lisboa. Ali, os filhos foram procurando os seus destinos. O mais velho quase ficou na Guerra de África e chegou no único dia em que, desde que o seu regresso foi anunciado, Ana não foi ao aeroporto.
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Ele resistiu e ela também. Comerciante astuta, habituada a entrelinhas e a partilhar a vida de um sonhador da revolução, seguiu sempre em frente sem hesitações. Apoiou o filho militante e beijou com cuidado o mais pequeno, o artista. Viu depois partir dois dos seus homens. O primeiro, o seu companheiro, o segundo, o primogénito, contranatura, como um golpe de destino cruel. O seu menino mais novo andava longe, muito longe. Mas mãe é mãe e o benjamim voltou para nela rever a luz da sua origem: a austeridade como forma de estar discreta com a sociedade, os gestos de carinho como amor à família, aos amigos, aos próximos.
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Ai de quem, todavia, lhe quebrasse esses valores, o respeito por essas regras ou pelas suas decisões. A vida dela decidiu ela. Nem a família teve poder diferente. Bem lho dizia o companheiro da vida: ‘nem teu pai nem tua mãe querem que a gente se fale’ e Ana fez como entendeu. Todavia, qualquer vida cheia de resistência e de amor não foge ao inevitável e acaba por se desvanecer. Lenta, mas inexoravelmente, vai-lhe faltando brilho e fôlego, embora ainda haja alma. Em cinco dias, suavemente, quase sem dor, Ana terminou o seu caminho. E esse foi tempo exato de “Ana”, que resultou de um pressentimento e da vontade imensa de prender o que nos escapa.
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“Ana” é pois um olhar de carinho muito emocionado de um enorme amigo. É a luz sobre objetos e gestos que ele amaria prender. Guardar no seu coração o coração de uma mulher discreta, suave, mas firme e decidida que com ele riu de disparates e acarinhou o bonacheirão cão de água cinzento mais lindo do mundo, que também partiu. O seu filhote, homem senhor de si, ficou, menino de novo, com os seus segredos únicos, num pranto contido de amor ausente. “Ana” presta homenagem a todas as mulheres do mundo que, aparentemente frágeis e vulneráveis, são, decididamente, inquebráveis, inesquecíveis e exemplares para todos nós. Texto escrito por...
Nuno Verdial Soares
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Bruno Saavedra nasceu em 1987 em Itamaraju no Brasil (Bahia). Reside em Portugal desde 2004. Inicia o estudo da fotografia, em Macau, cidade onde residiu entre 2011/2014, com António Duarte Mil- Homens. De regresso a Lisboa, continua os seus estudos fotográficos na Restart- Instituto de Criatividade, Artes e Novas Tecnologias (2015/2016), workshop Food Photography com o fotografo Jorge Simão (2016) e o 5o Workshop Narrativas Fotográficas do Intendente com a fotografa Pauliana Valente Pimentel (2016/2017), que resultou na exposição MADE IN CHINA. Frequenta atualmente o curso avançado de fotografia da Ar.Co. Desde 2015 tem vindo apresentar a exposição FLAVORS em diversas galerias e espaços culturais em Portugal. Em novembro de 2017 apresentou o projecto POSSIBILITY, no espaço Deleme Artes, em Lisboa, tendo seguido para o Centro Comercial Dolce Vita Tejo, inserido no projeto Tejo Art Gallery. Em março de 2018 apresentou “ANA”, com curadoria do fotografo Valter Vinagre, na Capela do Centro Cultural de Cascais, num projeto inserido no ciclo “oitoxoito”, para a afirmação e visibilidade de jovens artistas emergentes, promovido pela Fundação D. Luís I e a Câmara Municipal de Cascais, no âmbito da Capital Europeia da Juventude 2018. Ainda em 2018, a convite do festival LUSOMIA, expõe FLAVORS na Wentworth Galleries em Sydney, Austrália. Em fevereiro de 2019 apresentou ESPERANÇA no espaço Misturado em Lisboa. Em Abril de 2019 apresentou NA TERRA DE JACÓ com curadoria de Sónia Figueiredo na galeria da Junta da Freguesia de Santa Maria Maior em Lisboa. Ainda em abril de 2019, foi convidado para participar com imagens do projeto SER IMIGRANTE da exposição O Mundo em Movimento em Porto Alegre no Brasil. Trabalha como fotógrafo free-lancer. www.brunosaavedra.com
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PROJECTO 33 António Carvalho
Convidado do Mês Abril 2019 Fotógrafo Profissional, 54 anos de idade, reside e trabalha em Setúbal. Sócio gerente da empresa A.CARVALHOFOTOGRAFIA E VÍDEO Lda., fundada em 1988. Fotógrafo responsável por todo o controle técnico ( edição, design e pós-produção ), de todos os trabalho que a empresa executa. Tem tido como prioridade um grande investimento na sua formação e de toda a equipa,que o apoia, pois acredita que só assim é possivel fazer face à competitividade e criar um lugar diferenciado no mercado da fotografia. A dedicação e a exigência que aplica em todos os seus trabalhos, valeram várias distinções nacionais e internacionais, das quais destaca: Fotógrafo Especialista em RETRATO MESTRE FOTÓGRAFO em Portugal QEP- Qualified Europhean Photographer pela FEP
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APESAR DE UMA VASTA EXPERIÊNCIA COMO FOTÓ ACREDITA QUE NESTA PAIXÃO, TODOS OS DIAS AM FOTOGRAFIA “.
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PROJECTO 33 Rui Miguel Cunha Convidado do Mês Maio 2019
Rui Miguel Cunha nasceu em lisboa a 1 de Junho de 1976. Inspirado na vida diária contemporânea, o fotógrafo vai traçando, na sua obra, uma narrativa documental através do conceito fotojornalístico com forte ligação à Fotografia de Rua “nua e crua”. Drector e editor da publicação periódica Magazine Reportagem, o autor conta também com inúmeras participações noutros editoriais, publicações e exposições de renome nacionais e internacionais.
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PROJECTO 33 Horácio Graça
Convidado do Mês Junho 2019 Horácio Graça, 60 anos, natural e residente em Aguada de Baixo, uma pequena freguesia do concelho de Águeda, 12º ano como escolaridade, reformado, tive a cerâmica como actividade profissional. Amador, tive e tenho como principal objetivo em cada imagem, a minha satisfação e realização pessoal. Sou inequivocamente, o primeiro e o mais importante consumidor das minhas fotos. Tenho a paisagem como tema favorito, mas, também gosto imenso de macro e desporto. Com publicações em revistas como a Caras, Visão, Mundo da Fotografia, entre outras e, a publicação do meu livro, (2014) “Pateira, Poesia Entre Silêncios e Melodias “, muito me honra também, já ter representado Portugal no World Cup Photography, com uma foto da Pateira. Sou ainda coautor, com fotos e alguns poemas no livro, (2016) “Pateira de Fermentelos a Lagoa Encantada”.
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“...TENHO A PATEIRA COMO UM MUNDO. O MUNDO DO MARAVILHOSO E DO FANTÁSTICO!”
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PORTFÓLIO Jelisa Peterson
Through these images, made over two decades, I want to introduce viewers to the lives and experiences of children living in Chocas Mar, Inhambane, Ilha de Moçambique, Pemba and Vilanculos, Moçambique. In this series, my goal is to show the unique relationship between the sea and sand, work and play that children experience in their daily lives. The link between the sea and the sand is symbolic of the life cycle with food coming from the water and then being processed on the sand. “Against the Tide” and “Point of View” illustrate the these points. From a very young age, children learn about these processes their experiences with the sea and sand as seen in “Digging for Dinner” and “Net Effect”. Play, an essential part of childhood is interwoven with the work a child will later do to sustain their own families. Children grow up intertwined in sea and sand. They learn that their future lives will be based in both. Many fathers are fishermen. Other fathers buy the fish and seafood in order to walk around selling the fresh fish and seafood to local people. They also sell to local informal spots to eat and restaurants geared toward tourists. Some men make nets on the sand that will be used by fishermen for their daily catch. The children also play in the nets as shown in “Net Effect”. Some teenage boys learn to fish to provide food for their families, as seen in “Against the Tide”
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Many girls grow up foraging in the coral reefs for small bits of seafood hidden in tiny shells, as depicted in “Digging for Dinner”. These provide tasty and nutritious ingredients for rice as well as to the more standard ground, cooked maize/cassava meals. (Known as n’sima in Moçambique, Sadza in Zimbabwe, pap in South Africa) Work, as part of the life cycle, is learned through through their own experiences in sea and sand as well as through watching the adults around them. In the children’s present lives, play and respite found in sea and sand is also part their daily experiences, although much more for the boys. Some of this play is captured in “Heads in the Sand” and “Swimmers V” as well as “Mad Cap” and “Net Effect”.
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The image “Beach Bag” presents play and solitude, with a nod to foraging. The boy’s bag is filled with seashells that he proudly collected. Each of themes of sand and sea and work and play can be seen in the image. The respite for boys found in sea and sand is represented in “Grains of Sand”, “Mad Cap” and “Seeking Shade”. The images, “Inês” and “Bathing Beauties” depict relaxation, connection and play for the girls. The water is a place of retreat from their daily work. It is a place that provides the possibility of solitude as well as a more subtle type of play and renewal.
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I HOPE THAT MY IMAGES ARE INFORMATIVE AND PROVIDE INSIGHT INTO THE LIVES OF THE CHILDREN I PHOTOGRAPH. I AIM TO CONVEY A RANGE OF EMOTIONS OF THE CHILDREN WHO LIVE HERE. IT IS THE EYE CONTACT, FACIAL EXPRESSIONS AND BODY LANGUAGE THAT LINK US TO THEIR EMOTIONS. I ASPIRE TO CREATE A FEELING OF CONNECTION IN THE VIEWER PARALLEL TO MY OWN EXPERIENCES.
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CREATING AN AFFINITY IN THE VIEWER TOWARD THE CHILDREN IS IMPORTANT TO ME AND IS A HUGE PART OF MY WORK. THESE BEAUTIFUL CHILDREN WHO LIVE ON THE COAST OF MOÇAMBIQUE DESERVE OUR RESPECT AND RECOGNITION.
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PRÓXIMA EDIÇÃO 03 JULHO.AGOSTO.SETEMBRO 2019
CRINABEL Paulo Pimenta “Dias felizes , muitos felizes . E o tempo passa rápido, já lá vão 10 anos . Tive a sorte em 2006 de me cruzar com o grupo de Teatro da Crinabel. Foi no Helena Sá Costa, quando fui fotografar a peça “Metamorfose”, de Kafka. Fiquei fascinado. Estava a ver grandes actores naquele palco.”
Ficha Técnica DIRECTOR Rui Miguel Cunha REDACÇÃO Vanessa Pereira DESENHO GRÁFICO E PAGINAÇÃO Rui Miguel Cunha FOTOGRAFIA Rui Miguel Cunha REVISÃO Nuno Guerreiro . Go4Word ERC n.125433 EDIÇÃO, PROPRIEDADE E SEDE Rui Miguel Cunha . Rua Jorge Barradas, 14 Almoinha . 2970-001 Sesimbra ESTATUTO EDITORIAL Clique PARCEIROS Projecto 33 . A Pequena Geleria WEB www.magazinereportagem.com EMAIL info@magazinereportagem.com COPYRIGHT @2018 Todos os Direitos Reservados.
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